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Contabilidade| Material de apoio

Professor Marcelo Adriano

Aula 2: O Patrimônio

1. Representação do Patrimônio
Antes de estudar os elementos patrimoniais, é preciso conhecer a representação do patrimônio, conhecendo o
posicionamento dos grupos que o compõe.
O patrimônio pode ser representado graficamente e matematicamente.
2.1. Graficamente (balanço patrimonial):
O patrimônio pode ser representado graficamente pela figura do Balanço Patrimonial. Esse é um demonstrativo
contábil que apresenta a estrutura patrimonial e financeira da entidade, contendo nele todos os elementos rela-
cionados a bens direitos (Ativo) e obrigações (Passivo Exigível), apresentando as origens de recursos (Passivo
Exigível e Patrimônio Líquido) e aplicação de recursos (Ativo).
Mas que vem a ser Patrimônio Líquido?
Também denominado Situação Líquida, o Patrimônio Líquido é o resultado da subtração entre parte positiva do
patrimônio, bens e direitos, e a negativa, as obrigações. É o é resíduo depois de somado todos os bens e direitos
e subtraídas as obrigações exigíveis. É a parcela de bens e direitos que ficaria com o proprietário caso a empresa
fosse extinta, pois, se isso ocorresse, seriam liquidados todos os seus bens e direitos e, após serem pagas todas as
obrigações exigíveis, o restante lhes seria entregue.

Atenção para o termo “Passivo”, pois ele pode ser utilizado com duas conotações distintas:
(1) Como sinônimo do Passivo Total, ou seja, o montante total das origens de recursos formado pelo Passivo
Exigível (obrigações) e pelo Patrimônio Líquido (diferença entre a soma de bens e direitos e a soma das obriga-
ções); e
(2) Como sinônimo de Passivo Exigível, ou seja, conjunto de obrigações.
(CESPE – 2014) Julgue os itens a seguir, acerca de patrimônio e conceitos correlatos.
O balanço patrimonial de uma empresa representa graficamente a sua situação patrimonial.
Gabarito: certo
CESPE Acerca da equação fundamental do patrimônio, julgue o item seguinte.
O ativo corresponde à soma do passivo e do patrimônio líquido.
Gabarito: certo
2.2. Matematicamente:
Por intermédio da sua equação fundamental pode-se assim definir o Patrimônio: Ativo = Passivo 1 + Patrimônio
Líquido (A = P + PL). Assim, cada grupo pode ser definido conforme a variação dessa equação: P = A - PL; PL =
A - P.

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Não há padronização para a denominação das obrigações, hora chamada de Passivo, que confunde com o Pas-
sivo Total, hora chamada de Passivo Exigível.
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(CESPE 2018) Na equação patrimonial ativo = passivo + patrimônio líquido, o patrimônio líquido está diretamen-
te relacionado ao ativo.
Certo
(CESPE) Ao efetuar a aquisição de veículo a prazo, têm-se aumento do ativo e do passivo, não sendo afetado o
patrimônio líquido.
Gabarito: Certo
2. Elementos Patrimoniais
A identificação e definição dos elementos patrimoniais depende de suas características para que seja enquadrado
em seus respectivos grupos. Porém, ao avaliar se determinado item enquadra-se na definição de ativo (bens e
direitos), passivo (obrigações) ou patrimônio líquido (valor residual do Ativo), deve-se atentar para a sua essência
e para a realidade econômica, não apenas para a sua forma legal.
Isso quer dizer que não basta ter forma legal de bem direito ou obrigação, antes de classificar um elemento pa-
trimonial, deve-se verificar se ele se enquadra nas características do grupo em que se pretende enquadrá-la.
Serve de exemplo a alienação fiduciária, onde, resumidamente, um comprador adquire um bem para pagamento
a prazo e o vendedor, apesar de entregar o bem para que o comprador use a vontade, faz do próprio bem ven-
dido a garantia de pagamento futuro impedindo sua negociação sem a quitação da dívida.
Isso quer dizer que, de acordo com os princípios fundamentais da contabilidade, um bem adquirido por meio de
contrato de alienação fiduciária deve ser registrado no ativo da entidade alienante ou devedora.
A Contabilidade determina que a essência se sobreponha a forma, ou seja, formalmente esse automóvel perten-
ce ainda ao banco, afinal o comprador não poderá dispor dele. Porém, pelo fato de o comprador poder usufruir
de todos os benefícios econômicos que o carro proporciona e também assumir os riscos da posse, este bem
deve ser registrado entre os bens do comprador, em contrapartida deve ser registrado também as parcelas a
pagar como obrigação, porque, em realidade, o negócio realizado se aproxima muito mais de uma venda a pra-
zo e assim deve ser registrada.
Resumindo, transações e outros eventos devem ser contabilizados e apresentados de acordo com a sua essência
e realidade financeira, e não meramente com a sua forma legal.
3.1. Ativo (A):
Também denominado de Patrimônio Bruto ou Capital Aplicado, o Ativo é a soma de bens e direitos de uma en-
tidade, representando assim o aspecto positivo do patrimônio.
Segundo CPC 00 2, “Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual
se espera que fluam futuros benefícios econômicos.
(CESPE – 2014) Com relação aos pronunciamentos técnicos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC),
julgue os itens a seguir.
Para ser enquadrado na definição de ativo, um recurso precisa ser controlado pela entidade em decorrência de
eventos passados e ser capaz de gerar benefícios econômicos futuros.

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Comitê de Pronunciamentos Contábeis - Sumário do Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual
para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil – Financeiro
(http://www.cpc.org.br/pdf/CPC00_R1_Sumario.pdf - acesso em 27/04/2013, às 21h13min)

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Gabarito: Certo
(CESPE) Com relação à estrutura conceitual do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) o direito de propri-
edade é condição essencial para que seja configurada a existência de um ativo, o qual surge sempre em decor-
rência de um direito legal.
Gabarito: errado
Também chamado de patrimônio bruto, no Ativo são aplicados os capitais obtidos pela pessoa detentora do
patrimônio e suas fontes podem ser classificadas em duas categorias:
(1) Próprios (Patrimônio Líquido, Situação Líquida): recursos, financeiros ou não, entregues pelos proprietários
quando, por exemplo, ocorre a fundação da entidade que necessita de recurso para iniciar suas atividades. Es-
ses recursos são disponibilizados a ela pelos proprietários e denominado de Capital Social. Outra forma de
obter capitais próprios é por meio do trabalho da empresa que tendo mais receita que despesa obtém um re-
sultado positivo.
(2) Terceiros (Passivo, Exigível, Capital Alheio): são recursos, financeiros ou não, obtidos pela entidade junto a
terceiros com o compromisso de pagamento futuro e por isso exigíveis, como por exemplo, empréstimos, fi-
nanciamentos, compras a prazo, tributos a pagar, salários a pagar, em suma, as obrigações exigíveis.
Fique Ligado:
As fontes ou origens de recursos não estão no Ativo, elas financiaram os bens e direitos que estão
no Ativo. Essas fontes formam o Passivo Total.
Exemplo de contas que compões o Ativo:
 Caixa;
 Bancos Conta Movimento (conta corrente em banco);
 Aplicações Financeiras;
 Clientes;
 Duplicatas a Receber;
 Empréstimos Concedidos;
 Despesas Antecipadas (alugueis; seguros; juros; etc.);
 Adiantamentos a Fornecedores;
 Tributos a Recuperar ou a Compensar;
 Estoques (mercadorias, produtos em elaboração, produtos acabados);
 Investimentos em Ações de Outras Empresas;
 Obras de Arte;
 Automóveis (utilizados pela empresa em suas atividades);
 Móveis e Utensílios;
 Instalações;
 Máquinas;
 Equipamentos;
 Imóveis;
 Marcas e Patentes
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O Ativo pode ainda receber as seguintes denominações:


 Aplicação de Recursos;
 Capital Aplicado;
 Capital investido;
 Patrimônio Bruto.
O ativo é composto por bens e direitos, vejamos agora com mais detalhes cada um desses elementos:
Bens
Bem é tudo aquilo que tem utilidade para alguém. Para a Contabilidade bem é tudo aquilo que está sob controle
de uma pessoa, física ou jurídica, que permita a esta pessoa usufruir dos benefícios econômicos que possam ser
gerados pelo bem 3.
É possível classificar e dividir os bens:
(1) Segundo a possibilidade de movimentação:
 Bens Móveis: são aqueles que podem ser movimentados sem que percam as características que o tornam
importante para a pessoa sua detentora.
Exemplos: máquinas, móveis e utensílios (móveis diversos, computadores etc.), automóveis, caminhões etc.
 Bens Imóveis: são aqueles que ou não podem ser movimentados ou, se o forem, perderão as característi-
cas que o tornam importante para a pessoa sua detentora.
Exemplos: casas, apartamentos, prédios, terrenos, galpões.
(2) Que possuem ou não um corpo físico:
 Tangíveis: bens que podem ser tocados por possuírem um corpo físico.
Exemplos: Imóveis, móveis e utensílios, máquinas, automóveis etc.
 Intangíveis: Não podem ser tocados por não possuírem corpo físico.
Exemplos: marcas, patentes, franquias etc.
(3) Segundo a sua finalidade:
 Bens numerários: são os bens que representam as disponibilidades financeiras da entidade.
Exemplos: caixa, numerários em trânsito. Alguns autores inserem as contas Banco Conta Movimento (valores na
conta corrente) e Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata entre os bens numerários, porém, em realidade
essas duas contas se referem a direitos.
 Bens de venda: são bens destinados à comercialização ou à composição dos bens que serão destinados à
comercialização.
Exemplo: mercadorias, produtos (acabados e em elaboração), matéria prima, etc.
 Bens de renda: bens que não estão diretamente ligados às atividades principais da empresa e são manti-
dos porque, de alguma outra forma, podem gerar renda, também denominados bens e capital.

