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POLÍCIA MILITAR DE ALAGOAS

DIRETORIA DE ENSINO
CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS

LEGISLAÇÃO BÁSICA DA PM

DIOGO BUARQUE PEREIRA – 1º TEN QOC PM

MAIO/2020
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UNIDADE DIDÁTICA 01

MISSÃO CONSTITUCIONAL DA PM (CF/88)


Referência
Constituição Federal da República do Brasil de 1988.

“Art. 144 – A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é


exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos:
V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 5º – Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem
pública.....”

SINDICALIZAÇÃO E GREVE (CF/88)

A Constituição Federal da República do Brasil de 1988 definiu a greve como um


direito fundamental coletivo dos trabalhadores, urbanos e rurais. É a abstenção,
organizada e simultânea, da prestação dos serviços, com o objetivo de defender e
reivindicar determinados direitos e interesses dos trabalhadores.
O servidor militar possui uma atividade repleta de singularidades.
Consequentemente, alguns direitos dos servidores, não são permitidas a eles (militares),
o direito a greve é um desses. A CF/88 foi clara ao dizer no inciso IV, do §3º, do art. 142,
afirmando que são vedados, ao militar, a sindicalização e a greve.
O Estado Democrático de Direito não é compatível com a insegurança que a greve
de militares acarretaria, especialmente porque o interesse da sociedade por segurança se
sobrepõe ao direito do servidor militar.
A aglomeração de militares pode resultar em revolta e/ou motim (crimes militares),
podendo gerar consequências tanto na esfera administrativa quanto na esfera penal
militar para os autores, além de ser considerado um atentado direto a hierarquia e a
disciplina militar.

“Art. 42. São servidores militares federais os integrantes das Forças Armadas e
servidores militares dos Estados, Territórios e Distrito Federal os integrantes de
suas polícias militares e de seus corpos de bombeiros militares.”

“Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas
com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do
Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos
poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

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§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na
organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.

§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-


se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:

“IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;”

Segundo Morais (2003) esta vedação é “em face das funções a eles [militares]
cometidas pela Constituição Federal, relacionadas a tutela da liberdade, da integridade
física e da propriedade do cidadão. Nesse sentido, pode-se concluir que por serem os
militares responsáveis pela preservação da ordem pública, estes estão proibidos de
realizarem greve, tendo em vista a insegurança pública que poderia resultar diante tal ato.

CONCEITOS BÁSICOS

ORDEM PÚBLICA: Conjunto de regras formais que visam estabelecer uma


convivência harmoniosa.
SEGURANÇA PÚBLICA: É a garantia proporcionada pelo Estado, a fim de
assegurar a Ordem Pública.
MANUTENÇÃO DA ORDEM PÚBLICA: É o exercício dinâmico do poder de polícia.
POLICIAMENTO OSTENSIVO: Ação policial cujo o homem ou a fração de tropa
engajados sejam identificados de relance.
AÇÃO POLICIAL MILITAR: É o desempenho isolado de fração elementar ou
constituída, com autonomia para cumprir diversas missões.
TÉCNICA POLICIAL MILITAR: É o conjunto de métodos e procedimentos
empregados para execução eficiente das atividades policiais militares.
TÁTICA POLICIAL MILITAR: É a estratégia de como dispor o efetivo nas diversas
ações policiais com a finalidade de se atingir a meta desejada, um objetivo.
FRAÇÃO ELEMENTAR: Fração de tropa, de até três policiais militares (PM).
FRAÇÃO CONSTITUÍDA: É a tropa com efetivo mínimo de 01 GPM.
ÁREA: É o espaço físico destinado a responsabilidade de um Batalhão de Polícia
Militar (BPM) ou Regimento de Polícia Montada (RPMon).
SUBÁREA: É o espaço físico destinado à responsabilidade de uma Companhia PM
(Cia PM) ou Esquadrão de Polícia Montada (EPMon).
SETOR: É o espaço físico atribuído à responsabilidade de um Pelotão PM (Pel.
PM).
SUBSETOR: É o espaço físico atribuído à responsabilidade de um Grupo PM
(GPM).
POSTO: É o espaço físico delimitado, atribuído à responsabilidade de fração
elementar ou constituída, atuando em permanência ou patrulhamento.
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UNIDADE DIDÁTICA 02

ESTATUTO DA PMAL
Referência
Lei nº 5346, de 26 de maio de 1992.

DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS POLICIAIS MILITARES DO


ESTADO DE ALAGOAS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Finalidade

Em vigor desde 26 de maio de 1992, a Lei nº 5.346, conhecida como Estatuto


da PMAL, em seu Art. 1º, define que é sua finalidade regular a situação, deveres, direitos
e prerrogativas dos Servidores Públicos Militares do Estado de Alagoas.

Com isso, temos que pontuar as características da PMAL, a saber:


 Força auxiliar e reserva do Exercito;
 Instituição Permanente;
 Organizada com base na Hierarquia e Disciplina;
 Subordinada administrativamente e operacionalmente ao Governador do Estado;
 Incumbida das atividades de policia ostensiva e de manutenção da ordem pública;

De forma geral, o Estatuto é uma lei positivada no ordenamento jurídico, taxativa, e


que não permite ampla margem para interpretações, é categórica.
Destaca-se também por não necessitar, comumente, de consultas a outras
legislações.

“Art. 2º A Polícia Militar do Estado de Alagoas, Fora Auxiliar e Reserva do Exército, é


uma instituição permanente, organizada com base na hierarquia e na disciplina,
subordinada administrativa e operacionalmente ao Governador do Estado, incumbida das
atividades de polícia ostensiva e da preservação da ordem pública”.

Isso significa basicamente que, em algumas situações, a PM presta apoio ao


Exército Brasileiro, apenas ao Exército, e não a Marinha e nem a Aeronáutica.
Segundo o próprio Estatuto, para fins de defesa interna a Policia Militar subordina-
se diretamente ao Exército Brasileiro e dever estar adestrada para desempenhar os
misteres pertinentes a missão supra.

O Art. 3º dentre outros aspectos, destaca que os integrantes da Policia Militar,


constituem uma categoria especial de servidores públicos, denominados “Policiais
Militares”.

Com isso, os integrantes da Policia Militar, em razão da destinação, natureza e


organização de sua corporação, formam uma categoria especial de servidores públicos do

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Estado de Alagoas, denominados Policiais Militares. Os policiais militares encontram-se
em uma das seguintes situações: na ativa ou na inatividade.

Com efeito, o Art 5º diz que carreira policial militar é caracterizada pela atividade
continuada e devotada às finalidades da Corporação. Destaque para:
§ 1º A carreira policial militar é privativa do pessoal da ativa.
§ 2º É privativa de brasileiro nato a carreira de Oficial da
Polícia Militar.

O Art. 6º traz algumas conceituações inerentes ao Estatuto, destacamos algumas:

I - Polícia Ostensiva - é o ramo da polícia administrativa que tem atribuição à prática de


atos de prevenção e repressão destinadas à preservação da Ordem Pública;
III - Serviço ativo - é aquele desempenhado pelo policial militar nos órgãos, cargos e
funções previstas na legislação pertinente;
IV - Posto - é o grau hierárquico privativo do oficial, conferido por ato do Chefe do Poder
Executivo;
V - Graduação - é o grau hierárquico privativo das praças, conferido por ato do
Comandante Geral;
VI - Precedência - é a condição hierárquica assegurada entre os quadros e dentro destes,
pela antiguidade do posto ou graduação;
XV - Extraviado ou Desaparecido - é a situação de desaparecimento do policial militar
quando não houver indícios de deserção;
XVI - Deserção - é a situação em que o policial militar deixa de comparecer, sem licença,
à unidade onde serve por mais de oito dias consecutivos;
XVII - Ausente - é a situação em que o policial militar deixa de comparecer ou se afasta
de sua organização por mais de vinte e quatro horas consecutivas;

O Art. 9º menciona que a Hierarquia e Disciplina são a base institucional da Policia


Militar. E ainda, que a autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico.

§ 4º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos


em todas as circunstâncias entre os militares da ativa, da reserva
remunerada e reformados.

Art. 10 Os círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os militares de


uma mesma categoria e têm a finalidade de desenvolver o espírito de camaradagem em
ambiente de estima e confiança, sem prejuízo do respeito mútuo.

CÍRCULOS ESCALA HIERÁRQUICA


CORONEL
SUPERIORES TENENTE CORONEL
MAJOR
OFICIAIS INTERMEDIARIOS POSTOS CAPITÃO
SUBALTERNOS 1º TENENTE
2º TENENTE

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CÍRCULOS ESCALA HIERÁRQUICA
SUBTENENTE
SUBTENENTE 1º SARGENTO
SARGENTOS 2º SARGENTO
PRACAS GRADUAÇÕES 3º SARGENTO
CABOS CABOS
SOLDADOS SOLDADOS

Direitos e Prerrogativas dos Policiais Militares

Os direitos e prerrogativas dos militares, conforme Art. 30, do Estatuto, são


constituídos pelas honras, dignidade e distinção devida aos graus hierárquicos e cargos
exercidos. São direitos e prerrogativas dos militares, entre outros:

I – Processo e julgamento na justiça militar estadual, por crimes militares


definidos em lei.
II – Prisão especial em quartéis da Corporação, quando sujeito à prisão antes
da condenação irrecorrível.
III – Cumprimento de pena privativa de liberdade em unidade da própria
Corporação ou presídio militar, nos casos de condenação que não lhe implique na perda
do posto ou da graduação, cujo comandante, chefe ou diretor tenha precedência
hierárquica sobre o preso ou detido.
IV – Assistência jurídica integral e gratuita por parte do Estado, quando
indiciado ou processado nos crimes ocorridos em atos de serviço.
V – Adicional de remuneração para as atividades insalubres, penosas ou
perigosas, conforme dispuser a legislação própria.
VI – Porte de arma. Se praça, conforme legislação federal e restrições imposta
pela Corporação.
VII – Transferência voluntária para a reserva remunerada aos trinta (30) anos
de serviço, se do sexo masculino e vinte e cinco (25) anos, se do sexo feminino.
VIII – Estabilidade para as praças com mais de dez (10) anos de efetivo
serviço.
IX – 13º Salário; Salário Família; Férias anuais; Licença à Maternidade; Licença
à Paternidade; Percepção de Remuneração; Promoção; Pensão por Morte, etc.
X – Demissão ou licenciamento voluntário.

Obrigações e Deveres dos Policiais Militares

Estão discriminados no Art. 31, do Estatuto, de forma que se entendem por


deveres dos policiais militares aqueles emanados de vínculos racionais e morais que os
ligam à comunidade e a segurança, compreendendo essencialmente:

I – Dedicação integral ao serviço policial militar.


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II – Fidelidade a instituição a que pertence, mesmo com o risco da própria vida.
III – Culto aos símbolos nacionais e estaduais.
IV – Probidade e lealdade em todas as circunstâncias.
V – Disciplina e respeito à hierarquia.
VI – Rigoroso cumprimento das obrigações e ordens.
VII – Tratar o subordinado com dignidade e urbanidade.

