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Tendo como premissa a convicção de que o aprendizado musical, assim como qualquer
outro ramo do conhecimento, deve obedecer etapas sucessivas, consoantes com o nível de
amadurecimento psicológico do indivíduo, Swanwick fez um mapeamento do progresso
desse conhecimento, estudando um grupo de estudantes na faixa entre os 3 e os 14 anos.
Essas crianças, todas alunas de três escolas em Londres, eram oriundas de diversos
grupos étnicos e culturais (crianças de origens asiáticas, antilhanas, africanas e sul e norte
européias). Durante quatro anos, Swanwick fez gravações de composições feitas por elas,
em um total de 745 composições de um universo de 48 estudantes. É importante frisar que
esse estudo foi feito dentro da ótica das 'oficinas de música', priorizando uma visão
chamada por seus defensores de linha 'criativa' do ensino musical. Dentro dessa ótica,
defendida por muitos educadores contemporâneos, tais como John Paynter e Murray
Schafer, o professor deve buscar desenvolver a criatividade e a improvisação, utilizando
para isso todo e qualquer material sonoro disponível.
Dessa forma, para uma boa educação musical o professor deve, no entender de Swanwick,
estar atento para não priorizar e nem desprezar qualquer dos elementos abaixo, resumidos
na sigla 'T.E.C.L.A.':
T- Técnica (manipulação do instrumento, notação simbólica, audição)
E- Execução(tocar, cantar)
C- Composição (criação, improvisação)
L- Literatura (história da música)
A- Apreciação (reconhecimento de estilos/ forma/ tonalidade/ graus)
Apesar de trabalhar em uma linha conhecida como 'oficinas de música', que prioriza a livre
experimentação de materiais sonoros, Swanwick compreende a importância do universo
sociocultural e afetivo do educando, deixando claro que a criança deve ser estimulada com
músicas que estejam no seu dia-a-dia e dentro dos padrões musicais de sua cultura. Isso
não significa dizer que não devemos ampliar esse repertório, mostrando outros universos
sonoros.