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As contas Banco Conta Movimento (Valores na conta corrente) e Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata
são direitos que alguns autores classificam entre os bens numerários.

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Exemplo: participações em outras empresas (ações, cotas de participações), imóveis para aluguel, obras de arte
para valorização.
 Bens de uso: bens utilizados pela entidade em seu processo produtivo, ou seja, são utilizados no desen-
volvimento das suas atividades principais.
 Imobilizado: bens corpóreos, materiais, utilizados nas atividades principais da entidade.
Exemplos: veículos, imóveis onde a empresa desenvolve suas atividades, máquinas, equipamentos etc.
 Intangível: bens incorpóreos, imateriais, utilizados nas atividades principais da entidade.
Exemplos: marcas, patentes, franquias, direitos autorais, concessões obtidas etc.
Fique atento: de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 04 (R1) Ativo intangível é um ativo não monetário
identificável sem substância física.
Nesse sentido, ativos monetários não podem ser considerados intangíveis para fins contábeis.
Itens monetários são aqueles representados por dinheiro ou por direitos a serem recebidos e obrigações a serem
liquidadas em dinheiro.
Itens não-monetários são aqueles representados por ativos e passivos que não serão recebidos ou liquidados em
dinheiro.
(CESPE – 2014) Acerca das regras contábeis que envolvem ativos intangíveis de companhias abertas, julgue os
itens que se seguem.
Ativos monetários identificáveis e sem substância física devem ser classificados contabilmente como ativos intan-
gíveis.
Gabarito: errado
Direitos
Também denominados direitos pessoais, os diretos referem-se aos valores a serem recebidos de terceiros em
função dos mais diversos fatores como mercadorias vendidas a prazo, serviços prestados para pagamento poste-
rior, adiantamento de salários, adiantamentos a fornecedores, aluguéis pagos antecipadamente, juros pagos an-
tecipadamente.
Exemplos: Duplicatas a Receber, Promissórias a Receber, Tributos a Compensar (Recuperar), Clientes, Despesas
Antecipadas (Adiantamento de Salários, Seguros a Vencer, Adiantamento a Fornecedores), etc.
Quatro pontos devem ser destacados:
(1) Para que um direito seja considerado como integrante de um patrimônio, deve haver em relação a ele a
possibilidade de exigência, ou seja, que seja possível exigir o valor que se tem direito, inclusive judicialmente.
Exemplo: não se considera contabilmente um direito a expectativa de receber o valor de um negócio ainda não
concretizado, ou ainda o lucro de uma empresa que a pessoa é sócia mas que ainda não se realizou, ou a mera
promessa de compra por parte de um cliente fiel.
(2) Direitos não se referem somente a dinheiro. Tudo que tenha valor econômico e que tenha que ser entre-
gue à entidade é considerado direito como bens e serviços que devam ser entregues ou prestados à empresa.
Exemplo: Imagine que o fornecedor de uma indústria, por estar em dificuldades financeiras, peça dois mil (2.000)
como antecipação para poder entregar matéria prima encomendada. A indústria está doando o valor ao forne-
cedor? Claro que não, ela espera ser ressarcida com matéria prima. Assim, se o fornecedor só entregar quarenta
por cento do que foi acordado (40%), a empresa tem o direito de exigir que ele lhe devolva em dinheiro o valor
equivalente à parte que não lhe foi entregue, ou seja, sessenta por sento (60%) do valor que recebeu.

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(3) As despesas quando pagas antecipadamente também são consideradas direito, pois, concomitante ao pa-
gamento, surgirá um direito de um bem a ser recebido ou um serviço a ser prestado a quem pagou. Até que
isso aconteça o direito permanecerá.
Exemplo: Imagine que um funcionário peça dois mil como antecipação de salário do mês que se inicia. A empre-
sa está doando o valor a ele? Claro que não, espera-se que ele pague com trabalho. Assim, se no meio do mês
ele pede demissão a empresa tem o direito de exigir que ele devolva a metade do valor que recebeu, podendo
inclusive descontar da sua rescisão.
(4) Alguns tributos geram créditos com direito a compensar posteriormente com esses mesmo tributos a pa-
gar. Esses créditos serão tratados como direitos até que sejam compensados.
Exemplo: imagine que um comércio compre de uma indústria produtos por cem (100) com 25 de ICMS embutido
no preço e que foi recolhido pela indústria para o Estado. Quem recolhe é o vendedor, mas quem paga é o
comprador, pois o tributo está embutido na nota fiscal. O valor de 25 pago pelo comércio junto com o valor real
do bem poderá ser recuperado gerando um direito.
O comércio deverá registrar:
Estoque: 75 (bem)
ICMS a recuperar: 25 (direito).
Imagine agora que comércio venda mercadorias por 200 com cinquenta (50) de ICMS embutido no preço.
O comércio registrará:
Venda: 200 (receita)
ICMS a Pagar ou Recolher: 50 (obrigação)
Quando o comércio for recolher os cinquenta (50), ele poderá abater os valores registrados como ICMS a Recu-
perar, no caso os 25 que estavam embutidos nos produtos que foram comprados da indústria, pagando somente
25.
 Outras denominações para direitos:
Os direitos também podem ser denominados de créditos e, dependendo de sua origem, podem assim ser de-
nominados:
(1) Créditos de financiamento:
Representados pelos direitos obtidos em função de atividades estranhas ao objeto social da empresa.
Exemplo: empréstimos a empregados e dirigentes feitos por uma concessionária de veículos;
(2) Créditos de funcionamento:
Representados pelos direitos obtidos em função de atividades relacionadas ao objeto social da empresa, ativida-
des normais.
Exemplo: empréstimos feitos por um banco a seus clientes.
(CESPE) Acerca de fundamentos de contabilidade, julgue os itens a seguir.
Créditos de funcionamento e créditos de financiamento são contas a receber distintas, porque os créditos de
funcionamento referem-se a valores decorrentes de atividades normais da empresa e os créditos de financiamen-
to consistem em valores de operações estranhas às atividades da empresa.
Gabarito: certo

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(CESPE) Os créditos e débitos de financiamento são o resultado das operações normais das entidades, mesmo
quando não envolvem instituições financeiras.
Comentário: os créditos e débitos de FUNCIONAMENTO são os resultantes das operações normais das entida-
des. Já os créditos e débitos de financiamento são o resultantes das operações não usuais das entidades.
Gabarito: errado
(CESPE) Créditos incobráveis e estoques de medicamentos vencidos não representam ativos.
Gabarito: certo
3.2. Passivo ou Passivo Total (P)
O Passivo Total é formado pela soma entre o Passivo Exigível e o Patrimônio Líquido. O Passivo representa as
fontes de recursos que financiaram os bens e direitos que estão no Ativo. É dele que sai todos os recursos que
propiciaram à entidade obter bens e direitos, por este motivo é denominado origens de recursos.
Como todos os recursos que se encontram no Ativo tiveram como origem, direta ou indiretamente, o Passivo
Total, ele terá sempre, inexoravelmente, o mesmo valor do Ativo.
O Passivo Total pode ser denominado de:
1. Passivo;
2. Capital Total a disposição da entidade.
3.2.1. Passivo (Passivo Exigível):
O terceiro elemento patrimonial são as obrigações, que representam valores, bens e serviços que a empresa tem
obrigação de entregar ou prestar a outra pessoa, física ou jurídica, em função dos mais diversos fatores como
mercadorias compradas a prazo, serviços consumidos para pagamento posterior, antecipação de receita, adian-
tamentos de clientes, juros recebidos antecipadamente, mão de obra fornecida por funcionários etc.
Exemplos: Duplicatas a Pagar (credores por duplicatas), FGTS a Pagar, Tributos a Recolher, Adiantamentos de
Clientes, Receita Antecipada, Fornecedores, Promissórias a Pagar.
Também denominado Recursos ou Capital de Terceiros, Passivo Exigível é o conjunto de obrigações de uma pes-
soa. Representa os recursos, financeiros ou não, que a entidade tem obrigação de entregar a outras pessoas, ou
seja, são exigíveis.
Segundo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis, o Passivo (Passivo Exigível) é uma obrigação presente da
entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes
de gerar benefícios econômicos 4.
É importante destacar esses pontos:
(1) Para que seja considerada um Passivo Exigível, a obrigação deve ser presente, ou seja, seu fato gerador já
deve ter ocorrido, mesmo que o pagamento esteja marcado para ocorrer no futuro. Quando se compra uma
mercadoria a prazo, por exemplo, a obrigação surge no momento em que se aperfeiçoa o negócio jurídico, ou
seja, no memento da tradição, da entrega da mercadoria. Mesmo que o pagamento seja para o futuro a obriga-
ção já existe e poderia inclusive ser antecipada. Já no caso de uma promessa de compra isso não é possível, por-

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Comitê de Pronunciamentos Contábeis - Sumário do Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual
para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil – Financeiro
(http://www.cpc.org.br/pdf/CPC00_R1_Sumario.pdf - acessado em 04/01/2012)

