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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI

CAMPUS ALTO PARAOPEBA

RAFAELA ALVES CORDEIRO LARA

ESTUDO DE CASO: TALUDE PONTE NOVA

OURO BRANCO - MG
DEZEMBRO-2015
RAFAELA ALVES CORDEIRO LARA

ESTUDO DE CASO: TALUDE PONTE NOVA

. Trabalho de Conclusão de Curso


(TCC) apresentada à Coordenação
do Curso de Graduação em
Engenharia Civil da Universidade
Federal de São João del-Rei, como
requisito parcial para a obtenção
do título de Bacharel em
Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Me. Tales


Moreira de Oliveira

OURO BRANCO - MG
DEZEMBRO-2015
RAFAELA ALVES CORDEIRO LARA

ESTUDO DE CASO: TALUDE PONTE NOVA

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentada à Coordenação do Curso de Graduação


em Engenharia Civil da Universidade Federal de São João del-Rei, como requisito parcial
para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Aprovado em ____ / ____ / ________

COMISSÃO EXAMINADORA:

__________________________________________
Prof. Me. Tales Moreira de Oliveira
Orientador / UFSJ

__________________________________________
Prof. Me. Paulo Borges
Avaliador / UFSJ

__________________________________________
Prof. Me. Tales Moreira de Oliveira
Avaliador / UFSJ
RESUMO

O Solo Grampeado é um método de contenção e reforço de taludes. O processo consiste em


escavação do solo na face desejada, execução dos chumbadores (grampos), instalação de drenos
e a projeção do concreto. Este trabalho descreve o emprego da técnica de Solo Grampeado para
estabilização de taludes ou escavações, que vêm se destacado nas obras de contenção no Brasil
e no mundo, pela sua boa viabilidade técnica-econômica. Serão abordados os elementos que o
constitui e alguns métodos de dimensionamento, para comparação de seus resultados, visando
sempre a segurança e economicidade do projeto. A partir do estudo de caso referente à estrutura
de contenção em solo grampeado realizada na cidade de Ponte Nova-Minas Gerais. Os
parâmetros de projeto e fatores de segurança foram determinados. Foram feitas diversas
análises para se determinar o comprimento, espaçamento e diâmetro do grampo. As análises
foram feitas por três métodos: Juran, U.S Forest Service e através do software Slide.

Palavra-chave: Solo Grampeado. Estruturas de Contenção. Métodos de análise. Taludes. Muro de


Flexão.
ABSTRACT

Soil Stapled is a containment method and reinforcement of embankments. The process consists
of soil excavation in the desired face, running the anchor bolts (clamps), drains installation and
projection of concrete.
This paper describes the use of Soil Stapled technique for stabilizing slopes or excavations,
which have been highlighted in the containment works in Brazil and abroad, for its good
technical and economic feasibility. Will discuss the elements that constitute and some design
methods for comparison of its results, always aiming at the economic viability of the project.
From the case study of the containment structure in soil nailing held in the city of Minas Gerais
New-Bridge. The design parameters and safety factors were determined. Various analyzes were
made to determine the length, spacing and diameter of the clip.
Analyses were performed by three methods: Juran, US Forest Service and through Slide
software.

Keyword: Soil Stapled . Containment structures. Methods of analysis . Slopes . Bending wall.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1-Detalhamento talude ...................................................................................... 13


Figura 2-Círculo de Mohr ............................................................................................. 17
Figura 3-Círculo de Mohr nos estados de tensão em repouso, ativo e passivo. ........... 20
Figura 4- Diagrama empuxo de terra por Coulomb...................................................... 21
Figura 5- Muro de flexão com fundação direta em "L" ................................................ 24
Figura 6-Muro de flexão com estaca inclinada em "T" ................................................ 25
Figura 7-Muro com contraforte .................................................................................... 26
Figura 8- Aplicações de técnica do solo grampeado .................................................... 27
Figura 9- Chumbadores e grampos de plástico reforçado ............................................ 28
Figura 10-Escavação do solo ........................................................................................ 29
Figura 11-Detalhes dos grampos injetados ................................................................... 30
Figura 12-Etapas construtivas....................................................................................... 32
Figura 13-Detalhe dreno profundo ............................................................................... 33
Figura 14-Detalhe dreno de paramento ........................................................................ 34
Figura 15-Mobilização de esforços nos grampos nas zonas ativa e passiva ................ 35
Figura 16-Determinação de TN, para grampos perfeitamente flexíveis. ....................... 38
Figura 17-Dados de Atrito Unitário em grampos ......................................................... 39
Figura 18-Solução para grampos perfeitamente flexíveis ............................................ 39
Figura 19-Solução de Boussinesq para carga distribuída ............................................. 42
Figura 20-Detalhe dimensões muro de flexão .............................................................. 46
Figura 21-Detalhe grampo ............................................................................................ 47
Figura 22- Método de Bishop Simplified ..................................................................... 52
Figura 23- Método Ordinary / Fellenius ....................................................................... 53
Figura 24-Método Janbu Simplified ............................................................................. 53
Figura 25- Método Jambu ............................................................................................. 54
Figura 26- Método Spencer .......................................................................................... 54
Figura 27-Método Army Corps of Engineers #1 .......................................................... 55
Figura 28-Método Army Corps of Engineers #2 .......................................................... 55
LISTA DE QUADROS

Quadro 1-Classificação segundo Varnes e modificada por Cruden & Varnes (1996) . 15
Quadro 2- Classificação de movimento de massa segundo Augusto Filho 1992 ......... 16
Quadro 3-Métodos de equilíbrio limite ........................................................................ 23
Quadro 4-Especificações de projeto com grampos injetados ....................................... 31
Quadro 5-Metodo de análise e modelos de ruptura ...................................................... 36
LISTA DE TABELAS

Tabela 1-Parâmetros geotécnicos ................................................................................. 48


Tabela 2-Resumo resultados do método de Juran ........................................................ 50
Tabela 3-Resumo comparativo pelo método de U.S Forest Service ............................ 51
Tabela 4- Resultados análise de tombamento ............................................................... 51
Tabela 5-Resultados análise de deslizamento ............................................................... 52
Tabela 6- Resumo resultados finais .............................................................................. 56
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 11

1.1 OBJETIVO ..................................................................................................... 12

1.1.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................. 12

1.1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ........................................................................ 12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 13

2.1 CONCEITO DE TALUDES ........................................................................... 13

2.2 MOVIMENTOS DE MASSA ........................................................................ 13

2.2.1 TIPOS DE MOVIMENTOS DE MASSA ................................................ 14

2.3 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS ................................. 17

2.3.1 CRITÉRIOS DE RUPTURA .................................................................... 17

2.3.2 ENSAIOS DE RESITÊNCIA AO CISALHAMENTO DO SOLO .......... 18

2.4 EMPUXOS DE TERRA ................................................................................. 19

2.4.1 TEORIA DE RANKINI ............................................................................ 20

2.4.2 TEORIA DE COULOMB ......................................................................... 21

2.5 ESTABILIDADE DE TALUDE .................................................................... 22

2.6 ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO ............................................................... 23

2.7 MUROS DE FLEXÃO ................................................................................... 24

2.8 SOLO GRAMPEADO .................................................................................... 26

2.8.1 PROCEDIMENTO EXECUTIVO ........................................................... 28

2.8.2 DRENAGEM ............................................................................................ 33

2.8.3 MÉTODOS DE ANÁLISE ....................................................................... 34

3 METODOLOGIA .................................................................................................. 45

3.1 DESCRIÇÃO DA ÀREA DE ESTUDO ........................................................ 45

3.2 ESTUDOS REALIZADOS ............................................................................ 45

3.3 METODOLOGIA DE DIMENSIONAMENTO ............................................ 47

4 RESULTADOS ...................................................................................................... 48
4.1 PARÂMETROS GEOTECNICOS ADOTADOS .......................................... 48

4.2 APLICAÇÃO MÉTODO DE JURAN ........................................................... 48

4.3 APLICAÇÃO MÉTODO DE U.S FOREST SERVICE ................................ 50

4.4 APLICAÇÃO SOFTWARE SLIDE ............................................................... 52

4.5 DISCUSSÃO .................................................................................................. 56

5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 57

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 58

ANEXO A- MÉTODO DE U.S FOREST .................................................................... 60

ANEXO B- PROJETO ARQUETETÔNICO .............................................................. 66


1 INTRODUÇÃO

A importância da execução de estruturas de contenção em solos com potencial de


instabilidade vem aumentando com o tempo em nosso país. O crescimento das cidades e
consequentemente a ação antrópica na geomorfologia terrestre tem gerado possíveis situações
de riscos e desastres incluindo perdas de vidas humanas.

São antigos os problemas relacionados a processo de instabilidade em comunidades


instaladas em áreas de risco. No Brasil a um grande número de cidades com históricos de
ocorrência de movimentos de massa com vítimas fatais e danos materiais. Para a execução
destas estruturas, foram desenvolvidos, ao longo dos séculos, métodos construtivos que buscam
contrapor os empuxos do terreno, visando a verificação da possibilidade dos processos de
instabilidade do terreno.

Um dos métodos, adotados em obras de contenção hoje no Brasil é a técnica de solo


grampeado, em que o reforço do maciço é obtido por meio de grampos resistentes à tensões de
tração, esforços cortantes e momentos de flexão.

Nesse trabalho apresenta-se um estudo de caso para um talude localizado na cidade de


Ponte Nova, onde a ação antrópica levou ao aparecimento de condições propícias à ocorrência
de processos de instabilização. Essa área será submetida a estudos de resistência ao
cisalhamento do solo, movimentos de massa, empuxos de terra e análise dos tipos de contenções
adequadas.