Da Violação dos Deveres e das Obrigações Policiais Militares

A violação dos deveres e das obrigações militares é tão grave quanto mais
elevado for o grau hierárquico de quem a cometer e se constituirão quando da prática de
crime, de contravenção e de transgressão disciplinar, de modo que no concurso de crime
militar e de transgressão disciplinar, considerar-se-á a violação mais grave.
A inobservância dos deveres especificados nas leis e regulamentos ou na falta
de exatidão no cumprimento dos mesmos, acarretará para o policial militar
responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou penal, de conformidade com a
legislação específica ou peculiar.
Assim, observadas as disposições contidas no Art. 33, §1º e §2º, Art. 34, Art.
35, §1º e §2º, Art. 36, Art. 37, §1º, §2º e §3º e Art. 38, §1º e §2º, do Estatuto, combinados
com o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado de Alagoas, aprovado pelo
Decreto nº 37.042, de 06 de novembro de 1996, além da Lei n° 1001, de 21 de outubro de
1969; Lei nº 4.000, de 19 de dezembro de 1978; Lei nº 4.218, de 05 de dezembro de 1980
e Lei nº 9.299, de 07 de agosto de 1996.

É oportuno esclarecer o seguinte:

Os Crimes Militares: são especificadas na Lei n° 1001, de 21 de outubro de


1969 (Código Penal Militar), – com alterações dadas pela Lei nº 9.299, de 07 de agosto
de 1996, pelo qual, de acordo com seu Art. 9º, consideram-se crimes militares, em tempo
de paz:
a. Os crimes tratados no CPM, quando definidos de modo diverso na lei
penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição
especial.
b. Os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual
definição na lei penal comum, quando praticados:
1) Por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na
mesma situação ou assemelhado.
2) Por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito
à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil.
3) Por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão
de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito a administração
militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou civil (Lei nº 9.299, de 07 de agosto de
1996).
4) Por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar
da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil.
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5) Por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o
patrimônio sob a administração, ou a ordem administrativa militar.
6) (Lei nº 9.299, de 07 de agosto de 1996).

c. Os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil,


contra as instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no
inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:
1) Contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem
administrativa militar.
2) Em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de
atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério Militar ou da Justiça Militar,
no exercício de função inerente ao seu cargo.
3) Contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão,
vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou
manobras.
4) Ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar
em função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e
preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado
para aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior.

Parágrafo Único: Os crimes de que trata este artigo (Art. 9º, do CPM),
quando dolosos contra a vida e cometidos contra civil, serão da competência da Justiça
Comum (conforme alteração na Lei nº 9.299, de 07 de agosto de 1996).

Transgressões Disciplinares: São especificadas no regulamento disciplinar


da Polícia Militar do Estado de Alagoas, o qual estabelecerá as normas para a aplicação e
amplitude das punições disciplinares.

Afastamentos Temporários do Serviço

I – Férias (Art. 90, §1º, §2º e §3º, Art. 91, I, II e III, §1º, A, B e C, §2º, §3º, §4º,
A e B e §5º e Art. 92, §1º, §2º e §3º, do Estatuto): O período de férias anual é um
afastamento temporário do serviço, obrigatoriamente concedido aos policiais militares
para descanso, a partir do último mês do ano a que se refere e usufruído no ano seguinte.

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Os policiais militares têm direito por ano de serviço, ao gozo de trinta (30)
dias de férias remuneradas com pelo menos 1/3 (um terço) a mais da remuneração
correspondente ao período e paga até a data do início do período de repouso.
O período de férias não gozado por motivo de necessidade do serviço, mas
que o policial militar já tenha recebido a remuneração correspondente pelo menos 1/3 (um
terço), poderá ser contado em dobro, até o ano de 1998.

II – Núpcias e Luto (Art. 93, Parágrafo Único e Art. 94, do Estatuto): O


afastamento do serviço, por motivo de núpcias, será concedido ao policial militar pelo
prazo de oito (08) dias, quando solicitado antecipadamente ao seu comandante imediato,
e será contado a partir da data do evento, ficando o beneficiado com obrigação da
apresentação da certidão de casamento ao término do mesmo. Quando não solicitado
antecipadamente a concessão do afastamento, o policial militar só poderá fazê-lo até (30)
dias após a data do casamento.
O afastamento do serviço por motivo de luto será concedido ao policial
militar pelo prazo de oito (08) dias, a partir da data em que a autoridade, a qual o
beneficiário esteja subordinado, tome conhecimento do óbito da pessoa intimamente
relacionada como: pais, cônjuge, companheira, filhos, irmãos, sogros e avós.

III – Trânsito e Instalação (Art. 95, Parágrafo Único e Art. 96, do Estatuto):
Trânsito é o período de afastamento total do serviço, concedido ao policial militar cuja
movimentação implique, obrigatoriamente, em mudança de guarnição ou para frequentar
cursos ou estágio fora do Estado; destina-se aos preparativos decorrentes dessa
mudança.
Os períodos concedidos relativos a trânsito são previstos em
regulamentação própria.
Instalação é o período de tempo concedido ao policial militar para fixar
residência, no limite máximo de (05) cinco dias, independentemente de ter gozado
trânsito.

As Licenças
Licença é a autorização para o afastamento total do serviço, em caráter
temporário, concedida ao policial militar, e pode ser:

I – Licença Especial (Art. 97, I e Art. 98, §1º, §2º, §3º, §4º, §5º, §6º e §7º, do
Estatuto): é o afastamento do serviço, relativo a cada quinquênio de efetivo serviço
prestado à Corporação, concedido pelo Comandante Geral da Polícia Militar ao policial
militar que a requerer, sem que implique em qualquer restrição para a sua carreira.
Tem duração de 03 (três) meses, será gozada de uma só vez, a critério do
interessado pode ser suspensa a qualquer época, não interrompe a contagem de tempo
de efetivo serviço.

II – Licença trato de Interesse Particular (Art. 97, II e Art. 99, §1º, §2º, §3º e
§4º, do Estatuto): é concedida, sempre com prejuízo da remuneração e do tempo de
efetivo serviço, pelo Comandante Geral da Polícia Militar, desde que o país não se
encontre em estado de defesa ou de sítio, ao policial militar que conte com 10 (dez) anos
ou mais de efetivo serviço e faça requerimento.
Tem duração de 02 (dois) anos contínuos ou não e após se completar o
prazo não se poderá obter nova licença.

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A pedido do interessado pode ser suspensa a qualquer época do período do
gozo, bem como, haverá suspensão ex-officio em caso de o país entrar em estado de
defesa ou de sítio e ainda para cumprimento de sentença que importe em restrição da
liberdade individual.

III – Licença para Acompanhar Tratamento de Saúde de Pessoa da Família


(Art. 97, III e Art. 100, §1º, §2º, §3º e §4º, do Estatuto): é obtida pelo policial militar que
prove ser indispensável a sua assistência pessoal e esta não possa ser prestada
simultaneamente com o exercício do cargo.
É concedida pelo Comandante Geral da Polícia Militar, depois de exarado
parecer da Junta Policial Militar de Saúde. Tem duração máxima de 30 (trinta) dias,
prorrogáveis por iguais períodos, através de novos pareceres da Junta Policial Militar de
Saúde.
Após 12 (doze) meses ininterruptos, a remuneração será reduzida para 2/3
(dois terços) dos vencimentos. Poderá ser interrompida a pedido ou ex-officio, sendo que
na segunda hipótese após inspeção de saúde realizada pela Junta Policial Militar de
Saúde.

IV – Licença para Tratamento de Saúde Própria (Art. 97, IV e Art. 101, §1º e
§2º, do Estatuto): é concedida pelo Comandante Geral da Polícia Militar, ex-officio, ao
policial militar, mediante inspeção de saúde e terá duração de 30 (trinta) dias, podendo
ser prorrogada por iguais períodos.
Inicia-se no momento em que médico (se for civil, necessita homologar) ou
Junta Policial Militar de Saúde julgar o PM incapaz temporariamente para o serviço.

V – Licença à Maternidade (Art. 97, V e Art. 102, Parágrafo Único, do


Estatuto): é concedida a partir do 8º mês de gestação ou a contar da data do parto,
mediante requerimento da interessada e após inspeção de saúde, sem prejuízo da
remuneração e do tempo de efetivo serviço.
Terá duração de 120 (cento e vinte) dias. Também terá direito a essa
licença a PM que aceitar guarda de criança com idade inferior a 30 (trinta) dias, por
determinação judicial, ou recebe-la como filho adotivo, contados a partir da data do aceite.

VI – Licença à Paternidade (Art. 97, VI e Art. 103, Parágrafo Único, do


Estatuto): é concedida a partir da data do nascimento do filho, mediante requerimento do
interessado e terá duração de 05 (cinco) dias.
Também terá direito a essa licença o PM que aceitar guarda de criança
com idade inferior a 30 (trinta) dias, por determinação judicial, ou recebe-la como filho
adotivo, contados a partir da data do aceite.

VII – Licença para Acompanhar o Cônjuge (Art. 97, VII e Art. 104, §1º, §2º,
§3º e §4º, do Estatuto): é obtida pelo policial militar cujo cônjuge seja mandado servir ou
frequentar curso fora do Estado. Quando de sua concessão o PM agregará.
Assim, também sendo policial militar o cônjuge do PM e o afastamento se
dando para curso de interesse da Corporação, a licença será sem prejuízo da
remuneração e do tempo de efetivo serviço.
No caso de ser policial militar o cônjuge do PM e o afastamento se der por
outros motivos que não curso de interesse da Corporação ou na hipótese de não ser
policial militar o cônjuge do PM, a licença será com prejuízo da remuneração e do tempo
de efetivo serviço.

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As Diversas Situações do Policial Militar

I – Ausente (Art. 40, I e II, do Estatuto): É assim considerando o PM que por


mais de 24 horas consecutivas deixa de comparecer à sua OPM sem comunicar o motivo
do impedimento ou afasta-se sem licença, da OPM onde serve ou do local onde deva
permanecer.