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que o negócio jurídico ainda não se aperfeiçoou, o que só ocorrerá com a entrega, a não ser que haja qualquer
tipo de gravame em relação ao contrato, como uma multa em caso de desistência, por exemplo.
(2) Deve haver expectativa de que ocorra uma saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos, pois se
não houver possibilidade de recursos econômicos saiam da entidade o Passivo Exigível não deve ser reconheci-
do.
(3) A convicção de que uma saída de recursos será dispensável para a liquidação de uma obrigação presente da
entidade elimina o caráter de passivo dessa obrigação.
(4) Atenção para as provisões.
Alguns passivos somente podem ser mensurados com o emprego de um elevado grau de estimativa. No Brasil
esses passivos são descritos como provisões. A definição de passivo tem um enfoque amplo e assim, se a provi-
são envolve uma obrigação presente e satisfaz os demais critérios da definição, ela é um passivo, ainda que seu
valor tenha que ser estimado. Exemplos incluem provisões por pagamentos a serem feitos para satisfazer acordos
com garantias em vigor e provisões para fazer face a obrigações de aposentadoria, décimo terceiro salário, férias
dos funcionários, etc.
(5) Contas bancárias negativas (limite, “cheque especial”)
Na realidade, esse valor disponível é um empréstimo pré-aprovado que, quando necessário, é utilizado pelo titu-
lar da conta e forma automática quando zera o saldo positivo da conta e há a necessidade de ainda se retirar
valores da conta.
Assim, quando se utiliza esse “limite”, o procedimento contábil deverá ser:
Zerar o saldo da conta contábil representativa da conta bancária (Bancos Conta Movimento) com um lançamento
pelo valor que restava na conta enquanto a mesma estava positiva;
Registrar uma conta de Passivo representativa do valor emprestado (o quanto se “entrou no limite”) cuja deno-
minação poderá ser: Empréstimos limite especial.
(CESPE 2016) Considerando os princípios, teorias e normas contábeis aplicáveis no Brasil, julgue o item subse-
quente.
A convicção de que uma saída de recursos será dispensável para a liquidação de uma obrigação presente da
entidade não elimina o caráter de passivo dessa obrigação.
Gabarito: errado
São exemplos de contas do passivo exigível:
 Contas a Pagar (Duplicatas a Pagar, Promissórias a Pagar; Água a Pagar, Luz a Pagar, Telefone a Pagar,
Tributos a Pagar);
 Empréstimos Bancários;
 Receitas Antecipadas;
 Receitas antecipadas;
 Adiantamentos de Clientes;
 Tributos a Recolher;
 Financiamentos;
 Empréstimos limite bancário (Conta corrente negativa)
 Salários a Pagar;
 Fornecedores;

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 Provisão para Imposto de Renda;


 Provisão 13º Salários;
 Provisão para Férias dos Empregados;
 Provisão para Contingência.
Por fim, o Passivo exigível também pode ser denominado de:
 Recursos de Terceiros;
 Capital de Terceiros;
 Capital Alheio.
(CESPE) Com relação à estrutura conceitual do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) o passivo cuja avali-
ação é realizada mediante a utilização de um grau significativo de estimativas é denominado provisões, as quais
são reconhecidas no balanço patrimonial se satisfizerem os critérios de definição de passivo, como representar
uma obrigação presente.
Gabarito: certo
(CESPE) Contas bancárias negativas representam origens de recursos, devendo ser registradas no passivo circu-
lante.
Gabarito: Certo
Três pontos devem ser destacados:
(1) Para que uma obrigação seja considerada como integrante de um patrimônio, deve haver em relação a ela a
possibilidade de exigência, ou seja, que haja a possibilidade de que esse valor seja exigido por terceiros, inclusive
judicialmente.
Exemplo: não se considera contabilmente como obrigação a expectativa de pagar o valor de um negócio ainda
não concretizado, ou a mera promessa de compra feita para um fornecedor.
(2) Obrigações não se referem somente a dinheiro. Tudo que tenha valor monetário e que tenha que ser entre-
gue a outra pessoa, física ou jurídica, é considerada obrigação, como os bens e serviços que devam ser entre-
gues a outras pessoas.
(3) As receitas, quando recebidas antecipadamente, também são consideradas obrigações, pois, concomitante ao
recebimento, surgirá a obrigação de um bem a ser entregue ou um serviço a ser prestado para quem pagou. Até
que isso aconteça, a obrigação permanecerá.
Exemplo: Imagine que uma indústria que está em dificuldades financeiras peça dois mil (2.000) a seu cliente como
antecipação para poder entregar produtos encomendados. O cliente está doando o valor à indústria? Claro que
não, ele espera ser ressarcido com os produtos. Assim, se a indústria só entregar quarenta por cento do que foi
acordado (40%), o cliente poderá exigir que a indústria lhe devolva em dinheiro o valor equivalente à parte que
não lhe foi entregue, ou seja, sessenta por sento (60%) do valor.
(CESPE) De acordo com a Lei n° 6.404/1976 e com os pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contá-
beis, é denominado passivo o componente patrimonial que constitui uma obrigação presente da entidade, deri-
vada de eventos passados. Espera-se que a liquidação dessa obrigação resulte na saída de recursos da entidade
capazes de gerar benefícios econômicos.
Gabarito: certo
Outras denominações para obrigações:
As obrigações também podem ser chamadas de débitos e, dependendo de sua origem, podem assim ser deno-
minados:
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(1) Débitos de financiamento:


Representados pelas obrigações ocorridas em função de atividades estranhas ao objeto social da empresa.
Exemplo: empréstimos para aquisição de um terreno por um supermercado;
(2) Débitos de funcionamento:
Representados pelas obrigações ocorridas em função de atividades relacionadas ao objeto social da empresa.
Exemplo: Duplicatas a Pagar em função da aquisição de matéria prima por uma indústria.
(CESPE) As dívidas de funcionamento ou débitos de funcionamento, sempre decorrentes da atividade normal do
ramo de negócios da empresa, representam passivos e, em geral, são pagáveis em até um ano.
Normalmente, essas obrigações são circulantes, ou seja, são exigíveis até curso do exercício social subsequente.
Gabarito: Certo
3.2.2. Patrimônio Líquido (PL):
Patrimônio líquido é a diferença entre ativos e passivos exigíveis, ou seja, é a riqueza própria da entidade. Segun-
do o Comitê de Pronunciamentos Contábeis, Patrimônio Líquido é o interesse residual nos ativos da entidade
depois de deduzidos todos os seus passivos 5. É o que sobra dos bens e direitos depois de honradas todas as
obrigações.
Voltando a empresa utilizada como exemplo, é possível encontrar seu Patrimônio líquido subtraindo o somatório
das obrigações do somatório dos bens e direitos.
Uma entidade tem bens e direitos no valor de 400.000 (5.000 + 15.000 + 30.000 + 50.000 + 200.000 + 60.000 +
40.000) e obrigações no valor de 200.000 (10.000 + 10.000 + 40.000 + 60.000 + 80.000).
Dessa forma, o PL da empresa é de 200.000, ou seja, se a empresa terminasse agora, liquidar-se-iam seus bens e
direitos, 400.000, pagar-se-iam as obrigações, 200.000, sobrando 200.000. A quem seriam destinados esses re-
cursos?
Aos proprietários, afinal a eles pertence a empresa e foram eles que fizeram investimentos e gerenciamentos
para que a empresa obtivesse os bens e direitos que se encontram no Ativo. Esse valor representa o Patrimônio
Líquido.

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Comitê de Pronunciamentos Contábeis - Sumário do Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual
para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil – Financeiro
(http://www.cpc.org.br/pdf/CPC00_R1_Sumario.pdf - acessado em 04/01/2012)

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Por representar a parte dos bens e direitos que caberiam aos proprietários e por não poderem se exigidas da
empresa antes da sua liquidação, alguns autores denominam o Patrimônio Líquido de Passivo não Exigível, mas
essa denominação não é uma unanimidade.
O Patrimônio Líquido é composto de contas que representam as origens de seus recursos e a destinação dada a
eles.
Veja agora as principais contas do Patrimônio Líquido e a que se referem.
Capital Social:
Também denominada de Capital Registrado ou Subscrito, essa conta contábil representa os recursos disponibili-
zados pelos sócios à entidade ou que pelo menos houve o compromisso de disponibilizar no futuro, e que foram
ou serão aplicados em seu Ativo.
Mas para que os proprietários “dão” bens e direitos para a empresa?
Para que ela tenha recursos para desenvolver suas atividades e assim cumprir o fim a que se destina. Se esse fim
for obter lucro, por exemplo, este valor, se houver, será entregue aos proprietários como recompensa pelo inves-
timento, ou ainda poderá ser integrado à própria empresa, aumentando o valor do Capital Social, para que ela
desenvolva melhor suas atividades e obtenha lucros em montantes maiores.
Reservas de Capital:
Representa a origens de recursos que foram obtidos pela entidade e que não transitaram pelo resultado, ou seja,
recursos foram obtidos sem que a entidade desenvolvesse atividades relacionadas ao seu objeto social, aquelas
atividade que a empresa foi criada para realizar. Tais recursos ficam então reservados no Ativo para uma destina-
ção específica.
Reserva de Lucro:
Representa a origens de recursos que foram obtidos pela entidade e que transitaram pelo resultado, ou seja,
representa a origens de recursos que foram obtidos pela entidade ao desenvolver as atividades relacionadas ao
seu objeto social, aquelas atividade que a empresa foi criada para realizar. Esses recursos são denominados de
Lucro líquido. As reservas são valores extraídos do Lucro e ficam reservados no Ativo para uma destinação espe-
cífica.
Lucro ou Prejuízo Líquido:
Representa a origem dos recursos obtidos pela entidade em função atividade para que a empresa foi criada para
realizar. No desempenho dessas atividades a entidade obterá receitas e incorrerá em despesa, quando obtiver
mais receitas que despesa haverá lucro, quando incorrer em mais despesa que receita haverá prejuízo.
Ajustes da Avaliação Patrimonial:
Determina a lei 6.404/76 que serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computa-
das no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou di-
minuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo,
nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.
Ações Em Tesouraria
São ações da própria companhia que foram adquiridas por alguma razão e que ficam com o custo total da aqui-
sição registrado no Patrimônio líquido com natureza devedora, ou seja, é uma conta retificadora do PL.
(CESPE 2017) Adiantamentos recebidos de clientes, ajustes de avaliação patrimonial, despesas antecipadas, obri-
gações em moeda estrangeira e ações em tesouraria são itens que devem ser classificados, respectivamente,
como passivo, patrimônio líquido, despesa operacional, passivo e patrimônio líquido.

