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Este ebook é para você

Este ebook foi preparado com carinho pela Academia ABC² para você, edu-
cadora ou educador, que procura integrar sua fé à sua vocação e está sem-
pre aprofundando seus conhecimentos sobre a interação entre pedagogia
e cristianismo.

O que você lerá agora é um capítulo inédito de um livro que ainda será
lançado, pelo pedagogo e teólogo Igor Miguel. Nele, você encontrará as-
pectos relevantes sobre Pedagogia Cristã em seus fundamentos teóricos
e aplicações práticas.

Neste ebook, Igor apresenta a natureza, a abrangência e os envolvidos de


uma pedagogia que se considera cristã. Esperamos que contribua com a
sua atuação nos mais diversos contextos de educação.

É proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização, ou a devida indicação da fonte.


Veja abaixo como citar o conteúdo deste arquivo.

Como citar:
MIGUEL, Igor. Educação Cristã: natureza, abrangência e os envolvidos. Belo Horizonte, 2023.
Disponível em: https://www.cristaosnaciencia.org.br/ebook-educacao-crista/. Acesso em: data em que
acessou o arquivo.

Sobre o autor
Igor Miguel é casado com a Juliana, pai do João e da Teresa, cristão reformado,
teólogo, pedagogo e mestre em letras (língua hebraica) pela FFLCH/USP. Trabalhou
por 6 anos com crianças e adolescentes vulneráveis como educador e consultor
educacional em projetos sociais. Especialista em educação cognitiva, educação e
vulnerabilidade e educação em contextos de crise. Presidente da AKET (Associação
Kuyper de Estudos Transdisciplinares), diretor da ONG e-Missão e pastor na Igreja
Esperança em Belo Horizonte-MG. Autor do livro “A Escola do Messias” (Thomas
Nelson Brasil).

Ciência & Sapiência | Educação Cristã 2


Educação Cristã: natureza,
abrangência e os envolvidos
Igor Miguel

Uma pedagogia que se julgue cristã opera necessariamente a


partir de pressupostos teológicos e, por consequência, filosóficos que
façam jus à sua teologia. Uma pedagogia cristã deve constantemente
articular temas filosóficos e teológicos de modo a municiar as diferentes
demandas da prática formativa cristã. Além disso, é importante
considerar que o próprio cristianismo detém uma vasta e rica tradição
pedagógica com origem justamente da interface entre sua compreensão
tradicional e canônica sobre Deus e as reflexões filosóficas daí derivadas.

Não é objetivo deste ensaio tratar com detalhes a complexa e rica


história da educação cristã. Mas, há relativo consenso de que cristãos
(católicos e protestantes) foram os pioneiros na universalização e
popularização da educação formal1. Na reforma protestante isso
tornara-se claro desde o início do movimento. Onde quer que a Bíblia
fosse traduzida, sentia-se seu relevante impacto cultural, digno de
nota mesmo por historiadores2 e sociólogos3. Na Europa, onde quer
que a reforma entregasse uma tradução da Bíblia, crescia ali também
o interesse pelo letramento, por consequência, iniciativas educacionais
tinham início. Martinho Lutero, o renomado reformador alemão do
século XVI, já demonstrava preocupação pelo tema em seus escritos:

1. Jaynes, 2012; Luke 1989


2. Cambi, 1999.
Crianças devem ser instruídas e treinadas em escolas, e assim,
3. Weber, 2012.
4. Uma referência ao Quadrivium
professores e professoras capacitadas e bem treinadas estarão
que na educação clássica medieval
abrangia a aritmética, música, disponíveis a ensinar línguas, outras artes, e história, eles
geometria e astronomia. Para saber
mais sobre a educação clássica ver então poderão ouvir dos eventos e ditos de todo mundo, e como
Joseph, 2002.
5. Lutero em À Nobreza Cristã, 1520.
as coisas vão em várias cidades, reinos, com príncipes, homens
e mulheres... se eu tivesse filhos e pudesse educá-los, eu os faria
não apenas estudar línguas e história, mas também canto e
música junto com toda matemática4.5

3
Não é um incidente que os primeiros países a promoverem a alfabe-
tização universal foram a Escócia e as partes protestantes da Alemanha6.
Onde quer que a reforma protestante chegasse, um despertamento cultu-
ral também acontecia. O interesse das pessoas em conhecer a Deus, sem
intermediações sacerdotais, e o ensino protestante do “universal sacerdó-
cio dos santos”, ampliavam o interesse e as oportunidades educacionais.

