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Período Interbíblico

“Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu


Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei.” Gl 4.4

1
Introdução

Foi considerado o período de 400 anos, em que não


houve revelação divina escrita, onde os fatos
históricos formaram o cenário ideal para a
manifestação de Jesus o Filho de Deus.

Antes de iniciarmos o estudo do Novo Testamento, é


de extrema importância a compreensão dos fatos
que ocorreram pós-exílio até o advento de Cristo,
iniciando então a Era Cristã.

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O Contexto Histórico
A nação de Israel apostatou da fé, quebrou a aliança com Deus, e por
isso foi extremamente afligido com os cativeiros Assírio (721 a.C.) e
Babilônico (606-536).

O Império medo-persa surgiu em 536 a.C., como libertador de Israel


das mãos da Babilônia, com a figura de Ciro que permite que cerca de
50.000 exilados retornem para Jerusalém.

Esdras retorna do exílio em 457 a.C., promove diversas reformas civis e


espirituais, servindo de restaurador e por isso passou a ser considerado
como o segundo fundador da nação Judaica.

Assírio Babilônico Medo-Persa Grego


721 167
606 536 330

Em Dn 8.3-12 foi profetizado a queda do império babilônico até o


levante de Antioco Epifânio (uma tipificação de anti-cristo).

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Alexandre o Grande
 Alexandre, filho de Felipe de Macedom, homem de
extrema liderança, educado aos pés do famoso Aristóteles,
plenamente devotado a cultura grega, penetrou na Pérsia
com um contingente bastante inferior aos dos seus
adversários. Mas, pela sua coragem e destreza militar
com apenas 22 anos de idade estabeleceu seu império.
 No ano de 330 a.C. Alexandre o Grande estabelece o
Império Grego, mas com apenas 33 anos de idade perdeu
suas forças estando enfermo e também bastante
debilitado pelo uso do álcool.
 Embora tenha reinado por um período bastante curto,
mas tendo sido muito rápido em suas empreitadas,
passou a influenciar o mundo da época como nunca antes
havia ocorrido, disseminando a cultura e a língua grega
por toda extensão do seu império.

“... Mas, estando na sua maior força, aquele grande chifre foi
quebrado; e no seu lugar subiram outros quatro.” Dn 8.8

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Os Sucessores de Alexandre
Após a morte de Alexandre, o império Grego é então dividido e
entregue nas mãos de:

 Seleuco – Reinou no norte sobre a Síria, Ásia Menor e a Babilônia;


 Ptolomeu – Ficou com o sul reinando sobre o Egito;
 Lisímaco – Sobre a Trácia;
 Cassandro – Ficou com a Macedônia e a Grécia.

Nesse período o império passou de uma mão para outra mão, por
várias vezes até 301 a.C., quando o Egito e a Síria mediram forças
(Egito: 301-198 / Síria: 198-167).

A Palestina foi dividida nas províncias: JUDÉIA, GALILÉIA, TRACONITES


e PERÉIA. E também nesse período surgiram os Fariseus “separados”,
Saduceus “justos” e os Essênios que pareciam uma seita oriental com
mistura de judaísmo.

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Antioco Epifânio
Em 175 a.C., subiu ao trono da Síria, Antioco
Epifânio (Antioco IV). Ele colocou em seu coração o
desejo de exterminar os judeus e em 168 a.C.,
arrasou Jerusalém, profanou o templo erigindo um
altar a Júpiter e sacrificou uma porca sobre o altar
dos holocaustos.

Como se não bastasse, também decretou pena de


morte para quem praticasse a circuncisão e adorasse
a Deus. E também destruiu todas as cópias que
encontrou das Escrituras.

“E de um deles saiu um chifre muito pequeno...” Dn 8.9

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A Revolta dos Macabeus
Jerusalém mais uma vez estava arrasada, seu povo revoltado com a
situação que se encontravam, até que Matatias, que vivia em Modim
(entre Jope e Jerusalém), podemos assim dizer: “deu o grito de
independência”.

Com muita bravura venceu diversas batalhas, mas no ano 167


a.C., no mesmo ano da revolta veio a falecer.

Matatias possuía cinco filhos, os quais por um período de


aproximadamente 100 anos estabeleceram uma heróica e sangrenta
independência.

- Judas (166-161): Rededicou o templo e fez aliança com Roma;


- Eleazar: Morreu em combate antes de 161 a.C.;
- Jônatas (161-142): Também foi um bravo guerreiro. Exerceu as
funções de rei e sacerdote;
- João: Morreu antes de Jônatas; e
- Simão (142-134): Consolida a vitória e foi feito governador e sumo
sacerdote.