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Errado.
3. Natureza dos elementos patrimoniais
As contas patrimoniais terão, em regra, uma de duas naturezas possíveis, devedora ou credora, que será deter-
minada pela natureza do grupo a que pertencem, sendo as retificadores de natureza inversa. A identificação da
natureza dos elementos que compõem o patrimônio constitui atividade que a Contabilidade desenvolve com
vistas ao estudo do patrimônio em seus aspectos qualitativos.
3.1. Contas patrimoniais devedoras e credoras
Em função da relação da entidade com seus elementos patrimoniais e da relação entre estes, lhes são atribuídos
uma de duas naturezas possíveis:
(1) Devedora: Ativo;
(2) Credora: Passivo (Passivo exigível e Patrimônio Líquido).
Esses dois tipos de conta tem “sinal” contrário, ou seja, uma conta credora reduz um grupo de natureza devedo-
ra e uma conta devedora reduz o valor de um grupo de natureza credora.
Esse é um dos pontos que mais gera confusão e dúvida no entendimento da Contabilidade, isso porque se tenta
valorar a natureza devedora e credora tendo como parâmetro o senso comum, onde devedor e ruim e credor é
bom.
Porém, como será visto a partir de agora, as contas do Ativo, bens e direitos, tem natureza devedora. Assim,
quando entra dinheiro no Caixa, por exemplo, ele recebe débitos e, consequentemente fica devedor. Já as obri-
gações, que em tese seriam “ruins”, tem natureza credora. O aluno tenta então inverte os conceitos, onde o de-
vedor é bom e o credor é ruim. Porém, mais uma vez, quando o aluno se depara com a receita, que é boa para
a empresa e tem natureza credora, e com a despesa, que é ruim para a empresa e tem natureza devedora, a
tese do devedor bom e do credor ruim se desfaz, aumentando ainda mais a confusão.
A solução é simples. O segredo é não valorar o débito e o crédito, é simplesmente identificar a conta contábil,
saber a que grupo ela pertence e saber a natureza do grupo que, em regra, determinará a natureza da conta.
Por exemplo: o Ativo tem natureza devedora. A conta contábil Caixa representa um bem, dinheiro. Se o Caixa é
um bem, pertence ao Ativo, se o Ativo tem natureza devedora, consequentemente, o Caixa terá natureza deve-
dora.
Já a conta contábil ICMS a Recolher (Pagar) representa uma obrigação. Sendo uma obrigação ela pertence ao
Passivo Exigível, se o Passivo Exigível tem natureza credora o ICMS a Recolher terá natureza credora.
A conta Reserva pertence ao Patrimônio Líquido. Se o Patrimônio Líquido tem natureza credora a conta contábil
Reserva também tem natureza credora.
Com o fim ilustrar o motivo da natureza das contas, de forma bem simplista, vamos encontrar uma forma de
justificar tais questionamentos. Para tanto, considere nas relações patrimoniais da entidade a existência (fictícia)
de cinco tipos de pessoas distintas, quatro representativas de contas ou grupos patrimoniais que se relacionando
com a empresa, quinta pessoa, em função das atividades usuais gerando entre si débitos e créditos.
É necessário ainda saber que, segundo o princípio da entidade, a empresa é uma pessoa distinta e não seu pa-
trimônio não se confunde com o do proprietário.
(1) Pessoas com bens da organização em consignação (agente consignatário - Ativo):
São as contas contábeis representativas de bens, ou seja, são as “pessoas” que tem sob sua guarda bens (consig-
nação) como dinheiro (caixa), mercadorias (estoques) computadores (móveis e utensílios) etc.

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Quando esses bens passam a fazer parte do patrimônio da empresa, em virtude da ocorrência de um fato con-
tábil, como uma compra, por exemplo, essas “pessoas” passam a ter em sua posse esses bens, gerando assim um
débito com a empresa e, quando solicitado, elas deverão apresentá-los.
É o caso da do bem denominado matéria prima, por exemplo. Imagine que uma determinada indústria tem na
conta contábil Estoque de Matéria Prima Matérias Primas no valor de 10.000. Quando essa indústria necessitar de
matéria prima para o seu processo produtivo ela contará com a que está sob “responsabilidade” da “pessoa”
denominada Estoque de Matéria Prima, pois este Agente Consignatário tem um débito de 10.000 em matéria
prima com essa indústria por ter esse bem em consignação.
Se a indústria necessitar utilizar 1.000 desse tipo de bem para o seu processo produtivo, ela removerá a matéria
prima do estoque e a colocará no processo produtivo para ser transformada em produtos. Nesse momento, para
que haja o controle do quanto existe no estoque e no processo produtivo, ocorrerá a o registro da transferência
da “posse” dessa matéria prima da conta contábil Estoque de Matéria Prima, que para reduzir seu saldo receberá
um lançamento credor de 1.000, para outro agente consignatário que a partir de então se responsabilizará por
ela, a conta contábil Estoque de Produtos em Elaboração, que, para aumentar seu saldo receberá um lançamen-
to devedor de 1.000.
E como ficam os saldos dessas contas.
(1) A conta Estoque de Matéria Prima não tem mais 10.000 em débitos com a indústria, agora só existe 9.000
e diminuído seu saldo diminui também seu débito.
(2) Já a conta contábil Estoque de Produtos em Elaboração tem então seu saldo acrescido em 1.000, aumen-
tando nesse valor seu débito com a empresa.
Estando esse produto concluído, é hora de transferi-lo para a responsabilidade outra pessoa, pois a denomina-
ção da conta contábil onde ele se encontra não reflete mais seus características intrínsecas, afinal o produto está
acabado.
Faz-se então a transferência de 1.000 da conta contábil Produtos em elaboração para a conta contábil Produtos
Acabados.
Desse modo reduz-se os débitos da conta contábil produtos em elaboração e aumenta os débitos da conta pro-
dutos acabados.
Guardada as diferenças e especificidades de cada uma, essas movimentações ocorrerão com todas as contas que
representam bens, pois tem saldo de natureza devedora. Assim, todas as vezes que ocorrerem fatos contábeis
que façam aumentar seus saldos elas terão seus saldos débitos acrescidos e vice e versa.
(2) Pessoas que devem para a entidade (agente correspondente devedor - Ativo):
São as contas contábeis que representam os direitos da entidade. São “pessoas” que se encontram “fora” e que,
em função da ocorrência de fatos contábeis devem em um momento determinado entregar valores para entida-
de, que podem ser monetários ou não. Vencidos os prazos essas pessoas deverão entregar aquilo que é devido,
pois tem um débito para com a entidade.
Na venda a prazo dos produtos produzidos pela indústria, ocorrerá uma redução nos estoque de produtos aca-
bados, reduzindo os débitos dessa conta para com a indústria. Ao mesmo tempo, surge um direito contra o cli-
ente, que agora tem um débito do cliente com a empresa. Por esse motivo os direitos tem natureza devedora.
(3) Pessoas para quem a entidade deve (correspondente credor - Passivo).
São as contas contábeis que representam as obrigações da entidade. São “pessoas” que se encontram “fora” e a
quem, em função da ocorrência de fatos contábeis, a empresa deve em um momento determinado entregar
valores, que podem ser monetários ou não. Vencidos os prazos, a entidade deverá entregar aquilo que é devido,
pois essas pessoas tem um crédito contra a empresa.
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Na compra a prazo de matéria prima pela indústria, ocorrerá um aumento nos estoque de matéria prima, au-
mentando os débitos dessa conta para com a indústria. Ao mesmo tempo, surge uma obrigação contra para
com o fornecedor, que agora tem um crédito com a empresa. Por esse motivo as obrigações tem natureza cre-
dora.
(4) O proprietário (Patrimônio Líquido e resultado):
Ao proprietário cabe tudo aquilo que sobrar dos bens e direitos, depois de deduzidas as obrigações.
Ele é uma espécie de credor também, afinal é o proprietário que entrega seus bens e direitos à empresa para
que ela forme seu Capital Social e esperando ter retorno. A diferença entre ele e os agentes consignatários cre-
dores (obrigações) é que, pelo menos sob condições normais, o proprietário não pode exigir a parte que entre-
gou, lhe cabendo aquilo que sobra, que pode ser maior ou menor que o valor do seu investimento. Assim, as
contas contábeis que representam o Patrimônio Líquido tem natureza credora, pois representam créditos do
proprietário contra a entidade.

