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A História da Educação Cristã

Para o cristianismo a Educação é uma atividade de vital importância.


Ao longo do tempo a Educação cristã contribuiu para preservar e expandir a fé cristã.
Em todas as épocas os cristãos têm se dedicado a essa tarefa.
Neste curso, destacaremos alguns aspectos significativos da atividade docente da igreja
desde os primeiros tempos até este século.
Destacaremos também, a forma que Deus direcionou a instrução de seu povo desde o
início. Este direcionamento nos ajuda a focalizar a essência do ensino que nasceu no
CORAÇÃO DO PAI.
Princípios da Educação Cristã
Bíblia como regra de fé e prática;
Aplicação e articulação dos textos bíblicos tipo de pessoa;
Uso de linguagem apropriada para cada tipo de pessoa.
Métodos
Ensino oral;
Procedimentos normativos;
Parábolas.
 
A Educação entre os Hebreus
Centros de Educação em Israel
Lar – Deuteronômio 6-6:7 – O plano de Deus sempre foi à educação no lar;
Templo – 1º Samuel 1-24 e 2:18 – Crianças pequenas eram apresentadas para servir no
templo;
Sinagoga – Marcos 5-6 – Jesus ensinou na Sinagoga;
Escola de Profetas – 2º Reis 6-2 – Quando Eliseu orou e o machado flutuou seus moços
estavam construindo uma escola de profetas.
 
Propósitos da Educação Hebraica
Transmitir herança histórica;
Instruir na conduta ética;
Assegurar a presença de Deus e sua adoração
 

Currículum da Educação Hebraica

 Simbolismo e ritual;

Lei, liter
Hebreus

O principal legado que os hebreus deixaram foi no âmbito religioso. Eles foram os
primeiros povos a adotar o monoteísmo, ou seja, a crença em um único Deus. Também
se destacam na literatura, destacando o Antigo Testamento, que é a primeira parte da
Bíblia.

Quanto aos profetas, eles eram os educadores de Israel, inspirados por Deus e
continuadores do espírito de sua mensagem ao “povo eleito”: devem educar com
dureza, castigar e repreender também com violência, já que sua denúncia é em razão de
um retorno ao papel atribuído por Deus a Israel.
A escola em Israel organizava-se em torno da interpretação da Lei dentro da sinagoga; à
qual “era anexa uma escola exegese” que, no período helenístico, se envolveu em sérios
contrastes em torno, justamente, da helenização da cultura hebraica.

Aos saduceus (helenizantes) opuseram-se os fariseus (antigregos) que remetiam à letra


das Escrituras e à tradição interpretativa, salvaguardada de modo formalista. Assim,
além de centro de oração e de vida religiosa e civil, a sinagoga se torna também lugar de
instrução. A instrução que se professava era religiosa, voltada tanto para a “palavra”
quanto para os “costumes”.

Os conteúdo

da instrução eram “trechos escolhidos da Torá”, a partir daqueles usados nos ofícios
religiosos cotidianos. Só mais tarde (no século I d.C.) foi acrescentado o estudo da
escrita e da aritmética. Nos séculos sucessivos, os hebreus da diáspora fixaram-se, em
geral, sobre este modelo de formação (instrução religiosa), atribuindo também a esta o
papel de salvar sua identidade cultural e sua tradição histórica.

A narrativa bíblica apresenta uma história progressiva da revelação de Deus. E, como eu


costumo dizer aos educadores lá da igreja, Deus é pedagógico. No Antigo Testamento,
ministério profético, os sacrifícios, os ritos, a presença e o poder de Deus são elementos
do sistema educacional hebraico. 

Os centros da educação em Israel

O lar. Ao ler o Antigo Testamento, fica evidente que o plano de Deus sempre foi o de
que a educação de seu povo deveria começar no lar. A educação dos filhos era
prioridade dos pais, como podemos ver em vários textos: Êxodo 12.26,27;
Deuteronômio 4.9,10; 6.4-7; 11.18,19.

Na literatura mais antiga não encontramos a figura do professor. Então, as crianças eram
membros de uma comunidade responsável por sua educação. Em geral, as mães
cuidavam do ensino das filhas e os pais, dos filhos.

O templo. Apesar de a educação ser uma tarefa primordialmente da família, há casos


em que a criança recebia educação no templo. O exemplo mais conhecido disso é o caso
de Samuel, que foi entregue a Eli para crescer sob a tutela de um sacerdote. 

A sinagoga. A sinagoga surge no final do período veterotestamentário e tem um papel


importante na preservação da cultura e da religião judaicas. 

As escolas de profetas. As escolas de profetas são um fenômeno extraordinário na


educação dos hebreus. Encontramos referências a essas escolas nos ministérios de Elias,
Eliseu e Samuel. 

Na prática, os profetas eram figuras centrais na educação nacional, por causa das
constantes exortações e recordações relativas à Lei e à vontade de Deus.
 Os propósitos da educação hebraica

Transmitir a herança histórica. Se você ler com atenção o Antigo Testamento, vai ver
como vários discursos rememoram toda a história do povo. Era importante que as
gerações aprendessem a história dos patriarcas, da escravidão no Egito, dos pactos entre
Deus e o povo por meio de Abraão, Isaque, Jacó e Moisés, da conquista de Canaã, da
monarquia… Por isso, a rememoração não apenas mantém a unidade do povo como
também chama a atenção do povo para a vontade de Deus. 

