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Redução ao Valor Recuperável de

Ativos - Impairment
(IAS 36 - CPC 01 - R1)
Prof. Guillermo Braunbeck
Prof. Ariovaldo dos Santos

Objetivos de aprendizagem

1. Compreender o conceito de valor recuperável

2. Identificar quando deve ser realizado o teste de


recuperabilidade de ativos (impairment)

3. Compreender a mensuração do valor recuperável de um


ativo ou unidade geradora de caixa

4. Reconhecer o tratamento contábil do teste de


recuperabilidade do ágio por expectativa de
rentabilidade futura (goodwill)

5. Compreender como deve ser contabilizada uma perda


por redução ao valor recuperável
Definições

Os seguintes termos, retirados do Pronunciamento Técnico CPC


01-R1 e serão utilizadas nesse material com os seguintes signifi-
cados:

Mercado ativo é um mercado no qual todas as seguintes condi-


ções existem:

(a) os itens transacionados no mercado são homogêneos;

(b) vendedores e compradores com disposição para negociar po-


dem ser encontrados a qualquer momento para efetuar a transa-
ção; e

(c) os preços estão disponíveis para o público.

Valor contábil é o montante pelo qual o ativo está reconhecido no


balanço depois da dedução de toda respectiva depreciação,
amortização ou exaustão acumulada e ajuste para perdas.

Unidade geradora de caixa é o menor grupo identificável de ati-


vos que gera entradas de caixa, entradas essas que são em gran-
de parte independentes das entradas de caixa de outros ativos
ou outros grupos de ativos.

Ativos corporativos são ativos, exceto ágio por expectativa de


rentabilidade futura (goodwill), que contribuem, mesmo que indire-
tamente, para os fluxos de caixa futuros tanto da unidade gerado-
ra de caixa sob revisão quanto de outras unidades geradoras de
caixa.

Despesas de venda ou de baixa são despesas incrementais di-


retamente atribuíveis à venda ou à baixa de um ativo ou de uma

ii
unidade geradora de caixa, excluindo as despesas financeiras e Valor em uso é o valor presente de fluxos de caixa futuros espe-
de impostos sobre o resultado gerado. rados que devem advir de um ativo ou de unidade geradora de
caixa.
Valor depreciável, amortizável e exaurível é o custo de um ati-
vo, ou outra base que substitua o custo nas demonstrações contá- Valor residual é o valor estimado que a entidade obteria com a
beis, menos seu valor residual. venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda,
caso o ativo já tivesse a idade e a condição esperadas para o fim
Depreciação, amortização e exaustão é a alocação sistemática
de sua vida útil.
do valor depreciável, amortizável e exaurível de ativos durante
sua vida útil.

Valor justo líquido de despesa de venda é o montante a ser ob-


tido pela venda de um ativo ou de unidade geradora de caixa em
transações em bases comutativas, entre partes conhecedoras e
interessadas, menos as despesas estimadas de venda.

Perda por desvalorização é o montante pelo qual o valor contá-


bil de um ativo ou de unidade geradora de caixa excede seu valor
recuperável.

Valor recuperável de um ativo ou de unidade geradora de caixa


é o maior montante entre o seu valor justo líquido de despesa de
venda e o seu valor em uso.

Vida útil é:

(a) o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar


um ativo; ou

(b) o número de unidades de produção ou de unidades semelhan-


tes que a

entidade espera obter do ativo.

