Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Diogo Corecha
Iniciado no Candomblé Ketu em 2009 para o Orixá Logunedé. Babalorixá e entusiasta das religiões
de origem africana, da literatura e da filosofia africanas. Praticante da Umbanda desde a infância e
responsável administrativo do Terreiro de Umbanda Vovó Luiza das Almas e Caboclo Pena
Dourada, fundado pela sua avó materna, Mãe Berenice (Mãe Berê) e, desde 2018, sob direção
espiritual da sua mãe, Mãe Sônia de Iansã.
1. O surgimento da Umbanda
A abordagem teórica mais difundida sobre a origem da Umbanda é de que ela teria surgido em
1908 no Rio de Janeiro, na cidade de Niterói. Segundo a maioria dos estudiosos de Umbanda, a
manifestação do Caboclo de Sete Encruzilhadas no jovem Zélio de Moraes durante uma sessão
espírita teria dado início ao movimento que difundiu “a manifestação do espírito para a caridade”. A
“Anunciação” da Umbanda pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas deve ser entendida como uma forma
de explicar um complexo e multifacetado processo que se iniciava no Brasil, e que, de certa forma, foi
de suma importância para o fortalecimento do movimento umbandista e para o posicionamento da
Umbanda como religião.
Entretanto, não podemos ignorar que esse “mito fundador” conta a história da Umbanda
praticada por Zélio de Moraes e está longe de representar todas as Umbandas, já que o mais provável
é que, principalmente com a vinda dos africanos para o Brasil, os espíritos que hoje conhecemos
como caboclos e pretos-velhos começaram a se manifestar e a trazer do plano espiritual as instruções
que deram origem aos primeiros templos, ou tendas, como eles preferem chamar. Dessa forma, cada
tenda que se formava assumia suas características próprias, refletindo o contexto dos seus adeptos e
suas localidades.
2. A importância da Doutrina
A doutrina Umbandista são as normas que devem ser seguidas pelos médiuns ou praticantes da
Umbanda. Por ser uma religião jovem (início do século XX), a Umbanda ainda encontra dificuldades
na sua afirmação como doutrina religiosa. As pessoas procuram os terreiros de Umbanda em situações
de desconforto e até mesmo de desespero, esperando encontrar ali os conselhos e o conforto espiritual
para trilhar um caminho melhor durante a sua existência.
O Terreiro de Umbanda é um lugar de cura. Por isso, o médium umbandista deve conhecer
profundamente a sua religião e seus princípios para que ele seja um instrumento através do qual as
entidades vêm prestar auxílio e fazer a caridade. Costumamos dizer que as entidades trabalham
melhor em mentes mais preparadas. Isso significa que, quanto mais conhecedor da doutrina e dos
fundamentos da Lei de Umbanda, mais apto a transmitir através do seu corpo aquilo que as entidades
querem.
A prática da Umbanda foi influenciada por diversas crenças, sendo elas mais ou menos marcantes
dependendo da vertente seguida pelo terreiro. Destaco aqui as principais influências na Umbanda:
- Altar com imagens consagradas de santos católicos, de pretos velhos, de caboclos, entre outras;
Quando você chega ao terreiro para se consultar o seu objetivo é, obviamente, ser acolhido e
encontrar conforto ou solução para a situação que você está vivendo. Mas qual é o objetivo da
prática da Umbanda? Por que fazemos o que fazemos?
Quando você decide fazer parte de um terreiro, o seu objetivo é aprimorar-se como pessoa e
como espírito para que os guias e mentores espirituais possam trabalhar através de você.
Enquanto ajuda o outro a melhorar, você melhora. Esse é o verdadeiro objetivo da Umbanda.