A onda de transformação cultural inspirada no que é chamado de re-


torno ad fontes (retorno às fontes)7, fenômeno típico do período da reforma
e do renascimento, fez com que a arte da interpretação, o conhecimento
de lógica, gramática e retórica, bem como o estudo das línguas originais da
Bíblia, transformassem a comunidade cristã protestante, basicamente, em
uma comunidade de intérpretes. Há pouca menção disso nos livros de histó-
ria da educação escolar, mas não é acidente que o renascimento da interpre-
tação bíblica tenha acontecido concomitante à interpretação da natureza.

Filipe Melâncton (1497-1560), reformador e cooperador de Lutero,


apreciava a astronomia e a matemática. Reconhecia na regularidade dos
fenômenos astronômicos e naturais um sinal da graça e da providência
divinas. Johannes Kepler (1571-1630), considerado um dos pais da astrono-
mia moderna, procurou aproximar as Escrituras das pesquisas científicas
de sua época, respeitando a natureza literária e o contexto cultural da
mesma, justamente para se evitar a famigerada tensão entre fé e ciên-
cia. Robert Boyle (1627-1691) costumava tratar suas incursões científicas
como visitas de um “pastor” ao “templo da natureza”. Boyle considera-
va que as virtudes exigidas ao empreendimento científico são também
as virtudes de um cristão e que essa também era uma forma de glori-
ficar a Deus. Isaac Newton (1643-1727) insistia e se fascinava pelos mo-
vimentos físicos e cósmicos, e seu interesse pela astrofísica, em gran-
de medida, tinha inspiração e se baseava em uma curiosidade teológica.8

O cristão, em especial, aquele de origem reformada, por causa de

6 Lindberg, 2001, p. 438-439.


7 McGrath, 2007.
8 http://www.cristaosnaciencia.org.br/recursos/cristianismo-e-ciencia-uma-perspectiva-historica-parte-2/.

Ciência & Sapiência | Educação Cristã 4


sua cosmovisão que integrava criação e redenção, sabia que em algum sen-
tido, a salvação era sinalizada pela vocação dos homens9. Vocação signifi-
cava cumprir uma determinada tarefa na criação, tal chamado não estava
restrito ao ofício clerical ou ministerial. Entendia-se que todo cristão era
vocacionado para algum tipo de tarefa no mundo de Deus. O historiador
da ciência P.M. Rattansi observa que este princípio protestante-reformado:

[...] encorajava um estudo dedicado do “livro da natureza”


de Deus, como um tipo de complementariedade ao estu-
do do livro da Palavra de Deus. Eles impunham um tipo de
obrigação religiosa de modo que tal tipo de estudo servisse
a dois fins: a glorificação de Deus e o benefício do próximo.10

Destaco ainda que os estudos formais, principalmente na Europa e na


América do Norte, tiveram grande participação cristã protestante. A educa-
ção cristã em tais círculos não era só uma educação que ensinava valores
éticos ou a prática religiosa em sentido estrito. Além de imprimir valores
profundos e expor os pilares clássicos da fé, a educação de base confessio-
nal cristã, também se engajava na formação científica e vocacional de seus
educandos. A ênfase antropológica da teologia protestante sobre a bonda-
de da criação e a integralidade da natureza humana, que não contrapunha
matéria e espírito, contribuía para uma nova pedagogia cristã. A reforma
teológica, se desdobraria em um projeto de reforma social e, por fim, edu-
cacional com implicações históricas para além do próprio protestantismo:

09 Weber, 2012, p. 69.


10 Rattansi apud Pearcey, 1994. Pertencia aos jovens o futuro sucesso da igreja e da reforma
11 Luke, 1989, p. 84.
social; a necessidade de produzir cidadãos que fossem letra-
dos e familiarizados com a doutrina religiosa, pode ser me-
lhor alcançada pela escolarização em massa. E para garantir
a transmissão uniforme de um corpo igualmente uniforme
de conhecimento e valores, autoridades civis implementam
uma ampla rede de vigilância em forma de ordens escolares e
visitas para controle dos alunos, professores e escolas. A im-
plementação de leis de frequência compulsória a escolas, a
reorganização do currículo, instrução, treinamento de profes-
sores, classificação de estudantes de acordo com o ano escolar
e os resultados em exames, convergiram no estabelecimen-
to sistemático da (antiga) “moderna” escolarização pública.11

Ciência & Sapiência | Educação Cristã 5


O reconhecido interesse e envolvimento cristão com a educa-
ção, em geral, se deve, em primeiro lugar a sua natureza fundamen-
talmente discipuladora. Herdeira do monoteísmo hebraico, o cris-
tianismo relaciona-se com Deus, principalmente por meio de uma
revelação escrita, as Escrituras Sagradas. Por outro lado, a comunica-
ção de sua fé dá-se principalmente pelo anúncio e ensino das Escrituras.