iii
Sumário

4. Reconhecimento e mensuração de uma perda por redução ao


valor recuperável
5. Unidades geradoras de caixa e ágio
! 5.1 Identificação da unidade geradora de caixa à qual pertence
um ativo
! 5.2 Valor recuperável e valor contábil de uma unidade geradora
de caixa
! 5.2.1 Ágio
! ! 5.2.1.1 Alocação do ágio a unidades geradoras de caixa
REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS – IMPAIRMENT
! ! 5.2.1.2 Teste de redução ao valor recuperável de unida-
(IAS 36 – CPC 01-R1)
des geradoras de caixa com ágio
1. Introdução ! ! 5.2.1.3 Época dos testes de redução ao valor recuperável
2. Identificação de um ativo que possa apresentar problemas de ! 5.2.2 Ativos corporativos
recuperação ! 5.3 Perda por redução ao valor recuperável de uma unidade ge-
3. Mensuração do valor recuperável radora de caixa
! 3.1 Mensuração do valor recuperável de um ativo intangível 6. Reversão de uma perda por redução ao valor recuperável
com vida útil indefinida ! 6.1 Reversão de uma perda por redução ao valor recuperável
! 3.2 Valor justo menos custos para vender de um ativo individual
! 3.3 Valor em uso ! 6.2 Reversão de uma perda por redução ao valor recuperável
! 3.3.1 Base para estimativas de fluxos de caixa futuros de uma unidade geradora de caixa
! 3.3.2 Composição de estimativas de fluxos de caixa futuros ! 6.3 Reversão de uma perda por redução ao valor recuperável
! 3.3.3 Fluxos de caixa futuros em moeda estrangeira de ágio
! 3.3.4 Taxa de desconto 7. Divulgação

iv
Capítulo 1

mas de recuperação, o valor recuperável desse ativo deve ser esti-


IAS 36 e CPC 01-R1 - mado.

Redução ao Valor Independentemente de haver qualquer indicação de redução ao


valor recuperável, a entidade deve:
recuperável de Ativos - a) Testar anualmente a redução ao valor recuperável de um ati-
vo intangível com vida útil indefinida ou de um ativo intangível
Impairment ainda não disponível para uso, comparando o seu valor contá-
bil com o seu valor recuperável.
b) Testar anualmente a redução ao valor recuperável do ágio ad-
quirido em uma combinação de negócios.
Ao avaliar se há qualquer indicação de que um ativo possa estar
1. Introdução com problemas de recuperação, devem ser consideradas algumas

 indicações externas e internas. Como exemplo de fatores externos
A IAS 36 (CPC 01-R1) prescreve os procedimentos que devem ser podemos citar mudanças significativas no ambiente econômico ou
aplicados por uma entidade para garantir que seus ativos não se- tecnológico, ou uma queda maior do que a esperada no valor de
jam reconhecidos acima de seus valores recuperáveis. mercado do ativo. Sobre indicações internas, podemos destacar a
obsolescência ou dano físico de um ativo, e mudanças na forma
2. Identificação de um ativo que possa apresentar pro- como o ativo é utilizado.
blemas de recuperação

Note-se que pelas normas internacionais de contabilidade, o ágio


Um ativo apresenta problemas de recuperação quando o seu valor por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) não é amortizado.
contábil excede o seu valor recuperável. Ao final de cada período Entretanto, deve ser testado anualmente para fins de recuperabili-
dade conforme preconizado pela IAS 36.
de relatório, se houver a indicação de que esse ativo tem proble-

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Se de fato houver qualquer indicação de que um ativo apresenta 3. Mensuração do valor recuperável
problemas de recuperação, essa indicação pode significar que a
vida útil restante, a amortização ou o valor residual do ativo preci- Para estabelecer o valor recuperável de um ativo ou de uma unida-
sa ser revisado e ajustado, ainda que nenhuma perda por redução de geradora de caixa, deve-se escolher o que for maior entre o
ao valor recuperável do ativo seja reconhecida. seu valor em uso e o valor justo, subtraídos os custos para vender.
Nem sempre é necessário determinar o valor justo líquido de des-
pesas de venda de um ativo e seu valor em uso. Se qualquer um
desses montantes exceder o valor contábil do ativo, este não tem
desvalorização e, portanto, não é necessário estimar o outro valor.
O valor recuperável é determinado para um ativo individual, a me-
nos que o ativo não gere entradas de caixa que sejam amplamen-
te independentes das de outros ativos ou grupo de ativos. Nesse
caso o valor recuperável é determinado para a unidade geradora
de caixa à qual pertence.

