Você está na página 1de 24

108

Silva, D.R. (1983). Análise dos estudos sobre a validade do Rorschach em psicologia clínica. O Rorschach no planteamiento do tratamento
Revista Portuguesa de Psicologia, 17,18 e 19, 71-118.
Silva, D.R. (1986). Exner e a reposi9iio do teste de Rorschach. Revista Portuguesa de e na avafü;ao dos resultados
Psicologia, XX, 135-168.
Smith, E.R. & :\\filler, F.D. (1978). Limits on perception of cognitive processes: A reply to Rorschach in treatment planing and outcomes
Nisbett and Wilson. Psychological Review, 85, 355-362.
Vaz Serra, A. (1986). O inventário clinico de auto-conceito. Psiquiatría Clínica, 7, 67-84.
assessment
Vaz Serra, A. (1988). Um estudo sobre o coping: o inventário de resolu9iio de problemas.
DANILO R. SILVA*
Psiquiatría Clínica, 9, 301-316.
Vaz Serra, A., Firrnino, H. & Ramalheira, C. (1988). Estratégias de coping e auto-conceito.
Psiquiatría Clínica, 9, 317-322.
White, P.A. (1988). Knowing more about what we can tell: 'introspective access' and causal
report accuracy 10 years later. British Journal of Psychology, 79, 13-45.
Wymer, W. E. & Penner, L. A. (1985). Moderator variables and different types of predictabi- e as solicita9éíes naquelas áreas faziarn-se
INTRODU<;ÁO
lity: Do you have a match? Joumal of Personality and Social Psychology, 49, 1002-1015. sentir ern novas sectores. A indica9iio de
Ao retomar, em 1983, o tema do futuro do
Weiner referente aos vastos campos da psico-
psicodiagnóstico** , sobre que escrevera em logía da saúde e da psicologia forense, corno
1972, entiio urna época rnuito difícil para esta terrenos novas e importantes, tinha o sabor
actividade, Weiner comenta, no final da sua de urna vitória, isto é, era urna rnaneira de
reflexiio, que fora rnais agradável e rnais fácil afirmar que o futuro do psicodiagnóstico se
defender o psicodiagnóstico ern 1983 do que encontrava assegurado. Acresce que a própria
ern 1972 (1983). Corn efeito, durante os anos perspectiva dos psicólogos face a avalia91ío
setenta, rnuitas altera9éíes se haviarn operado estava a mudar. Enquanto, nos anos 60, a
1
na psicologia, particularmente no campo da possibilidade de se tomarern psicoterapeutas,
; 1 avalia91io psicológica. Seria rnuito difícil, urna actividade profissional de prestigio,
para alguérn ernpenhado no sector da ava- levou rnuitos psicólogos a pór de lado ou
! .
; !1 lia9iio e do diagnóstico psicológico, olhar mesmo a rnenosprezar a prática da avalia9iio,
: 1
corn optimismo os anos vindouros, nos finais nos anos 80, a actividade de consultores
i dos anos sessenta e inicio dos setenta. V ários especialistas, nos novas campos, é vista corn
forarn os escritos ern importantes publi- outros olhos, corno algo prestigiante, mesmo
ca9éíes, na época, que atestavarn a pesada rnais prestigiante do que praticar a psicotera-
crise por que passavarn a avalia91ío e o diag- pia.
nóstico e nao lhes prornetiarn rnelhores dias. Mas, nesses mesmos anos 80, algo estava
A verdade é que, como sabernos, no dealbar a acontecer nos Estados Unidos, no campo da
dos anos 80, as dificuldades tinharn passado prática psicológica, designadarnente clínica,

* Danilo Silva enriqueceu e versa.o preliminar deste artigo.


** Texto da conferéncia proferida na VI Conferéncia Internacional: Avalia~áo Psicológica. Formas e
Contextos, realizada na Universidade de Salamanca, em Novernbre de 1998.

RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999 RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999



1

106 107

REFERENCIAS Gonc;:alves, M. M & Machado, C. (1995). Q.P.R. - Questionário Personalidade- Rorschach. In


L. S. Almeida, M. Sim5es & M. M. Gonc;:alves (Eds.), lª Mostra de instrumentos de
Beck, A.T., Rush, AJ., Shaw, B.E & Emery, G. (1979). Cognitive therapy of depression. New
York: Guilford. Avaliarii.o Psicológica em Portugal. Apport: Braga.
Gonc;:alves, M. M. & Gonc;:alves, O. F. (1995). Variáveis moderadoras da adequac;:ao das medi-
Blatt, S. & Lerner, H. (1983). Toe Psychological assessment of object representation. Joumal
das de auto-relato: Aspectos funcionais explicativos das dificuldades de "acesso introspec-
of Personality Assessment, 47, 7-28.
tivo". Revista Ibero-Americana de Diagnóstico e Avaliarii.o Psicológica., 2, 101-118
Bowers, K. (1987 a). Three levels of consciousness: Implications for dissociation. Paper pre-
Gonc;:alves, M. M. & Norris, N. (1996). Auto-conhecimento na Era pós-moderna: O fim da tira-
sented at Symposium on "Psychological concepts and disorders: Reverberating implica-
nía da Lei de Delfos? Psicología: Teoría, Investigafii.O e Prática, 1, 43-62.
tions". Dalbousie University.
Gonc;:alves, O. F. (1998). Terapia cognitiva narrativa. Rio de Janeiro: Artes Médicas.
Bowers, K. (1987 b). Revising the unconscious. Canadian Psychology, 28, 93-104. Gouveia, J.P. (1990). Factores cognitivos de vulnerabilidade para a depressii.o. Coimbra: tese
Bowers, K. (1984). On being unconsciously influenced and informed. In. K.S. Bowers & D.
de doutoramento nao publicada.
Meichenbaum (Eds.), The unconscious reconsidered. New York: J. Wiley. Greenberg, L. S. & Safran, J. D. (1987). Emotions in psychotherapy. New York: Guilford.
Branca Vasco, A. J. (1985). Coping: Dois modelos explicativos. Jornal de Psicología, 4, 22- Guidano, V. F. (1991). The self in process: Toward a post-rationalist cognitive therapy. New
26 ..
York: Guilford.
Buss, A. H. (1980). Self-consciousness and social anxiety. San Francisco: Freeman. Jacoby, L. L., Linsday, D. S. & Toth, J. P. (1992). Unconscious influences revealed: Attention,
Cabral, C. M. (1986). El estudio de la personalidad humana: teoría e investigaciones de W. awareness, and control. American Psychologist, 47, 802-809.
Mischel. Barcelona: P.P.U. Kenrick, D.T. & Funder, D.C. (1988). Profiting From Controversy: Lessons From the Person-
Cheek, J. M. (1982). Aggregation, moderator variables, and the validity of personality tests: a Situation Debate. American Psychologist, 43, 1, 23-34.
peer-rating study. Joumal of Personality and Social Psychology, 43, 1254-1269. Kraut, R. E. & Lewis, S. H. (1982). Person perception and self-awareness: knowledge of
Ericson, K.A. & Simon, H.A. (1980). Verbal reportas data. Psychological Review, 87, 215- influences on one's own judgments. Joumal of Personality and Social Psychology, 42, 448-
251. 460.
Evans, J.St.B.T.(1980). Current issues in the psychology of reasoning. British Joumal of Leventhal, H. (1980). Toward a comprebensive theory of emotion. In L. Berkowitz (Ed.),
Psychology, 71, 227-239. Advances in experimental social psychology (vol. 13). New York: Acadernic Press.
Eva.ns, J.St.B.T.(1981). A reply to Morris. British Joumal of Psychology, 72, 469-470. Lewicki, P., Hill, T. & Czyzewska, M. (1992). Nonconscious acquisition of information.
Exner, J.E. (1978). The Rorschach: a comprehensive system (ll): current research and advan- American Psychologist, 47, 796-801.
ced interpretation. New York: John Wiley & Sons. Linville, P. W. (1987). Self-complexity as a cognitive buffer against stress-related illness and
depression. Joumal of personality and social psychology, 4, 663-676.
Exner, J.E. (1986). The Rorschach: a comprehensive system. New York: John Wiley & Sons
Mahoney, M.J. (1991). Human changes processes: scientific foundations of psychotherapy.
(2ª ed).
Exner, J.E. (1991). The Rorschach: a comprehensive system. Vol. 2: interpretation (2ª ed). New New York: Basic Books.
/ i Marcia, J. (1966). Development and validation of ego identity status. Joumal of Personality
I 1¡'
York: Wiley.
and Social Psychology, 3, 551-558,
1.. Gergen, K. J. (1992). El yo saturado. Barcelona: Paidós.
.,¡: Markus, H., & Nurius, P. (1986). Possible selves. American Psychologist, 41, 954-969.
'I Gonc;:alves, M. M. (1996). Auto-conhecimento e acesso introspectivo: Do self reificado ao self Nisbett, R. E. & Ross, L. D. (1980). Human inference: strategies and shortcomings of social
l.:11
i'I) ;·.¡: narrativo. Braga: CEEP (Centro de Estudos de Educac;:ao e Psicología).
1
judgment. New Jersey: Prentice-Hall.
Gonc;:alves, M. M. & O. F. Gonc;:alves (1994a). Personalidade e medidas de auto-relato: auto- Nisbett, R.E. & Wilson, T.D. (1977). Telling more than we can know: verbal reports on men-
conhecimento como variável moderadora. In M. M. Gonc;:alves (Ed.), Rorschach na ava- tal processes. Psychological Review, 84, 231-259.
liarii.o psicológica: aspectos teóricos e análise de casos. Braga: SHO. Sampson, E. E. (1985). Toe decentralization of identity: Toward a revised concept of personal
Gonc;:alves, M. M. & Gonc;:alves, O. F. (1994b). Acesso introspectivo e "validade" das medidas and social order. American Psychologist, 40, 1203-1211.
de auto-relato: O retomo do inconsciente?. In L. Almeida & l. Ribeiro (Org.), Avaliaraó Sampson, E. E. (1990). Social psycbology and social control. In l. Parker & J. Sbotter (Eds.),
psicológica: formas e contextos . Braga: APPORT. Deconstructing social psychology. London: Routledge.

RIDEP • Vol. 8 • N° 2 •·Año 1999 RIDEP • Vol. 8 • N° 2 •Año 1999


105
104

tac;:ao que considerasse estas relac;:6es como emocionais). Esta incongruencia parece ser o
síveis (1 ª hipótese) ou teriam dificultada a somente dependente da variabilidade situa-
"erros" na auto-descric;:ao. reflexo da incapacidade, por desconhecimen-
sua tradu9ao verbal (2ª hipótese). cional.
Em síntese, o nosso estudo reforc;:a a utili- to ou por dificuldade de tradu9ao verbal, das
Urna importante implica9ao é que a pri- O que, na nossa opiniao, torna difícil urna
zac;:ao de variáveis moderadoras relacionadas pessoas proporcionarem relatos estratégicos
meira e a segunda hipóteses refor9am a con- explicac;:ao estritamente situacionista é que,
com a auto-centrac;:ao quando se procura destas dimens6es; a partir do seu comporta-
cep9ao de que o processamento analógico da de um ponto de vista comportamental estas
informa9ao é urna importante razao estrutural variáveis possuem alguma estabilidade (veja- obter congruencia entre urna amostra de com- mento.
portamento (teste de Rorschach) e medidas Ern investigac;:6es futuras será pertinente
para os limites ao auto-conhecimento. se, por exemplo, os valores de teste-reteste do
de auto-relato. Na amostra mais auto-centra- estudar as relac;:oes existentes entre medidas de
Rorschach). Assim, a "instabilidade" poderá
3ª hipótese interpretativa: ''Estas variá- da, a congruencia só existe praticamente nas auto-relato e outros indicadores comportamen-
ser mais suscitada pela multipotencialidade
veis sao totalmente inconstantes e portan- variáveis cognitivas, sendo os outros domí- tais, nomeadamente de natureza projectiva, o
do self do que propriamente pela falta de
to nao é de esperar qualquer congruen- nios relativamente incongruentes (percepc;:ao que poderá inclusivamente permitir o esclare-
estabilidade comportamental. ·
111[
cia". de si, percepc;:6es interpessoais, aspectos cimento do próprio processo projectivo.
¡¡ Dada a natureza deste estudo, nenhuma
1 . ¡ A terceira posi9ao inscreve-se numa pers- destas hipóteses é susceptível de ser "com-
pectiva situacionista , de que Mischel (cf., provada". O que nos parece mais importante
Cabral, 1986) foi o mais importante repre- destacar é que, mesmo ern pessoas com ele-
sentante. Nos anos sessenta Mischel mostrou vada auto-centrac;:ao (como os sujeitos do
que a consistencia trans-situacional dos com- grupo 1), as variáveis que estao de acordo
portamentos era significativa nas variáveis com urna amostra de cornportamento (teste
cognitivas, mas muito reduzida noutro tipo de Rorschach) sao somente as de natureza
de variáveis (e.g., emocionais). Mischel argu- cognitiva e algurnas interpessoais. Quase
mentava que o comportamento nao era está- seria tentador afirmar que mesmo em pesso-
vel porque dependía das situa96es que o sus- as corn elevada auto-centrac;:ao, a auto-ima-
citavam. As críticas de Mischel foram muito gem só se elabora a partir da "realidade"
importantes, dado que mostraram que nao há comportamental nos aspectos cognitivos.
urna rela9ao linear entre os construtos que os Resta-nos discutir um dado curioso menos
psicólogos avaliam e o comportamento simples de analisar e para o qual nao ternos
actual ou futuro das pessoas. Contudo, o de momento explicac;:ao satisfatória. Trata-se
situacionismo radical de Mischel tem sido da existencia de relac;:6es invertidas entre o
criticado por inúmeros autores (cf., Kenrick auto-relato e o Rorschach. Como se pode
& Funder, 1988), que tem demonstrado verificar, estas relac;:6es surgem nos dois sub-
empiricamente a sua inadequa9ao. grupos e na amostra global, nos domínios
Efectivamente, o modelo de Mischel, inscre- cognitivo e interpessoál. Se bem que nao ten-
vendo-se no paradigma da aprendizagem hamos qualquer hipótese concreta que permi-
, l:i¡
I'. :¡1
1¡,
social, nao poderla valorizar os aspectos está- ta explicar estes dados é curioso que eles nao
veis do comportamento. Estes viriam a ser permitam distinguir os grupos, dado que

l:t ,'
novamente considerados, com a evolu9ao dos
modelos cognitivos, sendo a difundida no9ao
de esquema ou estrutura cognitiva (e.g.,
poderiamos talvez esperar encontrar um
maior número de rela96es invertidas no

r
'· :_ '.¡ grupo que possui um auto-conhecimento
'
1
'
Guidano, 1987; Mahoney, 1991), incompatí- menos diferenciado. É evidente que se assim
. •1 ·

