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CENTRO ESPRIRITA Nª Srª de APARECIDA – CENA – TERREIRO

DE UMBANDA PAI JOSE DO CRUZEIRO DAS ALMAS E ZÉ


PILINTRA 7 PUNHAIS.

Curso de Umbanda
Outras Religiões Afro-Brasileira
Para entender sobre as outras Religiões Afro Brasileira, é preciso entender cada
seguimento da umbanda:

Quais são os conceitos da Umbanda?

A Umbanda é uma religião monoteísta e afro-brasileira, surgida em 1908, fundada por Zélio
Fernandino de Moraes. Baseia-se em três 3 conceitos fundamentais: Luz, Caridade e Amor. A
palavra "umbanda" pertence ao vocabulário quimbundo, de Angola, e quer dizer "arte de curar".

Origem da Umbanda.

A umbanda é uma religião surgida nos subúrbios do Rio de Janeiro. Em 15 de novembro de 1908,
Zélio Fernandino de Moraes, nascido em São Gonçalo/RJ, teria incorporado o Caboclo das Sete
Encruzilhadas. Este espírito o teria ajudado a criar a religião de Umbanda. Rapidamente, ela se
espalhou por todo Brasil e outros países da América Latina. Suas crenças misturam elementos
do candomblé, do espiritismo e do catolicismo. Por isso, para muitos estudiosos, a Umbanda
seria uma espécie de candomblé sem sacrifícios de animais, algo que seria mais aceito pela
população branca e urbana da época. Ainda pegou conceitos do kardecismo, que estava
chegando ao país, como o de “evolução” e “reencarnação”. Também tem Jesus como referência
espiritual e é possível encontrar sua imagem em lugar destacado nos altares das casas ou de
terreiros de umbanda.

Local de Culto da Umbanda.

O local para a realização das cerimônias da umbanda chama-se Casa, Terreiro ou Barracão.
Igualmente, são feitas várias celebrações ao ar livre, junto à natureza, em rios, cachoeiras ou na
praia. Essas cerimônias são presididas por um “pai” ou “mãe”, um sacerdote que dirige os ritos
e comanda a casa. Também é responsável por ensinar a doutrina e os segredos da umbanda aos
seus discípulos.

Cerimônias da Umbanda.

Nestes locais realizam-se sessões de “passe”, no qual a entidade reorganiza o “campo energético
astral” da pessoa. Igualmente são feitas sessões de “descarrego”, quando é captada a energia

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negativa da pessoa e transferida para os fundamentos do templo. Note que não é permitido
qualquer tipo de remuneração por esses trabalhos espirituais. As vestes mais usadas nestas
cerimônias são de cor branca porque é a cor neutra que agrada todos os orixás e guias. Na
Umbanda não se pratica o sacrifício de animais e se celebra rituais de batizado, consagração e
casamento.

Pontos de Umbanda.

Os pontos de umbanda são cantigas para louvar, chamar e se despedir do orixá e as linhas de
entidades. Acompanhadas por instrumentos de percussão como o atabaque é importante
conhecer o ritmo de cada orixá/entidade. Este aprendizado começa na infância do iniciado.
Igualmente é preciso saber uma infinidade de canções. Os pontos de umbanda e do candomblé
influenciaram diretamente a música popular brasileira.

Hino da Umbanda.

Apesar da Umbanda variar de acordo com cada região do Brasil e de cada casa/terreiro, ao
menos uma canção é muito popular: o Hino da Umbanda. Composta por José Manoel Alves
(letra) e Dalmo da Trindade Reis (música) foi oficializada como hino em 1961.
Refletiu a Luz Divina, Com todo seu esplendor, É do reino de Oxalá, Onde há paz e amor Luz que
refletiu na terra, Luz que refletiu no mar, Luz que veio de Aruanda, Para tudo iluminar, A
Umbanda é paz e amor, É um mundo cheio de Luz, É a força que nos dá vida, É a grandeza que
nos conduz, Avante, filhos de fé, Como a nossa lei não há, Levando ao mundo inteiro A bandeira
de Oxalá, Levando ao mundo inteiro, A bandeira de Oxalá.

Símbolos da Umbanda

Símbolos de Exu, o mensageiro entre o mundo terreno e espiritual, Antes de iniciar as


cerimônias na Umbanda é comum uma pessoa iniciada riscar o chão com símbolos
diversos: estrelas, cruzes, tridentes, traços retos ou curvos, etc. Estes podem variar de
acordo com a casa de Umbanda, mas o sentido é o mesmo. Ou seja, chamar as entidades
que vão ser trabalhadas, garantir a chegada dos guias a serem incorporados,
homenagear os orixás, trazer bons fluidos e energias aos participantes. É preciso
observar que estes traços são apenas alguns dos muitos símbolos que existem na
Umbanda.

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Crenças da Umbanda.

A umbanda é um religião monoteísta, onde existe o conceito de um Deus supremo,


denominado “Olorum” ou “Oxalá”. Creem na imortalidade da alma, na reencarnação e nas leis
kármicas. Acreditam em orixás, personificações de elementos da natureza e de energia, e em
guias espirituais, podem se incorporar durante certas cerimônias e vir a Terra para ajudar as
pessoas que necessitam. Os guias são denominados “entidades” e cada orixá possui uma linha
de entidades que o auxilia.

Orixás e Entidades da Umbanda.

Os orixás encontrados na Umbanda são: Oxalá, Xangô, Iemanjá, Ogum e Oxossi, Oxum, Iansã,
Omulú e Nanã.
Aqui listei as principais entidades que se manifestam na Umbanda.
Caboclos: espíritos de índios que voltam ao mundo terreno para ajudar pessoas com problemas
de saúde.
Pretos velhos: pessoas que foram trazidos da África para serem escravos no Brasil. Apesar de
terem sofrido em vida, agora são espíritos ditos evoluídos que dão ótimos conselhos a quem os
procuram.
Baianos: pessoas que viveram na Bahia e que escolheram serem guias e ajudar a quem precisa.
Trabalham com emprego, saúde, força moral.
Marinheiros/Marujos: em algumas regiões essa linha não existe. Trabalham com limpeza
psicológica, física, espiritual, e sempre falam a verdade. Estão sempre balançando por que vem
do mar, tiveram uma vida sofrida, mas de muito aprendizado.
Erês: são os espíritos das crianças. Risonhos e adoram brincar. Consolam os aflitos, os pais e
mães e, às vezes, cometem algumas travessuras.
Malandros: são aquelas pessoas tiveram que usar de sua esperteza para sobreviver. Um dos
mais conhecidos é Zé Pelintra. Ficou órfão de pai e mãe e para sobreviver começou a realizar
pequenos roubos e trapaças. Cuida das mulheres viciadas, das maltratadas, das prostitutas,
esquecidas.
Pomba-gira: são mulheres que em vida lutaram contra a situação opressora feminina e por isso,
agora ajudam àquelas que passam por problemas. Uma delas foi Maria Padilha, amante do rei
Dom Pedro I de Castela (1334-1369), retratada como mulher sensual, bem-vestida e sedutora.

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Há também outras entidades como os Boiadeiros, Ciganos, Orientais, etc. Para exercer o
trabalho espiritual, os responsáveis pela ligação entre o mundo espiritual e material, os
médiuns, irão receber (incorporar) estas entidades e assim ajudar o consulente. Deste modo,
percebemos que a Umbanda alcança um equilíbrio entre o sincretismo e as religiões afro-
brasileiras.

História da Umbanda, nua e crua!

A Umbanda foi confundida durante muito tempo com a “macumba carioca” ou "Quimbanda".
Em 1905, João do Rio (1881-1921), publica suas reportagens que resultaram no livro "As
Religiões do Rio" e menciona ritos onde se incorporava espíritos de caboclos e preto-velhos.
Muitos terreiros nasceram do kardecismo, tal como a “Tenda Espírita Nossa Senhora da
Piedade”, em 1908. Mas adiante, entre os anos de 1920 e 1930, a repressão às religiões africanas
levou a união de várias casas e terreiros. Era necessário organizar e uniformizar o culto
umbandista, padronizando algumas diretrizes doutrinárias para evitar perseguições. Naquela
época, era usual a utilização do termo "espírita" como forma de evitar a perseguição às novas
religiões afro-brasileiras. Contudo, para legitimar-se a Umbanda buscou se “desafricanizar” e
embranquecer. Para tanto, em 1939, surge a primeira Federação de Umbanda, a União
Espiritista de Umbanda do Brasil (UEUB), quando a origem da Umbanda foi estabelecida no
Oriente ou na África Oriental. Por outro lado, no contexto da Ditadura Militar (1964-1985), a
Umbanda irá servir como instrumento de legitimação para o projeto nacionalista. Assim, a
religião ganha as manchetes de jornais e revistas. Por fim, durante a década de 80, com a
ascensão das igrejas neopentecostais, as religiões de matriz africana voltam a ser alvo de
ataques por parte de alguns fiéis. Atualmente, a Lei 11.635 de 27 de dezembro de 2007, torna
esse o "Dia Nacional de Combate ao Preconceito Religioso" e passa a proteger as religiões de
matrizes africanas.

O que se prega na Umbanda?

A religião prega também a imortalidade da alma, a reencarnação, e a existência e a interação


com entidades espirituais. Abaixo de Olorum, são reverenciados os orixás da tradição iorubá,
reconhecidos como entidades superiores, que variam de acordo com cada vertente da religião.

O que é ser um umbandista?

A umbanda é uma religião brasileira resultante da mistura de elementos de religiões africanas,


indígenas, orientais e europeias (catolicismo e espiritismo kardecista). Assim, a umbanda pode
ser entendida como o culto que os espíritos encarnados prestam a Deus através dos orixás e dos
espíritos desencarnados. ...

Qual a definição de Umbanda traçada?

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Umbandomblé (traçada) Casas de Candomblé que se identificaram com o movimento da


Umbanda, mais especificamente Candomblé de Caboclo, começaram a adotar em suas práticas,
também as giras de Umbanda alternando com o culto do Candomblé em sessões diferentes
(dias e horários).

Qual é o símbolo da Umbanda?