3.1 Mensuração do valor recuperável de um ativo intangível


com vida útil indefinida

Veja aqui exemplo de nota explicativa sobre provisão para re- A partir de menção já citada, exige-se que um ativo intangível com
dução ao valor recuperável dos ativos e reversão de provisões
constituídas. vida útil indefinida tenha a redução no seu valor recuperável testa-

Arquivo extraído em 29/05/2012 do endereço: 
 da anualmente, independente de haver qualquer indicação de que
http://v3.gerdau.infoinvest.com.br/ptb/5643/2011GSACompletoJC.pdf este possa apresentar problemas de recuperação. Contudo, po-
dem haver exceções nas quais o valor recuperável mais recente,
calculado em um período precedente, pode ser utilizado no teste
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Ao identificar se as entradas de caixa de um ativo são amplamente
independentes das de outros ativos, a entidade considera vários
fatores, incluindo como a administração monitora as operações da
entidade, ou como ela toma decisões sobre manter ou alienar seus
ativos e operações.

de redução ao valor recuperável desse ativo no período corrente,


desde que todos os critérios a seguir sejam atendidos:
a) Se o ativo intangível não gerar entradas de caixa provenien-
tes do uso contínuo que sejam amplamente independentes das
de outro ativos e, portanto, a redução no seu valor recuperável
for testada como parte da unidade geradora de caixa à qual per-
tence, os ativos e passivos que compõem essa unidade não mu-
daram significativamente desde o calculo mias recente do valor A ULA V IRTUAL 1
recuperável;
b) O cálculo mais recente do valor recuperável resultou em um
valor que excedeu o valor contábil do ativo por uma margem 3.2 Valor justo menos custos para vender

substancial; e
c) Com base na análise de eventos que ocorreram e de circuns- A melhor evidência do valor justo menos os custos para vender de

tâncias que mudaram desde o cálculo mais recente do valor um ativo é um preço em um contrato de venda, ajustado pelos cus-

recuperável, a probabilidade de que o valor recuperável cor- tos incrementais que seriam diretamente atribuíveis à alienação do

rente do ativo seja menor que o seu valor é remota. ativo. Como exemplos destes custos para vender podemos citar
os custos legais, despesas de anúncio para venda, comissões, im-
postos, custos de transporte, entre outros.

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Se não houver um contrato de venda fechado, mas o ativo for ne- ativo e de sua alienação final; e aplicar a taxa de desconto apropri-
gociado em um mercado ativo, o valor justo menos os custos para ada a esses fluxos de caixa futuros.
vender será o preço de mercado do ativo menos os custos da alie-
nação. Caso não exista contrato de venda ou mercado ativo, este
“Esta etapa do teste de impairment só precisa ser executada se
valor é baseado nas melhores informações que reflitam o valor não for possível identificar o valor líquido de venda de um ativo ou
para ativos similares no mesmo setor. grupo de ativos ou se o valor líquido de venda de um ativo ou gru-
po de ativos for inferior ao seu valor contábil.”.

3.3 Valor em uso (ERNST & YOUNG; FIPECAFI, 2010, p.350)

O cálculo do valor em uso de um ativo é um processo complexo e


3.3.1"Base para estimativas de fluxos de caixa futuros
que envolve alto nível de julgamento profissional.
Ao mensurar o valor em uso, a entidade:
São refletidos no cálculo deste valor:
a) Deverá basear-se na melhor estimativa sobre o conjunto de con-
a) Uma estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade
dições econômicas ao longo da vida útil do ativo;
espera obter do ativo;
b) Terá como base os orçamentos e projeções financeiras mais re-
b) Expectativas sobre possíveis variações no valor ou na época
centes, exceto quaisquer entradas ou saídas de caixa futuras esti-
desses fluxos de caixa futuros;
madas que dependam da reestruturação ou da melhoria do apro-
c) O valor temporal do dinheiro, representado pela taxa de juros
veitamento do ativo;
de mercado corrente livre de riscos;
c) Terá estimativas de projeções de fluxos de caixa além do perío-
d) O preço para sustentar a incerteza inerente ao ativo;
do coberto pelos orçamentos e previsões mais recentes, utilizando
e) Outros fatores, tal como iliquidez, que os participantes do mer-
uma taxa de crescimento estável ou decrescente para os anos sub-
cado considerariam ao estimar os fluxos de caixa futuros que a
sequentes, a menos que uma taxa crescente possa ser justificada.
entidade espera obter do ativo.
Ao utilizar informações de orçamentos e previsões financeiras,
A estimativa do valor em uso envolve dois passos: estimar as en-
deve-se considerar se as informações refletem premissas razoá-
tradas e saídas de caixa futuras provenientes do uso contínuo do

