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CENTRO UNIVERSITÁRIO FILADÉLFIA

THIAGO DAMACENA TEIXEIRA

Espiritualidade Contemporânea

PORTO ALEGRE
03 DE ABRIL 2024
Espiritualidade Contemporânea
Respondendo ao trabalho proposto, meditei acerca de temas bem
sugestivos. Então, me dediquei a ler, estudar e escrever acerca desse assunto
de tão importante relevância.
A Judéia era uma região montanhosa localizada na parte sul de Israel,
entre a Samaria ao norte e o deserto ao sul. Incluía cidades como Jerusalém,
Belém e Jericó. Sua topografia era caracterizada por terrenos montanhosos,
com vales férteis e áreas áridas. Jerusalém estava situada em uma colina
central.
A Judeia, Galileia e Pereia no século I d.C. viviam sob domínio do
Império Romano, à sombra de uma grande religiosidade: os fariseus eram um
grupo importante, enfatizando formalidades externas e leis de pureza de ritual,
já os zelotes eram fariseus nacionalistas, que defendiam a independência com
total disposição lutar pela causa, havia também os saduceus, que eram
membros da alta sociedade judaica, eram ricos, cultos, davam ênfase à política
e à independência do seu povo. Todos esses grupos pensavam que o zelo, a
cultura, e as suas tradições eram o bastante para agradar a Deus. Assim, eles
imaginavam estar fazendo segundo as escrituras, e mesmo quando eram
reprendidos pelos profetas, permaneciam errando sem demonstrar qualquer
interesse de conhecer a verdadeira vontade de Deus. Pois, não buscavam a
mudança de vida necessária para estarem em conformidade com as Escrituras
Sagradas.
O verbo encarnado, Jesus, quando esteve em seu ministério terreno viu
a necessidade de reprender esses religiosos. Pois, eles escondiam-se dentro
de uma aparência física, sem obras, no entanto seus corações eram perversos.
Tanto a beatitude dos dias de Jesus como a contemporânea é mística,
valorizando experiências sobrenaturais e separando o espiritual do material. A
espiritualidade cristã deve ser vivida no âmbito da fé e da ação, integrando o
subjetivo e o objetivo. Todo o sucesso do ministério de Jesus está,
logicamente, ligado ao tipo de vida que ele tinha junto ao Pai. A espiritualidade
tem sua origem na palavra latina spiritus (“espírio”) e está, portanto,
relacionada à dimensão interior da pessoa e suas experiências com a realidade
suprema e final.
Da perspectiva bíblica, ela não exclui o mundo material. Isto fica claro,
uma vez que a realidade suprema e final, o próprio Deus, criou o mundo e o
avaliou como sendo “muito bom”. O escritor Thiago Abdala no seu livro “A
espiritualidade de Jesus”, escreve:
“A espiritualidade cristã diz respeito à qualidade de nosso
relacionamento com Deus e à aplicação a nossa vida diária daquilo em que
cremos e que confessamos. Sua importância está na busca por aprofundar o
relacionamento com o Criador e Redentor de nossa vida.”
Portanto, o cristianismo não se resume a um conjunto de ideias, mas
envolve a experiência prática da revelação de Deus. E desse modo,
proporciona que cresçamos em comunhão com ele, e desfrutemos de sua
presença. Por isso, na tradição bíblica, a vida espiritual é a vida do ser humano
por inteiro, levando em conta todas as suas relações interpessoais.
Jesus nasceu no período mais difícil da história judaica. Vale sempre à
pena ressaltar que, apenas três profetas profetizaram após o exílio babilônico,
e houve um período interbíblico de cerca de 400 anos, o que nos faz entender
a miséria espiritual que havia naqueles dias. Foram dias, em que os fariseus
tomavam as praças, e os saduceus iam para as esquinas. Cenas como estas,
nos remete à compreensão, de que eles mantinham um estilo de vida de total
aparência. Eles sempre buscavam preencher o próprio ego e seus interesses
pessoais Logo, eles esqueciam-se de viver conforme a palavra de Deus,
preferindo manter suas tradições e dogmas. Eles valorizavam muito mais o
visível, do que o invisível. Eram homens que valorizavam mais o templo, do
que o próprio Deus. Valorizavam muito mais as suas “doutrinas particulares”,
do que a própria palavra de Deus.
