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A Educação Integral é a premissa central da Base Nacional Comum Curricular - BNCC. Esse princípio é reafirmado nos
pressupostos do Currículo do Espírito Santo.
(...) a Educação Integral possibilita o desenvolvimento do sujeito em suas dimensões intelectual, social, emocional, física,
cultural e política, por isso, compreendendo-o em sua integralidade. (Currículo do Espírito Santo, 2018, p.19).
É uma concepção de educação que coloca o estudante no centro do processo e busca seu desenvolvimento em todas as
suas dimensões. Deve promover experiências para além do desenvolvimento da formação intelectual, favorecendo o
conhecimento do corpo, da afetividade, das emoções e das relações.
Dessa forma, o Currículo do Espírito Santo, assim como a BNCC, intenta que o ensino por competências se dê na prática, de
forma mais ampla, compreendendo-se como construção de conhecimentos, desenvolvimento de habilidades e formação
de atitudes e valores.
Dimensões e Desenvolvimento das Competências na BNCC
“No âmbito da BNCC, a noção de competência é utilizada no sentido da mobilização e aplicação
dos conhecimentos escolares, entendidos de forma ampla (conceitos, procedimentos, valores e
atitudes). Assim, ser competente significa ser capaz de, ao se defrontar com um problema, ativar
e utilizar o conhecimento construído. (BNCC, 2017, p. 16) ”.
Conceitos relativos a competências e habilidades, no âmbito educacional, já estão presentes em diversos documentos entre
eles: os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (BRASIL, 1997), os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio –
PCNEM (BRASIL, 2000).
As situações-problema necessitam ser criadas, inovadas e devem ter relação com o cotidiano do educando, para que assim
possam ser desenvolvidas novas habilidades e competências.
A competência é o que fará com que o indivíduo resolva situações do seu cotidiano, durante toda a vida. Desenvolver
competências é um processo no qual, de maneira inter-relacionada, o sujeito utiliza os componentes atitudinais, conceituais
e procedimentais.
Tais conceitos proporcionam ao professor criar as práticas em sala de aula que envolvam o cotidiano dos alunos e que
proporcionem novas aprendizagens.
O ensino por competências propõe a educação integral do educando, de forma que não ocorra a compartimentação das
disciplinas. Mesmo que, ao trabalhar com competências, o educando mobilize conhecimentos que também são de ordem
disciplinar, o importante é que ele saiba transpor os conhecimentos de diferentes áreas utilizando-os como componentes
da realidade.
Por meio de metodologias ativas, a abordagem por competências desafia o professor a encarar os conhecimentos como
recursos a serem mobilizados, assim como a trabalhar regularmente com a resolução de problemas.
Para ensinar competências são necessárias mudanças identitárias significativas por parte do professor. É preciso
desvencilhar-se da ideia de que o saber voltado à experiência é de menor relevância que o teórico, mas que ao trabalhar
com ambos, os conhecimentos estarão ancorados à ação.
É importante sugerir e trabalhar as ligações entre as situações concretas e os conhecimentos, tendo o professor saindo da
posição de destaque e deixando o educando encontrar os caminhos e organizar seus conhecimentos no seu tempo, com o
acompanhamento.
Trabalhar regularmente por problemas significa colocar o aluno diante de várias decisões que precisam ser tomadas para
alcançar um objetivo traçado. O educando é instigado através de uma situação real a articular seus conhecimentos prévios
para superar obstáculos cognitivos.
Para desenvolver um trabalho a partir de situações-problema é preciso planejamento. Exige do professor uma capacidade
de variação e renovação, pois as situações-problema precisam manter-se surpreendentes e estimulantes, para que
mobilizem os alunos e que sejam direcionadas para aprendizagens específicas.
