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Resumo: Neste ensaio descreve-se a estratégia para aplicação das novas tecnologias de
informação e comunicação na escola atual através de análise enfatizando a abordagem
pedagógica, o ensino por projetos e a formação docente. Tais tecnologias podem ser úteis ao
processo de ensino-aprendizagem, porém o papel do professor, sua formação e a discussão
sobre estes meios é o ponto de ancoragem ao sucesso de novas e duradouras aprendizagens.
Introdução
Muitas questões devem ter sido ou estão sendo feitas por educadores
sobre a entrada e até sobre a permanência de algumas das novas tecnologias
de informação e comunicação no contexto da educação de jovens e crianças
das escolas públicas brasileiras.
Várias dessas indagações têm investigado o papel que essas novas
tecnologias exercem ou irão exercer no desenvolvimento das atividades
curriculares, no sentido de compreender se aquelas agregarão ou não valores
à prática educativa.
O fato é que essa salutar discussão levantada tem sido a possibilitadora
da aproximação de um novo olhar sobre a educação por meio de recursos
tecnológicos auxiliares, em substituição ao mito criado entre professores: de
que o computador substituiria o trabalho docente em sala de aula.
Assim, a própria discussão ganha espaço e diminuem as distâncias que
se estabeleceram quando da chegada da novidade tecnológica também na
escola e, em especial, na escola pública, que sempre esteve à margem do que
se pode chamar modernidade, posto que ficava reclusa em seu lócus e em seu
discurso de transmissão da cultura e do conhecimento, logo imune às
inovações na Educação Básica.
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Doutor em Educação, Políticas Públicas e Administração da Educação Brasileira pela Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP - Câmpus de Marília - SP. Professor do Curso de
Pedagogia da Faculdade Ernesto Riscali - FAER, em Olímpia, SP. Diretor de Escola na Rede Estadual
Paulista, em São José do Rio Preto, EE Prof. Walfredo de Andrade Fogaça. evfaria@terra.com.br
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Expressão cunhada por Peter Glotz, político social-democrata alemão, utilizada por Eric Hobsbawm, em
sua obra Era dos extremos (2000), uma análise sobre o breve século XX, como referiu o autor.
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Sobre esse conceito, apresentamos o que o próprio autor explicita: “Construcionismo, minha
reconstrução pessoal do Construtivismo, apresenta como principal característica o fato de que examina
mais de perto do que outros –ismos educacionais a idéia de construção mental. Ele atribui importância ao
papel das construções no mundo como um apoio para o que ocorreu na cabeça, tornando-se, desse
modo, menos uma doutrina puramente mentalista. Também leva mais a sério a idéia de construir na
cabeça reconhecendo mais de um tipo de construção (algumas delas tão afastadas de construções
simples como cultivar um jardim) e formulando perguntas a respeito de métodos e materiais usados.
Como pode alguém torna-se um especialista em construir conhecimento? Que habilidades são
necessárias? Estas habilidades são as mesmas para tipos diferentes de conhecimento?” (PAPERT, 1994,
p. 128).
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Trata-se de conceito introduzido por Paul Lévy (1994, p. 169), de acordo com o qual a inteligência ou a
cognição é resultado das redes complexas de interações entre atores humanos, biológicos e técnicos.
Lévy argumenta que o pensamento se dá numa rede na qual os neurônios, modelos cognitivos e sistemas
de escrita, livros e computadores se interconectam, transformando e traduzindo as representações.
ese protagonismo, ese que hacer educativo, el que permite una apropiación de
la historia y de la cultura. (PEREZ; CASTILLO, 1999, p. 43).
A maioria das atividades criativas com que nos deparamos hoje em dia na
escola tem sido feita por meio de projetos. Esta é uma forma inovadora de
romper com as prisões curriculares e de dar um formato mais ágil e
participativo ao nosso trabalho de professores e educadores. (ALMEIDA;
FONSECA JR., p. 21).
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Há, atualmente, no Brasil, mais de 250 Núcleos que, desde 1998, atuam na formação e capacitação de
docentes e técnicos de escolas para a efetivação do Programa Nacional de Informática na Educação –
PROINFO. Só no estado de São Paulo, são mais de 50 delas.
Não é o objeto que conta, mas o poder que ele confere. A ferramenta está no
centro da história do homem desde suas origens. Relação circular no coração
da pedagogia: o homem fabrica a ferramenta e em retorno a ferramenta
modela o homem. (p. 18).
Considerações finais
Abstract: This essay describes the strategy for implementation of new information technologies
and communication in the current school throug analysis emphasizing the pedagogical
approach, teaching by projects and teacher training. Such Technologies may be useful in the
teaching-learning but the teacher's role, their training and discussion of these means is the
anchor point to the success of lasting learning.
Referências Bibliográficas
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Sobre o conceito de intelectual orgânico, cf. GRAMSCI, A. Os intelectuais e a organização da cultura.
Rio de Janeiro: Graal, 1978.