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Diagnostico Institucional

Acadêmicos: Andryeli Reis, Anderson Fagundes e Etielle Rodrigues;


01.07.19

Análise das instituições concretas de Guilhon Albuquerque

A instituição é entendida para Albuquerque como concreta, pois é construída a partir


de práticas que podem ser abstraídos a partir de observação e discurso do seu "fazer".
Portanto, Albuquerque compreende a instituição como um conjunto de práticas concretas,
assim sendo, sua análise se dá redirecionando olhar para as suas práticas. O termo "concreta"
vem da ideia da instituição ser fruto de um trabalho de produção de um objeto de pensamento
(Morais, 2004).
A prática se dá pela estrutura a partir dos seus elementos como objeto, âmbito e atores
institucionais. A relação destes elementos resulta na prática institucional (Morais,2004).
Conforme os estudos de Guilhon de Albuquerque, os indivíduos são responsáveis por fazer a
instituição, com isso o analisador deve buscar compreender como se dá a organização dessa
instituição no pensamento e na subjetividade dos membros agentes institucionais. Assim
como a prática que se estabelece na relação dos agentes e clientela é que se estrutura a
instituição, o analisador deve traçar um mapeamento de como se estrutura a instituição para
poder compreendê-la no total. O analisador deve buscar as informações que preencham os
dados que faça-o identificar os elementos que compõem a instituição como seu objeto, seu
âmbito, seus atores e suas práticas (Morais, 2004).
Além disso, o analisador deve buscar as informações, conforme a perspectiva de
Guilhon de Albuquerque, por meio de documentos escritos, pelos dados das normas que
direcionam e regulamentam o funcionamento da instituição, e pela fala dos membros agentes
e clientela. Havia de análise é o discurso do fazer e a observação deste fazer (Morais, 2004).
A proposta diagnóstica é buscar entender as relações entre os atores com o objeto e
âmbito. Qual a relação entre funcionários, técnicos, administradores, clientela. Para
Albuquerque o diagnóstico não se dá em compreender as entidades abstratas somente
(Morais, 2004). Assim, Guilhon Albuquerque assume proposta de análise sem se foca na
intervenção. O foco que procura é no processo de conhecimento de um determinado campo
de atuação dentro da instituição, esse é o foco de análise (Morais, 2004)..
Os elementos necessários que estruturam as práticas:
Objeto Institucional
É uma instância subjetiva. É o elemento que é instituição pega para si serve como seu
guardião. Pode ser saúde, ensino, segurança. No estudo de caso que temos, o objeto da
instituição é a preservação ambiental.

Âmbito institucional
É o campo de ação que permite situar o objeto da instituição, é o que o envolve dentro de
determinado limite. Consiste no ambiente que circunda o objeto.
No estudo de caso o campo de atuação do objeto em questão da instituição é

Atores institucionais
Dividem-se em:
1. agentes institucionais: dentro deste, há outra divisão em:
a) Agentes privilegiados, os profissionais, os indivíduos que detém o saber, os
indivíduos que atuam diretamente com o objeto.
b) agentes subordinados, são os indivíduos em formação deste saber ou menos
reconhecidos que os profissionais, mas que ainda possuem certo grau de
autonomia em função do objeto da instituição.
c) pessoal, refere-se aos funcionários, empregados de outras áreas que não atuam
diretamente com o objeto da instituição.
2. Mandante: refere-se não a quem manda, mas ao proprietário, a quem a instituição
deve responder ou deve agir em função dele. Dividem-se em função de sua relação
com o objeto:
a) Relação de propriedade, o mandante é quem sustenta economicamente a
instituição e as vezes até se apropria do que a instituição produz.
b) relação de subordinação funcional, corpo de agentes institucionais nomeado
pelo mandante.
c) relação de mandado institucional, o mandante é o guardião e quem preza pelo
sustento do objeto. Por exemplo, consultórios, hospitais, farmácias devem
portar-se em relação a instituição medicamentosa dominante no plano
nacional.
3. Clientela: indivíduos que são o alvo das ações dos agentes, e que de alguma forma se
favorecem desta ação.
4. Público: em coletivo ou individual observam as ações da instituição.