O estudo e considerações sobre os problemas de estabilidade de taludes podem ser


divididos em quatro fases: estudo de investigação, elaboração do projeto, execução das obras e
monitoramento. O exposto neste trabalho aborda estudo e teoria relativo a primeira e a segunda
fase de Estudos de Taludes, com um estudo técnico sobre o dimensionamento do solo
grampeado.

Tomando como base o material fornecido pelo projetista de uma contenção, pretende-
se, revisar e analisar o dimensionamento do o reforço em solo grampeado para a referida obra.

11
1.1 OBJETIVO

1.1.1 OBJETIVO GERAL

Este trabalho visa contribuir com o estudo de estabilidade de maciços terroso, através
de reforço de maciço por solo grampeado, enfocando no comportamento de um talude na cidade
de Ponte Nova-MG. Pretendeu-se também contribuir com o estudo de investigação geológica-
geotécnica deste maciço.

A partir dos parâmetros de resistência e propriedades físicas do solo obtidos, foi possível
realizar analises pelo software Slide 5.0.1.4 e outros métodos, além de avaliar os possíveis
procedimentos para a estabilização do talude de forma satisfatória, verificando o estudo por
diferentes métodos de dimensionamento.

1.1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

O trabalho tem como objetivo especifico os seguintes itens:

Analisar os esforços atuantes no talude;


 Analisar os tipos de contenções adequadas, e suas vantagens;
 Dimensionar uma estrutura de contenção em solo grampeado;
 Criar um projeto para estabilizar o talude Ponte Nova.

12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 CONCEITO DE TALUDES

A denominação que se dá a toda superfície inclinada que delimita um maciço rochoso é


talude. Ele pode ser de enconsta, ou construído pelo homem. Os taludes naturais denominados
encostas podem ser constituídos por solos residuais e/ou coluvionares, além das rochas e os
taludes construídos pelos homens resultam de cortes em encostas, de escavações ou de
lançamentos de aterros. (Gerscovich D. M., 2012; Dyminski, 2007)

Figura 1-Detalhamento talude

Fonte: DYMINSKI,2007

2.2 MOVIMENTOS DE MASSA

Define-se como movimento de massa o deslocamento de materiais da encosta sobre o


efeito apenas da gravidade, sem o intermédio de agentes independentes tais como água corrente,
vento ou gelo. Estes movimentos decorrentes em encostas com sentido descendentes, podem
ocorrer em forma de fluxo lento quase imperceptível ou em forma de fluxo rápido em que, ao
contrário do primeiro é comum a deformação interna do conjunto deslocado. (Argento, 2011;
Veloso, 2006)

Segundo Castro (2006) os movimentos de massa em zonas urbanas são responsáveis por
inúmeros problemas que resultam em danos materiais significativos e algumas vezes, em
13
vítimas fatais. Com a finalidade de mapear as áreas mais susceptíveis aos movimentos, diversos
estudos sobre o assunto veem sendo realizados. No Brasil, alguns locais já possuem um plano
de defesa civil para evitar e/ou minimizar os transtornos causados por movimentos de massa.

2.2.1 TIPOS DE MOVIMENTOS DE MASSA

A diversas classificações para os movimentos de massa tem como objetivo agrupar o


tipo de movimento a um conjunto de características, tais como, o material envolvido, velocidade
e direção do movimento, profundidade e extensão, a geomorfologia local e ambiente climático,
entre outros. Existem várias propostas de classificações (Vernes 1958,1978; Hutchinson, 1968;
Guidicini Nieble, 1983), sendo a de Vernes a mais utilizada internacionalmente, conforme
apresentado no Quadro 1 (Castro, 2006).

O IPT (1991) propôs uma classificação bastante simplificada, baseada em ambientes


tropicais em que os movimentos de massa são subdivididos em: rastejos (“creep”),
escorregamentos (“slides”), quedas (“falls”) e corridas (“flows”). Essa classificação tem ênfase
na descrição do tipo de processo do movimento, com as principais características do material e da
encosta. O Quadro 2 mostra esta classificação.

14
Quadro 1-Classificação segundo Varnes e modificada por Cruden & Varnes (1996)

TIPO DE MOVIMENTO TIPO DE MATERIAL

SOLOS (sob o ponto de vista da


ROCHA engenharia)

Textura grossa Textura fina


QUEDAS Queda de Queda de Queda
rocha detritos de terra
TOMBAMENTOS Tombame Tombame Tomba
nto de nto de mento
rocha detritos de terra
ESCORREGAMENTO ROTACIONAL Poucas unidades Abatiment Abatiment Abatime
S o de rocha o de nto de
detritos terra
Blocos rochosos Blocos de detritos Blocos de terra
TRANSLACIONAL Muitas unidades Rocha Detritos Terra
Rocha Detritos Terra
EXPANSÕES LATERAIS Rocha Detritos Terra
FLUXOS Rocha Detritos Terra
(rastejo (rastejo de
profundo) solo)
COMPLEXOS (Combinação de dois ou mais dos principais tipos de movimento)
Fonte: ARAÚJO, 2004

15
Quadro 2- Classificação de movimento de massa segundo Augusto Filho 1992
PROCESSOS CARACTERÍSTICA DO
MOVIMENTO/MATERIAL/GEOMETRIA
RASTEJO (CREEP)
• Vários planos de deslocamento (internos);
• Velocidades muito baixas a baixas (cms/ano)
e decrescentes com a profundidade;
• Movimentos constantes, sazonais ou
intermitentes;
• Solo, depósitos, rocha alterada/fraturada;
• Geometria indefinida

ESCORREGAMENTOS (SLIDES)
• Poucos planos de deslocamento (externo);
• Velocidades médias (m/h) a altas (m/s);
• Pequenos a grandes volumes de material;
• Geometria e materiais variáveis: Planares:
Solos pouco espessos, solos e rochas com um
plano de fraqueza; Circulares: Solos espessos
homogêneos e rochas muito fraturadas; Em
cunha: Solos e rochas com dois planos de
fraqueza.

QUEDAS (FALLS)
• Sem planos de deslocamento;
• Movimento tipo queda livre ou em plano
inclinado;
• Velocidades muito altas (vários m/s);
• Material rochoso;
• Pequenos a médios volumes;
• Geometria variável: Lascas, placas, blocos
etc..
• Rolamento de matacão;
• Tombamento

CORRIDAS (FLOWS)
• Muitas superfícies de deslocamento
• Movimento semelhante ao de um líquido
viscoso;
• Desenvolvimento ao longo das drenagens;
• Velocidades médias a altas;
• Mobilização de solo, rocha, detritos e água;
• Grandes volumes de material;
• Extenso raio de alcance, mesmo em áreas
planas.

Fonte: ARAÚJO, 2004

16
2.3 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS

Para Das (2007) a resistência ao cisalhamento de uma massa de solo é a resistência


interna por área unitária que a massa de solo pode oferecer para resistir a rupturas e
deslizamentos ao longo de qualquer plano no seu interior. Deve-se entender a natureza da
resistência ao cisalhamento para analisar os problemas de estabilidade de solo, tais como
capacidade de carga, estabilidade de taludes e pressão lateral em estruturas de contenção.

2.3.1 CRITÉRIOS DE RUPTURA

Para Gerscovich (2010) a ruptura é um estado de tensões arbitrário, o qual é escolhido


na curva tensão x deformação. Em geral trabalha-se com o conceito de Envoltória de ruptura
(ou de resistência) a qual define o lugar geométrico dos estados de tensão na ruptura. Assim
sendo, estados de tensão inferiores aos da envoltória correspondem a situações de estabilidade.

A região acima da envoltória corresponde a estados de tensão impossíveis de ocorrer. A


ruptura ocorre quando no plano de ruptura a combinação das tensões normais e cisalhantes é
tal que a tensão de cisalhamento é máxima. Esta combinação de tensões, avaliada através do
círculo de Mohr, resulta em uma envoltória curva que circunscreve os círculos correspondentes
à ruptura definidas pela equação de Coulomb. A Figura 2 mostra o círculo de Mohr.
(Gerscovich D. M., 2010)

𝜏𝑟 = 𝑐 + 𝜎′ × 𝑡𝑔ϕ (1)

Figura 2-Círculo de Mohr

Fonte: GERSCOVICH, 2010

17
Onde a resistência ao cisalhamento do solo se determina através das componentes

c :coesão do solo (kPa);

𝜎′ : tensão efetiva (kPa);

ϕ : ângulo de atrito entre as partículas do solo (°).

Gerscovich (2010) ressalta a importância de se observar o solo, para análise de sua


envoltória de ruptura, pois esta varia em função do tipo de ensaio, da coesão e do ângulo de
atrito variam com:

 Condições de drenagem;
 Velocidade de ensaio (argilas);
 Direção do ensaio (solo anisotropico);
 Trajetória de tensões (variação de 𝜎);
 Compacidade da amostra

Segundo Marangon (2005) os parâmetros c e ϕ, definidores da resistência interna ao


cisalhamento dos solos terão que ser determinados, na maioria dos casos, em laboratório nas
condições mais desfavoráveis previstas para o período de utilização de cada projeto específico.
Os ensaios buscam representar o rompimento de uma seção em relação a uma outra contígua,
medindo as tensões de ruptura capazes de identificar, nas condições do projeto, sua resistência
ao corte.

2.3.2 ENSAIOS DE RESITÊNCIA AO CISALHAMENTO DO SOLO

A resistência ao cisalhamento do solo segundo Das (2007) é usualmente determinada


em laboratório através de uma série de ensaios como:

 Ensaio de cisalhamento direto;


 Ensaio triaxial;
 Ensaio de cisalhamento simples;
 Ensaio triaxial de deformação plana;
 Ensaio de cisalhamento anular ou ring shear.