Instruir na conduta ética. A ética hebraica tinha um componente importante que era o
modo como se alcança a alegria de viver. Não é raro encontrarmos tanto na Lei quanto
nos Provérbios a ideia de que a vida feliz é uma consequência da obediência a Deus. E
isso, era parte da educação entre os hebreus.

Ensinar sobre quem é Deus. No centro da educação hebraica sempre esteve a ideia do
conhecimento de Deus, a adoração e obediência ao Criador. Ele sempre foi o princípio e
o alvo do processo educativo. 

As fontes do currículo hebraico

Vemos no Antigo Testamento que várias eram as fontes usadas na educação hebraica. 

Os símbolos e rituais. Os assuntos mais importantes da educação entre os hebreus era


ensinado de pai para filho em casa mesmo, por meio da tradição oral. Essa tradição era
transmitida não apenas nas conversas cotidianas, mas também utilizando-se das festas e
cerimônias. Por isso, o calendário hebraico era uma ferramenta educacional muito
importante, porque gerava oportunidades para o ensino de determinados princípios.

A Lei (Torah). A Lei foi o meio escolhido por Deus para instruir o povo. Portanto, o
aprendizado da Lei era necessário tanto para adultos quanto para crianças. Por isso, no
ministério dos profetas, vemos constantes exortações para que o povo rememore os
elementos da Lei e volte às práticas determinadas por Deus.

Atividades cotidianas. O ensino das crianças compunha-se tanto por uma parte
histórico-religiosa quanto por uma parte de treinamento em habilidades necessárias à
vida cotidiana: pastoreio de ovelhas, agricultura, cozinhar, coser, produzir alimentos,
etc.

A Educação Judaica

Sinagoga – Culto & Ensino

 Principal Fonte – Escrituras


 Mestre ocupava lugar de honra e devia possuir qualidades morais;
 Preocupação com o aluno;
 Ensino teórico e prático;
 Ponto negativo – repetição e memorização obrigatória.

 História judaica

Judaísmo

   

A história judaica é um subcampo de estudo da História voltado aos assuntos


relacionados ao povo, religião e cultura judaicos.[1] Como boa parte da história antiga
dos judeus baseia-se na tradição judaica, não é possível determinar a veracidade das
datas ou dos eventos que geralmente são apresentados sob ponto de vista judaico.
Quando outras fontes extra-judaicas apresentam suas versões, também a inserimos para
efeito de estudo e comparação.

Índice

 1Origens da história judaica


o 1.1Versão bíblica
 1.1.1Os patriarcas e o êxodo
 1.1.2Os juízes e a monarquia unida
 1.1.3A divisão dos reinos
 2A era talmúdica
 3Cronologia e nolorogia
o 3.1Era bíblica
o 3.2Era talmúdica
o 3.3Era medieval
o 3.4Era moderna
o 3.5Era contemporânea
 4Judaísmo
 5Origens do judaísmo
o 5.1Mosaísmo e crenças israelitas pré-exílio
o 5.2Exílio em Babilônia e o início da Diáspora
o 5.3O período do Segundo Templo
o 5.4As seitas da época do Segundo Templo e posterior desenvolvimento
do judaísmo
o 5.5Judaísmo na Idade Média
o 5.6O desenvolvimento do judaísmo hassídico
o 5.7O desenvolvimento das seitas modernas em resposta ao Iluminismo
o 5.8 1Judaísmo na atualidade
 6Ver também
 7Referências

