Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Estado: ente da sociedade que tem a função de manter a ordem. Recebe como prerrogativa o
uso da força, que só pode ser usada legalmente para manter a ordem e o direito. Ente ao qual a
sociedade atribui poderes especiais, que possibilitam a ele a criação de leis e normas diversas de
observância obrigatória por toda a sociedade. Divide-se em três poderes;
Poder Executivo: aplica as leis e mantém a ordem, é responsável também pela prestação de
serviços públicos e pela administração dos bens públicos.
Poder Legislativo: cria leis e normas de observância obrigatória para toda a sociedade.
Poder Judiciário: decide em definitivo conflitos entre particulares ou entre estes e o Estado.
Cabe a ele solucionar litígios que lhe são postos a apreciação, interpretando a lei e dizendo
qual das partes tem direito, sempre com base nas leis e normas vigentes no Estado. Suas
decisões são definitivas e obrigatórias.
Constituição: norma que diz quais são os limites do Estado, até que ponto ele pode atuar
interferindo na vida do cidadão. Traz direitos e garantias fundamentais a sociedade, limitando a
atuação do Estado. Regulamenta as funções do Estado, especificando como suas atividades serão
exercidas, quais os poderes de quem as exerce e qual o alcança dessa atuação. É o pilar do sistema
jurídico, sendo sua norma fundamental. Uma norma de menor hierarquia não pode contrariar a
Constituição sob pena de invalidade.
Poder Constituinte: é quem tem poder para elaborar a Constituição
Poder Constituinte Originário: em que há a criação de uma nova Constituição, seja por
criação de um novo País, por revolução, por adequação. Não depende de outra norma ou de outro
sistema jurídico para existir, é uma obra original. Características: inicial (base da ordem jurídica),
ilimitado (não possui limites), autônomo (não está ligado à ordem jurídica anterior) e incondicional
(pode decidir qualquer coisa a respeito do Estado, não está sujeito a regras).
Assembléia Nacional Constituinte: é como um parlamento, composto por representantes
do povo encarregados de elaborar uma nova Constituição. Neste caso, a Constituição é promulgada.
No caso de movimentos revolucionários, a Constituição é escrita por quem comanda a revolução,
sem participação do povo, é imposta a nação, sendo outorgada.
Poder Conseguinte Derivado: é previsto pela própria Constituição, e permite que ela seja alterada,
estabelecendo critérios e requisitos para que isso aconteça. Tem fundamento na Constituição, deriva
dela. É exercido pelo Congresso Nacional, e suas alterações denominam-se emenda à Constituição.
Clausulas Pétreas: pontos imutáveis da Constituição, seus fundamentos, elementos sem os
quais a Constituição ficaria desfigurada e o desejo do poder constituinte originário desrespeitado. A
única forma de alterá-las é elaborando uma nova Constituição.
No período colonial, vigorava a legislação de Portugal, não tenha legislação nem governo
próprios.
Com a independência em 1822, foi outorgada a Constituição Política do Império do Brasil,
imposta pelo imperador e caracterizava-se pelo Poder Moderador que era exercido pelo monarca.
Em 1889 foi proclamada a República e em 1891 foi promulgada a Constituição da
Republica dos Estados Unidos do Brasil que estabelecia uma República Federativa.
Em 1930, Getulio Vargas assume o poder, dando atenção ao aspecto social e em 1934, com a
Assembléia Constituinte, promulga a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil
(mesmo nome da de 1891), dando maior atenção à educação, trabalho e cultura, é a primeira a
prever questões de cunho social, da família, econômicas...estabeleceu o voto feminino e criou a
Justiça Eleitoral e os Tribunais de Contas.
Em 1937, Getulio Vargas dissolveu o Congresso e revogou a Constituição de 34, outorgando
a Constituição dos Estados Unidos do Brasil, com o Estado Novo; houve ditadura pura e simples, de
acordo com a vontade do Presidente.
Com o fim do governo ditatorial, em 1946 foi promulgada a Constituição da República dos
Estados Unidos do Brasil, que se baseou nas constituições republicanas anteriores de 1891 e 1934,
com seu texto voltado ao passado e não ao futuro.
Em 1964, ocorreu a revolução comandada pelos militares e o Brasil foi regido por atos
institucionais, junto com a Constituição de 46. Em 1967, os militares apresentaram projeto de
constituição que foi votada pelo Congresso e outorgada pelo governo. Esse texto teve influencia da
Constituição de 1937, também outorgada em regime ditatorial.