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veis e sustentáveis e representam a melhor estimativa da adminis- tos da inflação, os fluxos de caixa futuros deverão ser estimados
tração sobre o conjunto de condições econômicas que existirão ao em termos reais.
longo da vida útil restante do ativo. As projeções de saída de caixa incluem aquelas relacionadas à
manutenção diária do ativo, bem como outras despesas futuras
que possam ser diretamente atribuídas ou alocadas de forma razo-
Segundo a própria IAS 36, uma reestruturação é um programa pla-
nejado e controlado pela administração e que muda significativa- ável e consistente ao uso do ativo.
mente o escopo dos negócios conduzidos pela entidade ou a for- Em caso de alienação, a estimativa de fluxos de caixa futuros a
ma pela qual os negócios são conduzidos. serem recebidos pela alienação será o valor que a entidade espe-
ra obter na alienação do ativo em uma transação, nas bases

3.3.2"Composição de estimativas de fluxos de caixa futuros usuais de mercado, após a dedução dos custos estimados de alie-

Estas estimativas incluirão: nação.

a) Projeções de entradas de caixa provenientes do uso contínuo


do ativo; 3.3.3"Fluxos de caixa futuros em moeda estrangeira

b) Projeções de saídas de caixa que sejam necessariamente in- Para estes casos, os fluxos são estimados na moeda que serão

corridas para gerar as entradas de caixa e que possam ser dire- gerados e então descontados utilizando-se uma taxa de desconto

tamente atribuídas ou alocadas ao ativo; apropriada para essa moeda. O valor presente é então convertido

c) Fluxos de caixa líquidos se houver, a serem recebidos pela utilizando a taxa de câmbio à vista na data de cálculo do valor em

alienação do ativo no final de sua vida útil. uso.

As estimativas de fluxos de caixa futuros e a taxa de desconto re-


fletem premissas consistentes sobre aumentos nos preços atribuí- 3.3.4"Taxa de desconto

veis à inflação geral. Portanto se a taxa de desconto incluir os efei- Consiste numa taxa anterior aos impostos que reflete a avaliação

tos da inflação, os fluxos de caixa futuros serão estimados em ter- do mercado sobre o valor temporal do dinheiro e os riscos específi-

mos nominais. Por sua vez se a taxa de desconto excluir os efei- cos do ativo para as estimativas de fluxos de caixa que não te-
nham sido ajustadas.

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A taxa de desconto é o retorno que os investidores exigiriam caso ram ajustadas, ao invés disso, o efeito de algumas premissas aca-
escolhessem um investimento que gerasse fluxos de caixa de valo- ba sendo contado duas vezes.
res, época e perfil de risco equivalentes aos que se espera do ati-
vo. Essa taxa é estimada a partir da taxa implícita em transações Teste seu conhecimento
atuais do mercado para ativos similares, ou a partir do custo mé- Tempo estimado: 11 minutos

dio ponderado de capital de uma entidade listada que tenha um Quiz 1: Clique aqui para realizar a

único ativo similar em termos de potencial de serviço e riscos ao atividade proposta no ambiente

ativo sob revisão. Contudo essa taxa de desconto não reflete os de aprendizagem.

riscos para os quais as estimativas de fluxos de caixa futuros fo-

4. Reconhecimento e mensuração de uma perda por


redução ao valor recuperável

Se, e apenas se, o valor recuperável de um ativo for menor do que


o seu valor contábil, este será reduzido ao valor recuperável. Essa
redução é uma perda por redução ao valor recuperável.
Uma perda por redução ao valor recuperável será reconhecida
imediatamente em lucros e perdas, a não ser que o ativo seja reco-
nhecido pelo valor reavaliado de acordo com outra norma.
Quando o valor estimado para um perda for maior do que o valor
contábil do ativo ao qual está relacionado, a entidade reconhecerá
um passivo apenas se outra norma assim o exigir.

