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Módulo I: Introdução ao Currículo do Espírito Santo

Livro 1: Educação integral


O que é a Educação Integral?
O que é a Educação Integral? Como ela se apresenta no Currículo do Espírito Santo?

A Educação Integral é a premissa central da Base Nacional Comum Curricular - BNCC. Esse princípio é reafirmado nos
pressupostos do Currículo do Espírito Santo.

(...) a Educação Integral possibilita o desenvolvimento do sujeito em suas dimensões intelectual, social, emocional, física,
cultural e política, por isso, compreendendo-o em sua integralidade. (Currículo do Espírito Santo, 2018, p.19).

É uma concepção de educação que coloca o estudante no centro do processo e busca seu desenvolvimento em todas as
suas dimensões. Deve promover experiências para além do desenvolvimento da formação intelectual, favorecendo o
conhecimento do corpo, da afetividade, das emoções e das relações.

Princípios norteadores da Educação Integral


Os quatro princípios que norteiam a concepção de Educação Integral que busca constituir políticas e práticas educativas
inclusivas e emancipatórias são: Equidade, Inclusão, Sustentabilidade e Contemporaneidade.
Currículo desenvolvido a partir da Educação Integral
São fundamentos do currículo na Educação Integral: a Transversalidade e Interdisciplinaridade, o Território, a
Experimentação, a Democracia e a Colaboração e a Personalização.

Livro 2: Ensino por competências


10 Competências Gerais da BNCC
O Currículo do Espírito Santo conceitua com 10 Competências Gerais da BNCC.

“(...) o Currículo do Espírito Santo corrobora a BNCC ao reconhecer a importância das 10


competências básicas a serem desenvolvidas pelos estudantes da Educação Básica, que dizem
respeito às seguintes dimensões: conhecimento; pensamento científico, crítico e criativo;
repertório cultural; comunicação; cultura digital; trabalho e projeto de vida;
argumentação; autoconhecimento e autocuidado; empatia e cooperação; e, por fim,
responsabilidade e cidadania. Isso significa assumir também que se entende que os processos
educativos devem colocar no centro da discussão a aprendizagem dos estudantes e seu
desenvolvimento mais amplo, considerando conhecimentos mobilizados por processos cognitivos
mais complexos e que corroborem com sua atuação e intervenção crítica no mundo (CURRÍCULO
DO ESPÍRITO SANTO, 2018, p.21, grifo nosso) ”.

Dessa forma, o Currículo do Espírito Santo, assim como a BNCC, intenta que o ensino por competências se dê na prática, de
forma mais ampla, compreendendo-se como construção de conhecimentos, desenvolvimento de habilidades e formação
de atitudes e valores.
Dimensões e Desenvolvimento das Competências na BNCC
“No âmbito da BNCC, a noção de competência é utilizada no sentido da mobilização e aplicação
dos conhecimentos escolares, entendidos de forma ampla (conceitos, procedimentos, valores e
atitudes). Assim, ser competente significa ser capaz de, ao se defrontar com um problema, ativar
e utilizar o conhecimento construído. (BNCC, 2017, p. 16) ”.

Habilidades e Competências na prática docente


Deparar-se com situações-problema faz parte do dia a dia das pessoas, no entanto, para resolvê-las é necessário o
desenvolvimento de habilidades e competências.

Conceitos relativos a competências e habilidades, no âmbito educacional, já estão presentes em diversos documentos entre
eles: os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (BRASIL, 1997), os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio –
PCNEM (BRASIL, 2000).

As situações-problema necessitam ser criadas, inovadas e devem ter relação com o cotidiano do educando, para que assim
possam ser desenvolvidas novas habilidades e competências.

A competência é o que fará com que o indivíduo resolva situações do seu cotidiano, durante toda a vida. Desenvolver
competências é um processo no qual, de maneira inter-relacionada, o sujeito utiliza os componentes atitudinais, conceituais
e procedimentais.

