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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 4
1. INTRODUÇÃO AO ACONSELHAMENTO CRISTÃO .............................................. 5
1.1. O Aconselhamento ao longo da história ........................................................ 5
1.2. O Aconselhamento no Antigo Testamento..................................................... 6
1.3. A condição humana diante de Deus ............................................................... 8
1.3.1. O ser humano está separado de Deus. .................................................... 9
1.3.2. Deparamo-nos com o problema social................................................... 10
1.3.3. Precisamos enfrentar as consequências de erros de terceiros. .......... 12
2. ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ACONSELHAMENTO ......................................... 14
2.1. Jesus Cristo e o Aconselhamento ................................................................ 14
2.2. O Espírito Santo e o Aconselhamento .......................................................... 16
2.3. O Conselheiro ................................................................................................. 19
2.4. O Aconselhado ............................................................................................... 22
3. PRINCIPAIS MÉTODOS DE ACONSELHAMENTO CRISTÃO.............................. 25
3.1. O método Noutético ....................................................................................... 25
3.1.1. Informações gerais .................................................................................. 25
3.1.2. Três fatores básicos da confrontação Noutética e informações
complementares. ............................................................................................... 27
3.2. O Método Hokmático...................................................................................... 31
3.3. Outros métodos.............................................................................................. 35
4. A CAPELANIA CRISTÃ ......................................................................................... 39
4.1. O que é capelania ........................................................................................... 39
4.2. História da capelania...................................................................................... 39
4.3. O serviço de capelania na atualidade ........................................................... 42
4.4. Requisitos da capelania ................................................................................. 43
4.5. Alguns tipos de capelania e suas peculiaridades ........................................ 45
4.5.1. Capelania Militar ...................................................................................... 45
4.5.2. Capelania Hospitalar................................................................................ 47
4.5.3. Capelania Prisional .................................................................................. 49
4.5.4. Capelania Escolar .................................................................................... 50
4.6. Princípios éticos da capelania....................................................................... 52
CONCLUSÃO............................................................................................................. 54
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 55
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APRESENTAÇÃO
Existe um ditado popular que diz: “Se conselho fosse bom, não se
dava, vendia-se”.
Logo se percebe claramente que, existe um grande contraste entre os
ensinamentos Seculares e os ensinamentos da Palavra de Deus. Temos sim,
dois pontos de vista opostos ente si.
O Ministério de Aconselhamento sempre teve papel importante na
vida de cada Ser Humano. Quem nunca precisou de uma Orientação? Quem
nunca foi colocado pela vida numa circunstância em que precisou orientar
alguém?
A questão é: Existe espaço na vida do crente para a necessidade de
um Acompanhamento Profissional? Ou a questão se resolve dentro do
contexto Eclesiástico?
Existem aqueles que excluem por completo a possibilidade de um
Acompanhamento Profissional, enquanto outros vivem na Dependência de tais
Tratamentos. Difícil nos é, como Estudantes de Teologia, marginalizar, seja
qual for a Ciência, já que são ferramentas que contribuem para um
aconselhamento eficaz.
Por sua vez, uma das frentes de atuação do conselheiro cristão é a
capelania. Veremos nesse módulo conceitos gerais, um pouco de história, as
áreas ou instituições que se pode atuar, bem como seus princípios éticos.
Então, o que precisamos é: não sermos tão Simplistas e sermos
Humildades, aprendendo com esses conhecimentos, fazendo uso de Maneira
Equilibrada de suas Técnicas, sempre passando tudo pelo Crivo das
Sagradas Escrituras, pois só ela é a Inerrante e Suficiente Palavra de
Deus.
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b) Surdo para com Deus: “47 Quem é de Deus ouve as palavras de Deus;
por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus” – Jo 8:47.
c) Morto Espiritualmente: “1 Ele vos deu vida, estando vós mortos nos
vossos delitos e pecados” – Ef 2:1.
Este é o Perfil de cada Ser Humano, triste, não? Leia o que o apóstolo
Paulo escreveu em sua epístola aos romanos capítulo 3, versos 10 a 18 e 23.
Contudo, existe sim uma oportunidade para...
Reconduzi-lo a Vida
“18 Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens
para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre
todos os homens para a justificação que dá vida. 19 Porque, como, pela
desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim
também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos” – Rm
5:18-19.
a) Encontrar a Si Próprio.
