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MATERIAL DE APOIO - CURSO DE, DOUTRINA E TEOLOGIA UMBANDISTA

DESENVOLVIMENTO E MINISTRADO POR RENATO ZITNICK


INSTITUTO DE UMBANDA OGUM BEIRA-MAR
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A UMBANDA É UMA RELIGIÃO NOVA, ESPIRITUALISTA E MAGISTA.

Baseia-se no culto às divindades e trabalhos espirituais, sem deixar de cultuar a Deus que
para os umbandistas é o Princípio de todas as coisas. Alguns acham que a Umbanda é
multimilenar e que houve uma renovação nas suas práticas. Outros acham que é uma
religião nova , cultuando os Orixás em sua concepção africana, tendo incorporado o
espiritismo, a magia, o sincretismo e a simbologia. A Ciência Divina diz que a Umbanda é
uma religião nova, fundamentada no culto aos Orixás africanos, agora renovados e com
novas feições divinas e humanas, aberta a todos , pois antes eram cultuados de forma
fechada e só os iniciados podiam cultuá-los e reverenciá-los. Os Babalaôs, que detinham o
poder mágico, eram os donos da religião e quando morriam, só um iniciado poderia
substituí-los, mantendo os conhecimentos ocultos.

Com a vinda para o Brasil, esse conhecimento secreto começou a se perder ou a se


misturar com o de outros povos (sincretismo). A mesma divindade sustenta a fé de
diferentes povos e culturas e por vontade superior, o resultado foi o aparecimento gradativo
de uma nova religião fundamentada no culto às divindades naturais, mas de forma aberta a
todos.
O que antes era propriedade dos babalaôs, foi passando para pessoas dotadas de forte
mediunidade que passaram a incorporar espíritos que impunham a seus médiuns,
condições que achavam ideais para realizarem todo um trabalho espiritual em favor dos
encarnados e surgiram práticas parecidas, pertencentes a religiões diferentes. As tradições
religiosas dos diversos povos, começaram a incorporar elementos pertencentes a outras
tradições. Esta mistura de tradições e o enfraquecimento consequente de todas, visava
criar as condições para uma unificação religiosa sob o manto da Umbanda, então os
terreiros de uma determinada nação, passaram a evocar divindades pertencentes a outras
nações. Os pais de santo passaram a “fazer”seus filhos, que abriram seu próprio terreiro e
desta forma foi se multiplicando a nova religião que visava alcançar o maior número de
pessoas no menor espaço de tempo possível. Este crescimento espantoso assoberbou
muitos líderes umbandistas, impedindo a irmanação dos terreiros e a unidade religiosa que
desse sustentação doutrinária à Umbanda para que ela ocupasse seu espaço na religião
brasileira. Há a necessidade de uma consciência “religiosa” e não de “terreiro”.

Por falta dessa consciência, a Umbanda perdeu espaço para as seitas neo-cristãs. A falta
de uma Teologia, de uma doutrina única e de um acompanhamento dos novos dirigentes de
Tendas de Umbanda, resultou em erros imensos e em condutas pessoais que não tinham
nada a ver com o que era pregado pela espiritualidade e isso abriu espaço para que
adversários religiosos emitissem críticas e acusações contra a Umbanda. Muitas pessoas,
ainda despreparadas, mal instruídas e até incapazes para a direção de um Templo, abriram
suas tendas, criando a sua própria Umbanda e deram vazão a seus emocionais
desequilibrados e seus vícios religiosos, pois não aceitavam a condição de liderados e
almejavam ser líderes, bajulados ou temidos. Então muitos abandonaram a Umbanda,
depurando-a.
É uma questão de tempo, para que os atuais e remanescentes dirigentes da Umbanda,
realizem um trabalho de base, de doutrinação de seus liderados, instruindo-os e
ensinando-os a prepararem bons médiuns e bons dirigentes de tendas. E então, a
Umbanda conquistará seu verdadeiro espaço religioso, pois o tipo de trabalho realizado por
ela, só os verdadeiros umbandistas podem realizar, porque são os herdeiros naturais dos
sagrados Orixás.

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UMA RELIGIÃO COM SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS

Toda religião tem na sua teologia os conhecimentos superiores que a define, molda e a
caracteriza, individualizando-a entre tantas outras religiões.

A Umbanda reúne num mesmo espaço (a tenda), o culto às divindades naturais regentes do
planeta (os Orixás) e as práticas religiosas realizadas pelos espíritos que incorporam nos
médiuns e dão consultas, dão orientações, esclarecem, cortam magias negras, afasta
obsessores, desmancham trabalhos feitos (despachos), desenvolvem a mediunidade de
pessoas portadoras desse dom, falam em nome dos Orixás (das divindades), são
manifestadores de mistérios e de dons, etc. Os guias de Umbanda Sagrada são espíritos
altamente preparados para assumir a guarda de seus filhos-médiuns, assim como trazem
ordem de trabalhos espirituais e magísticos, concedida pelos Orixás Regentes das sete
linhas de forças planetárias.