É formado por um sol que representa a Luz Divina e um espectro humano saindo do núcleo solar,
simbolizando a caminhada cósmica do ser humano rumo à sua evolução espiritual.

O que é Macumba?

Macumba é uma variação genérica atribuída aos cultos afro-brasileiros, sincretizados com
influências da religião católica, do ocultismo, de cultos ameríndios e do espiritismo. Na "árvore
genealógica" das religiões afro-brasileiras, a macumba é uma ramificação do candomblé.

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Qual a diferença de macumba e Umbanda?

No Brasil, a palavra "macumba" designa de forma popular e equivocada toda oferenda aos
orixás. O termo correto para isto, no Candomblé, seria o "ebó" ou "padê". Já na Umbanda seria
"despacho". Ainda pode se referir a uma religião específica de matriz africana.

O que é a umbanda mista?

A Umbanda Mista caracteriza-se pela mistura das vertentes branca e negra, isto é, apresenta
elementos do Kardecismo e do Catolicismo associados a algumas práticas emprestadas das
religiões afro-brasileiras. Porém, os Caboclos do Candomblé e da Umbanda possuem
características distintas
.
Qual a diferença entre Umbanda e Omolokô?

A diáspora dos orixás cultuados no Omolokô é a mesma utilizada pelo Candomblé, e sua
organização dogmática o faz diferir também por isso da Umbanda, que os cultua em número
menor e de forma majoritariamente sincrética. Há quem defina erroneamente o Omolokô como
uma mistura de Umbanda e Candomblé.

Quais são as 7 entidades da Umbanda?

Caboclos. Os caboclos são espíritos que representam ancestrais indígenas. ...


Malandros. ...
Pombagiras. ...
Ciganos. ...
Marujos ou Marinheiros. ...
Erês. ...
Pretos-velhos.

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Por que faz macumba na encruzilhada?

Encruzilhada ou encruza (o cruzamento de ruas de uma cidade), segundo a umbanda, é um lugar


onde são feitas oferendas a Exu e Pomba gira. Estas oferendas tem as mais variadas funções,
como proteção, prosperidade, descarrego, entre outras e são chamadas de despacho.

Qual é a diferença entre candomblé e umbanda?

O Candomblé, é um culto baseado em vários rituais de etnia africana. Já a Umbanda, tem como
base: divindades africanas, catolicismo, espiritismo e rituais indígenas

O que significa umbanda Omolokô?

O Omolokô é um segmento de origem africana que surgiu no Brasil oriundo de uma


miscigenação que ocorreu na época da escravidão. O Omolokô cultua os orixás com suas
cantigas em iorubá e aceita a presença do caboclo e do preto-velho para fazer a caridade no
atendimento aos seus fiéis. Mais abaixo relatarei sobre este segmento.

ORIXÁS E SEUS SÍMBOLOS

Cada Orixá tem seu símbolo sagrado que pode ser colocado em pontos riscados para nos tratar
ou para consagrar objetos e amacis.

• A ESTRELA DE OXALÁ
• A ESPIRAL DE LOGUNAM
• O CORAÇÃO DE OXUM
• A SERPENTE DE OXUMARE
• O OFÁ DE OXOSSI
• A FOLHA DE OSSAIN
• A ESPADA DE OBÁ
• O MACHADO DE XANGÔ
• A ESTRELA DE OROINÁ
• A ESPADA DE OGUM
• O RAIO DE IANSÃ
• A CHAVE DE OBALUAÊ
• O IBIRI DE NANÃ
• A ESTRELA DE IEMANJÁ
• A CRUZ DE OMOLU

O que é umbanda! E o que ela prega?

É uma religião que sincretiza elementos dos cultos africanos com santos católicos e tradições
indígenas, além do espiritismo kardecista. Os umbandistas acreditam na existência de um deus
soberano chamado Olorum (equivalente a Olódùmarè). ... Um dos principais marcos cristãos da
umbanda é a prática da caridade.

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Quais são os princípios da umbanda?

Um deus único e onipresente, chamado Olorum ou Zambi.

Crenças e práticas

Crença nas Divindades ou Orixás.


Crença na existência de Guias ou entidades espirituais.
A imortalidade da alma.
Crença nos antepassados.
A reencarnação.

O que é Deus para a umbanda?

Os umbandistas acreditam em um único deus (OLORUM) que é o criador de tudo e de todos,


além disso reverenciam entidades superiores (ORIXÁS), sendo que o principal é Jesus (OXALÁ).

O que é ser um umbandista?

A umbanda é uma religião brasileira resultante da mistura de elementos de religiões africanas,


indígenas, orientais e europeias (catolicismo e espiritismo kardecista). Assim, a umbanda pode
ser entendida como o culto que os espíritos encarnados prestam a Deus através dos orixás e dos
espíritos desencarnados.

O que acontece na gira de umbanda?

A gira é um ritual da umbanda para realização de trabalhos espirituais por meio de médiuns
incorporando entidades. Na abertura são entoados cantos, saudações e defumação do
ambiente. Os médiuns ficam de um lado do terreiro enquanto assistentes e visitantes ficam de
outro.

O que é ser um umbandista?

Em minha experiência como Dirigente Espiritual, tenho constatado que não apenas as pessoas
de fora que têm uma visão deturpada da Umbanda; mais muitos médiuns atuantes também
têm. Estar à frente de um terreiro é um verdadeiro desafio, e não pela parte espiritual, pois
trabalhar com os Orixás e guias é simples e maravilhoso; difícil é lidar com os seres humanos.
Sei que é comum em terreiros dizerem ao consulente que ele precisa “desenvolver”, senão sua
vida não irá pra frente, mas nunca vi ninguém explicar desenvolver o que, pra que, porque e pra
quem. Se tornar um Umbandista é assumir um compromisso perante a espiritualidade, mas
principalmente com sua própria evolução. As pessoas têm que saber que ser médium é
responsabilidade, dedicação, abnegação, firmeza. E por falar em firmeza, o que se faz fora do
terreiro também faz parte do pacote; sim, porque se é umbandista 24 horas por dia, 7 dias por
semana, 30 dias por mês, 365 dias por ano. Os médiuns têm que saber que responderão por
cada palavra e gesto que praticarem em nome de seus guias, e isso é muito sério! Guias
espirituais não vêm em terra pra beber, fumar e dançar; eles vêm trabalhar, e não têm tempo a
perder. Muitos acham que ser umbandista é chegar no terreiro, encontrar tudo pronto,
incorporar (mesmo que não faça atendimento), pedir bebida, cigarro, dançar, desincorporar e
ir pra casa; e acreditem, acham que fizeram muito. Ninguém quer saber do trabalho que se têm

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pra manter tudo limpo (fisicamente e energeticamente falando), dos gastos, do tempo
empregado, cada um só quer saber dos seus próprios problemas. Eu tenho certeza de que
muitos dirigentes sabem do que eu estou falando: você está correndo há dias, organizando tudo,
arrumando flores, fazendo a comida, fazendo firmezas, lutando pra que tudo corra bem, e chega
um filho querendo te contar um sonho que ele teve..., realmente eu não sei o que algumas
pessoas estão fazendo na Umbanda. Não dá pra ser quase umbandista, nem mais ou menos
umbandista, isso é impossível. Quem não tiver seriedade, amor, respeito suficiente, não perca
seu tempo nem o dos Guias; você não nasceu pra isso. Quando é que as pessoas vão entender
que o terreiro é um local sagrado como qualquer outro templo religioso? Que lá não é lugar de
conversar, pensar nos problemas, no namorado, nos filhos, não é lugar pra picuinhas, ciúme,
competição entre quem aparece mais, quem sabe mais ou quem manda mais? Quando é que a
Umbanda vai ser tratada com todo o respeito e seriedade que ela merece? Quando é que as
pessoas vão entender que é uma honra ter um Orixá no terreiro, ter um Guia Espiritual pra nos
orientar, enxugar nossas lágrimas, nos aconselhar, enfim, nos ajudar em nossa caminhada
evolutiva? Poucos se dão conta disso, mas o terreiro é a casa dos seus Orixás e Guias, é a casa
onde eles se manifestam, e cada um que ali pisa tem a obrigação de zelar por ele. Muitos zelam
muito mais pelo seu próprio carro do que pelo seu terreiro; outros morrem de medo de perder
o emprego, perder o namorado, perder a balada, mas não temem que seu Guia se canse e vá
embora, afinal, ele já faz muito de ir ao terreiro de vez em quando. Inclusive, para muitos, ficar
batendo de terreiro em terreiro e “dar passagem” de vez em quando aos guias é mais do que
suficiente. Sinceramente, tenho pena de pessoas assim, porque os guias não precisam delas, é
exatamente o contrário. Acho que os que se dizem Umbandistas deveriam fazer uma profunda
reflexão sobre suas escolhas. Muitos entraram pra a Umbanda, mas a Umbanda não entrou
neles. Dizer que é Umbandista da boca pra fora é muito fácil, mas lembrem-se, pode-se enganar
poucas pessoas por muito tempo, muitas pessoas por pouco tempo, mas não se pode enganar
todo mundo o tempo todo. O que dizemos e fazemos em nosso próprio nome tem um peso; no
nome deles a proporção é outra. Um dia encontraremos esses guias frente a frente, e
deveríamos viver de forma a ser motivo de orgulho pra eles quando esse dia chegar. De certa
forma, nós iremos remar contra a maré, porque temos que lidar com o preconceito contra a
nossa religião, contra os nossos guias “atrasados”, contra a visão errada que muitos têm de nós.
Mas quem tem mãe Iemanjá vencerá qualquer tempestade, não é? É tão natural pra nós ter um
guia em terra, que muitos se esquecem do quanto isso é importante. Tê-los por perto é benção,
alegria, honra, sustentação, é a resposta as nossas dúvidas, é alento aos nossos corações, é a
manifestação do amor e preocupação que Pai Olorum tem conosco. Na nossa pequenez
podemos ser tão grandes, e na nossa grandeza podemos ser tão pequenos aos olhos deles, só
depende de nós, das nossas atitudes, pensamentos, vibrações. Nós, Umbandistas, fazemos
parte de algo tão grande, tanta coisa acontece num trabalho espiritual, tantos irmãos são
ajudados, sejam eles encarnados ou desencarnados, a caridade se manifesta na forma mais
pura. Não perca a chance de participar ativamente disso, não perca a chance de lutar pela causa
deles, que é a de dar um sentido às nossas vidas, evoluir e nos ajudar a evoluir também. Se a
Umbanda nos chamou é porque tem um propósito pra nós; não desperdicem o que foi dado a
vocês enquanto outros não tiveram a mesma sorte. Se queremos que a nossa querida Umbanda
Sagrada seja vista com outros olhos, comecemos por nós mesmos. (Por Valéria Siqueira).