Em 1968, com o Ato Institucional 5, rompeu-se a ordem institucional, e em 69 foi
promulgada a Emenda Constitucional nº 1, que na verdade era um novo texto constitucional,
alterando completamente a Constituição de 67. Até o nome que era Constituição do Brasil, passou
para Constituição da República Federativa do Brasil.
Com o fim da ditadura militar em 1985, foi nomeada uma comissão para elaborar o projeto
de uma nova Constituição, e em 87, foi convocada a Assembléia Nacional. E em 5/10/1988 foi
promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil, chamada de Constituição Cidadã,
em função da ampla participação popular em sua elaboração. Vigente até os dias de hoje.
República e Federação
Fundamentos da República:
Soberania: independência do Estado, existência de poder político supremo e independente.
Cidadania: capacidade do individuo de participar das decisões e opinar sobre os assuntos.
Dignidade da pessoa humana: adoção de políticas sociais, leis contra discriminação e contra
qualquer condição degradante que alguém possa sofrer.
Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa: direitos dos trabalhadores, livre iniciativa
como forma de desenvolvimento econômico.
Pluralismo político: permite a existência das mais variadas correntes políticas.
Objetivos da República: encaixam-se na categoria de políticas, são voltados à realização de
valores já firmados:
construir uma sociedade livre, justa e solidária;
garantir o desenvolvimento nacional;
erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.
Titularidade do poder: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
A Constituição estabelece o exercício do poder por meio de representantes. Os mecanismos
de exercício direto do poder são o plebiscito (consulta que antecede a tomada de decisão pelo
parlamento), o referendo (consulta posterior a uma decisão política) e a iniciativa popular
(possibilidade de os eleitores proporem projeto de lei diretamente ao Congresso Nacional.
Tripartição do Poder: “São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”
Não interferem um no outro nem tem relação de hierarquia. São harmônicos porque devem
funcionar de acordo com os princípios da Constituição e na busca dos mesmos ideais.
Poder Executivo: função de cumprir a lei, desenvolvendo políticas públicas, prestando
serviços públicos, realizando obras...
Poder Legislativo: cria normas jurídicas de observância obrigatória. Cria leis.
Poder Judiciário: aplica a lei e resolve litígios em definitivo. Sua decisão é definitiva e
imutável.
Ampla defesa e o contraditório: qualquer pessoa, quando acusada ou quando tem parte em
processo administrativo ou judicial, deve ter assegurada a oportunidade de defesa e resposta
do alegado pela outra parte, bem como direito à recursos contra decisões que a prejudiquem
e à revisão destas por outro órgão decisório.
Direitos Sociais: visam à subsistência mínima e digna às pessoas. Exige do Estado que aja,
atue e forneça os serviços públicos necessários à garantia dos direitos sociais. São direitos
sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social,
a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados...
Partidos Políticos: são de livre criação, com alguns critérios: caráter nacional, prestação de contas à
Justiça Eleitoral, proibição de recebimento de recursos estrangeiros.
Organização do Estado.
Formação dos EUA de “baixo para cima”, a vontade de constituir a federação partiu dos
estados, colônias, inicialmente independentes, que se juntaram e constituíram uma federação.
No Brasil, foi de “cima para baixo”, o País foi dividido em estados pelo poder central, e toda
a legislação relevante é federal, sendo o estado, um ente com poucas funções relevantes.
Opinião do autor: Da maneira como são os estados, nada mais são que fontes de despesa,
pois acabem duplicando estruturas que já existem nas órbitas federal e municipal. O município por
sua vez, é o ente que compõe os estados.
União Federal: é o mais poderoso ente da federação, não apenas pela quantidade de bens
sob seu poder, mas pelo n° de serviços e atividades que exerce e competências legislativas de que
dispõe. Cabe à União a prestação de serviços de telecomunicações, TV, rádio, energia elétrica,
transporte aéreo, terrestre interestadual, etc. São os serviços públicos, relevantes à manutenção da
ordem pública e ao desenvolvimento do País. Podem ser prestados diretamente pela União, ou por
particulares por meio de concessão. Quando há uma concessão, o serviço continua sendo de
propriedade da União. Outros serviços como o serviço postal, é prestado diretamente pela União,
empresa pública, integralmente pertencente à União (Correios).
Algumas competências, a Constituição atribui em comum para União, estados, municípios e
Distrito Federal, são diretrizes mais genéricas, como combate à marginalização e à pobreza,
proteção à Constituição, cuidados com a saúde pública e outras de interesse geral.
