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ECA 407

INSTRUMENTAÇÃO
Condicionadores de sinais – Parte I
Sensores Resistivos
Termorresisitores
 Definições
 Tipos de erros
 Elementos normalmente empregados em
condicionamento de sinais
 Medidas de resistências
• 2 fios
• 3 fios
• 4 fios
Prof. Valdir Melero Jr
vmjunior@maua.br
CONDICIONADORES DE SINAIS
 São dispositivos usados para mudar
(adequar ou compatibilizar) a forma ou
o valor do sinal
 A maioria dos sensores necessitam de
condicionamento de sinal para que o
dispositivo de aquisição de dados efetue
a medição de forma eficaz e exata

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TIPOS DE ERROS COMUMENTE
INTRODUZIDOS
RUÍDO
 Trata-se de um sinal indesejável, constituído por

sinais aleatórios, que interferem nos circuitos


eletrônicos provocando mal funcionamento
 Exemplos: Interferência Eletromagnética (EMI) e

Interferência por Rádio Frequência (RFI)

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TIPOS DE ERROS COMUMENTE
INTRODUZIDOS
DESVIO NO ZERO
 É a componente constante do desvio,

independente do sinal de entrada

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TIPOS DE ERROS COMUMENTE
INTRODUZIDOS
DESVIO DE AMPLITUDE NA FAIXA NOMINAL
 É a diferença entre o HREAL e o HIDEAL do conversor,

que cresce com o aumento da entrada

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TIPOS DE ERROS COMUMENTE
INTRODUZIDOS
DESVIO DEVIDO À LINEARIDADE
 Desvio do sinal de saída da característica linear

ideal

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TIPOS DE ERROS COMUMENTE
INTRODUZIDOS
DESVIO DEVIDO À RESOLUÇÃO
 Causado pela impossibilidade do conversor

detectar variações menores que a sua resolução


(menor valor de amostragem)

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TIPOS DE ERROS COMUMENTE
INTRODUZIDOS
DESVIO DEVIDO À FASE
 Causado pela diferença entre os ângulos de saída e

de entrada do sinal

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TIPOS DE ERROS COMUMENTE
INTRODUZIDOS
DEVIDO À TEMPERATURA
 Causado pela mudança da temperatura ambiente

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TIPOS DE ERROS COMUMENTE
INTRODUZIDOS
DESVIO DEVIDO AO EFEITO DE CARGA
 Causado pela impedância da carga (normalmente

resistência de entrada) do medidor

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ELEMENTOS NORMALMENTE EMPREGADOS EM
CONDICIONAMENTO DE SINAIS
 AMPLIFICAÇÃO
 Os amplificadores aumentam o nível de tensão

para ampliar a faixa de operação do sistema


 De preferência devem ficar próximos da fonte do

sinal (ou transdutor), para melhorar a relação


sinal-ruído, pois amplia o nível de tensão antes de
ser afetado pelo ruído ambiental
 ATENUAÇÃO

 O oposto de amplificação, é necessária quando as

tensões a serem medidas estão além da faixa para


aquisição
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ELEMENTOS NORMALMENTE EMPREGADOS EM
CONDICIONAMENTO DE SINAIS

ISOLAÇÃO
 Os dispositivos com isolação passam o sinal da
fonte para o dispositivo de medição sem uma
conexão física
 São utilizadas técnicas como, por exemplo: por

meio de transformadores e acopladores


capacitivos ou ópticos
 Rejeita surtos de altas tensões, protegendo os

equipamentos de instrumentação

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ELEMENTOS NORMALMENTE EMPREGADOS EM
CONDICIONAMENTO DE SINAIS

FILTRAGEM
 Rejeitam ruídos indesejados dentro de uma
determinada faixa de frequência
 Em instrumentação, normalmente são os filtros
passa-baixa, usados para bloquear ruídos de alta
frequência (incluindo 60 Hz)