II – Desertor (Art. 41, I e II e Art. 42, §1º, §2º, §3º e §4º, I, II, III e IV, do
Estatuto): Considera-se assim o PM que por mais de 08 dias consecutivos deixa de
comparecer à sua OPM sem comunicar o motivo do impedimento ou afasta-se sem
licença, da OPM onde serve ou do local onde deva permanecer. (Redação dada pela Lei
nº 5.751, de 28/11/1995).
Tal situação acarreta uma interrupção do serviço ativo, a qual é
caracterizada após o cumprimento das formalidades legais, de forma que o desertor é
posto na condição de agregado, se oficial ou praça com estabilidade.
Passados seis meses de agregação, do oficial ou da praça com
estabilidade assegurada, em não havendo captura ou apresentação voluntária antes
deste prazo, dar-se-á a demissão (oficial) ou a exclusão (praça com estabilidade
assegurada). Por outro lado, em havendo a deserção de praça sem estabilidade
assegurada esta será automaticamente excluída após oficialmente declarada desertora.
Em caso de o desertor vir a ser capturado (oficial ou praça – com ou sem
estabilidade assegurada) ou de se apresentar voluntariamente, será submetido à
inspeção de saúde, nos termos seguintes:
a. Se julgado apto e não tenha sido excluído ou demitido, será submetido a
processo pelo Conselho competente.
b. Se julgado apto e já tiver sido demitido ou excluído, será readmitido ou
reincluído, agregado e responderá ao processo.
c. Se julgado incapaz definitivamente e não tenha sido demitido ou
excluído, se oficial, responderá a processo, se praça com estabilidade, será excluída e
isenta de processo.
d. Se julgado incapaz definitivamente e já tiver sido demitido ou excluído,
se oficial, responderá a processo, se praça ficará isenta do mesmo.
Como se vê, a deserção implica em uma série de consequências jurídicas,
vez que é crime militar e por isto sujeita o PM a um licenciamento da Corporação, a uma
prisão, a um processo penal e até a uma condenação. O rito a ser seguido nos casos de
deserção é objeto de Manual próprio, aprovado pela Portaria nº 039-CG-EMG, de 25 de
outubro de 1996.

III – Desaparecido (Art. 43, Parágrafo Único e Art. 46, Parágrafo Único, do
Estatuto): É o PM da ativa que, no desempenho de qualquer serviço, viagem, operações
policiais militares ou em caso de calamidade pública, tiver seu paradeiro ignorado por
mais de 08 dias. Esta situação só será considerada se não houver indícios de deserção.

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IV – Extraviado (Art. 44, Art. 45, §1º e §2º e Art. 46, Parágrafo Único, do
Estatuto): O PM que permanecer desaparecido por mais de 30 dias será oficialmente
considerado extraviado e, a partir desta data, agregado.
Tal situação acarreta uma interrupção do serviço ativo, de modo que são
adotados os seguintes procedimentos:
a. Declaração de falecimento, quando o extravio for decorrente de
naufrágio, sinistro aéreo, catástrofe, calamidade pública ou outros acidentes oficialmente
reconhecidos.
b. Desligamento do serviço ativo, se passados seis (06) meses de
agregação por este motivo.
O reaparecimento do policial militar considerado desaparecido ou
extraviado, já desligado do serviço ativo, resulta em sua reinclusão e nova agregação
enquanto se apura as causas que deram origem ao afastamento.
O policial militar reaparecido será submetido a sindicância por decisão do
Comandante Geral da Polícia Militar, se assim julgar necessário.

V – Agregado (Art. 80, Art. 81, I, II, III, IV, V e VI, §1º e §2º, Art. 82, I, II, III, IV,
V, VI, VII, VIII, IX e X, §1º e §2º, Art. 83, Art. 84 e Art. 85, do Estatuto):
A agregação é a situação na qual o policial militar da ativa fica
temporariamente afastado do exercício do cargo no âmbito da Corporação,
permanecendo no lugar em que lhe competir na escala hierárquica de seu Quadro ou
Qualificação, com a anotação esclarecedora da situação da abreviatura Ag.
O policial militar agregado ficará adido, para efeito de alterações e
remuneração, à Organização Policial Militar que lhe for designado, continuando a figurar
no respectivo registro, sem número, no lugar que até então ocupava.

Agregação: considerações gerais:

1) Não abre vaga para fins de promoção (Redação dada pela Lei n.º
6.150, de 11/05/2000).
2) Faz-se por ato do Comandante Geral da Polícia Militar (Redação
dada pela Lei nº 5.358, de 01/07/1992).
3) Sujeita o policial militar às obrigações disciplinares concernentes as
suas relações com outros militares e autoridades civis, salvo quando o titular de cargo que
lhe dê precedência funcional sobre outros militares mais graduados ou mais antigos.

Agregação: outras situações em que o PM é considerado para todos os efeitos


legais como em serviço ativo:

4) For nomeado ou designado para cargo ou função considerado de


natureza policial militar, estabelecido em Lei ou Decreto e não previsto no Quadro de
Organização da Polícia Militar.
5) Aceitar cargo, função ou emprego público temporário, não eletivo,
ainda que na Administração Indireta ou Fundacional Pública.
6) Se alistar como candidato a cargo eletivo e contar mais de dez (10)
anos de serviço na época do afastamento.
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7) For posto à disposição de Estabelecimento de Ensino das Forças
Armadas ou outras Corporações militares, no país ou no exterior.
8) For posto à disposição do governo federal para exercer cargo ou
função em órgãos federais, embora considera função de natureza policial militar, exceto
na condição de aluno.
9) For posto à disposição de Secretaria de Estado ou de outro órgão
desta unidade da federação, ou de outro Estado ou Território para exercer função de
natureza civil exceto nas hipóteses previstas nos incisos VII e VIII do § 1º do Art. 18 desta
Lei (Redação dada pela Lei nº 5.941, de 31/07/97).

OBSERVAÇÃO: Excluída a situação prevista no número 6 destacado


acima (a qual enseja que a agregação do policial militar, conte-se a partir da data de
registro como candidato até sua diplomação ou regresso à Corporação, caso não seja
eleito), a agregação do policial militar nos demais casos, será contada a partir da data da
publicação do ato oficial de nomeação, designação ou passagem à disposição para o
novo cargo até a data oficial da exoneração, dispensa do policial militar ou transferência
"ex-offício" para a reserva.

Agregação de PM quando afastado temporariamente do serviço ativo, por:

10) Ter sido julgado incapaz temporariamente, após noventa (90) dias
contínuos ou não, no período de cento e oitenta (180) dias de licença para tratamento de
saúde.
11) Ter entrado de licença para tratar de assunto particular.
12) Ter entrado de licença para acompanhar tratamento de pessoa da
família, a partir das prorrogações.
13) Ter sido julgado incapaz definitivamente, enquanto tramita o processo
de reforma.
14) Ter sido considerado oficialmente extraviado.
15) Ter sido esgotado o prazo que caracteriza o crime de deserção
previsto no Código Penal Militar, se Oficial ou Praça com estabilidade assegurada.
16) Como desertor, ter-se apresentado voluntariamente, ou ter sido
capturado e reincluído a fim de se ver processar.
17) Ter sido condenado à pena restritiva de liberdade superior a seis (06)
meses em sentença transitado em julgado, enquanto durar a execução da mesma, exceto
se concedida a suspensão condicional.
18) Ter sido condenado à pena de suspensão do exercício do posto,
graduação, cargo ou função prevista no Código Penal Militar.
19) Ter entrado de licença para acompanhamento de cônjuge nos casos
previstos nos §§ 2º e 4º do Art. 104 deste Estatuto.

VI – Reversão (Art. 86 e Art. 87, do Estatuto):


É o ato pelo qual o policial militar, cessado o motivo que determinou a sua
agregação, readquire o direito do exercício do cargo próprio do quadro ou qualificação a
que pertença. (Redação dada pela Lei n.º 6.150, de 11/05/2000).

13
A reversão do policial militar se faz por ato do Comandante Geral da Polícia
Militar.

VII – Excedente (Art. 88, I, II, III, IV, V e VI, §1º, §2º, §3º e §4º, do Estatuto):
É a situação transitória a que, automaticamente, passa o policial militar que:
a. Havendo sido revertido, esteja completo o efetivo do quadro ou
qualificação a que pertença.
b. Tenha sido promovido por bravura, sem haver vaga, neste caso
ocupará a primeira vaga aberta, deslocando o princípio de promoção a ser seguido para a
vaga seguinte.
c. Sendo mais moderno na respectiva escala hierárquica, ultrapasse o
efetivo de seu quadro, em virtude de promoção de outro policial militar em ressarcimento
de preterição ou retorno ao serviço, aos termos do Art. 57, do estatuto.
O policial militar cuja situação é de excedente, ocupa posição relativa à
sua antiguidade na escala hierárquica, com a abreviatura "excd", e receberá o número
que lhe competir, em consequência da primeira vaga que se verificar.
O excedente é considerado, para todos os efeitos, como em serviço, e
concorre, respeitados os requisitos legais, em igualdade de condições e sem nenhuma
restrição, a qualquer cargo policial militar, bem como a promoção.

14
UNIDADE DIDÁTICA 03

Regulamento Disciplinar da PMAL


Referência
Decreto nº 37.042, de 06 de novembro de 1996.

Finalidade

O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado de Alagoas, aprovado


pelo Decreto nº 37.042, de 06 de novembro de 1996, tem por finalidade, conforme
estabelece seu Art. 1º, definir, especificar e classificar as transgressões disciplinares;
estabelecer normas relativas à amplitude e à aplicação das punições a elas inerentes, à
classificação do comportamento policial militar das praças e à interposição de recursos
disciplinares.

Conceituação de Hierarquia

De acordo com o Art. 5º, §1.º, do RDPMAL, a hierarquia militar é a ordem e a


subordinação dos diversos postos e graduações que constituem a carreira militar, na
conformidade do Estatuto dos Policiais Militares do Estado de Alagoas, e que investe de
autoridade o de maior posto ou graduação, ou de cargo mais elevado.

Conceituação de Disciplina

Conforme prescreve o Art. 5º, § 2.º, do RDPMAL, a disciplina policial militar é a


rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e
disposições, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de
cada um dos componentes do organismo policial militar.

São suas manifestações essenciais:


a. A correção de atitudes.
b. A obediência pronta às ordens dos superiores hierárquicos.
c. A colaboração espontânea à disciplina coletiva e à eficiência da instituição.
d. A consciência das responsabilidades.
e. A rigorosa observância das prescrições regulamentares e o respeito para
com a ética policial militar.

Parte Disciplinar

É importante colocar em destaque o Art. 15, do RDPMAL, refere-se à Parte


Disciplinar como a narração escrita, obrigatória, feita por policial militar, e dirigida à
autoridade competente, pertinente a ato ou fato de natureza disciplinar praticado por

15
policial militar. O signatário deste tipo de documento, ao elaborá-lo, deve ter em mente o
seguinte:

Quanto ao policial militar sobre quem é narrado o fato, este sempre será:
1) De posto ou graduação igual à do signatário e de menor antiguidade.
2) De posto ou graduação inferior à do signatário.

Quanto a Parte (Art. 16, I, II, III e parágrafo único, do RDPMAL):


3) Clara, concisa e precisa; conter os dados capazes de identificar às
pessoas ou coisas envolvidas, o local, a data e a hora da ocorrência; e caracterizar as
circunstâncias que a envolveram, sem tecer comentários ou opiniões pessoais.
4) A expressão da verdade, devendo a autoridade a que foi dirigida adotar
as providências da sua competência, na conformidade do estabelecido neste
Regulamento.
5) Apresentada em duas vias e no prazo de dois dias úteis, contados da
observação ou conhecimento do fato.
6) Quando, por força do disposto no art. 12, do RDPMAL, o transgressor for
preso antes da nota de punição publicada em Boletim, a Parte deve ser apresentada nas
primeiras 24h subsequentes à prisão.