11 l vel com a ideia de que o comportamento é fosse os dados iriam predispor urna interpre-
J1

!li RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999


RIDEP • Vol. B • N° 2 • Año 1999

i
1111: ¡
102 103

Curiosamente, os estudos mostram que as dade de se reduzir a um objecto e pela sua Ericson e Simon (1980) tomam claro este dos como tal. Assim, a incapacidade de tra-
variáveis do Rorschach mais susceptíveis a natureza projectiva (M. Gonc;:alves, 1996; M. pressuposto, ao defenderem que só a infor- duc;:li.o verbal poderla resultar num processo
simulac;:li.o de patología séria sao de facto as Gonc;:alves & Norris, 1996; O. Gonc;:alves, mac;:li.o que se encontra na memória a curto- de inferencia que conduz a resultados incon-
que se situam no donúnio cognitivo (e.g., 1998). As teorias da identidade defendem o prazo e num formato verbal é susceptível de gruentes coma amostra de comportamento. É
Wsum6) (Exner, 1991), o que implica que postulado de que, com o fim da adolescencia, ser relatada directamente. Estes teóricos pos- rnuito provável que este processo se realize
existe da Í,arte dos sujeitos algum auto-con- o jovem adulto deveria atingir urna identida- tulam tres níveis diferentes de relatos. Os de acordo com os princípios de saliencia e
hecimento destas dimens5es que lhes permi- de estáveL No entanto, com a actual multipli- relatos verbais que resultam da informac;:li.o plausibilidade da informac;:li.o (Nisbett &
te a simulac;:li.o. presente num formato verbal sao relatos de Ross, 1980). Neste caso, nao se trata de total
cidade de contextos de vida (Gergen, ibí-
Parece-nos, pois, interessante que as nível l. Os relatos de nível 2 sao obtidos a desconhecimento, mas de atribuic;:ao de cau-
dem), será provavelmente mais adaptativo
variáveis em que existe maior congruencia partir de informac;:li.9 que se encontra disponí- salidade a outros elementos nao determinan-
vi ver em "crise" constante, nao se chegando
sejam precisamente as· cognitivas. vel, mas nao numa forma verbal. Finalmente, tes, o que de acordo com a definic;:li.o de
nunca a um self bem definido, individualiza-
Relativamente aos aspectos emocionais, os os relatos de nível 3 dizem respeito a infor- Bowers (ibídem), constituí também urna
do e estável. O mundo pós-modemo está em
modelos mais integrativos das emoc;:5es (cf., mac;:li.o que nem sequer se encontra disponí- influencia inconsciente.
constante mutac;:li.o, tomando a flexibilidade e
Greenberg & Safran, 1987), como a teoria de vel, o que obriga os indivíduos a realizarem O problema que se coloca aqui é o da sín-
a adaptabilidade a diferentes contextos urna
Leventhal (1980), prop5em precisamente que inferencias a partir da informac;:li.o de qué tese entre a posic;:ao de que "dizemos mais do
as emoc;:5es sao, em larga medida, sintetiza- importante capacidade.
disp5em. que sabemos" (Nisbett & Wilson, 1977) (pri-
das a um nível pré-atencional. Como refere A explicac;:ao que propomos da ausencia
As nossas medidas de autocrelato sao de meira hipótese) com a concepc;:ao de que
Leventhal (ibídem) a descric;:li.o dos estados de congruencia nos aspectos relativos a per- nível 3, dado que implicam processos de abs-
cepc;:li.o de si pode provavelmente ser genera- "sabemos mais do que podemos dizer"
emocionais reflecte as crenc;:as que os indiví- tracc;:li.o e generalizac;:ao. (White, 1988) (segunda hipótese). Sugerimos
duos possuem acerca das emoc;:5es e nao per- lizada para explicar a congruencia moderada Estes processos de generalizac;:ao e abs- anteriormente (cf., M. Gonc;:alves & O.
mite cpmpreender um processo que opera, nos aspectos interpessoais. Como refere o tracc;:li.o, bem como o carácter lógico e quan-
Gonc;:alves, 1994b) que o conceito de incons-
pelo menos parcialmente, fora da conscien- próprio Exner (1986), nao é de esperar urna tificado das medidas, poderá dificultar a tra-
ciente permite integrar estas duas perspecti-
cia. Os auto-relatos considerados sao ainda dissociac;:li.o entre os aspectos da percepc;:li.o de duc;:li.o proposicional de um conhecimento
vas, dado que o processamento analógico,
mais complexos do que a descric;:li.o de um si e as percepc;:5es interpessoais, dado que holista.
pela sua natureza holista (O. Gonc;:alves,
episódio emocional, dado que as perguntas se estas dimens5es esta.o íntimamente relaciona- Como referem Lewicki, Hill e Czyzewska
1998), implica que o nosso conhecimento
referem a padr5es de comportamento. das. Assim, a dificuldade de auto-definic;:li.o é (1992), a propósito do acesso a informac;:li.o
Relativamente a ausencia de correlac;:5es transcende o conhecimento verbalizável num
também certamente urna limitac;:li.o a caracte- procedimental, "mesmo que o acesso a este
no donúnio da percepc;:li.o de si pensamos que dado momento. Assim, necessariamente,
rizac;:li.o clara das nossas percepc;:5es interpes- nível exista, pode nao servir de nada, dada a
urna das explicac;:oes possíveis é que os sujei- teremos que dizer mais do que sabemos, se
soais e da forma como nos conceptualizamos sofisticac;:ao formal deste nível e dado que a
tos tenham urna enorme dificuldade em se formos questionados sobre informac;:ao nao
face aos outros. velocidade deste processamento excede lar-
auto-definirem. As teorias mais recentes do gamente aqueles dos quais o pensamento disponível.
self insistem no seu carácter desequilibrado, 2ª hipótese interpretativa: ''Existe con- controlado e consciente se pode aproximar." As duas primeiras posic;:5es parecem,
descentralizado e pouco definido (Gergen, hecimento destas variáveis mas urna inca- (p.801). desta forma, apontar no sentido da natureza
1992, Sampson, 1985, 1990). Assim, a incon- pacidade de tradm;ao verbal" Pensamos que, se utilizarmos a definic;:li.o tácita e profunda (Greenberg & Safran, 1987;
gruencia nas variáveis da percepc;:li.o de si Esta hipótese contempla a possibilidade que Bowers (1984, 1987a, 1987b) prop5e de Guidano, 1991; Mahoney, 1991, O.
pode ser adaptativa, ao contrário do que se das variáveis afectivas e relativas as per- inconsciente, a primeira hipótese é conciliá- Gonc;:alves, 1998) dos processos cognitivos.
depreeende das teorias clássicas da identida- cepc;:5es interpessoais serem conhecidas vel com a segunda. Para Bowers (ibídem) os Assim, o conhecimento que dispomos dos
de (e.g., Marcia, 1966). O self parece carac- pelos indivíduos, mas mais difíceis de tradu- determinantes inconscientes sao, nao só aspectos emocionais e relativos a percepc;:ao
u l. terizar-se pela multiplidade (Markus & zir em relatos verbais do que as variáveis aqueles que nao sao notados, como também de si seria mais tácito do que explícito, dado
1
Nurius, 1986, Linville, 1987), pela incapaci- cognitivas. aqueles que sendo notados nao sao aprecia- que estas variáveis seriam totalmente inaces-
l¡: .
RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999 RIDEP • Vol. 8 • N' 2 • Año 1999

r¡; :::
'i' 100 101
',¡
,' ·i

Quadro 6.-Total das Relai;oes Encontradas entre Auto-Relato e Rorschach cativa ínter-grupos aponta no sentido da tantes e portanto nao é de esperar qualquer
': '' :,i
h 1 ·,
1
existencia de um conhecimento, ainda que congruencia.
li•I,
Relac;5es Esperadas Relai;oes Invertidas difuso, do nível de auto-centrac;ao.
1 11,I, 1 ª hipótese interpretativa: "Nao existe
Sumariando, parece ser claro que o grupo
Amostra Amostra qualquer acesso as dimensoes afectivas e
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 1 Grupo 2 1 disp5e de urna maior auto-centrac;ao, o que
total total relativas a percepi;áo de si".
potencializa as relac;óes entre a auto-des-
Aspectos cognitivos 2 10 1 o 1 1 Esta hipótese do total desconhecimento
cric;ao e os indicadores presentes numa amos-
Aspectos afectivos o 2 o o o o tra de comportamento (teste de Rorschach).
destas dimens5es é legitimada teoricamente
pela posic;ao anti-introspeccionista de Nisbett
Auto-Percepc;ao o o o o o o Estes dados tinham tambémjá sido confirma-
e Wilson (1977).
Percep9éíes Interpessoais 5 4 2 1 1 1 dos por outros autores a partir de outras As medidas de auto-relato utilizadas sao
Total 7 16 3 1 2 2 metodologías (e.g., Buss, 1980; Cheek, claramente relatos. estratégicos (Evans, 1980,
1982). Assim, estes resultados suportam a 1981), isto é, relatos que se apoiam em
proposta teórica de que existirao variáveis quest5es que remetem para o "como" e para
/ funcionais explicativas da maior facilidade
to (teste de Rorschach) e auto-relato seja cla- das com a auto-centrac;ao (e.g., auto-cons- o "porque" e, como tal, reflectem teorías
ou dificuldade de "acesso introspectivo". apriorísticas acerca daquelas dimens5es.
ramente superior? ciencia, auto-monitorizac;ao).
Vejamos cada urna destas quest5es. Se bem que as variáveis moderadoras aqui 6.3. Acessibilidade das variáveis Estas teorías traduzem o que, do ponto de
usadas sejam diferentes das que vulgarmente vista dos sujeitos, está mais disponível na
6.1. Relai;oes entre amostra de comporta- Um outro problema que tínhamos coloca- memória (i.e., saliencia) e parece plausível na
sao utilizadas, dado que foram as variáveis
mento (teste de Rorschach) e auto-relato do diz respeito aos dornínios em que surgem explicac;ao do comportamento (Nisbett &
do Rorschach que nos permitiram fazer a
relac;oes mais significativas entre as medidas Ross, 1980).
Os resultados apontam claramente para separac;ao dos grupos, ternos boas raz5es para
urna diferenciac;ao significativa entre o grupo de auto-relato e o teste de Rorschach. Como A hipótese anti-introspeccionista defende
supor que se trata, mesmo assim, de um cri-
1 e o grupo 2. Se bem que os valores do qua- se pode constatar, a congruencia obtida pelo que, quando existe congruencia entre os pro-
tério análogo a auto-consciencia privada
dro 6 nao sejam susceptíveis de urna leitura (Buss, 1980). As diferenc;as encontradas entre grupo 1 é claramente mais centrada nos cessos actuais e a sua descric;ao pelos sujei-
estatística, o número de relac;5es que surgem os dais grupos apontam precisamente neste aspectos cognitivos. A relac;ao entre tos, isto nao significa acesso introspectivo,
no grupo 1, comparativamente ao grupo 2 sentido. Lembramos que as únicas diferenc;as Rorschach e auto-relato é moderada nas per- mas urna coincidencia entre as teorías e os
permite-nos afirmar que no grupo 1 existe que surgiram se situam no índice de egocen- cepc;5es interpessoais e praticamente ausente processos que estáo a ser avaliados.
urna congruencia muito superior entre as tricidade (medida de .auto-centrac;ao do nas variáveis emocionais e relativas a per- Os nossos resultados revelam a existencia
medidas de auto-relato e o Rorschach. Rorschach independente das variáveis que cepc;ao de si. Estes dados reforc;am a ideia de de congruencia entre auto-relato e amostra de
usamos para diferenciar os grupos) e no fac- que existem domínios mais acessíveis aos comportamento (teste de Rorschach) em
6.2. Variáveis moderadoras sujeitos ou mais facilmente traduzidos em diversas variáveis cognitivas e algumas inter-
tor do QPR de auto-centrac;ao (QPRl0).
Esta investigac;ao apoia claramente a ideia Estes dois resultados indicam claramente que medidas de auto-relato. pessoais. Urna das possíveis explicac;5es, de
de que existem variáveis funcionais que o grupo 1 é mais auto-centrado que o segun- Pensamos que estes dados sao susceptí- acordo com os pressupostos defendidos pre-
potencializam a congruencia entre urna do. É de referir também que alguns dos itens veis de tres hipóteses interpretativas: (1) os viamente, é que estas dimens5es sejam mais
amostra de comportamento (teste de usados no questionário da auto-consciencia sujeitos desconhecem, na generalidade, os facilmente compreendidas pelos sujeitos.
Rorschach) e medidas de auto-relato das (Buss, 1980) sao muit-0 semelhantes aos que seus aspectos emocionais e as características Náo se trata de acesso introspectivo, mas de
mesmas dimens5es. existem no QPRlO. Quando se compara, den- determinantes da sua percep9ao de si; (2) os conhecimento daquelas variáveis através, por
1 ¡ 1

Assim, relativamente as variáveis funcio- tro dos grupos, este factor com a variável sujeitos nao desconhecem estas variáveis exemplo, da observac;áo de regras de co-
' !
nais ou moderadoras, estes resultados correspondente do Rorschach o resultado nao mas sao incapazes de as traduzir verbalmen- variac;áo ou de teorías idiossincráticas formu-
reforc;am a utilizac;ao de variáveis relaciona- é significativo. Contudo, a diferenc;a signifi- te; (3) estas variáveis sao totalmente incons- ladas a partir de outras fontes de informa9áo ..

RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999


RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999
111
¡ i:
1, 98
'.¡ 99

5.4. Percepc;:oes interpessoais menor número de relac;:5es relativamente ao Quadro 5.-Relac;:oes Auto-Relato - Rorschach. Percepc;:oes Interpessoais
Foram consideradas tres vanaveis do grupo l.
Rorschach: carencia de contacto CD, N2 de Relayóes
questionáriOS Carencia de contacto Dependencia Passivldade
dependencia (Eg) e passividade ~ - O quadro 6 proporciona urna visao global
Na amostra total, (quadro 5) nao foi ./ das relac;:oes encontradas entre as medidas de Amostra! Grupo
total 1
I 2 total
I I
Grupo !Amostra Grupo
1 2 total 1
I
Grupo !Amostra Grupo
encontrada qualquer relac;:ao congruente ao auto-relato e o Rorschach. Se bem que esta-
nível da carencia de contato ou da dependen- tisticamente estes valores nao tenham signifi- ICAC:
cia, tendo surgido várias relac;:5es com a cado, dado que foram obtidos a partir da Aceitayiio social
variável referente ii passividade. A passivida- adic;:ao do número de relac;:5es encontradas Auto-eficácia
de surge positivamente relacionada com O para cada domínio específico e para cada DAS:
abandono passivo (IRP), enguanto surge grupo, fornecem-nos urna imagem de conjun- Dependencia da aprova9ii.o
negativamente relacionada com a auto-eficá- to que permite urna leitura mais fácil dos
Autonomía pessoal
cia (ICAC), o confronto activo (IRP), o con- dados. Assim, como se pode constatar, o
trolo interno (IRP) e a pontuac;:ao total do grupo 1 tem mais do dobro de relac;:5es entre IRP:
IRP. auto-relato e o teste de Rorschach, que as que Pedido de ajuda ns ns I ns I s=.413*t

No grupo 1, existe urna relac;:ao entre a aparecem na amostra total, e ogrupo 2 tem Confronto activo ns ns I s=.246* 1 ns
carencia de contacto CT>=l) e a dependencia menos de 1/5 do número de relac;:oes que sur- Abandono passivo ns I t=2.099' 1 ns
da aprovac;:ao (DAS). Também a passividade gem no grupo 1. Controlo interno ns I ns I t=2.299* 1 ns
surge em relac;:ao com o pedido de ajuda Por outro ladci, é notório que, no grupo 1,
Nao interferencia t=2.!53* 1 ns I ns I ns
(IRP) e negativamente relacionada com a o maior número de rela96es aparece no domí-
Confronto como probleama ns1ns1ns1ns
auto-eficácia (ICAC). Por outro lado, a nio cognitivo e o menor se verifica no domí-
dependencia relaciona-se negativamente com nio afectivo, nao existindo nenhuma rela9ao IRPTOTAL ns I ns I s=.257*t I ns

a atitude activa de nao interferencia (IRP). ao nível da percep91io de si. QPR:


Finalmente, no grupo 2, a passividade É de referir também que o impacto das Intimidade ns ns
surge relacionada com o abandono passivo rela96es que sao contrárias ao que seria de Passividade e dependencia ns ns
(IRP) e negativamente com o controlo inter- esperar nao diferencia claramente os grupos,
no (IRP). dado que o seu valor é muito semelhante
TOTAL DE RELA~oES I o o o o 5 2 2
Surgem, ainda, duas relac;:5es invertidas, (urna na amostra total e duas em cada um dos
relativamente ao que seria de esperar, urna na RELA~6ES INVERTIDAS I o o o o o o o
sub-grupos).
amostra global e outra no grupo 1, aparecen-
do ambas no relacionamento negativo entre 6. DISCUSSÁO DOS RESULTADOS
dependencia (Rorschach) e abandono passivo Amostra total (N=8O) / Grupo 1 - amostra com elevado auto-conhecimento (N=4O) / Grupo - amostra com reduzido
Este estudo foi conceptualizado a partir de auto-conhecimento (N=4O).
(IRP). tres quest5es: (1) Existe alguma congruencia S - correla9ao de Spearman / P -· correla9ao de Pearson / T - testes t / F - Anova
É de referir que sendo este o único domí- p < 0.005* / p < 0.01 ** / ns - nao significativo
entre urna amostra de comportamento (teste As rela9éies invertidas, relativamente ao que seria de esperar, estao assinaladas através do sublinhado / nas células a
nio em que, na amostra total, encontramos de Rorschach) e medidas análogas de auto- cheionao seria de esperar qualquer rela9áo, como tal nao se proceden a qualquer análise.
Sempre que depois de um valor .aparecer urna outra letra (S, R, T ou A) significa que aque!a rela9áo foi tambén con-
um maior número de relac;:5es do que no relato?; (2) Existem variáveis que potenciali- firmada por outra análise.
grupo 1, todas estas surgem em torno de urna zam essa congruencia?; (3) Existem domí-
i única variável do Rorschach (passividade), nios (e.g., afectivos, cognitivos) em que a
mantendo, por outro lado, o grupo 2 um congruencia entre amostra de comportarnen-

RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999


RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999
i,i
96
97

Quadro 3.-Relac;óes Auto-Relato - Rorschach. Aspectos cognitivos ( continuación) relacionadas com a distorr;:ao cognitiva" Comparámos (quadro 4) estas vanave1s
(QPR) e no grupo 2 o trai;:o "branca de neve" com a pontuai;:ao total do ICAC, com tres fac-
Amostra total (N=80) / Grupo 1 - amostra com elevado auto-conhecimento (N=40) / Grupo - amostra com reduzido aparece negativamente correlacionado com o tores do QPR (introspecr;:ao dolorosa, narci-
auto-conhecimento (N=40).
S - correla~ao de Spearrnan / P - correla,ao de Pearson / T - testes t / F - ;nova factor de "branca de neve" do QPR. sismo e auto-centrai;:ao) e com a auto-respon-
p < 0.005* / p < 0.01 ** / ns - nao significativo sabilizai;:áo (IRP), nao surgindo qualquer
As rela,oes invertidas, relativamente ao que seria de esperar, estao assinaladas através do sublinhado / nas células a 5.3. Percepc;iío de si
cbeionao seria de esperar qualquer relayao, como tal nao se procedeu a qualquer análise. relai;:áo em nenhum dos grupos.
Sempre que depois de um valor aparecer urna outra letra (S, R, T ou A) significa que aquela rela,ao foi tambén con- Do domínio da percepi;:iio de si seleccio- Apesar da ausencia de qualquer relai;:ao
firmada por outra análise.
námos quatro variáveis do Rorschach: atitude nestas variáveis, relembramos que os dois
introspectiva (El¿), auto-centrai;:iio (índice de grupos se distinguem significativamente no
de auto-relato: reactividade emocional (Afr.), egocentricidade), narcisismo (r) e intros- factor 10 do QPR (auto-centrar;:áo), tendo o
global do DAS e as desordens ideativas
modulai;:iio das emoi;:óes (FC:CF+C e C puro) pecr;:áo dolorosa 0/J. grupo 1 obtido valores superiores ao grupo 2.
~SUM6 e M:.l com a distori;:áo cognitiva
e estratégias emocionais de coping (E}1 - (QPR).
extratensi vidade). No grupo i surgem 10 relai;:6es significa-
Neste domínio, no grupo 1, só se obtive- Quadro 4.-Relac;oes Auto-Relato - Rorschach. Auto-Percepc;iío
tivas diferentes entre as medidas de auto-rela-
ram duas relai;:óes significativas esperadas e to e as variáveis cognitivas do Rorschach: Questionários atitude introspectiva auto-centra9iio narcisismo
curiosamente no mesmo factor, relativamente instrospecc;:áo Nº DE RELA<;:ÓES
o trai;:o "branca de neve" surge relacio-

I,' ¡.
a duas variáveis do Rorschach (quadro 2).
Trata se das estratégias de ~ no
0
nado com o pedido de ajuda (IRP),
1 1 1

total 1 2 total 1 2
I
Amostra Grupo Grupo Amostra Grupo Grupo Amostra
total
I' 1 Rorschach e da modulai;:iio emocional que com a passividade e dependencia , ✓,-

I
""

(QPR) e, negativamente, com o con- ICACTOTAL "


, ns ns ns ns ns ns ns
aparecem relacionados com o factor do
fronto activo (IRP) e com a auto-efi- QPR:
Q.P.R. de estratégias de coping. A raziio por
que incluimos aqui, neste domínio as estraté- cácia (ICAC); lntrospeci;:ao dolorosa ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
'
/
gias de coping é que nos referimos ao uso das - a distorr;:iio perceptiva aparece em Narcisismo ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
emoi;:6es para resolver problemas e fazer relai;:áo com a omnipotencia (DAS), os ns ns ns ns ns ns ns ns .ns
Auto-responsabilizac;:ao ns
frente a situai;:óes de stress (i.e., extratensivi- imperativos absolutistas (DAS) e com
dade). Niio foram encontradas quaisquer a pontuar;:ao total do DAS;
as desordens ideativas relacionam-se IRP:
outras relai,6es significativas esperadas, nem --
com a pontuai;:ao total do DAS, com a Auto-responsabiliza9ao
no grupo 2, nem na amostra global.
dependencia da aprovar;:áo (DAS) e
5.2. Aspectos cognitivos negativamente com o enfrentamento TOTAL DE RELA<;ÓES o o o o o o o o o o
adaptativo (DAS) o o o o o o o o o o
Deste domínio utilizámos tres variáveis RELA<;óES INVERTIDAS
1 do Rorschach: distori;:iio perceptivo-mediati- Finalmente, no grupo 2 só existe urna
/:
i
'i
va (X-%), desordens ideativas (Wsum6 e M) relai;:ao esperada, que surge quando ·se com- Amostra total (N=80) / Grupo 1 - amostra com elevado auto-conbecimento (N=40) / Grupo - amostra com reduzido
auto-conhecimento (N=40).
e excesso de fantasías passivas ~ . o para o trai;:o "branca de neve" com o abando- S - correla9ao de Spearrnan / P - correla9ao de Pearson / T - testes t / F - Anova
que Exner (1986) designa por "trai;:o Branca no passivo (IRP). p < 0.005* / p <O.O!•• / ns - nao significativo
de Neve". As rela~óes invertidas, relativamente ao que seria de esperar, esta.o assinaladas através do sublinbado / nas células a
í'
Surgem ainda duas relai;:6es invertidas, cheionao seria de esperar qualquer rela,ao, como tal nao se procedeu a qualquer análise.
Na amostra total (quadro 3) surgem relativamente ao que seria de esperar, urna Sempre que depois de um valor aparecer urna outra letra (S, R, T ou A) significa que aquela rela9ao foi tambén con-
firmada por outra análise.
1;1 relar;:óes significativas em duas variáveis: a em cada um dos grupos. Assim, no grupo 1 as
distori;:iio perceptiva (X-%) com a pontuai;:iio desordens ideativas aparecem negativamente
,¡,: !
t . '
1

1 1'
RIDEP • Vol. 8 • N° 2 • Año 1999
RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999
,:¡ ¡i
95
94

Calculadas de novo as rela9óes entre o to tendo em considera9ao os domínios signi- Quadro 3.-Relai,;oes Auto-Relato - Rorschach. Aspectos cognitivos
Rorschach e as medidas de auto-relato, os ficativos do Rorschach: afecto, "triade" cog- Desordens Ideativas
"branca de neve" dist. perceptiva M-
resultados revelam que, no grupo 1, existem nitiva (i.e., processamento, media9ao e ide- questionários
Wsum6 Nº DE RELA<;:ÓES
rela9óes significativas e mesmo altamente
significativas entre os dois tipos de instru-
a9ao), percep9óes interpessoais e percep9ao Amostra¡ Grupo
total 1
IGrupo \Amostra\ Grupo
2 total 1
I Grupo ¡Amostra¡ Grupo
2 total 1
Grupo ¡Amostra
2 total
de si.
mentos. No grupo 2 nao se verificam estas
rela9óes significativas ou, se ocorrem, sao de ICAC:
5.1. Aspectos afectivos
difícil interpreta9ao. - Auto-eficacia ns I s=.305*

Analisemos pois as rela9óes encontradas Utilizámos tres variáveis' do Rorschach DAS:


entre o Rorschach e as medidas de auto-rela- para analisar as suas rela9óes com as medidas p=.336*11 ns ns ns ns ns
Omnipotencia
ns I1=2.572* 1 ns ns1ns1ns1.ns
Imperativos absolutistas
ns1ns1ns ns1ns1ns1ns
Quadro 2.-Relai,;oes Auto-Relato - Rorschach. Aspectos afectivos Dependencia da aprova9ao
ns I ns ns1ns1ns1ns
Estrat. de Coping React. Emocional Cogni9óes adaptativas
Modula~iío Emoc. Nº de Rela~iíes ns I ns ns1ns1ns1ns
Questionários (Extratensividade) Perfeccionismo
FC: CF+ C Cpuro ns I ns I ns ns I 1=2.968*' 1 ns I ns
Enfrentamiento adaptativo
ns I ns ns ns ns ns
Amostra Amostra Amostra Autonomía pessoal
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 1 Grupo2 ns ns ns
total total total 1'4.142"p I ns ns
DAS TOTAL
I.R.P.
IRP:
Controlo das emo9óes ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns I s=.341*
Pedido de Ajuda
Agressividade intem. ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns 11=2.347*
Confronto activo
Abandono Passivo ns I ns
I.R.P.
Controlo interno
Estratégias de coping ns f=3.908* ns ns ns ns ns f=3.908* ns
Contolo das emo9óes
Reactividade emocional ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Nao interferencia
Modula9ao emocional ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Agressividade intem.
Auto-responsabiliza9ao
TOTAL DE RELA~ÓES o 1 o o o o o 1 o Confronto com o problema
RELA~ÓES INVERTIDAS o o o o o o o o o IRPTOTAL
Amostra total (N=80) / Grupo 1 - amostra com elevado auto-conhecimento (N=40) / Grupo - amostra com reduzido QPR:
autoconhecimento (N=40).
S - correla¡:iio de Spearrnan / P - correla¡:iio de Pearson / T - testes t / F - Anova Distor9ao Cognitiva
11 p < 0.005* / p < 0.01 ** / ns - nao significativo Tra90 "Branca de Neve"
! ! As rela¡:éíes invertidas, relativamente ao que seria de esperar, estao assinaladas através do sublinhado / nas células a
i 'i cheioniio seria de esperar qualquer rela¡:iio, como tal niio se proceden a qualquer análise. Passividade e Dependencia ns ls=.321* 1 ns
Sempre que depois de um valor aparecer urna outra letra (S, R, T ou A) significa que aquela rela¡:iio foi tambén con-
1 .
firmada por outra análise.
o 4 3 o o o
· 1¡. TOTAL DE RELA<;::ÓES
5 A escolha das variáveis do Rorschach foi efectuada em fum;:ii.o ·dos factores que dispomos nos instru- o o o o o o o o
1. 1:
l . mentos de auto-relato.
RELA<;::ÓES INVERTIDAS

RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999


RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999

11
Trr¡r:'1: ¡¡:
11'
~i
i ii,1 il
, i•1.,,,..1·
11
j' ii'[:::
,,::, 93 I¡
' ·i:l'¡i! 92
''I'
1
'· ,,,[1
i':I 1

'1
·,, 111•
,,,,I, o de nao procurar ligac;:6es demasiado linea- ciencia da funcionalidade ou disfuncionalida- Grupo 2 - Percepc;:ao de si próprio nao con- gem• existiam só cinco indivíduos que, tendo
,! :¡
1

' ,l:1! il
1

res. Desta forma, por exemplo, a intros- de cognitiva do próprio. sistente [ (N=40) - H<(H)+(Hd)+Hd]. a primeira variável positiva, nao possuíam a
.,,·¡
I¡.,¡,,
peC(:ií.o dolorosa nao foi só relacionada com a Relativamente ao DAS, parecyu-nos ainda Esta divisao é suportada pelos estudos de segunda. Isto é, parece ser muito pouco fre-
,·.111¡,