A ULA V IRTUAL 2

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de caixa, ainda que a totalidade ou parte da produção seja utiliza-
A perda por redução ao valor recuperável também é chamada de
perda por desvalorização ou perda por impairment. É importante da internamente. Se as entradas de caixa forem afetadas por pre-
ressaltar apenas que, de acordo com as normas internacionais, ços de transferência interna, deverão ser utilizadas as melhores
não devemos mais utilizar a nomenclatura provisão para contas de
estimativas em relação aos preços futuros que poderiam ser atingi-
ativo.
dos, para transações que envolvam as entradas e saídas de caixa
Após o reconhecimento de uma perda por redução ao valor recu- utilizadas para determinar o valor em uso do ativo.
perável, o encargo de depreciação para o ativo será ajustado em
períodos futuros para a alocação do valor contábil revisado do ati-
O CPC 01 define unidade geradora de caixa como o menor grupo
vo, menos seu valor residual, de forma sistemática, ao longo de identificável de ativos que gera entradas de caixa e são em grande
sua vida útil restante. parte independentes das entradas de caixa provenientes de outros
ativos ou de grupos de ativos.

5. Unidades geradoras de caixa e ágio


5.2 Valor recuperável e valor contábil de uma unidade gerado-
ra de caixa
5.1 Identificação da unidade geradora de caixa à qual perten-
ce um ativo
Como já foi dito anteriormente, o valor recuperável é o maior valor
entre o valor justo menos os custos para vender, e o seu valor em
Se houver qualquer indicação de que um ativo possa apresentar
uso. Por sua vez o valor contábil de uma unidade geradora de cai-
problemas de recuperação, o valor recuperável desse ativo deverá
xa deverá ser determinado em uma base consistente com a forma
ser estimado. No entanto, algumas vezes não é possível estimar o
pela qual o valor recuperável da unidade geradora de caixa é de-
valor recuperável de um ativo de maneira individual, nesses casos
terminado. Este valor:
a entidade deve identificar a unidade geradora de caixa à qual per-
a) Inclui o valor contábil apenas de ativos que puderem ser atri-
tence o ativo, e determinar seu valor recuperável.
buídos diretamente à unidade geradora de caixa ou que pude-
Caso exista um mercado ativo para a produção de um ativo (ou
rem ser alocados a ela de forma razoável e consistente e que
grupo), esse ativo será identificado como uma unidade geradora
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são parte da unidade geradora e os passivos que foram reconheci-
dos.

A ULA V IRTUAL 3

gerarão entradas de caixa futuras utilizadas na determinação do


valor em uso da unidade geradora de caixa; e A ULA V IRTUAL 4
b) Não inclui o valor contábil de qualquer passivo reconhecido, a
menos que o valor recuperável da unidade geradora de caixa
não possa determinado sem consideração deste passivo. 5.2.1 Ágio

Isso ocorre porque o valor justo menos os custos para vender e o


valor em uso de uma unidade geradora de caixa são determinados 5.2.1.1 Alocação do ágio a unidades geradoras de caixa

excluindo-se os fluxos de caixa relacionados aos ativos que não O ágio adquirido em uma combinação de negócios deve ser, a par-
tir da data de aquisição, alocado a cada uma das unidades gerado-
ras de caixa (ou grupos de unidades) da adquirente, de que se es-
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pera que se beneficiem das sinergias da combinação, independen- b) Não será maior do que um segmento operacional conforme
temente se outros ativos ou passivos são atribuídos a essas unida- definido no parágrafo 5 da IFRS 8 antes da agregação.
des/grupos. Cada unidade/grupo ao qual o ágio é assim alocado: O ágio reconhecido em uma combinação de negócios é um ativo
a) Representará o menor nível dentro da entidade no qual o que representa benefícios econômicos futuros de outros ativos
ágio é monitorado para fins de gerenciamento interno; e também adquiridos em uma combinação de negócios, mas que
não são identificados individualmente e reconhecidos separada-
mente.
A alocação do ágio para fins de teste de redução ao valor recupe-
rável não deve interferir no ágio alocado de acordo com a IAS 21,
ou seja, para fins de mensuração dos ganhos e perdas em moeda
estrangeira.

