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(1) Rodrigo Rodrigues da Cunha; (2) Juliano Cunha Nascimento; (3) José Raimundo Serra Pacha
(1) Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Pará - IFPA - Campus
Indústrial Marabá - PA, Engenheiro Civil Mestrando, Universidade Federal do Pará - PPGEC
(2) Engenheiro Civil Mineradora Vale (3 )Prof. Engenheiro Civil Msc UFPA/FACI
Augusto Correa S/N Guamá - Pará
Resumo
O desenvolvimento de um sistema de lajes mista madeira e concreto, utilizando garrafas
PET (Polietileno Tereftalato) como material de enchimento tem finalidade de reduzir
custos e contribuir para a diminuição do impacto ambiental provocado pelo descarte das
garrafas de maneira desordenada. As garrafas PET apresentam características favoráveis
para a utilização como material de enchimento de lajes. São leves, apresenta bom
comportamento a isolação acústica, boa resistência a desgaste, e boa propriedade
térmica. O dimensionamento desta laje segue os mesmos critérios das lajes treliçadas. A
única alteração diz respeito ao cálculo dos momentos de inércia nos estádios I, II e II0,
pois havendo a mesa inferior formada por elementos pré-fabricados, tem-se uma seção I,
que apresenta valores bem maiores para esses momentos, o que melhora o desempenho
dessa laje com relação às deformações. Assim, as flechas estimadas para essa
geometria de seção transversal têm valores bem maiores, verificando-se com maior
facilidade os estádios limites de utilização, principalmente com relação ao ELS-DEF, que
normalmente é responsável pela necessidade de se aumentar as alturas das lajes com
armação treliçada. O protótipo da laje proposta foi projetada e desenvolvido para um vão
de 5,00 m, altura de 17 cm, carga permanente de 1,20kN/m² e simplesmente apoiada em
vigas nas extremidades. O concreto utilizado tinha resistência à compressão aos 28 dias
de 30Mpa e o aço dimensionado CA50.
Abstract
The development of a system of mixed wood and concrete slabs using PET (Polyethylene
Terephthalate) as a filler has order to reduce costs and contribute to reducing the
environmental impact caused by dropping the bottles in a disordered manner. PET bottles
provide favorable characteristics for use as filler slabs. They are light, has good acoustic
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insulation performance, good wear resistance and good thermal property. The dimensions
of this slab follows the same criteria slabs lattice. The only change concerns the
calculation of moments of inertia in stages I, II and II0, because there the table below
formed by prefabricated elements, there is a section I, which has much higher values for
these moments, which improves the performance of this slab with respect to deformations.
Thus, the arrows estimated for this geometry cross section have higher values, checking in
with ease stages usage restrictions, especially regarding the ELS-DEF, which is usually
responsible for the need to increase the height of the slabs with lattice frame. The
prototype of the proposed slab was designed and developed for a span of 5.00 m, height
17 cm, permanent load of 1.20 kN / m² and simply supported beams at the ends. The
concrete used had compressive strength of 30MPa at 28 days and scaled steel CA50..
Keywords: slab, concrete, faci
1 INTRODUÇÃO
2 - AS LAJES PRÉ-FABRICADAS
4 - VANTAGENS
O sistema da forma como foi concebido, apresenta várias novidades, dentre as quais
destacam-se:
• as armaduras que compõem as seções resistentes à flexão são colocadas na obra;
• ancoragem eficiente das barras longitudinais;
• utilização de espigão PET perfeitamente encaixados, contribuindo
significativamente para a reutilização das garrafas PET de maneira sustentável;
• permite a variação do cobrimento, podendo ser usado em qualquer ambiente,
possibilitando a utilização de armaduras com diâmetros maiores e adequando-se
às exigências das normas pertinentes;
• obtém-se regiões maciças juntos aos apoios com facilidade, quando se faz
necessário;
• pode ser trabalhado com espigões PET de garrafas de 1,5l, 2l, 2,5l, trabalhando
assim, com lajes de alturas diferentes segundo a necessidade.