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Descendentes dos Macabeus

Depois outros descendentes dos Macabeus também continuaram


pelejando para manter a liberdade de Israel:

- João Hircano (134-104): Cercou e destruiu a cidade de


Samaria, arrasando o templo dos samaritanos, construído sobre
o monte Gerezim, por permissão de Alexandre o Grande. Nesse
tempo a divisão política era: JUDÉIA, SAMARIA, GALILÉIA,
IDUMÉIA e PERÉIA;

- Aristóbulo I (104-103): Filho de João Hircano;

- Alexandre Janeu (103-76): Era irmão de Aristóbulo I – Em


seu tempo houve uma espécie de guerra civil, por causa dos seus
desmandos;

8
Descendentes dos Macabeus Continua...

- Alexandra (76-67): Havia sido esposa primeiramente de Aristóbulo I e


depois de sua morte casou-se com Alexandre Janeu e após sua morte
ascendeu ao trono; e

- Aristóbulo II (67-63): Foi o último rei do período independente e era filho


de Alexandre Janeu com Alexandra. Esse usurpou o poder de seu irmão mais
velho Hircano II, o qual deixou o governo pacificamente.

Israel independente Jesus nasce na época de


Herodes o Grande (37-4 a.C.)

Os Macabeus Romano
167 476 d.C.
63 Queda do Império Ocidental
---
1453 d.C.
Império Oriental
Queda de Constantinopla

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Os Romanos
No ano de 63 a.C., a Palestina passa para o Domínio romano
através de Pompeu que arrebatou o poder das mãos de Aristóbulo
II e entregou a Hircano II.

Os governantes da Palestina até a Era Cristã:

- Hircano II (63-40):
- Antígano II (40-37):
- Herodes o Grande (37-4 a.C.):

Obs.: A Palestina estava agora dividida em 6 distritos: JUDÉIA,


SAMARIA, IDUMÉIA, GALILÉIA, PERÉIA e ITURÉIA.

“E tendo nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes...,


eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém, dizendo: onde está
aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos sua estrela no
oriente e vimos a adora-lo. E Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e
toda Jerusalém com ele.” Mt 2.1-3

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Diversas Contribuições
Contribuição Romana

Política: desenvolveram um sentido de unidade da espécie sob uma lei universal.


Um reflexo romano em busca da unidade foi garantir a todos a cidadania romana.
Isso foi feito para que todos os homens estivessem debaixo de um só sistema
jurídico como cidadãos de um só reino.

Militar: Pompeu tinha varrido os piratas do mediterrâneo e os soldados romanos


mantinham a paz nas estradas da Ásia, África e Europa. Isso foi uma porta
aberta para pregação do evangelho a todos os homens.
As estradas principais eram ótimas feitas de concreto e duravam séculos,
chegando aos pontos mais distantes do império, algumas delas são usadas até
hoje. E Paulo se serviu muito delas em suas viagens missionárias para atingir os
centros estratégicos do império romano.

O exército convocava habitantes das províncias para suprir a falta de romanos.


Após se converterem alguns ao cristianismo eram designados a outros pontos
distantes e assim o evangelho era espalhado.

As conquistas romanas conduziram muitos dos povos à falta de fé em seus


deuses, uma vez que não foram capazes de os livrar dos romanos. E nisso se
encontravam em um vácuo espiritual que não estavam sendo preenchidos pelas
religiões romanas.

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Diversas Contribuições Continua...
Contribuição Grega

A Língua: O evangelho universal precisava de uma língua universal.

O grego clássico tornou-se a língua que Alexandre, seus soldados e os


comerciantes do mundo helenístico, entre 338 e 146 a.C., modificaram,
enriqueceram e espalharam pelo mundo mediterrâneo.

A Filosofia: Esta preparou caminho para o cristianismo, pois levaram a


destruição às antigas religiões através dos seus questionamentos. Porém
falhou na satisfação das necessidades espirituais do homem. Então o homem
tornava-se um cético ou procurava as religiões de mistérios.

A filosofia através de Sócrates e Platão ensinava cinco séculos antes de Cristo


que o presente mundo temporal dos sentidos é apenas uma sombra do
mundo real. Porém apenas buscavam a Deus por meio do intelecto.

Obs: Os gregos aceitavam a imortalidade da alma, mas não criam na


ressurreição do corpo.

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Diversas Contribuições Continua...
Contribuição dos Judeus

Monoteísmo – contrastava com a maioria das religiões pagãs;

Esperança messiânica – esperava um messias que estabeleceria a justiça;

Sistema ético – através da lei judaica, o judaísmo ofereceu ao mundo o


mais puro sistema ético de então;

A Tanach – os judeus prepararam o caminho para a vinda do cristianismo ao


legar a igreja em formação um livro sagrado que foi muito utilizado por Jesus
e seus apóstolos;

Filosofia da história – sustentavam uma visão linear da história, na qual


Deus soberano que criou a história triunfaria;

A sinagoga – criada na ausência do templo durante o cativeiro babilônico,


eram freqüentadas por judeus e muitos gentios, onde os israelitas se
reuniam para estudar, copiar e ensinar as Escrituras. Jesus e seus
apóstolos utilizavam as sinagogas em suas viagens evangelísticas.

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