5.2.1.2 Teste de redução ao valor recuperável de unidades ge-


radoras de caixa com ágio
Quando o ágio se refere a uma unidade geradora de caixa, mas
não foi alocado a esta, o teste deve ser aplicado sempre que hou-
ver uma indicação de que a unidade possa apresentar problemas
de recuperação, comparando-se o valor contábil da unidade, exclu-
indo qualquer ágio, com o seu valor recuperável.

Veja aqui exemplo de divulgação sobre ágio. Uma unidade geradora de caixa cujo ágio tenha sido alocado terá
a redução ao seu valor recuperável testada anualmente, e sempre
Arquivo extraído em 29/05/2012 do endereço: 

http://v3.gerdau.infoinvest.com.br/ptb/5643/2011GSACompletoJC.pdf que houver indicação de que a unidade possa apresentar proble-
mas de recuperação. Se o valor recuperável da unidade exceder o
seu valor contábil, a unidade e o ágio alocados a essa unidade se-

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xa diferentes podem ter a redução ao seu valor recuperável testa-
De acordo com a IFRS 8, um Segmento Operacional é um compo-
nente de uma entidade: da em épocas diferentes.
Se os ativos que constituírem a unidade geradora de caixa à qual
a) que atua em atividades de negócios das quais pode obter recei-
o ágio tiver sido alocado tiverem a redução no seu valor recuperá-
tas e incorrer em despesas;
vel testada, na mesma época que a unidade que contiver o ágio,
b) cujos resultados operacionais sejam regularmente avaliados
eles terão a redução no seu valor recuperável testada antes da uni-
pelo principal tomador de decisões operacionais da entidade, ao
dade que contiver o ágio.
decidir sobre os recursos a serem alocados ao segmento e ao ava-
liar o seu desempenho; O cálculo detalhado mais recente, realizado em um período prece-
dente, do valor recuperável de uma unidade geradora à qual um
c) em relação ao qual estão disponíveis informações financeiras
distintas. ágio tiver sido alocado pode ser utilizado no teste dessa unidade
no período corrente, respeitando os critérios:
Um segmento operacional pode se envolver em atividades de negó-
a) Os ativos e passivos que formarem a unidade não tenham se
cios das quais ainda deve obter receitas.
alterado significativamente desde o cálculo mais recente;
b) O cálculo tenha resultado em um valor que exceda o valor
rão considerados como sem problemas de recuperação. Se o va-
contábil da unidade por uma margem substancial;
lor contábil foi superior ao valor recuperável, uma perda por redu-
c) Com base em uma análise de eventos que tenham ocorrido e
ção ao valor recuperável será reconhecida.
de circunstâncias que tenham se alterado desde o calculo mais
recente, a probabilidade de que o valor recuperável atual seria
5.2.1.3 Época dos testes de redução ao valor recuperável
menor que o valor contábil seja remota.
O teste anual de redução ao valor recuperável de uma unidade ge-
radora de caixa à qual o ágio tiver sido alocado pode ser realizado
em qualquer época do ano, desde que o teste seja executado na
mesma época a cada ano. Além disso, unidades geradoras de cai-

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Ativos corporativos incluem ativos de grupos ou de divisões, tais
como o prédio de uma sede, equipamentos de processamento ele-
trônico de dados, ou um centro de pesquisa. As características que
distinguem os ativos corporativos são que eles não geram entra-
das de caixa, independentemente de outros ativos ou grupos de
ativos, e seu valor contábil não pode ser atribuído integralmente à
unidade geradora de caixa sob revisão.

b) Não puder ser alocada de forma razoável e consistente a


essa unidade, a entidade:
B1) comparará o valor contábil da unidade, excluindo o ativo
corporativo com o seu valor recuperável, e reconhecerá qual-

A ULA V IRTUAL 5 quer perda por redução.