Jesus confrontando um desses grupos Jesus os exortou (Mc 7:9):
" E disse-lhes: Vocês estão sempre encontrando uma boa maneira de
pôr de lado os mandamentos de Deus, a fim de obedecerem às suas
tradições!".
Vale ressaltar que, a vida de Jesus era completamente diferente. Pois, a
multidão o reconhecia, os discípulos se prostravam diante dele. Ele tinha
comunhão com o Pai, e isto era visível não só no tipo de mensagem que ele
pregava, mas também no estilo de vida que ele demonstrava. Jesus, como
pregador, não massageava egos, e sua proposta nunca foi a de agradar a
multidão. Confrontava os religiosos, e sempre alertava sobre o perigo de viver
uma vida superficial, de aparência, e religiosidade.
A espiritualidade na região da Judeia era, sem dúvida nenhuma baseada
em ritos e tradições. Era algo sem desprovido de fervor, sem nenhum
entusiasmo, e, profundamente, carente de amor.
Jesus, sendo diferente de todos os demais, fez com que as atenções do
mundo se voltassem para ele. Gosto muito de considerar a ideia de um dos
maiores Mestres dessa nação, o Pastor Caio Fabio, que pregando dizia:
"enquanto Jesus pregou nos rincões a Judeia para os religiosos eram
bom pregador, mas quando adentrou nos portões de Jerusalém, temeram,
porque pregava e tinha muito mais autoridade do que qualquer outro religioso,
logo pensaram vai tomar o nosso lugar, precisamos matá-lo."
No final do Sermão da Montanha a multidão dizia, Esse não ensina
como os escribas, pois ensina com plena autoridade. Os discípulos vendo essa
autoridade e a comunhão com o Pai pediram que Ele os ensinasse a orar, pois
entenderam que o segredo de Jesus estava na comunhão que ele mantinha
com o pai.
Antes de entrar no segundo assunto em pauta, as características
culturais da igreja brasileira, eu preciso lembrar que o sucesso da Igreja
Primitiva foi que os seus discípulos se mantiveram fiéis naquilo que Jesus
havia lhes ensinado. Eu me lembro, que na primeira epístola de, no capítulo
um, verso cinco, João escreveu assim (1Jo1.5):
"essa é a mensagem que dele ouvimos também vos ensinamos"
Entre os discípulos sempre houve uma fidelidade muito grande à palavra
de Deus. Paulo disse no texto que costumeiramente lemos na Ceia primeiro
epístola de (1Co11. 23):
"O que eu recebi do Senhor eu também vos ensinei."
Os apóstolos não mudaram, nem adulteraram as escrituras. Eles se
mantiveram íntegros, vivendo segundo a sã doutrina.
A vida espiritual cristã contemporânea é praticada em todo o mundo,
abrangendo uma ampla diversidade geográfica, cultural e étnica. É vivenciada
em igrejas, mosteiros, comunidades religiosas, e em ambientes seculares. As
práticas espirituais são influenciadas pelo contexto cultural e geográfico de
cada comunidade cristã.
A espiritualidade na igreja cristã contemporânea tem suas origens no
judaísmo do primeiro século, mas foi moldada por influências culturais,
históricas e teológicas ao longo de muitos séculos. Também inclui elementos
do pensamento filosófico grego, práticas ascéticas do deserto, tradições
monásticas, bem como desenvolvimentos teológicos e litúrgicos. A
espiritualidade cristã contemporânea é resultado de uma trajetória complexa
que inclui a formação da igreja primitiva, os debates teológicos dos primeiros
concílios, a disseminação do cristianismo pelo Império Romano, a Reforma
Protestante, os movimentos espirituais modernos, e o diálogo inter-religioso.
As características culturais da espiritualidade da Igreja Cristã brasileira
contemporânea estão bem alinhadas a pelo menos duas vertentes
completamente diferentes. A primeira, diz respeito às tradições romanas, que
foram introduzidas e trazidas desde a época dos primeiros padres Jesuítas,
passando pelas cruzadas e até mesmo pela evangelização dos povos
indígenas.
