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TÓPICO I
- técnicas;
- administrativas;
- educacionais;
- médicas; e
- psicológicas
Que devem ser aplicadas na prevenção de acidentes e nas atividades gerais da empresa,
com a finalidade de:
O profissional de Segurança do Trabalho atua conforme sua formação quer seja ele
médico, técnico, enfermeiro ou engenheiro. O campo de atuação é muito vasto. Em geral o
engenheiro e o técnico de segurança atuam em empresas organizando programas de prevenção de
acidentes, orientando a CIPA, os trabalhadores quanto ao uso de equipamentos de proteção
individual, elaborando planos de prevenção de riscos ambientais, fazendo inspeção de segurança,
laudos técnicos e ainda organizando e dando palestras e treinamento. Muitas vezes esse
profissional também é responsável pela implementação de programas de meio ambiente e
ecologia na empresa.
O médico e o enfermeiro do trabalho dedicam-se a parte de saúde ocupacional, prevenindo
doenças, fazendo consultas, tratando ferimentos, ministrando vacinas, fazendo exames de
admissão e periódicos nos empregados.
1.3 – Histórico
O trabalho desenvolvido pelo homem nem sempre teve a mesma conotação dos dias atuais,
ele passou por uma série de significações ao longo da história em função do momento político e
econômico vivenciado.
Desde que o Homem surgiu na face da Terra ele necessitou trabalhar para poder continuar
a viver. No início ele sobreviveu extraindo da natureza aquilo que ela poderia fornecer: alimentos
(frutos e outras plantas) abrigaram-se em cavernas, confeccionou roupas de peles de animais
mortos, e bem mais tarde desenvolveu a arte da caça.
Quando o ser humano começou a ter necessidade de produzir mais alimentos, iniciou a
fase da agricultura e consequentemente o trabalho começou a ter que se organizar e a se
intensificar.
Assim caminhou a humanidade, sempre respondendo às necessidades criadas, quer por
hábitos ou mesmo por necessidades devido a crescente demanda da população em função do seu
crescimento vegetativo.
O homem pré-histórico e o Homem antigo sempre procuraram trazer o trabalho para bem
perto do prazer em trabalhar, confundindo o trabalho com o prazer (o que seria o ideal para todos
nós, até os dias de hoje).
Outro tipo de trabalho dessa mesma época eram os afetos à Guerra (soldados). No Egito
Antigo apareceu a primeira vez na História da Humanidade a figura do trabalho remunerado
(emprego). Na Grécia Antiga, o homem que trabalhasse era considerado um mal patriota, pois não
tinha tempo para pensar e contribuir para solução dos problemas da nação. E bem mais tarde
apareceu o trabalho escravo.
Os historiadores atribuem o surgimento do trabalho a um progresso da humanidade da
época, pois antes disso o povo vencido em guerra era morto pelo vencedor.
Na época da escravidão não se ouvia falar em direitos trabalhistas, pois o escravo era
considerado mero objeto, seu dono tinha o poder sobre a sua vida, e ele não tinha direitos, seu
senhor tinha a disponibilidade da vida do escravo e o seu único dever era o de alimentá-lo.
Corporações de Ofícios
O que mais marcou o trabalho na Idade Média foram as Corporações de Ofício. Os jovens,
chamados de Aprendizes, eram encaminhados pelas famílias para, com orientação dos Oficiais e
sob a guarda dos Mestres, para aprenderem um Ofício: Marceneiro, Açougueiro, Ferreiro,
Tecelão, Ceramista, Sapateiro, Alfaiate, etc.
Os Aprendizes aprendiam, os Oficiais sabiam fazer sozinhos e os Mestres eram aqueles
que sabiam ensinar.
Nas Corporações de Ofícios os riscos inerentes das tarefas eram os mesmos para todos,
Mestres, Oficiais e Aprendizes. Os aprendizes aprendiam fazendo e observando os Oficiais e
Mestres.
Trabalhos de Mineração
Foram os primeiros trabalhos que geraram interesse de pessoas em estudá-los. Nessa época
Johanes Bauer escreveu o Primeiro Livro sobre o Trabalho que se tem registro na história,
relatando o trabalho desenvolvido nas Minas da Europa.
Paracelsus – Veneno
O cientista e filósofo Paracelsus estabeleceu uma “Lei” que vive até hoje: tudo pode ser
remédio, tudo pode ser veneno, depende da dose.
Ramazzini
Um médico da Idade Média que introduziu a pergunta “QUAL É A SUA PROFISSÃO”
na anamnese médica (história do paciente), questionário que todo médico deve fazer quando
procurado pelo paciente que apresenta uma queixa, presente até os tempos atuais. Esse foi um
grande passo para relacionar a doença com a atividade desenvolvida pelo paciente.
Desde a idade média já se relaciona a doença com a atividade profissional desenvolvida
pelo paciente.