B2) identificará o menor grupo de unidades geradoras de caixa
5.2.2"Ativos corporativos que incluir a unidade sob revisão e à qual a parcela do valor
Ao realizar o teste de redução em unidade geradora de caixa, uma contábil do ativo corporativo puder ser alocada de forma razoá-
entidade identificará todos os ativos corporativos que correspon- vel e consistente;
dem à unidade geradora de caixa sob revisão. Se uma parcela do B3) comparará o valor contábil desse grupo de unidades gera-
valor contábil de um ativo corporativo: doras, incluindo a parcela do valor contábil do ativo corporativo
alocado a esse grupo, com o valor recuperável deste grupo.
a) Puder ser alocada de forma razoável e consistente a essa uni-
dade, a entidade comparará o valor contábil da unidade, incluin-
do esta parcela, ao valor recuperável;

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a) Primeiramente para reduzir o valor contábil de qualquer ágio
alocado a unidade geradora (grupo);
b) A seguir aos demais ativos da unidade (grupo), proporcional-
mente, com base no valor contábil de cada ativo desta unidade;
Essas reduções serão reconhecidas e tratadas como perdas por
redução ao valor recuperável em ativos individuais. Ao alocar uma
perda, uma entidade não reduzirá o valor contábil de um ativo abai-
xo do valor que for maior entre:
a) Seu valor justo menos custos para vender (caso determiná-
vel);
b) Seu valor em uso (caso determinável);
c) Zero.
Após aplicação desses requisitos, um passivo será reconhecido
A ULA V IRTUAL 6
para qualquer valor restante de uma perda por redução ao valor
recuperável para uma unidade geradora de caixa se, e apenas se,
5.3" Perda por redução ao valor recuperável de uma unidade
outra IFRS assim o exigir.
geradora de caixa

6. Reversão de uma perda por redução ao valor recu-


Uma perda por redução ao valor recuperável será reconhecida
para uma unidade geradora de caixa se, e apenas se, o valor recu- perável
perável for menor que o valor contábil desta unidade (grupo de uni-
dades). Esta perda será alocada para reduzir o valor contábil dos Pode ocorrer de uma perda por redução ao valor recuperável reco-
ativos da unidade na seguinte ordem: nhecida em períodos anteriores não existir mais ou ter diminuído,

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se esse for o caso, a entidade deverá considerar as seguintes indi- Uma perda reconhecida em períodos anteriores para um ativo,
cações: exceto ágio, será revertida se, e apenas se, tiver ocorrido uma
Fontes externas de informações mudança nas estimativas utilizadas para determinar o valor recu-
a) Valor de mercado do ativo diminuiu significativamente duran- perável do ativo desde o reconhecimento da última perda. Nes-
te o período; se caso, o valor contábil do ativo será aumentado para o seu va-
b) Mudanças significativas (fontes externas de informações), lor recuperável, e esse aumento constitui uma reversão de per-
com um efeito favorável sobre a entidade, ocorreram durante o da por redução ao valor recuperável.
período ou ocorrerão no futuro, no ambiente tecnológico, de mer-
cado, econômico ou legal no qual a entidade opera ou no merca- 6.1 Reversão de uma perda por redução ao valor recuperável
do ao qual o ativo se destina; de um ativo individual
c) As taxas de juros de mercado ou outras taxas de mercado de
retorno sobre investimentos caíram durante o período e é prová- O valor contábil aumentado de um ativo, exceto o ágio, atribuível a
vel que essas quedas afetem a taxa de desconto utilizada no cál- uma reversão de uma perda por redução ao valor recuperável não
culo do valor em uso do ativo e aumentem significativamente o deve exceder o valor contábil que teria sido determinado se nenhu-
valor recuperável do ativo. ma perda tivesse sido reconhecida para o ativo em exercícios ante-
Fontes internas de informações riores.
a) Mudanças significativas (fontes internas de informações), Uma reversão de uma perda será reconhecida imediatamente em
com um efeito favorável sobre a entidade, ocorreram durante o lucros e perdas, a menos que o ativo seja reconhecido pelo valor
período ou ocorrerão no futuro, em relação à extensão pela qual reavaliado de acordo com outra IFRS.
o ativo é utilizado ou espera-se que seja utilizado. Após o reconhecimento de uma reversão, o encargo de deprecia-
b) Evidencia disponível no relatório interno, que indique que o ção para o ativo deve ser ajustado em períodos futuros para alo-
desempenho econômico do ativo é ou será melhor que o espera- car o valor contábil revisado do ativo, menos seu valor residual, de
do. forma sistemática ao longo de sua vida útil restante.