Ele precisa descobrir Quem É? De Onde Veio? Para Onde Vai? Qual a
Sua Função Aqui na Terra? O Salmo 139 apresenta-nos Material Interessante
neste início de Jornada do Autoconhecimento.
O Ser Humano foi criado para viver em sociedade, ele foi criado à
Imagem e Semelhança de Deus, e o próprio Deus é uma tri-unidade.
Reconhecemos que existem diferentes Temperamentos, diferentes
Personalidades (algumas doentias), mas cada um de nós possui a
necessidade de relacionar-se, caso deseje ser felizes, ser bem sucedido na
vida.
- Reconheça que o outro é o outro e não você – Não queira que o outro seja
uma cópia sua. Pare de ser dominador, você não é o Centro do Mundo – At
9:26-27. Veja o verso 29 e 30. A oposição continuou Barnabé não bateu de
frente com os apóstolos, Esperou o Tempo de Deus.
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“18 E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a
glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria
imagem, como pelo Senhor, o Espírito” – 2 Co 3:18.
O Espírito Santo é a fonte de todas as genuínas mudanças, na
Personalidade, envolvendo o Novo Nascimento e o início da Santificação.
“1 Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi
Jesus Cristo exposto como crucificado? 2 Quero apenas saber isto de vós:
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recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? 3 Sois assim
insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos
aperfeiçoando na carne?” – Gl 3:1-3.
• Ele é soberano.
O Espírito Santo é uma pessoa, não mera Força ou Lei. É ele quem
escolhe: tempo, Meios e ocasiões para agir.
Isto significa que o Espírito Santo age: Quando, Onde e Como quer. O
Espírito Santo é Deus conosco. Tanto os Conselheiros como os Aconselhados
precisam ter esta consciência e respeitar a Soberania Dele.
A Verdade da Soberania do Espírito Santo, não devem levar o
Conselheiro a desprezar sua Habilidade, decorrente da Vocação Divina, dos
Dons Espirituais exercidos e da Direção do Espírito, muito pelo contrário, ele
precisa ser Zeloso ao extremo no conduzir o Aconselhado.
2.3. O Conselheiro
2.4. O Aconselhado
Aqui nos deparamos com a pessoa com quem vamos trabalhar – O Ser
Humano. Ao analisarmos o Ser Humano, nos deparamos com uma gama de
conhecimento, quase inesgotáveis, quanto ao rumo que podemos tomar.
“... aptos para vos admoestardes uns aos outros”, ou “... aptos para os
confrontar uns aos outros nouteticamente”.
• É tarefa do ministro.
“22 Era, porém, Eli já muito velho e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo
o Israel e de como se deitavam com as mulheres que serviam à porta da tenda
da congregação. 23 E disse-lhes: Por que fazeis tais coisas? Pois de todo
este povo ouço constantemente falar do vosso mau procedimento. 24 Não,
filhos meus, porque não é boa fama esta que ouço; estais fazendo transgredir o
povo do SENHOR. 25 Pecando o homem contra o próximo, Deus lhe será o
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da palavra da seguinte maneira: “14 Não vos escrevo estas coisas para vos
envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar como a filhos meus amados”
– 1 Co 4:14.
Mesmo nas mais graves circunstâncias, o cristão desgovernado, deve
ser Confrontado Nouteticamente como irmão: “15 Todavia, não o considereis
por inimigo, mas adverti-o como irmão” – 2 Ts 3:15. A meta deve ser de
enfrentar diretamente os obstáculos e vencê-los verbalmente, não com o fim de
puni-lo, mas, sim, ajudá-lo.
Diz jay E. Adams: “Sua ideia fundamental está na seriedade bem
intencionada com que se trata de influenciar a mente e a disposição de
outrem mediante advertência, admoestação, exortação com vistas a seu
reajustamento conforme as circunstâncias”. (ADAMS, 1977, p. 63).
Exemplos:
• Primeiro: O CORAÇÃO.
• Segundo: OS CAMINHOS.
• Terceiro: AS CONSEQUÊNCIAS.
São os resultados das ações, (influenciadas pelo coração).
Os frutos colhidos. Trata-se do que o Aconselhado está colhendo, como fruto
de suas decisões. O que está acontecendo de maneira mensurável em sua
vida.