Jesus era, ele mesmo, um rabi, isto é, um mestre da sabedoria12. Seu


envolvimento com o ensino evidencia-se por sua insistência em ensinar,
pregar e pelo amplo uso que faz da Bíblia Hebraica e de parábolas (um re-
curso da pedagogia rabínica e da tradição da sabedoria de Israel). O próprio
Jesus, após sua ressurreição, comissionou os discípulos a fazerem alu-
nos de todas as nações ensinando-os tudo que ele ensinava13. Em grande
medida, seu ensinamento correspondia a um estilo rabínico de ensinar14.

Os apóstolos manteram esta prática de ensino, e com as devidas adap-


tações culturais, os pais da igreja no período pré e pós-niceno (a partir do 2º
século) insistiram nessa antiga abordagem didática. Na idade média, a edu-
cação cristã continuou concentrada principalmente entre os vocacionados
ao sacerdócio ou à vida monástica. Somente a partir da reforma (séc. XVI),
é que se verá um esforço para ampliar a formação cristã, não apenas teoló-
gica ou catequética, mas abrangendo, também, as chamadas artes liberais.

Destaque deve ser dado ao renomado pedagogo e teólogo tcheco,


Jan Amos Komenský, conhecido como Comênio ou Comenius em portu-
guês. Como pastor da Igreja dos morávios no antigo Reino da Boêmia,
atualmente República Tcheca, ele se envolveu intensamente em uma re-
forma pedagógica. Inspirado no espírito luterano, que levou a Escritura do
clero ao povo comum, Comenius criou a pansofia, a filosofia educacional
que defendia que tudo deveria ser ensinado a todos. Ele argumentava em
favor de uma educação universal, inclusiva e didaticamente aprimorada.

12 Witheringtonn, 2000.
13 Mt 28.19
14 Young, 2007.

Ciência & Sapiência | Educação Cristã 6


Comenius foi responsável pela criação do primeiro manual moderno
de didática, a Didacta Magna. Nessa obra, ele orienta os professores a ado-
tarem práticas de ensino mais adaptáveis, lúdicas e ilustrativas, encorajan-
do os alunos a se aproximarem da educação formal de maneira prazerosa.
As marcas das ideias de Comenius sobre a pedagogia moderna ocidental
são inegáveis, no entanto, é importante destacar que, talvez, esse seja
um dos grandes legados do protestantismo à educação formal em geral.

O cristianismo é evidentemente herdeiro de uma longa tradição edu-


cacional, isto deve ser levado em conta quando se busca uma abordagem
cristã da educação. Há razões teológicas, históricas e culturais para que o
cristianismo apresente sua própria concepção do termo. Mas, afinal, sob um
ponto de vista cristão, o que é educar? O que é educação? De quem é a tarefa?

O que é educar?
Há um traço profundamente relacional na constituição e vocação do
ser humano. Por ter sido criado à imagem do Deus Trino, seu propósito e
florescimento dependem de uma ordem de relações corretas. Uma vez
que o ser humano nasce em um certo estado de dependência relacional
para ser o que deve ser, em termos da antropologia cristã, reconhece-se
três níveis de estruturas relacionais básicas onde o ser humano obtém
conhecimentos específicos para se desenvolver: religiosa (transcendente),
comunitária (social) e criacional (cultural e natural).

Se todo projeto formativo corresponde a certo horizonte antropoló-


gico, isto é, um certo modelo de ser humano, no caso do cristianismo, seu
objetivo é a correspondência à sua vocação de ser imagem de Deus como
revelada na manifestação em carne do Logos, o Messias. Educar é a coo-
peração relacional que visa o pleno florescimento e desenvolvimento do
ser humano à imagem de Deus em Jesus, o Cristo. Cooperação relacional
diz respeito a um tipo de interação e troca em que uma pessoa (o apren-
diz) é enriquecida por meio de uma relação de aprendizagem, isto é, ela
recebe algo que a afeta positivamente, desenvolvendo-a, fazendo com que
se aproxime de seu propósito (telos) antropológico.
Ciência & Sapiência | Educação Cristã 7
Quem educa?
A educação cristã tem Deus como ponto de partida, porém, Deus
providenciou diversos contextos relacionais e socioculturais onde seres
humanos seriam educados e formados para se tornarem o que devem ser.
Não há dúvida que há contextos que deformam, isto é, oferecem uma con-
tra-formação. Pode haver contextos e dinâmicas “educacionais” que sejam
deformativos e desumanizadores. Mas, ainda assim, há atores sociais, ins-
tituições e contextos educacionais que foram graciosamente providencia-
dos por Deus para que seres humanos se tornem mais humanos em seu
sentido bíblico.