Qual é o ensinamento da Umbanda?

A Umbanda, assim como as demais tradições religiosas, se apresenta com o propósito de religar
o mundo terreno com o espiritual, bem como os seres humanos entre si por meio da evocação
do cultivo da honestidade, do amor ao próximo, da solidariedade e da fraternidade.

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O que é fundamento da Umbanda?

Fundamentos, nesta perspectiva, são as bases sólidas e processualmente constituídas – numa


metáfora arquitetônica –, tanto materiais/culturais como também espirituais/filosóficas, que
caracterizam uma via espiritual-religiosa como a umbanda em sua complexidade e pluralidade.

Quem é a da Umbanda Faz macumba?

Sim! Pois se for um bom marceneiro, com certeza fará uma boa macumba? Portanto a Macumba
é uma espécie de árvore africana e também um instrumento musical utilizado em cerimônias de
religiões afro-brasileiras, como o candomblé e a umbanda. ... Com o tempo, quaisquer
manifestações dessas religiões passaram a ser tratadas como “macumba”.

Quem faz macumba é macumbeiro?

Talvez, se ele, digo o médium souber tocar talvez será um bom macumbeiro, porem no Brasil,
por meio de um processo de ampliação de sentido, o termo "macumba" (e o derivado
"macumbeiro", originalmente o "tocador de macumba") passou a referir também, de forma
pejorativa, às oferendas religiosas ligadas as religiões de matrizes africanas.

Significado de Macumba - O que é Macumba?

Macumba é uma variação genérica atribuída aos cultos afro-brasileiros, sincretizados com
influências da religião católica, do ocultismo, de cultos ameríndios e do espiritismo. Na "árvore
genealógica" das religiões afro-brasileiras, a macumba é uma ramificação do candomblé. Antes
de ser associada a um tipo de religião, a palavra "macumba" descrevia um instrumento de
percussão de origem africana, semelhante ao atual reco-reco. Um macumbeiro" era o indivíduo
que tocava este instrumento. A macumba também pode estar relacionada diretamente com os
rituais que são praticados em alguns cultos afro-brasileiros, característicos pela manifestação
mediúnica. Alguns autores consideram como macumba todo tipo de prática que envolva o
trabalho de curandeiros, "pais de santo" ou mesmo charlatões, que abusam da fé das pessoas
para extorquir dinheiro, dizendo serem capazes de se comunicar com os espíritos" e fazer
feitiços que beneficie ou atrapalhe a vida de determinado indivíduo. Um exemplo de
charlatanismo é a promessa de "macumba online", que muitos sites na internet oferecem para
os usuários interessados. Etimologicamente, a palavra macumba possui uma origem
questionável, no entanto, algumas fontes citam que talvez tenha se originado do quimbundo -
língua africana falada principalmente no noroeste de Angola - ma'kumba. Comumente, a prática
da macumba é erroneamente associada com rituais satânicos ou de magia negra. Esta ideia
preconceituosa surgiu e se intensificou em meados da década de 1920, quando as igrejas cristãs
do país começaram a propagar discursos negativos sobre a macumba, considerando-a profana
às leis de Deus. A designação "macumba" é mais popular no Rio de Janeiro, em outros locais do
Brasil é conhecido como candomblé (na Bahia) e Xangô (no Recife).

Tipo de Umbanda e suas umbandas


• • Umbanda Branca (tradicional) ...
• • Umbanda de mesa branca (Umbanda Kardecista) ...
• • Umbanda Mirim. ...
• • Umbanda Popular (cruzada) ...
• • Umbanda Omolocô (traçada) ...

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• Umbanda Almas e Angola (traçada) ...


• Umbandomblé (traçada)

A Umbanda Branca – também chamada de Umbanda Pura – possui algumas características


que as diferenciam das demais linhas, como: A ausência de atabaque (instrumento de
percussão): a Umbanda branca é mais silenciosa e não faz uso dos sons africanos em seus
rituais.
Umbanda tradicional: criada por Zélio Fernandino de Morais, se baseia nos princípios da
caridade e da fraternidade. É fundamentada em três entidades iniciais que são os Caboclos, os
Preto-Velhos e as Crianças. Esta vertente originalmente não é adepta das práticas africanas.
Umbanda de mesa branca é a prática da mediunidade espiritualista com base nos ensinamentos
de Jesus e desenvolvida a partir das orientações de um ou mais guias espirituais (espíritos ou
entidades que cuidam dos trabalhos da casa). Apesar de estar presente em alguns cultos
religiosos sob o nome de "Umbanda de Mesa" e "Sessão Astral", é praticada de forma
independente e normalmente não está ligada diretamente a qualquer religião. A "mesa" em si
é um objeto indispensável nas sessões uma vez que serve de apoio e contato material para os
trabalhos de um modo em geral. É, em volta da "mesa", que os médiuns se reúnem para uma
sessão; é a partir dela que é realizado um estudo, uma preleção, uma consulta ou uma
comunicação mediúnica; é através dela, ainda, que os médiuns realizam seus trabalhos e é sobre
ela que são colocadas as oferendas; é, enfim, por meio de uma mesa, que se faz o
desenvolvimento e a aplicação da mediunidade espiritualista dentre os seus adeptos. A prática
de reuniões frívolas e trabalhos malfazejos que alguns realizaram no passado através do
mediunismo de mesa, foi um dos motivos pelo qual se adotou largamente "a cor branca" para
diferenciar e demonstrar a boa natureza das sessões promovidas pela casa. A cor branca,
segundo a cromoterapia, indica claridade, pureza e iluminação; representa a inocência, a
verdade e a integridade do mundo; simboliza o caminho e o esforço em direção à perfeição. É
indicada para cura em geral, purificação e abertura à luz. Daí segue o motivo do nome: "
Umbanda de mesa branca". No livro "Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de Um Preto-
Velho" - W. W. da Matta e Silva, há um relato de Pai Ernesto de Moçambique sobre a diferença
entre a mediunidade da "mesa kardecista" e a mediunidade de Umbanda de mesa: "Pergunta :
Existe alguma diferença entre a mediunidade da mesa kardecista e a mediunidade de Umbanda
de mesa? Resposta: "Sim! A mediunidade no chamado espiritismo de mesa é acentuadamente
mental, as comunicações são quase telepáticas, predominantemente inspirativas, isto é, os
espíritos atuam mais sobre a mente dos médiuns, pois a atividade do espiritismo se processa
mais no plano mental. Espiritismo de mesa não tem a missão de atuar no baixo astral contra os
elementos de magia negra, como acontece com a Umbanda. Ele é quase exclusivamente
doutrinário, mostrando aos homens o caminho a ser seguido a fim de se elevarem verticalmente
a Deus. Sua doutrina fundamenta-se principalmente na reencarnação e na Lei da Causa e do
Efeito. Abre a porta, mostra o caminho iluminado e aconselha o homem a percorre-lo a fim de
alcançar a sua libertação dos renascimentos dolorosos em mundos de sofrimentos, como é o
nosso atualmente, candidatando-se à vivência em mundos melhores. Em virtude disso, a defesa
do médium kardecista reside quase exclusivamente na sua conduta moral e elevação dos
sentimentos, portanto os espíritos da mesa kardecista, após cumprirem suas tarefas
benfeitoras, devem atender outras obrigações inadiáveis. É da tradição espirita kardecista que
os espíritos manifestam-se pelo pensamento, cabendo aos médiuns transmitirem as idéia com
o seu próprio vocabulário e não as configurações dos espíritos comunicantes. Em face do
habitual cerceamento mediúnico junto às mesas kardecistas, os espíritos tem de se limitar ao
intercâmbio mais mental e menos fenomênico, isto é, mais idéias e menos personalidade.
Qualquer coação ou advertência contraria no exercício da mediunidade reduz-lhe a passividade

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mediúnica e desperta a condição anímica. Por esta razão há muito animismo na corrente
kardecista. A faculdade mediúnica do médium, cavalo ou aparelho de Umbanda de mesa é muito
diferente da do médium kardecista, considerando-se que um dos principais trabalhos da
Umbanda de mesa é atuar também no baixo astral, submundo das energias degradantes e fonte
primaria da vida. Os médiuns de Umbanda, lidam com toda a sorte de tropeços, ciladas,
mistificações, magias e demandas contra espíritos sumamente poderosos e cruéis, que
manipulam as forças ocultas negativas com sabedoria. Em consequências o seu
desenvolvimento obedece a uma técnica especifica diferente da dos médiuns kardecistas. Para
se resguardar das vibrações e ataques das chamadas falanges negras, ele tem de valer-se dos
elementos da natureza, como seja: banhos de ervas, perfumes, defumações, oferendas nos
diversos reinos da natureza, fonte original dos Orixás ,Guias e Protetores, como meios de defesa
e limpeza da aura física e psíquica, para poder estar em condições de desempenhar a sua tarefa,
sem embargo da indispensável proteção dos seus Guias e Protetores espirituais, em virtude de
participarem de trabalhos mediúnicos que ferem profundamente a ação dos espíritos das
falanges negras, isto é, do mal que os perseguem, sempre procurando tirar uma desforra. Por
isso a proteção dos filhos de Terreiro é constituída por verdadeiras tropas de choque
comandadas pelos experimentados Orixás, conhecedores das manhas e astucias dos magos
negros. Sua atuação é permanente na crosta da Terra e vigiam atentamente os médiuns contra
investidas adversas, certos de que ainda é muito precária a defesa guarnecida pela evocação de
pensamentos ou de conduta moral superior, ainda bastante rara entre as melhores criaturas. Os
Chefes de Legião, Falanges, Sub-falanges, Grupamentos e Protetores, também assumem
pesados deveres e responsabilidade de segurança e proteção de seus médiuns. É um
compromisso de serviço de fidelidade mutua, porém, de maior responsabilidades dos Chefes de
Terreiro. Daí as descargas fluídicas que se processam nos Terreiros, após certos trabalhos, com
a colaboração das falanges do mar e da cachoeira, defumação dos médiuns e do ambiente e
dando de beber a todos água fluidificada. Espirito que encarna com o compromisso de
mediunidade de Umbanda, recebe no espaço, na preparação de sua reencarnação, nos seus
plexos nervosos ou chacras, um acréscimo de energia vital eletromagnética necessária para que
ele possa suportar a pesada tarefa que irá desempenhar. Na mesa branca e corrente kardecista,
isto não é necessário, em virtude de não ter de enfrentar trabalhos de magia negra, como
acontece na Umbanda de mesa, e mesmo permitir aos guias atuarem-lhe mais fortemente nas
regiões dos plexos, assumindo o domínio do corpo físico e plastificando suas principais
características. É nato quando vemos caboclos e pretos-velhos revelarem-se nos Terreiros com
linguagem deturpada para melhor compreensão da massa humilde, assim como as crianças,
encarnando suas maneiras infantis para melhor aceitação das mesmas. "