Origens da história judaica


As tentativas de sistematização de uma história judaica tem trazido diversos problemas
aos estudiosos, pois há inúmeros problemas a serem resolvidos ao tratar-se deste
assunto. Temos, entre estes problemas, a questão de determinar precisamente quando se
inicia uma história do povo judeu: se como grupo étnico, religioso ou cultural, e as
fontes que servem como base de estudo para esta história. Geralmente os documentos
extra-bíblicos relacionados ao período mais antigo da história judaica são escassos e
sujeitos a debates, o que levou a duas ramificações de estudo: a postura maximalista,
que diz que tudo que não pode ser comprovado como falso e deve ser aceito como
verdadeiro, e a postura minimalista que diz que os eventos que não são corroborados
por eventos contemporâneos devem ser descartados.
Versão bíblica
A versão bíblica da história judaica mostra que os judeus são uma nação escolhida
por Deus, como um povo separado e santo, guardião das leis dadas por Deus. Assim a
história bíblica de Israel é uma história onde Deus intervém no mundo, de acordo com a
relação de Israel para com Deus.
Os patriarcas e o êxodo
De acordo com a tradição judaico-cristã, a história judaica começa com o chamado
de Deus ao caldeu Abraão. Abraão teria sido um fiel seguidor do monoteísmo em uma
época de idolatria, o que fez com que Deus prometesse dar descendência a Abraão e
fazer desta o povo eleito deste Deus. Esta promessa se cumpriria com o nascimento
de Isaac, que daria origem a Jacó e que este seria pai de doze filhos, os quais seriam os
pais das doze tribos de Israel. Após a imigração para o Egito, devido a uma grande
fome, a família de Jacó cresce em número e influência, o que leva à sua escravização
por parte dos egípcios, e o surgimento de um libertador, Moisés, que sob a mão
de Deus tira o povo do Egito, entrega-lhes as leis divinas e dá aos filhos de Jacó um
sentido de "nação". Após uma peregrinação de 40 anos no deserto, este povo teria, sob o
comando de Josué, conquistado a terra de Canaã.
Os juízes e a monarquia unida
Os israelitas conquistaram algumas regiões de Canaã, mas ainda assim não mantiveram
uma unidade nacional. Cada tribo mantinha suas leis e costumes e uniam-se ou
combatiam entre si, de acordo com as suas conveniências. Geralmente por lutar cada
tribo era governada e julgada por juízes, pessoas que seriam determinadas por Deus para
tal cargo.
Posteriormente, os israelitas, ao se sentirem dispersos, pedem um rei a Deus. Saul,
escolhido por Deus, torna-se rei de Israel. Mas a sua rebeldia, em seguir os
mandamentos da Torá, faz com que perca o reinado e, após alguns contra tempos, Davi,
um pastor-guerreiro de Judá é escolhido por Deus para ser rei. Aqui apresentam-se a
primeira vez a unificação das tribos em uma única nação e inicia-se o período áureo da
história judaica, que será consolidado com o reinado de Salomão, filho de Davi.
A divisão dos reinos
Com o descontentamento constante das tribos, sob o domínio de Salomão, o reino se
divide em duas partes sob o governo do filho de Salomão, Roboão. Dez tribos se
rebelam contra impostos cobrados por Salomão e reivindicam a Roboão negociá-las.
Diante da negativa do jovem rei Roboão, dez tribos se rebelam formando um reino à
parte. Assim, duas tribos ficam com Roboão, continuando Jerusalém como sede do
reino de Judá (I Reis 12) e o reino de Israel, tendo Samaria como sede e Jeroboão,como
rei. Jeroboão era filho de Nebate, efrateu de Zereda, servo de Salomão (I Reis 11:26;
12:19-20). Diversas crises políticas e religiosas acabam levando à decadência dos dois
reinos: o reino de Israel é destruído pelos assírios, enquanto o reino de Judá é destruído
pelos babilônios. No exílio, o povo israelita começa a tomar consciência do seu papel no
"Plano de Deus". Após alguns anos, retornam para sua terra e reconstroem o Templo,
reorganizando suas Escrituras. Com estes fatos, encerra-se a história do período
das Escrituras Hebraicas.

A era talmúdica
Com o retorno de algumas comunidades judaicas para a Judeia, uma renovação religiosa
levou a diversos eventos que seriam fundamentais para o surgimento do Judaísmo como
uma religião mundial. Entre estes eventos, podemos mencionar a unificação das
doutrinas mosaicas, o estabelecimento de um cânon, a reconstrução do Templo de
Jerusalém e a adoção da noção do "povo judeu" como povo escolhido, através do qual
seria redimida toda a humanidade.
A comunidade judaica da Judeia cresceu com relativa autonomia sob o domínio persa,
mas a história judaica tomará importância com a conquista da Palestina por Alexandre
Magno em 334 a.C.. Com a morte de Alexandre, o seu império foi dividido entre seus
generais, e a Judeia foi dominada pelos Ptolomeus e depois pelos Selêucidas, contra os
quais os judeus moveram revoltas que culminaram em sua independência
( ver Macabeus ).
Com a independência e o domínio dos Macabeus como reis e sacerdotes, surgem as
diversas ramificações do judaísmo da época do Segundo Templo: os fariseus,
os saduceus e os essênios. As diversas intrigas entre as diversas divisões do judaísmo
levou à conquista da Judeia pelo Império Romano

Era bíblica

 Séculos XX -XVII a.C. - Primeira emigração de Abraão para Canaã.


Os patriarcas bíblicos.
 Séculos XVII-XIII a.C.- Hebreus no Egito.
 Séculos XIII-XII a.C. - O Êxodo e a ocupação de Canaã.
 Séculos XII-XI a.C. - Época dos juízes.
 1067 -1055 a.C. - Reinado de Saul.
 1055 -1015 a.C. - Reinado de Davi.
 1015-977 a.C. - Reinado de Salomão.
 1000 a.C. - Construção do Templo de Javé
 977-830 a.C. - Cisma entre Judá e Israel.
 722 a.C. - Fim do reino de Israel.
 586 a.C. - Destruição de Jerusalém.
 537 a.C. - Ciro II permite o retorno dos judeus à Judeia.
 520-516 a.C. - Reconstrução do Templo em Jerusalém.
Era talmúdica
 332 a.C. - Alexandre Magno conquista a Judeia.
 320-198 a.C. - Domínio Ptolomeu.
 198-167 a.C. - Domínio selêucida.
 167 a.C. - Revolução dos macabeus.
 140 a.C. - A Judeia conquista a independência.
 63 a.C. - Pompeu conquista Jerusalém.
 Século I d.C. - Início e expansão do Cristianismo.
 6-40 d.C. - Procuradores romanos na Judeia.
 66-73 -Primeira revolta judaica. Destruição de Jerusalém.
 115-117 - Segunda revolta judaica. Guerra de Quito.
 132-135 - Terceira revolta judaica. Revolta de Barcoquebas.
 200 - Redação da Mishná.
 500 - Término da redação do Talmude da Babilônia.
Era medieval

 624-628 - Guerra de Maomé contra os judeus da Arábia.