Sendo os dois primeiros ensaios os mais usuais para a determinação de parâmetros da


resistência ao cisalhamento.
18
Para Marangon (2005) a retirada de amostras indeformadas implica, apesar de todos os
cuidados e expedientes sofisticados, numa possível deformação da amostra, procura-se, mais
modernamente, executar ensaios “in situ” capazes de traduzir as reais características de
resistências das camadas. Dentre os ensaios “in situ” mais empregados no Brasil para
determinação de parâmetros de resistência ao cisalhamento e de deformabilidade no campo
destacam-se:

 Ensaio de palheta ou "Vane Shear Test";


 Ensaio de penetração estática do cone (CPT) ou "Deepsoundering";
 Ensaio pressiométrico (câmara de pressão no furo de sondagem).

Além desses, no caso de fundações são executadas provas de carga que, traduzirão,
especificamente, as resistências do solo frente às características do elemento estrutural na
transmissão de carga. O ensaio de CPT e “Vane test” têm por objetivo a determinação da
resistência ao cisalhamento do solo, enquanto o ensaio pressiométrico visa estabelecer uma
espécie de curva de tensão-deformação para o solo investigado. (Maragon, 2005)

2.4 EMPUXOS DE TERRA

Entende-se por empuxo de terra a ação horizontal produzida por um maciço terroso
sobre as estruturas com ele em contado. É fundamental na análise e projeto de obras como
muros de arrimo, cortinas em estacas pranchas, cortinas atirantados, escoramentos de
escavações em geral, construções em subsolos, encontros de pontes, entre outras situações
semelhantes a estas. (Gerscovich ,2010; Marangon, 2008)

O assunto é complexo na mecânica dos solos, e várias teorias foram estudadas, mas
nenhuma geral e rigorosa pode ser elaborada. As teorias clássicas foram formuladas por
Coulomb (1773) e Rankini (1856), e aprimoradas por Poncelet, Culmann, Rebhann, Krey, e
mais modernamente, criticadas e estudadas por Caquot, Ohde, Terzagui, Brinch Hanse entre
outros autores. (Caputo, 1977)

As teorias clássicas utilizadas para a determinação dos empuxos de terra são baseadas
no equilíbrio limite. Admite-se neles que a cunha de solo situada em contato com a estrutura de
suporte esteja num dos possíveis estados de plastificação, ativo ou passivo. Estas teorias são

19
aplicadas sobre a cunha que tenta se deslocar da parte fixa do maciço e podem ser estudadas
com base nas análises de equilíbrios de corpos rígidos. (Vilar & Bueno, 2004)

2.4.1 TEORIA DE RANKINI

A teoria de Rankini se aplica para solos com atrito, coesão e sobrecarga uniformemente
distribuídos, cujas fórmulas podem também ser deduzidas a partir de considerações geométricas
baseadas no círculo de Mohr. Para esta teoria admite que não há atrito entre o maciço e a
estrutura de contenção, resultando assim em valores que não correspondem à realidade, porém
a favor a segurança se tratando de empuxo ativo. A Figura 3 demostra o círculo de Mohr
(Caputo, 1977; Ranzini & Jr, 1998)

Figura 3-Círculo de Mohr nos estados de tensão em repouso, ativo e passivo.

Fonte: VILAR & BUENO, 2004

Onde as componentes do círculo de Mohr são:

𝜎ℎ : tensão horizontal (kPa);

𝜎𝑣 : tensão vertical (kPa);

ϕ : ângulo de atrito entre as partículas do solo (°).

20
2.4.2 TEORIA DE COULOMB

A Teoria de Coulomb (1776) de empuxo de terra segundo Gerscovichi (2014) baseia-se


na teoria de equilíbrio limite; isto é, na existência de uma superfície de ruptura, e difere-se da
teoria de Rankini pois admite a existência de atrito solo-muro. Para determinar os empuxos de
terra pelo método de Coulomb, define-se inicialmente que a superfície de ruptura é plana. No
caso ativo, a curvatura é pequena e o erro envolvido é desprezível, mas para o caso passivo,
entretanto, o erro em se arbitrar superfície plana é de acordo com o ângulo de atrito do solo-
muro. A Figura 4 mostra o diagrama do empuxo de terra.

Figura 4- Diagrama empuxo de terra por Coulomb

Fonte: GERSCOVICH, 2014

Onde a tensão de cisalhamento do solo se determina através das componentes:

𝜎: tensão normal (kPa);

cw:: coesão do solo (kPa);

τw: tensão de cisalhamento (kPa);

ϕ : ângulo de atrito entre as partículas do solo (°).

21
2.5 ESTABILIDADE DE TALUDE

A análise de estabilidade de taludes atualmente baseiam-se na hipótese de haver


equilíbrio numa massa de solo, tomada como um corpo rígido plástico, na iminência de entrar
em um processo de escorregamento. Em geral as análises são realizadas pela comparação de
tensões cisalhantes mobilizadas com a resistência ao cisalhamento resistente do material,
definindo assim um fator de segurança. (Gerscovich,2014; Massad,2010)

A determinação do valor admissível para o fator de segurança depende, entre de outros


fatores, das consequências de uma eventual ruptura em termos de perdas humanas e/ou
econômicas considerados pela NBR 11682 com a finalidade de cobrir as incertezas naturais das
diversas etapas de projeto e construção, dependendo dos riscos envolvidos. (ABNT–Associação
Brasileira de Normas Tecnicas, 2006)

Os métodos de análises de estabilidade de taludes consideram a massa do solo como um


todo (Método do Círculo de Atrito), ou subdividida em lamelas (Método Sueco), ou em cunhas
(Método das Cunhas). O quadro 3 mostra os métodos de equilíbrio limite. (Massad, 2010)

Baseados no conceito de equilíbrio limite, os suecos desenvolveram os métodos de


análise e constataram que as linhas de ruptura eram aproximadamente circulares e que os
deslizamentos ocorriam de tal modo que o solo se instabilizava em fatias ou lamelas, com as
faces verticais. A definição de círculo de atrito e a divisão da massa do solo em lamelas já eram
praticadas desde 1916 por suecos, o que Fellenius fez na década de 1930, foi estender a análise
para levar em conta também a resistência ao cisalhamento do solo. (Onodera, 2005)

Evidentemente não se conhece a posição da linha de ruptura, mas segundo Massad


(2010) a linha de ruptura ou linha crítica à qual está associado ao coeficiente de segurança
mínimo, se consegue através de tentativas. Os recursos computacionais vem facilitando essa
tarefa.

22
Quadro 3-Métodos de equilíbrio limite

MÉTODO DE EQUILIBRIO LIMITE

- Método sueco Método de Fellenius


Método de Bishop Simplificado
Método de Morgenstern-Price
Método de Janbu Simplified
Método de Spencer
Método de Army Corps of Engineers #1
Método de Army Corps of Engineers #2
Método de Lowe-Karafiath
- Método das cunhas
Fonte: adaptado MASSAD (2010)

2.6 ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO

Entende-se por estruturas de contenção obras que uma vez implantadas em um talude
oferecem resistência a movimentação deste ou a sua ruptura, ou ainda reforcem uma parte do
maciço, para resistir aos esforços tendentes a instabilização da encosta. (Mattos, 2009)

A seguir algumas definições dos processos executivos segundo os autores Ranzini & Jr
(1998) e Reffatti (2002)

 Contenção é toda estrutura destinada a manter as condições de equilíbrio alterada


por algum tipo de escavação, corte ou aterro, contrapondo os empuxos ou
tensões geradas em maciços.
 Cortinas são contenções ancoradas ou apoiadas em outras estruturas,
caracterizadas por uma deslocabilidade.
 Muros são estruturas de contenção constituídas de parede vertical ou quase
vertical, apoiada numa fundação rasa ou profunda. Eles podem ser: de gravidade,
atirantados, de flexão, mistos, de contraforte, de gabião entre outros.
 Escoramentos são estruturas provisórias executadas para possibilitar a
construção de outras obras Os escoramentos são compostos dos seguintes
elementos: paredes, longarinas, estroncas e tirantes.
 Reforço de terreno são construções onde se introduz materiais ao solo com a
finalidade de melhorar sua resistência para suportar as tensões geradas por um
nível abrupto. Alguns exemplos: solos reforçados, terra armada e o solo
grampeado.
23
2.7 MUROS DE FLEXÃO

Os muros de arrimo são divididos em dois tipos, muros de gravidade (concreto


ciclópico, pedras, gabiões e pneus) e muros de flexão (com ou sem contrafortes). (Alves, 2011)

O DNIT (2005) reforça que os muros de flexão podem ou não ter contrafortes, sua seção
transversal pode tem o formato de “L” ou “T invertido”, sendo constituídos de alvenaria
estrutural, com alturas relativamente pequenas e ou concreto armado tendo a possibilidade de
fundação direta ou profunda, conforme Figura 5 e 6.

Figura 5- Muro de flexão com fundação direta em "L"

Fonte: DNIT (2005)

24
Figura 6-Muro de flexão com estaca inclinada em "T"

Fonte: DNER (2005)

Em geral os muros de flexão são construídos em concreto armado e para as alturas acima
de 5 a 7 metros se tornam antieconômicos. Sua base apresenta largura entre 50 a 70% da altura
final do muro, e quando em alturas maiores torna-se necessário o emprego de vigas de
enrijecimento. Ou seja adota-se contrafortes para aumentar a estabilidade contra o tombamento.
Para a laje de base interna, ou seja, sob o retro aterro, os contrafortes devem ser adequadamente
armados para resistir a esforços de tração. No caso de laje externa ao retro aterro, os contrafortes
trabalham à compressão. Esta configuração se torna menos usual, pois acarreta perda de espaço
útil a jusante da estrutura de contenção. Os contrafortes são em geral espaçados de cerca de
70% da altura do muro. A Figura 7 mostra um muro com contrafortes. (Gerscovich, 2014)

Gerscovich (2014) ainda resalta que esses tipos de muros de flexão podem também ser
ancorados na base com tirantes ou chumbadores (rocha) para melhorar sua condição de
estabilidade. Isto será aplicada quando na fundação do muro ocorre material competente (rocha
sã ou alterada) e quando há limitação de espaço disponível para que a base do muro apresente
as dimensões necessárias para a estabilidade.