,·11
variável de introspecc;:ao dolorosa no que a dependencia da aprovara.o e autono- Exner (1991) que verificam ter o grupo 1 quente a coexistencia de urna auto-imagem
.¡:1i1I
Rorschach (respostas Y), mas tarnbém com mía pessoal tinham características marcada- urna auto-imagem menos baseada na fantasía diferenciada com ausencia de comportamen-
•1¡'
:l ' i1:i:
l'l¡il outras dimens6es da percepc;:ao de si (e.g., mente interpessoais, o que nos perrnitiu rela- e envolver-se em comportamentos introspec- tos introspectivos, sendo o inverso muito fre-
:¡1; quente, i.e., presenc;:a de urna auto-imagern
,,¡,:11 auto-centrac;:ao, narcisismo). cioná-las com as respostas de textura no tivos. O grupo 2 terá urna auto-imagem
pouco elaborada a coexistir com comporta-
'J1!lu,I Do ICAC utilizámos, para além da pon- Rorschach (respostas I). menos funcional, independentemente de ter
:
1
tuac;:ao total, o factor relativo a Todos os factores do IRP, a excepc;:ao de ou nao comportamentos introspectivos mentos medianamente introspectivos ou
,¡¡!II;¡
tres, foram considerados um misto de variá- mesmo superiores a média. Assim optámos
!,11,,111 aceitarií.olrejeira.o social e a auto-eficácia. médios. O grupo 1 pode assim ser caracteri-
1
veis cognitivas (que relacionamos com o zado como possuindo um auto-conhecimento pela exclusao dos cinco indivíduos atrás refe-
Os dois factores restantes nao foram usados
trac;:o "branca de neve") e interpessoais (que superior ao segundo, o que se traduzirá tam- ridos dado desconhecermos qual o significa-
,l!II.1:,¡1'1
i·:.·:1,,:11
dada a dificuldade em encontrar variáveis
relacionamos com dependencia e passividade do psicológico da combinac;:ao das variáveis
il]!I
:lid similares no Rorschach. Do nosso ponto de bém, segundo Exner (1986), na menor fre-
¡:,, '!,I no Rorschach). As tres excepc;:6es referidas quencia de distorc;:6es das percepc;:6es inter- por estes apresentadas.
vista a aceitara.o/rejeirií.o social é urna variá-
J1¡1¡¡11'
1
sao as estratégias de controlo das emoróes, a pessoais. Há um importante e consistente dado
•,:,:1¡ vel claramente interpessoal (respostas '.D,
'•.:,!1¡:11, agressividade interna/izada, e a auto-res- A prirneira variável considerada, empírico que reforc;:a a ideia de que o critério
1 enguanto a auto-eficácia tem urna compo-
•'I'.
'1' ponsabilizara.o. Os dois primeiros factores H:(H)+Hd+(Hd), é, para Blatt e Lerner de separac;:ao dos grupos é o nível de auto-
:li¡1:: 1
nente interpessoal (passividade e dependen-
1
·1¡¡,11,!11 foram relacionados com as variáveis emocio- (1983), de extrema importancia, sendo um conhecimento. Este dado resulta da procura ¡

1¡;1 cia no Rorschach) e outra cognitiva (trac;:o IÍ


1
nais que consideramos no Rorschach (reacti- dos critérios (diferenciac;:ao) utilizados na sua de características que distinguissem os dois
·¡ii l¡ li¡
1

l,,1 "branca de neve"). grupos, tendo-se constatado que o grupo 1


l l '1 [ji vidade emocional, estratégias de coping emo- escala da representac;:ao de objecto. Segundo i
Os factores do DAS foram considerados
claramente cognitivos e portanto relaciona-
cionais - extratensividade -, e modulac;:ao Blatt e Lerner (1983) as respostas humanas possuía urna auto-centrac;:ao superior no p
1 ·.:¡i1r¡·¡I!
emocional), enguanto para a terceira foi veri- no Rorschach dao-nos importantes infor- Rorschach (o índice de egocentricidade é
,.,,,,,
1¡1,11 dos com as variáveis do Rorschach que per- ·m;
ficada a relac;:ao com a introspecc;:ao dolorosa, rnac;:6es acerca da qualidade das represen- superior no grupo 1 - t=2.284, gl=78, p<0.05)
, ·J11¡,
·1,11·, rnitem avaliar a distorc;:ao perceptivo-media- a qual parece ter urna componente de auto- · tac;:6es de objecto, das auto-representac;:6es e e nas medidas de auto-relato (factor de auto- l/Ji:'ij;
j,¡

:li¡¡1! ! 1
tiva (e.g., X-%) e as desordens de pensamen- responsabilizac;:ao e culpabilidade. da natureza das relac;:6es interpessoais. Para centrac;:ao do QPR é superior no grupo 1 - 1
to (e.g., Wsum6, M). t=2.573, gl=78, p<0.05). Estas foram as úni- 111
estes investigadores, nao há qualquer dúvida 1it
¡¡!¡,l!¡li O DAS, apesar de ser claramente urna 5. RESULTADOS cas diferenc;:as encontradas quando se compa- /,!I
de que as respostas humanas totais, H., impli- ,;¡¡
,'i111,¡1
medida de auto-relato, avalia a existencia ou A comparac;:ao global entre as medidas de cam um nível de diferenciac;:ao das represen- ram os dois grupos. lh
!";·¡.
1•1i1¡,,
•:1ii, 1111
nao de atitudes disfuncionais e nao directa- auto-relato e o Rorschach revelou a existen- tac;:6es de objecto que é, de um ponto de vista Os dois grupos nao possuem diferenc;:as ll:
li: 1,1: ,¡
l,1i,. mente a consciencia que as pessoas tem cia de um número reduzido de relac;:6es signi- desenvolvimental, superior ao das respostas significativas ao nível das variáveis demográ-
1¡1,,::
:l!'i1, daquela disfuncionalidade. Parece-nos contu- ficativas entre ambos. As correlac;:6es sao, na parciais humanas, Hd, e respostas para- ficas, o que reforc;:a ainda a ideia de que as
¡,, .(
1!\
do que, numa amostra desta natureza (eleva- generalidade, reduzidas e os testes de signi- humanas, .(fil e (Hd). diferenc;:as eventualmente encontradas se
1,,1,
1!!1 do grau de habilitac;:6es), a formulac;:ao adop- ficancia nao perrnitem identificar grupos de Curiosamente também, a primeira variá- devem a processos psicológicos (idade -
',,
tada pelo questionário será necessariamente variáveis com valores de auto-relato signifi- vel (respostas humanas) parece de facto ser t=l.719, gl=78, p>0.05; habilitac;:6es -
¡
percebida pelos sujeitos como indicadora de cativamente diferentes. rnais importante que a segunda (intros- t=l.063, gl=78, p>0.05; graffar - t=-0.486, :í':1
i(
'' ¡i: gl=78, p>0.05; sexo - chi 2=1.00. p>0.05). ¡¡~:
funcionalidade (e.g., "é possível ser repreen- Face a estes resultados resolvemos dividir pecc;:ao), dado que, na nossa amostra de ori- ~ '

¡
dido sem ficar aborrecido") ou disfuncionali- i~!I11
a amostra global em dois grupos, tendo em
11
dade (e.g., "é difícil ser-se feliz se nao se for considerac;:ao os seguintes critérios: (1)
! 'I
bonito, inteligente, rico e criativo"), e assim, Grupo 1 - Percepc;:ao de si próprio consisten- 4 Amostra total contém cerca de 160 sujeitos donde foram retirados os únicos 40 que satisfaziam o pri-
as respostas ao DAS traduzirao alguma cons- te [ (N=40) - H>= (H)+(Hd)+Hd e FD>0]; e meiro critério e depois selecionámos de forma aleatória outros 40, dos restantes 120.

l: l~1
~:
RIDEP • Vol. 8 • N° 2 • Año 1999
1!1 RIDEP • Vol. 8 • N° 2 • Año 1999
! 1,
90 91

gosta de mim.") - explica 8.265% da varian- O QPR tem urna estabilidade temporal 4. PROCEDIMENTOS va transformar;:ao em classes. Nas outras
cia total; considerável, sendo as correlar;:óes ao fim de variáveis consideradas ili1=,, FD, Lvl II, I, Y,
Depois de obtido o consentimento para a Wsum6, r) utilizaram-se testes t ou análise
Imperativos absolutistas (e.g., Se eu nao 4 a 5 meses altamente significativas para
sua participar;:ao no estudo, todos os sujeitos de variancia, tendo em considerar;:ao os valo-
actuar sempre correctamente os outros nao todos os factores (média=0.644). Revela tam-
foram submetidos ao seguinte procedimento: res que deterrninam os seus significados psi-
me respeitarao.") - 7.922% da variancia; bém urna validade convergente aceitável com
(1) administrar;:ao individual do Rorschach; cológicos (Exner, 1991). As variáveis Afr.,
Dependencia/independencia da apro- outras ·medidas de auto-relato (ibidem). Os
(2) administrar;:ao individual dos questioná- X-%, e índice de egocentricidade revelaram
variio pelos outros (e.g., "É muito importan- 10 factores explicam 53.8 % da variancia
total, distribuida da seguinte forma: rios de auto-relato. urna distribui9ao próxima da normal, o que
te aquilo que os outros pensam de nós. ") -
Factor 1 (7.069 da variancia total) - possibilitou também o uso de correla9óes de
7.373 % da variancia; 4.1. Codificadores
Cogniroes adaptativas (e.g., "É possível lntrospecriio Dolorosa (e.g., "Quando penso Pearson.
sobre mim próprio dou conta de mais aspec- Psicólogos e.finalistas de Psicologia com Um problema que surgiu no tratamento
ser repreendido sem ficar aborrecido.") -
tos negativos do que positivos."); treino no sistema integrativo de Exner codifi- dos dados, relativamente a comparar;:ao entre
4.252 % da variancia;
Factor 2 (6.419 da variancia total) - caram os protocolos Rorschach. A média de o Rorschach e os factores dos questionários,
Realizariio pelo trabalho e perfeccionis-
Distorriio Cognitiva (e.g., "Interpreto bem o acordo ínter-codificadores para todos os pro- foi decidir que variáveis do primeiro relacio-
mo (e.g., "Se eu falhar no meu trabalho sou
significado dos acontecimentos."); tocolos foi de 88%. O cálculo do acordo nar com os segundos. Se bem que no QPR a
um falhado como pessoa.") - 6.535 % da
Factor 3 (5.965 da variancia total) - ínter-codificadores foi realizado de forma rela9ao entre aquelas variáveis seja simples
variancia;
Estratégias de Coping (e.g., "Pace a um pro- percentual, tendo-se ern considerar;:ao os ele- de estabelecer, dado que o QPR tem como
Enfrentamento adaptativo (e.g., "É pro- mentos presentes na codificar;:ao de metade referencia o próprio Rorschach, já nos outros
blema, o que determina as minhas acr;:óes é o
veitoso cometer erros porque posso aprender das respostas presentes em cada protocolo, questionários a identificar;:ao de urna rede de
que eu sinto.");
com eles.") - 4.048 % da variancia; e que foram seleccionadas aleatoriamente rela95es plausíveis foi mais difícil. Assim,
Factor 4 (5.921 da variancia total) - Traro
Autonomia pessoal (e.g., "O que eu penso (Exner, 1991). parece-nos importante explicitar como foram
"Branca de Neve" (e.g., "Os sonhos sao o
acerca de mim próprio é mais importante do categorizados os factores dos questionários,
meu me!hor refúgio.");
que as opinióes dos outros.") - 4.339 % da 4.2. Análise dos dados em funr;:ao dos domínios do Rorschach que
Factor 5 (5.906 da variancia total) -
variancia total. Para comparar as diferentes medidas de nos interessavam (aspectos cognitivos, afec-
Reactividade Emocional (e.g., "Evito
situar;:óes em que me possa emocionar."); auto-r9lato como Rorschach foram utilizadas tivos, percepc;ao de si e percepc;óes interpes-
3.2.4. Q.P.R. - Questionário
de personalidade-Rorschach Factor 6 (5.711 da variancia total) - correlar;:oes produto-rnomento de Pearson, soais).
Jntimidade (e.g., "O contacto físico com os correlar;:oes de Spearman, testes t e análise de O critério utilizado foi mais prático do que
O QPR (M. Gonr;:alves & Machado, 1995) outros incomoda-me."); variancia (ANOVA univariada). teórico, dado que o que nos interessa sao as
é um questionário elaborado a partir das Factor 7 (5.099 da variancia total) - Nas proporr;:óes do Rorschach (EB, variáveis do Rorschach que sao susceptíveis
variáveis do sumário estrutural de Exner. As Narcisismo (e.g., "Admiro-me muito."); FC:CF+C, Ma:Mp e ~ foi possível utilizar de ter urna tradur;:ao directa nas medidas de
questóes estao organizadas numa escala de Factor 8 (4.011 da variancia total) - correlar;:óes depois de ponderar as variáveis 3 , auto-relato e assim revelarem um conheci-
Likett de 5 pontos, desde "discordo total- Capacidade de Modulara.o Emocional (e.g., tendo-se realizado correlar;:óes de Pearson mento acessível aos sujeitos.
mente", até "concordo totalmente". para as variáveis pararnétricas ilifil e corre- Assim, os factores do QPR forarn relacio-
"Acho que sou urna pessoa muito controlada
Para construir o questionário elaborou-se emocionalmente."); lar;:óes de Spearrnan para as nao paramétricas nados corn variáveis sernelhantes no
urna versao preliminar com 140 itens, que Factor 9 (3.969 da variancia total) - (FC:CF+C, Ma:Mp. ~), depois da respecti- Rorschach e o único cuidado que se teve foi
¡n foram administrados sob a forma de reflexao Passividade e Dependencia (e.g., "Gosto de
falada, e depois enviados a psicólogos com ser eu á decidir a minha vida.") e
prática no Rorschach, para averiguar a sua Factor 10 (3.705 da variancia total) -
3 Como as proporc;:5es envolvem sernpre dois valores optámos por subtrair o segundo ao prirneiro,
"face validity". O estudo factorial perrnitiu Auto-Centrariio (e.g., "Penso frequentemen- sornando-se depois urna constante para nao termos que trabalhar com valores negativos e dispormos assirn
identificar 10 factores. te sobre a minha maneira de ser."). de urna única variável.

RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999 RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999


j~

89
88

de nos fornecer informa95es sobre a estrutu- auto-eficácia (e.g., "Tenho por hábito l. Pedido de Ajuda (e.g., "Vou-me acon- sem querer fazer mais nada.") -
ra9ao da personalidade (Exner, 1978, 1986, desistir das minhas tarefas quando encontro selhar com pessoas amigas para saber 3.604% da variiincia total.
1991). dificuldades.") - contribuí para 9.01 % da o que devo fazer.") - contribuí para O questionário tem urna correlac;áo teste-
Os dados representativos do sumário variiincia total; 7.230% da variancia total; reteste (1 mes) elevada (0.808) e a sua con-
estrutural permitem avaliar um conjunto maturidade psicológica (e.g., "Costumo 2. Confronto e ResolufO.O Activa dos sistencia interna é de 0.860.
heterógeneo de variáveis: coping e controlo, ser franco a exprimir as minhas opini5es.") - Problemas (e.g., "Ter sempre coragem Os estudos realizados demonstraram que
aspectos afectivos, cognitivos, dados relati- contribui para 6.97% da variancia total; de resolver os problemas da minha há urna correlac;ao elevada entre as notas glo-
vos as auto-percep95es e as percep95es inter- impulsividade-actividade (e.g., "Quando vida, mesmo que por vezes me inco- bais do I.C.A.C. e do I.R.P. e que é possível
pessoais. tenho urna ideia que me parece válida gosto modem bastante) - 9.399% da variiin- predizer a qualidade das estratégias de coping
de a por em prática.") - explica 6.2% da cia total; a partir do auto-conceito (Vaz Serra, Firmino
A utiliza9ao, neste estudo, do sistema inte-
variiincia total. 3. Abandono Passivo (e.g., "O melhor é & Ramalheira, 1988).
grativo de Exner (ibídem) deve-se ao extenso
O inventário tem urna acentuada estabili- nao fazer nada, até ver onde isto vai
trabalho de valida9ao empírica que tem sido
dade teste-reteste (0,791) e boa consistencia parar") - 4.854% da variancia total; 3.2.3. D.A.S. - Escala de atitudes
desenvolvido por Exner e col. (cf., Silva,
interna (0.838; p<0.01). disfuncionais
1983, 1986). 4. Controlo Interno I Externo dos
3.2.2. l.R.P. - lnventário de resolufO.O de Problemas (e.g., "Estou perdido; este O DAS é um inventário, construído por
3.2. Instrumentos de auto-relato problemas acontecimento deu cabo da minha Weissman (1978, cf. Gouveia, 1990), para
3.2.1. l.C.A.C. - lnventário clínico de auto- vida") - 6.728% da variancia total; avaliar atitudes disfuncionais, que nos mode-
Este inventário, elaborado por Vaz Serra
conceito 5. Estratégias de Controlo das Emofóes los cognitivos sao fundamentais na expli-
(1988), avalia as estratégias de coping. tendo
(e.g., "Raramente consigo passar sem ca9ao da psicopatologia (Beck, Rush, Show
O lnventário Clínico de Auto-Conceito é como racional teórico de base o modelo de
tomar medicamentos que me acal- & Emery, 1979). Inicialmente o DAS tinha
urna escala construída por Vaz Serra (1986), Monat e Lazarus (1985, cit. Vaz Serra, ibí-
mem") - 4.621 % da variiincia total; 100 quest5es, mas urna revisa.o posterior per-
que avalia as dimens5es emocionais e sociais dem).
6. Atitude Activa de No.o Interferencia da mitiu identificar duas escalas - A e B
do auto-conceito. Entende-se por estratégias de coping a
Vida Quotidiana pelas Ocorrencias (Gouveia, 1990). Utilizamos neste estudo a
As 20 quest5es da escala est~o organiza- forma como as pessoas tentam reduzir o
(e.g., "Nao vou permitir que este acon- escala A, sendo constituída por 40 quest5es
das numa escala de Likert de cinco pontos impacto das situac;5es gerador¡i.s de stress.
tecimento interfira no que tenho de que esta.o organizadas numa escala de Likert
Há basicamente tres tipos de situa95es que
(desde "nao concordo", até "concordo total- fazer no meu dia-a-dia." - 5.390% da de sete pontos. A versa.o portuguesa tem urna
mobilizam as aptid5es de coping das pessoas:
mente") e a constru9ao do questionário está variiincia total; estabilidade teste-reteste de 0.67 e consisten-
dano, ameac;a e desafio (cf., Branco Vasco,
feita de forma a que quanto mais elevada a 7. Agressividade Intemalizada I Exter- cia interna de 0.840 (ibídem). Foi ainda rea-
1985).
pontua9ao global melhor é o auto-conceito. nalizada (e.g., "Chego a bater em mim lizada a valida9ao concorrente com outras
O I.R.P. contém tres acontecimentos hipo-
Do estudo factorial, com rota9ao varimax, próprio.") - 4.299% da variiincia total; medidas cognitivas e urna análise factorial
téticos que pretendem avaliar como reagem
resultaram seis factores responsáveis por 8. Auto-Responsabiliza(:O.O. e Medo das que permitiu identificar sete factores explica-
os sujeitos as situac;oes acima referidas.
53.42 % da variiincia total. Quatro destes fac- Consequencias (e.g., "Se nao me tivos de 42.7% da variiincia total (ibídem). O
A escala tem na totalidade 40 quest5es e
tores sao bem definidos, enguanto os dois tivesse comportado daquela maneira questionário está construído de forril.a a que
está construída de forma a que quanto mais
últimos sao mistos (ibídem), pelo que só isto nunca teria ocorrido; tive toda a quanto mais elevada a pontua9áo global
elevada é a nota global, maior é a capacidade
¡¡.
,· foram considerados os primeiros. de coping. As quest5es esta.o organizadas culpa no que aconteceu.") - 5.599% da maior é o impacto das atitudes disfuncionais.
1
Estes 4 factores sao: numa escala de Likert, desde "nao concordo" variiincia total; Os sete factores referidos sao (ibídem):
aceitafo.o/rejeifO.O social (e.g., "Sei que 9. Confronto com o Problema e Omnipotencia, aprovafO.O pelos outros e
até "concordo muitíssimo".
sou urna pessoa simpática.") - contribuí para O estudo factorial com rotac;ao varimax PlanificafO.O da Estratégia (e.g., pe,feccionismo (e.g., "Quando alguém dis-
20.12% da variiincia total; evidenciou 9 factores (Vaz Serra, 1988): "Passo longas horas a ver televisa.o, corda de mim, é porque provavelmente nao

RIDEP • Vol. 8 • N° 2 • Año 1999


RIDEP • Vol. 8 • N° 2 • Año 1999
'
i

~
1
86 87

fj dores propuseram soluc;:óes menos radicais, ciencia um dos construtos mais estuda:dos (cf. Rorschach - com medidas de auto-relato de nistradores dos testes. As idades dos sujeitos
!11 admitindo que o acesso introspectivo é limi- Buss, 1980). A ava:liac;:ao da auto- consciencia variáveis análogas. Procuraremos compreen- variam entre 18 e 53 anos (média=22.73; des-
¡¡/¡: tado (e.g., Ericson & Simon, 1980, Smith & permite-nos diferenciar indivíduos que esta.o der se existem variáveis moderadoras poten- vio padrao=7. 77). Existem na amostra 17 ele-
Miller, 1978) - se nao o fosse, para' que mais atentos ao seu próprio comportamento cia:lizadoras da relac;:ao entre aquelas medidas mentos do sexo masculino e 63 do sexo femi-
;ili
i.11
investigar em psicología?, perguntavam (privado ou público) e que assim podem pos- e se existem dornínios (e.g., aspectos cogniti- nino. Os níveis sócio-econórnicos variam
¡:.~¡ Kraút e Lewis (1982) - mas nao de todo suir um conhecimento de si mais diferencia- vos, afectivos) em que essa relac;:ao é mais entre o va:lor 1 (classe a:lta-a:lta) e o 5 (classe
1il1 impossível. Foi a:liás Bowers (1984) que do ou mais elaborado. Estes aspectos funcio- elevada.
1¡ baixa-baixa) da Graffar, que considera 5 ele-
mostrou claramente que o que parecía ser nais tem sido descritos na literatura com a
lí' mentos na codificac;:ao deste nível: profissao
urna limitac;:ao (dificuldade de acesso intros- designac;:ao de variáveis moderadoras (e.g., 2.AMOSTRA
(considerámos a dos pais no caso dos sujeitos
'l11,:il pectivo), era afina:1 urna enorme capacidade Cheek, 1982; Wymer & Penner, 1985).
Oitenta sujeitos participaram neste estudo, estudantes), nível de instruc;:ao, fontes de ren-
do nosso sistema cognitivo de estar atento a Curiosamente, é raro ver articuladas as duas
)[
[1:¡.,•
informac;:ao fora do campo da consciencia e
de ser influenciado por acontecimentos de
posic;:óes teóricas atrás referidas (debate sobre
o acesso introspectivo e estudo das variáveis
na sua maioria estudantes universitários do
primeiro ano do curso de Psicología das
dimento familiar, conforto no a:lojamento e
aspecto da zona de residencia. O nível médio
1lii Universidades do Minho e do Porto (76% da era de 1.99 (desvío padrao= 0.80), sendo,
w~ 1
que nao dispomos registos na nossa memória.
Assim, a dificuldade de acesso introspectivo
moderadoras), parecendo que elas se ignor!lm
mutuamente. Assim, um segundo problema amostra). Integraram também a amostra pro- portanto na genera:lidade elevado. As habili-
' 11 é afina:l a outra face do processamento analó- que se coloca neste estudo relaciona-se com a fessores do ensino básico e secundário e tac;:óes eram também elevadas, senda o míni-
,1·/1::,11
111,• gico e inconsciente da informac;:ao. Existem, existencia de variáveis moderadoras que outros elementos da populac;:ao em gera:l, que mo 10 anos de ensino e o máximo 19
pois, razóes resultantes da própria estrutu- potencializam a relac;:ao acima referida entre foram contactados pessoa:lmente pelos adrni- (média=l3.46, desvío padrao=l.37).
1:11
11;'1 rac;:ao do sistema cognitivo - designamo-las auto-relato e urna amostra de comportamento
¡ '1·i·' por aspectos estruturais (M. Gonc;:a:lves & O. (Rorschach). Que variáveis sao susceptíveis
: ¡'11 Gonc;:a:lves, 1994b) - limitativas do auto- de aumentar a congruencia entre auto-relato e Quadro 1.-Dados demográficos
11 conhecimento. Como afirmam Jacoby,
Lindsay e Toth (1992) "as dissociac;:éíes entre
Rorschach? Que características psicológicas
estao associadas a estas variáveis? Qua:1 o
N ldade Sexo Habil. (anos) N.S.E.
, I)['¡! testes directos e indirectos da memória ou da significado psicológico dessas variáveis?
1
percepc;:ao sao análogas as dissociac;:óes entre Admitindo que, ana:logamente ao que 80 X= 22.73 mase.= 17 X= 13,46 X= 1.99
: il: 111
as medidas de auto-relato e os testes projecti- aconteceu no estudo exploratório, encontra-
! '··!l111 vos da persona:lidade. Em ambos os casos, o remos relac;:óes significativas entre o
dp = 7.77 fem. = 63 dp = 1.37 dp = 0.80

r.¡1¡1. padrao de resultados é interpretado como tra- Rorschach e o auto-relato e que estas relac;:óes
i 1!!·1
¡',!, tando-se de influencias inacessíveis a cons- sao mediadas por variáveis moderadoras, um
:¡Ir ciencia e que tem efeitos sobre o pensamento terceiro problema que se coloca diz respeito 3. INSTRUMENTOS Auto-Conceito (ICAC); Esca:la de Atitudes
li,
.\'.

e o comportamento." (p. 802). aos domínios (e.g., cognitivos, emocionais)


1 !1], Disfuncionais (DAS) e Inventário de
Mas, para a:lém das razóes de ordem estru- em que existem relac;:óes mais significativas Os instrumentos utilizados neste estudo
1 ·'
foram o Rorschach, com o Sistema Resoluc;:ao de Problemas (IRP).
tura:l, que sao portanto comuns a todas as pes- entre o auto-relato e os indicadores compor-
soas, existem aspectos do funcionamento tamentais. Parece-nos que, se existirem dife- Integrativo 2 de Exner (1978, 1986, 1991)
3.1. Teste de Rorschach
particular de cada um que podem fixar limi- renc;:as marcadas entre estes dornínios, estas bem como os seguintes questionários de
j I¡
tes ao que conhecemos de nós próprios. poderao dar-nos informac;:óes importantes auto-relato: Questionário de Persona:lidade O Rorschach é conceptua:lizado como
Designámos estas razóes por funcionais (cf., acerca da organizac;:ao psicológica dos sujei- Rorschach (QPR); Inventário Clínico de urna amostra de comportamento, susceptível
1 !
M. Gonc;:a:lves & O. Gonc;:a:lves, 1995), dado tos.
1
que resultam de aspectos específicos da orga- Em síntese, neste estudo, comparamos
nizac;:ao psicológica, tendo sido a auto-cons- urna amostra de comportamento - teste de 2 A designac;:ao aquí utilizada é a traduc;:ao que Silva (1986) prop6s para "Comprehensive System".
1

i,1 RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999 RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999


84 85

significant correlations were found in the sample characterized by: (1) medium introspective de urna resposta, podem nao saber de que
1. OBJECTIVOS E
behavior; and (2) adjusted self-perception. The results show that the congruence between the ENQUADRAMENTO TEÓRICO forma o primeiro influenciou a segunda. Há,
Rorschach and the self-report measures occurs only within cognitive and interpersonal data. contudo, situa96es em que os sujeitos nem
There were not significant relationships between emotional and self-perception data. These Este estudo resultou do desenvolvimento
sequer tem no9iio de que foram influenciados
results and their implications are discussed in view of (1) the congruence between self-report de urna investiga9iio exploratória realizada
por um estímulo ou de qüe produzirarn urna
measures and Rorschach, (2) the need to use moderator variables, lik.e self-knowledge and (3) pelos autores (1994a) em que se encontraram
resposta.
the domains (e.g., cognitive variables, emotional variables) that are more accessible to report. rela96es significativas entre o teste de A conclusa.o que Nisbett e Wilson retiram,
Rorschach e medidas de auto-relato. a partir da revisa.o da literatura e das investi-
Key-words Globalmente nao tinham sido encontradas ga96es realizadas por eles próprios, exprime-
Rorschach test, self-report measures, self-knowledge. rela96es significativas entre estes dois tipos se em tres asser96es polernicas: (1) os sujei-
de instrumentos, mas após a divisa.o da amos- tos podem nao ter consciencia de um estímu-
tra ,em dois grupos com níveis distintos de lo importante que influencie urna resposta;
estrutura9ao da auto-imagem, várias corre- (2) os sujeitos podem nao ter consciencia da
la96es significativas surgiram no grupo cons- ocorrencia de urna resposta; (3) mesmo quan-
tituído por pessoas que possuíam um auto- do tem consciencia da ocorrencia de urn estí-
conhecimento mais diferenciado. mulo e de urna resposta podem nao relacionar
Estes dados foram analisados, tendo-se correctamente os dois elementos presentes.
concluído que o auto-conhecimento tem um A consequencia resultante, em termos do
importante efeito mediador na rela9iio entre valor da introspec9iio, é bem clara: "o acesso
medidas da personalidade (obtidas a partir do introspectivo, a existir, nao é suficiente para
1¡1:111I Rorschach) e o auto-relato das mesmas. produzir relatos adequados, acerca de estímu-
ii 'i l'''I l O objectivo deste estudo, é pois, esclare- los críticos, em resposta a questoes efectua-
1:11
!1 :! ;l,,J1,:
1