Exercício Comentado: (CESPE – 2011 – TJ-ES) De acordo com a técnica de registro de fatos contábeis, a natureza
da conta determina o lado em que devem ser descritos, no balanço, os aumentos e as diminuições dos saldos de
contas contábeis.
A esse respeito, julgue os itens seguintes.
Do lado esquerdo do balanço, registram-se as contas de natureza credora, que representam os bens e direitos.
Errado
(CESPE) Do lado esquerdo do balanço, registram-se as contas de natureza credora, que representam os bens e
direitos.
Gabarito: Errado
(CESPE – 2013 – UNIPAMPA) A identificação da natureza dos elementos que compõem o patrimônio de uma
entidade constitui atividade que a contabilidade desenvolve com vistas ao estudo do patrimônio em seus aspec-
tos qualitativos.
Gabarito: Certo
3.2. Contas patrimoniais retificadoras ou redutoras
Existem ainda as contas retificadoras ou redutoras. São contas de natureza contrária ao grupo a que pertence e
tem por função retificar o valor desse grupo, reduzindo-o.
Muitas vezes, em função do princípio do Registro Pelo Valor Original, que não permite alterações nos valores dos
elementos patrimoniais inicialmente registrados, os valores apresentados nas contas contábeis não são condizen-
tes com a realidade.
Serve de exemplo um automóvel adquirido por 20.000 e que depois de dois anos não terá o mesmo valor em
função do uso e da passagem do tempo. Porém, não é permitido a atribuição de valores arbitrários na nova va-
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loração desse bem e para fazer com que ele tenha um valor contábil mais próximo da realidade utiliza-se de
mecanismos para tal fim, nesse caso específico a Depreciação.
Para registra o que foi acumulado de perda durante o período de uso, cria-se uma conta contábil denominada
Depreciação Acumulada. Essa conta terá o papel de reduzir o valor contábil do bem a que se refere sendo defi-
nidas em regulamento.
Como a conta que representa o automóvel tem natureza devedora, uma conta de natureza contrária ligada a ela
irá reduzir o seu valor.
Vejamos o exemplo do automóvel adquirido por 20.000, que será totalmente depreciado em cinco anos, ou seja,
a taxa de 20% ao ano, e que em dois anos desvalorizou 8.000, 40%.
No Balanço Patrimonial, no Ativo e com natureza devedora, aparecerá o valor do automóvel pelo valor original,
20.000, e ligada a essa conta o valor da depreciação acumulada, 8.000, de natureza contrária, ou seja, credora.
Por dedução chega-se ao valor contábil do bem, 12.000
Automóvel 20.000 devedor
Depreciação acumulada (8.000) credor
Valor contábil do bem 12.000 devedor
Muitas outras são as contas retificadoras existentes no balanço e todos os grupos patrimoniais, porém, com fina-
lidades distintas.
Resumindo:
GRUPO Natureza da conta Natureza da conta retificadora

Ativo Devedora Credora

Passivo Exigível Credora Devedora

Patrimônio Líquido Credora Devedora

Seguem alguns exemplos de contas redutoras e dos grupos a que pertencem:


(1) Ativo
 Provisão para Devedores Duvidosos ou para Créditos de Liquidação Duvidosa;
Também denominada Provisão para Perdas com Créditos incobráveis, essa provisão é uma conta retificadora das
contas de direitos a receber, como Duplicatas a Receber, sendo constituída em função da possibilidade de insol-
vência de clientes (calote) no exercício seguinte.
 Depreciação Acumulada;
Podemos definir depreciação como a desvalorização de bens tangíveis. É a perda de valor por parte dos bens
corpóreos que sofram ação de fatores como uso, ação da natureza, obsolescência. É a alocação sistemática do
valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil. Cada componente de um item do ativo imobilizado com
custo significativo em relação ao custo total do item deve ser depreciado separadamente.
 Amortização Acumulada;
Segundo o CPC 04 , amortização é a alocação sistemática do valor amortizável de ativo intangível ao longo da
sua vida útil.
Segundo a alínea “b” do § 2º do art. 183, diminuição do valor dos elementos do ativo intangível será registrada
periodicamente nas contas de amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisi-

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ção de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração
limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado.
 Exaustão Acumulada;
Exaurir significa esgotar completamente. Segundo o art. 183, § 2o, c, da Lei das AS, a exaustão corresponde à
perda de valor, decorrente de sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou
bens aplicados nessa exploração.
 Provisões para Ajustes de Custos ao Valor de Mercado;
 Provisão para Perdas Prováveis na Realização de Investimentos;
(2) Passivo exigível
 Encargos Financeiros a Transcorrer.
(3) Patrimônio Líquido
 Ações em Tesouraria;
 Ajustes de Avaliação Patrimonial (se negativo);
 Prejuízos Acumulados.
4. Situações Patrimoniais
Como visto, o patrimônio é formado por bens, direitos (Ativo) e obrigações (Passivo Exigível), sendo a Situação
Líquida o valor da subtração entre o Ativo e o Passivo Exigível.
Em função dos diversos fatos contábeis que podem ocorrer, os valores de ativos e passivos exigíveis podem vari-
ar e, como a situação líquida é o resíduo, o que sobra, ela sempre se adaptará, variando entre positivo, zero e
negativo, de forma que os dois lados do balanço sejam sempre iguais.
A variação da Situação Líquida determinará a situação patrimonial que a entidade se encontra, podendo ser:
(1) Quando a Situação Líquida for credora (maior que zero) é sinal que a o Ativo é maior que o Passivo Exigí-
vel.
(2) Quando a Situação Líquida for nula (igual a zero), é sinal que a o Ativo é igual ao Passivo Exigível.
(3) Quando a Situação Líquida for devedora (menor que zero) é sinal que a o Ativo é menor que o Passivo
Exigível.
Essas três possibilidades para a Situação Líquida faz com que o patrimônio possa assumir três situações distintas
com cinco configurações possíveis.
Fique ligado:
Importante estar atento ao termo Situação Líquida.
Apesar de ser tratado pela maioria dos autores e na maioria das questões de concursos como sinô-
nimo de Patrimônio Líquido, o primeiro é mais abrangente. Enquanto Situação Líquida se refere a
qualquer situação patrimonial, positiva, nula ou negativa, Patrimônio Líquido se refere somente à
Situação Líquida positiva. Porém como dito, as questão não cobram tecnicamente esse termo.
4.1. Situação Líquida Positiva, Superavitária, Favorável, Ativa:
Situação mais comum entre as entidades onde o Ativo é maior que o Passivo Exigível ou ainda o Passivo Exigível
é inexistente, o que torna a Situação Líquida positiva. Tal situação pode assumir duas configurações:
4.1.1. Ativo igual à situação Líquida.
Quando não houver obrigações exigíveis, o Ativo será igual a Situação Líquida. Essa configuração é também
chamada de Propriedade Total de Ativos, uma condição muito peculiar que pode ocorrer no momento de cria-
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ção da entidade, onde o proprietário entrega a ela os recursos que comporão seu Ativo, podendo ser dinheiro,
bens e direitos.
Por não haver ainda nenhuma obrigação exigível, todos os bens e direitos que compões o Ativo tem somente
uma fonte, os Recursos Próprios, fonte representada pela Situação Líquida, mais precisamente pela conta contábil
Capital Social que registra o valor que o proprietário investiu.
Vejamos o exemplo a abaixo:
Duas pessoas resolvem abrir uma empresa. Para que empresa tenha estrutura mínima para que possa iniciar suas
atividades os proprietários decidem inicia-la com um patrimônio no valor de 100.000, 50.000 cada um.
Após serem feitos os devidos registros, os dois entregam para a empresa o valor registrado, sendo o primeiro
50.000 em dinheiro e o segundo um imóvel também nesse valor.
Com a entrega do dinheiro e do imóvel surge o patrimônio da empresa, representado pelo Balanço patrimonial
que deverá conter contas contábeis que apresentem os aspetos qualitativos e quantitativos dos elementos patri-
moniais, demonstrando assim as origens e aplicações dos recursos que ela possui.
O balanço fica como a abaixo:
Ativo (aplicações) Passivo Total (origens)

Caixa 50.000 Patrimônio


100.000
Imóveis 50.000 Líquido

Total 100.000 Total 100.000

Se a entidade fosse encerrada nesse momento, a quem caberia o imóvel e o dinheiro em caixa?
Para tanto basta observar o Passivo Total e verificar quais são as fontes de recursos que financiam o Ativo. Como
só existe o Patrimônio Líquido, conclui-se que a única fonte de recursos foi o capital próprio, ou seja, o capital da
própria empresa que foi “dado” a ela pelos proprietários para que ela desenvolvesse suas atividades.
Dessa forma, o que for apurado será devolvido aos proprietários após a extinção da mesma, nesse caso o valor
total.
A = PE + SL
100.0 0 + SL. Dessa forma, a SL = 100.000.
4.1.2. Ativo maior que o Passivo Exigível
Quando houver obrigações exigíveis em montante menor que o Ativo, a situação Líquida será ainda positiva, mas
será menor que o Ativo, uma condição mais comum entre as entidades.
Por haver obrigações exigíveis em montante menor que o Ativo, todos os bens e direitos que compões o Ativo
têm duas origens de recursos, os Recursos Próprios, fonte representada pela Situação Líquida, e os recursos de
terceiros, fonte representada pelo Passivo Exigível.
Continuemos com o exemplo dado acima:
Agora a empresa adquiriu dois automóveis no valor de 30.000 cada, pagando 10.000 a vista e financiado 50.000,
e mercadorias para estoque no valor de 40.000, sendo 10.000 a vista e 30.000 a prazo.
Com a ocorrência desses fatos contábeis, deverão ser feitos registros em contas contábeis que apresentem os
aspetos qualitativos e quantitativos dos elementos patrimoniais, demonstrando assim as origens e aplicações dos
recursos que a empresa possui.
O balanço fica como a abaixo:
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Ativo (aplicações) Passivo Total (origens)