25
Figura 7-Muro com contraforte

Fonte: SOPE ENGENHARIA(2012)

2.8 SOLO GRAMPEADO

O solo grampeado define-se por um reforço obtido através da inclusão de elementos


resistentes à flexão composta, conhecido como grampos, que podem ser barras de aço, barras
sintéticas de ação cilíndrica ou retangular, micro estacas, ou em caso excepcionais estacas. Os
grampos são instalados sub-horizontalmentes e devem introduzir esforços resistentes de tração
e cisalhamento. (Leal, 2004)

A técnica de solo grampeado para estabilização de taludes de escavações através de


reforço de solo in situ é bastante prática e eficiente. Foi empregada no Brasil intuitivamente por
construtores de túneis desde 1970, mas apenas recentemente foi divulgada. Em 1972 foi
empregada pela primeira vez na França com o nome de sol cloué (Toudic, 1975) e desde então
tem sido aplicada na Alemanha (Stocker et al, 1979 e 1990; Gässler,1991), Canadá (Fannin et
al., 1991 e Plumelle et al., 1990) e Grâ-Bretanha (Bruce et al., 1986), entre outros. (Ortigão &
Palmeira, 2001)

26
A conferência de Paris de 1979 sobre o reforço de solo para o projeto de solo grampeado,
junto com os franceses e alemães apresentaram métodos de concepção em que muito dos
modelos atuais são baseados. Junto com a evolução dos modelos e o acúmulo de experiências
o comprimento dos grampos reduziram significativamente em relação aos projetos anteriores.
(Finney, 1998; Ortigão & Palmeira, 2001)

Os muros de solo grampeado têm sido adotados em taludes naturais, ou previamente


escavados, e em escavações, onde as condições de estabilidade não são satisfatórias. Para o
corte, o solo natural adjacente à escavação é reforçado com o intuito de suportar as
profundidades, normalmente, a instalação de cortinas estacas ou paredes moldadas, ancoradas
ou escoradas. A Figura 8 mostra as técnicas do solo grampeado. (Maxwell, 2006)

Figura 8- Aplicações de técnica do solo grampeado

Fonte: GEORIO(1999)

27
A pesquisa por novos materiais sintéticos e compostos tem levado a utilização de
plásticos reforçado por fibras (FRP-Fiber reinforced plastics). As barras de FRP como mostra
a Figura 9, são produzidas por um processo denominado pultrusão e o produto final apresenta
grande resistência a tração (3 vezes maior que o aço) e de baixo peso especifico, mas com custos
elevados, sendo recomendado apenas a ambientes de extrema agressividade. (Maxwell, 2006)

Figura 9- Chumbadores e grampos de plástico reforçado

Fonte: J A R Ortigão (2001)

2.8.1 PROCEDIMENTO EXECUTIVO

a) Escavação

Antes de qualquer escavação deve se evitar que a água flua para dentro da superfície
escavada e promova a sua instabilidade. A escavação do solo é realizada mecanicamente ou
manualmente, devendo-se observar a altura máxima permitida, visando manter a estabilidade
provisória do terreno até a instalação final dos grampos. A face escavada não deve ser muito
irregular para minimizar as quantidades de concreto projetado. Em muitos casos, a situação
mais crítica em relação à parede instável ocorre durante a construção, as menores margens de
segurança podem ocorrer quando o corte da escavação é aberto, e está temporariamente sem
suporte; isto é, antes dos grampos. Deve-se então ficar atento aos primeiros sinais de
instabilidade durante a construção tais como abaulamento, descamação, e deformação
excessiva do perfil do solo escavado. Ao ser observados os primeiros sinais de instabilidade da
parede, deve-se rapidamente aterrar com uma berma de equilíbrio temporária. O comprimento

28
exposto de uma escavação deve ser limitada e pode ser estabilizado e coberta com concreto
projetado durante um turno de trabalho. A Figura 10 mostra a escavação do solo. (AASHTO,
2015)

Figura 10-Escavação do solo

Fonte: AASHTO (2015)

b) Perfuração do solo

Os grampos podem ser instalados após a escavação, por percussão ou por perfuração e
injeção sem pressão. A percussão consistem em cravar barras ou perfis metálicos esbeltos com
o auxílio de martelete pneumático, o que leva a um processo de execução muito rápido, mas
com baixa resistência ao cisalhamento do contato solo-grampo, sendo valores da ordem de 30
a 40 kPa em solos arenosos. Os solos que contém pedregulhos e solos muito resistentes não
podem ser executados esse tipo de processo, pois a cravação dos grampos se torna muito difícil.
(Ortigão & Palmeira, 2001)

c) Introdução dos elementos resistentes


 Grampos injetados

Maxwell (2006), classifica os grampos de acordo com a sua execução em dois tipos ,
perfuração simples ou duplos. A perfuração simples é realizada a trado ou com equipamento
motorizado e nem sempre há necessidade de revestimento das paredes do furo. A perfurção

29
dupla é realizada através de sonda rotativa combinada com a técnica de percussão e em seguida
o revestimento do furo.

Para a perfuração utiliza-se água ou ar comprimido, e afim de evitar o rompimento do


furo pode-se adotar lama betonítica, porém a lama não deve interferi no atrito entre o solo e o
sistema de grampos. A lavagem da cavidade com calda de cimento geralmente evita esse efeito,
mas é aconselhável uma maior frequência nos ensaios de arranchamento do grampo.

Após a perfuração segue-se à instalação e fixação das barras de aço, estas para facilitar
sua centralização adota-se centralizadores, e preenche-se os vazios com um fluido cimentante
qualquer, geralmente calda de cimento ou resinas (materiais rochosos). A Figura 11 mostra com
detalhes um grampo injetado, e o Quadro 4 descreve as especificações do projeto com grampos.

Figura 11-Detalhes dos grampos injetados

Fonte: adaptado de ABMS/ABEF (1999)

30
Quadro 4-Especificações de projeto com grampos injetados

Item Descrição
Limpeza do furo Em solos secos é realizada a seco e com ar
comprimido, durante a perfuração. Em solos
úmidos, o equipamento de perfuração deve
utilizar água ou outro fluido na lavagem.
Aditivos O espansor de calda de cimento é um aditivo
que evita a retração, e consequentimente, a
diminuição do atrito solo-grampo. Outro
aditivo recomendado é o acelerador de cura,
que reduz os prazos de execução do reforço.
Tubo lateral de injeção Deve ser obrigatório especialmente em
grampos longos (L>3), para garantir o
preenchimento adequado do furo.
Espaçadores ou Centralizadores Os espaçadores podem ser fabricados na
própria obra com tubos de PVC e instalados
a cada 3m ao longo da barra de aço,
garantindo a sua centralização no furo.
Fonte: adaptado de Ortigão (1997)

 Grampos cravados

Os grampos cravados são resultados da cravação diretas das barras, cantoneiras ou tubos
de aço, a qual pode ser feita por equipamentos ou manualmente. Esta pratica não é brasileira, e
não deve ser empregada quando há ocorrência de pedregulhos, sendo inconveniente no caso de
argilas, pois o atrito resultante é muito baixo. Em solos muito resistentes como saprolitos de
granito e gnaisses não se deve adotar devido à dificuldade de cravação dos grampos. (Maxwell,
2006)

d) Proteção da superfície

A proteção da superfície se faz necessário, devido à susceptibilidade de erosões e


deslizamentos dos taludes causados pela pluviosidade local e intempéries naturais. O
revestimento de concreto é o mais usual em casos de fácil acesso, onde há facilidade em
transportar os equipamentos.

A armadura pode ser constituída de tela metálica ou fibras de aço, sendo esta última
uma alternativa mais recente. A fibras de aço são misturadas ao concreto como um agregado, e
tem como vantagens a velocidade de execução, a redução do volume, além de um melhor
controle sobre a espessura da camada. (Franco, 2010; Ortigão & Palmeira, 2001)

A Figura 12 mostra todas as etapas construtivas de execução solo grampeado.

31
Figura 12-Etapas construtivas

Fonte: CLOUTERRE (1991)

32
A técnica mais comum se assemelha a execução de ancoragens de barra: perfura-se o
terreno com o diâmetro entre 50 a 100 mm, introduz-se uma barra de aço com diâmetro 25 a
32mm, seguido de injeção de nata de cimento com pressões baixas, inferiores a 100 kPa.
(Ortigão & Palmeira, 2001)

2.8.2 DRENAGEM

A drenagem de um solo grampeado é um aspecto muito importante, pois deve prevenir


a geração de poropressão no talude, além de proteger a face de danos causados pela presença
de água. Divide-se a drenagem em dois tipos, profunda ou superficial, a drenagem profunda
como mostra a Figura 13 é feita por meio de drenos sub-horizontais com diâmetros variando
entre 40 e 50mm e os diâmetros de suas respectivas perfurações variam entre 60 e 100mm.
(Maxwell, 2006)

Figura 13-Detalhe dreno profundo

Fonte: Maxwell(2006)

A drenagem superficial, é realizada com drenos localizados atrás do revestimento de


concreto e podem ser de dois tipos: barbacã que é realizado através da escavação de uma
cavidade de 40x40x40cm, e pode ser preenchida por areia ou brita, ligada através de um tubo
de PVC perfurado revestido com manta geotêxtil, ou drenos de parâmeto, como mostra Figura
14, que pode ser descrito como uma calha plástica ondulada revestida de uma manta geotêxtil
numa escavação de 10x30cm, instalado na direção vertical da crista até o pé do talude. (Franco,
2010)

33
Figura 14-Detalhe dreno de paramento

Fonte: Maxwell(2006)

