Em resumo o contrato de compra e venda é classificado como típico e nominado,
bilateral, consensual, oneroso, comutativo ou aleatório e de execução instantânea
ou de trato sucessivo. Seus elementos constitutivos são o consentimento das partes, a coisa e o preço. É necessário o consentimento das partes no sentido de ajustar o preço e a coisa. O preço é a remuneração do contrato e deve ser certo e determinável, em dinheiro e expresso em moeda nacional. A coisa, que é o objeto da compra e venda, pode ser qualquer bem jurídico, com valor econômico. EDUARDO ESPÍNOLA diz sobre a coisa que esta deve, “estar individualizada, determinada ou poder determinar-se; existir ou poder vir a existir; estar no comércio, isto é, poder ser alienada; poder transferir-se para o comprador.” (ESPÍNOLA, Eduardo, cf. Dos contratos nominados no Direito Civil Brasileiro, cit., p.51.). Para ser confirmado o contrato de compra e venda é necessária a tradição. Conforme diz o Art. 492, caput, Código Civil: “Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador”. Há também situações especiais de compra e venda como a venda por amostras, protótipos ou modelos. Para se evitar problemas relacionados a essas situações houve orientação dos tribunais: “Em se tratando de compra e venda à vista de amostra, o vendedor, para fazer jus ao recebimento do valor avençado, deve garantir que a mercadoria entregue detenha as mesmas características da amostra. Do contrário, o negócio jurídico não se aperfeiçoa, não havendo que se falar em contraprestação. Outras situações especiais de compra e venda são a venda ad mensuram , que é a venda feita por medida de extensão, e a venda ad corpus, que é por referência enunciativa. Além disso, existem as cláusulas especiais no contrato de compra e venda, exigindo por isso manifestação expressa das partes. São elas a retrovenda, a venda a contento, a venda sujeita à prova, a preempção ou preferência convencional, a reserva de domínio e a venda sobre documentos Na retrovenda, o vendedor possui o direito de comprar a propriedade de volta. Na venda a contento, há uma condição suspensiva, que é a satisfação do comprador ao apreciar a coisa que lhe foi entregue. Na venda sujeita à prova, é necessário a objetiva constatação das qualidades da coisa, que foram asseguradas pelo vendedor. Na preempção ou preferência convencional, é assegurado ao vendedor o direito de preferência, caso o comprador do bem, móvel ou imóvel, queira vendê-lo. Na reserva de domínio, o vendedor mantém a propriedade da coisa alienada consigo até que o preço estabelecido seja pago integralmente. E, na venda sobre documentos ocorre substituição da entrega do objeto pela tradição de documentos que representem a coisa. Enfim, nesse resenha foram abordados aspectos gerais do contrato de compra e venda, dando- se um pouco mais de ênfase a alguns assuntos. O objetivo foi de elaborar resenha explicativo sobre o tema que além de ser muito amplo, é sem dúvida de extrema importância.