Quanto à Solução da Parte (Art. 17, Art. 18 e Art. 19, parágrafo único do
RDPMAL):
7) A autoridade que receber Parte, não tendo competência disciplinar sobre
o transgressor, deve encaminhá-la ao seu superior imediato.
8) Nos casos de participação de ocorrência com policial militar de OPM
diversa daquela a que pertence o signatário da Parte, deve este, direta ou indiretamente,
ser notificado da solução dada, no prazo máximo de quinze dias úteis.
9) A solução de Parte será dada no prazo de quatro dias úteis, depois de
conferido ao transgressor o direito de defesa a que se refere o art. 78, do RDPMAL.
10) Quando a solução depender de resultado de exames médicos ou
perícias a que for submetido o transgressor, e não for possível cumprir o prazo
estabelecido neste artigo, a solução será proferida nos dois dias úteis subseqüentes ao
recebimento dos exames e/ou perícias.

Quanto ao Pedido de Solução da Parte (Art. 20, I e II, §1. º e §2.º, do


RDPMAL):
11) O pedido de solução de Parte é direito conferido ao seu signatário e terá
cabimento quando:
a) Não for observado o disposto no art. 18, do RDPMAL.
b) Signatário e transgressor pertencerem à mesma OPM e a autoridade
com competência disciplinar deixar de solucionar a Parte no prazo estabelecido neste
Regulamento.
12) Este tipo de pedido será por escrito e encaminhado através do
comandante a que estiver o signatário da Parte diretamente subordinado.
13) Por outro lado, transcorrido o prazo de oito dias, contados da
apresentação do pedido de solução, sem resposta da autoridade competente, caberá,
16
contra esta, apresentação de Parte ou Comunicação, obedecidas às disposições
previstas no RDPMAL.

Comunicação Disciplinar

O Art. 21, do RDPMAL, conceitua comunicação disciplinar como sendo a


narração escrita, feita por policial militar, e dirigida à autoridade competente, pertinente a
ato ou fato de natureza disciplinar praticado por superior hierárquico, devendo ser
entendido que a expressão superior hierárquico, para efeito do disposto no citado artigo,
abrange também o policial militar que, mesmo de posto ou graduação igual à do
signatário da Comunicação, lhe seja de maior antiguidade. O signatário deste tipo de
documento, ao elaborá-lo, deve ter em mente o seguinte:

Quanto a Comunicação (Art. 22, § 1.º e § 2.º e Art. 23, § 1.º e § 2.º, do
RDPMAL):
1) A Comunicação deve ser dirigida ao comandante da OPM a que
pertence o superior hierárquico, no prazo de dois dias úteis, contados da observação do
fato. Se o transgressor da disciplina for o comandante da OPM, a Comunicação será, no
mesmo prazo, dirigida ao seu comandante imediato.
a) Na condição de prazo prevista neste artigo, o signatário da
Comunicação remeterá cópia da mesma à autoridade nela referida, para o devido
conhecimento.
b) O comunicante deve ser afastado da subordinação direta da
autoridade contra quem formulou a Comunicação, se for o caso. Deve, no entanto, ser
mantido na localidade onde serve, salvo a existência de fatos que contra-indiquem a sua
permanência na mesma.
2) Não terá cabimento a Comunicação quando o ato ou fato de indisciplina
for presenciado por autoridade superior a do transgressor.
a) Transcorrido o prazo regulamentar, sem que seja apresentada a
Parte pela autoridade superior, fica automaticamente restabelecido o direito de
Comunicação, nos dois dias úteis subsequentes, ao policial militar de maior posto ou
graduação que, sendo inferior ao transgressor na escala hierárquica, presenciou a
ocorrência.
b) O direito de Comunicação a que se refere o parágrafo anterior será
exclusivo do policial militar que, por gesto de indisciplina praticado por superior
hierárquico, venha a ter, de qualquer forma, a sua dignidade pessoal afetada.

Quanto a Solução da Comunicação (Art. 24, do RDPMAL):


Aplica-se à Comunicação as disposições previstas para a Parte, contidas
nos Art. 16, Art. 17, Art. 18, Art. 19 e Art. 20, I, II e § 2.º, do RDPMAL.

Quanto ao Pedido de Solução da Comunicação (Art. 25, do RDPMAL):


O pedido de solução de Comunicação será por escrito e dirigido à
autoridade com competência para solucioná-la, observada a cadeia de comando.
17
Conceituação das Transgressões Disciplinares

Estabelece o Art. 26, do RDPMAL, que Transgressão disciplinar é a


violação, por ação ou omissão, dos princípios da ética, dos deveres e das obrigações
policiais militares, estatuídos em leis, regulamentos, normas ou disposições, na sua
manifestação elementar e simples. Distingue-se do crime militar, que consiste na ofensa
aos bens juridicamente tutelados pelo Código Penal Militar.

Classificação das Transgressões Disciplinares

As transgressões disciplinares; observado o disposto no Art. 29, do


RDPMAL, se classificam segundo sua intensidade em Leves, Médias e Graves.

Especificação das Transgressões Disciplinares

O Art. 27, do RDPMAL, de forma genérica, contém a especificação das


Transgressões Disciplinares. A materialização de qualquer transgressão disciplinar,
contida ou não no RDPMAL, se dá de quando da ocorrência quaisquer ações ou
omissões contrárias à disciplina.
Logo, o próprio RDPMAL detalha em seus Art. 30, 31, 32 e 33 quais as
transgressões a que se refere seu Art. 27, I.
Por outro lado, o aludido Art. 27, no inciso II, detalha os casos em que se
configuram a incidência de transgressão não estabelecida no RDPMAL, sendo
conceituadas como transgressão disciplinar ações ou omissões contrárias à disciplina,
não qualificadas como crime nas leis penais, quando forem praticadas contra:
a. A Bandeira, o Hino, o Selo e as Armas Nacionais, os
Símbolos Estaduais ou Patrióticos e Instituições Nacionais, Estaduais e
Municipais.
b. A honra e o pundonor policial militar, o decoro da classe,
os preceitos sociais e as normas da moral.
c. Os preceitos de subordinação, regras e ordens de
serviço estabelecidas em leis, regulamentos ou prescritos por autoridade
competente.

ENTRE OUTRAS, SÃO TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES LEVES:


a. Andar o policial militar a pé ou em coletivos públicos com uniforme
inadequado, contrariando o Regulamento de Uniformes da Corporação ou normas a respeito.
b. Deixar de comunicar ao superior a execução de ordem recebida tão logo
seja possível.

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c. Fumar em lugar ou ocasiões onde isso seja vedado, ou quando se dirigir ao
superior.
d. Não se apresentar a superior hierárquico ou de sua presença retirar-se, sem
obediência às normas regulamentares.
e. Usar, quando uniformizado, jóias e outros adereços que prejudiquem a
apresentação pessoal, penteados exagerados, perucas, maquilagens excessivas, unhas
demasiadamente longas ou com esmalte extravagante.

ENTRE OUTRAS, SÃO TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES MÉDIAS:


a. Aconselhar ou concorrer para não ser cumprida qualquer ordem de
autoridade competente, ou para retardar a sua execução.
b. Chegar atrasado a qualquer ato de serviço ou expediente para o qual se
achava nominalmente escalado.
c. Deixar de participar a tempo, à autoridade imediatamente superior,
impossibilidade de comparecer a OPM, ou a qualquer ato de serviço.
d. Frequentar lugares incompatíveis com seu nível social e o decoro da classe.
e. Não levar falta ou irregularidade que presenciar, ou de que tiver ciência e
não lhe couber reprimir, ao conhecimento de autoridade competente, no mais curto prazo.

ENTRE OUTRAS, SÃO TRANSGRESSÕES GRAVES:


a. Afastar-se de qualquer lugar em que deva estar por força de disposição
legal ou ordem.
b. Deixar de providenciar a tempo, na esfera de suas atribuições, por
negligências ou incúria, medidas contra qualquer irregularidade que venha a tomar
conhecimento.
c. Dirigir-se, referir-se ou responder de maneira desatenciosa a superior.
d. Faltar a qualquer ato de serviço em que deva tomar parte ou a que deva
assistir.
e. Não cumprir ordem recebida, quando manifestamente legal.
f. Promover escândalo ou nele envolver-se, comprometendo o prestígio e a
imagem da corporação.
g. Trabalhar mal, intencionalmente ou por falta de atenção em qualquer serviço
ou instrução.
h. Usar violência desnecessária em ato de serviço.
i. Utilizar-se do anonimato para qualquer fim.
j. Violar ou deixar de preservar local de crime.

Outras Transgressões classificadas como GRAVES (Art. 33):

a. As transgressões referidas no número II, letras a e b, do art. 27, do


RDPMAL.
b. As transgressões mencionadas no número II, letra c, do art. 27, do
RDPMAL, quando:
3) Forem de natureza desonrosa.
4) Forem ofensivas à dignidade policial militar e profissional.
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5) Forem atentatórias às instituições ou ao Estado.
6) Atingirem gravemente o prestígio da corporação.

Competência para Aplicação das Punições Disciplinares

Conforme estabelece o Art. 11, do RDPMAL, a competência para aplicar as


prescrições nele contidas é conferida ao cargo e não ao grau hierárquico. Deste modo, no
que se refere às prescrições contidas no RDPMAL, são competentes para aplicá-las:
b. O Governador do Estado e o Comandante Geral, a todos aqueles que
estiverem sujeitos ao RDPMAL (policiais militares na ativa e os na inatividade – Art. 9º, do
RDPMAL –, inclusive, mesmo que na inatividade, quando ainda no meio civil – Art. 10º, do
RDPMAL –, se conduzam por manifestações através da imprensa, de modo a prejudicar
os princípios da hierarquia, da disciplina, do respeito e do decoro policial militar).
c. O Chefe do EMG, a todos os que lhe são subordinados, na qualidade de
Subcomandante da Corporação (Nota: Quando da edição do RDPMAL, o
Subcomandante da PMAL também era o Chefe do EMG, hoje, por força da LOB atual, um
e outro se referem a cargos exercidos por pessoas distintas).
d. Os Chefes de Gabinetes e Assessorias Militares, aos que estiverem sob
suas ordens.
e. Os Comandantes Intermediários, os Diretores e o Ajudante Geral, aos que
servirem sob suas ordens.
f. O Subchefe do EMG e os Comandantes de OPM, aos que estiverem sob
suas ordens.
g. Os Chefes de Seções do EMG, de Assessorias do Comando Geral e os
Subcomandantes de OPM, aos que servirem sob suas ordens.
h. Os demais Chefes de Seções, até o nível Batalhão, inclusive; os
Comandantes de Subunidades incorporadas e de Pelotões destacados, aos que
estiverem sob suas ordens.

Observe-se ainda que de acordo com o parágrafo único, do Art. 11, do


RDPMAL, a competência para apurar e punir eventuais atos de indisciplina do
Comandante Geral da Corporação é exclusiva do Governador do Estado.