2.8.3 MÉTODOS DE ANÁLISE

A análise de comportamento dos grampos tem como objetivo obter um fator de


segurança adequado para garantir sua estabilidade, e baseia-se em uma divisão do solo em duas
zonas como mostra a Figura 15, uma próxima a superfície denominada ativa, limitada pela
superfície potencial de ruptura e outra zona localiza-se logo após a primeira e é denominada
zona passiva, onde os grampos estão localizados. (Franco, 2010)

As forças que atuam no grampo considera-se aplicadas no ponto de interseção entre o


grampo e a superfície de ruptura e têm como base critérios de ruptura na estrutura grampeada
e no conjunto solo-grampo. (Franco, 2010)

34
Figura 15-Mobilização de esforços nos grampos nas zonas ativa e passiva

Fonte: Maxwell(2006)

Os métodos de análise diferem-se quanto a forma da superfície de ruptura, quanto ao


método de cálculo de equilíbrio das forças atuantes e quanto a sua natureza. O Quadro 5 abaixo
demostra os diversos métodos de análise e modelos de ruptura. (Maxwell, 2006)

35
Quadro 5-Metodo de análise e modelos de ruptura

Fonte: adaptado de Ortigão (1997)

36
A seguir descreve- os métodos de análise Juran, U.S.Forest Service, e software Slide.

 Método de Juran et al. (1990)

A metodologia apresentada por Juran et al. (1990), conhecida como uma solução
análise-limite cinemática, é uma proposta para o cálculo de solo grampeado. Parte desta
metodologia trata da questão referente ao dimensionamento do comprimento de ancoragem do
grampo. Portanto necessário, o conhecimento da tensão cisalhante no contato entre solo e
grampo. Este método admite superfície em forma de espiral logarítmica, e pode ou não levar
em conta a resistência ao cisalhamento e à flexão do grampo.

O espaçamento entre grampos é calculado em função da resistência à tração normalizada


do grampo:

𝑇
𝑇𝑁 = 𝛾×𝐻𝑠𝐷 ×𝑠 (2)
𝑉 ℎ

Onde:

TD é resistência à tração admissível do grampo (resistência à tração da barra de aço


dividida por um fator de segurança ≥ 2);

γ é peso específico do solo (kN/m³);

H é altura da estrutura, (m)

sv e sh são espaçamentos vertical e horizontal entre grampos (usualmente admitidos


iguais), respectivamente. (m)

Através da Figura 16 abaixo e de posse dos valores de c, γ, H, e ϕ, obtém-se os valores


de TN, para grampos perfeitamente flexíveis.

37
Figura 16-Determinação de TN, para grampos perfeitamente flexíveis.

Fonte: adaptado de Juran (1986)

A carga na cabeça do grampo (p/ dimensionamento estrutural da face) pode ser


determinado adotando como sendo 0,85 x carga máxima no grampo, e o comprimento dos
grampos é calculado por:

𝐿 𝐿𝑎 𝑁 𝑇
= + 𝐹 (𝜋×𝜇 ) (3)
𝐻 𝐻

Com

𝑢𝑙𝑡×𝐷𝜏
𝜇 = 𝛾×𝑠 (4)
×𝑠 𝑉 ℎ

Onde:

L é o comprimento total do grampo, (m)

La é o comprimento do grampo na zona ativa, (m)

F é fator de segurança contra ruptura por ancoragem,

𝜏𝑢𝑙𝑡 é a aderência entre grampo e solo. (kPa)

Para a definição da aderência entre os grampos, deve-se saber o tipo de solo onde será
construída a estrutura e através da Figura 17 abaixo determina-se 𝜏𝑢𝑙𝑡 .

38
Figura 17-Dados de Atrito Unitário em grampos

Fonte: adaptado Maxwell (2006)

A Figura 18 abaixo e de posse dos valores de c, γ, H, e ϕ, obtém-se os valores de La/H,


para grampos perfeitamente flexíveis.

Figura 18-Solução para grampos perfeitamente flexíveis

Fonte: adaptado de Juran (1986)

 Método de U.S.Forest Service

Este método é um dos mais difundidos e empregados por sua facilidade de aplicação,
ele adota a hipótese de equilíbrio limite, e foi desenvolvido por STEWARD et al. (1977).
Considera-se a estrutura em situação de colapso iminente, quando na verdade o solo grampeado
trabalha distante desta situação. Admite-se a face do talude tanto vertical como inclinada, e sua
superfície de ruptura é considerada com uma inclinação de 45+ϕ/2, onde divide o maciço em
uma zona ativa e outra resistente, sendo “ϕ” o ângulo de atrito do solo.

39
Quando não adotado sobrecarga, a distribuição de tensões horizontais no solo é descrita
pela seguinte equação e considerada linear:

𝜎′𝑥 = 𝐾 × 𝛾 × 𝑧 (5)

Onde:

σ'x – Tensão horizontal efetiva (kN/m²)

K – Coeficiente de empuxo

γ – Peso específico do solo (kN/m³)

z – Profundidade considerada (m)

O coeficiente “K” é correspondente ao solo em repouso. Para a obtenção da tração


máxima nos grampos admite-se a força de tração máxima em qualquer grampo como produto
tensão horizontal do grampo pelo espaçamento vertical e horizontal. Através da seguinte
fórmula obtém cada linha horizontal de grampos:

𝑇𝑑 = 𝜎′𝑥 × 𝑆𝑣 × 𝑆𝐻 × 𝐹𝑆𝑔 (6)

SV – Espaçamento vertical entre grampos (m);

SH – Espaçamento horizontal entre grampos (m);

Td – Força de tração de projeto do grampo (kN);

FSg – Fator de segurança global da estrutura (entre 1,3 e 1,5).

Através da fórmula de arrancamento determina-se a resistência a tração de projeto do


grampo.

𝜋×𝑑×(𝜎𝑛 ×tan 𝜑+𝑐′)×𝐿𝑒


𝑇𝑅𝑑 = (7)
𝐹𝑆𝑎

Onde:

TRd – Resistência à tração do grampo (kN);

d – Diâmetro de perfuração do grampo (m);

c’ – Coesão efetiva do solo (kN/m²);

φ – Ângulo de atrito do solo (°);

40
Le – Comprimento na zona resistente do solo (m);

FSa – Fator de segurança ao arrancamento (entre 1,3 e 1,5);

σn – Dado pela equação a seguir:

𝜎𝑍
𝜎𝑛 = (1 + 𝐾𝐿 ) × (8)
2

KL – Dado pela equação abaixo:

1+𝐾𝑎
𝐾𝐿 = (9)
2

σz – Tensão geostática vertical no meio do grampo (kN/m²);

Ka – Coeficiente de empuxo horizontal no estado ativo.

Assim a equação abaixo demostra uma relação para obter o fator de segurança de
interação solo-grampo:

𝑇𝑅𝑑
𝐹𝑆 = (10)
𝑇𝑑

A equação a seguir é para se determinar o acréscimo de tensões devido à sobrecarga


distribuída:
𝑞
∆𝜎𝑧 = 𝜋 × [sin 𝛽 + (𝛽 × cos(𝛽 + 2 × 𝛿))] (11)

Onde:

∆σz – Tensão vertical no solo devido à sobrecarga na profundidade z (kN/m²)

q –sobrecarga distribuída (kN/m²)

β e δ–ângulo como demostrados na Figura 19

41
Figura 19-Solução de Boussinesq para carga distribuída

Fonte: Campos (2015)

Assim o fator de segurança pela ruptura da barra é verificado pela equação 12 a seguir:

𝐴𝑠 ×𝑓𝑦𝑑
𝐹𝑆 = 𝜎′ (12)
𝑥 ×𝑆𝑣 ×𝑆𝐻

Onde:

As – Área transversal de aço (m²);

fyd – Tensão de escoamento de projeto do aço (kN);

SV – Espaçamento vertical entre grampos (m);

SH – Espaçamento horizontal entre grampos (m);

σ'x – Tensão horizontal efetiva no grampo (kN/m²);

O fator de segurança deve obedecer aos limites recomendados, sendo 1,50;

Além da análise de ruptura da barra, também deve-se fazer a análise de estabilidade


externa da estrutura, quanto ao tombamento e deslizamento da estrutura.

A verificação quanto ao tombamento se dá com o equilíbrio dos momentos na base do


muro.

42
𝑃×𝑎
𝐹𝑆𝑡 = 𝐸×𝑦 (13)

Onde:

P – peso próprio do muro (kN/m);

E – resultante do empuxo horizontal do solo (kN/m);

y– Distâncias entre o pé do muro e a resultante do empuxo (m).

Para a verificação do fator de segurança quanto ao deslizamento considera-se o


equilíbrio das forças horizontais no muro, como mostra a seguinte equação:

𝑁′×tan 𝜙
𝐹𝑆𝑑 = (14)
𝐸×cos 𝛿

Onde:

N’ – Resultante de tensões vertical na base do muro (kN/m²);

ϕ – Ângulo de atrito (°);

E – Empuxo horizontal do solo (kN/m);

δ – Ângulo de atrito solo-muro (°).

 Software Slide

O software Slide realiza análises de estabilidade de taludes, determinando fatores de


segurança através de métodos de equilíbrio limite. O software dispõe da aplicação de diversos
métodos de análise desenvolvidos com base na subdivisão da massa potencialmente instável
em fatias e na determinação do fator de segurança através da relação entre o esforço resistente
na base das fatias e o esforço solicitante. A diversos métodos de hipóteses simplificadoras
adotadas sendo eles:

 Ordinary / Fellenius
 Bishop Simplified
 Janbu Simplified
 Spencer
 Army Corps of Engineers #1
 Army Corps of Engineers #2
43
 Lowe-Karafiath
 GLE / Morgenstern-Price

O fator de segurança para os métodos de análise devem ser superiores a 1,0, e


recomenda-se o valor de 1,5 para análise de estabilidade global. (Rocscience, 2015)

44
3 METODOLOGIA

3.1 DESCRIÇÃO DA ÀREA DE ESTUDO

O presente trabalho realizou um estudo de caso para um talude localizada na Av.