As competências estipuladas na Constituição podem sem:
- exclusiva: apenas a União legisla sobre o assunto;
- privativa: a competência pode ser delegada.
- concorrente: a União legisla sobre as regras gerais e os Estados podem legislar sobre ele mais
especificamente.
São de competência privativa da União: direito civil, penal, comercial, processual,
trabalhista, serviço postal, transito, etc. E de competência concorrente: direito tributário e
econômico, educação, cultura, proteção à infância e à juventude, juizados de pequenas causas
A competência concorrente versa sobre direito tributário e econômico, educação, cultura,
proteção à infância e a juventude, juizados de pequenas causas... Essa competência não é exercida
pelos municípios.
Estados: possuem constituições próprias e leis estaduais, de acordo com suas competências.
Obedecem a uma ordem de simetria com a Constituição Federal. São reservadas aos Estados as
competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição. Restam poucos assuntos a serem
tratados, poucos serviços e atividades a serem desempenhados.
Distrito Federal: não é estado, nem município, mas tem características dos dois. O chefe do
Poder Executivo é o governador e o Poder Legislativo é exercido pela Camara Legislativa.
Poder Legislativo
É responsável por discutir e criar leis que devem regulamentar o Estado e a sociedade. É o único
que pode inovar o ordenamento jurídico, criando, modificando ou revogando leis. Tem ainda, a
função de fiscalização contábil, financeira e orçamentária.
No plano federal adota o sistema bicameral, que faz com que as deliberações passem pelas duas
casas (Senado Federal e Camara dos Deputados) antes de serem aprovadas.
O Senado Federal representa os estados no parlamento, sendo três representantes para cada
estado. É composto de 81 senadores, com mandatos de 8 anos, renovando-se a cada 4 anos um e
dois senadores. Tem a competência privativa de processar e julgar, por crime de responsabilidade, o
presidente, vice-presidente, os ministros e os comandantes das Forças Armadas, ministros do STF,
membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o
procurador-geral da União e o advogado-geral da União.
A Câmara de Deputados representa o povo dos estados, o número de deputados varia de acordo
com a população do estado. O número mínimo é de 8 e o máximo é de 70. O total é de 513
integrantes, e seu mandato é de 4 anos. Sua competência privativa é de instaurar processo contra o
presidente da republica, o vice-presidente e os ministros, proceder à tomada de contas do
presidente, eleger os membros do Conselho da República e dispor sobre sua organização interna.
O Congresso Nacional inclui a deliberação sobre todas as matérias de competência da União
Federal, legislando sobre os assuntos a ela atribuídos.
Processo legislativo: conjunto de atos e procedimentos que devem ser adotados para a criação
de uma nova lei.
- Emenda à Constituição: altera a própria Constituição, sendo estabelecida nela própria
como pode ser alterada. Só poderá ser proposta por, no mínimo, um terço dos membros da Camara
dos Deputados ou do Senado Federal, pelo Presidente da República ou por mais da metade das
Assembléias Legislativas, por meio da deliberação por maioria relativa dos membros. Deve ser
votada em dois turnos em cada uma das casas, sem do aprovada por três quintos de seus membros,
em cada uma das votações. Depois é promulgada, não dependendo de sanção ou veto do presidente.
Clausulas Pétreas: assuntos imutáveis, devem permanecer do mesmo modo como foram
aprovadas quando da elaboração da Constituição.
- Decretos legislativos e resoluções: são normas que a Constituição exige em alguns casos,
como para suspender a eficácia de lei ou dispositivo declarado inconstitucional pelo STF.
- Leis delegadas: tratam da delegação de poder de legislar ao presidente da Republica sobre
determinadas matérias.
- Leis ordinárias: utilizadas para regulamentar todas as matérias, exceto aquelas tratadas
por lei complementar. É o instrumento mais comum utilizado para inovar o ordenamento jurídico. É
aprovada por maioria relativa.
- Lei complementar: complementa a constituição e é exigida em alguns casos específicos.
Exigem maioria absoluta na aprovação.
- Medida provisória: instrumento colocado à disposição do presidente, com força de lei em
casos de relevância e urgência. Não precisa observar o processo legislativo. Tem prazo de vigência
de 60 dias a partir da publicação e pode ser prorrogada uma vez por igual período. Se não for
convertida em lei no prazo, perde a eficácia.