O Conselheiro em Cooperação com o Aconselhado visa avaliar
Consequências, Caminhos e Coração.
Ambos fazem uma Análise Honesta dos resultados de vida e sua direta
relação com o Padrão de Comportamento decorrente dos pensamentos e
decisões provenientes do coração.
• Duas advertências:
• As terapias diretivas.
A fim de ajudar as pessoas com seus problemas, Ellis acredita que não
devemos perder tempo com os Sentimentos e as Ações. Pelo contrário,
devemos focalizar nossa atenção no pensamento; devemos ensinar as
pessoas a controlar seu destino por meio de aprender a pensar mais
racionalmente.
Diferente da maioria das outras abordagens ao aconselhamento
encoraja os conselheiros a dirigir a maior parte da conversação, a desafiar
diretamente as ideias que o aconselhando tem acerca de si mesmo ou do seu
mundo, e, se necessário, argumentar, ridicularizar, ordenar, ou até xingar o
aconselhando a fim de alterar seu modo de pensar.
Muito mais suaves, mas não menos diretivas, são as Terapias
Psicanalíticas. Aqui, focaliza-se o inconsciente. Supõe-se que os problemas
frequentemente surgem por causa da influência de Forças Interiores que o
aconselhando nem reconhece nem entende. O trabalho do conselheiro é
escutar enquanto o aconselhando fala livremente ou descreve seus sonhos.
Finalmente o conselheiro começa a ver as causas inconscientes do
comportamento de aconselhando, e estas informações são repartidas de
modo cuidadosamente planejado.
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• As terapias permissivas.
• As terapias de interação.
DIRETIVA
INTERAÇÃO
CONSELHEIRO ACONSELHADO
PERMISSIVA
4. A CAPELANIA CRISTÃ
suas relíquias ou imagens sagradas, buscando com isso a bênção dos deuses
para a vitória. A própria Bíblia ilustra isso no caso em que levaram a Arca da
Aliança para o cerco de Jericó (Js 6.1-5) e, séculos depois, para a fatídica
peleja contra os filisteus nos dias do sacerdote Eli (1 Sm 4.3-5).
Por outro lado, cappellanus foi o nome que passou a ser dado ao
sacerdote responsável pelo oratório. Geralmente, atendia não ao grande
público em geral, mas apenas à família ou grupo responsável pela construção
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Para exercer esse ofício tão sublime, é necessário que o cristão esteja
atento aos requisitos que se põem para o entendimento correto e atuação
eficaz. Como nos coloca Eliane Gama e Thamires Jarra, é um trabalho de
mediação, o qual pode ser realizado de diferentes formas.
• Ser um cristão convicto: muitas vezes o capelão vai lidar com pessoas
completamente fragilizadas em sua fé, podendo até mesmo questionar
coisas como a existência de Deus ou da vida eterna. Por isso, uma
profunda convicção da fé e da salvação é de suma importância para
suportar e responder com sabedoria a essas pessoas.
• Ter bom conhecimento bíblico e teológico: ensinar e orientar
pessoas no caminho da verdade cristã requer uma boa instrução, visto
que pode ser necessário um completo discipulado, explicando
detalhadamente os pormenores da fé cristã e esclarecer seus pontos
que possam suscitar dúvida ou provocar reações negativas.
• Ter bom relacionamento interpessoal: a capelania é uma constante
lide com pessoas, sejam elas o público-alvo, a direção da instituição,
colegas ou mesmo pastores e mantenedores da obra. Por isso, agir com
empatia, com atenção, é de extrema importância.
• Compreender a fragilidade humana: em seu trabalho, muitas vezes
vai se deparar com relatos terríveis, traumas não-curados e verdadeiras
feridas na alma das pessoas. Por isso, nada deve abalar quem trabalha
na capelania: deve-se ouvir atentamente e aconselhar com naturalidade
a partir dos ensinamentos bíblicos.
• Postura de respeito: sempre se deve respeitar as leis que regem a
assistência religiosa; as pessoas, na sua recusa de, por exemplo,
receber oração ou que manifestarem desconforto com sua presença; o
desejo ou interesse de cada um, contanto que não venha a ferir os
princípios cristãos. Muitos capelães acabam fracassando em sua
atuação por agir de maneira orgulhosa e intolerante, alegando que estão
em uma missão divina.