5 - DIMENSIONAMENTO DA LAJE
6 - MATERIAIS E MÉTODOS
A laje proposta foi projetada para um vão de 5,00 m, altura de 17 cm, carga
permanente de 1,20kN/m² e simplesmente apoiada em vigas nas extremidades. O
concreto utilizado tinha resistência à compressão aos 28 dias de 30Mpa e o aço escolhido
foi o CA50.
A fabricação desta laje se deu de forma artesanal, toda ela sendo executada pelos
alunos da Faculdade Ideal pertencente ao Grupo Faci Criativa, mostrando assim que a
laje é de fácil execução. Mesmo sendo confeccionada por alunos de Engenharia Civil, a
grande maioria não detinha o conhecimento prático de marcenaria, concretagem,
confecção de ferragens etc.
Lajes pré-fabricadas são confeccionadas em duas etapas. A primeira etapa é a
confecção dos painéis mistos que necessitam de um determinado período de maturação
para que possam ser transportados até o local de concretagem da laje. A segunda etapa
consiste na montagem dos mini painéis sobre as vigas para a distribuição dos espigões
PET, distribuição da malha de aço da capa e finalizada com a concretagem desta com o
CAA.
7 - Materiais Utilizados
7.1 Agregados
12,5 54 - -
9,5 82 - 5
6,3 97 - 2
4,8 98 - 5
2,4 98 1 25
1,2 100 6 44
0,6 100 19 61
0,3 100 62 72
0,15 100 92 85
<0,15 100 100 100
Módulo de Finura 19 1,8 2,917
7.3 - Aditivos
8 - Métodos
Inicialmente deve ter uma pista de concretagem, onde serão feitos os mini-painéis
mistos de madeira e argamassa auto-adensável.
No nosso caso, foi utilizada a bancada do laboratório de materiais do curso de
Engenharia Civil da Faci. Por não apresentar uma superfície totalmente lisa e não permitir
a desfôrma do mini-painel, a bancada foi forrada com uma lona comum e colocados
peças metálicas laterais para fazer a forma, o que pode ser substituído por formas iguais
a dos mini-painéis treliçados.
O material da forma dará o tipo de acabamento à face inferior do mini-painel (teto),
dispensando qualquer tipo de revestimento no teto.
A peça de madeira com seção de 10x3cm deve ser preparada para dar aderência
com a AAA do mini-painel e com o CAA da capa da laje, por isso pregos devem ser
dispostos centralizados e igualmente espaçados tanto na face inferior quanto na face
superior da peça. Nos pregos inferiores ainda deve ser amarrada uma barra de aço para
dar resistência ao mini-painel e uma segunda barra com afastamento da borda igual ao
afastamento dado entre a borda contrária e a barra amarrada aos pregos.
Figura 3
Concretagem dos mini-painéis mistos com AAA.
O processo de criação da argamassa auto-adensável utilizada no projeto foi
desenvolvido e feito da seguinte maneira:
A argamassa auto-adensável, foi desenvolvida durante o projeto MAAP, para
atender a necessidade do mini-painel desenvolvido pelo Grupo Faci Criativa no
laboratório da Faculdade Ideal.
A dosagem (anexo 2) foi baseada no princípio da fluidez espontânea evitando
assim a utilização de elementos vibratórios (Figura 28).
Após aplicação com a dosagem proposta, o mini-painel fica liberado para desfôrma
e transporte num período mínimo de 36 horas, pois neste período a resistência chega em
média 8Mpa.
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Figura 4
Mini-painel após aplicação da AAA.
Figura 5
Disposição correta dos mini-painéis.
Além das vantagens já citadas anteriormente, mais duas vantagens podem ser
consideradas na Laje MAAP, uma delas, resultado da concretagem final com CAA será
visto mais adiante e a outra, é obtida com a concretagem dos mini-painéis com a AAA,
dando um acabamento liso na parte inferior da laje, dispensando o uso de qualquer
material para o forro, pois este já possui o acabamento necessário. Caso queira, o mini-
painel estará preparado para receber pintura diretamente sobre sua face.
O sistema também permite a utilização de formas texturizadas para os mini-painéis,
dando os mais variados acabamentos ao forro.
Figura 6
Espigões PET colocados na laje MAAP.
HIBBELER, Russell C.. Resistências dos Materiais, 3ª Ed.. Rio de Janeiro: IME-RJ,
2002.
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