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Lavoura Pecuária
Boletim Técnico
A B E A S
CONVÊNIO Nº 420013200500139/SDC/MAPA
A B E A S
Apresentação
Esta publicação, produto do esforço do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento-MAPA,
em parceria com a Associação Brasileira de
Índice
Educação Agrícola Superior-ABEAS, é dirigida a
Apresentação 3
técnicos que atuam em atividade de fomento,
assistência técnica e assessoria a produtores
rurais e que desejam ter acesso a experiências Integração Lavoura-Pecuária 4
com os sistemas de integração lavoura-pecuária.
1. Objetivos da integração lavoura-pecuária 6
Este boletim apresenta informações sobre os
principais sistemas de integração agricultura e
pecuária adotados nos Cerrados, e visa despertar 2. Benefícios da integração lavoura-pecuária 8
o interesse de profissionais que buscam
tecnologias sustentáveis para o agronegócio. 3. Alternativas de integração lavoura-pecuária 14
Ao longo do texto são apresentadas informações 4. Estratégias para testar e divulgar a tecnologia de
sobre o conceito de integração lavoura-pecuária e integração lavoura-pecuária 17
os principais benefícios gerados pela adoção de
tais sistemas e dessas tecnologias. O boletim
5. Como implantar um projeto de integração lavoura-
sugere, ainda, estratégias para que o técnico
implante, valide e divulgue projetos baseados no pecuária 20
sistema de integração lavoura-pecuária, bem
como apresenta indicações de centros de 6. Resultados obtidos em sistemas de integração lavoura-
divulgação tecnológica onde poderá obter pecuária 25
informações adicionais sobre o assunto.
7. Financiamento para projetos de Integração
Além dos sistemas de integração lavoura-
Lavoura-Pecuária 30
pecuária, o boletim aborda, também a Medida
Provisória nº 2.166-67, que altera o Código
Florestal. A matéria relativa ao Código Florestal 8. Centros de referência e de divulgação dos Sistemas de
visa proporcionar aos técnicos informações Integração Lavoura-Pecuária 33
atualizadas sobre o texto legal em vigor, essencial
para nortear a sua conduta diante da necessidade
de orientar os produtores a produzir e, ao mesmo
O Código Florestal e a atividade
tempo, preservar os recursos naturais.
agropecuária 34
A publicação colocada à disposição dos
profissionais de Ciências Agrárias não pretende Fontes Consultadas 38
esgotar os temas citados, mas oferecer um
panorama geral da recuperação de pastagens
degradadas com a utilização de sistemas de
integração e despertá-los para a necessidade de
pensar a produção rural sob o ponto de vista da
sustentabilidade ambiental, social e econômica.
Pretende-se, também, incentivar os profissionais Produção Técnica e Editoração
para que busquem, continuamente, melhorias de Ludigraf Editora Ltda.
qualidade, inovação e competitividade no contexto Consultores:
das diversas cadeias produtivas, pois não basta Eng. Agr. João Lustosa
mais apenas produzir bem. É necessário conhecer Tec. de Marketing Abdiel Rocha
o mercado e antecipar às suas demandas e
exigências para garantir a lucratividade no
processo produtivo.
Brasília, abril de 2007
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INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA
A integração lavoura-pecuária consiste de diferentes sistemas produtivos de
grãos, fibras, madeira, carne, leite e agroenergia, implantados na mesma área,
em consórcio, em rotação ou em sucessão, envolvendo o plantio, principalmente,
de grãos e a implantação ou recuperação de pastagens.
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Segundo LOS (1997), citado por Ake Bernard van der Vinne por ocasião do II
Seminário sobre o Sistema Plantio Direto realizado em 1999 na Universidade
Federal de Viçosa, é possível enumerar formas alternativas de integração da
lavoura com a pecuária:
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1. Objetivos da Integração
Lavoura-Pecuária
No passado, a produção de grãos integrada com a atividade pecuária nos trópicos
limitava-se a restritas opções. Hoje são inúmeras as ofertas tecnológicas
aplicáveis aos mais diversos anseios e situações socioeconômicas dos
produtores. Da mesma forma, os objetivos da integração também são variados.
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Melhorar as condições físicas e biológicas do solo com a pastagem em
áreas de lavoura
As pastagens deixam quantidades apreciáveis de palha sobre o solo e de raízes
no perfil do solo. Isso tende a aumentar a matéria orgânica, que é fundamental na
melhoria da sua estrutura física. Ela também é fonte de carbono para os
organismos do solo. Além disso, a decomposição das raízes cria uma rede de
canalículos no solo, que facilita as trocas gasosas e a movimentação
descendente de água (Moraes, 1993, Macedo e Zimmer, 1993). Esse novo
ambiente, criado no solo pela integração lavoura-pecuária, é fundamental para
impactar positivamente tanto a sua sustentabilidade quanto a produtividade do
sistema agropecuário.