:;¡' cer a existencia/inexistencia de rela96es entre das poucos minutos ou segundos depois do
! Ji' urna amostra de comportamento - entendi- estímulo ter sido processado e a resposta
1 i I 1i do aquí em sentido lato, isto é, incluindo nao resultante produzida." (Nisbett & Wilson,
i 1 1 1
só variáveis comportamentais como também 1977, p.246).
emocionais, cognitivas e relacionais - , obti- Nesta perspectiva, se o acesso introspecti-
1 i: T:¡111'¡
da através do Rorschach, e medidas de auto- vo é insuficiente para produzir qualquer efei-
l;.1,; :r¡,/1:1,
relato. to em questéíes que remetem para processos
1 i ,: ¡11,1
Este problema da rela9ao entre urna amos- acabados de acorrer, será totalmente incapaz
' ·i:¡dl,1
·¡·
,,¡i¡í, tra de comportamento e medidas de auto- de produzir relatos adequados de processos
1 .1 1

1 . , l·",i! relato remete-nos para ajá clássica discussiio acorridos há um período de tempo longo ou
! ! 1![,,,1
'1 1,·,¡,•1
,,1111 em tomo do conhecimento dos nossos pro- em resposta a questoes relativas a padréíes de
:. ,:1¡1
11' 11 cessos e estados internos. comportamento (e.g., "sou urna pessoa muito
'1 '1
1 '' 1 Acerca desta temática surgiu um interes- controlada emocionalmente").
ill'' sante debate na literatura, iniciado em 1977 Os estudos de Nisbett e Wilson (1977)
l'I
!I¡
'
: i, por Nisbett e Wilson. Numa extensa revisa.o oferecem urna solu9iio teoricamente simples
,¡ da literatura, Nisbett e Wilson (1977) mostra- para o problema que nos ocupa, mas metodo-
,I'I ram que, mesmo quando os sujeitos esta.o logicarnente complexa - o acesso introspec-
'!I tivo a existir será ,reduzido. Outros investiga-
!l conscientes de urn determinado estímulo e
1¡¡

\1i11 RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999 RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999


:ii
1ii¡.,
1
1
82

Me Allister, P.H. (1991). Overview of state legislation to regulate standarized testing.


Educational Measurement: lssues and Practice, 10, 19-22. Rorschach e medidas de auto-relato: "dizemos mais do
Moreland, K.L., Eyde, L.D., Robertson, G.J., Primoff, E.S. & Most, R.B. (1995). Assessment que podemos saber?"
of test user qualifications. American Psychologist, 5, 14-23.
Muñiz, J. (1997). Aspectos éticos y deontológicos de la evaluación psicológica. En A. Cordero
Rorschach and self-report measures: "telling more than we
(De.) Evaluación psicológica en el año 2000. Madrid: TEA Ediciones.
!: Muñiz, J. y Hambleton, R.K. (1996). Directrices para la traducción y adaptación de los tests.
Papeles del Psicólogo, 66, 63-70.
can know?"
11[
,¡ Sirnmer, M.L. (1996). Recornmendations by the Canaclian Psychological Association for M. GoN<;ALVES - O. GoN<;ALVES
1

!I
11 improving the North American safeguards that help protect the public against test misuse.
1
European Journal of Psychological Assessment, 12, 72-82.
l'i
I!
H
,.
111
11'
,1!
RESUMO
1
.:11
'¡· Esta investigai;:ao procura esclarecer o papel do auto-conhecimento corno urna variável
1¡,
moderadora na avaliai;:ao da personalidade, comparando-se o teste Rorschach com várias medi-
j:¡ das de auto-relato. Na amostra global, nao se encontrara relac;;oes signifieativas entre estes tipos
¡1¡ de medidas. Contudo, quando se comparam duas amostras de indivíduos com auto-imagens
contrastantes, diversas relai;:oes significativas foram encontradas na amostra caracterizada por:
!1
1

11 (1) comportamentos introspectivos médios e (2) auto-percepi;:ao ajustada. Estes resultados


mostram que a congruencia entre o teste Rorschach e as medidas de auto-relato acorre só nas
·t váriáveis cognitivas e interpessoais. Nao surgiram rela9oes significativas nas variáveis da auto-
~i
,¡I
percepi;:ao, nem nas variáveis emocionais. Estes resultados e as suas implicac;;oes sao discuti-
dos tendo em considerai;:ao (1) a congruencia entre as medidas de auto-relato e o Rorschach,

~I
~I
(2) a necessidade de utilizar variáveis moderadoras, como o auto-conhecimento e (3) os dorní-
nios (e.g., aspectos cognitivos, emocionais) que sao mais acessíveis.

~:. Palavras-chave
!¡i
~I Teste Rorschach, medidas de auto-relato, auto-conhecimento.
1::
ABSTRACT
~'
1,:
The present research tries to address the role of self-knowledge as a mediating variable in
personality assessment by comparing the results of Rorschach with severa! self-report measu-
res. Globally, no significant differences were found between these two types of measures.
However, when two samples of individuals with contrasting self-images are compared, severa!

Agradecemos os comentários com que o Prof. Danilo Silva enriquecen e versiío prelirrúnar <leste artigo.
RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999
RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999
80 81

en que se usan. En más de la mitad de cos (fotocopiar materiales sujetos a REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
los países consultados, se utilizan pre- copyright, etc). Almeida, L.S. (1993). Principios deontológicos no uso dos testes e na avaliac;ao psicológica.
ferentemente meras traducciones de 8. La formación académica y profesional
11• En L.S. Almeida y I.S. Ribeiro (Eds.). Avalia,;ao psicológica: Formas e contextos. Braga:
¡,, las pruebas, sin proceder a una adapta- pone un mayor énfasis en el entrena- Associac;ao dos Psicólogos Portugueses (APPORT).
ción y estandarización específica para miento en el uso de los tests que en la Almeida, L.S., Gonc;alves, M.M. y Simoes, M.R. (1995). Pravas psicológicas em Portugal:
el país de destino. capacitación psicométrica (al menos Situac;ao actual, limitac;oes e desafios. En L.S. Almeida, M.R. Simoes y M.M. Gonc;alves
4. En muchos países no existen editores en la mitad de los países ésta es muy (Eds.). Pravas psicológicas em Portugal. Braga: Associac;ao dos Psicólogos Portugueses
o distribuidores de tests, por lo que los deficiente o inexistente). Los sistemas (APPORT). ,
controles sobre la competencia técnica de entrenamiento en el uso de los tests
del comprador son escasos. American Educational Research Association, American Psychological Association and
son considerados de mala calidad en la National Council on Measurement in Education (1985). Standars for educational and psy-
5. Apenas existen sistemas para acreditar evaluación laboral y en la evaluación
o calificar los tests según su calidad, ni chological testing. Washington, DC: American Psychological Association.
jurídica.
fuentes independientes de las casas Anastasi, A. (1987). What test users should know about the interpretation os test seores.
9. Escasa implantación de orientaciones
comerciales que aporten información Keynote address at Joint Committee on Testing Practices Second Test Publishers
técnicas y deontológicas. En casi la
sobre la calidad técnica de los instru- Conference, Rockville, Maryland. (Citado de Fremer, 1996).
mitad de los países consultados no
mentos usados en cada país. Bartram, D. (1996). Tests qualifications and test use in UK: the competence approach.
existen códigos para regular la prácti-
6. El empleo de los tests por profesiona- European Journal of Psychological Assessment, 12, 62-71.
ca. Tampoco se dispone de estándares
les ajenos a la psicología no es infre- Bartram, D. (1997). Review of Ability and Aptitude Tests (Leve[ A) For Use in Occupational
técnicos adaptados a la realidad de los
cuente. Algunas actividades que Settings. London: British Psychological Society Books.
países (a lo sumo se emplean traduc-
requieren conocimientos técnicos, Bartram, D. (1998). Toe Need for Intemational Guidelines on Standards for Test Use: A
ciones o adaptaciones de los estánda-
como la elección de la prueba, la Review of European and Intemational Initiatives. European Psychologists, 3, 155-163.
res editados por la APA en 1985).
interpretación de los resultados y la 10. Las asociaciones de psicólogos juegan Bartram, D. & Coyne, Y. (1998). The ITC/EFPPA survey of testing and test use in countries
presentación de los informes, no son un escaso papel como agentes dinami- worl-wide. Technical re~ort, for the ITC Council.
realizadas sólamente por los psicólo- zadores del fomento de un apropiado Evers, A. (1996). Regulations concerning test qualifications and test use in The Netherlands.
gos (esta circunstancia es especial- uso de los tests. European Journal of Psychological Assessment, 12, 153-159.
mente grave en la evaluación laboral). 11. Los caminos para la mejora del uso Eyde, L.D. & Primoff, E.S. (1992). Responsible test use. En M. Zeidner & R. Most (Eds.),
Estas prácticas constituyen un grave de los tests en los que existe un mayor Psychological testing. Palo Alto, CA: Consulting Psychologists Press.
problema si no están acompañadas por acuerdo pueden clasificarse en tres Eyde, L.D., Robertson, G.J., Krug, S.E. et al. (1993). Responsible test use: case studies for
la acreditación requerida. grandes categorías: permitir el uso assesing human behavior. Wagshington DC: American Psychological Association.
7. Las deficiencias en el uso de los tests sólo a psicólogos cualificados, estable- Fremer, J. (1996). Promoting high standars for test use: Developments in the United States.
consideradas más habituales por los cer la calidad técnica mínima de los European Journal of Psychological Assessment, 12, 160-168.
expertos son de tres tipos: carencias en instrumentos utilizables y mejorar los Hambleton, R.K.(1994). Guidelines for adapting educational and psychological tests: a pro-
la formación de los usuarios (usuarios procedimientos de entrenamiento y gress report. European Journal of Psychological Assessment, 10, 229-244.
no cualificados, desconocimiento de la formación de los usuarios. Los exper- Hambleton, R.K.(1996). Adaptación de tests para su uso en diferentes idiomas y culturas: fuen-
metodología psicométrica, etc), uso de tos consideran unánimamente que la tes de error, posibles soluciones y directrices prácticas. En J. Muñiz (Ed.), Psicometría.
1 i 1

tests inadecuados (deficiente adapta- International Test Commission debería Madrid: Univérsitas.
1'
1
ción, carencia de estandarización y ejercer como agente promotor y dina- Haney, W. & Madaus, G. (1991). Toe evolution of ethical and technical standards for testing.
'! validación en el país de destino, etc) y mizador de estas iniciativas. En R. K. Hambleton & N. Zaals (Eds.) Advances in educational and psychological testing.
violaciones de los códigos deontológi- Boston: Kluwer Academic Publishers.
Kauffman, A.S. (1982). Psicometría razonada con el WISC-R. México: El Manual Moderno.

RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999 RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999


78 79

tencia técnica del comprador son escasos. la propagación de las pruebas por la Red consistencia interna, estabilidad, validez de de la problemática que afecta al uso de los
Como es sabido, se pueden adoptar sistemas Internet violando el copyrigth se ha unido a constructo, utilidad predictiva, etc). Las ini- tests psicológicos en los países de habla his-
para la clasificación de los tests en categorí- las malas prácticas del pasado .(Bartram, ciativas internacionales más recientes para pana y lusa. Aunque, dadas las características
as, . en función del nivel de cualificación 1998). mejorar el uso de los tests incluyen el esta- de la metodología empleada, se ha de confe-
requerido por los usuarios. Estos sistemas de Un medio muy importante para favorecer . blecimiento de sistemas para revisar periódi- rir a las conclusiones del trabajo un caracter
clasificación proporcionan a los editores un la adecuada selección de los instrumentos de camente las pruebas empleadas en cada país provisional, consideramos que los rasgos más
medio para decidir a quién pueden vender los diagnóstico es la información técnica sobre con el fin de acreditar su calidad y de ofrecer sobresalientes de este panorama pueden ser de
tests. El sistema más conocido es el NB/C, los tests que se pone a disposición de los pro- a los usuarios información técnica acerca de indudable valor para despertar el interés por
propuesto en los Estándares de la APA fesionales. De los resultados de la encuesta sus características técnicas (Bartram, 1997 y los instrumentos puestos al servicio del proce-
(1985). Pues bien, los datos obtenidos con el realizada, se desprende que ninguno de los 1998). so de evaluación psicológica y, en concordan-
cuestionario manifiestan que en el 64% de los 14 países de los que se obtuvieron datos, ¿Qué tests son los más usados en los paí- cia con otras iniciativas internacionales,
países no se usa ningun sistema de clasifica- existe un sistema para acreditar o calificar los ses de los que se obtuvieron datos? Aunque apuntar algunas pautas tendentes a mejorar su
ción, siendo la clasificación NB/C la más tests según su calidad y sólo en dos ellos existen notables diferencias, en la Tabla 7 uso en Portugal, España e Iberoamérica.
empleada en el resto. En el futuro, se ha de existen fuentes independientes de las casas aparecen los tests de uso más frecuente orde- A nuestro juicio, las conclusiones más
tener en cuenta que la problemática relacio- comerciales que aportan información sobre la nados en función del número de veces que los relevantes son:
nada con la seguridad en la_ difusión de los calidad técnica de los instrumentos usados en expertos los han citado como los más comun-
mente usados en su país. Los datos especifi- l. Aunque existe variabilidad entre los
tests requerirá gran consideración, dado que cada país (bondad de las normas nacionales,
can más el panorama mostrado en la Tabla 1, países analizados, se puede establecer
en el sentido de que existen dos tradiciones la conclusión general de que el uso de
en el uso de instrumentos de diagnóstico: en los tests psicológicos no está muy
Tabla 7.-Tests más usados en los países de habla hispana y portuguesa generalizado. Su empleo es mayor en
un grupo minoritario de países (en el que el
caso más representativo es Argentina) predo- la práctica diagnóstica que en la inves-
Orden Nombre de la versión original y autor del tes mina el uso de los tests proyectivos y los tests tigación. Los campos de aplicación en
de aplicación individual, mientras los tests los que más se usan son la evaluación
1 Wechsler Adult Intelligence Test (WAIS) y Wechsler Intelligence
psicométricos de aplicación colectiva son educativa y laboral. Este fenómeno
Scale for Children (WISC). Autor: Wechsler.
preferentemente usados en la mayoría de los puede estar determinado por las carac-
2 Minnesota Multiphasic Personality Inventory (MMPI).
países. Por ejemplo, en Argentina los tests terísticas de la formación que reciben
Autores: Hathaway y McKinley.
más empleados son el test de Rorschach, el los usuarios y el limitado bagaje de
3 Psychodiagnostics: A diagnostic test based on perception. instrumentos de calidad que existe en
test de Bender, el test de la Figura Humana,
Autor: Rorschach.
las escalas de Wechsler y TAT; mientras que buena parte de los países.
4 Raven's Progressive Matrices. Autor: Raven. en España el ranking de tests más usados está 2. Aparecen dos diferentes tradiciones en
5 Sixteen Personality Factor Questionnaire (16PF). Autor: Cattell. liderado por el 16PF, seguido por PMA, D- el uso de instrumentos de diagnóstico:
48, DAT y MMPI. En general, se ha de resal- aunque se prefiere el uso de los tests
6 Bender-Gestalt Test. Autor: Bender.
tar la predominancia de tests muy clásicos y psicométricos de aplicación colectiva
i
7 D48. Autor: Anstey. D70. Autores: Kowrousky y Rennes. muy usados en todo el mundo. en la mayoría de los países, existe un
1'
' 8 Machover Draw-a-Person Test (D-A-P). Autor: Machover. grupo minoritario de países en los que
CONCLUSIONES predomina el uso de los tests proyecti-
i ¡:. 9 Differential Aptitude Test (DAT). Autores: Bennett, Seashore y Wesman.
1: . ! 10 Thematic Aperception Test (TAT). A1,1tor: Murray.
Nuestra intención al abordar este trabajo vos.
fue realizar, recogiendo las opiniones de 3. Los instrumentos que más se emplean
11 Kuder General Interest Survey. Autor; Kuder expertos de distintos países, una descripción no han sido construidos en los países
1
'i11 RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999
1i RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999
:¡I.
1 1
76 77