Nem todos os guias de Umbanda são “guias de lei” (espíritos já assentados à direita ou à
esquerda dos senhores Orixás), mas os que ainda não alcançaram o grau de “guias de lei”,
assentam-se à direita ou à esquerda de um “guia de lei” e incorporam usando o nome
simbólico que o distingue e o individualiza, pois é o chefe de toda uma corrente espiritual
ou linha de trabalho de Umbanda Sagrada. Um “guia de lei” de Umbanda é um atrator
natural de espíritos e tanto os acolhe em sua linha de trabalho, quanto os doutrina e os
assenta, dando-lhes condições para iniciarem um trabalho junto aos seus afins encarnados.
Os fundamentos da Umbanda são:
- Aceleração da evolução do ser.
- Auxílio religioso e magístico.
- Culto aos Sagrados Orixás.
- Integração do ser às hierarquias divinas.
- Esgotamento e aceleração cármica do ser.
Enquanto religião, a Umbanda oferece a seus fiéis tudo o que as outras oferecem e até um
pouco mais. Enquanto “via evolutiva”, reconduz para as hierarquias naturais regidas pelos
orixás, os seus filhos naturais que foram afastados de seus domínios, pois foram
conduzidos para o estágio humano da evolução.

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RELIGIÃO E RELIGIOSIDADE

O ser humano é, por natureza, um ser religioso que, na ausência de uma religião, tende a
sentir-se vazio, desmotivado e frágil e por isso, muitas vezes, se entrega a vícios que o
depreciam. A religiosidade refreia os instintos e desperta nas pessoas a reflexão, pois as
induzem a pensar nas consequências de seus atos antes de cometê-los. Com isso, o
comportamento intempestivo e instintivo é refreado e a razão se impõe sobre a emoção.
Religiosidade significa a vivência dos princípios divinos que regem a criação desde que
Deus deu origem a tudo.

A verdadeira religiosidade é o cultivo da fé em Deus, amor à Sua criação divina, respeito


com as criaturas e um sentimento de fraternidade para com seus semelhantes, não
importando a raça, a cor ou a religião que frequentam. A Religiosidade é a vivência
equilibrada de todos os momentos de nossa vida. Religião é a viga mestra de toda uma
estrutura destinada a direcionar os seres e congrega-los em torno de uma Divindade
acolhedora, amantíssima e irradiadora das qualidades de Deus Pai e tem o poder de
redimir os seres que se conduzirem segundo sua pregação, porque esse é o objetivo do
divino Criador que dá sustentação a todos, através de Suas Divindades “humanizadas”.

1. DIFERENÇAS: UMBANDA, CANDOMBLÉ E KARDECISMO

Sabemos que Umbanda não é Candomblé e nem Kardecismo.


A confusão é grande, pois Candomblé é religião de culto aos Orixás e Kardecismo é religião
de trabalho com os espíritos, ambas calcadas no fenômeno Mediunidade. Encontramos na
Umbanda aspectos das duas, assim como de tantas outras, para um observador mais
atento, mas o fato de ter algo em comum não quer dizer que podemos adotar por livre e
espontânea vontade as práticas e filosofias religiosas das mesmas para dentro de nosso
terreiro, pois a Umbanda possui filosofia e práticas próprias que são observadas e trazidas
à luz através dos espíritos guias. Sim, nós também cultuamos os Orixás, mas de forma
diferente do ancestral culto africano, pois os vemos sob outro ponto de vista. Se fosse para
ser igual não haveria de se fundar outra religião, simplesmente adotaríamos o “Candomblé
de Caboclo”.

Logo, quando surgir uma dúvida, antes de recorrer ao que é tão funcional dentro do âmbito
de “Culto de Nação”, espere. Consulte e tenha fé, que seus guias terão as soluções, dentro
e segundo nossas práticas. Quanto ao Kardecismo, a maioria de nós, umbandistas,têm
recorrido a sua vasta literatura para nos esclarecermos quanto ao “mundo dos espíritos”. O
movimento kardecista esmiuçou e foi a fundo no estudo do fenômeno Mediunidade, o que
nos vale como ponto em comum. Já, a maneira de se trabalhar mediunicamente dentro da
Umbanda, é única, pois ela vai além do “passe e doutrina”. Os guias de Umbanda têm
extrema afinidade e conhecimento das manipulações de elementos da natureza e
processos magísticos, motivo pelo qual possuem toda uma variedade de recursos, como o
uso do fumo, das velas, pontos riscados, ponteiros, otás, pedras e cristais, guias, banhos,
defumações e etc.
O que, muitas vezes, é visto como um “atraso religioso”, na verdade, em sua humildade
“esconde” toda uma riqueza jamais imaginada pelo “leigo crítico”.

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