UMBANDA DE MESA E ESPIRITISMO

Existe uma confusão muito grande em relação a Umbanda de mesa e o Espiritismo e isso talvez
seja motivado pela semelhança que existe em alguns pontos, como por exemplo a comunicação
mediúnica com os espíritos e a crença na reencarnação. O Espiritismo é uma doutrina científica
e filosófica codificada em 1857 por Allan Kardec. A Umbanda de mesa, por sua vez, é uma
doutrina essencialmente religiosa, desenvolvida a partir das práticas mediúnicas do chamado
moderno espiritualismo, não tem regras como no Espiritismo, as quais não permitem que seus
adeptos estudem ou apliquem procedimentos que não constam em sua codificação. A Umbanda
de mesa é uma prática livre que adota ensinos e procedimentos de outros seguimentos
religiosos segundo as orientações dos seus guias. A Umbanda de mesa é o produto aprimorado
daquilo que se conhecia por mediunismo de mesa, cuja raízes surgiram muito antes de Kardec,
que até então era conhecida por "telegrafia espiritual", e depois, por "mesa girante" ou "mesa

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falante", foi a responsável por chamar a atenção de Kardec e outros pesquisadores para o fato
das manifestações dos espíritos ocorrerem a partir das mesas.

Outros nomes:
É também conhecida como: Umbanda de Mesa Branca; Umbanda Branca; e Umbanda de
Cáritas.

Origem:
É a vertente com forte influência do Espiritismo, geralmente praticada em centros espíritas que
passaram a desenvolver giras de Umbanda junto com as sessões espíritas tradicionais. É uma
das mais antigas vertentes, porém não existe registro da data e do local inicial em que começou
a ser praticada.
Foco de divulgação:
Não existe um foco principal de divulgação dessa vertente na atualidade.
Orixás:
Nesta vertente não existe o culto aos Orixás nem aos santos católicos.
Linhas de trabalho:
Nesta vertente não é utilizada essa forma de agrupar as entidades.
Entidades:
Os trabalhos de Umbanda são realizados apenas por Caboclos(as), Pretos(as) Velhos(as) e, mais
raramente, Crianças.
Ritualística:
A roupa branca é a única vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e não são
encontrados o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas e atabaques.
Livros doutrinários:
Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “O livro dos espíritos”;
“O livro dos médiuns”; “O evangelho segundo o Espiritismo”; “O céu e o inferno”; e “A gênese”.

Existe uma confusão muito grande em relação a Umbanda de mesa e o Espiritismo e isso talvez
seja motivado pela semelhança que existe em alguns pontos, como por exemplo a comunicação
mediúnica com os espíritos e a crença na reencarnação. O Espiritismo é uma doutrina científica
e filosófica codificada em 1857 por Allan Kardec. A Umbanda de mesa, por sua vez, é uma
doutrina essencialmente religiosa, desenvolvida a partir das práticas mediúnicas do chamado
moderno espiritualismo, não tem regras como no Espiritismo, as quais não permitem que seus
adeptos estudem ou apliquem procedimentos que não constam em sua codificação. A Umbanda
de mesa é uma prática livre que adota ensinos e procedimentos de outros seguimentos
religiosos segundo as orientações dos seus guias. A Umbanda de mesa é o produto aprimorado
daquilo que se conhecia por mediunismo de mesa, cuja raízes surgiram muito antes de Kardec,
que até então era conhecida por "telegrafia espiritual", e depois, por "mesa girante" ou "mesa
falante", foi a responsável por chamar a atenção de Kardec e outros pesquisadores para o fato
das manifestações dos espíritos ocorrerem a partir das mesas.

O QUE A UMBANDA DE MESA ACEITA E O ESPIRITISMO NÃO

Algumas diferenças básicas entre um e outro:

1º LIVRE PENSAMENTO E MEDIUNIDADE ABERTA

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Em termos de ensino filosófico e prática mediúnica, a Umbanda de mesa aceita tudo o que os
seus guias revelam nas sessões e as mantém como verdades e úteis a instrução de seus
adeptos até que se prove o contrário pela experiência prática. O Espiritismo Kardecista não,
uma vez que está preso unicamente aos assuntos de sua codificação, regras estas bem
definidas e das quais não se pode afastar.
2º ENERGIA DOS ELEMENTOS
A Umbanda de mesa crê e trabalha abertamente com as energias vibratórias dos quatro
elementos (Terra, Ar, Fogo e Água). O Espiritismo não.
3º ENERGIA DOS NÚMEROS E DAS CORES
A Umbanda de mesa crê e trabalha abertamente com a vibração dos números (numerologia) e
das cores (cromoterapia) . O Espiritismo não.
4º ENERGIA DAS OFERENDAS
A Umbanda de mesa crê e trabalha com a faixa vibratória produzida pelas oferendas. O
Espiritismo não.
5º INFLUÊNCIA DOS ASTROS
A Umbanda de mesa crê e trabalha com a faixa vibratória produzida pelos Astros (Astrologia) .
O Espiritismo não.
6º IMAGENS, VELAS, CRISTAIS E INCENSOS
A Umbanda de mesa crê e trabalha com a influência das imagens, com a força vibratória
produzida pelas velas, com o poder dos cristais e com a harmonização do ambiente produzida
pelos incensos. O Espiritismo não.

Umbanda Mirim

É fundamentada pelo Caboclo Mirim com o seu médium Benjamin Figueiredo (26/12/1902 –
03/12/1986), surgida em 1924 com a fundação da Tenda Espírita Mirim, no Rio de Janeiro e
responsável pela criação do Primado de Umbanda em 1952.
Origem:
É a vertente fundamentada pelo Caboclo Mirim através do seu médium Benjamin Gonçalves
Figueiredo (26/12/1902 – 03/12/1986), surgida no Rio de Janeiro, RJ, em 13/03/1924, com a
fundação da Tenda Espírita Mirim.
Foco de divulgação:
Os principais focos de divulgação dessa vertente são: a Tenda Espírita Mirim (matriz e filiais); e
o Primado de Umbanda, fundado em 1952.
Orixás:
Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados de
maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos
mesmos com elas. Considera a existência de nove Orixás: Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Obaluaê,
Iemanjá, Oxum, Iansã e Nanã.
Linhas de trabalho:
Considera a existência de sete linhas de trabalho:
de Oxalá, de Iemanjá (onde inclui Iemanjá, Oxum, Iansã, Nanã), de Ogum, de Oxóssi, de Xangô,
do Oriente (onde agrupa as entidades orientais) e de Yofá (onde agrupa os Pretos-Velhos e as
Pretas-Velhas).
Entidades:
Os trabalhos são realizados principalmente por Caboclos(as), Pretos(as)-velhos(as) e Crianças e
não há giras para Exus e Pombagiras, uma vez que estes últimos não são considerados
trabalhadores da Umbanda e sim da Quimbanda.
Ritualística:

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A roupa branca com pontos riscados bordados é a única vestimenta usada pelos médiuns
durante as giras e encontra-se o uso de fumo, defumadores e a imagem de Jesus Cristo nos
trabalhos, porém as guias, velas, bebidas, atabaques e demais imagens não são usados nas
cerimônias, havendo o uso de termos de origem tupi para designar o grau dos médiuns nelas.
Livros doutrinários:
Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “Okê, Caboclo”; “O
livro dos espíritos”; “O livro dos médiuns”; e “O evangelho segundo o Espiritismo”.

Umbanda Popular (cruzada)