A Família
A primeira comunidade, na verdade, a célula máter, da vida em so-
ciedade, e por isso, o primeiro contexto formativo é a família. A família
precede as grandes cidades, impérios e o estado moderno. Ela não deve a
nenhuma outra instituição sua origem. Na verdade, Deus é a origem desta
comunidade, por ser ele mesmo comunitário (trinitário) desde a eternida-
de. Por isso, pode-se dizer que a família divina (Pai, Filho e Espírito Santo)
criou a família humana.

Por isso, nenhum outro contexto educacional deve se sobrepor à vo-


cação natural da família em educar. Qualquer outra instituição educacional
deve sempre considerar, colaborar e reconhecer a família como indispen-
sável ao florescimento humano. Nas palavras de Herman Dooyeweerd:

15 Dooyeweerd, 1984, p. 286.


A esfera íntima da família é a única comunidade natural ca-
paz de oferecer a formação cultural básica e inicial à dis-
posição e ao caráter da criança. Tanto o fundamento bió-
tico como sua qualificação tipicamente moral, como um
vínculo de amor entre os pais e os filhos, proveem o po-
der formativo da educação familiar com um caráter ínti-
mo não encontrado em qualquer outra esfera comunal.15

Ciência & Sapiência | Educação Cristã 8


A família, em um sentido primitivo, possui uma base biológica, uma
vez que é o contexto mais adequado para a reprodução e sobrevivência or-
gânicas. Sua existência, desde tempos imemoriais, é o testemunho de sua
resiliência histórica. A família é uma instituição testada pelo tempo. Apesar
da família ser uma instituição com fundamento biológico, ela o transcende,
quando inicia e prepara seus membros para a vida comunal, cultural, moral
e espiritual. Ela é uma comunidade educacional muito anterior a espaços
de educação formal como a escola.

Para o cristianismo, há razões teológicas para a prioridade da família


na educação. Deus criou a família e as condições para sua existência tam-
bém com um propósito formativo. Ela se apresenta como uma instituição
diretamente providenciada pela graça de Deus para a formação e o flores-
cimento humanos. De acordo com o filósofo Filipe Fontes:

Para a educação cristã, a família não é, apenas uma instituição


importante, mas fundamental, no sentido radical da palavra…
Considerar a centralidade pedagógica da família não é seguir
um imperativo caprichoso. Os imperativos divinos jamais são
dessa natureza; eles são sempre a expressão da vontade do Deus
criador, e revelação da ordem criacional… Deus não responsa-
bilizou a família pela educação por acaso. Ele o fez, porque a fa-
mília é a instituição educacional por excelência; aquela que pos-
sui as melhores condições para o cumprimento dessa tarefa.16

Quais condições? O autor destaca: A forte influência da família sobre


seus membros; o forte peso na formação afetiva; a natureza informal e or-
gânica da aprendizagem17. De fato, é quase impossível tratar da educação
em outros contextos sociais, para além da família, e não relacionarmos o
aprendiz e o próprio processo de aprendizagem influenciado, e em grande
medida, determinado pelo contexto familiar.

A referência bíblica que oferece instruções muito claras sobre a cen-


tralidade da família na educação encontra-se no famoso texto bíblico co-
nhecido como Shemá18:
16 Fontes, 2018, p. 62.
17 Fontes, 2018, p. 62-64.
18 Shemá é o verbo “ouvir” em língua hebraico no imperativo. Uma referência à primeira palavra de Deuteronômio 6:4: “Escute, Israel, o Senhor…”.

Ciência & Sapiência | Educação Cristã 9


— Escute, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Por-
tanto, ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda
a sua alma e com toda a sua força. Estas palavras que hoje lhe
ordeno estarão no seu coração. Você as inculcará a seus filhos, e
delas falará quando estiver sentado em sua casa, andando pelo
caminho, ao deitar-se e ao levantar-se. Também deve amarrá-las
como sinal na sua mão, e elas lhe serão por frontal entre os olhos.
E você as escreverá nos umbrais de sua casa e nas suas portas19.

Esse trecho bíblico tem alta importância para a pedagogia de Israel,


e sem dúvida, para a Igreja Cristã. Basicamente, ele aponta para a nature-
za pedagógica de um povo liberto de um contexto de escravidão, e agora,
prestes a entrar em um território onde deve viver plenamente uma cultura
centrada na autorrevelação de Deus. O Shemá começa com uma afirma-
ção teológica a respeito da unidade de Deus, logo depois, apresenta a res-
posta integral do israelita a este fato revelado: amar a Deus inteiramente
(coração, alma e forças). Entretanto, o que se percebe é que formar uma
comunidade que adora e ama a Deus integralmente, exige um programa
de formação transgeracional do povo da aliança. A prioridade é a imple-
mentação de rotinas formativas no ambiente familiar em que a “palavra”
deveria ser “inculcada”, isto é, incorporada pelos membros da família e a
seus descendentes.