Caixa 30.000 Duplicatas a pagar 30.000

Mercadorias 40.000 Financiamentos a Pagar 50.000

Veículos 60.000
Patrimônio Líquido 100.000
Imóveis 50.000

Total 180.000 Total 180.000

Se a entidade fosse encerrada nesse momento, a quem cabem os bens que hoje valem 180.000?
Para tanto basta observar o Passivo Total e verificar quais são as fontes de recursos que financiam o Ativo. Agora
existem duas fontes: o Passivo Exigível, capital de terceiros (80.000) e o Patrimônio Líquido, capital próprio
(100.000)
Dessa forma, do que for apurado, 80.000 será usado para quitar as obrigações com terceiros e o que sobrar será
devolvido aos proprietários após a extinção da empresa.
A = PE + PL
180.0 80.000 + PL. Dessa forma SL = 100.000.
4.2. Situação líquida nula ou compensada:
Quando houver obrigações exigíveis em montante igual ao Ativo, a Situação Líquida será nula, ou seja, igual a
zero, situação desconfortável para qualquer entidade.
Por haver obrigações exigíveis em montante igual ao Ativo, todos os bens e direitos que compões o Ativo têm
uma origem de recursos, os Recursos de Terceiros, fonte representada pelo Passivo Exigível.
Continuemos com o exemplo:
Agora a empresa foi multada pela Receita Federal em 100.000 a ser paga em dois meses.
Com a ocorrência desse fato contábil, deverão ser feitos registros em contas contábeis que apresentem os aspe-
tos qualitativos e quantitativos dos elementos patrimoniais, demonstrando assim as origens e aplicações dos re-
cursos que a empresa possui.
O balanço fica como a abaixo:
Ativo (aplicações) Passivo Total (origens)

Caixa 30.000 Duplicatas a pagar 30.000

Mercadorias 40.000 Multa a pagar 100.000

Veículos 60.000
Financiamentos a Pagar 50.000
Imóveis 50.000

Total 180.000 Total 180.000

Se a entidade fosse encerrada nesse momento, a quem cabe os bens que hoje valem 180.000?
Para tanto basta observar o Passivo Total e verificar quais são as fontes de recursos que são origens dos direitos
no Ativo. Agora existe uma fonte: o Passivo Exigível, capital de terceiros.
Dessa forma, do que for apurado, 180.000 será usado para quitar as obrigações com terceiros.

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Ativo (aplicações) Passivo Total (origens)

Caixa 30.000 Duplicatas a pagar 30.000

Mercadorias 40.000 Multa a pagar 100.000

Veículos 60.000
Financiamentos a Pagar 50.000
Imóveis 50.000

Total 180.000 Total 180.000

Você pode se perguntar, mas é os recursos que foram investidos pelos sócios?
Como ocorre com a grande maioria dos investimentos existe a possibilidade de perda e com uma empresa não é
diferente. É lógico que os fatos contábeis estão sendo analisados de forma isolada, essa despesa de multa que
gerou um prejuízo de 100.000 não ocorreria sozinha. Certamente a empresa estaria também realizando receitas
que, em contraponto com as despesas, poderia ter gerado um resultado positivo que faria aumentar o Patrimô-
nio Líquido e assim o investimento dos sócios.
Assim, na realidade, levando em conta essa única despesa, a multa, e o prejuízo produzido por ela, a Situação
Líquida ficaria com essa configuração:
Situação Líquida

Capital Social 100.000 (credor)

Prejuízo acumulado (100.000) (devedor)

Como a conta contábil prejuízo acumulado tem natureza devedora, a Situação Líquida fica com saldo zero.
A = PE + SL
180.0 180.000 + SL. Sendo assim SL = ZERO
4.3. Situação líquida negativa, deficitária, desfavorável, passiva ou passivo a descoberto
Situação em que o Ativo é menor que o Passivo Exigível ou é inexistente, o que torna a Situação Líquida com
natureza devedora, negativa. Tal situação pode assumir duas configurações:
4.3.1. Ativo existente, mas menor que o Passivo Exigível
Quando houver obrigações exigíveis em montante maior que o Ativo, a Situação Líquida será negativa, ou seja,
terá natureza devedora, uma condição ruim para qualquer entidade.
Por haver obrigações exigíveis em montante maior que o Ativo, todos os bens e direitos que compões o Ativo
têm como origem o Passivo exigível. Porém, fica ainda uma parcela sem cobertura, ou seja, uma parcela de Pas-
sivo a descoberto.
Continuemos com o exemplo:
Agora a houve o furto de um dos automóveis, que contabilmente também é uma despesa.
Com a ocorrência desse fato contábil, deverão ser feitos registros em contas contábeis que apresentem os aspe-
tos qualitativos e quantitativos dos elementos patrimoniais, demonstrando assim as origens e aplicações dos re-
cursos que a empresa possui.
O balanço fica como a abaixo:
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Ativo (aplicações) Passivo Total (origens)

Caixa 30.000

Mercadorias 40.000 Duplicatas a pagar 30.000

Veículos 30.000 Multa a pagar 100.000

Imóveis 50.000 Financiamentos a Pagar 50.000

Situação Líquida 30.000

Total 180.000 Total 180.000

Se a entidade fosse encerrada nesse momento, a quem cabe os bens que hoje valem 150.000?
Para tanto basta observar o Passivo Total e verificar quais são as fontes de recursos que financiam o Ativo. Agora
existe uma fonte: o Passivo Exigível, capital de terceiros. Porém, mesmo realizando todos os Ativos 150.000 ainda
fica a descoberto 30.000.
Mais uma vez, levando em conta somente essas despesas, a multa e o furto, e o prejuízo produzido por elas, na
realidade o Patrimônio Líquido ficaria com essa configuração:
Situação Líquida

Capital Social 100.000 (credor)

Prejuízo acumulado (130.000) (devedor)

Total (30.000) (devedor)

Como a conta contábil Prejuízo Acumulado tem natureza devedora (100.000+30.000), a situação Líquida fica
com saldo de 30.000, devedor.
A = PE + SL
150.000 = 180.000+ SL. Sendo assim, SL = -30.000.
4.3.2. Passivo Exigívo igual à Situação Líquida:
É a pior situação possível em que uma organização pode se encontrar, onde não há qualquer ativo para honrar
as obrigações. Sendo um caso de inexistência de ativos, a situação líquida terá o mesmo valor do ativo, porém
terá natureza devedora.
Imagine que a empresa seja atingida por um meteoro que faça com que todos os seus bens sejam destruídos,
subsistiria somente as obrigações deixando a Balanço Patrimonial dessa forma:
Ativo (aplicações) Passivo Total (origens)

Duplicatas a pagar 30.000

Patrimônio Líquido 180.000 Multa a pagar 100.000

Financiamentos a Pagar 50.000

Total 180.000 Total 180.000

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A destruição dos bens provoca contabilmente uma despesa e, mais uma vez, levando em conta somente essas
despesas, a multa, o furto e a destruição, e o prejuízo produzido por elas, na realidade o Patrimônio Líquido fica-
ria com essa configuração:
Situação Líquida

Capital Social 100.000

Prejuízo acumulado (280.000)

Total (180.000)

Como a conta contábil prejuízo acumulado tem natureza devedora (100.000+30.000+150.000), a situação Líqui-
da fica com saldo de 180.000 devedor.

A = PE + SL
0 = 180.000 + SL. Sendo assim SL = -180.000.
(ESAF) Analise as afirmativas abaixo
1. Num dado momento, o valor do Patrimônio Líquido pode aumentar e/ou diminuir sem que, neste mesmo
momento, ocorra qualquer aumento e/ou redução no valor do Ativo e/ou no valor do Passivo.
2. Pode estar sendo incorrida uma despesa neste momento sem que, neste mesmo momento, esteja ocorrendo
um pagamento e sem que, neste mesmo momento, estejam aumentando as obrigações (dívidas) da empresa.
3. Toda redução no valor do Patrimônio Líquido decorre de uma despesa incorrida.
4. As aplicações de recursos podem ter valor inferior ao valor dos capitais de terceiros.
5. Quando o valor do Passivo (obrigações/dívidas da entidade) for inferior ao valor do Ativo, a equação básica da
Contabilidade deve ser expressa da seguinte forma: "Ativo + Patrimônio Líquido = Passivo".
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas verdadeiras.
a) É verdadeira apenas a afirmativa 3.
b) São verdadeiras apenas as afirmativas 1 e 4.
c) São verdadeiras apenas as afirmativas 2 e 4.
d) São verdadeiras apenas as afirmativas 2 e 5.
e) São verdadeiras apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
Gabarito: C
(CESPE) Quando, na equação patrimonial de uma entidade, o ativo total, somado à situação líquida, é igual ao
passivo total, a situação financeira da entidade pode ser considerada bastante confortável.
Gabarito: Errado
5. Relação entre os grupos em que se subdivide o patrimônio:
Assim fica a relação entre os elementos patrimoniais:
O Ativo será sempre igual ao Passivo Total:

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A = P + PL
O Ativo nunca será menor que zero:
A > 0 ou A = 0
O Passivo Exigível nunca será menor que ZERO:
PE > 0 ou PE = 0
A Situação Líquida poderá variar entre valores maiores e menores que ZERO:
SL > 0 ou SL = 0 ou SL < 0
O Ativo pode ser maior, igual ou menor que o Passivo Exigível:
A > PE (SL positiva) ou A = PE (SL nula) ou A < PE (SL negativa)
O Ativo pode ser maior ou igual à Situação Líquida. Mas não pode ser menor que a Situação Líquida:
A > SL ou A = SL
O Passivo Exigível pode ser maior, igual ou menor que a Situação Líquida:
PE > SL ou PE = SL ou PE < SL
(CESPE) Muitas são as condições em que a equação patrimonial de uma entidade pode apresentar-se, mas em
nenhuma hipótese a situação líquida pode ser maior do que o ativo total.
Gabarito: Certo
(CESPE) Muitas são as condições em que a equação patrimonial de uma entidade pode apresentar-se, mas em
nenhuma hipótese a situação líquida pode ser maior do que o ativo total
Certo
Gabatito: certa
(CESPE) Considere as representações patrimoniais, em forma de diagrama de barras, de quatro entidades contá-
beis hipotéticas — A, B, C e D — ilustradas acima, para o período de dois anos consecutivos. Com base nessas
informações e em relação à situação líquida dessas entidades, julgue os itens.