A umbanda traçada é uma vertente que mistura elementos da umbanda com o candomblé. Não
há grandes diferenças entre o culto da umbanda tradicional e da umbanda traçada; a diferença
está nos ritos. A umbanda esotérica segue a mesma linha da umbanda tradicional. Umbanda
Branca, Pura, Sagrada, Traçada, Cruzada, Divina, Esotérica, Iniciática, Evangelizada, Omolokô.
São tantas as denominações para a prática da Umbanda que não é difícil para um neófito ou
curioso ter tantas dúvidas sobre o que, para que e sobre o que nossa religião se baseia. Quando
o negro africano aportou no Brasil trouxe na bagagem apenas sua cultura, mas ela não veio
arrumada nos porões negreiros. A cultura religiosa africana é praticada por etnias e eles não
tiveram essa chance de se agruparem. Destarte, suas práticas religiosas, em nosso solo
escravagista, tiveram de ser redefinidas, entrando ai o processo do sincretismo, assim como,
influências dos nossos costumes regionais. Fica bem claro que a cultura africana religiosa a ser
praticada aqui já não seria a original praticada por lá. Leve-se em conta também a dificuldade
de encontrarem itens, como ervas, plantas e apetrechos específicos para o louvor às suas
Divindades. Com o passar do tempo, a influência cultural, social e religiosa, brasileira se faria
sentir entre os escravos, havendo aproximações mais ou menos intensas com elas. Isso foi
impondo novas regras e ritmos aos cultos originais africanos. Sem nos prendermos a ciclos ou
eras historicamente definidas, veremos que houve ainda outras aproximações importantes,
principalmente, com as fugas dos escravos, quando mantiveram um contato bem próximo com
nossos índios, o que lhes permitiram conhecer novas práticas religiosas, algumas bastante
semelhantes às suas próprias, as quais passaram a ser totalmente integradas ou apenas aceitas
e praticadas, ainda que isoladamente. Sabemos também que os conhecimentos religiosos
africanos eram repassados oralmente e com o desaparecimento, por morte ou fuga, dos mais
antigos, a distribuição do conhecimento original ficou profundamente prejudicado, cabendo
àqueles que ainda possuíam alguma parte dele, distribuírem-no e também resolverem todos os
problemas de seus grupos. Em função de tanta aproximação e influência cultural a miscigenação
e a associação de culturas tornam-se inevitáveis. Novas culturas então, mais ou menos
aproximadas das originais, passam a existir. A libertação dos escravos não lhes dá uma
verdadeira "liberdade", pois, sem moradia, e trabalho, são empurrados para as periferias e
passam a fazer qualquer coisa para conseguir sobreviver. Muitos brancos, ainda que escondidos,
utilizavam os conhecimentos espirituais dos negros para alcançarem suas necessidades, curas
ou resultados positivos em negócios. Estava criada então a Macumba. Macumba é o nome de
um instrumento musical, ou ainda, da madeira da qual construía-se o tal instrumento e como
era utilizado em algumas sessões religiosas, foi tomado, ainda que pejorativa e negativamente,
para definir toda e qualquer atitude religiosa negra. Com o passar do tempo, em função de
necessidades sociais, a Macumba foi redefinida, identificada (e porque não dizer, socializada),
em 1908, por uma Entidade Espiritual chamada de Caboclo das Sete Encruzilhadas, numa ação
que para muitos Umbandistas refere-se à própria criação da Umbanda no Brasil. A partir dessa
socialização (criação para muitos) abriu-se a porta para a "construção" de diversas outras
concepções da religião, algumas delas, claras demonstrações de interesses pessoais ou grupais

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no que concerne dar à Umbanda, agora já identificada por este nome, mas ainda tratada
pejorativamente de Macumba, visões inteligentes" ou "sócio aceitáveis". Na verdade, tantas
denominações não mudam o objetivo final da religião de praticar a caridade e buscar a evolução
dos seres espirituais, (as próprias Entidades), assim como, dos encarnados (médiuns praticantes,
assistentes, curiosos e simpatizantes). Infelizmente, a Umbanda sofre um processo de
intolerância fora e dentro de suas fileiras. De fora, quando vemos irmãos de outras religiões
utilizarem-se de mídias nacionais (rádio e televisão) para atacar e denegrir nossos ícones, assim
como, nossas autoridades sacerdotais e de dentro, quando vemos irmãos Umbandistas
acharem-se mais capazes, inteligentes ou próximos de Oxalá que os demais, apenas porque
crêem ser suas práticas ou doutrinas de Umbanda, mais eficazes, puras ou sagradas. Quando
nós próprios pudermos conviver com nossas próprias diferenças e diversidades, teremos dado
um passo valioso na direção de alcançar o respeito que tanto desejamos dos praticantes das
demais religiões. (Por Robson Nogueira)
Outros nomes:
É também conhecida como: Umbanda Cruzada; e Umbanda Mística.
Origem:
É uma das mais antigas vertentes, fruto da umbandização de antigas casas de Macumbas, porém
não existe registro da data e do local inicial em que começou a ser praticada.
É a vertente mais aberta a novidades, podendo ser comparada, guardada as devidas proporções,
com o que alguns estudiosos da religião identificam como uma característica própria da
religiosidade das grandes cidades do mundo ocidental na atualidade, onde os indivíduos
escolhem, como se estivessem em um supermercado, e adotam as práticas místicas e religiosas
que mais lhe convêm, podendo, inclusive, associar aquelas de duas ou mais religiões.
Foco de divulgação:
Não existe um foco principal de divulgação dessa vertente na atualidade, uma vez que não existe
uma doutrina comum em seu interior. Entretanto, é a vertente mais difundida em todo o país.
Orixás:
Nesta vertente encontra-se um forte sincretismo dos santos católicos com os Orixás, associados
a um conjunto de práticas místicas e religiosas de diversas origens adotadas pela população em
geral, tais como: rezas, benzimentos, simpatias, uso de cristais, incensos, patuás e ervas para o
preparo de banhos de purificação e chás medicinais.
Considera a existência de dez Orixás:
Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Obaluaê, Iemanjá, Oxum, Iansã, Nanã e Ibejis. Em alguns lugares
também são cultuados mais dois Orixás: Ossaim e Oxumaré.
Linhas de trabalho:
Existem três versões para as linhas de trabalho nesta vertente:
Na mais antiga, são consideradas a existência de sete linhas de trabalho:
de Oxalá (onde inclui as Crianças), de Iemanjá (onde inclui Iemanjá, Oxum, Nanã), de Ogum, de
Oxóssi, de Xangô (onde inclui Xangô e Iansã),
do Oriente (onde agrupa as entidades orientais)
e das Almas (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas);
Na intermediária, também são consideradas a existência de sete linhas de trabalho:
de Oxalá, de Iemanjá (onde inclui Iemanjá, Oxum, Nanã),
de Ogum, de Oxóssi,
de Xangô (onde inclui Xangô e Iansã),
das Crianças e das Almas (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas);
Na mais recente, são consideradas como linha de trabalho cada tipo de entidade:
de Caboclos(as), de Pretos(as)-velhos(as), de Crianças, de Baianos(as), etc.
Entidades:

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Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as),


Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Sereias, Ciganos(as), Exus, Pombagiras, Exus-
Mirins e Malandros(as).
Ritualística:
Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de
roupas de outras cores pelas entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e
cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado, arco, lança, etc.). Nela encontra-se o
uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas, cristais, incensos, pontos riscados e
atabaques nos trabalhos.
Livros doutrinários:
Esta vertente não possui um livro específico como fonte doutrinária.

UMBANDA TRAÇADA

A umbanda traçada é uma vertente que mistura elementos da umbanda com o candomblé. Não
há grandes diferenças entre o culto da umbanda tradicional e da umbanda traçada; a diferença
está nos ritos. A umbanda esotérica segue a mesma linha da umbanda tradicional. Umbanda
Branca, Pura, Sagrada, Traçada, Cruzada, Divina, Esotérica, Iniciática, Evangelizada, OmoloKô.
São tantas as denominações para a prática da Umbanda que não é difícil para um neófito ou
curioso ter tantas dúvidas sobre o que, para que e sobre o que nossa religião se baseia. Quando
o negro africano aportou no Brasil trouxe na bagagem apenas sua cultura, mas ela não veio
arrumada nos porões negreiros. A cultura religiosa africana é praticada por etnias e eles não
tiveram essa chance de se agruparem. Destarte, suas práticas religiosas, em nosso solo
escravagista, tiveram de ser redefinidas, entrando ai o processo do sincretismo, assim como,
influências dos nossos costumes regionais. Fica bem claro que a cultura africana religiosa a ser
praticada aqui já não seria a original praticada por lá. Leve-se em conta também a dificuldade
de encontrarem itens, como ervas, plantas e apetrechos específicos para o louvor às suas
Divindades. Com o passar do tempo, a influência cultural, social e religiosa, brasileira se faria
sentir entre os escravos, havendo aproximações mais ou menos intensas com elas. Isso foi
impondo novas regras e ritmos aos cultos originais africanos. Sem nos prendermos a ciclos ou
eras historicamente definidas, veremos que houve ainda outras aproximações importantes,
principalmente, com as fugas dos escravos, quando mantiveram um contato bem próximo com
nossos índios, o que lhes permitiram conhecer novas práticas religiosas, algumas bastante
semelhantes às suas próprias, as quais passaram a ser totalmente integradas ou apenas aceitas
e praticadas, ainda que isoladamente. Sabemos também que os conhecimentos religiosos
africanos eram repassados oralmente e com o desaparecimento, por morte ou fuga, dos mais
antigos, a distribuição do conhecimento original ficou profundamente prejudicado, cabendo
àqueles que ainda possuíam alguma parte dele, distribuírem-no e também resolverem todos os
problemas de seus grupos. Em função de tanta aproximação e influência cultural a miscigenação
e a associação de culturas tornam-se inevitáveis. Novas culturas então, mais ou menos
aproximadas das originais, passam a existir. A libertação dos escravos não lhes dá uma
verdadeira "liberdade", pois, sem moradia, e trabalho, são empurrados para as periferias e
passam a fazer qualquer coisa para conseguir sobreviver. Muitos brancos, ainda que escondidos,
utilizavam os conhecimentos espirituais dos negros para alcançarem suas necessidades, curas
ou resultados positivos em negócios. Estava criada então a Macumba. Macumba é o nome de
um instrumento musical, ou ainda, da madeira da qual construía-se o tal instrumento e como
era utilizado em algumas sessões religiosas, foi tomado, ainda que pejorativa e negativamente,
para definir toda e qualquer atitude religiosa negra. Com o passar do tempo, em função de
necessidades sociais, a Macumba foi redefinida, identificada (e porque não dizer, socializada),

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em 1908, por uma Entidade Espiritual chamada de Caboclo das Sete Encruzilhadas, numa ação
que para muitos Umbandistas refere-se à própria criação da Umbanda no Brasil. A partir dessa
socialização (criação para muitos) abriu-se a porta para a "construção" de diversas outras
concepções da religião, algumas delas, claras demonstrações de interesses pessoais ou grupais
no que concerne dar à Umbanda, agora já identificada por este nome, mas ainda tratada
pejorativamente de Macumba, visões inteligentes" ou "sócio aceitáveis". Na verdade, tantas
denominações não mudam o objetivo final da religião de praticar a caridade e buscar a evolução
dos seres espirituais, (as próprias Entidades), assim como, dos encarnados (médiuns praticantes,
assistentes, curiosos e simpatizantes). Infelizmente, a Umbanda sofre um processo de
intolerância fora e dentro de suas fileiras. De fora, quando vemos irmãos de outras religiões
utilizarem-se de mídias nacionais (rádio e televisão) para atacar e denegrir nossos ícones, assim
como, nossas autoridades sacerdotais e de dentro, quando vemos irmãos Umbandistas
acharem-se mais capazes, inteligentes ou próximos de Oxalá que os demais, apenas porque
creem ser suas práticas ou doutrinas de Umbanda, mais eficazes, puras ou sagradas. Quando
nós próprios pudermos conviver com nossas próprias diferenças e diversidades, teremos dado
um passo valioso na direção de alcançar o respeito que tanto desejamos dos praticantes das
demais religiões. (Por Robson Nogueira)

Umbanda Eclética Maior:


Outros nomes: Não possui.
Origem: É a vertente fundamentada por Oceano de Sá (23/02/1911 – 21/04/1985), mais
conhecido como mestre Yokaanam, surgida no Rio de Janeiro, RJ, em 27/03/1946, com a
fundação da Fraternidade Eclética Espiritualista Universal.