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ELEMENTOS NORMALMENTE EMPREGADOS EM
CONDICIONAMENTO DE SINAIS

EXCITAÇÃO
 É necessária para muitos tipos de transdutores,
por exemplo: strain-gages, acelerômetros,
termistores e medidores de temperatura por
resistência (RTDs)

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ELEMENTOS NORMALMENTE EMPREGADOS EM
CONDICIONAMENTO DE SINAIS

LINEARIZAÇÃO
 É necessária quando os sensores produzem sinais
de tensão que não estão linearmente relacionados
com a medição física
 Pode ser implementado por hardware e/ou

software
 O Termopar é um exemplo clássico de um sensor
que requer linearização

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ELEMENTOS NORMALMENTE EMPREGADOS EM
CONDICIONAMENTO DE SINAIS

COMPENSAÇÃO DE JUNÇÃO FRIA - CJC


 É uma técnica necessária para medições precisas
com termopar, pois as são realizadas segundo o
efeito Seebeck

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ELEMENTOS NORMALMENTE EMPREGADOS EM
CONDICIONAMENTO DE SINAIS

CONFIGURAÇÃO EM PONTE DE WHEATSTONE


 Fundamental para a medida de grandezas elétricas
resistivas, como RTDs, termistores e strain-gages
 É constituída basicamente por resistores de

referência de alta precisão


 Esses resistores fornecem uma referência fixa para

detecção de pequenas variações de tensão no(s)


resistor(es) ativo(s)

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MEDIDA DE RTD
RTD - Resistance Temperature Detector
 Esse tipo de sensor não entrega na
sua saída um sinal elétrico do tipo
tensão ou corrente
 Então deve ser convertido
adequadamente para ser lido, por
exemplo, por um conversor A/D
 Sensores com resistências de platina:

para grandes variações de


temperatura, apresentam pequenas
variações lineares de resistência
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MEDIDA DE RTD
RTD - Resistance Temperature Detector
 variam de 10 , para o modelo bird-cage

 vários milhares de ohms, para o modelo de


película
 o valor mais comum e de 100  a 0 °C

 coeficiente de temperatura padrao DIN 43760 do

fio de platina e α = 0,00385 °C-1


 para um fio de 100 , isso corresponde a +0,385
/°C a 0 °C

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MEDIDA DE RTD
 RTD - Resistance Temperature Detector
 o valor de α é a inclinacao media de 0 °C a 100 °C
 tanto a inclinação quanto o valor absoluto são pequenos
 devem ser considerarmos as resistências dos fios de
acoplamento (unidades até dezenas de Ohms)

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MEDIDA DE RTD
 RTD - Resistance Temperature Detector
 uma pequena impedância do fio pode contribuir com erro
significativo na medição
 uma impedância de 10  implica em erro de 10/0,385 ≅
26 °C na medição
 até mesmo o coeficiente de temperatura do fio-guia (de
acoplamento) pode contribuir com um erro mensurável
 SOLUÇÃO: utilizar Ponte de Wheatstone

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PONTE DE WHEATSTONE
 A tensão de saída da ponte é uma indicação indireta
da resistência do RTD
 A ponte exige:
 quatro fios de conexão: dois para alimentação e mais dois
para a medida da tensão
 uma fonte externa
 três resistores com coeficiente de temperatura próximo de
zero
 um par de fios de extensão
(para o sensor)

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PONTE DE WHEATSTONE
 Conversão Resistência para Tensão
 Equação geral:

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PONTE DE WHEATSTONE
 Caso particular – Ponte equilibrada
 Vo = 0  V1 = V2

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PONTE DE WHEATSTONE
 Resposta Vo x Rx
 admitindo três resistores de iguais valores R
 o quarto resistor R1 = RX
 RX com pequena variação próxima à R  Rx = R + R
 R pode ser positivo ou negativo
 Voltando à equação geral:

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PONTE DE WHEATSTONE
 Observa-se que, a princípio, a variação de Vo com
R não é linear