Livro 3: Educação para as competências socioemocionais
As Competências Socioemocionais
“[...] sustento que não há ação humana sem uma emoção que a estabeleça como tal e a torne possível como ato”. Humberto
Maturana
Para ampliar a fronteira da educação, devemos superar os desafios do século XXI, mas para isso devemos desenvolver
um conjunto de competências necessárias para aprender, viver, conviver e trabalhar em um mundo cada vez mais complexo.
A Educação para o século XXI exige a ampliação da fronteira do que se entende por aprendizagem e passa pelo
desenvolvimento a avaliação desses aspectos que, hoje se reconhece, podem ser mensurados objetivamente e ensinados
intencionalmente na escola.
As competências socioemocionais incluem um conjunto de habilidades como responsabilidade, colaboração e
resiliência, entre diversas outras, importantes para que os estudantes saibam lidar melhor com suas emoções, relacionar-se
com os outros e alcançar objetivos na vida. Diversos estudos indicam que o desenvolvimento dessas habilidades pela escola
é um importante caminho para impulsionar os resultados escolares e, ao mesmo tempo, promover as aprendizagens
necessárias para enfrentar as complexidades do século XXI, formando crianças e jovens mais protagonistas e bem
preparados para explorarem seus potenciais, se inserirem plenamente no mundo do trabalho, da cidadania e das relações
sociais.
Nessa esteira, o currículo do Espírito Santo, alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), apresenta como
princípio norteador uma educação voltada para a integralidade do sujeito em suas dimensões cognitivas, sociais, emocionais,
físicas, políticas e culturais pressupõe assumir uma Matriz de Saberes pautada em concepções sobre Ser, Conhecer, Fazer e
Conviver.
Os quatro pilares da Educação
Numa proposta que considere os quatro pilares para a educação, o educador deixa de oferecer o conteúdo pronto e ensina o
educando a pensar, a desenvolver o pensamento crítico, autônomo, participativo e atuante em todo o processo educacional.
Construção da Matriz de Saberes no Currículo do ES
É oportuno assinalar que o Governo do Estado, desde 2015, já vem planejando a incorporação da educação
socioemocional de forma estruturada na rotina da sala de aula, com vista à promoção da educação integral. Para
tanto, realizou em novembro de 2015, com apoio técnico do eduLab21 do Instituto Ayrton Senna, uma pesquisa com
os educadores da rede pública estadual do Espírito Santo sobre a importância do Socioemocional no contexto
educacional.
Com base nos dados dessa pesquisa, não apenas a Secretaria de Estado da Educação (Sedu), mas também as
Secretarias Municipais poderão fazer escolhas e tomar decisões mais bem embasadas para lidar com esse grande
desafio qualitativo de nossa educação e que passa pela construção do currículo, metodologias que serão adotadas,
formação adequada de professores e implementação de políticas públicas.
Para compreender como o Espírito Santo construiu sua Matriz de Saberes, acesse ao material do livro: "O que os
educadores pensam sobre o Socioemocional" na pasta de aprofundamento.
Ao elegermos cada uma das competências gerais da Base Nacional Comum Curricular, percebemos que as competências
socioemocionais podem ser mobilizadas para que os comandos específicos de cada uma sejam acionados. As dez
competências gerais envolvem diferentes tipos de competências socioemocionais de acordo com sua natureza,
pertencentes aos quatro campos de vivências estabelecidos pela Matriz de Saberes: Aprender a Ser, Aprender a Conviver,
Aprender a Fazer e Aprender a Conhecer.
Assim, as Competências Socioemocionais estão presentes no desenvolvimento das demais competências do currículo e não
precisam ser trabalhadas isoladamente. No processo de ensino e aprendizagem, dos mais variados componentes
curriculares, as competências socioemocionais devem ser acionadas intencionalmente ampliando o processo de ensino para
um fenômeno de sentido e significado amplo na vida do estudante.
Analise a tabela que alinha as 10 Competências Gerais da BNCC com a Matriz de Saberes do Currículo do Espírito Santo.
Essas são apenas algumas das possibilidades de relacionamento entre elas.