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ISOLAMENTO SOCIAL

Um Narrador da Live liga para as personagens em diferentes locais e situações,


todas da vida real onde estão por escolha, ou não, em um isolamento social.

Jogo de Cena, Eduardo Coutinho: https://www.youtube.com/watch?v=FaoUfAreFbM

Personagem 1: Mulher, 30 anos - Reunião N.A.

“Tinha 8 anos quando tomei o meu primeiro 'porre' de cerveja. Comecei a fumar cigarro e
maconha aos 12 anos. Desde a pré-adolescência tive interesse em me relacionar e
conviver com pessoas mais velhas para me sentir melhor do que as garotas da minha
idade. Aos 14, usei cocaína. Antes do uso das drogas vivi coisas na minha vida, como um
abuso sexual que fizeram viver como um personagem, por causa da vergonha e do medo.
Por muito tempo me destaquei como uma aluna nota 10, que me garantia a admiração e
aceitação social, mas meu egocentrismo me dizia que deveria controlar tudo na minha
vida. Me casei e fui mãe aos 21 anos, no terceiro ano de faculdade. Engravidei de novo e
meu segundo filho nunca nasceu por causa do uso descontrolado de várias substâncias.
Correr risco de morte era uma constante durante o período, mas o pior era minha
limitação: virei uma prisioneira das compulsões. Vivia para usar e usava para viver. Todo
dia, toda noite, com chuva e com sol eu estava usando. Comecei a fazer coisas que eu
jamais imaginei que faria.

É preciso muita coragem para mudar, daí precisamos tanto uns dos outros. Quando
admito que perdi para as drogas, começo o processo de ir contra o prazer que destrói.
Foi quando um amigo meu, que morreu de overdose, me apresentou o Narcóticos
Anônimos. Conheci o caminho para a recuperação há 3 anos, mas estou limpa só há 1 ano
e meio. As pessoas não sabem que este problema é uma doença mental e quando você
diz isto, todos procuram outras explicações mais plausíveis: falha de caráter, má vontade,
falta de Deus, culpa dos pais, traumas de infância, etc. É mais fácil ver o problema desta
forma, o próprio adicto tem dificuldades em acreditar que se trata de uma doença. É uma
doença comportamental, com sérios prejuízos sociais, inclusive. Foi o momento que eu
decidi seguir as sugestões dadas no tratamento e, quase que magicamente, minha vida só
tem melhorado a partir de então. Para isso, precisei sentir uma aceitação no nível mais
profundo e compreender que o mundo não me devia nada. Tem que querer muito. É
difícil, eu sei. Cada dia eu faço a decisão de não usar. Eu tenho o desejo, eu tenho a
vontade de ficar limpa. Com tudo isso aprendi a preservar a minha vida. A coisa mais
importante que tenho hoje é a minha vida. Eu procuro ser honesta comigo e com o
próximo, desvio de locais que possam ser de risco para a minha recuperação. Procuro
manter a boa vontade e a mente aberta.”


Fonte:https://www.minhavida.com.br/bem-estar/depoimentos/27308-10-dependentes-
quimicos-contam-sua-historia-de-luta-diaria-contra-as-drogas

Personagem 2: Mulher, 23 anos - Profissão online ou Webcam

“Trabalhar na cam é fantástico, porque eu não preciso ver pessoas, posso ficar no meu
mundo, na minha casa, ser quem eu sou, fumar, assistir a séries, ler, jogar, fazer tudo isso
enquanto espero meus clientes. E o melhor: eu faço meus próprios horários.
Conheço meninas que começam a perder o equilíbrio entre o personagem de camgirl e a
identidade real, e isso pode dar problemas. Para mim, é um trabalho e ponto. Desliguei a
webcam, acabou.
Eu trabalhei por duas semanas em um serviço nacional de camgirls e minha depressão,
que estava sob controle, voltou com tudo. Não faço mais atendimento a brasileiros nem
pagando muito bem. Brasileiros costumam ser desrespeitosos e nos tratam como objetos.
Vi uma reportagem sobre uma camgirl brasileira que estava tirando uma graninha boa por
fora de seus outros trabalhos. Na época eu estava juntando dinheiro e a partir da matéria
fui pesquisar para saber exatamente o que o trabalho envolvia. Camgirl no Brasil é vista
como uma garota que vai enfiar um vibrador onde o cliente pedir, mas ‘lá fora’ é diferente
- são garotas normais fazendo coisas normais, inclusive se masturbar, como se estivessem
à toa em casa, mas tendo sua intimidade mostrada a um público pela internet. Tem todo
tipo de homem com os fetiches mais estranhos, desde os ‘taradões’ até os que entram só
para conversar, toda camgirl certamente já deu uma de psicóloga. Muitos caras aparecem
apenas para conversar, e alguns realmente se importam com as meninas, o que é
superbacana. Atraio pessoas que respeitam suas próprias vontades e através da
reciprocidade de interesses mantemos um bom e eficiente convívio virtual.”