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PONTE DE WHEATSTONE
 Se for admitida a condição: ∆𝑹 ≪ 𝑹

 Então a tensão de saída é praticamente proporcional à


variação da resistência sobre o braço ativo
 Obviamente, nesse local, será alocado o sensor de
temperatura
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PRINCÍPIO DE MEDIÇÃO
 LIGAÇÃO A DOIS FIOS
 Admitindo que 3 resistores sejam conhecidos (R2, R3 e R4)
 R1 é uma termorresistência
 O resistor R3 poderá será ajustado até que a ponte apresente equilíbrio
(aferição), com Vg=0
 Resistências dos fios de extensão (RL1 e RL2) tendem alterar com a
distância entre o sensor e o instrumento de medida, bitola dos fios e
temperatura

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LIGAÇÃO A DOIS FIOS
 No equilíbrio:

 Se R2=R4:

Neste tipo de configuração, as resistências RL1 e


RL2 podem induzir erros graves na medição de
temperatura.

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PRINCÍPIO DE MEDIÇÃO
 LIGAÇÃO A TRÊS FIOS - I
 Configuração comumente empregada na indústria
 Nesta configuração RL1 será considerada em outro braço da ponte,
compensando o circuito
 Diferentemente da configuração a dois fios, onde as resistências da
linha estavam em série com o sensor

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LIGAÇÃO A TRÊS FIOS - I
 No equilíbrio e admitindo R2=R4:

 Se os fios de ligação forem do mesmo tipo, com o mesmo


comprimento, a mesma bitola e estiverem na mesma temperatura
(RL1=RL2), pode-se considerar:

 Observação: o terceiro fio (RL3) atua somente como condutor de


compensação, não influencia no processo de medição da resistência
desejada
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PRINCÍPIO DE MEDIÇÃO
 LIGAÇÃO A TRÊS FIOS - II
 O fios simbolizados por RL1 e RL2 devem possuir as mesmas
características (material, bitola, comprimento e temperatura)
 Os efeitos da resistência nos fios será minimizado, pois estão em
pernas opostas
 O terceiro fio (V) não interfere no equilíbrio da ponte, pois atua como
fio sensor e não transporta corrente

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PRINCÍPIO DE MEDIÇÃO
 LIGAÇÃO A QUATRO FIOS
 Uma fonte de corrente (I) alimenta a termorresistência
 Um voltímetro (com alta resistência de entrada) pode efetuar a medida
de tensão diretamente sobre a termorresistência
 A corrente no circuito é mantida constante, independente da
resistência da fiação de conexão

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PRINCÍPIO DE MEDIÇÃO
 LIGAÇÃO A QUATRO FIOS
 Essa configuração é pouco utilizada na indústria, pois o RTD deve ser
especial (alta potência)
 Aplicação mais frequente em laboratório

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EXERCÍCIOS GERAIS
1) Considere o esquema da figura anexa, conhecendo a tensão
de alimentação (Vcc), a tensão medida (Vg) e a resistência
R2, pede-se:
a) Calcular a resistência do RTD (R1), admitindo ponte desequilibrada,
R3=R4 e desprezando as perdas RL1 e RL2;
b) Nas condições do item anterior, calcule R1 considerando as perdas nos
fios de conexões simétricos (RL1=RL2=RL);
c) Admitindo que o valor real do RTD seja de 200 , RL = 1 ; R2= 100 
e Vcc=+6 V, calcule o erro de medição, caso seja utilizada a equação
obtida no item (a).
 Respostas:

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EXERCÍCIOS GERAIS
2) A ponte ilustrada é utilizada em laboratório para
medir a resistência desconhecida R1. Admita que
R2, R3 e R4 sejam reostatos. Ajustes para levar a
ponte ao equilíbrio indicaram que os valores das
resistências são R1=12Ω, R2=6,0 Ω e R3=2,0 Ω.

a) determine R4;
b) qual o valor da corrente
elétrica no gerador (Ig), se
sua resistência interna (r)
vale 0,2Ω?

