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10 Curiosidades sobre a Umbanda

1 – É uma mistura de várias religiões

A palavra Umbanda vem de outra palavra: m’banda, que em língua


quimbundo, idioma originado de Angola, significa “sacerdote” ou
“curandeiro”. A religião une elementos da filosofia espírita kardecista,
das várias doutrinas afro-brasileiras, de tradições indígenas
milenares, do cristianismo católico e de ensinamentos esotéricos.

2 – Seu fundador tinha apenas 17 anos

Zélio Fernandino de Moraes, considerado o Pai da Umbanda, tinha


apenas 17 anos quando foi convidado para uma sessão espírita, no
Rio de Janeiro, quando um espírito, mais conhecido como Caboclo
das Sete Encruzilhadas incorporou nele e, proferindo as seguintes
palavras, deu início à religião hoje conhecida como Umbanda:
“Venho trazer a Umbanda, uma religião que harmonizará as famílias
e há de perdurar até o fim dos tempos.”

3 – Giras

Trata-se de um evento em que vários espíritos de uma determinada


falange reúnem-se, através de incorporações em médiuns. Existem
três tipos de gira, conhecidas como: desenvolvimento, trabalho e
festivas.
4 – Termo ‘macumba’

No início do século XX, com o surgimento das giras de Umbanda,


realizadas em sua maioria nas praias, elas passaram a ser conhecidas
pelo termo macumba. Porém, o termo trata-se de um tipo de reco-
reco usado durante as giras. E pelo fato de ser utilizado esse
instrumento, as pessoas referiam-se da seguinte forma: “Estão
batendo a macumba na praia”, ficando assim conhecidas as giras
como macumbas. Com o tempo, tudo que envolvia algo que não se
enquadrava dentro dos ensinamentos impostos por religiões
tradicionais como o catolicismo, cristianismo e outras, era
considerado macumba. Com isso, acabou por virar um termo
pejorativo. Então, verificamos que uma pessoa macumbeira nada
mais é do que aquela que toca reco-reco.

5 – Exu é um demónio?

Não necessariamente. Exu é guardião e mensageiro. Os Exus


trabalham na Linha de Esquerda na Umbanda. Exu é regente da
vitalidade dos seres. Trata-se do mais humano dos mistérios de
Umbanda, pois em si reflete a profunda natureza emotiva do seu
médium, no qual ele se incorpora e manifesta.
Embora muitos digam que ele seja um punidor, na verdade, Exu atua
como agente esgotador e filtro de negativismos ou como também
conhecido, criador de estímulos que ativam e tratam o emocional
humano. É regido pelo denominado mistério “Trono Neutro”, que não
promove nem o bem nem o mal, mas sim o equilíbrio. Através do seu
fator equilíbrio, Exu tanto vitaliza como desvitaliza os mistérios dos
embasamentos orixás: amor, conhecimento, religiosidade, equilíbrio,
ordem, evolução e geração.
6 – Hierarquias existentes dentro da religião

Umbanda Branca e/ou de Mesa

Nessa linhagem da Umbanda, em grande parte dela, não são


encontrados elementos de deriva Africana – os Orixás -, nem os
trabalhos de Exus e pomba giras, ou a utilização de instrumentos
como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha é mais voltada
ao trabalho dos guias como caboclos, pretos-velhos e crianças. A
utilização de livros espíritas é a principal fonte doutrinária desse
ensino.

Omolokô – Trazida da África pelo Tatá Tancredo da Silva Pinto. Nessa


linhagem, é encontrado um misto entre a devoção dos Orixás e o
trabalho direcionado dos Guias.

Umbanda Traçada ou Umbandomblé– Nessa linhagem, existe uma


diferença entre a Umbanda e Candomblé, porém, cabe ao mesmo
sacerdote alternar as sessões de forma que não atrapalhe uma ou
outra.

Umbanda Esotérica – A Umbanda Esotérica estuda alguns


ensinamentos como Budismo Zen, esoterismo, ensinamentos
de Jesus Cristo e o espiritismo em si. Essa linhagem é focada no
desenvolvimento pessoal e espiritual do indivíduo, tendo como base o
amor a si e ao próximo.

Umbanda Iniciática– Utiliza-se como fonte de conhecimento o


sânscrito e deriva-se da Umbanda Esotérica, além de grande
influência oriental. Fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de
Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde existe a
busca por uma igualdade doutrinária (sete ritos), e o alcance do
Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese.

7 – A Umbanda desconhece restrições


Não existe troca de favores ou de mercadorias na religião. A
Umbanda atende a todos, sem segregação nem distinção de raça,
cor, sexualidade ou género. Os trabalhadores da Umbanda, ao
contrário de outras doutrinas, têm o dever de atender as pessoas e
membros da casa e, principalmente, aos assistidos. Respeito e amor
acima de tudo são características dos seguidores dessa religião.

8 – Mediunidade

Para participar de um ritual de gira de Umbanda ou para desenvolver


o dom mediúnico num terreiro, há a necessidade de se ter
mediunidade para incorporação. A religião defende que todas as
pessoas são médiuns, em maior ou menor grau, e que todos
possuem determinado tipo de mediunidade, tenha ela se manifestado
ou não em algum momento da vida. Algumas pessoas que possuem
grau elevado de mediunidade, mas que não frequentam um terreiro,
buscam os ensinamentos da Umbanda para desenvolvimento de grau.

9 – Utilização das velas

A utilização das velas nos rituais de Umbanda vem de influência da


religião católica. No Catolicismo, a santíssima Trindade é um símbolo
representado pela vela, sendo que o pavio representa Jesus, a cera
Deus Pai e a chama o Espírito. Na Umbanda, as cores das velas vão
de acordo com a entidade a que os devotos querem invocar. Cada
cor é representada pela cor original do Orixá a que o espírito
representa. Para os Exus, normalmente é oferendada a vela preta,
aos que servem a entidade Oxóssi, utilizam a vela verde. Amarela
aos que se devotam a Iansã.
10 – Sobre Aruanda

Toda religião tem seu paraíso.


Através das eras, as religiões definiram, cada qual, seu “lugar de
descanso” ou “paraíso”. Os cristãos anseiam ir a Glória com Jesus, os
católicos esperam o paraíso com Maria, mãe de Deus.
Os islâmicos esperam por suas 40 virgens, bondade essa de Alá.
Na Umbanda, o lugar de passagem para o outro lado, uma vez que
existe a crença na reencarnação de Kardec, chama-se Aruanda.

Aruanda é uma cidadela de luz etérea que orbitaria a ionosfera do


planeta Terra, em uma dimensão espiritual de transição. De palavra
originariamente africana, tratava-se do lugar que para o qual queria-
se voltar um dia e usufruir do descanso e da luz pura de bondade
desse local.

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