Tabla 5.-0piniones de los expertos sobre posibles medidas Tabla 6.-El papel de las asociaciones profesionales en la regulación
para mejorar el uso de los tests de la práctica de los tests

Evaluación Evaluación Evaluación Evaluación


Medidas Media 1 D.S. educativa clínica jurídica laboral
Función
1
El uso de los tests psicológicos debería restringirse a psicólogos Establece los estándares
cualificados 4,89 0,31 4 (31%) 4 (31 %) 1 (8%) 4 (31%)
de actuación
1 1
Aunque profesionales que no son psicólogos podrían administrar y Especifica los criterios
puntuar los tests, la interpretación e información sobre los resultados de competencia
deberían estar restringidas a los psicólogos 4,87 0,34 de los usuarios 4 (31%) 4 (31 %) 2 (15%) 4 (31%)
1 1
Debería haber unos estándares obligatorios que estableciesen Certifica la competencia
los requisitos técnicos mínimos de un test 4,83 0,37 de los usuarios 4 (31%) 4 (31%) 3 (23%) 4 (31%)
Se necesita legislación para controlar los abusos más serios con los tests 4,67 0,58 Dispone de un registro
de usuarios cualificados 4 (31%) 4 (31 %) 2 (15%) 3 (31%)
Las personas que han sido testadas tienen derecho a que se les expliquen
los resultados 4,67 0,47 Especifica los cursos de
1 1 2 (15%)
entrenamiento necesarios 2 (15%) 2 (15%) 1 (8%)
La mejor forma de combatir el abuso y la utilización inapropiada
de los tests es mediante el entrenamiento y la formación 4,22 1,13 Acredita los cursos
1 1 3 (23%)
de entrenamiento 3 (23%) 2 (15%) 1 (8%)
Todo aquel que sea capaz de demostrar su competencia en el uso
r:, 11
.,l-.11
:11
1
de los tests debería ser autorizado para utilizarlos 1 2,35 1 1,37
Número y porcentaje de países en los que las asociaciones de psicólogos desempeñan las funciones
Los controles sobre los tests y la mediación psicométrica deberían consignadas en la primera columna de la tabla.
ser mínimos, pues disuaden el desarrollo de nuevas ideas y nuevos
procedimientos 1,89 1,20
1 1
Habría que permitir a los editores que vendiesen cualquier test que ellos lntemational Test Commission debería desa- Además, se presenta una lista de los tests más
consideren que es adecuado 1 1,5 1 1,01 rrollar o promover directrices internacionales usados.
tales como los estándares técnicos para la Los instrumentos que más se emplean no
Medias y desviaciones típicas (D.T.) de las respuestas de los expertos utilizando una escala de 5 pun-
tos (desde 1 =desacuerdo hast 5 =acuerdo). construcción, traducción, adaptación, docu- han sido construidos en los países en que se
mentación y sobre la práctica adecuada, espe- usan. En más de la mitad de los países con-
cialmente en situaciones de multiculturali- sultados, se utilizan preferentemente meras
nes profesionales deberían estar más involu- blecimiento de códigos y estándares de actua-
dad. Asímismo, existe un amplio acuerdo de traducciones de las pruebas, sin proceder a
cradas desarrollando actividades como la cer- ción con los tests. En casi la mitad de los paí-
que la ITC debería definir los programas para una adaptación y estandarización específica
tificación de competencias, la información ses consultados no existen códigos para regu-
entrenar y formar a los usuarios, así como para el país de destino. Ésta es sin duda una
técnica sobre los recursos disponibles, etc. lar la práctica. Tampoco se dispone de están-
Conscientes de esta situación, algunas aso- estimular el establecimiento de mecanismos de las deficiencias más notorias, que afecta
dares técnicos adaptados a la realidad de los
ciaciones profesionales como el Colegio para certificar su competencia. en mayor medida a los países iberoamerica-
paises (a lo sumo se emplean traducciones o
Oficial de Psicólogos en España o la nos analizados. Las fuentes de adquisición
adaptaciones de los estándares editados por la Características de los tests empleados
Asociación de Psicólogos Portugueses han son diversas, pero es importante notar que,
APA en 1985). Es indudable que esta caren-
creado comisiones específicas para iniciar En este apartado, comentaremos los resul- sólo en la mitad de los países, los tests son
1 ! cia de orientaciones técnicas y deontológicas
acciones en este ámbito. Una de las activida- tados relacionados con el tipo de tests que se distribuidos en su mayor parte por compañí-
es una de las causas del inapropiado uso de
1
des más importantes que deberían llevar a utiliza, las formas de adquisición y la infor- as editoras nacionales. En consecuencia, en
las pruebas psicológicas. Para remediarla, los
cabo las asociaciones profesionales es el esta- mación disponible sobre los mismos, etc. varios países los controles sobre la campe-
expertos consultados consideran que la 1

¡[
i!'IJ' RIDEP • Vol. 8 • N° 2 • Año 1999 RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999

!:11,,;
1
74 75

Tabla 3.-Valoración de los sistemas de formación de los usuarios de los test Tabla 4.-Deficiencias más habituales en el uso de los tests

Evaluación Evaluación Evaluación. Evaluación Orden Deficiencias


Valoración educativa clínica jurídica laboral
1 Hacer fotocopias de materiales sujetos a copyright.
Muy adecuada 5 o 1 o 1 o o o 1 Hacer evaluaciones utilizando tests inadecuados (por ejemplo, utilizando
2
4 4 3 6 3 1 1 2 1 instrumentos clínicas en el área de trabajo).
3 7 2 7 4 2 o 7 3 3 No estar al día y no contrastar las interpretaciones con otros. -
2 3 4 1 3 4 5 4 6 4 No tener en cuenta los errores de medida de las puntuaciones.
Inexistente 1 o 4 o 3 7 8 1 3 5 Utilizar hojas de respuesta caseras que no se ajustan adecuadamente
Valoración media 3.07 a las plantillas de puntuación.
2.50 3.36 2.78 1.78 1.57 2.71 2.36
6 No explicar adecuadamente a los administradores las limitaciones
En las casillas figura el número de países en cada categoría de evaluación. Las cifras en negrita corres- de las normas y baremos, especialmente la equivalencia
ponden a la evaluación del entrenamiento en el uso de los tests. Las cifras en cursiva corresponden a la de las calificaciones escolares, para problaciones de estudiantes que
evaluación de la formación psicométrica. En la última fila de la tabla aparece la valoración promedio. difieren notablemente del grupo normativo.
7 No restringir la aplicación de los tests a personal cualificado.
de competencia en la utilización de los tests los tests usados en cada país y violaciones de 8 No tener en cuenta condiciones que pueden afectar a la validez
que fue propuesta por Eyde y colaboradores los códigos deontológicos. para un determinado país o región.
(1993). Los encuestados puntuaron la fre- ¿Cómo mejorar esta situación? Para cono- No archivar todos los datos de los tests para el seguimiento,
9
cuencia con que cada problema se presentaba y para poder estudiar las tendencias y el funcionamiento de los tests
cer la opinión de los expertos de cada país
en su país mediante una escala tipo Likert de en situaciones locales.
sobre los procedimientos más aconsejables,
5 puntos (desde l=raro hasta 5=habitual). En 10 Hacer interpretaciones que van más allá de los límites del test.
se les solicitó su grado de acuerdo con una
la Tabla 4 aparecen los 10 problemas más
serie de medidas. Los resultados, que se
comunes. Nótese que, junto ·a deficiencias
muestran en la Tabla 5, revelan una gran con- organismos en el fomento de un correcto de los instrumentos de diagnóstico. En la
muy extendidas en todo el mundo (usuarios
no cualificados, tests inadecuados, descono- cordancia en lasvaloraciones de los expertos empleo de los tests. Tabla 6 se muestra cuál es la situación en los
1 cimiento de las propiedades psicométricas, (desviaciones típicas bajas). Los caminos países analizados. Se puede concluir que en
para la mejora del uso de los test en los que 1.5. Papel de los organismos la mayor parte de los países, los organismos'
fotocopiar materiales sujetos a copyright, etc)
y las asociaciones profesionales
aparecen los problemas específicos de los existe un mayor acuerdo pueden clasificarse y las asociaciones profesionales (tales como
1

países que importan tests de otras culturas en tres grandes categoáas: permitir el uso Las asociaciones de psicólogos pueden los colegios profesionales)• juegan un escaso
(deficiente adaptación, carencia de estudios sólo a psicólogos cualificados, establecer la jugar un importante papel, a través de sus papel como agentes dinamizadores del
I!
¡! de validación en el país de destino, etc). calidad técnica mínima de los instrumentos regulaciones y recomendaciones, para pro- fomento de un apropiado uso de los tests.
Aunque Anastasi (1987) ha apuntado que las utilizables y mejorar los procedimientos de mover un uso técnica y éticamente correcto Desde nuestro punto de vista, las asociacio-
lllj :.li
1, 1, deficiencias en los conocimientos técnicos entrenamiento y formación de los usuarios.
¡11i 1

1·,,1 pueden ser la principal causa del uso inade- En nuestra opinión, las competencias para
1 1 1 cuado de los tests, los datos de la Tabla 4 trabajar en estas direcciones corresponde a 3 Junta de Vigilancia de la Profesión en Psicología (El Salvador), Conselho Federal de
1 1
revelan otras causas del uso inapropiado los colegios profesionales y las asociaciones Psicología (Brasil), etc.
iil:: i
1
como la carencia de instrumentos de calidad
en muchos países, escasa investigación sobre·
de psicólogos. En la siguiente sección, 4 Associar;ao dos Psicólogos Portugueses, Colegio Oficial de Psicólogos (España),
11
comentamos cual es la implicación de estos Sociedad Colombiana d.e Psicología, etc.
¡i
RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999 RIDEP • Vol. 8 • N° 2 • Año 1999
!11
i'
1

11:
¡ ,. !,,
-1
~
1¡ -_.
: 1il

l 1

1
11
72 73
'1
) cas de la formación que reciben los usuarios Más adelante, comentaremos los datos relati- cuente, lo cual puede ser un serio problema si grandes conocimientos técnicos como la pre-
no está acreditada por la capacitación reque- sentación de los informes, la elección y la
i~I! y el limitado bagaje de instrumentos de cali-
dad que existe en buena parte de los países.
vos a estos puntos.
rida. La gravedad de esta conclusión parece interpretación de la prueba no son realizadas
,¡1
reforzada por el análisis de las funciones lle- solamente por los psicólogos (esta circuns-
!, vadas a cabo exclusivamente por los psicólo- tancia es especialmente grave en la evalua-
Tabla 1.-Número y porcentaje de países en los se utilizan los tests psicológicos gos. Como puede inferirse de los datos de la ción laboral).
,,I
' ~ ;i frecuentemente (más de la mitad de las veces en las que se evalúa
\ Tabla 2, algunas actividades que requieren
~ o diagnostica a las personas)

' li Evaluación Evaluación Evaluación Evaluación Tabla 2.-Número y porcentaje de países en los que únicamente
Tipo de test educativa clínica jurídica laboral los psicólogos desempeñan las funciones consignadas
,1.11
1
en la primera columna de la tabla
Rendimiento 6 (43%) O (0%) O(0%) 3 (21 %)
1\ educativo 2 (14%) O (0%) O (0%) 2 (14%)
':¡¡1 Evaluación Evaluación Evaluación Evaluación
Inteligencia/Aptitud 6 (43%) 6 (43%) 2 (14%) 1 (7%) laboral
,1:¡ Función educativa clínica jurídica
Aplicación individual j (21%) 2 (14%) O (0%) 1 (7%)
'11
Inteligencia/Aptitud 7 (50%) 1 (7%) O(0%) 7 (50%) Decisión sobre la 10 (71%) 11 (78%) 8 (57%) 6 (43%)
Aplicación coletiva 3 (21%) 1 (7%) O (0%) 1 (7%) utilización de un test
'il 9 (64%) 6 (43%)
Elección del test 9 (64%) 11 (78%)
l~1
,,1
Intereses, valores
preferencias
3 (21%)
1 (7%)
2 (14%)
1 (7%)
O(0%)
O (0%)
5 (36%)
2 (14%) Aplicación del test 6 (43%) 11 (78%) 9 (64%) 4 (29%)
Autoinforme de O (0%) 4 (28%) O (0%) 3 (21 %) Puntuación del test 7 (50%) 10 (71 %) 9 (64%) 5 (36%)
Personalidad 1 (7%) 3 (21%) O (0%) 1 (7%)
Interpretación 11 (78%) 12 (86%) 11 (78%) 8 (57%)
Proyectivo de 3 (21%) 7 (50%) 3 (21 %) 3 (21 %)
personalidad O (0%) 5 (36%) 2 (14%) 1 (7%) Informe 10 (71%) 12 (86%) 6 (43%) 6 (43%)
1:,