 760 - Expansão do Caraísmo.
 Séculos VII-X - Época dos gaons na Babilônia.
 882-942 - Gaon Saadia.
 Século XI - Florescimento da cultura judaica em Espanha.
 1066 - Massacre dos judeus em Granada.
 1096 - Primeira Cruzada.
 1040-1105 - Rashi.
 Séculos XII-XV - Expulsão da Alemanha e emigração para a Europa Oriental.
 1135-1205 - Maimónides.
 1290 - Expulsão dos judeus da Inglaterra.
 1306-1394 - Expulsão dos judeus da França.
 1348 - A Peste Negra.
 1391 - Massacre dos judeus em Espanha.
 1492 - Expulsão dos judeus da Espanha.
 1498 - Expulsão dos judeus de Portugal.
 1506 - Massacre de cristãos-novos em Portugal.
Era moderna

 1488-1575 - José Caro.
 1524-1532 - Movimento messiânico de David Al-Roy e Salomão Molcho.
 1534-1572- Isaac Luria.
 1632-1677 - Spinoza.
 1649-1656 - O retorno dos judeus para a Inglaterra.
 1666 - Movimento messiânico de Sabatai Zevi.
 1787 - Emancipação na América.
Era contemporânea

 1791 - Emancipação na França.


 1806 - 1807 - Reformas de Napoleão.
 1894 - 1906 - Processo Dreyfus na França.
 1897- Primeiro Congresso Sionista. Primeira convenção do Bund.
 1917 - Igualdade de direitos dos judeus na Rússia.
 1917 - Declaração Balfour.
 1925 - Fundação da Universidade Hebraica em Jerusalém.
 1935 - Leis de Nuremberg.
 1939 - Segunda Guerra Mundial.
 1942 - Solução final. Dá início o extermínio de judeus no Holocausto.
 1948 - Criação do Estado de Israel. Primeira guerra árabe-israelense.
 1961 - Sequestro e condenação do oficial nazista Adolph Eichman.

Judaísmo
A religião principal da comunidade judaica que ainda que não seja unificada
(ver Religiosidade judaica) contém princípios básicos que a distingue de outras
religiões. De acordo com a visão religiosa, o judaísmo é uma religião ordenada pelo
Criador através de um pacto eterno com Abraão e sua descendência. Já os estudiosos
creem que o judaísmo seja fruto da fusão e evolução de mitologias e costumes tribais da
região do Levante, unificadas posteriormente mediante a consciência de um
nacionalismo judaico. Ainda que seja intimamente relacionada à história dos judeus, a
história do judaísmo se distingue por enfatizar a evolução da religião deste povo.