Custódio Silva, 1465, Centro-Ponte Nova- MG.O objetivo desta obra era garantir a estabilidade
do talude, através de um muro de flexão armado com talude em solo grampeado para a
construção de uma edificação.

3.2 ESTUDOS REALIZADOS

Para a determinação dos parâmetros geotécnicos do terreno, realizou-se estudos sobre a


topografia do terreno, estudo geológicos-geotécnicos e análise dos projetos arquitetônicos.

 Características topográficas

O levantamento topográfico do perfil de solo foi realizado pela empresa TOPFLEX


Topografia Agrimensura Engenharia Ltda, em uma área de 691,36m².

 Aspectos geológicos-geotécnicos

Para se obter o perfil geológico geotécnico do local foram realizadas soldagem a


percussão, divididos em três etapas: perfuração, medição de resistência à penetração e
amostragem, e ainda a classificação do material pelo método táctil-visual de acordo com a
norma da ABNT NBR 7250/82.

Para o perfil analisado fez-se necessário três furos para definir seu perfil geotécnico. As
sondagens com ensaio de SPT, foram executadas segundo a norma da ABNT NBR 6484/96. O
nível d’água não foi identificado durante a sondagem.

O perfil de solo também passou por ensaios de cisalhamento direto, realizado pelo
departamento de Engenharia Civil e Laboratório de Geotecnia da Universidade Federal de
Viçosa em 24 de setembro de 2014.

 Características da Estrutura de Contenção Analisada

O projeto da edificação analisada possui uma área de 494,05m², sendo a extensão da


estrutura de contenção em solo grampeado 51,84 m. A estrutura em solo grampeado analisado
será executado acima de um muro de flexão armado, com 8,0 m de altura, os grampos para
45
emprego do solo grampeado será constituídos por barras de aço nervuradas com diâmetro de
25mm, barras amarradas nos grampos de diâmetro de 12,5mm, e com espaçadores tipo
DYWIDAG a cada um metro amarrado com arame nas extremidades e faceamento em concreto
projetado com tela de aço. As Figuras 20 e 21 mostram os detalhes do muro de flexão e dos
grampos.

Figura 20-Detalhe dimensões muro de flexão

Fonte: Gestão Engenharia-projeto arquitetônico (2015)

46
Figura 21-Detalhe grampo

Fonte: Gestão Engenharia-projeto arquitetônico (2015)

Os grampos deverão possuir tratamento anticorrosivos, e serão injetados por perfuração


e uma inclinação 15° em relação a horizontal A drenagem será do tipo barbacã com tubos de
PVC, espaçados a cada 3,0 metros na horizontal e na vertical, revestido com telha de NYLON
e vedação com argamassa. Em anexo encontra-se os projetos arquitetônicos da estrutura de
contenção.

3.3 METODOLOGIA DE DIMENSIONAMENTO


Este trabalho buscou implementar a concepção do solo grampeado baseado nos
métodos:

 Juran (1990);
 U.S.Forest Service (1977)
 Software Slide (Versão: 5.0.1.4)

Para determinar o melhor uso, estudou-se de forma comparativa as respostas para os


diferentes métodos, de posse do melhor resultado executou-se o projeto do solo grampeado
apresentado.

47
4 RESULTADOS

4.1 PARÂMETROS GEOTECNICOS ADOTADOS

A partir dos ensaios realizados foi possível determinar os parâmetros a serem adotados
para os cálculos de análises de estabilidade da estrutura de contenção. Como mostra a Tabela
1, abaixo.

Tabela 1-Parâmetros geotécnicos

Parâmetro Valor Ensaio


Peso especifico natural do solo (kN/m³) 13,67 Cisalhamento direto
Ângulo de atrito efetivo (°) 18,0 Cisalhamento direto
Coesão (kPa) 20,0 Cisalhamento direto

Os demais dados de projetos, foram calculados de acordo com os métodos de análise


aplicados, conforme será visto a seguir. Para cada método foi feito variações dos seguintes
parâmetros: espaçamento vertical, espaçamento horizontal e comprimento dos grampos. Tal
variação tem por objetivo avaliar o fator de segurança na estrutura grampeada. No item 4.5 será
apresentada a comparação dos resultados obtidos para cada método. A seguir será realizada a
aplicação prática dos métodos de análises apresentados no item 2.

4.2 APLICAÇÃO MÉTODO DE JURAN

Para a análise pelo método de Juran, adotou-se: grampos de 25mm de diâmetro (ϕ), a
tensão resistência à tração admissível do grampo (TD ) de 80kN, e o fator de segurança contra
ruptura por ancoragem (F) de 2. Os resultados finais encontram-se na Tabela 2, abaixo.

48
Tabela 2-Resumo resultados do método de Juran

Juran
H 12,00 m
γ 13,67 kN/m³
C 20,00 kPa
ϕ 18,00 °
C/γH 0,12
Aco CA 500,00 MPa
τadm 310559,01 MPa
ϕbarra 25,00 mm
TD 80,00 kN
TN 0,13 -
SV=SH 1,94 m
m 0,07
tult 150,00 kPa
F 2,00
La/H 0,58
La 6,96
L/H 0,59
L 7,03

Onde:

TD é resistência à tração admissível do grampo (resistência à tração da barra de aço


dividida por um fator de segurança ≥ 2);

TN é resistência ao cisalhamento admissível do grampo;

γ é peso específico do solo;

c é a coesão efetiva do solo;

H é altura da estrutura;

Sv e Sh são espaçamentos vertical e horizontal entre grampos (usualmente admitidos


iguais), respectivamente;

ϕ é o ângulo de atrito efetivo;

L é o comprimento total do grampo;

La é o comprimento do grampo na zona ativa;

F é fator de segurança contra ruptura por ancoragem;

49
𝜏𝑢𝑙𝑡 é a aderência entre grampo e solo;

ϕbarra é o diâmetro da barra;

σadm é a tensão admissível da barra de aço;

4.3 APLICAÇÃO MÉTODO DE U.S FOREST SERVICE

 Análise estabilidade interna

Para o cálculo do fator de segurança da estrutura grampeada, e para o cálculo da tração


máxima nos grampos, considerou-se que o diâmetro de perfuração para a introdução dos
grampos é de 76,2mm (3”). A cunha de deslizamento para o estado ativo foi calculada com o
ângulo de 36°(45-18/2) com a vertical. Para determinar o comprimento de ancoragem dos
grampos, mediu-se o comprimento total dos grampos que se encontram dentro da zona ativa
resistente, delimitada pelo ângulo da cunha de deslizamento.

Para o cálculo dos coeficientes de segurança na ruptura no estado ativo e passivo


utilizou-se a teoria de Rankine, a fim de descrever as tensões horizontais atuantes na estrutura
grampeada.

As tabelas detalhadas para as seções se encontram em anexo. A Tabela 3 abaixo resume


os resultados finais para atender o fator de segurança mínimo de 1,5 em todos os cortes.

Quando analisado para o mesmo espaçamento adotado no software Slide de 1,20m, os


fatores de segurança encontram-se abaixo do mínimo permitido, como mostra a tabela 4.

Tabela 3-Resumo resultados do método de US. Forest Service

Cortes Sv(M) Sh(m) FS


AA 0,5 0,5 3,27
BB 0,5 0,5 3,76
CC 0,5 0,5 3,98
DD 0,5 0,5 3,98
EE 0,5 0,5 3,98
FF 0,5 0,5 3,98
GG 0,5 0,5 3,21
HH 0,5 0,5 2,17
II 0,5 0,5 1,73
JJ 0,5 0,5 2,73

50
Tabela 4-Resumo comparativo pelo método de U.S Forest

Cortes Sv(M) Sh(m) FS


AA 1,2 1,2 0,57
BB 1,2 1,2 0,65
CC 1,2 1,2 0,65
DD 1,2 1,2 0,69
EE 1,2 1,2 0,69
FF 1,2 1,2 0,69
GG 1,2 1,2 0,54
HH 1,2 1,2 0,38
II 1,2 1,2 0,30
JJ 1,2 1,2 0,47

 Análise de Ruptura da barra

Considerando a máxima tensão horizontal nos grampos, como a maior tensão horizontal
da estrutura analisada tem-se 103,76 kN/m², e adotando as barras compostas por aço CA-50
com o diâmetro de 25mm, pode-se calcular o fator de segurança devido a ruptura da barra pela
equação 12:

(0,025² × 𝜋/4) × (500000⁄1,15)


𝐹𝑆 = = 8,22
103,76 × 0,5 × 0,5

FS>1,5, assim o FS obedece aos limites recomendados.

 Análise estabilidade externa

As verificações quanto ao tombamento e deslizamento, foram realizadas como descrito


no capítulo 2. As Tabelas 5 e 6, apresentam os resultados para o muro na seção mais crítica, e
pode-se observar que os fatores de segurança atendem aos valores recomendados de 1,50 para
o tombamento, e 2,0 para o deslizamento.

Tabela 5- Resultados análise de tombamento

Tombamento
Altura P (kN) E (kN) a b FSt
8 3920,228 231,8432 8,83 4,175 35,76195
.

51
Tabela 6-Resultados análise de deslizamento

Deslizamento
Altura N(kN) tg (φ) E (kN) FSt
8 3920,228 0,32492 231,8432 5,494054

4.4 APLICAÇÃO SOFTWARE SLIDE

O software analisou a estabilidade global da estrutura de contenção grampeada. Para


simular a influência dos grampos foi criado no software a região mais crítica da estrutura, e
adotando os valores padrões de tração máxima da barra 80 kN e tensão máxima de
arrancamento dos grampos 150 kN, foi possível definir valores de espaçamento e tamanho dos
grampos para um fator de segurança adequado a estrutura. As Figuras de 24 a 30 mostram os
resultados para os diversos métodos de hipóteses simplificadoras adotadas pelo software slide.