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(CESPE) Comparando o período, a situação líquida tornou-se desfavorável apenas para uma das entidades con-
tábeis apresentadas.
Comentário: somente a entidade “C”, que ficou com a situação líquida negativa, deficitária, desfavorável, passiva
ou passivo a descoberto. Situação em que o Ativo é menor que o Passivo Exigível ou é inexistente, o que torna a
Situação Líquida com natureza devedora.
Gabarito: Certo

(CESPE) A situação líquida de uma das entidades manteve-se inalterada no período, sendo correto afirmar que,
nesse caso, não houve variação quantitativa no patrimônio dessa entidade.
COMENTÁRIO: utilizando-se da Equação Fundamental da Contabilidade é possível perceber que, mesmo que a
Situação Patrimonial não tenha sofrido alteração, é possível que tenham havido alterações quantitativas, mas elas
mantiveram o equilíbrio da equação. Segue um exemplo: PL = (AT + 800) – (PE + 800), onde houve variações
quantitativas, mas não houve alteração no equilíbrio da equação.
Gabarito: Errada
6. Questões gabaritadas
1. (CESPE) Com relação à estrutura conceitual do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) o direito
de propriedade é condição essencial para que seja configurada a existência de um ativo, o qual surge
sempre em decorrência de um direito legal.
2. (CESPE) Créditos incobráveis e estoques de medicamentos vencidos não representam ativos.
3. (CESPE) Com relação à estrutura conceitual do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) o passivo
cuja avaliação é realizada mediante a utilização de um grau significativo de estimativas é denominado
provisões, as quais são reconhecidas no balanço patrimonial se satisfizerem os critérios de definição de
passivo, como representar uma obrigação presente.
4. (CESPE) Contas bancárias negativas representam origens de recursos, devendo ser registradas no pas-
sivo circulante.
5. (CESPE) De acordo com a Lei n° 6.404/1976 e com os pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos
Contábeis, é denominado passivo o componente patrimonial que constitui uma obrigação presente da
entidade, derivada de eventos passados. Espera-se que a liquidação dessa obrigação resulte na saída de
recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.
6. (CESPE) As dívidas de funcionamento ou débitos de funcionamento, sempre decorrentes da atividade
normal do ramo de negócios da empresa, representam passivos e, em geral, são pagáveis em até um a-
no.
7. (CESPE – 2011 – TJ-ES) De acordo com a técnica de registro de fatos contábeis, a natureza da conta de-
termina o lado em que devem ser descritos, no balanço, os aumentos e as diminuições dos saldos de
contas contábeis.
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A esse respeito, julgue os itens seguintes.


Do lado esquerdo do balanço, registram-se as contas de natureza credora, que representam os bens e direitos.
8. (CESPE) Do lado esquerdo do balanço, registram-se as contas de natureza credora, que representam os
bens e direitos.
9. (CESPE – 2013 – UNIPAMPA) A identificação da natureza dos elementos que compõem o patrimônio de
uma entidade constitui atividade que a contabilidade desenvolve com vistas ao estudo do patrimônio
em seus aspectos qualitativos.
10. (CESPE) Muitas são as condições em que a equação patrimonial de uma entidade pode apresentar-se,
mas em nenhuma hipótese a situação líquida pode ser maior do que o ativo total.
11. (CESPE) Muitas são as condições em que a equação patrimonial de uma entidade pode apresentar-se,
mas em nenhuma hipótese a situação líquida pode ser maior do que o ativo total
12. (CESPE) Considere as representações patrimoniais, em forma de diagrama de barras, de quatro entida-
des contábeis hipotéticas — A, B, C e D — ilustradas acima, para o período de dois anos consecutivos.
Com base nessas informações e em relação à situação líquida dessas entidades, julgue os itens.

13. (CESPE) A situação líquida de uma das entidades manteve-se inalterada no período, sendo correto a-
firmar que, nesse caso, não houve variação quantitativa no patrimônio dessa entidade.
14. (CESPE) Um dos critérios para a classificação dos ativos é o de que os bens ou direitos devem ter o po-
tencial de gerar benefícios econômicos futuros para a entidade. Portanto nem todo recurso pode ser
considerado um ativo.

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15. (CESPE) É denominado passivo o componente patrimonial que constitui uma obrigação presente da en-
tidade, derivada de eventos passados. Espera-se que a liquidação dessa obrigação resulte na saída de
recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.
1. ERRADO
2. CERTO
3. CERTO
4. CERTO
5. CERTO
6. CERTO
7. ERRADA.
8. ERRADO
9. CERTO
10. ERRADO
11. CERTO
12.ERRADA
13. CERTA
14. CERTO
15. ERRADA
16. CERTO
17. CERTO

Queridos alunos, espero que tenham gostado da aula e até a próxima.

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Formação do Patrimônio
1. Introdução
O objetivo aqui é mostrar, de forma bem simplificada, a formação do patrimônio e o efeito que os fatos contá-
beis provocam, indicando a origem e aplicação dos recursos. Por meio de um exemplo simples o patrimônio será
demonstrado e haverá a compreensão genérica do débito e do crédito.
Porem atenção: pode-se dizer que a Contabilidade é uma matéria que se aprende “com os dedos”, ou seja, es-
crevendo. É necessário, portanto, que o aluno faça todos os lançamentos e depois confira para que possa verifi-
car se acertou ou errou, nesse momento, é mais importante fazer que acertar.
Voltando a matéria, toda aplicação de recursos deve ter uma origem. Assim, todos os bens e direitos (apli-
cações) constantes em um patrimônio devem apresentar uma fonte que, direta ou indiretamente, serão o
Passivo Exigível e ou o Patrimônio Líquido, motivo pelo qual os dois lados do balanço sempre serão
iguais.
Para que se possa manter o controle das origens e aplicações de recursos, o mecanismo desenvolvido
pela Contabilidade para permitir o cumprimento de suas funções é denominado como Método das Parti-
das Dobradas.
Segundo esse método, não existirá a aplicação de recursos sem que haja uma fonte que o justifique
(origem). Como decorrência da aplicação desse método, as somas das origens de recursos serão sempre
iguais às somas das aplicações de recursos, em qualquer situação.
2. Método das partidas dobradas
Segundo Ricardo J. Ferreira (2010), método de escrituração consiste num critério por meio do qual
são registrados, em livros próprios, os fatos contábeis, ou seja, é realizada a escrituração 6.
O critério utilizado pela Contabilidade é denominado Método das Partidas Dobradas. A denominação
“Partidas Dobradas” se deve ao fato de as alterações patrimoniais sempre terem o seu valor registrado
tanto a DÉBITO – APLICAÇÃO do recurso – quanto a CRÉDITO – ORIGEM do recurso. Ou seja, para
cada aplicação deverá haver uma fonte correspondente.
Apesar de existirem outros métodos, como o das partidas simples e o das partidas mistas, o das Parti-
das Dobradas é o universalmente utilizado.
Fique ligado:
O Método das Partidas Dobradas não se refere a igualde na quantidade de lançamentos, refere-se, em
realidade à igualdade nos valores das aplicações e das origens de recursos. Por esse motivo, um fato con-
tábil poderá provocar um lançamento na aplicação (a débito) e mais de um lançamento na origem (acredi-
to), ou vice e versa. Para que se cumpra o método, basta que a soma de valores lançados a débito (apli-
cação) seja igual à somas dos valores lançados a crédito (origem).
3. Exemplo prático
Para facilitar o entendimento é necessário um breve exemplo de como surge o patrimônio de uma pes-
soa e como ele se desenvolve.
Acompanhemos um exemplo prático a formação patrimonial de uma empresa
ATIVO

6
FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade Básica. 8ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Ferreira, 2010.

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Caixa
15.000
Bancos Conta Movimento
5.000
Duplicatas a receber
2.000
Estoque de Mercadorias
3.500
Móveis e utensílios
15.000
Imóveis
150.000
Total
190.500

Na situação apresentada, o Ativo – bens e direitos – equivale hoje a 190.500, sendo:


Caixa 15.000
Bancos Conta Movimento 5.000
Duplicatas a receber 2.000
Estoque de Mercadorias 3.500
Móveis e utensílios 15.000
Imóveis 150.000
Dessa forma, sabemos então onde estão aplicados os recursos da organização, diante disto, surge o
questionamento:
Como essa empresa conseguiu esses recursos para possuir tais bens e obter tais direitos?
Para que se possa entender a origem desses recursos, o qual é essencial para o entendimento da ma-
téria, vejamos o exemplo prático a seguir:
Duas pessoas resolveram abrir uma empresa. Cada sócio será proprietário de 50%, e, em função das
possibilidades financeira de cada um, eles decidiram investir inicialmente R$ 50.000 na constituição da
empresa, cabendo então a cada um a responsabilidade por entregar R$ 25.000. Esse valor deverá ser
entregue à empresa formando aquilo que se denomina Capital Social.
3.1. Capital Social
Mas o que vem a ser Capital Social?
Capital Social representa o capital inicial que servirá, há depender da situação, para dar inicio na consti-
tuição de uma entidade ou, pelo menos, auxiliar na sua formação ou ainda promover sua expansão. É a
parcela do Patrimônio Líquido que representa o valor investido pelos proprietários, e por isso, não poderá
ser alterado sem alteração do estatuto social que, por sua vez, só mudará, se os proprietários assim o de-
cidirem. Tal decisão pode ocorrer, por exemplo, em assembleia de acionistas por proposta dos administra-
dores. Importante citar que o Capital Social poderá ser formado também por valores obtidos pela própria
empresa – lucro – e que, por decisão dos proprietários ou acionistas, são incorporados no capital social
originalmente formado.
Diante da situação, os dois elaboraram então um contrato social – instrumento que regerá as ativida-
des da empresa, contendo as responsabilidades, bem como, os direitos e deveres de seus sócios e de
terceiros, com referência também aos dados cadastrais da empresa e das pessoas que compõem a socie-
dade, e ainda, as atividades que serão desenvolvidas pela mesma.
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3.2. Subscrição do Capital Social