Origens do judaísmo
Mosaísmo e crenças israelitas pré-exílio
Ainda que o judaísmo só vá ser chamado como tal apenas após o retorno do Cativeiro
em Babilônia. De acordo com a tradição judaico-cristã, a origem do judaísmo estaria
associada ao chamado de Abraão, à promessa de Abraão, originário de Ur, teria sido um
defensor do monoteísmo em um mundo de idolatria. Pela sua fidelidade à YHWH, teria
sido recompensado com a promessa de que teria um filho, Isaque do qual levantaria um
povo que herdaria a Terra da promessa. Abraão é chamado de primeiro hebreu. De
acordo com a Bíblia, YHWH não seria apenas o Senhor de Israel, mas sim o Princípio
Uno que criou o mundo, e que já havia se revelado a outros justos antes de Abraão. Mas
com Abraão inicia-se um pacto de obediência, que deveria ser seguido por todos os seus
descendentes se quisessem usufruir das bençãos de YHWH. Alguns rituais tribais são
seguidos pelos membros da família de Abraão que depois serão incorporados à
legislação religiosa judaica.
Até mesmo a abstração da Divindade nos primeiros tempos do judaísmo é praticamente
inexistente: Deus existe como um ser diferente do ser humano, mas presente entre a
humanidade através de teofanias e manifestações de cunho patriarcalista, aplicando
provações, castigos e promessas. Outro ponto de debate geralmente considera a
inexistência ou inexpressão dos patriarcas bíblicos, que seriam figuras regionais ou
mitológicas, criadas posteriormente.
Conforme a tradição Deus teria dado a Terra de Canaã aos israelitas como uma
promessa eterna o qual de acordo com a religião tiveram de conquistar através de
numerosas batalhas com a intervenção divina, sendo que esta intervenção era retirada ou
contrária quando o povo israelita rebelava-se ou contrariava a divindade. Assim, a
figura de Deus assumiu um caráter essencialmente guerreiro.
A religião mosaica pré-judaísmo só atingirá sua maturação com o início da monarquia
israelita e sua subsequente divisão em dois reinos: Yehuda (Judá) e Yisrael (Israel). Esta
divisão marcará uma separação entre os rituais religiosos dos reinos do Norte e do Sul,
que permanecem até hoje, entre o judaísmo e o judaísmo samaritano.
No entanto, a visão histórica e bíblica mostram que esta religião mosaica não era única e
exclusiva. Durante todo o período pré-exílio, as fontes nos informam que os israelistas
serviam diversas outras divindades, dos quais os mais proeminente era Baal. Enquanto a
maioria dos religiosos aceita que, na verdade, a mistura entre os israelitas e os cananitas
após a conquista de Canaã tenha corrompido a religião israelita, a maioria dos
estudiosos prefere aceitar que o mosaismo era apenas mais uma das diversas crenças
entre as tribos israelitas e que só virá a se firmar com os profetas e com o exílio.
A hierarquia e os rituais de culto mosaico serão firmemente estabelecidos com a
monarquia, onde serão elaboradas as regras de sacerdócio e estabelecidos os padrões do
culto com a construção do Templo de Jerusalém. Este novo local de culto, substituto do
antigo Tabernáculo portátil de Moisés, serviu como centro da religião judaica, ainda que
em meio a outros cultos estrangeiros.
Exílio em Babilônia e o início da Diáspora
Um dos elementos fortes da religião pré-judaísmo é o surgimento dos profetas, homens
de diversas camadas sociais, que pregavam e anunciariam profecias da parte de Deus. A
sua pregação anunciando os castigos da desobediência para com Deus encontrou eco
com a destruição de Israel em 722 a.C. e com a conquista de Judá pelos babilônios
em 586 a.C.
Com a dispersão dos reinos israelitas, muitos judeus assimilaram-se aos povos para o
qual foram dispersados. Mas as comunidades israelitas remanescentes desenvolveram
sua cultura e religião, criando o que temos hoje como Judaísmo. O fortalecimento da
comunidade e a descentralização do culto (através da criação das sinagogas), além do
estabelecimento de um conjunto de mandamentos que deveria ser aprendido pelos
membros da comunidade e obedecidos em qualquer lugar em que vivessem, aliaram-se
à esperança no restabelecimento novamente na Terra Prometida, dando aos judeus uma
consciência messiânica. No entanto, com a liberação do retorno dos judeus para a
Judeia, poucas comunidades retornaram para a Judeia.
O período do Segundo Templo
Com o retorno de algumas comunidades judaicas para a Judeia, uma renovação religiosa
levou a diversos eventos que seriam fundamentais para o surgimento do judaísmo como
uma religião mundial. Entre estes eventos podemos mencionar a unificação das
doutrinas mosaicas, o estabelecimento de um cânon das Escrituras, a reconstrução
do Templo de Jerusalém e a adoção da noção do "povo judeu" como povo escolhido e
através do qual seria redimida toda a humanidade.
Modelo do Templo de Herodes
A comunidade judaica da Judeia cresceu com relativa autonomia sob o domínio persa,
mas a história judaica tomará importância com a conquista da Palestina por Alexandre
Magno, em 332 a.C. Com a morte de Alexandre, o seu império foi dividido entre seus
generais. A Judeia foi dominada pelos Ptolomeus e depois pelos Selêucidas, contra os
quais os judeus moveram revoltas que culminaram em sua independência
(ver Macabeus).
Com a independência e o domínio dos Macabeus como reis e sacerdotes, surgem as
diversas ramificações do judaísmo da época do Segundo Templo: os fariseus,
os saduceus e os essênios. As diversas polémicas entre as diversas divisões do judaísmo
levaram à conquista da Judeia pelo Império Romano (63 a.C.).
O domínio romano sobre a Judeia foi, em todo o seu período, conturbado
principalmente em relação aos diversos governadores e reis impostos por Roma, o que
levou à Revolta judaica que culminou com a destruição do Segundo Templo e
de Jerusalém em 70. Muitas revoltas judaicas explodiram em todo o Império Romano,
que levaram à Segunda revolta judaica, sob o comando de Simão Bar-Kosiva e do
rabino Aquiba que fracassou. Em 135, com sua derrota levou à extinção do estado
judeu, que só retornaria em 1948.
As seitas da época do Segundo Templo e posterior desenvolvimento do judaísmo
Por volta do primeiro século d.C., havia várias grandes seitas em disputa da liderança
entre os judeus. Em geral, todas elas procuravam, de forma diversa, uma salvação
messiânica em termos de autonomia nacional dentro do Império Romano: os fariseus,