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2. Benefícios da Integração
Lavoura-Pecuária
Para o produtor, os benefícios da integração lavoura-pecuária podem ser assim
sintetizados: agronômicos, por meio da recuperação e manutenção das
características produtivas do solo; econômicos, por meio da diversificação da
oferta de produção e obtenção de maiores rendimentos por unidade de área;
ecológicos, por meio da redução de pragas e doenças nocivas às espécies
cultivadas sob sistema de monocultivo, diminuição no uso de agrotóxicos e
redução da erosão dos solos; e sociais, pela geração de mais empregos.
Consórcio de cultura anual com pastagem proporciona maior retorno econômico para o produtor
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Benefícios da pecuária para a lavoura
O sistema radicular das gramineas possui capacidade de extrair nutrientes das camadas mais profundas
do solo. Essa reciclagem de nutrientes reduz a despesa com fertilizantes por ocasião do plantio da cultura
anual, que será realizada após a dessecação da pastagem
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Benefício econômico:
O plantio direto reduz a necessidade de máquinas na atividade
produtiva (até 48% a menos do que um plantio convencional), de mão-
de-obra (até 70%) e de óleo combustível (até 74%). Promove, ainda, o
controle de ervas daninhas e conseqüente redução de capinas
mecânicas ou químicas. Tudo isso somado se traduz em custos
menores e menor aporte de capital para viabilizar a implantação e
manutenção da lavoura.
Benefício agronômico:
O plantio direto traz o benefício da sustentabilidade. Todos os sistemas
convencionais de plantio, baseados em arados e grades, são
responsáveis pelos quadros de degradação verificados atualmente nos
solos de diversas regiões do país. O plantio direto, pela adição de palha,
proporciona o aumento de matéria orgânica nos solos, seja em
quantidade, seja em qualidade.
Observa-se a camada de palha sob plantio de cultura anual em sistema de plantio direto. A palha
proporciona maior retenção de umidade e adição de matéria orgânica no solo
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Plantio de lavoura anual sobre a palhada dessecada proporciona a redução das perdas de solo
Fonte: Anais do 8º Encontro de Plantio Direto no Cerrado, 2005, Tangará da Serra, Mato Grosso.
Extraído do texto Plantio Direto e Sustentabilidade.
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Plantio direto na palha proporciona reduzida perda no stand mesmo se houver pequenos períodos de
estiagem no pós-plantio, vez que retém maior umidade no perfil do solo
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3. Alternativas de Integração
Lavoura-Pecuária
As principais alternativas de integração lavoura-pecuária na região dos Cerrados,
considerando-se principalmente as condições edafo-climáticas, são detalhadas a
seguir.
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Rotação pastagem-feijão em sistema de plantio direto. Observa-se a boa cobertura do solo após a
dessecação da pastagem
Consórcio cultura anual com forrageira. Observa-se que não há competição entre o milho e a
gramínea
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Rotação/sucessão de culturas anuais com forrageiras: Nesta situação,
recomenda-se que pastagens implantadas em solos ainda não degradados,
sejam recuperadas pela rotação com soja. O procedimento consiste da correção
do solo, se recomendado pela sua análise, e semeadura direta da soja sobre a
palhada da braquiária. Caso seja necessário manter a rotação por mais de um
ano, para melhor condicionamento da fertilidade do solo, pode-se, a cada
entressafra, estabelecer forrageiras anuais na área, além da ressemeadura
natural que geralmente ocorre nesta situação.
À esquerda, a pastagem sucederá o milho após a sua colheita, mantendo-se a cobertura do solo e
garantindo alimentação para o rebanho na época seca. À direita, soja solteira, que dará lugar à
gramínea na safra seguinte
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4. Estratégias para testar e
divulgar a tecnologia de Integração Lavoura-
Pecuária
Apesar de não se tratarem de tecnologias novas, os sistemas produtivos
usualmente difundidos no processo de integração lavoura-pecuária representam
uma mudança no modelo de exploração agropecuária. Para que esses sistemas
sejam implantados, os órgãos de fomento deverão adotar estratégias de forma
que demonstre aos produtores rurais os ganhos econômicos e a sua
sustentabilidade.
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Unidade de observação permite que o técnico teste tecnologias ainda não difundidas em sua região.