Normas para Aplicação e Cumprimento das Punições Disciplinares

Aplicação da Punição Disciplinar (Art. 50, do RDPMAL): A aplicação de


punição disciplinar, que exige a observância dos limites de punição, compreende uma
descrição sumária, clara e precisa dos fatos e circunstâncias que determinaram a
transgressão (ou seja, demonstrar o motivo da punição), o enquadramento da punição
(caracterização) e a decorrente publicação (formalização) em Boletim da Corporação.

Julgamento das Transgressões Disciplinares

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O Policial Militar responsável pelo julgamento da Transgressão Disciplinar,
conforme determina o Art. 34, do RDPMAL, deverá previamente, para melhor formar seu
juízo de valor, fazer um exame e uma análise da transgressão, que considerem:

I - A culpabilidade (Art. 38, I, II, III, § 1.º, § 2.º e § 3.º, do RDPMAL);

II - Os antecedentes do transgressor.

III - As causas determinantes.

IV - A natureza dos fatos ou os atos que a envolveram.

V - As consequências que dela possam advir.

VI - As causas que as justifiquem (Art. 35, I, II, III, IV, V, VI, § 1.º, § 2.º e § 3.º,
do RDPMAL);

VII - As circunstâncias que as atenuem (Art. 36, I, II, III e IV, A, B, C, D e E, do


RDPMAL);

VIII - As circunstâncias que as agravem (Art. 37, I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII, A,
B, C, D, E, F e G, § 1.º e § 2.º, do RDPMAL);

Gradação e Execução das Punições Disciplinares

As punições disciplinares a que estão sujeitos os policiais militares, por força


do Art. 40, do RDPMAL, são as seguintes, em ordem de gravidade crescente:

I – Advertência (Art. 41, § 1.º e § 2.º, do RDPMAL):

II - Repreensão (Art. 42, do RDPMAL):

III – Detenção (Art. 43, § 1.º e § 2.º, do RDPMAL):


IV - Prisão (Art. 44, § 1.º, § 2.º, § 3.º e § 4.º, Art. 45, Art. 46 e Art. 47, Parágrafo
Único, do RDPMAL):
V - Licenciamento a Bem da Disciplina (Art. 48, § 1.º, I e II, § 2.º, § 3.º, I e II e §
4.º, do RDPMAL):

Os Limites para Punição

As disposições contidas no Art. 57, do RDPMAL, cumpre esclarecer o


seguinte:
1) A punição não pode ultrapassar ao limite mínimo previsto no Art. 57,
do RDPMAL, quando ocorrerem apenas circunstâncias atenuantes.

21
2) Deve ser dosada quando ocorrerem circunstâncias atenuantes e
agravantes.
3) Os limites máximos previstos para a detenção e a prisão, conforme o
estabelecido no n.º IV do Art. 73, do RDPMAL, podem ser agravados para até trinta dias.
4) Por uma única transgressão não deve ser aplicada mais de uma
punição.
5) Quando a simultaneidade de transgressões resultar de desígnios
autônomos, a cada uma deve ser imposta a punição correspondente. Em caso de
conexão, aplicasse-lhe a punição disciplinar correspondente à transgressão mais grave,
sendo consideradas as demais como agravantes da principal.
6) Sobrevindo sanção disciplinar de detenção ou de prisão por fato
posterior ao início do cumprimento da punição, far-se-á a unificação, desprezando-se,
para esse fim, o período de punição já cumprido. Hipótese em que o punido, mesmo que
da unificação resulte período superior, só cumprirá o limite de trinta dias.
Note-se que nos termos do Art. 58, do RDPMAL, quando uma
autoridade, ao julgar uma transgressão, concluir que a punição a aplicar está além do
limite máximo que lhe é autorizado, cabe à mesma, por escrito, expor os motivos e por fim
solicitar à autoridade superior, com ação disciplinar sobre o transgressor, a aplicação da
punição devida.
Por outro lado, é necessário também destacar que, conforme Art. 59, do
RDPMAL, a punição máxima que cada autoridade referida no Art. 11, do RDPMAL pode
aplicar, acha-se especificada no *quadro seguinte:

QUADRO DE PUNIÇÃO MÁXIMA


Autoridades definidas no Art. 11, do RDPMAL, números:
POSTO/GRADUAÇÃO
I II III e IV V VI VII
Prisão: Prisão: Prisão: Prisão: Prisão: 6 dias Repreensão
Oficiais / Ativa 30 dias 25 dias 20 dias 15 dias
Oficiais/ Inatividade Prisão: _ _ _ _ _
30 dias
Asp e Sub / Ativa (1) Prisão: 30 dias Prisão: 10 dias Detenção: 8 dias
Sgt, Cb, Sd / Ativa (1) Prisão: 30 dias Prisão: 15 dias Detenção: 8 dias
Asp, Sub, Sgt, Cb e Sd / Prisão: _ _
Inativos 30 dias
Al Of PM (1) (4) Prisão: 30 dias Prisão: 10 dias Detenção: 8 dias
Al CFS (1) (4) Prisão: 30 dias Prisão: 10 dias Detenção: 8 dias
Al CFSd (1) (4) Prisão: 30 dias Prisão: 10 dias Detenção: 8 dias
(1) LICENCIAMENTO A BEM DA DISCIPLINA - Aplicável nos casos previstos nos §§ 1.º,2.º e 3.º do
art. 48, do RDPMAL.
(4) Parágrafo Único do art. 9.º, do RDPMAL.
Autoridades definidas  I – Governador do Estado e Comandante Geral.
no Art. 11, I, II, III, IV,  II – Chefe do EMG.
V, VI e VII, do RDPMAL:  III – Chefes de Gabinetes e Assessorias Militares.
 IV – Comandantes intermediários, Diretores e Ajudante Geral.
 V – Subchefe do EMG e Comandantes de OPM.
 VI – Chefes de Seções do EMG, Assessorias do Comandante Geral e
Subcomandantes de OPM.
 VII – Demais Chefes de Seções até o nível de Batalhão.
Comandantes de Subunidades incorporadas e de Pelotões
Destacados.
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* Fonte: RDPMAL

Classificação do Comportamento

De acordo com o disposto no Art. 75, I, II, III, IV e V, § 1.º, § 2.º e § 3.º, do
RDPMAL, observe-se o seguinte:
I – O comportamento das praças espelha o seu procedimento civil e policial
militar, e deve ser classificado nas seguintes categorias: excepcional, ótimo, bom,
insuficiente e mau.
II – Ao ser incluída na Polícia Militar, a praça será classificada no
comportamento “BOM”.
III – A melhoria e a degradação necessariamente devem ser publicadas em
Boletim e são da competência do Comandante Geral e dos Comandantes de OPM.
IV – A punição de advertência não é considerada para efeito de classificação
de comportamento.

Melhoria do Comportamento

A melhoria de comportamento, consoante o Art. 76, I, II, III e IV, do RDPMAL,


far-se-á automaticamente e começa a partir da data de inclusão da praça na Corporação
ou, quando for o caso, do dia subsequente ao de encerramento do cumprimento da última
punição, obedecidos os prazos seguintes, sem que a praça haja sofrido qualquer punição
disciplinar:

I – Do mau para o insuficiente, um ano.


II – Do insuficiente para o bom, um ano.
III – Do bom para o ótimo, quatro anos.
IV – Do ótimo para o excepcional, quatro anos.

Degradação do Comportamento

A degradação de comportamento nos termos do Art. 77, I, II, III, IV, V e VI, §
1.º e § 2.º, do RDPMAL, é automática e ocorrerá, nas condições e prazos seguintes:

I – Do excepcional para o ótimo, quando a praça for punida pela prática de


transgressão disciplinar classificada como leve ou média.
II – Do excepcional para o bom, quando a praça for punida pela prática de
transgressão disciplinar classificada como grave.
III – Do ótimo para o bom, quando a praça, no período de quatro anos
consecutivos, for punida pela prática de mais de uma transgressão disciplinar classificada
como média.

23
IV – Do bom para o insuficiente, quando a praça, no período de um ano, for
punida pela prática de até duas transgressões disciplinares classificadas como graves.
V – Do bom para o mau, quando a praça, no período de um ano, for punida
pela prática de mais de duas transgressões disciplinares classificadas como graves.
VI – Do insuficiente para o mau, quando a praça, no período de um ano, for
punida pela prática de mais de duas transgressões disciplinares classificadas como
graves.

OBSERVAÇÃO: Os prazos a que se refere o Art. 77, do RDPMAL, são


contados em sentido decrescente, tomando-se como referência à data da punição da qual
resultará o ingresso da praça no comportamento inferior e tão somente para aplicabilidade
do citado artigo, a exceção dos incisos I e II, as transgressões de qualquer classe são
conversíveis umas às outras, conforme equivalência a seguir, bastando uma punição pela
prática de transgressão classificada como leve, além dos limites estabelecidos, para
alterar a categoria de comportamento, conforme especificado:
I – Duas transgressões leves equivalem a uma transgressão classificada como
média.
II – Quatro transgressões leves equivalem a uma transgressão classificada
como grave.
III – Duas transgressões médias equivalem a uma transgressão classificada
como grave.

Cancelamento de Punições

Tratado no Art. 95, § 1.º, I e II, Art. 96 e Art. 97, Parágrafo Único, do RDPMAL,
o Cancelamento de Punição é o direito conferido ao policial militar de ter cancelada a
averbação de punição e outras notas a ela relacionadas, em suas alterações.
Será conferido, mediante requerimento, ao policial militar que tenha
completado cinco anos de efetivo serviço sem que haja sofrido qualquer punição
disciplinar, inclusive a de advertência.
Anula todos os efeitos dela decorrentes, passando, inclusive, a contagem de
tempo para classificação de comportamento à data da última punição sofrida, anterior à
cancelada.
A solução de requerimento de cancelamento de punição é da competência do
Comandante da OPM a que pertence o interessado.
Destarte, todas as anotações relacionadas com as punições canceladas devem
ser tingidas de maneira que não seja possível a sua leitura. Na margem onde for feito o
cancelamento, deve ser anotado o número e a data do Boletim da autoridade que
concedeu o cancelamento, sendo esta anotação rubricada pela autoridade competente
para assinar as folhas de alterações.
Nas OPM onde a ficha disciplinar for informatizada, o espaço onde constava as
anotações da punição ficará em branco, devendo ser registrado, em local próprio, o
número e a data do Boletim em que publicou o cancelamento.