os saduceus, os zelotas e os essênios. Entre estes grupos,os fariseus obtiveram grande
influência dentro do judaísmo, já que após a destruição do Templo de Jerusalém, a
influência dos saduceus diminuiu, enquanto os fariseus, que controlavam a maior parte
das sinagogas, continuaram a promover sua visão de judaísmo, que originará o judaísmo
rabínico. Os judeus rabínicos codificaram suas tradições orais na obras conhecidas
como Talmudes.
O ramo dos saduceus dividiu-se em diversos pequenos grupos, que no século
VIII adoptaram a rejeição dos saduceus pela lei oral dos fariseus/rabinos registada
na Mishná e desenvolvida por rabinos mais recentes nos dois Talmudes), pretendendo
confiar apenas no Tanakh. Estes judeus criaram o judaísmo caraíta, que ainda existe
hoje em dia, se bem que os seus seguidores sejam em muito menor número que o
judaísmo rabínico. Os judeus rabínicos defendem que os caraitas são judeus, mas que a
sua religião é uma forma de judaísmo incompleta e errónea. Os caraítas defendem que
os rabinitas são idólatras e necessitam retornar às escrituras originais.
Os samaritanos continuaram a professar sua forma de judaísmo e continuam à existir até
os dias de hoje.
Ao longo do tempo, os judeus também foram-se diferenciando em grupos étnicos
distintos: os asquenazitas (da Europa de Leste e da Rússia), os sefarditas (de Espanha,
Portugal e do Norte de África), os Judeus do Iêmen, da extremidade sul da península
Arábica e diversos outros grupos. Esta divisão é cultural e não se baseia em qualquer
disputa doutrinária, mas acabou levando à diferentes peculiaridades na visão de cada
comunidade sobre a prática do judaísmo.
Judaísmo na Idade Média
O cristianismo teria surgido como uma ramificação messiânica do judaísmo no primeiro
século d.C. Após o cisma que levou à separação entre judaísmo e cristianismo, o
cristianismo desenvolveu-se separadamente e também foi perseguido pelo Império
Romano. Com a adoção do cristianismo como religião do império no século IV, a
tendência a querer erradicar o paganismo e a visão do judaísmo como uma religião que
teria desprezado Jesus Cristo levaram a um constante choque entre as duas religiões,
onde a política de converter judeus à força levava à expulsão, espoliação e morte, caso
não fosse aceita.
Os judeus e diversas minorias tornaram-se vítimas de diversas acusações e perseguições
por parte dos cristãos. A conversão ao judaísmo foi proibida pela Igreja. As
comunidades judaicas foram relegadas à marginalidade em diversas nações ou expulsas.
O judaísmo tornou-se então uma forma religiosa de resistência à dominação imposta
pela Igreja, desenvolvendo algumas das doutrinas exclusivistas de muitas tradições
judaicas atuais.
Com o surgimento do Islão no século VII d.C. e sua rápida ascensão entre diversas
nações, inicia-se a relação deste com o judaísmo, caracterizado por períodos de
perseguição e outros de paz, no qual deve-se enfatizar a Idade de Ouro da cultura
judaica na Espanha muçulmana.
O desenvolvimento do judaísmo hassídico
O judaísmo hasídico foi fundado por Israel ben Eliezer (1700-1760), também conhecido
por Ba'al Shem Tov, ou pelo Besht. Os seus discípulos atraíram muitos seguidores. Eles
próprios estabeleceram numerosas seitas hasídicas na Europa. O judaísmo hasídico
acabou por se transformar no modo de vida de muitos judeus na Europa, e chegou
aos Estados Unidos, durante as grandes vagas de emigração judaica na década de 1880.
Algum tempo antes, tinha havido um sério cisma entre os judeus chassídicos e não
chassídicos. Os judeus europeus que rejeitavam o movimento hasídico eram chamados
pelos hasidim de mitnagdim (literalmente, os contrários, os oponentes). Alguns dos
motivos para a rejeição do judaísmo hasídico radicavam-se na exiberância opressiva da
prece hasídica - nas suas imputações não tradicionais de que os seus líderes eram
infalíveis e alegadamente operavam milagres, e na preocupação com a possibilidade de
o movimento se transformar numa seita messiânica. Desde então, todas as seitas do
judaísmo hasídico foram absorvidas pela corrente principal do judaísmo ortodoxo e, em
particular, pelo judaísmo ultra-ortodoxo. Veja os artigos sobre o judaísmo chassídico e
os mitnagdim para obter informação mais detalhada.
O desenvolvimento das seitas modernas em resposta ao Iluminismo
Nos finais do século XVIII, a Europa foi varrida por um conjunto de movimentos
intelectuais, sociais e políticos, conhecidos pelo nome de Iluminismo. O judaísmo
desenvolveu-se em várias seitas distintas em resposta a este fenómeno sem precedentes:
o judaísmo reformista e o judaísmo liberal, muitas formas de judaísmo ortodoxo (ver
também Hassidismo) e judaísmo conservador (ver também Judaísmo liberal) e ainda
uma certa quantidade de grupos menores.
Judaísmo na atualidade
Na maior parte das nações ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido, Israel e
a África do Sul, muitos judeus secularizados deixaram há muito de participar nos
deveres religiosos. Muitos deles, lembram-se de ter tido avôs religiosos, mas cresceram
em lares onde a educação e observância judaicas já não eram uma prioridade.
Desenvolveram sentimentos ambivalentes no que toca aos seus deveres religiosos. Por
um lado, tendem a agarrar-se às suas tradições por razões de identidade, mas, por outro
lado, as influências da mentalidade ocidental, vida cotidiana e pressões sociais tendem a
afastá-los do judaísmo. Estudos recentes feitos em judeus americanos indicam que
muitas pessoas que se identificam como de herança judaica já não se identificam
enquanto membros da religião conhecida como judaísmo. As várias seitas judaicas nos
EUA e no Canadá encaram este facto como uma situação de crise e têm sérias
preocupações com as crescentes taxas de casamentos mistos e assimilação entre a
comunidade judaica. Uma vez que os judeus americanos têm vindo a casar mais tarde
do que acontecia antigamente, têm vindo a ter menos filhos, e a taxa de nascimentos
entre os judeus americanos desceu de mais de 2.0 para 1.7 (a taxa de substituição é de
2.1). Nos últimos 50 anos, todas as principais seitas judaicas têm assistido a um
aumento de popularidade, com um número crescente de jovens judeus a participar na
educação judaica, a aderir às sinagogas e a se tornarem (em graus diversos) mais
observantes das tradições.