É visível que ao passar do tempo a igreja Católica, no mundo inteiro, se
preocupou mais em ser Estado e estar ligada ao poder público, do que ser
igreja no contexto amplo. Assim, ela perdeu a voz profética, e vive fazendo as
alianças políticas e econômicas, que lhe são de interesse. Desse modo, o
sentimento genuíno de pregar o evangelho que leva ao arrependimento, e a
remissão de pecado foi deixado de lado.
O interesse de beatificar brasileiros, com a ideia de atrair seguidores,
deixaram a palavra de Deus de lado, como também suas obras. As inúmeras
distorções estão muito ligadas a falta de interesse da igreja em ensinar seus
fieis a verdadeira palavra de Deus, é muito comum encontramos pessoas
devotas e totalmente idolatras a imagens sem nenhum tipo de contato as
escrituras, o misticismo religioso, sacrifícios de pessoas que peregrinam e
fazem os mais distintos sacrilégios e penitencias; sem compreenderem que o
que Deus deseja é obediência e temor a sua santa palavra. Certa
oportunidade, conversando com uma freira, ela me dizia da vontade de
conhecer mais a bíblia, pois nunca ouvira falar sobre o arrebatamento.
Esse tipo de coisa só acontece dentro da igreja porque, sem dúvida, a
igreja está tão alinhada ao mundo e ao poder público, que esqueceu-se de
examinar as escrituras.
A Igreja Católica vive um tempo semelhante ao do povo de Israel
quando o livro foi perdido. Jesus disse que a sua casa seria conhecida como
casa de oração, e o que vemos hoje são igrejas, paróquias marcadas por
festas carnais que muitas vezes se mistura até com as práticas religiosas de
cultos típicos de matrizes africanas, esquecendo-se que é impossível a luz ter
qualquer tipo de comunhão com as trevas.
A segunda vertente Cristã é baseada no evangelho de linhagem
Pentecostal é o chamado movimento neopentecostal. Este movimento veio dos
Estados Unidos da América, tem seu nascituro posterior ao grande e genuíno
Avivamento da Rua Azuza. Esse movimento contemporâneo é o mais
crescente, e acredita-se que até 2050 será o maior grupo religioso do país.
Suas características são muito diferentes da católica, pois seus ensinos estão
mais baseados na palavra de Deus do que em dogmas culturais. Todavia, tanto
o Movimento Pentecostal quanto e o movimento neopentecostal têm cometido
graves erros.
A igreja tem perdido o fervor do Espírito, e falta oração. Em muitos cultos
não há mais o temor a Deus, muitos permanecem desligados, distantes,
alheios à verdadeira adoração.
O misticismo e o sincretismo religioso dentro das igrejas tem se
multiplicado das mais diversas formas. Alguns querem ressuscitar a cultura
judaica dentro dos templos, outros fazem campanhas absurdas e sem
fundamento bíblico em nome do aumento da arrecadação. Seus líderes usam
roupas e acessórios do judaísmo, e em muitas igrejas a figura da arca está
colocada como um altar de adoração nos púlpitos. Sem falar nos exageros que
alguns comentem, pois são muitas as igrejas que perderam a essência bíblica,
e que precisam voltar à Palavra de Deus.
A solução para esta situação deve partir da pregação de concerto e
arrependimento pela Palavra de Deus. Os cultos de ensino, e a escola bíblica
precisam voltar a ter a sua devida importância.
Ao observarmos a Bíblia, Deus nunca fechou a porta para aqueles que
se arrependem, se prostram e o buscam de todo coração. A única real saída
bíblica para a igreja brasileira é sim curvar-se a Deus, se arrepender, pedir
perdão e voltar ao verdadeiro caminho. Pois, em todas as vezes que Deus
repreendeu as igrejas da Ásia menor a porta do arrependimento sempre ficou
aberta. Que possamos entender que mesmo em meio ao caos espiritual que
vivemos a porta do arrependimento ainda está aberta para todo aquele que crê
em Jesus.
Costumamos dizer que enquanto há vida há esperança. Portanto, antes
que Deus arrebate a sua igreja, podemos escrever uma nova história de total
obediência e comprometimento com a poderosa Palavra de Deus.

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