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Deus e Natureza em Espinosa

Ética I – De Deo

P1 a P15: Construção do conceito de Deus como Substância Absolutamente Infinita


(Monismo substancial) – Tematização de Deus como Natureza Naturante.
Definições centrais: Substância, Atributo e Modo.
P1 a P8 – Só pode haver uma substância por atributo.
P9 a P10 – Pode haver uma substância para todos os atributos (ver EIdef.6).

 Problema da compatibilização de unidade e multiplicidade no Absoluto.


 Uma essência que se expressa em infinitas formas, das quais conhecemos
apenas duas (Pensamento e Extensão).
P11 – Provas da existência de Deus.

P12 e 13 – Indivisibilidade dos atributos e da substância absoluta (o esquema parte/todo


não se aplica à relação da substância com os atributos) – composição X complexidade.
P14 – Prova do monismo (“Afora Deus, não pode existir nem ser concebida nenhuma
substância”).
P15 – Imanência das coisas em Deus (“Tudo o que existe, existe em Deus, e sem Deus,
nada pode existir nem ser concebido”).
P16 a 36: Tematização de Deus como causa da Natureza Naturada – Ontologia da
Potência.
P16 – “Da necessidade da natureza divina segue infinitas coisas em infinitos modos, isto
é, tudo o que é concebível por um intelecto infinito”. Produção necessária de tudo o que
é concebível – modelo lógico-matemático da atividade causal.
P17 – Deus como causa livre (liberdade = necessidade intrínseca, isto é, derivada da
essência da coisa). Ver EIdef.7.
P18 – Deus como causa imanente (X causa transitiva). Imanência de Deus nas coisas.

P21 a 23 – Produção dos modos infinitos e eternos – Tudo o que se segue da natureza
absoluta de um atributo de Deus deve ser infinito e eterno em virtude da causa.

 Como explicar a gênese do finito?


P24 a 27 – Deus é causa da essência, da existência e da ação das coisas.

 As essências das coisas finitas têm uma realidade extramental que não se
confunde com a realidade das ideias destas essências (Espinosa e atese
cartesiana da livre criação das verdades eternas).
P25 – Deus é causa de todas as coisas no mesmo sentido em que é causa de si.
P28 – A produção das coisas singulares remete a um nexo infinito de causas finitas.
P29 – Nada é contingente na Natureza.
P30 a 32 – O Intelecto e a vontade são modos e não atributos de Deus.
Pensamento/Extensão X subjetivo/objetivo.
P33 – Deus não poderia produzir as coisas de forma diferente da que produziu – Não há
contingência da Natureza. Contingência e possibilidade remetem à ignorância das
causas.
P34 a 36 – A potência de Deus é sua essência – toda coisa é causa (Ontologia da
Potência).

 Potentia X potestas. Toda potência é ato, atividade causal X virtualidade (ser em


potência).

Principais aspectos da teoria da causalidade divina:

(1) Causa sive Ratio – necessitarismo.


(2) Anti-finalismo – EI Apêndice e EIV Prefácio.
(3) Liberdade = livre necessidade (EI def.7: necessidade interna X coação) X livre
arbítrio (indiferença) X escolha racional norteada por um princípio moral.
(4) Imanência (os efeitos não são separáveis da causa) X criacionismo, demiurgo
divino e emanação. Na imanência há co-pertencimento entre a causa e o efeito,
mas sem confusão de essência.
(5) Panenteísmo (“Tudo é em Deus e Deus é em tudo”) X panteísmo (“Tudo é Deus”,
“Deus é a totalidade das coisas”, “Deus é o mundo e o mundo é Deus”). Diferença
de essência entre Natureza Naturante e Natureza Naturada.
(6) Paralelismo – “a ordem e a conexão das ideias é a mesma que a ordem e a
conexão das coisas” (EIIP7) – igualdade entre a potência de pensar de Deus e sua
potência de agir - identidade entre a coisa e sua ideia em Deus.

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