Foco de divulgação:
Os principais focos de divulgação dessa vertente são a sede da fraternidade e suas regionais.
Orixás:
Nesta vertente existe uma forte vinculação dos Orixás aos santos católicos, sendo que aqueles
foram reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo
nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência de pelo menos nove
Orixás:
Oxalá, Ogum, Ogum de Lei, Oxóssi, Xangô, Xangô-Kaô, Yemanjá, Ibejês e Yanci, sendo que um
deles não existe nas tradições africanas (Yanci) e alguns deles seriam considerados
manifestações de um Orixá em outras vertentes (Ogum de Lei/Ogum e Xangô-Kaô/Xangô).
Linhas de trabalho:
Considera a existência de sete linhas de trabalho, fortemente associadas a santos católicos: de
São Jorge (Ogum), de São Sebastião (Oxóssi), de São jerônimo (Xangô), de São João Batista
(Xangô-Kaô), de São Custódio (Ibejês), de Santa Catarina de Alexandria (Yanci) e São Lázaro
(Ogum de Lei Entidades: Os trabalhos são realizados principalmente por Caboclos(as),
Pretos(as)-Velhos(as), e Crianças.
Ritualística:
A roupa branca é a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de
uma cruz, um quadro com o rosto de Jesus Cristo, velas, porém os atabaques, as guias, as
bebidas e fumo não são utilizados nas cerimônias.
Livros doutrinários:
Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “Evangelho de
Umbanda”; “Manual do instrutor eclético universal”; “Yokaanam fala à posteridade”; e
“Princípios fundamentais da doutrina eclética”.

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OMOLOKÔ

Muitas vezes me pergunto quais são as diferenças entre a Umbanda e o Candomblé, claro que
muitas evidências nos mostram suas singularidades e pluralidade existentes ela tentes em tais
religiões irmãs, mães e filhas, que comungam de uma mesma fé, que transparecem de
diferentes formas e diferentes nações, sempre caminhando na trilha do respeito, amor, união e
fé. Porém as dúvidas e mistérios sempre existirão, e entre tanta diversidade está o Omolokô,
entre alguns sites visitados, selecionei um muito interessante e rico em seus dizeres. Boa Leitura.

OMOLOKÔ

É uma palavra composta que deriva de duas outras oriundas da língua Iorubá com três versões
distintas, segundo sua interpretação. No primeiro ramo de análise, que é a versão da Srª Léa
Maria Fonseca da Costa, Mãe-de-santo de Omolokô quer dizer: “Omo” que significa “Filho”
“Loko” referindo-se a árvore Iroko e tem o sentido de algo como Filhos da Gameleira Branca’.
No segundo ramo de análise, que é a versão do Srº Tancredo da Silva Pinto, Tatá Ti Inkice (pai
de santo de Angola), em seu livro Culto Omolokô - Os Filhos de Terreiro - "Omolokô significa:
“Omo” – “Filho” e “Okô” - Fazenda, zona rural onde esse culto, por causa da repressão policial
que havia naquela época, os rituais eram realizados na mata ou em lugar de difícil acesso dentro
das fazendas dos donos de escravos. Por fim, pode-se ainda relacionar o significado da palavra
Omolokô também ao Orixá Okô, o orixá da agricultura, que era adorado nas noites de lua nova
pelas mulheres agricultoras de inhame. Antigamente, o Orixá Okô era muito cultuado no Rio de
Janeiro. Talvez por causa disso hoje temos as denominações de ³terreiro e roça´ para os lugares
onde os cultos afro-brasileiros são realizados. Nesse culto os orixás possuem nomes yoruba
(Nagô), seus assentamentos parecem-se com os do Candomblé. Independente das versões é
sabido que o nome Omolokô define um culto originário do Rio de Janeiro com práticas rituais e
de culto aos Orixás e que aceita cultos, aos Caboclos, aos Pretos-velhos e demais Falangeiros de
Orixás da Umbanda. O culto Omolokô é apontado por estudiosos do assunto e praticantes como
um dos principais influenciadores da formação da Umbanda africanizada ao lado do Candomblé
de Caboclo, do Cabula e do próprio Candomblé. Teria surgido, segundo Tancredo da Silva Pinto
entre o povo africano Lunda-Quiôco. É chamado erroneamente de Umbanda Omolokô, pois se
difere desta por ter características singulares aos seus preceitos tais como matanças,
vestimentas, e etc... O Omolokô possui ritualística própria, portanto, não se pode caracterizar
qualquer Umbanda africanizada como tal. Seu representante mais expressivo é o tatá Tancredo
da Silva Pinto, já falecido, estafeta dos correios, morador do morro São Carlos, que foi um grande
estudioso e escritor do livro Culto Omolokô: Os Filhos de Terreiro. Porém figuras em tamanha
importância, relatam a existência do Omolokô, tais como a escrava Maria Batayo e a filha de
escravos Léa Maria Fonseca da Costa que preservaram o Omolokô dissociado da Umbanda como
aborda Tancredo da Silva Pinto. A diáspora dos orixás cultuados no Omolokô é a mesma utilizada
pelo Candomblé e sua organização dogmática o faz diferir também por isso da Umbanda que os
cultua em número menor e de forma majoritariamente sincrética.

Significado
Algumas pessoas se confundem do que seja Omolokô. ³Omolokô é Umbanda ou Candomblé? A
resposta só poderia ser uma única: Omolokô não é Umbanda apesar de aceitar em seus rituais
o culto a Falangeiros de Orixás. O Omolokô cultua os Orixás com suas cantigas em Yorubá ou
Angola, pois como já foi dito anteriormente esse ritual houve forte influência também por estas
duas culturas. Porém, como pode-se ver, o ritual Omolokô não poderia ser encaixa dono grupo
dos Candomblés.

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Outros nomes:
É também conhecida como Umbanda Traçada.
Origem:
É fruto da umbandização de antigas casas de OmoloKô, porém não existe registro da data e do
local inicial em que começou a ser praticada. Começou a ser fundamentada pelo médium
Tancredo da Silva Pinto (10/08/1904 – 01/09/1979) em 1950, no Rio de Janeiro, RJ.
Foco de divulgação:
Os principais focos de divulgação dessa vertente são: os noves livros escritos por Tancredo da
Silva Pinto; as tendas criadas por seus iniciados; e o livro “Umbanda Omolokô”, escrito por
Caio de Omulu.
Orixás:
Nesta vertente encontra-se um forte sincretismo dos Orixás com os santos católicos, sendo
que aqueles estão vinculados às tradições africanas, principalmente as do Omolokô. Considera
a existência de nove Orixás: Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Obaluaê, Iemanjá, Oxum, Iansã e
Nanã.
Linhas de trabalho:
Considera como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-
velhos(as), de Crianças, de Baianos, etc.
Entidades:
Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Falangeiros de Orixá, Caboclos(as),
Pretos(as)-velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Sereias, Ciganos(as),
Exus, Pombagiras e Malandros(as).
Ritualística:
Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de
roupas de outras cores pelas entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e
cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado, arco, lança, etc.). Nela encontra-se o
uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas, cristais, incensos, pontos riscados e
atabaques nos trabalhos. Nesta vertente também são utilizadas algumas cerimônias de
iniciação e avanço de grau semelhantes à forma como são realizadas no Omolokô, incluindo o
sacrifício de animais.
Livros doutrinários:
Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “A origem de
Umbanda”; “As mirongas da Umbanda”; “Cabala Umbandista”; “Camba de Umbanda”;
“Doutrina e ritual de Umbanda”; “Fundamentos da Umbanda”; “Impressionantes cerimônias da
Umbanda”; “Tecnologia ocultista de Umbanda no Brasil”; e “Umbanda: guia e ritual para
organização de terreiros”.

UMBANDA ALMAS E ANGOLA (Traçada)

O ritual Almas e Angola se constitui no mais completo ritual umbandista da atualidade com
fortes raízes africanas da região de Angola e severos preceitos influenciados pela doutrina
iorubana (Ketu e Nagô), também originária da África. Na verdade, o objetivo final de toda e
qualquer religião é o desenvolvimento das faculdades mediúnicas inerentes a todo ser humano
e o Almas e Angola segue este rumo. O homem, desde seu surgimento na terra, necessita de
uma auto afirmação para se entender e entender a vida como um todo. Encontrar explicações
para a sua existência e seu dia a dia até o seu desencarne. Os mistérios são muitos e as religiões
tentam explicar um a um, cada uma a seu modo com seus dogmas e preceitos. O ritual Almas e
Angola busca estas afirmações nas lendas dos orixás africanos mesclada com a história dos
santos católicos. Através desta mitologia o médium, agora chamado de filho de santo, procura

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se conhecer e chegar as suas conclusões a respeito de tudo o que o envolve e o influencia e


também como ele pode influenciar no seu destino. A metodologia ritualística do Almas e Angola
se resume em fazer renascer, firmar, desenvolver e aperfeiçoar o orixá que está dentro de nós
(o nosso Anjo da Guarda). Isso se faz no decorrer do desenvolvimento das faculdades mediúnicas
onde o filho de santo galga os sete passos em direção ao assentamento de seu orixá em seu Ori
(palavra nagô que significa cabeça, chacra coronário ou coroa).
:: Os sete graus de iniciação ritualísticas
:: Batismo ou confirmação de Batismo;
::Bori (dar de comida à cabeça); Pai ou Mãe Pequena; Babalorixá ou Ialorixá;
::Reforço de 7 anos;
::Reforço de 14 anos; Reforço de 21 anos; 9+ 2 Umbandas