Nesse contrato consta ainda o valor do Capital Social da empresa e quanto cabe a cada proprietário en-
tregar, ou seja, integralizar. O ato de assinar esse contrato, concordando com os valores ali dispostos,
denomina-se subscrição do capital social, ato pelo qual os candidatos a proprietários firmam compromisso
de entregar a quantia subscrita em contrato para empresa, ou seja, é o ato que formaliza a intenção deles
em se tornarem os detentores dos instrumentos patrimoniais, um valor mobiliário como ações, por exem-
plo.
Ter estes instrumentos patrimoniais os tornarão proprietários da empresa como participantes de parcela
do seu capital social proporcionalmente ao montante que cabe a cada um em relação ao valor total.
No caso em questão, cada proprietário se comprometeu em entregar 25.000 do montante total, 50.000,
o que os torna proprietários de 50% cada um.
A conta contábil que controlará esse elemento patrimonial é denominada Capital Social, ou Capital So-
cial Subscrito.
3.3. Integralização do Capital Social
Integralizar capital é o ato pelo qual os proprietários entregam os valores à empresa, conforme subscrito
no Contrato Social. A integralização poderá ocorrer em dinheiro, forma mais comum ou em outro elemento
patrimonial que possa gerar benefícios econômicos para a entidade, como bens, móveis ou imóveis, onde,
segundo o art. 8º da lei 6404/76 lei das sociedades por ações, a avaliação dos bens será feita por 3 (três)
peritos ou por empresa especializada, nomeados em assembleia-geral dos subscritores, convocada pela
imprensa e presidida por um dos fundadores, instalando-se em primeira convocação com a presença de
subscritores que representem metade, pelo menos, do capital social, e em segunda convocação com
qualquer número.
A conta contábil Capital Social a Integralizar pertence ao Patrimônio Líquido e tem por função registrar os
valores ainda não integralizados do Capital, ou seja, o que falta ser entregue pelo proprietário. Tem na-
tureza devedora sendo classificada como retificadora. Quando conjugada com a conta Capital Social, por
dedução, é possível saber o valor do Capital Social integralizado.
Por exemplo:
Empresa criada por duas pessoas com Capital Social no valor de 100 com cada sócio se comprometendo a en-
tregar 50.
3.4. Capital Social Autorizado
É uma conta de controle, ela tem a função de manter registrado um valor que poderá chegar o Capital So-
cial da Empresa segundo as razões apresentadas pelos administradores aos sócios ou acionistas. Tal val-
or deve ser previamente autorizado pela assembleia dos acionistas.
Após aprovado o valor do capital autorizado, para que haja essas alterações, basta que as razões expos-
tas pelos administradores ocorram, não necessitando recorrer à assembleia que já os autorizou antecipa-
damente.
3.5. Constituição patrimonial na prática
Para formação do Capital Social da empresa no valor total de 50.000, com um dos sócios se compro-
meteu a entregar R$ 25.000 em dinheiro e o outro um automóvel no valor de R$ 15.000 e R$ 10.000 tam-
bém em dinheiro.
Como fica então a configuração patrimonial da empresa nesse primeiro dia de vida?
 Fato 01: Subscrição do capital social no valor de 50.000.
Obs.: As contas que sofrem alterações foram grifadas.
ATIVO PASSIVO
Capital Social Subscrito 50.000

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Capital Social a Integralizar (50.000)

Total 0 Total 0
Origem de recursos: Capital Social subscrito
Aplicação de recursos: Capital Social a Integralizar
 Fato 02: Integralização do Capital Social por parte de um dos sócios depositante 25.000 na conta da
empresa.
ATIVO PASSIVO
Bancos Conta Movimento Capital Social Subscrito 50.000 (25.000)
25.000
Capital Social a Integralizar
Total 25.000 Total 25.000
Origem de recursos: Capital Social a Integralizar
Aplicação de recursos: Bancos conta Movimento
 Fato 03: Integralização do Capital Social por parte de um dos sócios entregando um automóvel no
valor de 15.000 e 10.000 em espécie.
ATIVO PASSIVO
Caixa 10.000 Capital Social 50.000
Subscrito (0.000)
Bancos Conta Movimento 25.000
Capital Social a
Veículos 15.000
Integralizar
Total 50.000 Total 50.000
Origem de recursos: Capital Social a Integralizar
Aplicação de recursos: Caixa e Veículos
 Fato 04: Aquisição de imóvel por R$ 100.000, 20% a vista e 80% a prazo.
ATIVO PASSIVO
Caixa 10.000 Financiamentos a 80.000
Pagar
Bancos Conta Movimento 5.000
Veículos 15.000
Imóveis 100.000 Capital Social Subs- 50.000
crito
Total 130.000 Total 130.000
Origem de recursos: Financiamentos a Pagar e Bancos conta Movimento
Aplicação de recursos: Imóveis
 Fato 05: Móveis e utensílios a prazo no valor de 15.000.
ATIVO PASSIVO
Caixa 10.000
Financiamen-
Bancos Conta Movimento 5.000 tos a Pagar 80.000
Móveis e utensílios 15.000 Duplicatas a 15.000
Pagar
Veículos 15.000
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Imóveis 100.000 Capital Social


50.000
Subscrito
Total 145.000 Total 145.000
Origem de recursos: Duplicatas a Pagar.
Aplicação de recursos: Móveis e utensílios
 Fato 06: Aquisição de mercadorias por 10.000, 50% a vista, pagando em espécie, e 50% a prazo.
ATIVO PASSIVO
Caixa 5.000
Financiamentos a
Bancos Conta Movimento 5.000 Pagar 80.000
Estoque de Mercadorias 10.000 Duplicatas a Pa- 20.000
gar
Móveis e Utensílios 15.000
Veículos 15.000 Capital Social
50.000
Imóveis 100.000 Subscrito
Total 150.000 Total 150.000
Origem de recursos: Caixa e Duplicatas a Pagar.
Aplicação de recursos: Estoques de Mercadorias
 Fato 07: Venda de mercadorias a vista por 10.000 com 100% de lucro.
ATIVO PASSIVO
Caixa 15.000
Financiamentos a
Bancos Conta Movimento 5.000 Pagar 80.000
Estoque de Mercadorias 5.000 Duplicatas a Pa- 20.000
gar
Móveis e utensílios 15.000
Veículos 15.000 Capital Social
50.000
Imóveis 100.000 Subscrito
Total 155.000 Total 150.000
Origem de recursos: venda da mercadoria
Origem de recursos: Estoque.
Aplicação de recursos: Caixa
Aplicação de recursos: Custo da Mercadoria Vendida
 Fato 08: Venda de mercadorias a prazo por 2.000 com saída de estoque de 1.500.
ATIVO PASSIVO
Caixa 15.000
Financiamentos a
Bancos Conta Movimento 5.000 80.000
Pagar
Duplicatas a receber 2.000 20.000
Duplicatas a Pagar
Estoque de Mercadorias 3.500
Móveis e utensílios 15.000 Capital Social Subs-
50.000
Veículos 15.000 crito

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Imóveis 100.000
Total 155.500 Total 150.000
Origem de recursos: venda da mercadoria
Origem de recursos: Estoque.
Aplicação de recursos: Duplicatas a Receber
Aplicação de recursos: Custo da Mercadoria Vendida
 Fato 09: Imóvel recebido em doação no valor de 50.000.
ATIVO PASSIVO
Caixa 15.000
Financiamentos a
Bancos Conta Movimento 5.000 80.000
Pagar
Duplicatas a receber 2.000 20.000
Duplicatas a Pagar
Estoque de Mercadorias 3.500
Móveis e utensílios 15.000
Capital Social Subs-
Veículos 15.000 50.000
crito
Imóveis 150.000
Total 205.500 Total 150.000
Origem de recursos: Doação.
Aplicação de recursos: Imóveis
 Fato 10: Furto do automóvel.
ATIVO PASSIVO
Caixa 15.000
Bancos Conta Movimento 5.000 Financiamentos a Pagar 80.000
Duplicatas a receber 2.000 Duplicatas a Pagar 20.000
Estoque de Mercadorias 3.500
Móveis e utensílios 15.000
Veículos 0 Capital Social Subscrito 50.000
Imóveis 150.000
Total 190.500 Total 150.000
Origem de recursos: Veículos
Aplicação: Furto
Sendo assim, conseguimos verificar nesse exemplo que houve várias alterações nos elementos patri-
moniais, e, no fim, o total de ativos e de passivos apresenta uma diferença de R$ 40.500.
Mas você pode estar se perguntando: não vimos anteriormente que esses totais sempre serão iguais?
O que houve então? Você consegue imaginar?
Para que possamos compreender o que ocorreu, precisamos agora entender e apurar o resultado da
empresa, o qual é o meio necessário para e balancear os dois lados do patrimônio (ativo e passivo).

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Portanto, é necessário entender o que vem a ser o resultado, bem como, o que é receita e despesa que
vermos no próximo capítulo.

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