Na cultura moderna, há uma tendência das famílias entregarem de


forma acrítica a tarefa educacional a instituições ou especialistas fora do
contexto familiar. Há um imaginário que tende a tratar a escola como uma
instituição natural e inevitável. Em sociedades de alta complexidade, a es-
cola tem valor inestimável, como a própria história protestante reconhe-
ceu, contudo, sua finalidade institucional só terá sentido na medida em
que ela se vê como cooperadora da família e não sua substituta:

19 Dt 6.4-9.
Não há dúvida de que a psicologia moderna e a pedagogia
em um grau considerável podem ajudar os pais no cum-
primento de suas tarefas quando encontram dificuldades
particulares devido a um conhecimento insuficiente das
condições físicas e mentais da criança. Mas seria uma peri-
gosa superestimação da ciência se alguém supõe que a tarefa

Ciência & Sapiência | Educação Cristã 10


educacional formativa dos pais se tornaria melhor se ela fos-
se confiada a um psicólogo ou pedagogo habilidosos. O caráter
integral da educação na esfera familiar é insubstituível e em
muitos aspectos decisivo para toda vida futura da criança.20

A abordagem profissional é de altíssima estima quando coopera com


a família em sua tarefa, porém, a formação decisiva, inclusive para que a
criança tire melhor proveito do ensino formal, é aquela que acontece no
ambiente familiar. A prioridade e responsabilidade educacional da família
continua insubstituível e irrevogável. Na verdade, a educação recebida em
outras instâncias ou por especialistas deve sempre ser vista como com-
plementar àquela que acontece no lar.

Uma vez que tenha ficado claro o papel prioritário da família na edu-
cação, enquanto tarefa cooperativa e relacional com fins de promover o
florescimento da pessoa humana à imagem de Deus, agora, pode-se tratar
de outros contextos formativos: a escola e a igreja.

A Escola
Desde a antiguidade, em menor ou maior complexidade, sempre exis-
tiram comunidades ou agrupamentos sociais organizados com o fim de
oferecer algum tipo de educação formal complementar ao que a família
oferece. Escolas de ofícios, educação voltada a membros de elites polí-
ticas, sempre existiram. A figura de um mestre ou líder comunitário que
transmitia certas práticas e crenças comunitárias às novas gerações é um
fenômeno presente em diversas etnias e comunidades indígenas. No caso,
no próprio contexto da história do povo de Deus e de Israel, percebe-se a
organização de escolas e tradições educacionais, que em cooperação com
a família, forneciam e transmitiam os conhecimentos morais, tradicionais,
culturais e religiosos21.

Depois de diversas mudanças sociais e culturais nos últimos cinco sé-


culos, as sociedades ocidentais se transformariam naquilo que Dooyewe-

20 Dooyeweerd, 1984, p. 287.


21 Crenshaw, 1998.

Ciência & Sapiência | Educação Cristã 11


erd identificaria como sociedades diferenciadas. Uma referência ao fato
de que, somente no ocidente, encontraram-se as condições ideais para o
surgimento e a distinção de diferentes esferas sociais. Em outras palavras,
em sociedades diferenciadas é possível perceber campos que tratam de
bens morais, culturais ou sociais bem específicos, e eles são mais clara-
mente percebidos pelas instituições a eles ligados. Percebe-se nítida di-
ferença entre a esfera econômica, jurídica, artísticas e educacional, justa-
mente, por suas diferentes finalidades e bens que produzem. Além disso,
cada uma delas possui instituições que servem a seus fins, por exemplo, o
banco, o tribunal, o teatro e a escola.

A escola, em sentido moderno, é uma instituição cuja finalidade é


formativa, ou seja, ela tem como tarefa básica cooperar para a formação
humana, acadêmica e sociocultural de seus alunos. Porém, a escola só as-
sume esse sentido no início da modernidade. Ela é uma invenção, no en-
tanto, necessária em sociedades diferenciadas. Neste caso, a escola servi-
ria para introduzir os membros de uma dada comunidade a uma sociedade
mais complexa, com exigências culturais muito específicas, o que muitas
vezes, não está ao alcance das famílias. Neste sentido, a escola ofereceria
educação complementar e formal, em comparação, àquela comumente
oferecida pela família. Lutero, no século XVI, orienta os protestantes da
Alemanha:
Crianças devem ser instruídas e treinadas em escolas, e as-
sim, professores e professoras capacitadas e bem treinadas
estarão disponíveis a ensinar línguas, outras artes, e his-
tória, eles então poderão ouvir dos eventos e ditos de todo
mundo, e como as coisas vão em várias cidades, reinos, com
príncipes, homens e mulheres se eu tivesse filhos e pudesse
educá-los, eu os faria não apenas estudar línguas e história,
mas também canto e música junto com toda matemática.22