UMBANDA ALMAS E ANGOLA

O ritual Almas e Angola se constitui numa seita onde se cultua os Orixás (forças da natureza que
influenciam o homem e seu ambiente). A forma do culto aos Orixás está ligada à mitologia
africana, mais precisamente da região de Angola, embora a nomenclatura usada nesse ritual
tem muita influência da região de Iorubá (Ketu e Nagô). A própria palavra Orixá é um exemplo
disso. Segundo a mitologia, Orixá é uma força energética da natureza que influencia e comanda
os caminhos do homem e do seu meio ambiente. Cada indivíduo tem o seu Orixá que o protege,
orienta e, às vezes castiga, porém, este na verdade, só se manifesta na prática de incorporação
(toma o filho) em situações muito especiais como durante a camarinha (feitura do santo). O
Almas e Angola nesse aspecto se assemelha ao Candomblé, quando o filho de santo é recolhido
no terreiro e fica determinado tempo para as práticas de feitura de seu Orixá que é culminada
com a apresentação desse Orixá ao meio umbandista na Saída de Camarinha, uma festa
tradicional e muito conceituada entre os praticantes dessa religião. Almas são espíritos
desencarnados, geralmente nossos ancestrais familiares ou não, que incorporam no filho de
santo para as práticas características da Umbanda, isto é, os passes, consultas, rezas, mirongas,
trabalhos, descarregos, etc. Sua apresentação são de pretos-velhos (antigos escravos) que
simbolizam a humildade perante o sofrimento, os caboclos (índios nativos do Brasil) que
representam a luta contra os obsessores e a cura pelas plantas e os exus (espíritos de qualquer
natureza) que se caracterizam pela irrascividade, alegria, descontração mas que detém o poder
da magia. Assim uma definição do ritual Almas e Angola seria pelo menos desastrosa, pois
muitos são os ramos que contribuíram para a sua formação e vários são os mistérios que
envolvem essa prática. Só mesmo os praticantes tem condições de avaliar a profundeza de
conceituação e o fundamento do ritual Almas e Angola.

TERREIROS DE ALMAS E ANGOLA

Qualquer terreiro de Umbanda que cultua o ritual Almas e Angola deverá ter certas
particularidades físicas e ritualísticas. Logicamente a estrutura ritualística desses terreiros não
pode ser revelada ao grande público por se tratar de um dogma religioso de grande fundamento
e é proibido revela-los a leigos. Entretanto para se identificar um terreiro de Almas e Angola
basta observar sua estrutura física, seu ambiente, que basicamente assim se constitui: À entrada
existe um local de proteção espiritual chamado tranqueira onde se encontra firmado o povo de
esquerda para dar segurança espiritual aos trabalhos. Também à entrada existem dois recintos,
separados do corpo da construção, chamados o primeiro de Cangira ou Casa de Exú onde estão
os fundamentos dessas entidades, a segunda chamada de Casa das Almas, local destinado aos
Pretos Velhos e os fundamentos das almas. O terreiro, propriamente dito é um salão de

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tamanho variável com separações bem definidas e entendidas por todos os conhecedores do
ritual. Nele há o Congá ou Gungá com os santos católicos sincretizando os orixás africanos, de
cada lado existem duas peças de tamanho suficiente para uma pessoa deitar, chamadas
Camarinha, onde os filhos são recolhidos para o ritual de feitura de santo, o salão de gira onde
ocorre a manifestação dos orixás, o local para os Ogãs e o local para os assistentes. Anexo há a
Cozinha de Santo e a Sala dos Cambones e Sambas. Também há vestiários e sanitários. Em alguns
terreiros há o Quarto de Santo onde são guardados os preceitos e fundamentos do ritual. No
congá ou altar a posição dos orixás varia muito pouco de um terreiro para o outro, porém três
orixás têm seu lugar definido em todos eles. Oxalá ocupa o lugar de destaque, no alto e no centro
do congá. Embaixo e à direita é o local de Ibejada e à esquerda fica Obaluaê. Um quarto orixá,
Nanã, quando esta não é orixá dona da casa, deve ser posicionado aos pés de Oxalá. Os orixás
donos da casa de santo ficam à direita e à esquerda, um pouco abaixo de Oxalá. À direita deve
ficar o orixá dono do Ori do zelador da casa (Pai ou Mãe de Santo). Os outros orixás são
posicionados entre os orixás acima conforme a hierarquia do dono do terreiro. No salão de gira
existem sinais cabalísticos do Almas e Angola representado por uma estrela de cinco pontas
circulada por dois círculos de forças, um voltilhando as pontas trazendo as forças astrais de Oxalá
para o mundo que é simbolizado por um círculo menor centralizado na estrela. Ao meio uma
cruz simbolizando a fé de todos os filhos em Oxalá. A estrela de cinco pontas também simboliza
o homem de braços e pernas abertos, prostrado com a cabeça no chão, aos pés de Oxalá,
implorando misericórdia. As cores variam conforme o orixá mandante na casa. Nos quatro
cantos existem cruzes brancas simbolizando os quatro cantos do mundo ou do universo
representando os orixás guardiões da casa de santo. SESSÕES No ritual Almas e Angola existem
pelo menos quatro tipos de sessões (reuniões espirituais) também chamadas de gira. São elas:
sessão de caridade com passes, rezas e consultas, sessão de desenvolvimento onde a assistência
não é permitida, sessão ritualística ou de feitura de santo (camarinha) e sessão festiva devotada
a um determinado Orixá. Em todas elas existem características comuns que são a abertura e o
desenvolvimento propriamente dito. Na abertura, após a corrente mediúnica realizar o
cruzamento do terreiro saudando os Orixás da casa há o ritual de bater cabeça para o Pai de
Santo e saudar a hierarquia da casa, ou seja, os filhos de santo coroados, cambones e ogâs. Após
realiza-se a defumação do ambiente, dos médiuns e da assistência, ao som dos atabaques e de
pontos cantados acompanhados de palmas rítmicas. Terminada a defumação canta-se
saudando as Almas com três pontos e mais três para saudar Exu. Em seguida, todos de joelhos
e a assistência de pé, dá-se a abertura propriamente dita com palavras ditas pelo Pai de Santo,
rezando o Pai Nosso e a Ave Maria (catolicismo!!!). Uma prática em todos os terreiros de Almas
e Angola, nesse momento, é a saudação a São Miguel Arcanjo, santo católico sincretizado ora
como Xangô Aganjú, ora como Obaluaê e alguns até como Ogum. A razão dessa saudação é que
ao Arcanjo Miguel (santo católico) se atribui a responsabilidade de receber as almas
desencarnadas (nossos ancestrais). É, portanto, o Senhor das Almas. Saúda-se, então os Anjos
de Guarda, quando se pede firmeza para nossos Orixás e fluídos positivos para uma boa gira,
cantando um ponto de louvação a todos os Anjos de Guarda. Logo em seguida saúda-se com
três pontos cantados a coroa de Babá (Babalorixá, Ialorixá dona do terreiro e os filhos de santo
coroados). Em sessões festivas canta-se nessa hora o Hino da Umbanda. Daí para frente ocorre
uma modificação da ritualística conforme o dia da semana. No Almas e Angola geralmente se
pratica três sessões por semana (Umbanda!!!). Na segunda-feira ocorre a gira de preto-velho,
na quarta-feira realiza-se sessão de desenvolvimento e na sexta-feira faz-se ou gira de caboclo,
gira de exu ou de ibejada. As sessões festivas são geralmente realizadas aos sábados, assim como
as Saídas de Camarinha. Hoje já há terreiros que reduziram as giras para uma vez na semana
alterando as práticas realizadas. A interesse de fazer as giras todas as sextas-feiras alternando
entre caboclo, exú e ibejada. As giras de preto-velho seriam realizadas às segundas-feiras,

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quinzenalmente, alternadas com sessões de desenvolvimento. Nas giras de preto-velho,