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EXERCÍCIOS GERAIS
3) Fechando-se a chave K no circuito esquematizado
abaixo, determine o valor de Rx, de modo que o
galvanômetro G não acuse corrente.

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EXERCÍCIOS GERAIS
4) Uma maneira de se determinar indiretamente a velocidade do vento é medir o
seu efeito em algum processo físico. Por exemplo, a taxa com que um objeto
aquecido resfria-se depende da velocidade do vento ao qual ele é exposto. No
intuito de idealizar um anemômetro (instrumento capaz de medir a velocidade
do vento) sem partes móveis, considere que um condutor de níquel-cromo
aquecido pela passagem de corrente elétrica, como mostrado no circuito da
figura a seguir, seja exposto ao vento. Para cada valor de velocidade do vento,
existe um valor da resistência R3 que torna nula a diferença de potencial entre
os pontos A e B. Dessa forma, pode-se associar o valor de R3 à velocidade do
vento a ser medida, permitindo a determinação desta. Para que esse
instrumento possa ser utilizado, ele é submetido a uma regulagem prévia,
chamada de calibração, em que o valor de R3 é ajustado de forma a se obter
diferença de potencial nula entre os pontos A e B na condição de temperatura
ambiente conhecida e ausência de vento. Considerando que, na situação acima,
R1=10 Ω, R2=20 Ω e a calibração do anemômetro tenha sido feita em um dia
quente e, sabendo-se ainda, que a resistência de um condutor aumenta com a
elevação da sua temperatura, julgue os itens abaixo quanto às suas veracidades:

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EXERCÍCIOS GERAIS
a) Se, em uma determinada situação, a resistência do condutor de níquel-cromo for
igual a 3Ω, então, para que não haja diferença de potencial entre os pontos A e B,
a resistência R3 deverá ser ajustada para o valor de 6 Ω
b) Em um dia frio, o anemômetro proposto medirá uma velocidade do vento acima
do seu valor real.
c) Para que o anemômetro funcione corretamente, R3 deve ser uma função
crescente da velocidade do vento.
d) Se a resistência do condutor de níquel-cromo em uma determinada situação for
de 2 Ω, e a diferença de potencial entre os pontos A e B for nula, então a
resistência equivalente do circuito medida a partir dos pontos C e D será maior
que 6 Ω.

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EXERCÍCIOS GERAIS
5) Alguns tipos de sensores piezorresistivos podem ser usados na confecção
de sensores de pressão, baseados em pontes de Wheatstone. Suponha que
o resistor Rx do circuito da figura seja um piezorresistor com variação de
resistência dada por Rx=k.P+10  , sendo P a pressão. Usando este
piezorresistor na construção de um sensor para medir pressões na faixa de
0,10 atm a 1,0 atm, assinale a faixa de valores do resistor R1 (mínimo e
máximo) para que a ponte de Wheatstone seja balanceada.
São dados: R2= 20Ω, R3=15Ω, k=2,0.10-4 Ω/Pa.

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EXERCÍCIOS GERAIS
6) O circuito apresentado está sendo utilizado para determinar a temperatura de
óleo em um reservatório, no qual está inserido um resistor de fio de tungstênio
RT. O resistor variável R é ajustado automaticamente de modo a manter a ponte
sempre em equilíbrio, passando de 4,00 Ω (situação anterior) para 2,00 Ω
(situação atual). Sabendo que a resistência varia linearmente com a
temperatura e que o coeficiente linear de temperatura para o tungstênio vale
α= 4,00 x 10-3 °C-1, calcule a variação da temperatura do óleo.

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REFERÊNCIAS
 Pazoz, Fernando. Automação de Sistemas &
Robótica. Axel Books.
 Omega. Manual de Referência Técnica de
Temperatura.
 Thomazini, Daniel; Albuquerque, Pedro. Sensores
industriais – Fundamentos e Aplicações. 4 ed., Érica.

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