Observe como Lutero reconhecia a necessidade da escola enquan-


to contexto formativo onde há concentração de professores especialistas
em determinadas temáticas, que por isso, se encontram em condições

22 Lutero, 2000, p. 277-340.

Ciência & Sapiência | Educação Cristã 12


de oferecer uma formação para um mundo complexo. Parece que a reco-
mendação luterana encontra consonância com o fato de que a sociedade
ocidental já apresentava sinais de complexidade, e que agora, exigia habi-
lidades e conhecimento específicos para além do escopo de conhecimen-
to das famílias. A escola, no contexto protestante, surge como instituição
educacional complementar, e nunca substitutiva, à tarefa educacional da
família:
Se os pais são carentes ou incapazes de cumprir sua tare-
fa educacional particular, de acordo com o princípio estru-
tural da família, é necessária provisão para suprir esta ne-
cessidade. Esta provisão deveria, tanto quanto possível, se
aproximar da educação familiar. A formação cultural geral
fornecida pelo ensino básico, médio e outros tipos de escolas
nas fases tardias do desenvolvimento da criança é de natureza
um tanto diferente daquela encontrada na educação familiar23.

Dooyeweerd enfatiza a necessidade de uma aproximação entre a es-


cola e a família. O sentido é que ela deve oferecer uma educação que não
conflite com os valores e prioridades do contexto familiar. Claro que há
complexidades aqui, uma vez que vivemos em uma sociedade plural, a
customização da escola ao perfil de todas as famílias é quase impossível,
daí a necessidade da criação de escolas confessionais cristãs, isto é, de
instituições formativas complementares à família que integrem conteúdos
culturais com uma visão cristã de mundo24.

A criação e a oferta de educação confessional devem ser sempre


encorajadas entre cristãos. Principalmente em sociedades plurais. Não há
dúvida de que a escola pública ou privada não-cristã serão eventualmente
pautadas por valores nem sempre alinhados com o tipo de formação hu-
mana de interesse da fé cristã. Ainda há particularidades e ênfases forma-
tivas que correspondem a certas particularidades confessionais dentre as
diferentes comunidades cristãs, isto é, há significativas diferenças entre
uma educação cristã reformada, pentecostal, batista, católica ou adven-

23 Dooyeweerd, 1984, p. 288.


24 A exceção, naturalmente, seria nas casas educadoras, isto é, aquelas famílias que se encontram em condições de oferecer educação formal e
confessional a seus filhos no ambiente domiciliar (homeschooling).

Ciência & Sapiência | Educação Cristã 13


tista, por exemplo. Ainda assim, uma sociedade que se quer plural, deveria
encorajar tal diversidade e encará-las como riquezas de interesse públi-
co25.

O conhecido teólogo e estadista, Abraham Kuyper, durante sua vida


política como membro do parlamento holandês, e depois, enquanto pri-
meiro-ministro, lutou bravamente para que a Holanda tivesse uma edu-
cação que fosse realmente plural, isto é, que criasse meios para que a
educação fosse livre e plural, e ainda, mantivesse a escola pública. Em um
discurso político, Kuyper observa:

Nada era mais grave do que quando o estado em nossa terra, por
muito tempo, afirmava o direito de estabelecer a escola para to-
das as crianças, e assim, forçava os pais a enviar seus filhos a
uma escola cujo espírito e direção iam contra o espírito de suas
famílias e estavam em aberta oposição com suas convicções.26

Hoje, a Holanda desfruta de um sistema educacional complexo, mas


que valoriza a escolha e a consciência das famílias, principalmente as mais
pobres27. Porém, independente do estímulo público a um pluralismo que
faça jus ao nome, espera-se que a igreja cristã, se organize e receba inves-
timento de seus membros na organização de escolas confessionais.

Escolas confessionais oferecem ampla liberdade para a elaboração


de um projeto pedagógico e um desenho curricular que corresponda a sua
filosofia educacional. A educação confessional cristã não pode se reduzir
apenas à formação moral ou momentos devocionais, ela deve oferecer um
modo cristão na abordagem da cultura, ciência, lógica, linguagem, literatu-
ra e artes. Em um discurso ao parlamento, em 7 de dezembro de 1874, in-
titulado “Ideias para um Sistema Educacional Nacional”, Kuyper observara:

25 Pessoalmente, acredito que um sistema de bolsas públicas encorajaria o acesso da população mais carente, que tenha interesse que seus filhos
estejam matriculados em uma escola confessional. Uma política pública neste sentido, encorajaria o pluralismo educacional e cultural aqui tratado,
ao invés de colocar como única opção a educação pública, que não consegue apreciar as complexidades culturais e as sensibilidades religiosas de
toda população brasileira. O estadista e polímata reformado Abraham Kuyper (2019) envolveu-se diretamente nos debates em políticas públicas em
educação que resultaram em um sistema similar na atual Holanda.
26 Citado em Kuyper, 2019, p. xix
27 https://g1.globo.com/educacao/noticia/pais-sao-livres-para-escolher-linha-da-escolas-na-holanda-e-escolas-tem-autonomia-para-aplicar-
curriculo.ghtml.