Tais conceitos proporcionam ao professor criar as práticas em sala de aula que envolvam o cotidiano dos alunos e que
proporcionem novas aprendizagens.
O ensino por competências propõe a educação integral do educando, de forma que não ocorra a compartimentação das
disciplinas. Mesmo que, ao trabalhar com competências, o educando mobilize conhecimentos que também são de ordem
disciplinar, o importante é que ele saiba transpor os conhecimentos de diferentes áreas utilizando-os como componentes
da realidade.

Por meio de metodologias ativas, a abordagem por competências desafia o professor a encarar os conhecimentos como
recursos a serem mobilizados, assim como a trabalhar regularmente com a resolução de problemas.

Para ensinar competências são necessárias mudanças identitárias significativas por parte do professor. É preciso
desvencilhar-se da ideia de que o saber voltado à experiência é de menor relevância que o teórico, mas que ao trabalhar
com ambos, os conhecimentos estarão ancorados à ação.

É importante sugerir e trabalhar as ligações entre as situações concretas e os conhecimentos, tendo o professor saindo da
posição de destaque e deixando o educando encontrar os caminhos e organizar seus conhecimentos no seu tempo, com o
acompanhamento.

Trabalhar regularmente por problemas significa colocar o aluno diante de várias decisões que precisam ser tomadas para
alcançar um objetivo traçado. O educando é instigado através de uma situação real a articular seus conhecimentos prévios
para superar obstáculos cognitivos.

Para desenvolver um trabalho a partir de situações-problema é preciso planejamento. Exige do professor uma capacidade
de variação e renovação, pois as situações-problema precisam manter-se surpreendentes e estimulantes, para que
mobilizem os alunos e que sejam direcionadas para aprendizagens específicas.
Livro 3: Educação para as competências socioemocionais

As Competências Socioemocionais
“[...] sustento que não há ação humana sem uma emoção que a estabeleça como tal e a torne possível como ato”. Humberto
Maturana

Para ampliar a fronteira da educação, devemos superar os desafios do século XXI, mas para isso devemos desenvolver
um conjunto de competências necessárias para aprender, viver, conviver e trabalhar em um mundo cada vez mais complexo.
A Educação para o século XXI exige a ampliação da fronteira do que se entende por aprendizagem e passa pelo
desenvolvimento a avaliação desses aspectos que, hoje se reconhece, podem ser mensurados objetivamente e ensinados
intencionalmente na escola.
As competências socioemocionais incluem um conjunto de habilidades como responsabilidade, colaboração e
resiliência, entre diversas outras, importantes para que os estudantes saibam lidar melhor com suas emoções, relacionar-se
com os outros e alcançar objetivos na vida. Diversos estudos indicam que o desenvolvimento dessas habilidades pela escola
é um importante caminho para impulsionar os resultados escolares e, ao mesmo tempo, promover as aprendizagens
necessárias para enfrentar as complexidades do século XXI, formando crianças e jovens mais protagonistas e bem
preparados para explorarem seus potenciais, se inserirem plenamente no mundo do trabalho, da cidadania e das relações
sociais.
Nessa esteira, o currículo do Espírito Santo, alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), apresenta como
princípio norteador uma educação voltada para a integralidade do sujeito em suas dimensões cognitivas, sociais, emocionais,
físicas, políticas e culturais pressupõe assumir uma Matriz de Saberes pautada em concepções sobre Ser, Conhecer, Fazer e
Conviver.
Os quatro pilares da Educação
Numa proposta que considere os quatro pilares para a educação, o educador deixa de oferecer o conteúdo pronto e ensina o
educando a pensar, a desenvolver o pensamento crítico, autônomo, participativo e atuante em todo o processo educacional.
Construção da Matriz de Saberes no Currículo do ES
É oportuno assinalar que o Governo do Estado, desde 2015, já vem planejando a incorporação da educação
socioemocional de forma estruturada na rotina da sala de aula, com vista à promoção da educação integral. Para
tanto, realizou em novembro de 2015, com apoio técnico do eduLab21 do Instituto Ayrton Senna, uma pesquisa com
os educadores da rede pública estadual do Espírito Santo sobre a importância do Socioemocional no contexto
educacional.
Com base nos dados dessa pesquisa, não apenas a Secretaria de Estado da Educação (Sedu), mas também as
Secretarias Municipais poderão fazer escolhas e tomar decisões mais bem embasadas para lidar com esse grande
desafio qualitativo de nossa educação e que passa pela construção do currículo, metodologias que serão adotadas,
formação adequada de professores e implementação de políticas públicas.
Para compreender como o Espírito Santo construiu sua Matriz de Saberes, acesse ao material do livro: "O que os
educadores pensam sobre o Socioemocional" na pasta de aprofundamento.