Adotou-se espaçamento de 1,20m para vertical e horizontal, e o comprimento de 9,0m,


para os grampos.

Figura 22- Método de Bishop Simplified

Fonte: Slide (2015)

52
Figura 23- Método Ordinary / Fellenius

Fonte: Slide (2015)

Figura 24-Método Janbu Simplified

Fonte: Slide (2015)

53
Figura 25- Método Jambu

Fonte: Slide (2015)

Figura 26- Método Spencer

Fonte: Slide (2015)

54
Figura 27-Método Army Corps of Engineers #1

Fonte: Slide (2015)

Figura 28-Método Army Corps of Engineers #2

Fonte: Slide (2015)

55
Analisando os diferentes hipóteses adotou-se o menor fator de segurança de 1,436
obtido através do método de Método de Janbu Simplified.

4.5 DISCUSSÃO

A partir dos resultados obtidos para os diferentes métodos estudados anteriormente


apresentado, foi possível comparar os fatores de segurança. Observa-se que o método de Juran
resultou em um maior espaçamento dos grampos e um menor comprimento, assim como o
método de Janbu Simplified. Já o método de U.S Forest Service mostrou-se mais
conservacionista e resultou em um menor espaçamento entre os grampos e um maior diâmetro,
sendo assim o método mais inviável. A Tabela 7 resume os três métodos de análise.

Tabela 7- Resumo resultados finais

Método Espaçamento Comprimento Diâmetro do FS


entre grampos grampo grampo
Juran 1,94 7,03 25,0 2,0
U.S Forest 0,5 9,0 25,0 0,3
Service
Janbu Simplified 1,2 9,0 25,0 1,4

De acordo com o resultado obtido pela aplicação do software Slide, realizou-se o


detalhamento do projeto conforme pode-se verificar no projeto em anexo.

56
5 CONCLUSÃO

Este trabalho apresentou a verificação dos fatores de segurança de uma contenção


grampeada em projeto real. Nele podemos observar as diferenças nos parâmetros de projeto
para diferentes métodos de cálculo.

Pode se observar que para o método de US. Forest Service na maior parte dos pontos
do talude o fator de segurança ficou acima do recomendado, mas em alguns pontos críticos o
muro estaria operando em valores próximos aos recomendados para o projeto.

O dimensionamento feito pelo software Slide analisou diferentes métodos, e obteve-se


a variação dos fatores de segurança de 1,436 a 1,964, para os mesmos parâmetros de projeto e
dados referentes ao grampo. O método de Janbu Simplified foi o que obteve o resultado mais
crítico.

Analisando todos os métodos de cálculo observou-se que o método de U.S Forest


Service foi o que resultou em menores espaçamentos verticais e horizontais, sendo um
método bastante conservador. Já o método de Juran obteve-se um menor comprimento do
grampo, mas um maior espaçamento entre eles

Adotou-se então os métodos do software Slide por segurança, pois o método de Juran
resultou em tamanhos de grampos muito menores que os demais, e o de U.S Forest Service
vai contra a economia do projeto.

Vale ressaltar que a favor da segurança foram adotados para análise o corte mais crítico,
baseado na topografia talude. Pode-se observar que conforme aumenta-se o comprimento, o
diâmetro dos grampos e diminui os espaçamentos na estrutura grampeada o talude torna-se mais
estável.

57
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ABNT–Associação Brasileira de Normas Tecnicas. (2006). NBR 11682 Estabilidade de


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58
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59
ANEXO A- MÉTODO DE U.S FOREST

Ka 0,53 Kl 0,765
Ko 0,69 ϒ 13,67

Corte AA

Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 8,91 0,5 0,5 3,07 15,89 35,78 11,67
2 2,00 18,86 8,87 0,5 0,5 6,13 31,77 42,93 7,00
3 3,00 28,30 8,82 0,5 0,5 9,20 47,66 49,96 5,43
4 4,00 37,73 9,00 0,5 0,5 12,26 63,54 58,39 4,76
5 5,00 47,16 9,00 0,5 0,5 15,33 79,43 65,81 4,29
6 6,00 56,59 9,00 0,5 0,5 18,39 95,31 73,22 3,98
7 7,00 66,03 9,00 0,5 0,5 21,46 111,20 80,64 3,76
8 8,00 75,46 9,00 0,5 0,5 24,52 127,08 88,05 3,59
9 9,00 84,89 9,00 0,5 0,5 27,59 142,97 95,47 3,46
10 10,00 94,32 9,00 0,5 0,5 30,65 158,85 102,88 3,36
11 11,00 103,76 9,00 0,5 0,5 33,72 174,74 110,30 3,27

Corte BB
Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 8,53 0,5 0,5 3,07 15,89 34,26 11,17
2 2,00 18,86 8,51 0,5 0,5 6,13 31,77 41,19 6,72
3 3,00 28,30 8,52 0,5 0,5 9,20 47,66 48,26 5,25
4 4,00 37,73 8,53 0,5 0,5 12,26 63,54 55,34 4,51
5 5,00 47,16 8,91 0,5 0,5 15,33 79,43 65,15 4,25
6 6,00 56,59 9,00 0,5 0,5 18,39 95,31 73,22 3,98
7 7,00 66,03 9,00 0,5 0,5 21,46 111,20 80,64 3,76

Corte CC
Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 7,36 0,5 0,5 3,07 15,89 29,56 9,64
2 2,00 18,86 7,86 0,5 0,5 6,13 31,77 38,04 6,20
3 3,00 28,30 8,16 0,5 0,5 9,20 47,66 46,22 5,03
4 4,00 37,73 8,35 0,5 0,5 12,26 63,54 54,17 4,42
5 5,00 47,16 8,63 0,5 0,5 15,33 79,43 63,10 4,12
6 6,00 56,59 9,00 0,5 0,5 18,39 95,31 73,22 3,98
7 7,00 66,03 9,00 0,5 0,5 21,46 111,20 80,64 3,76

60
Corte DD
Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 9,00 0,5 0,5 3,07 15,89 36,14 11,79
2 2,00 18,86 8,88 0,5 0,5 6,13 31,77 42,98 7,01
3 3,00 28,30 9,00 0,5 0,5 9,20 47,66 50,97 5,54
4 4,00 37,73 9,00 0,5 0,5 12,26 63,54 58,39 4,76
5 5,00 47,16 9,00 0,5 0,5 15,33 79,43 65,81 4,29
6 6,00 56,59 9,00 0,5 0,5 18,39 95,31 73,22 3,98

Corte EE
Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 9,00 0,5 0,5 3,07 15,89 36,14 11,79
2 2,00 18,86 9,00 0,5 0,5 6,13 31,77 43,56 7,10
3 3,00 28,30 9,00 0,5 0,5 9,20 47,66 50,97 5,54
4 4,00 37,73 9,00 0,5 0,5 12,26 63,54 58,39 4,76
5 5,00 47,16 9,00 0,5 0,5 15,33 79,43 65,81 4,29
6 6,00 56,59 9,00 0,5 0,5 18,39 95,31 73,22 3,98

Corte FF
Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 9,00 0,5 0,5 3,07 15,89 36,14 11,79
2 2,00 18,86 9,00 0,5 0,5 6,13 31,77 43,56 7,10
3 3,00 28,30 9,00 0,5 0,5 9,20 47,66 50,97 5,54
4 4,00 37,73 9,00 0,5 0,5 12,26 63,54 58,39 4,76
5 5,00 47,16 9,00 0,5 0,5 15,33 79,43 65,81 4,29
6 6,00 56,59 9,00 0,5 0,5 18,39 95,31 73,22 3,98

Corte GG
Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 8,44 0,5 0,5 3,07 15,89 33,89 11,06
2 2,00 18,86 8,20 0,5 0,5 6,13 31,77 39,69 6,47
3 3,00 28,30 8,04 0,5 0,5 9,20 47,66 45,54 4,95
4 4,00 37,73 7,84 0,5 0,5 12,26 63,54 50,86 4,15
5 5,00 47,16 7,64 0,5 0,5 15,33 79,43 55,86 3,64
6 6,00 56,59 7,43 0,5 0,5 18,39 95,31 60,45 3,29
7 7,00 66,03 7,49 0,5 0,5 21,46 111,20 67,11 3,13
8 8,00 75,46 7,92 0,5 0,5 24,52 127,08 77,49 3,16
9 9,00 84,89 8,36 0,5 0,5 27,59 142,97 88,68 3,21
10 10,00 94,32 8,79 0,5 0,5 30,65 158,85 100,48 3,28

61
Corte HH
Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 6,50 0,5 0,5 3,07 15,89 26,10 8,52
2 2,00 18,86 6,23 0,5 0,5 6,13 31,77 30,15 4,92
3 3,00 28,30 6,01 0,5 0,5 9,20 47,66 34,04 3,70
4 4,00 37,73 5,77 0,5 0,5 12,26 63,54 37,43 3,05
5 5,00 47,16 5,52 0,5 0,5 15,33 79,43 40,36 2,63
6 6,00 56,59 5,28 0,5 0,5 18,39 95,31 42,96 2,34
7 7,00 66,03 5,28 0,5 0,5 21,46 111,20 47,31 2,20
8 8,00 75,46 5,44 0,5 0,5 24,52 127,08 53,22 2,17
9 9,00 84,89 5,65 0,5 0,5 27,59 142,97 59,93 2,17
10 10,00 94,32 5,89 0,5 0,5 30,65 158,85 67,33 2,20