Ciência & Sapiência | Educação Cristã 14


A educação lida com as mais complicadas e intrincadas ques-
tões, ela se envolve com uma diversidade de assuntos, incluin-
do aqueles mais profundos que envolvem a busca humana por
conhecimento – assuntos da antropologia e psicologia, religião
e sociologia, pedagogia e moralidade, em suma, assuntos que
perpassam todos os campos da vida social. Agora, parece para
mim, que tal elemento da vida cultural tem o direito, com todo
respeito, a uma organização absolutamente independente.28

O que o estadista observa é que a escola lida com questões muito


sensíveis que afetam a totalidade da vida humana. Não há dúvida de que
em tais áreas, há muitos pontos de conflito com a fé cristã em suas di-
ferentes tradições, que por sua vez, têm, cada uma delas, uma maneira
peculiar abordá-las. Neste caso, a saída seria a criação de instituições de
ensino independentes, escolas confessionais livres, com autonomia para
desenharem seu projeto educacional conforme sua visão de mundo, sua
antropologia, cosmologia, visão de cultura e ciência.

A educação confessional, seja na escola ou no ensino domiciliar, ofe-


rece um contexto de formação cristã que tem como ponto de partida sua
teologia e filosofia, e deste lugar, oferece uma apreciação cristã das di-
ferentes disciplinas. Tal tarefa tem sua complexidade e exige uma visão
cristã da ciência, da cultura e da racionalidade, uma conversa para outro
momento.

A Igreja
Quando se pensa em educação cristã, deve-se considerar que este
termo é abrangente, ele se refere a tudo que envolve a formação do ser
humano sob uma perspectiva cristã. Em sentido amplo, a educação cris-
tã reconhece que tal tarefa envolve múltiplos atores e diversos contextos
formativos. A ordem cristã é que a família possui primazia na responsa-
bilidade educacional. A escola, enquanto uma associação de famílias, co-
labora de maneira suplementar, principalmente nas disciplinas formais. A
igreja, por sua vez, aparece como um terceiro contexto formativo, apesar

28 Citado em Kuyper, 2019, p. xxii.

Ciência & Sapiência | Educação Cristã 15


de possuir campos de atuação e cooperação comuns à família e à escola
confessional, ela possui uma tarefa educacional com finalidades bem par-
ticulares.

A atividade educacional da igreja local é basicamente evangelizado-


ra, discipuladora e adoradora. A evangelização implica no anúncio público,
mas também, na formação contínua de seus membros no Evangelho29.
O Evangelho exige do ouvinte fé, isto é, contínua e inteira confiança na
pessoa e obra de Jesus Cristo. A fé une o cristão a Cristo, e deste lugar, o
Espírito Santo transforma o cristão à imagem de Deus em Jesus continu-
amente. A evangelização é uma tarefa individual de cada cristão e, na
igreja, ele é convidado a apreciar e revisitar o Evangelho. O Evangelho é o
combustível, a força motriz, que move o cristão a uma vida de obediência
e boas obras.

O discipulado é a dimensão da educação cristã que acontece na igreja


local com a finalidade de prover formação cristã inicial, ampla e contínua.
Sua finalidade é promover a santificação, a educação bíblica, o exercício
dos ministérios, a educação vocacional e missional. O discipulado em sen-
tido amplo, conecta-se também com a centralidade do púlpito no culto,
isto é, com a pregação, incluindo, o aconselhamento pastoral30. O discipu-
lado cristão inclui a formação bíblica e a catequização, isto é, a formação
cristã em seus fundamentos e em suas confissões básicas.

A adoração é a face litúrgica da comunidade cristã. Liturgia aqui en-


tendida como o culto público. A estrutura da adoração comunitária da
igreja local forma afeições, disposições e a imaginação de seus membros31.
Neste caso, a igreja torna-se um tipo de incubadora de virtudes32, isto é, o
lugar onde afeições educadas pela graça, despertam o coração para novos
hábitos, e finalmente, o cristão é equipado com novas disposições morais.
Deus proveu a igreja local com meios de graça ordinários para que o cris-
tão seja conformado e transformado à imagem de Cristo:

29 O Evangelho não deve ser confundido com nada que fazemos, o evangelho, por ser uma boa notícia, é a proclamação de que Deus fez algo por
meio da pessoa e obra de Jesus Cristo. Toda ação cristã deve sempre ser vista como resposta à realidade comunicada no Evangelho, mas nunca ser
confundida com ela.
30 Sou favorável a noção de que o aconselhamento é a pregação individualizada. O gabinete pastora é extensão do púlpito.
31 Smith, 2017, 2018.
32 Smith, 2020.