Relação das Competências Gerais com as Competências Socioemocionais


“A matriz de saberes contempla, para além das escutas, as competências gerais definidas na Base Nacional Comum
Curricular, bem com as competências tecnológicas, que se inter-relacionam e se desdobram nas e entre as três etapas da
Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio)” (ESPÍRITO SANTO, 2018, p. 28).

Ao elegermos cada uma das competências gerais da Base Nacional Comum Curricular, percebemos que as competências
socioemocionais podem ser mobilizadas para que os comandos específicos de cada uma sejam acionados. As dez
competências gerais envolvem diferentes tipos de competências socioemocionais de acordo com sua natureza,
pertencentes aos quatro campos de vivências estabelecidos pela Matriz de Saberes: Aprender a Ser, Aprender a Conviver,
Aprender a Fazer e Aprender a Conhecer.

Assim, as Competências Socioemocionais estão presentes no desenvolvimento das demais competências do currículo e não
precisam ser trabalhadas isoladamente. No processo de ensino e aprendizagem, dos mais variados componentes
curriculares, as competências socioemocionais devem ser acionadas intencionalmente ampliando o processo de ensino para
um fenômeno de sentido e significado amplo na vida do estudante.
Analise a tabela que alinha as 10 Competências Gerais da BNCC com a Matriz de Saberes do Currículo do Espírito Santo.
Essas são apenas algumas das possibilidades de relacionamento entre elas.

Livro 4: Temas integradores


Temas Integradores do Currículo do Espírito Santo
O Currículo do Espírito Santo foi elaborado com o propósito de dialogar com a dinâmica e os dilemas da sociedade
contemporânea, de maneira que a juventude possa participar ativamente da transformação positiva tanto da sua realidade
local quanto dos desafios globais. Temas importantes e urgentes, como direitos humanos, meio ambiente, desigualdades
sociais e regionais, intolerâncias culturais e religiosas, abusos de poder, populações excluídas, avanços tecnológicos e seus
impactos, política, economia, educação financeira, consumo e sustentabilidade, entre outros, precisam ser debatidos e
enfrentados, para que a humanidade possa avançar.
“Os temas integradores entrelaçam as diversas áreas de conhecimento que compõem o Currículo do
Espírito Santo e trazem questões que atravessam as experiências dos sujeitos em seus contextos de
vida, ações no público, no privado e no cotidiano. Compreende aspectos para além da dimensão
cognitiva, dando conta da formação social, política e ética e que considera e valoriza as diversas
identidades culturais. “ (CURRÍCULO DO ESPÍRITO SANTO, p.32).

Macroáreas Temáticas do Currículo do Espírito Santo


Dos PCNs para a BNCC: “Da Transversalidade para a Integralidade”
Os temas transversais contidos nos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais – 1998) são assuntos de grande relevância para
a sociedade brasileira. Considerados como urgentes, esses temas foram abordados de forma transversalizada em todas as
áreas do currículo na educação básica e ganharam nova terminologia na BNCC. Dessa forma, o currículo do Espírito Santo
incorporou os temas transversais com a denominação de Temas Integradores.

Temas Integradores na prática


Os temas integradores devem ser abordados como parte integrante das áreas de ensino. Não podem ser vistos como
aulas especiais nem muito menos devem ser considerados como novos componentes curriculares ou áreas de
conhecimento. Os temas transversais ou integradores devem fazer parte do trabalho compartilhado entre professores,
estudantes e comunidades e devem ser discutidos, debatidos e analisados concretamente.

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