24
Recompensas Militares
(Art. 98, Art. 99, I, II e III e Art. 100, Parágrafo Único)

As Recompensas constituem reconhecimento dos bons serviços prestados por


policiais militares, sendo competentes para concedê-las as autoridades especificadas no
Art. 11 do citado Regulamento.
Quando o serviço prestado pelo subordinado der lugar à recompensa que escape à
alçada de uma autoridade, esta fará a devida comunicação à autoridade imediatamente
superior. Note-se que além de outras previstas em leis e regulamentos especiais, são
recompensas policiais militares:

O Elogio (Art. 99, I, Art. 101, I, § 1.º, § 2.º, § 3.º e § 4.º, do RDPMAL): Pode
ser individual ou coletivo.
Individual: Coloca em relevo as qualidades morais e profissionais,
somente poderá ser formulado a policiais militares que se hajam
destacado do resto da coletividade no desempenho de ato de serviço ou
ação meritória.
Os aspectos principais que devem ser abordados
são os referentes ao caráter, à coragem e desprendimento, à
inteligência, às condutas civil e policial militar, às culturas profissional e
geral, à capacidade como instrutor, à capacidade como comandante e
como administrador, e à capacidade física.
Só serão registrados nos assentamentos dos
policiais militares os elogios individuais obtidos no desempenho de
funções próprias a policia militar e concedidos por autoridades com
atribuição para fazê-lo.
Coletivo: Visa a reconhecer e a ressaltar um grupo de policiais militares
ou fração de tropa ao cumprir destacadamente uma determinada missão.

Quando a autoridade que elogiar não dispuser de Boletim para a publicação, deve
ser feita, mediante solicitação escrita, no Boletim da autoridade imediatamente superior.

As Dispensas do Serviço, como recompensas, (Art. 99, II, Art. 102, I e II, §
1.º, § 2.º e § 3.º, do RDPMAL): Podem ser: dispensa total do serviço, que
isenta de todos os trabalhos da OPM, inclusive os de instrução e dispensa
parcial do serviço, quando isenta de alguns trabalhos, que devem ser
especificados na própria concessão.

A dispensa total do serviço é concedida pelo prazo máximo de oito dias e não deve
ultrapassar o total de dezesseis dias, no decorrer de um ano civil.
Esta dispensa não invalida o direito de férias. Para ser gozada fora da sede, fica
subordinada às mesmas regras de concessão de férias.

25
É regulada por períodos de 24 horas, contados de Boletim a Boletim. A sua
publicação deve ser feita, no mínimo 24 horas antes do seu início, salvo motivo de força
maior.

As Dispensas da Revista do Recolher e de Pernoitar no Quartel (Art. 99, III,


Art. 103, do RDPMAL): Podem ser incluídas em uma mesma concessão.

Não justificam a ausência do serviço para o qual o policial militar está ou for
escalado e nem da instrução a que deva comparecer.

NOTA
Da Ampliação, Restrição e Anulação (Art. 104, do RDPMAL): São competentes
para anular, restringir ou ampliar as recompensas concedidas por si ou por seus
subordinados, as autoridades especificadas no Art. 11, do RDPMAL, devendo esta
decisão ser justificada em Boletim (Art. 104, do RDPMAL). O afastamento total do serviço,
bem como o seu gozo fora da guarnição,.

Do Afastamento Total do Serviço (Art. 105, do RDPMAL): O afastamento total


do serviço, bem como o seu gozo fora da guarnição, pode ser cassado por exigência do
serviço ou outro qualquer motivo de interesse geral, a juízo do Comandante da OPM ou
autoridade superior, sendo, por isso, indispensável que o interessado deixe declarado, na
própria OPM, o lugar onde pretende gozar a dispensa.

26
UNIDADE DIDÁTICA 04

Organização Básica da PMAL


Referência
Lei nº 6.399 de 15 de agosto de 2003, publicado no DOE de 18 de agosto de 2003.

A organização básica da Polícia Militar de Alagoas esta prevista na Lei nº 6.399


de 15 de agosto de 2003. Ela trata dos seguintes assuntos: destinação, competência e
subordinação; missões; da administração policial militar; do regime, efetivo, quadro,
pessoal e legislação; do ensino, instrução e operações; da logística e da organização
básica.

Destinação, Subordinação e Competência (Art. 1º)


A Polícia Militar de Alagoas é uma instituição permanente com autonomia
administrativa e funcional, dotação orçamentária própria prevista na Lei de Diretrizes
Orçamentárias, força auxiliar e reserva do Exército Brasileiro, organizada com base na
hierarquia e disciplina, subordinada diretamente ao Governador de Estado,
coordenada, controlada e integrada operacionalmente à Secretaria Coordenadora de
Justiça e Defesa Social, cabendo-lhe as atividades de polícia ostensiva e de prevenção
da ordem pública, para a tranquilidade e incolumidade da pessoa humana e do seu
patrimônio, em todo território alagoano.
Dentre outros aspectos, destaca-se o Art. 2º, que traz as missões gerais de
competência da policia militar. No mesmo Artigo, tem: “Policiamento Ostensivo é a
ação policial militar, exclusiva da Polícia Militar, cujo emprego do Homem ou fração da
tropa engajada, sejam identificadas de relance, quer pelo uniforme, quer pelo
equipamento ou viatura, ressalvadas as missões de outros órgãos da Segurança
Pública, conforme estabelece a Constituição da República Federativa do Brasil. “
São tipos de policiamento a cargo da Polícia Militar de Alagoas: ostensivo geral;
de trânsito; ambiental; rodoviário; de radiopatrulha terrestre; escolar; montado; de
segurança externa dos estabelecimentos penais do Estado e de eventos.

Do Comando
O Art. 3º trata do Comando Geral da Polícia Militar do Estado de Alagoas
que é constituído pelo Comandante Geral, Subcomandante Geral, Alto Comando,
Estado Maior Geral, Diretorias e Ajudância Geral, cabendo aos respectivos titulares
responsabilidades pelos atos praticados, na esfera de suas competências.
A cadeia de comando se caracteriza pelo escalonamento vertical dos
órgãos, a partir do Comandante Geral até o grupamento policial militar, onde, por meio
desse canal, estende-se do superior ao subordinado.

27
O cargo de Comandante Geral poderá também, excepcionalmente, ser
exercido por Oficial do Exército, de posto correspondente ao último da escala
hierárquica da corporação, por período nunca superior a dois anos.

Administração Policial Militar (Art. 10 e Art. 11)


A administração na Polícia Militar observa os princípios fundamentais de
prevalência do interesse público, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da
economicidade, da publicidade, do planejamento, da continuidade e eficiência.

Regime, Efetivo, Quadro e Pessoal (Art. 12)


A Polícia Militar de Alagoas é Instituição integrante do Sistema de
Administração Geral do Estado como órgão da administração direta.

Alterações conforme segue:

LEI Nº 7.372 DE 03 DE JULHO DE 2012


DISPÕE SOBRE A FIXAÇÃO DO EFETIVO DA
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE ALAGOAS E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS.
Art. 1º O efetivo da Polícia Militar do Estado de Alagoas fica fixado em
12.165 (doze mil, cento e sessenta e cinco) militares, distribuído dentro da estrutura
organizacional nos seguintes quadros:
I – Quadro de Oficiais.
II – Quadro de Praças
1) Quadro provisório- constituído de praças especiais: Aspirante a Oficial e
cadetes.
2) Quadro permanente – constituído das seguintes qualificações policiais
militares particulares (QPMP):
(a) QPMP/0- Combatente.
(b) QPMO/1 – Auxiliar de saúde.
(c) QPMP/2 – músico.

Art. 2º O efetivo global fixado no art. 1º desta Lei será distribuído nos graus
hierárquicos previstos nos quadros e qualificações da Polícia Militar do Estado de
Alagoas, do seguinte modo:
I – Quadro de Oficiais: constituído de 998 (novecentos e noventa e oito)
oficiais distribuídos nos seguintes quadros:
...
II – Quadro de Praças: constituído de 11.167 (onze mil, cento e sessenta e
sete) praças distribuídos nas seguintes:

28
...
Art. 5º Ficam extintos o Quadro de Oficiais Especialistas em
Motomecanização e o Quadro de Oficiais Especialistas em Comunicação e passa a ser
denominado Quadro de Oficiais Músicos (QOM) o Quadro de Oficiais Especialistas
Músicos.
Parágrafo único. Os oficiais existentes no Quadro de Oficiais Especialistas
Músicos passam a integrar o Quadro de Oficiais Músicos e aqueles existentes nos
quadros extintos por esta Lei passam a integrar o Quadro de Oficiais de Administração,
sem prejuízo de suas antiguidades.
...
_______________________________________________________________________
Continuação Lei nº 6.399 de 15 de agosto de 2003.

Art. 15. A distribuição do efetivo total da Corporação será procedida do


seguinte modo:
I – Oficiais, variando de 4% (quatro por cento) a 7% (sete por cento);
II – Subtenentes e Sargentos, variando entre 12% (doze por cento) e 15%
(quinze por cento);
III – Cabos, variando entre 16% (dezesseis por cento) e 18% (dezoito por
cento);
IV – Soldados, no mínimo, 60% (sessenta por cento).
Parágrafo único. Para a distribuição do efetivo nas atividades meio e fim,
será procedido do seguinte modo:
I – Efetivo Global:
a) atividade meio, no máximo, 20% (vinte por cento);
b) atividade fim, no mínimo, 80% (oitenta por cento).

II – efetivo com relação a cada Organização Policial Militar:


a) atividade meio, no máximo, 15% (quinze por cento); e,
b) atividade fim, no mínimo, 85% (oitenta e cinco por cento).

O pessoal da Polícia Militar do Estado de Alagoas é composto de ativos e


inativo. (Art. 19)
O acesso na escala hierárquica, tanto de oficiais quanto de praças, será
gradual e sucessivo, pó promoção, de acordo com a legislação. (Art. 20).

Ensino, Instrução, Logística e Administração Básica


29
O ensino na Polícia Militar (Art. 24 e Art. 25) orientar-se-á no sentido da
destinação constitucional do órgão e funcional de seus integrantes, por meio de cursos
de formação, aperfeiçoamento, especialização e estágios.
A instrução na Polícia Militar (Art. 27 ao Art. 30) tem por objetivo assegurar a
habilitação e a qualificação do homem, já formado, para o desempenho das funções
policiais militares.
O planejamento da instrução deverá ter sempre como objetivo a atividade fim da
corporação e orientar-se no sentido de permitir o pronto e eficaz emprego das unidades
operacionais dentro do espírito filosófico de polícia comunitária.
A logística na Policia Militar (Art. 34) está vinculada aos assuntos pertinentes à
saúde, à provisão de suprimentos, manutenção, construção e melhoria dos
aquartelamentos e transportes e outros serviços para a Organização.

Da Organização Básica
Da Estrutura Geral
Art. 59. A Policia Militar está estruturada organizacionalmente no modelo Estado
Maior Misto do seguinte modo:
 Órgãos de Direção: composto pelos Órgãos de direção geral e setorial
que realizam o Comando e a administração da corporação, incumbindo-se do
planejamento em geral, visando a organização, as necessidades de pessoal e material a
ao emprego da corporação para o cumprimento de sua missão constitucional, acionado
por meio de diretrizes, planos e ordens os órgãos de apoio e de execução. Exemplos:
Comando Geral, EMG, DP, DF, DAL, DE, DS e outros.
 Órgãos de Apoio: atende as necessidades em pessoal e material a
toda corporação, realizando a atividade meio e atuando no cumprimento das diretrizes,
planos e ordens, provenientes dos órgãos de direção, que planejam, coordenam,
controlam e fiscalizam suas atuações. Exemplos: CAS, APM, CFAP, DEFD, CSMMI,
CSMO, CMH, Gabinete Militar do Governador, AMALE, AMTJ e outros.
 Órgãos de Execução: cumprem a destinação constitucional da
instituição, executando as diversas modalidades de policiamento, em conformidade com
as diretrizes, planos e ordens emanados dos órgãos de direção. Exemplos: CPC, CPI,
CPAI, unidades e subunidades independentes.