Proposta de análise caso


Paulo, novo diretor da Unidade Políticas Ambientais no setor de políticas públicas do
departamento de recursos naturais, foi eleito para a função. Era sua primeira experiência na
área de políticas. Havia três pessoas subordinadas a ele que possuíam mais experiência na
área do que Paulo e especialização em questões ambientais. Com Paulo havia fortes
expectativas pela secretária executiva para que sua chegada trouxesse mudanças a situação de
falta de preocupação em relação ao meio ambiente que havia se instalado no UPA. Ao Paulo
conhecer mais do seu pessoal, surgiu reclamações de seus subordinados. Foi quando Paulo
começou o processo de estruturação da unidade percebeu uma questão subjetiva conflitante:
havia exclusão e desrespeito.
O projeto de Paulo mexeu com a dinâmica da unidade afastando de serviços comuns e
trazendo mais outras atividades o que o pessoal se incomodou. Ao documentar por escrito
algumas questões das reuniões havia críticas a essa política de Paulo por falta de visão
ambiental e por não tratar do principal. Um dos funcionários se irritou com a situação, se
instalando um caos pelo fato de a unidade estar desunida. Paulo percebeu que na verdade, a
raiz do problema estava em um dos agentes Institucionais não havia aderido a nova
ampliação de funções que Paulo havia sugerido.
Nessa pequena síntese da situação que está o problema, e detectamos um funcionário
problema. De acordo com o olhar de Albuquerque, a análise se dá em observar a instituição
em sua estrutura a partir de seus elementos, e o intuito é compreendê-la, não intervir. Com
isso podemos ver a prática dessa instituição com uma dificuldade em comunicação entre os
atores institucionais e as diferentes posições que ocupam. Albuquerque teorizou que o
consultor de uma determinada instituição não deveria partir de uma ideologia, ou ao menos,
almejar isso. Ter ideologia é defendido como inerente aos seres humanos, segundo alguns
teóricos, como Paulo Freire e Aaron Beck( com a configuração de esquemas que pré julgam
o meio para o indivíduo), não obstante, ao ter uma ideologia guiadora ou seguir a instituição
que se analisa, por exemplo, pode ofuscar o real saber fenomenológico. Há a chance de o
olhar crítico tomar partido, caso ocorra um conflito, como o do caso, se as perspectivas da
instituição apenas forem levadas em conta.
A análise também consistiria na interação dos atores institucionais, não somente em
dados mensuráveis por meio de metas ou setores organizacionais, por exemplo. O valor
operacional não se sobressai sobre a visão de si e de sua respectiva visão, que um indivíduo
tenha. Entender a natureza do local e as funções que são encarregadas aos agentes
institucionais pode servir como um insight à ser utilizado, pois, ao deparar-se como o ideal e
o real, o ciclo homeostático pode virar linhas paralelas, que podem tentar traçar retas iguais
entre o previsto e o desempenhado ou ao menos pode se enfraquecer e ficar mais sujeito á
mudanças.
Referências
Morais, M. L. C. (2004) Bases conceituais para o diagnóstico Psicopedagógico
Institucional. Disponível em: https://www.google.com/url?
sa=t&source=web&rct=j&url=http://www.alemdavisao.com/home/biblioteca/Bases-
Conceituais-para-o-Diagn%25C3%25B3stico-Psicopedag
%25C3%25B3gico.pdf&ved=2ahUKEwjb_JLT0IfjAhV4K7kGHeSWBK04FBAWMAF6BA
gHEAE&usg=AOvVaw1Z0fX_ro4E0JwPiBEm8vxZ Acesso em 26/06/2019.

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