Fonte: https://canaltech.com.br/comportamento/sexo-pela-internet-quem-sao-e-o-que-pensam-as-
profissionais-do-sexo-virtual-63067/
Personagem 3 - Mulher, 30 anos - Retiro Espiritual ou Mosteiro

“A vocação é um chamado de Deus. É um mistério, é uma relação de amor com Deus que
entra na nossa vida e não dá para dizer que é algo humano, é algo divino. A clausura
pode assustar quem está de fora, para quem está aqui dentro não é um problema, a
gente até esquece, existem tantas coisas para viver aqui dentro. Precisamos de um
ambiente de solidão e de silêncio para rezar, para conseguirmos levar as necessidades do
mundo até Deus. Tem muitas mulheres que chegam numa idade mais madura, de 35 até
40 anos, então nós abrimos as portas para as que querem fazer um discernimento…
Começa com o postulado, noviciado e, no mínimo, seis anos de votos simples. Durante
esse tempo, se a irmã não quiser realizar os votos perpétuos, ela pode voltar para casa.
As irmãs que fazem os votos perpétuos também podem sair, mas é um processo mais
complicado que demora em média três anos, chamamos de exclaustração. São normas
que a Igreja fez para proteger nosso estilo de vida, totalmente dedicado à contemplação.
Nós precisamos desse distanciamento pra ter um ambiente de oração.

A grade para nós não é que nem na casa de vocês, para proteger dos ladrões. A grade
para nós é um sinal, uma aliança, demonstrando o nosso amor e o nosso compromisso
com Deus, com a Igreja e mais extensivo à humanidade. Para nós, é uma liberdade estar
longe de tudo isso.
Existe um peso muito grande em cima da mulher. Tem que usar salto alto, pintar unha,
cabelo, ter dois períodos de trabalho, encontrar tempo para fazer academia, cuidar dos
filhos, da casa, do marido, ter que competir com as outras mulheres o amor do marido e
ainda por cima ter que competir com o homem para dizer que é melhor que ele. Então,
para nós, é uma liberdade estar longe de tudo isso, a gente respira, podemos ser nós
mesmas. Brincamos que temos um marido que não trai nunca, que nos ama do jeito que
nós somos.
É uma casa com muita simplicidade, talvez muito mais simples que a de vocês. Antes, o
nosso ‘sim’ podia ser um destaque, ser uma honra. Hoje, a gente sabe que também é um
sinal de contradição, outros não entendem, alguns riem da nossa cara dizendo que
estamos perdendo tempo. Mas ao mesmo tempo ninguém pode dizer que o testemunho
não choca, ninguém passa por nós sem se questionar que Deus realmente existe e é isso
que a gente anuncia com a vida.
O preto é um sinal de luto, pois vivemos no luto da paixão de Jesus, não é um luto
doloroso, pelo contrário, é um sinal de gratidão pelo amor imenso como Deus nos amou. A
paixão é a maior manifestação do amor de Deus, maior até que a própria obra da criação.
[O preto] é para chocar, é como uma placa para indicar ao mundo e para nós a grandeza
do amor de Deus.”
Fonte:http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2017/03/e-uma-liberdade-diz-monja-que-vive-ha-30-
anos-em-mosteiro-de-sao-carlos.html

Outras Sugestões:
Músico, Artista Plástico, Escritor criando Solitário
Prisão
Hospital

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