Uma história tecnológica da PETROBRAS na exploração e produção offshore
46 riores daquele orgao em suas posicoes tecnicas sobre a questao, foram iniciadas perfuracoes, em agosto de 1937. Um dos pocos perfurados, iniciado em julho de 1938, finalmente resultou na descoberta da primeira acumulacao de petroleo no Brasil, na localidade de Lobato, em janeiro de 1939, a profundidade de 210 metros (Moura e Carneiro, 1976, p. 191-212). Ao todo, foram perfurados dezessete pocos em Lobato, que acabaram se revelando nao comerciais, devido a baixa producao. Imediatamente, a area em volta de Lobato foi nacionalizada pelo governo federal, como “area petrolifera”, para efeito de continuidade das exploracoes (Dias e Quaglino, 1993, p. 76-112). Mesmo nao propiciando resultados economicos, a descoberta em Lobato deu impulso a atividade exploratoria, tornando o Reconcavo Baiano area prioritaria nos planos de pesquisa geologica e de perfuracoes do CNP. A continuacao das perfuracoes, apos aprimoramentos nos levantamentos geologicos e geofisicos, resultou na descoberta da primeira jazida com potencial comercial, em agosto de 1941, na localidade de Candeias, em um poco com 1.150 metros de profundidade. Em 14 de dezembro daquele ano, o poco Candeias-1 iniciou a producao de petroleo em escala comercial no Brasil. Apos a descoberta de mais cinco pocos produtores no local seguiram-se descobertas de gas natural em Aratu (1941) e de petroleo em Itaparica (1942), locais que passaram a ser considerados, junto com Lobato e Candeias, os campos de petroleo pioneiros no Pais (Moura e Carneiro, 1976). Em 1955 comecou a produzir o Campo de Dom Joao, na Baia de Todos os Santos, o primeiro localizado no mar, perto da linha da praia (Machado Filho, 2011). O impulso nas exploracoes decorrente daquelas descobertas iria esbarrar, logo depois, em dificuldades decorrentes da entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, em dezembro de 1941, ao provocar atrasos na importacao de equipamentos para sondagens e o adiamento parcial dos planos de aumento de perfuracoes de pocos. Uma segunda frente de problemas, mais preocupante, encontrava-se no baixo conhecimento geologico das bacias sedimentares, na falta de mapeamentos das vastas areas geologicas com possibilidade de existencia de petroleo e no insuficiente numero de estudos geofisicos das estruturas das rochas sedimentares; constituiam lacunas no conhecimento que levavam a desperdicios de recursos, em razao de dispendiosas perfuracoes realizadas de forma aleatoria. Para superar essas falhas o CNP recorreu a experiencia dos Estados Unidos, providenciando a contratacao de empresas norte-americanas especializadas em geologia do petroleo, que viriam a representar, de acordo com Moura e Carneiro (1976), papel essencial na ampliacao dos conhecimentos das bacias sedimentares no Brasil.42 Foram contratados geologos norte-americanos com o objetivo de 42. As empresas foram a De Golyer and MacNoughton, de Dallas, Texas, a United Geophysical Exploration - que conduziu os primeiros estudos sistemáticos sobre formações sedimentares brasileiras - e a Drilling and Exploration Co of Houston (Wirth, 1985).