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6.3 Reversão de uma perda por redução ao valor recuperável
Exemplos de mudanças nas estimativas incluem:
de ágio
a) uma mudança na base do valor recuperável ( ou seja, se o valor
recuperável é baseado no valor justo menos os custos para ven-
der, ou no valor em uso). Uma perda por redução para ágio não será revertida em um perío-
do subsequente.
b) se o valor recuperável foi baseado no valor em uso, uma mudan-
ça no valor ou na época dos fluxos de caixa futuros estimados, ou
na taxa de desconto.

c) se o valor recuperável foi baseado no valor justo menos os cus-


tos para vender, uma mudança na estimativa dos componentes do
valor justo menos os custos para vender.

6.2 Reversão de uma perda por redução ao valor recuperável


de uma unidade geradora de caixa

A reversão de uma perda para esta unidade será alocada aos


seus ativos, proporcionalmente aos valores contábeis destes. Na
alocação desta, o valor contábil não será aumentado acima do va-
lor que for menor entre:
a) Seu valor recuperável (se determinável); e
A ULA V IRTUAL 7
b) O valor contábil que teria sido determinado se nenhuma per-
da tivesse sido reconhecida para o ativo em períodos anterio-
res.

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7. Divulgação

Uma entidade divulgará o seguinte para cada classe de ativos:


a) O valor das perdas por redução ao valor recuperável reconhe-
cidas em lucros e perdas durante o período e a(s) rubrica(s) da

A ULA V IRTUAL 8

Teste seu conhecimento


Tempo estimado: 8 minutos
Quiz 2: Clique aqui para realizar a
Veja aqui exemplo de divulgação do teste de recuperabilidade
atividade proposta no ambiente do ágio
de aprendizagem. Arquivo extraído em 29/05/2012 do endereço: 

http://v3.gerdau.infoinvest.com.br/ptb/5643/2011GSACompletoJC.pdf

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demonstração do resultado abrangente na qual essas perdas Para Reflexão
Tempo estimado: 30 minutos
estão incluídas.
b) O valor de reversões de perdas por redução ao valor recupe-
rável de ativos reconhecidas em lucros e perdas durante o perío-
do e a(s) rubrica(s) da demonstração do resultado abrangente
na qual essas perdas estão incluídas.
Com base na análise das Demonstrações Contábeis da GERDAU
c) O valor de perdas por redução em ativos reavaliados reconhe- do ano de 2010, responda:
cidas em outros resultados abrangentes durante o período.
(i) A empresa reconheceu perdas por não recuperabilidade de ati-
d) O valor de reversões de perdas por redução de ativos reava-
vos nos anos de 2009 e 2010? Justifique.
liados reconhecidas em outros resultados em outros resultados
(ii) A empresa reconheceu reversão de perdas por não recuperabili-
abrangentes durante o período.
dade de ativos nos anos de 2009 e 2010? Justifique.

(iii) O valor recuperável dos ativos foi estabelecido com base no va-
lor líquido de venda ou valor em uso? Justifique.

Teste seu conhecimento (iv) Quais foram às fontes internas e/ou externas que levaram a rea-
Tempo estimado: 60 minutos lização do teste de recuperabilidade?

Estudo de Caso: Clique aqui para (v) Quais foram às premissas utilizadas pela empresa no calculo
realizar a atividade proposta no do valor recuperável? Justifique.
ambiente de aprendizagem.

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Bibliografia Recomendada

CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC 01 (R1) Re-


dução ao Valor Recuperável de Ativos
(http://www.cpc.org.br/pdf/CPC01R1.pdf)

ERNST & YOUNG; FIPECAFI. Manual de Normas Internacionais


de Contabilidade: IFRS versus Normas Brasileiras. 2 ed. São Pau-
lo: Atlas, 2010. Capítulo 21.

IASB - International Accounting Standards Board. International


 Accounting Standard nº 36 – Impairment of Assets.

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