• Vida espiritual em fidelidade: a oração, a consagração, o jejum e a
busca constante de uma conduta ética dentro dos padrões do Reino de
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capelães militares vão precisar visitar os hospitais de campanha para dar uma
última palavra de consolo aos soldados moribundos; atuar no próprio ambiente
de combate, aconselhando aqueles que estão em situação tão tensa; ou ainda,
em casos extremos, ele mesmo pegar em armas e combater o inimigo. Dito
isso, percebemos quão importante é o ofício de capelão militar, pois quer em
tempos de guerra, quer em tempos de paz, ele precisa ter a Palavra de Deus
para edificar, exortar e consolar vidas.
Por outro lado, deve-se prestar bastante atenção nas regras de cada
instituição, para evitar problemas ou entendimentos equivocados, deixando
sempre a porta aberta para novas visitações. Além disso, deve-se atentar que
o público é bastante variável, tendo ali homens, mulheres, crianças ou idosos,
cada um dos quais com ideias e concepções sobre a vida bastante diferentes
entre si.
O capelão prisional precisa ter cuidado extremo com cada palavra que
vai falar, e até mesmo com gestos e roupas, visto que pode ser alvo de
ameaças caso sua conduta seja interpretada como inadequada. Por outro lado,
a grande maioria dos presidiários que desejam participar da assistência
religiosa são muito carentes de atenção, e um testemunho fiel do capelão pode
impactar profundamente a vida deles.
Por isso mesmo, a capelania escolar pode ser essencial para uma
completa mudança desse quadro em situações que for devidamente aplicada.
Francisca Costa et. al. nos traz uma importante reflexão sobre a necessidade
de falar de Cristo no ambiente escolar:
A palavra “ética” vem do grego ethos, que pode ser traduzido por
“disposição” ou “hábito”, mas também pode ser entendida como a maneira pela
qual uma coisa é caracterizada, em termos de conduta e práticas. Por isso,
pode falar do ethos de uma civilização (a cordialidade brasileira), de um grupo
social (a busca pelo luxo por parte dos ricos) ou de uma época da história (o
fervor religioso medieval).
CONCLUSÃO
“34 Quem, pois, conheceu a mente do Senhor?
Ou quem foi o seu conselheiro?” – Rm 11:34.
“Não nos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel
e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo
contrário, juntamente com a tentação, vos proverá levramento, de
sorte que a possais suportar” – 1 Co 10:13.
REFERÊNCIAS
ADAMS, E. Jay. Conselheiro Eficaz. São José dos Campos: Fiel, 1977.
BALTZ, Diego. O papel do oficial capelão militar empregado em missão de
paz e como este contribui para a estabilidade anímica da tropa. Rio de
Janeiro: Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército (Artigo), 2020.
BRITO, Nelson Xavier de. Aconselhamento cristão como um ato de
ressurreição: atravessando os caminhos da culpa, da psicossomática e da
teologia do corpo em busca de um aconselhamento libertador. São Leopoldo:
EST/PPG (Tese de Doutorado), 2019.
COLLINS, Gary R. Ajudando uns aos outros pelo Aconselhamento. São
Paulo: Vida Nova, 1980.
_____________. Aconselhamento Cristão: edição século 21. São Paulo:
Vida Nova, 2004.
COSTA, Francisca Pinheiro da Silveira et. al. (Orgs.). Capelania em foco.
Engenheiro Coelho: Edição do Autor, 2015.
COSTA, Simone Rodrigues de Andrade. Contribuições da teologia para o
aconselhamento cristão. Caratinga: DOCTUM (TCC), 2019.
FERREIRA, Paula Coati. Prática do aconselhamento cristão para jovens
brasileiros. Teológica, Ano 11, n.12, 2015
GAMA, Eliane Florencio e JARRA, Thamires Florentino. O capelão como
mediador: revisão integrativa. Horizonte, Belo Horizonte, v.17, n.53, maio/ago.
2019.
GENTIL, Rosana Chami et. al. Organização de serviços de capelania
hospitalar: um estudo bibliométrico. Esc. Anna Nery, jan/mar, v.15(1), 2011.
PULQUÉRIO, M. de Oliveira. O problema do sacrifício de Ifigénia no
«Agamémnon» de Ésquilo. Humanitas, Coimbra, n.21-22, 1969/1970.