Referências

1. ↑ Barros, José D’Assunção (2004). «Os Campos da História - uma introdução


às especialidades da História» (PDF). Revista HISTEDBR On-line.
Consultado em 31 de janeiro de 2020

A Educação na Igreja Primitiva


Propósitos
Primeiros cristãos: modo de vida simples;
O modo de viver, os cultos e a comunhão que os primeiros cristãos partilhavam eram fortes
instrumentos educativos.
 
Funções do Ensino
· Preparação para o Batismo;
· Comunicar e conservar a tradição cristã.
 
Principais Fontes
Escrituras;
Transmissão oral dos ensinos de Jesus;
Cartas dos Apóstolos;
Didache ou Doutrina - conhecido como “O Ensino dos Doze Apóstolos”,
 EDUCAÇÃO CRISTÃ NA IGREJA PRIMITIVA
Os cristãos primitivos certamente herdaram dos hebreus a tradição do ensino das Leis divinas
para as comunidades da época. Podemos observar na prática apostólica a forte ênfase no
ensino. Este era um aspecto fundamental na formação de novos cristãos neste período da
igreja.
Os discípulos de Cristo receberam dele a missão de “fazer discípulos de todas as nações” (Mt
28.19), o que implica ensino. Reis nos oferece o exemplo do apóstolo Paulo como educador
cristão, com seu propósito de ensinar aos povos a doutrina de Cristo.
Paulo, apesar de não estar presente por ocasião da “grande comissão”, recebe tanto dos
outros discípulos como do próprio judaísmo a tradição do ensino na Palavra de Deus. Segundo
Reis, uma vez que os mistérios de Cristo, revelados na dispensação da Nova Aliança, são
difíceis de explicar, se faz necessária a explicação e instrução. 5
Entre os pais da igreja torna-se imprescindível o papel da educação. Através de suas cartas,
suas apologias e outros escritos, eles buscavam resguardar a fé dos primeiros cristãos. Eles os
confortavam e preservavam a doutrina. As heresias surgiam e se multiplicavam, e os
apologistas se empenhavam na árdua tarefa de combater tais erros.
Havia também instruções acerca da vida diária dos cristãos e diretrizes para o culto. Vemos o
exemplo disso na Didaquê, ou Instrução dos Doze Apóstolos. Nele encontramos regras para a
ministração dos sacramentos do batismo e da eucaristia, além de outras instruções relevantes
para o cotidiano dos cristãos.
O destaque que damos no ensino da Didaquê é a sua referência à educação. Ela deveria estar
presente em todas as fases da vida dos cristãos. Começando da infância. “Sendo assim,
notamos que a educação cristã tem como fundamento o lar e que a igreja passou a
complementá-la, sobretudo quando o fiel desejasse se tornar membro da igreja.”6
No estudo da vida e da obra dos pais da igreja, os quais foram “os primeiros agrimensores do
terreno, buscando entender o que Cristo e os apóstolos ensinaram”7, notamos um especial
destaque à educação como parte integrante e indispensável da vida cristã, como deve ser nos
nossos dias.
EDUCAÇÃO CRISTÃ NA IDADE MÉDIA
Este período teve a Igreja Católica, instituição que se sobressaiu e se consolidou como entida-
de influente na vida e no pensamento dos povos, como a responsável pela educação.
O cristianismo sempre se destacou nas sociedades com sua proposta de mudança radical de
comportamento. Mesmo na idade média, também conhecida como “idade das trevas”, ele
assim se caracterizou. A igreja cristã, em detrimento da cultura grega que não dava grande im-
portância ao aspecto moral da vida, continuou a apregoar a necessidade de mentalidade, de
modo que o homem se preocupasse mais com a vida porvir, ou seja, com o seu destino eterno.
Sobre isto, Reis faz o seguinte comentário:
“O ideal educativo do cristianismo é um renascer para um mundo novo do espírito e com ele
surge um novo tipo de educação com normas inéditas de vida e de comportamento. Assim, as
preocupações morais e religiosas substituíram as preocupações intelectuais, estéticas e físicas
da cultura grega.”8
Um importante período para a educação no período da idade média foi o período da
escolástica. Este período teve grande influência para a educação. Buscou-se neste período
fundamento racional para a fé cristã. Reis afirma que neste período procurou-se “demonstrar
e ensinar as concordâncias da razão com a fé pelo método da análise lógica.”9
Neste período destacam-se para o nosso assunto Agostinho e Tomás de Aquino. Santo Agos-
tinho foi brilhante como escritor e teólogo do século XI. Dentre suas obras, a mais conhecida
são as suas Confissões. O legado de Agostinho é apreciado até os dias de hoje pela igreja cristã,
tanto por católicos quanto por protestantes.
Tomás de Aquino também representa para a igreja de hoje um grande pensador da idade mé-
dia. Este teólogo, que viveu no século XIII, compôs uma obra brilhante que, sem dúvida, é a
sua opus magnum: a conhecida Suma Teologica. Esta obra é tão importante que muito da
teologia da Igreja Católica está fundamentado nela.
Algo que sem dúvida representa um marco no que diz respeito à influência educativa da idade
média foi a criação das universidades. Com toda a conjuntura social da época, a igreja tentava
estimular as pessoas a não abandonar a fé em face da racionalização do discurso humano. As
universidades surgem então como passo importante nesse sentido. Reis cita o fato de que foi
no século XIII que surgiu a primeira universidade (Nápolis, em 1224.), e também aponta o