30
UNIDADE DIDÁTICA 05

Normas para Promoção de Praças

As normas que tratam para promoção de oficiais e praças foram aprovadas através
dos seguintes dispositivos legais:
 Lei nº 6.514 de 23 de setembro de 2004, a qual foi regulamentada pelo Decreto nº
2.356 de 17 de dezembro de 2004;
 Lei nº 6.544 de 21 de dezembro de 2004;
 Lei nº 7.656, de 10 de setembro de 2014;
 Lei nº 8.209, de 04 de dezembro de 2019.

Essas leis combinadas com o Decreto 2.356 suso mencionado estabelecem os


critérios e as condições para as promoções, de forma seletiva, gradual e sucessiva. Com
o advento das referidas normas foram revogadas todas as normatizações anteriores
A promoção é o ato administrativo que tem como finalidade básica o
preenchimento seletivo das vagas pertinentes ao grau hierárquico superior, com base nos
efetivos fixados em Lei para os diferentes quadros.

Critérios de Promoção

Concorrerão à promoção ao posto ou graduação imediata, todo militar que


preencher os requisitos necessários para participar dos Quadros de Acesso, de modo que
as promoções, quando for o caso, obedecerão rigorosamente aos seguintes critérios:
 Merecimento: A promoção por merecimento é aquela que se baseia na
valorização do esforço para aprimoramento intelectual do militar e
acompanhamento da vida profissional do servidor militar desde a sua
inclusão, considerando a pontuação positiva e negativa, através da
apuração objetiva do resultado da pontuação concedida por cursos,
estágios, especializações, medalhas, elogios, período como instrutor, teste
de aptidão física, trabalhos realizados, permanência no seu posto ou
graduação, tempo de serviço militar na sua instituição, tempo de comando
ou chefia no seu posto ou graduação, trabalho elaborado técnico-
profissional, tempo remanescente no QA, punições, condenações,
afastamentos de cursos e falta de habilitação física. Na Promoção por
Merecimento o Oficial ou a Praça será promovido seguindo a ordem rigorosa
de classificação no Quadro de Acesso por Merecimento (QAM).
 Escolha (somente para os postos de: Major, Tenente Coronel e Coronel): A
Promoção por Escolha é aquela feita com base nas relações de escolhas
que serão confeccionadas pela CPOP, a partir dos nomes constantes no
Quadro de Acesso por Escolha. Porém, no Quadro de Acesso por Escolha

31
constarão os nomes de todos os Oficiais que satisfaçam os requisitos para
inclusão nos Quadros de Acesso.
 Antiguidade: A Promoção por Antiguidade é aquela que se baseia na
precedência temporal do militar sobre os demais de igual posto ou
graduação dentro de um mesmo quadro ou qualificação.

Quando o militar concorrer à promoção por mais de um critério, o preenchimento


da vaga observará a seguinte sequência: merecimento, escolha e antiguidade.

Promoções a Soldado de 2ª Classe e 1ª Classe

Concluso o Curso de Formação de Praça ou o Curso de Formação Complementar


para Praça, é considerado mais antigo o militar que obteve, ao final do respectivo curso,
maior grau de aproveitamento intelectual em relação a seus pares, numa mesma turma.
O ingresso do militar no ciclo das praças é feito na graduação de soldado de 3ª
classe, satisfeitas as exigências previstas na legislação especifica. Concluído o Curso de
Formação de Praças com aproveitamento o militar será automaticamente promovido a
Soldado de 2ª Classe Combatente.
Transcorridos 5 (cinco) ou mais anos da data da promoção a soldado de 2ª classe,
o militar que se achar nessa situação será promovido a soldado de 1ª classe, exigidas
algumas situações, tais como:

I – Esteja, no mínimo, classificado na categoria de comportamento BOM;


II – Não esteja respondendo a processo administrativo disciplinar por falta
atentatória ao sentimento do dever, ao decoro e ao pundonor militar;
III – Não esteja preso para cumprimento de sentença judicial transitada em julgado;
IV – Tenha registrado em sua ficha funcional o período mínimo de 5 (cinco) anos
no exercício de atividade em organização militar ou no exercício de atividade considerada
de natureza militar, intercalados ou não.

A promoção a soldado de 1ª classe ocorrerá “ex-officio”, tão logo o militar preencha


os requisitos exigidos.

Promoção a Cabo e a 3º Sargento

Para ser promovido às graduações de Cabo e 3º Sargento é


indispensável que o militar esteja incluído no respectivo quadro de acesso.
Art. 7º Para ingresso no quadro de acesso é necessário que o militar
satisfaça os seguintes requisitos essenciais:
Promoção a Cabo:
a) contar com dez ou mais anos de efetivo serviço, não computado
tempo averbado;
b) ser soldado de 1ª classe;

32
c) ser detentor do Curso de Formação Complementar para Praças, se
incluído nas fileiras da Corporação antes da promulgação desta Lei;
d) gozar de sanidade física e mental;
e) estar apto fisicamente;
f) estar no Comportamento Bom;
g) não estar respondendo a processo administrativo disciplinar por falta
atentatória ao sentimento do dever, ao decoro e ao pundonor militar;
h) não estar preso preventivamente ou em flagrante delito;
i) não estar cumprindo pena restritiva de liberdade transitada em
julgado, inclusive no caso de suspensão condicional da pena;
j) não estar em gozo de licença para tratamento de interesse particular;
k) não estar condenado à suspensão do exercício da graduação, cargo
ou função, prevista no Código Penal Militar, durante o prazo de sua suspensão; e
l) não se encontrar na situação de desaparecido, extraviado ou
desertor.
Promoção a 3º Sargento:
a) ser Cabo por tempo igual ou superior há 5 (cinco) anos;
b) possuir formação intelectual igual, equivalente ou superior ao ensino
médio;
c) gozar de sanidade física e mental;
d) estar apto fisicamente;
e) estar no Comportamento Bom;
f) não estar respondendo a processo administrativo disciplinar por falta
atentatória ao sentimento do dever, ao decoro e ao pundonor militar;
g) não estar preso preventivamente ou em flagrante delito;
h) não estar cumprindo pena restritiva de liberdade transitada em
julgado, inclusive no caso de suspensão condicional da pena;
i) não estar em gozo de licença para tratamento de interesse particular;
j) não estar condenado à suspensão do exercício da graduação, cargo
ou função, prevista no Código Penal Militar, durante o prazo de sua suspensão; e
k) não se encontrar na situação de desaparecido, extraviado ou
desertor.
Art. 9º As promoções serão realizadas por ato do Comandante-Geral,
com base em propostas apresentadas pela Comissão de Promoção de Oficiais e Praças,
órgão responsável pelo processamento das mesmas.

As promoções serão realizadas por ato do Comandante-Geral, com base em


propostas apresentadas pela Comissão de Promoção de Oficiais e Praças, órgão
responsável pelo processamento das mesmas. Os Quadros de Acesso para as
promoções de Cabos e Terceiros Sargentos obedecerão ao calendário previsto na Lei nº
6.514, de 23 de setembro de 2004.

33
Promoção a 2º Sargento

Todas por Antiguidade.

*LEI Nº 8.209, DE 4 DE DEZEMBRO DE 2019.

ALTERA A LEI ESTADUAL Nº 6.514, DE 23 DE


SETEMBRO DE 2004, QUE DISPÕE SOBRE OS
CRITÉRIOS E AS CONDIÇÕES QUE ASSEGURAM AOS
OFICIAIS E PRAÇAS DA ATIVA DA POLÍCIA MILITAR E
DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE
ALAGOAS O ACESSO NA HIERARQUIA MILITAR, E DÁ
OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Art. 1º Os dispositivos adiante indicados, da Lei Estadual nº 6.514, de 23 de


setembro de 2004, passam a vigorar com a seguinte redação:
I – os incisos III, IV, VII e VIII do § 2º do art. 5º:
“Art. 5º As promoções serão efetuadas pelos critérios de: (...) § 2º As
promoções aos postos e graduações imediatas seguirão a seguinte sequência:
(...)
III – promoção a 1º Sargento:
a) 1/2 (um meio) por Merecimento; e
b) 1/2 (um meio) por Antiguidade.

IV – Promoção a Subtenente:
a) 1/2 (um meio) por Merecimento; e
b) 1/2 (um meio) por Antiguidade. (...)

VII – promoção ao posto de Major:


a) 2/5 (dois quintos) por Merecimento;
b) 2/5 (dois quintos) por Escolha; e
c) 1/5 (um quinto) por Antiguidade.

VIII – promoção ao posto de Tenente-Coronel:


a) 2/5 (dois quintos) por Merecimento;
b) 2/5 (dois quintos) por Escolha; e
c) 1/5 (um quinto) por Antiguidade. (...)”

Promoção ao primeiro Posto (2º Tenente):

O acesso ao primeiro posto no Quadro de Oficiais de Administração e no Quadro


de Oficiais Especialistas dar-se-á entre os Subtenentes que concluíram com
aproveitamento o Curso de Habilitação de Oficiais (CHO) e preenchem as demais
condições previstas na Lei nº 6.514, de 23 de setembro de 2004, que dispõe sobre os

34
critérios e as condições que asseguram aos oficiais e praças da ativa da Polícia Militar e
do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Alagoas acesso na hierarquia militar.
O acesso ao primeiro posto no Quadro de Oficiais Especialistas Capelães e
Assistentes Sociais (QOE) dar-se-á entre concursados, após conclusão com
aproveitamento em Estágio de Adaptação de Oficiais (EAO), preenchidas as demais
exigências da Lei a que se refere este artigo.
A matrícula no Curso de Habilitação de Oficiais será efetuada pelo critério de
antiguidade, obedecidas as demais exigências da Lei que institui o Sistema de Ensino
Militar, respeitando o limite de vagas fixado para o respectivo curso.
Os concluintes do Curso de Habilitação de Oficiais que alcançarem classificação
dentro do número de vagas existentes no seu Quadro serão promovidos ao primeiro
posto, por ato do Chefe do Executivo Estadual, na data do encerramento do curso. O
acesso ao primeiro posto para os remanescentes fica condicionado à existência de vagas
no Quadro, obedecida à ordem de classificação intelectual obtida no curso e demais
exigências da Lei de Promoções de Oficiais e Praças.
O Curso de Habilitação de Oficiais, necessariamente, será realizado em Academia
de Polícia Militar ou Bombeiro Militar e o militar promovido nas condições estabelecidas
nesta Lei, estará apto a galgar progressivamente as demais graduações e postos da sua
qualificação, desde que preenchidos os requisitos a elas inerentes.