Na foto observa-se teste de consórcio de cultura anual com leguminosas e gramínea
Unidade demonstrativa é utilizada para difundir tecnologias já testadas. Na foto, produtores e técnicos
participam de dia de campo sobre o programa de integração lavoura-pecuária
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Acompanhamento técnico, avaliação e divulgação dos resultados das
unidades demonstrativas
Para divulgar os sistemas produtivos ou cada uma das etapas que compõe o
projeto, poderão ser realizadas reuniões, dias de campo ou excursões
direcionadas para produtores rurais, profissionais da área de ciências agrárias e
autoridades municipais. A divulgação dos resultados obtidos na unidade
demonstrativa é o ponto culminante do trabalho do técnico. Mesmo que o
resultado não seja conclusivo, o técnico tem a oportunidade de apresentar para o
público interessado todas as tecnologias que compõem o sistema produtivo,
etapa por etapa.
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5. Como implantar um projeto de Integração
Lavoura-Pecuária
PASSO 2
PASSO 3
Planejamento
Elaboração
PASSO 1 do Projeto
Diagnóstico da
Propriedade
PASSO 4
Implantação,
Acompanhamento e Avaliação
do Projeto
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Passo 1
FAZER O DIAGNÓSTICO DA PROPRIEDADE
Antes de iniciar o projeto, o técnico deverá visitar cada propriedade que será
trabalhada a fim de levantar a situação atual das atividades desenvolvidas. O
diagnóstico nada mais é do que uma fotografia da propriedade que permitirá a
identificação das potencialidades e limitações existentes. É este diagnóstico que
vai possibilitar o planejamento e, consequentemente, o estabelecimento de
objetivos, metas, cronograma de atividades e avaliação dos resultados do
sistema de integração lavoura-pecuária.
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Passo 2
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Passo 3
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Passo 4
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6. Resultados obtidos em sistemas
de Integração Lavoura-Pecuária
A tabela 1 mostra os benefícios da integração ao comparar os índices zootécnicos
nacionais com os índices obtidos em sistema de integração lavoura-pecuária na
região de Campo Grande-MS.
Tabela 1. Índices zootécnicos médios do rebanho nacional e em sistemas
tecnológicos mais evoluídos, em Campo Grande-MS
4000
3500
3000
Soja Contínua
2500
2000 Soja após 2 anos
. 1500 de pasto
1000
500
0
Produtividade
Defensivos
Consumo
(litros)
(kg/na)
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Resultados Obtidos em Pastagens Reformadas com o Plantio Direto
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Tabela 3. Custos médios e retorno esperado no primeiro ano para pastagens
reformadas com sistema plantio direto
Insumos e Serviços R$/unidade Unidade/ha R$/ha
INSUMOS
Calcário 40,00 2,4t 96,00
Adubo 8-20-10+Zn 0,85 300Kg 255,00
Dessecante 20,40 2,5Kg 51,00
Semente de capim 5,00 14Kg 70,00
Semente de sorgo 5,00 12KG 60,00
Total 1 532,00
OPERAÇÕES
Pulverização 30,00 0,50 h/m 15,00
Plantio 45,00 1,00 h/m 45,00
Distribuição de calcário 30,00 0,20 h/m 6,00
Total 2 66,00
Total Geral dos Gastos (1+2) 598,00
Ganho esperado (*) 27 arrobas
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Resultados Obtidos em Consórcio de Grãos com Pastagem
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Tabela 6. Ganho de peso de carcaça kg/ha/ano, kg/100 ha e arrobas/100 ha/ano
Módulos Kg/ha/ano Kg/100ha Arroba/100ha/ano
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7. Financiamento para projetos
de Integração Lavoura-Pecuária
O financiamento de projetos de integração lavoura-pecuária poderá ser obtido
com recursos do Programa de Integração Lavoura-Pecuária - PROLAPEC e dos
Fundos Constitucionais (FNO, FNE e FCO), conforme regras estabelecidas nos
termos do Capítulo 13, Seção 9, do Manual de Crédito Rural – MCR do Banco
Central. Os recursos do PROLAPEC poderão ser obtidos, ainda, via Banco
Nacional de Desenvolvimento econômico e Social – BNDES.
Objetivos do PROLAPEC
§ Intensificar o uso da terra em áreas já desmatadas por meio do estímulo à
adoção de sistemas de produção que integrem a agricultura e pecuária;
§ Aumentar a produção de produtos agropecuários em áreas já
desmatadas;
§ Tornar a produção sustentável, do ponto de vista econômico e ambiental;
§ Disponibilizar recursos para investimentos necessários à implantação de
sistemas de integração de agricultura com pecuária;
§ Aumentar a produção agropecuária em áreas já desmatadas, a oferta
interna e a exportação de carnes, produtos lácteos, grãos, fibras e
oleaginosas;
§ Estimular a adoção do plantio direto;
§ Diversificar a renda do produtor rural;
§ Estimular a adoção de sistemas de produção sustentáveis do ponto de
vista econômico e ambiental;
§ Assegurar condições para o uso racional e sustentável das áreas
agrícolas e de pastagens, reduzindo problemas ambientais causados
pela utilização da prática de queimadas, pela erosão, pela monocultura,
pela redução do teor de matéria orgânica do solo e outros; e
§ Diminuir a pressão de desmatamento de novas áreas.