Corte II
Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 5,30 0,5 0,5 3,07 15,89 21,28 6,94
2 2,00 18,86 5,06 0,5 0,5 6,13 31,77 24,49 3,99
3 3,00 28,30 4,83 0,5 0,5 9,20 47,66 27,36 2,97
4 4,00 37,73 4,57 0,5 0,5 12,26 63,54 29,65 2,42
5 5,00 47,16 4,32 0,5 0,5 15,33 79,43 31,59 2,06
6 6,00 56,59 4,10 0,5 0,5 18,39 95,31 33,36 1,81
7 7,00 66,03 4,20 0,5 0,5 21,46 111,20 37,63 1,75
8 8,00 75,46 4,35 0,5 0,5 24,52 127,08 42,56 1,74
9 9,00 84,89 4,51 0,5 0,5 27,59 142,97 47,84 1,73
10 10,00 94,32 4,69 0,5 0,5 30,65 158,85 53,61 1,75

Corte JJ
Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 6,57 0,5 0,5 3,07 15,89 26,38 8,61
2 2,00 18,86 6,68 0,5 0,5 6,13 31,77 32,33 5,27
3 3,00 28,30 6,74 0,5 0,5 9,20 47,66 38,17 4,15
4 4,00 37,73 6,80 0,5 0,5 12,26 63,54 44,12 3,60
5 5,00 47,16 6,91 0,5 0,5 15,33 79,43 50,52 3,30
6 6,00 56,59 6,99 0,5 0,5 18,39 95,31 56,87 3,09
7 7,00 66,03 7,08 0,5 0,5 21,46 111,20 63,43 2,96
8 8,00 75,46 7,18 0,5 0,5 24,52 127,08 70,25 2,86
9 9,00 84,89 7,24 0,5 0,5 27,59 142,97 76,80 2,78
10 10,00 94,32 7,33 0,5 0,5 30,65 158,85 83,79 2,73

62
Cálculo pelo método de U.S Forest adotando os valores de espaçamentos horizontal e
vertical do software Slide 5.0

Ka 0,53 Kl 0,765
Ko 0,69 ϒ 13,67

Corte AA

Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 8,91 1,2 1,2 17,66 15,89 35,78 2,03
2 2,00 18,86 8,87 1,2 1,2 35,31 31,77 42,93 1,22
3 3,00 28,30 8,82 1,2 1,2 52,97 47,66 49,96 0,94
4 4,00 37,73 9,00 1,2 1,2 70,63 63,54 58,39 0,83
5 5,00 47,16 9,00 1,2 1,2 88,29 79,43 65,81 0,75
6 6,00 56,59 9,00 1,2 1,2 105,94 95,31 73,22 0,69
7 7,00 66,03 9,00 1,2 1,2 123,60 111,20 80,64 0,65
8 8,00 75,46 9,00 1,2 1,2 141,26 127,08 88,05 0,62
9 9,00 84,89 9,00 1,2 1,2 158,92 142,97 95,47 0,60
10 10,00 94,32 9,00 1,2 1,2 176,57 158,85 102,88 0,58
11 11,00 103,76 9,00 1,2 1,2 194,23 174,74 110,30 0,57

Corte BB
Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 8,53 1,2 1,2 17,66 15,89 34,26 1,94
2 2,00 18,86 8,51 1,2 1,2 35,31 31,77 41,19 1,17
3 3,00 28,30 8,52 1,2 1,2 52,97 47,66 48,26 0,91
4 4,00 37,73 8,53 1,2 1,2 70,63 63,54 55,34 0,78
5 5,00 47,16 8,91 1,2 1,2 88,29 79,43 65,15 0,74
6 6,00 56,59 9,00 1,2 1,2 105,94 95,31 73,22 0,69
7 7,00 66,03 9,00 1,2 1,2 123,60 111,20 80,64 0,65

Corte CC
Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 7,36 1,2 1,2 17,66 15,89 29,56 1,67
2 2,00 18,86 7,86 1,2 1,2 35,31 31,77 38,04 1,08
3 3,00 28,30 8,16 1,2 1,2 52,97 47,66 46,22 0,87
4 4,00 37,73 8,35 1,2 1,2 70,63 63,54 54,17 0,77
5 5,00 47,16 8,63 1,2 1,2 88,29 79,43 63,10 0,71
6 6,00 56,59 9,00 1,2 1,2 105,94 95,31 73,22 0,69
7 7,00 66,03 9,00 1,2 1,2 123,60 111,20 80,64 0,65

63
Corte DD
Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 9,00 1,2 1,2 17,66 15,89 36,14 2,05
2 2,00 18,86 8,88 1,2 1,2 35,31 31,77 42,98 1,22
3 3,00 28,30 9,00 1,2 1,2 52,97 47,66 50,97 0,96
4 4,00 37,73 9,00 1,2 1,2 70,63 63,54 58,39 0,83
5 5,00 47,16 9,00 1,2 1,2 88,29 79,43 65,81 0,75
6 6,00 56,59 9,00 1,2 1,2 105,94 95,31 73,22 0,69

Corte EE
Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 9,00 1,2 1,2 17,66 15,89 36,14 2,05
2 2,00 18,86 9,00 1,2 1,2 35,31 31,77 43,56 1,23
3 3,00 28,30 9,00 1,2 1,2 52,97 47,66 50,97 0,96
4 4,00 37,73 9,00 1,2 1,2 70,63 63,54 58,39 0,83
5 5,00 47,16 9,00 1,2 1,2 88,29 79,43 65,81 0,75
6 6,00 56,59 9,00 1,2 1,2 105,94 95,31 73,22 0,69

Corte FF
Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 9,00 1,2 1,2 17,66 15,89 36,14 2,05
2 2,00 18,86 9,00 1,2 1,2 35,31 31,77 43,56 1,23
3 3,00 28,30 9,00 1,2 1,2 52,97 47,66 50,97 0,96
4 4,00 37,73 9,00 1,2 1,2 70,63 63,54 58,39 0,83
5 5,00 47,16 9,00 1,2 1,2 88,29 79,43 65,81 0,75
6 6,00 56,59 9,00 1,2 1,2 105,94 95,31 73,22 0,69

Corte GG
Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 8,44 1,2 1,2 17,66 15,89 33,89 1,92
2 2,00 18,86 8,20 1,2 1,2 35,31 31,77 39,69 1,12
3 3,00 28,30 8,04 1,2 1,2 52,97 47,66 45,54 0,86
4 4,00 37,73 7,84 1,2 1,2 70,63 63,54 50,86 0,72
5 5,00 47,16 7,64 1,2 1,2 88,29 79,43 55,86 0,63
6 6,00 56,59 7,43 1,2 1,2 105,94 95,31 60,45 0,57
7 7,00 66,03 7,49 1,2 1,2 123,60 111,20 67,11 0,54
8 8,00 75,46 7,92 1,2 1,2 141,26 127,08 77,49 0,55
9 9,00 84,89 8,36 1,2 1,2 158,92 142,97 88,68 0,56
10 10,00 94,32 8,79 1,2 1,2 176,57 158,85 100,48 0,57

64
Corte HH
Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 6,50 1,2 1,2 17,66 15,89 26,10 1,48
2 2,00 18,86 6,23 1,2 1,2 35,31 31,77 30,15 0,85
3 3,00 28,30 6,01 1,2 1,2 52,97 47,66 34,04 0,64
4 4,00 37,73 5,77 1,2 1,2 70,63 63,54 37,43 0,53
5 5,00 47,16 5,52 1,2 1,2 88,29 79,43 40,36 0,46
6 6,00 56,59 5,28 1,2 1,2 105,94 95,31 42,96 0,41
7 7,00 66,03 5,28 1,2 1,2 123,60 111,20 47,31 0,38
8 8,00 75,46 5,44 1,2 1,2 141,26 127,08 53,22 0,38
9 9,00 84,89 5,65 1,2 1,2 158,92 142,97 59,93 0,38
10 10,00 94,32 5,89 1,2 1,2 176,57 158,85 67,33 0,38

Corte II
Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 5,30 1,2 1,2 17,66 15,89 21,28 1,21
2 2,00 18,86 5,06 1,2 1,2 35,31 31,77 24,49 0,69
3 3,00 28,30 4,83 1,2 1,2 52,97 47,66 27,36 0,52
4 4,00 37,73 4,57 1,2 1,2 70,63 63,54 29,65 0,42
5 5,00 47,16 4,32 1,2 1,2 88,29 79,43 31,59 0,36
6 6,00 56,59 4,10 1,2 1,2 105,94 95,31 33,36 0,31
7 7,00 66,03 4,20 1,2 1,2 123,60 111,20 37,63 0,30
8 8,00 75,46 4,35 1,2 1,2 141,26 127,08 42,56 0,30
9 9,00 84,89 4,51 1,2 1,2 158,92 142,97 47,84 0,30
10 10,00 94,32 4,69 1,2 1,2 176,57 158,85 53,61 0,30

Corte JJ
Linha de σh σn
Grampos Elevação (kN/m²) Le (m) Sv(m) Sh(m) Td(kN) (kN/m²) TRd(kN) FS
1 1,00 9,43 6,57 1,2 1,2 17,66 15,89 26,38 1,49
2 2,00 18,86 6,68 1,2 1,2 35,31 31,77 32,33 0,92
3 3,00 28,30 6,74 1,2 1,2 52,97 47,66 38,17 0,72
4 4,00 37,73 6,80 1,2 1,2 70,63 63,54 44,12 0,62
5 5,00 47,16 6,91 1,2 1,2 88,29 79,43 50,52 0,57
6 6,00 56,59 6,99 1,2 1,2 105,94 95,31 56,87 0,54
7 7,00 66,03 7,08 1,2 1,2 123,60 111,20 63,43 0,51
8 8,00 75,46 7,18 1,2 1,2 141,26 127,08 70,25 0,50
9 9,00 84,89 7,24 1,2 1,2 158,92 142,97 76,80 0,48
10 10,00 94,32 7,33 1,2 1,2 176,57 158,85 83,79 0,47

65
ANEXO B- PROJETO ARQUETETÔNICO

66

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