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Tal cristologia impulsionou a formação de uma comunida-
de formativa, a Igreja, que, em sua dinâmica comunitária e
em suas práticas litúrgicas e catequéticas, promove a forma-
ção de uma vida virtuosa. Diferente do legalismo, que afirma
os termos da lei de fora para dentro, a teopedagogia da Igreja
cristã reconhece a ação do Espírito Santo em regenerar o co-
ração. O mesmo Espírito opera pelos meios de graça adminis-
trados pela Igreja para que o cristão internalize a lei de Deus
e seja conformado a Cristo (Sabedoria Encarnada). Nesse
sentido, a Igreja cristã é uma comunidade epistêmica e sa-
piencial, o lugar no qual as pessoas são formadas em con-
formidade com a Sabedoria divina, que é o próprio Cristo.33

Considerações Finais
A tarefa educacional é abrangente, não é exclusividade de um único
contexto formativo. Inclusive, ela acontece em outras instituições para
além da família, escola e igreja. Há muitas agremiações humanas, muitos
espaços de convívio social que educam, formal ou informalmente, pesso-
as. O time de futebol, o grupo de escoteiro, o projeto social, a escola de
balé, uma equipe de xadrez, agremiações hobistas, o movimento político,
cursos de idiomas e cursos livres também educam. Mas, aqui, abordamos
os principais contextos institucionais que possuem grande peso no desen-
volvimento espiritual, moral, intelectual, moral e social do ser humano.

Esses contextos não precisam ser vistos como esferas estanques,


isoladas umas das outras, mas relacionadas de maneira orgânica. Há mui-
tos campos de intercessão entre eles, mas, pode-se ir além, deve-se bus-
car cooperação institucional entre famílias, escola e igreja na promoção de
uma educação cristã. Igrejas podem cooperar com as famílias, orientando
a educação e criação de filhos conforme a fé cristã. Da mesma forma, es-
colas devem procurar cooperação e diálogo contínuo e transparente com
as famílias associadas. A escola confessional pode procurar na igreja apoio
para estruturar uma capelania e desenvolver uma orientação teológica para
suas práticas formativas.

33 Miguel, 2021, p. 195.

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Uma ressalva importante é que todos esses contextos e instituições
podem cooperar, sem sobreposição e ingerência na soberania alheia. A es-
cola opera pela lógica pedagógica, isto é, sua finalidade é prioritariamente
a educação em sentido cognitivo, cultural e científico. A família não pode
intervir em campos de competência pedagógica34, mas pode fazê-lo quan-
do o compromisso formativo da instituição não está sendo garantido. A
família deve respeitar a autonomia e a integridade da escola em sua fina-
lidade institucional, bem como, os profissionais que ali atuam. Da mesma
forma, há um limite para a intromissão da igreja e da escola na esfera da
família. A família tem sua autonomia institucional determinada pelos de-
cretos divinos, assim como a escola e a igreja. Sei que há muitas escolas
confessionais que são ligadas a denominações cristãs, mas, mesmo assim,
elas não podem ser tratadas como igrejas, mas como escolas, administra-
das por pedagogos e profissionais da educação. A igreja também não pode
ser governada por uma lógica doméstica, o presbítero não pode exercer
seu ministério de maneira paternalista, mas pastoral.

Claro que há traços na figura paternal que remetem à figura do mestre


e do cuidado pastoral. Também há no pastoreio algum grau de professora-
do e maestria. O professor é alguém que “professa”, no caso do professor
cristão, em grande medida seu trabalho também é de um discipulador.
Porém, há diferenças e especificidades importantes nesses papéis sociais,
assim também, como há entre as três instituições. A proximidade e coo-
peração orgânica interinstitucional não é apenas inevitável, ela deve ser
encorajada de maneira deliberada.

Por fim, a educação cristã é uma tarefa ampla, que envolve diversos
contextos e atores. O importante é afirmar a cooperação de todos para
que a tarefa seja oportunizada. Afirmar que a finalidade da educação cristã
é o florescimento humano significa que temos como tarefa comunitária,
sob a graça de Deus, criar as melhores condições possíveis para que os
membros da comunidade cristã sejam enviados ao mundo como reflexos

34 Talvez com a exceção de pais pedagogicamente treinados ou formados em áreas afins.

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de Cristo. Na medida que conhecem a Deus na família, escola e igreja, que
eles possam refleti-lo em serviço, compaixão e evangelização pelo mundo
até que Ele volte.

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