:I¡ Las cifras en negrita corresponden al uso de los tests \!Il la práctica diagnóstica. Las cifras en cursiva
corresponden al uso de los tests en la investigación.
i'II calidad media en las áreas clínica y educati-
1.3. Formación de los usuar.ios
'I
111
va. Se juzgan peor en la evaluación laboral y
11
El cuestionario incluía dos preguntas tipo
1.2. ¿Quiénes usan los tests? mitad de los países están siempre los psicólo- aún peor.en la evaluación jurídica (es consi-
:¡,!
Likert para que los expertos emitiesen juicios derada inexistente en la mitad de los países).
gos implicados en el uso de los tests en las
I' A partir de las respuestas obtenidas, se acerca de la calidad de la formación psico-
i áreas educativa y laboral; En. estos ámbitos La formación psicométrica es considerada de
puede concluir que la obligación y el control métrica y de la capacitación en el uso de los menor _calidad que el entrenamiento en el uso
de evaluación los tests son usados frecuente-
legal para que los psicólogos estén implica- tests en cada país. Aunque existen diferencias de los instrumentos de diagnóstico (al menos
mente por otros profesionales de especialida-
dos en la práctica de los tests sólo existe en des afines al campo de aplicación (educación, entre los países analizados, los resultados en la mitad de los países es muy deficiente o
tres de los países de los que se han obtenido gestión, etc). Aunque en las áreas clínica y globales (Tabla 3) parecen revelar que la for- inexistente).
datos (Costa Rica, Portugal y Venezuela). jurídica la participación exclusiva de los psi- mación académica y profesional pone un
1.4. Indicadores de un uso inadecuado
Esta circunstancia explica que no siempre los cólogos presenta un mayor peso (en el 70% y mayor énfasis en el entrenamiento en el uso
psicólogos participen en las actividades vin- el 60% de los países respectivamente), es de los tests que en la capacitación psicomé- Para conocer los problemas más habitua-
culadas al empleo de estos instrumentos de notorio que el empleo de los tests por profe- trica. Los sistemas de entrenamiento en el les en los países analizados, se presentó a los
evaluación psicológica. De hecho, sólo en la sionales ajenos a la psicología no es infre- uso de los tests son considerados como de expertos una lista de 86 indicadores de falta

RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999 RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999


·'

71
70

para obtener información sobre el uso de los etc), clínica (evaluación de personas con mayoría, por lo que la información podría como en los procesos de evaluación de la
tests en otros países del resto .del mundo enfermedad mental, desórdenes de conducta, considerarse representativa. 2 gente. El cuestionario incluía una pregunta
(Bartram & Coyne, 1998). etc), jurídica (evaluación criminológica y para conocer el grado en que los tests se
Procedimiento emplean con estos fines en España, Portugal
Simultaneamente, la Unión Europea legal) y trabajo o laboral (selección de perso-
Se envío el cuestionario al menos a dos e lberoamérica. En la Tabla 1 aparece el
financió, en el marco del programa ALFA, un nal, evaluación ocupacional, orientación pro-
expertos de cada país junto con una carta número y porcentaje de países en los que los
proyecto denominado Cooperación en fesional, efectos del desempleo, etc). Al cita-
explicativa de los objetivos de la investiga- tests se emplean frecuentemente (más de la
Investigación Transcultural para el desarrollo do cuestionario se le incorporó una pregunta
ción. Cuando respondió más de una persona mitad de las veces en las que se procede a
de métodos de Evaluación Psicológica sobre los tests más usados en cada país.
del mismo país, se analizó la consistencia de evaluar a las personas). De los datos puede
(CITEP) 1• Una de las actividades desarrolla-
Muestra sus respuestas y se obtuvieron las respuestas inferirse que los tests no son muy empleados
das en el citado proyecto fue recoger infor-
representativas del país mediante el valor en _investigación, puesto que en no más de la
mación sobre el uso de los tests en Se envió por correo el cuestionario a 41
promedio a cada ítem tipo Likert o mediante quinta parte de los países se usan los tests con
lberoamérica, España y Portugal. Para ello, expertos seleccionados de 21 países. Aunque frecuencia, como medio de recogida de
se empleó el cuestionario desarrollado por la muestra parezca pequeña, ha de conside- las respuestas a los ítems dicotómicos en las
datos, en las investigaciones realizadas en
Bartram incorporando algunas cuestiones rarse que se envió a personas, seleccionadas que los participantes estaban de acuerdo.
las distintas áreas de evaluación (salvo el
dirigidas a conocer el tipo de tests más usado. del ámbito profesional o académico, que RESULTADOS caso de los tests proyectivos que están algo
En este trabajo, se exponen los principales pudiesen enviar información relevante de " más difundidos en la investigación clínica).
resultados y conclusiones de la encuesta que, cada país o que pudiesen recabarla de otros Presentaremos los resultados en dos apar-
Aunque la difusión de los tests como instru-
desde nuestro punto de vista, pueden ser un colegas. Se recibieron 21 (51 %), que es un tados: 1) uso de los tests y 2) características
mentos de diagnóstico en los distintos ámbi-
punto de partida para planificar las acciones excelente porcentaje de respuestas dada la de los tests empleados.
tos profesionales (educativo, clínico, etc) es
tendentes a mejorar el uso de los tests. longitud y la complejidad del cuestionario. mayor que en la investigación, su uso no está
Uso de los tests.
Dos de los cuestionarios recibidos no fueron muy generalizado, correspondiendo las
MÉTODO Este apartado lo hemos dividido en las
considerados porque muchas de las preguntas mayores cifras (la mitad de los países) a los
Instrumentos no fueron contestadas. Se obtuvo informa- siguientes secciones: 1.1) frecuencia de uso y tests colectivos de inteligencia o aptitudes en
ción de los siguientes países (el número de ámbitos de aplicación, 1.2) ¿quiénes usan los las áreas educativa y laboral, y a los tests pro-
Para la recolección de los datos se usó la
cuestionarios figura entre paréntesis): tests?, 1.3) formación de los usuarios, 1.4) yectivos en la evaluación clínica.
versión española del cuestionario desarrolla-
Argentina (2), Brasil (1), Colombia (1), indicadores de un uso inadecuado y 1.5) el Especialmente llamativo es el escaso uso de
do por Bartram para la EFPPA y la ITC
Costa Rica (1), Chile (1), El Salvador (2), papel de los organismos y las asociaciones. los tests en la evaluación jurídica o forense.
(Bartram & Coyne, 1998). En este cuestiona-
rio, se solicita información sobre el uso de los España (3), Guatemala (1), México (1), Perú ¿Cuales son las causas de tan escaso o
1.1. Frecuencia de uso y ámbitos
tests en cuatro grandes áreas de evaluación: (1), Portugal (2), República Dominicana (1), moderado uso de los tests como instrumentos
de aplicación de los tests
educativa (tests estandarizados de rendimien- Uruguay (1) y Venezuela (1). Aunque no de diagnóstico? Aunque se puede atribuir el
están representados todos los países iberoa- Como es sabido, los tests psicológicos fenómeno a múltiples causas, consideramos
to educativo, dificultades de aprendizaje,
mericanos, se obtuvieron respuestas de la tienden a utilizarse tanto en investigación que pueden ser determinantes las característi-
terapia del lenguaje, orientación académica,
1'
¡ ,1
1 ,1

1 i Participantes en el proyecto CITEP: Gerardo Prieto· (Coordinador, Universidad de Salamanca, 2 Los autores desean expresar su r~conocimiento a las personas que participaron en la recogida de
España), Jose Muñiz (Universidad de Oviedo, España), Vicente Ponsoda (Universidad Autónoma de los datos de esta investigación. Sin su colaboración no hubiera sido posible la realización de este trabajo.
Madrid, España), Jose V. Diaz (Universidad de Valencia, España), Leandro S. Almeida (Universidade do Nuestro reconocimiento a: Maria M, Casulla, Fiorella Filiffi, Solange Wechsler, Raquel Guzzo, Ruben
Ardila, Roberto Rodríguez, Ricardo Rojas, Roxana Vides, Nicolas Seisdedos, Antonio Prunos, Yetilu de
i¡: i
Minho, Portugal), David Bartram (University of Hull, United Kingdom), Carlos Parra y Rosario Arias-
Barahona (Universidad San Martín de Parres, Perú), Luis Oblitas (Universidad Intercontinental, México) Baessa, Lorena Blancas, Rosario Arias-Barahona, Mario R. Simoes, Luis Dominguez, Reina Coral Garcia,
y Coral García (Universidad Católica del Uruguay). J. Riquelme, F. Krivoy, J.C. Romero y P. Gonzalez de Marcano.
'111: 1
!1 RIDEP • Vol. 8 • N° 2 • Año 1999
RIDEP • Vol. 8 • N° 2 • Año 1999
,¡¡1¡1 1 '

lil 1 1
68 69

standards for training and specifying the competence of test users, and (iv) improving the tech- INTRODUCCIÓN sional a través de la formación de los usua-
nical information on test quality. rios, puesto que las deficiencias en los cono-
Los tests psicológicos son una de las
cimientos técnicos requeridos son considera-
Key words herramientas más importantes al servicio de
das como la principal causa de· 1as prácticas
la práctica profesional y de la investigación
Psychological testing, tests use inadecuadas (Kaufman, 1982, Anastasi,
de los psicólogos. Como ocurre con cualquier
1987). Además, la mejora de la formación
otra tecnología científica, los tests pueden ser
favorece la tercera de las vías antes mencio-
usados de forma incorrecta y, a nuestro jui-
nadas puesto que, aunque el peso de las tare-
cio, no es otra la causa de su descrédito. Sin
as de investigación y desarrollo suele recaer
embargo, a estas alturas casi nadie cuestiona
en las universidades y centros de investiga-
la gran potencialidad de esta tecnología en
ción, es evidente que estas actividades pue-
muchas áreas de la psicología. Por ello, se
den ser compartidas desde otros ámbitos si se
está manifestando un creciente interés en
incrementan los esfuerzos en el reciclaje de
fomentar las condiciones que garanticen su los profesionales, especialmente en la meto-
uso correcto, tanto desde el punto de vista dología psicométrica y en el manejo de recur-
técnico como ético. Este objetivo es compar- sos informáticos para la administración y
tido por buena parte de las asociaciones pro- análisis de tests.
fesionales de psicólogos (APA, AERA, etc) y Eh este contexto de la promoción de la
por organismos internacionales como la mejora en el uso de los tests, ha aparecido
lnternational Test Commission (ITC) o la una gran variedad de iniciativas desde ámbi-
European Federation of Professional tos académicos y profesionales (ABRA, APA
Psychologists Association (EFPPA). & NCME, 1985; Haney & Madaus, 1991;
En general, puede afirmarse que podóan McAllister, 1991; Eyde & Primoff, 1992;
seguirse tres vías para mejorar el uso de los Almeida, 1993; Almeida, Gorn;:alves y
tests: (i) restringir el acceso de los usuarios, Simoes, 1993; Moreland, Eyde, Robertson,
permitiendo su empleo solamente a profesio- Primoff & Most, 1995; Bartram, 1996; Evers,
nales debidamente capacitados y acreditados, 1996; Fremer, 1996; Hambleton, 1994, 1996;
(ii) incrementar la formación de los usuarios Muñiz y Hambleton, 1996; Si!'nmer, 1996;
y (iii) fomentar la investigación para desarro- Muñiz, 1997; Bartram & Coyne, 1998).
llar pruebas eficientes (construcción de nue- El trabajo que aquí presentamos es el fruto
vas pruebas, adaptación adecuada de las de una de estas iniciativas. En 1995 la EFPPA
desarrolladas en otros países y revisión perió- creó una comisión de trabajo para analizar el
dica de la calidad técnica de las ya disponi- uso de los tests en Europa (Task Force on
bles). Aunque lo ideal seóa actuar en los tres Tests and Testing). Esta comisión decidió, en
frentes, en ocasiones- la primera vía no está su primera reunión celebrada en Madrid en
exenta de dificultades, puesto que las asocia- 1996, realizar una encuesta sobre el particu-
ciones profesionales no disponen de las lar mediante un cuestionario elaborado bajo
armas legales para introducir fuertes restric- la dirección de Bartram. Este cuestionario,
ciones al uso de los instrumentos. Por ello, con versiones en inglés, aleman, español y
parece más viable mejorar la práctica profe- francés, fue empleado asimismo por la ITC

RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999


RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999
66

Rodríguez Sacristan J. (1995). Psicopatología del niño y del adolescente. Publicaciones de la U so de los tests psicológicos eil España,
Universidad de Sevilla.
Sattler J.M. (1992). Assesment of children, (Rev. And upd. 3 de.): San Diego. J.M. Sattler.
Portugal e lberoamérica
Silva F. (1993). Psychometric foundations and behavioral assesment. Newbury Park,
California: Sage. Psychological tests use in Spain, Portugal
Silva Moreno F. (1995). Evaluación Psicológica en niños y adolescentes. Síntesis. Psicología. and Latinamerican countries
G. PRIETO - J. MUÑIZ - LEANDRO S. ALMEIDA - D. BARTRAM

RESUMEN
En este trabajo se presentan los resultados de una encuesta sobre el uso de los tests psico-
lógicos en Portugal, España e lberoamérica. Los cuestionarios fueron enviados a 41 expertos
seleccionados de 21 países. Se recibieron respuestas de 19 expertos procedentes de 14 países.
Los datos muestran que el uso de los tests no es tan frecuente y apropiado como podría ser.
Asimismo, se analizan los factores que pueden explicar este fenómeno. Finalmente, se propo-
ne que las asociaciones profesionales de psicólogos y las facultades de psicología de los dis-
tintos países promuevan las siguientes iniciativas para mejorar el uso de los tests: (i) fijar nor-
mas y criterios para la construcción y el uso de los tests psicológicos, (ii) controlar y regular la
adquisición y la utilización de los tests, (iii) contribuir al desarrollo de planes para la forma-
ción y la acreditación de los usuarios, y (iv) facilitar información técnica sobre la calidad de
los tests disponibles en cada país.

Palabras clave·

Tests psicológicos, uso de los tests

ABSTRACT
This paper presents results from a survey on the use of psychological tests in Portugal,
Spain and Latin-America. Questionnaires were sent to a total of 41 experts selected from 21
countries. Nineteen responses from 14 countries were received. Data showed that the use of
tests is not as frequent and appropiate as it could be, and several factors were analysed in order
to explain this fact. Finally, the involvement of national psychological associations and uni-
versities to improve the use of testing is encouraged and several initiatives are proposed: (i)
adopting or developing codes, guidelines and standards for the construction and use of psy-
chological tests, (ii) controlling and regulating the access to test materials, (iii) developing

RIDEP • Vol. 8 • N° 2 • Año 1999


RIDEP • Vol. 8 • Nº 2 • Año 1999

Você também pode gostar