independente do dia da semana serão sempre cultuados os Orixás Obaluaê, Nanã e Xangô,
quando ocorre a sua manifestação na cabeça dos seus filhos. Nas giras de caboclo, ibejada e exú
os Orixás chamados são Ogum, Oxum, Iemanjá e Iansã. A ordem de chegada de cada um
depende dos Orixás responsáveis pelo terreiro. A gira de exu por ser geralmente longa, se
admite somente saudar os Orixás da casa, necessitando, porém, a realização de obrigações para
se obter uma perfeita harmonia do ambiente e consequente sucesso da gira. Após a saudação
e chegada dos Orixás, cuja missão é fluidificar positivamente o ambiente e os filhos de santo,
dá-se um intervalo para descanso dos médiuns e para a troca de vestimenta característica da
entidade que vai trabalhar. Então são chamados os pretos-velhos, caboclos, exus ou ibejadas
conforme o caso. Os trabalhos são encerrados pelo Pai de Santo agradecendo as boas vibrações
dos Orixás e a presença de todas as entidades. Os filhos de santo fazem novamente o
cruzamento do terreiro e batem cabeça para o Pai de Santo como no início dos trabalhos.
CAMARINHA Tradicionalmente no ritual Almas e Angola o termo camarinha se refere a dois
recintos situados em ambos os lados do congá com medidas variáveis, via de regra com um
metro de largura por dois metros de comprimento cada, destinado ao recolhimento do filho de
santo quando de suas obrigações de feitura de santo. O termo também é usado, por extensão,
a todo o processo de feitura de santo que se inicia num domingo de lua nova, quando o Pai de
Santo leva seu iniciado à cachoeira para os trabalhos ritualísticos que antecedem as obrigações.
De volta ao terreiro o iniciado é recolhido à camarinha passando por atividades ritualísticas,
obrigações e preceitos realizados dia a dia numa ordem cronológica, rígida e fundamentada nos
ensinamentos ditados pelos baluartes desse maravilhoso ritual, culminando com a chamada
Saída de Camarinha, realizada sempre no sábado seguinte. É uma sessão festiva na qual o recém
coroado é apresentado, com grande orgulho pelo Pai de Santo, à comunidade de Almas e
Angola. Nesse dia vários terreiros são convidados para prestigiar o recém coroado e receber axé
do Orixá dono da festa. A camarinha encerra-se uma semana após com os despachos das
obrigações realizadas durante a semana. A camarinha, como ritual, é o ponto máximo do Almas
e Angola, pois é nessa época que o terreiro se reveste de grande axé, energia espiritual, pois é
sinal de que um filho de santo estará alcançando mais um grau evolutivo dentro do ritual e será
coroado ou como Pai (Mãe) Pequenos ou Ialorixá ou Babalorixá. Os filhos de santo da casa fazem
reuniões com o Pai de Santo preparando-se espiritual e materialmente para a semana. Há
médiuns que, como o Pai de Santo permanecem dentro do terreiro vinte e quatro horas com o
iniciado, participando ativamente desse sacrifício aos orixás. Forma-se uma grande família, cada
um com seus afazeres materiais ou espirituais. A camarinha só pode ser assistida pelos filhos de
santo, médiuns de outros terreiros de Almas e Angola e parentes próximos ao iniciado. Os rituais
de preceitos e coroações só podem ser assistidos por médiuns designados pelo Pai de Santo. A
assistência de leigos só é permitida na Saída de Camarinha. Logicamente não somos permitidos,
por força dos dogmas do ritual, pormenorizar uma camarinha, mas em termos gerais ela se
procede da seguinte maneira: Domingo – o iniciado é levado à cachoeira: Segunda-feira –
obrigações para o povo de exú e almas e recolhimento à camarinha do iniciado a coroa maior
(Babalorixá ou Ialorixá); Terça-feira – realização dos preceitos do iniciado à coroa maior e
recolhimento à camarinha ao iniciado a Pai (Mãe) Pequenos: Quarta-feira – obrigação aos orixás,
coroação dos iniciados recolhidos e recolhimento do iniciados a Oborí. Estes últimos são
recolhidos no recinto do terreiro e não no recinto denominado camarinha; Quinta-feira –
realização dos preceitos dos iniciados a Oborí; Sexta-feira – obrigação das comidas de santo e o
Bori (dar de comida à cabeça) de todos os filhos recolhidos. Caso haja neófitos na corrente é
nesse dia que são batizados; Sábado – Saída de camarinha; Domingo – Despacho das obrigações.

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QUARESMA E AMACY

A quaresma é um período em que os católicos se submetem a um recolhimento espiritual


simbolizado por diversas proibições e sacrifícios para lembrar as tentações vividas por Jesus
Cristo que culminaram com sua crucificação na Sexta-feira santa. Inicia no carnaval e termina no
Sábado de Aleluia. Também no Almas e Angola considera-se está uma época sagrada. Nesse
período orixás não dão incorporação nos médiuns. Somente os pretos-velhos e exús podem dar
incorporação. Em alguns terreiros admite-se a incorporação de boiadeiros. Como os orixás não
incorporam o momento é de vigília constante, introspecção e uma ótima oportunidade para o
médium refletir sobre tudo em sua vida material e espiritual. Os pretos-velhos nos ensinam o
poder da humildade e os exús o poder da magia e a lei da ação e reação ou do choque de retorno.
Na Quinta-feira Santa realiza-se outro importante ritual dentro do Almas e Angola. Nesse dia os
filhos de santo vão à cachoeira, antes do sol nascer, para colher ervas e água da fonte para
preparação do amacy. Também é o dia da lavagem dos santos, quando os santos católicos que
representam os orixás são limpos e lavados com amacy. Após é a vez dos filhos de santo lavar
sua cabeça, que é feita pelo Pai de Santo com o mesmo produto. As guias também são passadas
no amacy neste dia. A Sexta-feira Santa é dia de recolhimento total do médium. Neste dia, como
em todas as sextas-feiras os filhos de santo iniciados não devem comer carne de animais de
sangue quente. No Sábado de Aleluia acontece a Festa dos Orixás, pois é nesse dia que eles
retornam dando incorporação nos seus filhos. O amacy é um conjunto de ervas ritualísticas e de
fundamento religioso com as bebidas devotadas aos orixás mais água da cachoeira e pemba
ralada. Cada orixá tem suas ervas sagradas. O amacy possui grande importância na Umbanda,
pois é usado para fortalecer a aura espiritual do médium, repondo as energias perdidas durante
o ano de caridade e trabalhos ritualísticos. É realizado, dentro do ritual Almas e Angola, sempre
às Quintas-feiras Santa de cada ano, quando as ervas são colhidas antes do sol nascer e
maceradas dentro do terreiro utilizando-se somente as mãos. Na segunda-feira seguinte o
amacy é coado e envazado em garrafões de vidro. O restante das ervas, na CENA, é utilizado
para preparar um banho de descarga chamado anti-fluído, quando essas ervas são misturadas
com álcool e sal grosso. Este banho de descarga só pode ser usado do pescoço para baixo. Ainda
assim as sobras das ervas do ano anterior são secas e misturadas com as gomas de defumação
(mirra, incensa, benjoim, breu) mais anis estrelado, alfazema e alecrim secos o que dá uma
ótima defumação.

OBRIGAÇÕES DO MAR E DA CACHOEIRA

Dois outros importantes rituais que todos os terreiros de Almas e Angola realizam são as
obrigações de cachoeira e do mar. A obrigação da cachoeira é realizada num sábado ou domingo
próximo ao dia 08 de Dezembro, dia consagrado a Oxum, quando o Pai de Santo se dirige com
seus filhos àquele local onde são realizados oferendas e obrigações a todos os orixás em
agradecimento por tudo o que receberam durante o ano e para pedir forças espirituais para o
ano que vai entrar. Nesse dia também são batizados os médiuns novos e é feita a confirmação
dos neófitos que foram batizados durante a camarinha daquele ano. Alguns terreiros estão
preferindo realizar estes rituais de cachoeira no mês de Janeiro, como o nosso, por força das
circunstâncias. Ocorre que devido ao grande número de terreiros que atualmente existem na
região, os locais próprios para esta prática ficam congestionados. Soma-se a isso a vontade dos
orixás desta casa que preferem a Festa da Oxum dentro do terreiro e a Festa de Oxóssi na mata.
A obrigação do mar consiste numa sessão de orixá e exú na beira do mar, igualmente com a
finalidade de buscar forças energéticas e agradecer as dádivas alcançadas durante o ano.
Pedidos são feitos à Iemanjá, Rainha do Mar e colocados num barquinho de tamanho variado

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todo enfeitado com flores, velas, perfumes e tudo o que os orixás das águas gostam. Este barco
é solto nas águas ao som dos atabaques acompanhados de fogos de artifício, palmas e grande
emoção dos médiuns e assistentes. O dia para se realizar esta obrigação é 31 de dezembro, à
meia-noite, porém muitos terreiros já estão adotando outra data para tal. É o dia consagrado à
Iemanjá, dois de fevereiro. Ambos são ritualisticamente aceitos.

ORIXÁS CULTUADOS

1. Oxalá
2. Ogum
3. Oxum
4. Xangô
5. Obaluaiê
6. Iemanjá
7. Iansã
8. Nanã
9. Oxossi
10. Ibejis
11. Exú.

Umbandomblé:

Outros nomes:
É também conhecida como Umbanda Traçada.
Origem:
É fruto da umbandização de antigas casas de Candomblé, notadamente as de Candomblé de
Caboclo, porém não existe registro da data e do local inicial em que começou a ser praticada.
Em alguns casos, o mesmo pai-de-santo (ou mãe-de-santo) celebra tanto as giras de Umbanda
quanto o culto do Candomblé, porém em sessões diferenciadas por dias e horários.
Foco de divulgação:
Não existe um foco principal de divulgação dessa vertente na atualidade.
Orixás:
Nesta vertente existe um culto mínimo aos santos católicos e os Orixás são fortemente
vinculados às tradições africanas, principalmente as da nação Ketu, podendo inclusive ocorrer a
presença de outras entidades no panteão que não são encontrados nas demais vertentes da
Umbanda (Oxalufã, Oxaguiã, Ossain, Obá, Ewá, Logun-Edé, Oxumaré).
Linhas de trabalho:
Considera como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-
velhos(as), de Crianças, de Baianos, etc.
Entidades:
Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Falangeiros de Orixá, Caboclos(as),
Pretos(as)-velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Sereias, Ciganos(as), Exus,
Pombagiras e Malandros(as).
Ritualística:
Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de
roupas de outras cores pelas entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e
cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado, arco, lança, etc.). Nela encontra-se o

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uso de guias, imagens dos Orixás na representação africana, fumo, defumadores, velas, bebidas
e atabaques nos trabalhos. Nesta vertente também são utilizadas algumas cerimônias de
iniciação e avanço de grau semelhantes à forma como são realizadas nos Candomblés, incluindo
sacrifício de animais, podendo ser encontrado, também, curimbas cantadas em línguas africanas
(banto ou iorubá).
Livros doutrinários:
Esta vertente não possui um livro específico como fonte doutrinária

Considerações Finais do primeiro módulo


Encerramos aqui este primeiro modulo de estudo doutrinário, logo estaremos juntos o
segundo módulo com assuntos que merece ser abordado para conhecimento de todos os
médiuns: Tronqueira; Ritual Mágico; Oxalá/Deus; Demônio e Suicídio.

“Bom chegamos ao fim deste primeiro modulo de estudo, este estudo foi preparado com intuito
de levar para aqueles médium interessado, e a chance de aprender, portanto como sempre falo
para todos que eu sou apenas uma parte do tentáculo de Deus, que através dos orixas e
mentores que vem neste espaço para nos ensinar, pois somente quem faz a Umbanda com
ritual das Almas e Angola se constitui no mais completo ritual umbandista da atualidade com
fortes raízes africanas da região de Angola e severos preceitos influenciados pela doutrina
iorubana (Ketu e Nagô), ainda não foi possível coroar nenhum médium nesta nação por vários
motivo, uma dela é o tempo que o médium não tem, espero que tenham entendido e bom
estudo para todos.”

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