surgimento de outras, como as de Paris, Bolonha, Salerno, Oxford, Viena e Salamanca.10
Hoje, entendemos que a chamada “idade das trevas” na verdade não foi assim tão escura.
Houve abusos neste período, como também aconteceu em toda a história da humanidade.
Mas não devemos nos esquecer dos avanços e das contribuições para o mundo do saber desta
época. O mundo foi levado a refletir sobre os valores eternos, que são perenes e, assim,
devem ocupar espaço privilegiado na mente. Reis conclui que a idade média “não foi um
período negro de uma historiografia já superada. Foi um período de lenta, e talvez dolorida,
fecundação de ideias e técnicas que prepararam os tempos modernos.” 11
EDUCAÇÃO CRISTÃ NA REFORMA PROTESTANTE
Chegamos ao período da Reforma Protestante. Este conhecido movimento não poderia deixar
de ser mencionado. A Reforma representa para todos, especialmente para o protestantismo,
uma grande revolução ideológica que afetou não apenas o mundo religioso, mas também as
esferas cultural, artística, econômica, política e educacional.
Em sua análise da contribuição da Reforma Protestante para a educação cristã, Reis nos diz
que com o início deste movimento “chega-se a mais elevada conscientização sobre a im-
portância do processo educacional para a formação da personalidade humana, conforme a
concebeu o Criador.”12
Lutero, por meio de quem a Reforma tem o seu “pontapé” inicial, instiga o povo a repensar a
fé cristã. A partir daí, a educação ganha destaque e é valorizada. A influência do
protestantismo estende-se às várias áreas da vida, como a social, a cultural, à política, etc.,
principalmente por conta da visão holística da vida cristã, conforme a concebiam Lutero e os
reformadores.
Uma grande demonstração de Lutero no sentido de ensinar o povo pode ser observada pela
tradução que Lutero faz do Novo Testamento. A leitura da Bíblia era privilégio de alguns
poucos clérigos; os cristãos leigos não tinham permissão para isso. Lutero compreendia que os
cristãos podiam ler as Escrituras e compreender sua mensagem através da iluminação do
Espírito de Deus. É o início do princípio do livre-exame.
Em Lutero vemos alguém grandemente preocupado e decidido a engajar-se na luta contra a
ignorância através da educação. Isto estava em harmonia com o espírito da Reforma Pro-
testante. Os reformadores diziam que o maior inimigo da verdadeira fé cristã era a ignorância.
Lutero escreveu uma Carta aos Prefeitos e Conselheiros das Cidades Alemãs, onde ele diz ser
“necessário haver escolas para a segurança dos negócios deste mundo, como a história dos
gregos e romanos claramente nos ensina.” Lutero achava tão imprescindível a educação
infantil que ele afirmava que os pais que não enviavam seus filhos para a escola estavam ser-
vindo ao diabo.13
Com relação a Lutero podemos ver ainda sua preocupação com a educação cristã na produção
de dois catecismos, um para crianças e outro para adultos. Neles, Lutero ensina os rudimentos
da fé cristã e ajuda os cristãos de sua época a terem as suas crenças bem definidas em suas
mentes.
Em Calvino vemos a continuação e a intensificação deste trabalho educativo. Apesar do fato de
que ele nunca mencionou explicitamente sua preocupação com a educação, isto claramente
transparece em seus escritos e na sua prática, que revelam que o “óbvio não dito”, ou seja, a
educação cristã, estava no centro de sua atenção. 14
Calvino, à semelhança de Lutero, emprega seus esforços intelectuais para combater a
ignorância do povo. Entre seus escritos significantes podemos citar principalmente seus
comentários bíblicos e a sua obra magna, as Institutas da Religião Cristã. Além disso ele cria a
Academia de Genebra, onde ele sugere às autoridades civis que obriguem as crianças a
comparecerem à escola e que tenham sua frequência cuidadosamente controlada. Reis
testemunha que “Calvino promoveu a educação na escola secundária e insistiu sobre a
educação primária compulsória para meninos e meninas.”15
O testemunho universal dos historiadores confirma que a Reforma Protestante foi um movi-
mento revolucionário também para a educação. Sua influência se estende até hoje. Muitas
escolas estão comprometidas com o ensino amalgamado nos pilares reformistas. Podemos
mencionar a nossa Universidade Presbiteriana Mackenzie, que tem como objetivo “Educar o
ser humano criado à imagem de Deus para o exercício consciente e crítico da cidadania e da
dignidade, preparando-o para a vida, contribuindo, assim, para o desenvolvimento do ser e da
sociedade, por meio do ensino e das atividades científicas, culturais, esportivas, sociais, éticas
e espirituais.”

A Educação Cristã Hoje


Propósitos
Aperfeiçoamento integral do ser humano, à luz dos preceitos ensinados pelo Senhor Jesus em
Sua Palavra, preparando-o para cumprir seu principal objetivo neste mundo: a doração e o
serviço ao Senhor.
 
Currículum da Educação Cristã
A Bíblia;
Todo e qualquer material utilizado como fonte de ensino deve ser embasado biblicamente e
estar de acordo com o propósito da Educação Cristã;
Articulação: cotidiano x aprendizagem;
 
Princípios Educacionais
Educação: mandamento de Deus;
Deus foi o primeiro a ensinar;
Disciplina;
Ofício de ensinar é sagrado

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