Promoções em Condições Especiais

São espécies de promoções em condições especiais:


I – “Post-mortem”;
II – Bravura;
III – Por invalidez permanente;
IV – Por ressarcimento de preterição; e
V – Por tempo de serviço.

Post-Mortem: A promoção “post-mortem” é aquela que visa expressar o


reconhecimento do Estado ao militar falecido no cumprimento do dever ou em
consequência dele, ou reconhecer o direito do Oficial ou do Graduado a quem cabia a
promoção, não efetivada por motivo do óbito. A promoção “post-mortem” será efetivada
quando o militar falecer em uma das seguintes situações:
1) No exercício da preservação da ordem pública e incolumidade das
pessoas e do patrimônio.
2) Em consequência de ferimento recebido nas atividades referidas na
alínea “a” deste artigo, ou doença, moléstia ou enfermidade contraída nessa situação, ou
que nela tenha sua causa eficiente.
3) Em acidente em serviço, definido como tal em processo regular
promovido pela Corporação a que pertence, ou em consequência de doença, moléstia ou
enfermidade que nela tenha sua causa eficiente.
4) O militar será também promovido se, ao falecer, satisfazia às
condições de acesso e integrava a faixa dos que concorriam à promoção pelos critérios
de Antiguidade, Escolha e Merecimento, conforme o caso.

35
Os casos de morte por ferimento, doença, moléstia ou enfermidade
referidas neste artigo serão comprovados por atestado de origem, inquérito sanitário de
origem, sendo os termos do acidente, baixa em hospital, papeletas de tratamento em
enfermarias e hospitais e os registros de baixa, utilizados como meios subsidiários para
esclarecer a situação. No caso de falecimento do militar, a promoção por bravura exclui a
promoção “post-mortem” que resultaria das consequências do ato de bravura.

Ato de Bravura: A promoção por bravura, forma excepcional de


promoção, resulta de atos incomuns de coragem e audácia, que ultrapassando os limites
normais de cumprimento do dever, representam feitos indispensáveis ou úteis às
operações militares, pelos resultados alcançados ou pelo exemplo positivo deles
emanados. O militar será promovido por ato de bravura:
5) Em caso de guerra externa ou interna, empregada a Polícia Militar e o
Corpo de Bombeiros como Força Auxiliar, Reserva do Exército, em missão de interesse
da Segurança Nacional.
6) Na preservação da ordem pública e incolumidade da pessoa e
patrimônio, em ações de Defesa Civil, combate a incêndio e salvamento.
7) Em caso de guerra externa ou interna, a Polícia Militar de Alagoas e o
Corpo de Bombeiros de Alagoas, Força Auxiliar, Reserva do Exército, forem mobilizadas
para emprego em missão de interesse da Segurança Nacional e na ocasião da
transferência para inatividade o militar tenha sido integrante da tropa mobilizada.
A promoção, de que trata este artigo, ocorrerá independentemente da
existência de vaga e o militar permanecerá excedente no posto ou graduação até a
abertura de vaga.
O ato de bravura será apurado em investigação criteriosa procedida por
conselho especial designado pelo Comandante Geral da respectiva Corporação.

Invalidez Permanente: A promoção por invalidez permanente é aquela


que, de acordo com o estatuto dos militares, visa expressar reconhecimento do Estado ao
militar em decorrência de ferimento sofrido em ação militar; acidente em serviço e
enfermidade adquirida.

Ressarcimento de Preterição: A promoção por ressarcimento de


preterição é aquela feita após ser reconhecido ao militar preterido o direito à promoção
que lhe caberia. A promoção, de que trata este artigo, será efetuada segundo os critérios
de antiguidade ou de merecimento, conforme o critério adotado na promoção de origem,
recebendo o militar o número que lhe caberia na escala hierárquica, como se houvesse
sido promovido na época devida. A promoção por ressarcimento de preterição ocorrerá
independentemente da existência de vaga e o militar permanecerá excedente no posto ou
graduação até a abertura de vaga.

Tempo de Serviço: A promoção por tempo de serviço é aquela que tem


por base o tempo de serviço e o tempo de permanência do militar no posto ou na
graduação, obedecidas as condições previstas no artigo específico.
O militar que conte ou venha contar 25 (vinte e cinco) ou mais anos de
serviço, se do sexo feminino, e 30 (trinta) ou mais anos de serviço, se do sexo masculino,
computado o tempo de efetivo serviço prestado na sua Corporação mais o tempo
averbado, poderá requerer a sua promoção ao posto ou graduação imediata,
36
independentemente de calendário de promoções e não ocupará vaga. Ao ser promovido
nessas condições o PM será automaticamente agregado, ficando à disposição do órgão
de pessoal da instituição a que pertence.
O oficial ou praça agregado nas condições do parágrafo anterior, findo o
prazo de 30 (trinta) dias, será transferido “ex-officio” para a reserva remunerada, caso não
a tenha requerido.
A transferência para a reserva remunerada será efetivada com o mesmo
subsídio do posto ou graduação do militar quando na ativa. Os inativos que estiverem
enquadrados nas condições do parágrafo 1º deste artigo, que recebem subsídio
equivalente ao posto ou graduação imediatamente superior, serão promovidos
automaticamente, independente de requerimento.
Se o militar for praça da última graduação da sua qualificação, poderá
ser promovido ao primeiro posto do oficialato, aplicando-se as demais disposições
previstas nos parágrafos 2° e 3º deste artigo.
O militar para gozar do benefício da promoção por tempo de serviço não
precisará estar relacionado em Quadro de Acesso, mas deverá contar no mínimo com 2
(dois) anos no posto ou graduação e não estar respondendo a Conselho de Disciplina ou
Conselho de Justificação.
O militar que conte com 35 (trinta e cinco) anos de serviço, considerando
o tempo de efetivo exercício, inclusive o prestado às Forças Armadas e o tempo
trabalhado em serviço público municipal, estadual e federal anterior ao ingresso na
Corporação, bem como férias e licenças especiais não gozadas e averbadas, até a
publicação da emenda constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, será transferido
“ex-officio” para a reserva remunerada.
O militar que estiver respondendo a processo criminal, em foro comum
ou militar, terá suspenso o direito de concorrer à forma de promoção de que trata este
artigo, até o desenlace da ação penal.
O militar condenado por sentença criminal transitada em julgado, quando
não lhe tenha sido imposta a perda do cargo, não gozará do benefício da promoção por
tempo de serviço, salvo após deferida pelo Juízo criminal competente a reabilitação de
que tratam os artigos 93 a 95 do Código Penal brasileiro.

Condições Básicas

O ingresso na carreira militar é feito nos postos ou graduações iniciais de cada


quadro ou qualificação, assim considerados na legislação específica, satisfeitas as
exigências legais. A ordem hierárquica de colocação dos militares nos postos e
graduações iniciais resulta da classificação em curso de formação e habilitação, concurso
ou estágio de adaptação, no último caso, conforme a legislação específica do ensino
militar.
Para ser promovido pelos critérios de Merecimento, Escolha e Antiguidade é
indispensável que o militar esteja incluído no Quadro de Acesso e para tal ingresso é
necessário que o militar satisfaça as seguintes condições de acesso estabelecidas para
cada posto e graduação:

a. Interstício.
b. Teste de Aptidão Física.
c. Inspeção de Saúde.
d. Comportamento “BOM” para as Praças.

37
e. Exame de suficiência artístico-musical para os militares músicos.
f. Ter concluído com aproveitamento, até a data prevista para a promoção,
curso que habilite ao desempenho do cargo ou funções próprias do posto ou graduação
imediatamente superior:
Curso de Formação de Praças - 3º Sargento e 2º Sargento;
Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos - 1º Sargento e Subtenente;
Curso de Formação Complementar de Praça (Cb e 3º Sgt).

O interstício é o tempo mínimo de permanência em cada posto ou graduação.

A promoção do militar agregado em virtude de estar no exercício de cargo


público civil, temporário, não eletivo, inclusive da administração indireta, dar-se-á
unicamente pelo critério de antiguidade, na forma do artigo 142, § 3º, III, da Constituição
Federal e artigo 63, § 3°, da Constituição Estadual.

Processamento das Promoções

É nula a promoção realizada em desobediência aos princípios estabelecidos na Lei


ou realizada indevidamente por erro ou fraude, com ou sem a participação direta ou
indireta do beneficiado.
A agregação não abre vagas para fins de promoção. As promoções serão
efetuadas, anualmente, por Merecimento, Escolha e Antiguidade, exclusivamente nas
seguintes datas:

Art. 31. (Lei 6514). As promoções serão efetuadas, anualmente, por Merecimento,
Escolha e Antiguidade, exclusivamente nas seguintes datas:
I – Polícia Militar – dias 3 de fevereiro e 25 de agosto;
II – Corpo de Bombeiros Militar – dias 26 de maio e 29 de novembro.

Parágrafo Único: O encerramento das alterações dos Oficiais e Praças que


comporão os Quadros de Acesso dar-se-á em: I - Polícia Militar – 3 de dezembro e 25 de
maio; II - Corpo de Bombeiros – 26 de fevereiro e 29 de setembro.

38
UNIDADE DIDÁTICA 06

Uniformes na PMAL

Referências

DECRETO Nº 35.269, DE 08 DE JANEIRO DE 1992.


APROVA O REGULAMENTO DE UNIFORMES DA POLÍCIA MILITAR
DO ESTADO DE ALAGOAS, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

DECRETO Nº 3.483, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2006.


ALTERA O REGULAMENTO DE UNIFORMES DA POLÍCIA MILITAR DO
ESTADO DE ALAGOAS, APROVADO PELO DECRETO Nº 35.269, DE 8
DE JANEIRO DE 1992, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

NP Nº 122/2016, BGO Nº 102, DE 02 DE JUNHO DE 2016.


CARACTERÍSTICAS DOS NOVOS UNIFORMES AUTORIZADOS NA
PMAL.

PORTARIA N° 041/2016-GCG/ASS, DE 21 DE SETEMBRO DE 2016.


DISPÕE SOBRE A VEDAÇÃO DO USO DE UNIFORME MILITAR EM
CAMPANHA E PROPAGANDA ELEITORAL.

PORTARIA N° 016/2017, BGO nº 070 DE 18 DE ABRIL DE 2017.


ESTABELECE A PADRONIZAÇÃO DO USO DO UNIFORME DE
INSTRUÇÃO, PREVISTO NA NP Nº 037/2016 - GCG/ASS E DESCRITO
NA NP Nº 122/2016 - GCG/ASS, NA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE
ALAGOAS, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

PORTARIA N° 030/2017 - GCG/ASS, DE 21 DE JULHO DE 2017.


DISPÕE SOBRE A INSPEÇÃO SEMESTRAL DE UNIFORMES NO
ÂMBITO DA POLÍCIA MILITAR DE ALAGOAS, E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS.

REFERÊNCIAS
Indicadas ao longo de cada Unidade Temática.

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