Poder Executivo.
É exercido pelo presidente da República auxiliado pelos ministros, pelo governados do
Estado, auxiliado pelos secretários estaduais, e pelo prefeito auxiliado pelos secretários
municipais.
O Poder Executivo ainda tem como integrantes o Conselho da Republica (órgão de consulta
do presidente, que emitem opinião para suas decisões) e o Conselho de Defesa Nacional (função
de opinar em assuntos de soberania nacional e defesa do Estado democrático).
Poder Judiciário.
Tem a função de dirimir litígios que lhe são apresentados pela aplicação da lei ao caso
concreto, por meio do devido processo legal, colhe os argumentos das partes, as provas, e com
base em uma serie de critérios, decide qual parte tem razão. Somente o Judiciário atua tomando
decisões em caráter definitivo. Uma vez transitada em julgado a decisão e não cabendo mais
recursos, torna-se definitiva e deve ser obedecida. O juiz está restrito à aplicação da lei, mesmo
que não concorde com seu conteúdo. É o único dos três poderes que funciona apenas quando
provocado.
Civil Law: solução de litígios tendo como fonte primária a lei.
Jurisprudência: conjunto de decisões reiteradas de um tribunal sobre determinado assunto.
O costume são os usos, e os costumes da sociedade podem fundamentar a decisão. Doutrinas
são os escritos e estudos dos juristas.
O órgão superior do Poder Judiciário é o Supremo Tribunal Federal – STF, composto de 11
ministros nomeados pelo presidente da República e aprovados pelo Senado. É a corte
constitucional, responsável pela guarda da Constituição e pelas decisões finais acerca da
inconstitucionalidade ou não de leis ou atos normativos. Para que um recurso seja apreciado
pelo STF, precisa ter relevância social, econômica ou política.
A Justiça Federal, julga todas as causas que tenham como parte a União, seus órgãos,
autarquias, empresas públicas ou que sejam de interesse deles.
A Justiça Estadual tem competência residual, julgando as demandas que não sejam de outros
ramos do judiciário: quase todos os crimes comuns, questões de família, questões empresariais,
e todas as demandas particulares e também que tenham como partes os estados e os municípios.
A Justiça do Trabalho julga questões relacionadas às relações de trabalho. Órgão superior é o
Tribunal Superior do Trabalho – TST.
A Justiça Eleitoral tem a função de registrar os eleitores e julgar questões relativas às
eleições, como propaganda eleitoral, candidaturas, etc. Seu órgão superior é o Tribunal Superior
Eleitoral – TSE.
A Justiça Militar tem a função de julgar apenas os crimes militares, seu órgão superior é o
Superior Tribunal Militar – STM.
Tributação e Orçamento.
A tributação é a forma como o Estado obtém a maioria das receitas necessárias à sua
manutenção e à realização de suas atividades, serviços, obras e políticas. O tributo retira do
privado dinheiro que é arrecadado para os cofres públicos.
Tributo: prestação pecuniária compulsória, que não seja sansão de ato ilícito, instituído por
lei e cobrado mediante atividade administrativa vinculada. Pagamento em dinheiro obrigatório
do particular ao Estado. O pagamento justificado como punição de ato ilícito é denominado
multa. Seu espírito é repartir entre toda a sociedade o custo da manutenção do Estado.
São cinco modalidades tributárias:
Impostos: incidem sobre qualquer fato licito que não tem relação com atuação do estado.
Não tem destinação especifica. Ex: IPTU, ICMS, IPVA, IR.
Taxas: são cobradas quando há uma atuação estatal em favor do contribuinte. Não te
destinação especifica. Cobra do contribuinte por uma tarefa que ele recebeu. Ex: emissão do
passaporte.
Contribuição de melhoria: pode ser cobrada sempre que uma obra pública ocasionar
valorização do imóvel. Função de repor, todo ou em parte, o calor despendido na obra.
Também não tem destinação especifica.
Empréstimo compulsório: o Estado, em caso de calamidade pública ou guerra, cobra do
contribuinte um valor que posteriormente é devolvido. Só se destina a finalidade que
justificou sua criação.
Contribuições: são tributos criados para uma determinada finalidade que a Constituição
estabelece. O valor é destinado à finalidade que o motivou. Podem ser corporativas
(cobradas de categorias: OAB, CREA, CRM), sociais (financiamento da seguridade social,
saúde, previdência...) e interventivas (intervenção no âmbito privado para corrigir uma
distorção que existia).