Beneficiários
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Itens financiáveis:
· Adequação do solo para o plantio, envolvendo preparo do solo,
aquisição, transporte, aplicação e incorporação de corretivos
agrícolas (calcário e outros), a marcação e construção de terraços, a
realocação de estradas e plantio de cultura de cobertura do solo;
· Aquisição de sementes e mudas para formação de pastagens;
· Implantação de pastagens;
· Construção e modernização de benfeitorias e de instalações
destinadas à produção no sistema de integração;
· Aquisição de máquinas e equipamentos para a agricultura e/ou
pecuária associados ao projeto de integração objeto do
financiamento, não financiáveis pelo Programa de Modernização da
Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e
Colheitadeiras – MODERFROTA;
· Adequação ambiental da propriedade rural à legislação vigente;
· Aquisição de bovinos, ovinos e caprinos para reprodução, recria e
terminação;
· Aquisição de sêmen de bovinos, ovinos e caprinos;
· Capital de giro associado ao investimento; e
· Assistência técnica.
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Condições de Financiamento
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8. Centros de referência e de
divulgação dos Sistemas
de Integração Lavoura-Pecuária
Os interessados em conhecer melhor as tecnologias e os sistemas produtivos
para integração da lavoura-pecuária poderão buscar informações na Internet
(www.lavourapecuaria.com.br) ou nos centros de referência listados a seguir:
c) Cooperativas agrícolas;
k) Sindicatos rurais;
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O CÓDIGO FLORESTAL E A ATIVIDADE
AGROPECUÁRIA
A Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, conhecida como Código Florestal,
estabelece diversas normas que garantem a preservação das florestas. Apesar
de serem consideradas restritivas por muitos produtores rurais, tais normas
deverão ser cumpridas sob pena de autuação por parte dos órgãos ambientais e,
também, enquadramento no Código Penal e na Lei de Contravenções Penais. Os
infratores da lei estão sujeitos a penas que vão desde a multa à prisão. Assim, no
ato de planejar as atividades agropecuárias, os técnicos e produtores deverão
estar atentos para o cumprimento dessa lei.
· ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto,
em faixa marginal cuja largura mínima será estabelecida em função da largura do
curso d`água.
· ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais;
· nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados olhos
d'água, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo
de 50 (cinqüenta) metros de largura;
· no topo de morros, montes, montanhas e serras;
· nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°;
· nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
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· nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do
relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; e
· em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a
vegetação.
O art. 2º da Lei nº 4.771, de 1965, dispositivo não alterado pela Medida Provisória
nº 2.166-67, estabelece que deverão ser preservadas as florestas e demais
formas de vegetação natural situadas ao longo dos rios ou de qualquer curso
d'água desde o seu nível mais alto. A lei define, também, a faixa marginal de
vegetação que deverá ser preservada:
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· 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros
de largura;
· 50 (cinqüenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50
(cinqüenta) metros de largura;
· 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50
(cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura;
· 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200
(duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;
· 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura
superior a 600 (seiscentos) metros.
Em cursos d’água que tenham de 10 a 50 metros de largura deverão ser preservadas faixas
marginais de 50 metros da cobertura florestal
Segundo a Lei nº 4.771, de 1965, a reserva legal, assim entendida a área de, no
Mínimo, 20% (vinte por cento) de cada propriedade rural, não poderá ser
submetida a corte raso da cobertura vegetal. Na Região Norte e na parte Norte da
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Região Centro-Oeste a exploração a corte raso só é permissível desde que
permaneça com cobertura arbórea em pelo menos 50% da área de cada
propriedade.
Nota
1) Apesar de não ter sido apreciada pelo Congresso Nacional, a Medida Provisória nº 2.166-67, de
2001, está em vigor, conforme prevê a Emenda Constitucional nº 32, de 11 de setembro de 2001, em
seu art. 2º: “As medidas provisórias editadas em data anterior à da publicação desta emenda
continuam em vigor até que medida provisória ulterior as revogue explicitamente ou até deliberação
definitiva do Congresso Nacional”. A Medida Provisória nº 2.166-67 foi publicada em 25.08.2001.
2) Informações adicionais sobre o assunto poderão ser obtidas na unidade estadual do IBAMA ou em
www.planalto.gov.br (legislação).
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Fontes Consultadas
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