Trabalho de Servidão
A servidão não diferiu muito da escravidão, nesta época o que marcou é que parte do
trabalho era um pagamento pelo que lhes eram oferecidos pelo senhor feudal, tinham alguns
direitos, trabalhavam para os senhores feudais, mas tinham direitos ao pasto, a ter animais e
tinham também o direito de herança, ficavam na terra por conveniência e por proteção, mas eram
livres para abandoná-la. O que plantavam era dividido com o Senhor Feudal e a outra parte podia
ser feito o escambo que deu origem a várias cidades devido às feiras para troca de mercadorias.
O Brasil tem uma legislação relativamente nova em matéria prevencionista. Tendo sido
sua economia baseada no braço escravo e na agricultura, até praticamente o início deste século,
não tinha o País se defrontado com problemas dos países - que já contavam apenas com
trabalhadores livres e com uma indústria crescente - vinham conhecendo.
Só depois da 1ª guerra mundial é que o nosso País, em decorrência da assinatura de
tratados internacionais, como o tratado de Versalhes, se cogitou de medidas legislativas, tendentes
à proteção dos trabalhadores, que já então começavam a se concentrar nas cidades.
A CIPA, que em muitos países já vigorava desde 1921, no Brasil foi introduzida em 1944.
E foi a partir do Decreto-Lei nº 229 de 1967, que ficou instituída sua obrigatoriedade, passando
assim, a fazer parte das leis que regem o direito do trabalhador, na Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT).
Atualmente a legislação ordinária sobre proteção dos trabalhadores diante dos riscos no
trabalho faz parte da legislação trabalhista e também está contida na CLT, que abrange todos os
empregados.
A redação atual do Capítulo da CLT que abrange a parte de Segurança e Medicina do
Trabalho (Título II, Capítulo V “Da Segurança e Medicina do Trabalho”, foi estabelecido pela Lei
6514 de 22/12/77 e se estende do Artigo 154 ao Artigo 201 da CLT).
O detalhamento e a aplicação desta lei estão contidos em 36 normas regulamentadoras.
1977 – Promulgação da Lei Federal 6.514 (Lei que instituiu a Segurança e Medicina do
Trabalho );
1978 – Regulamentação da Lei 6.514 pela Portaria Ministerial 3.214.
É de máxima importância termos uma visão global das várias Instituições Governamentais
e não Governamentais e das diversas Entidades que atuam e interagem nas questões relacionadas
a Segurança e Medicina do Trabalho, no Brasil e no mundo, inclusive no que tange as
recomendações mais recentemente indicadas, bem como, das tendências que podemos verificar no
panorama mundial da Segurança do Trabalho.
Para um melhor conhecimento e entendimento da matéria, é muito importante
conhecermos e acessarmos os seguintes Órgãos Governamentais e Não Governamentais em seus
respectivos sites, como por exemplo, os seguintes:
6. Delegacias Regionais do Trabalho – DRT, nos limites de sua jurisdição, órgão regional
competente para executar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho;
7. Órgãos Federais, Estaduais e Municipais: - Podem ainda ser delegadas a outros Órgãos
Federais, estaduais e municipais, mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho,
atribuições de fiscalização e/ou orientação às empresas, quanto ao cumprimento dos preceitos
legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho.
26. Várias outras entidades nacionais e internacionais, cujos “Links” são encontrados nos
diversos “Sites” e Portais de Segurança e Medicina do Trabalho que existem.
1.5.2 – Informações Complementares:
2. Cerca de 300.000 ficaram inválidos, com uma média de 10.000 trabalhadores inválidos
por ano;
4. Com um índice de 12,6 acidentes para cada 100.000 trabalhadores, índice este
comparativamente bastante acima dos índices dos demais países, tais como os seguintes:
Dados recentemente divulgados pelo Ministério do Trabalho indicam que o Brasil está
entre as 15 nações com maior número de acidentes do trabalho no mundo.
Além disto, o prejuízo anual no Brasil devido a indenizações e tratamentos médicos
decorrentes dos acidentes do trabalho a que ocorrem é da ordem de R$ 20 bilhões. Esta cifra seria
suficiente para construção de 1 (um) milhão de casas populares ou de 70.000 escolas. (Ver artigo
publicado em A Tribuna de 26.01.2003).
De outro lado, informe da Organização Internacional do Trabalho – OIT divulgado em
Genebra na Suíça no dia Internacional do Trabalho mostra que as doenças e acidentes
relacionados ao trabalho no mundo provocam a cada ano 2 milhões de óbitos, ou seja, cerca de
5.480 mortes por dia onerando a economia global em pelo menos US$ 1,25 trilhões equivalente a
4% do Produto Interno Bruto do mundo. (Ver artigo publicado em A Tribuna de 02/05/2003).
Sob este aspecto é interessante que se consulte sempre as estatísticas e dados do Ministério
da Previdência e Assistência Social – MPAS, bem como, do Ministério do Trabalho e Emprego –
MTE - (http://www.mte.gov.br/);
É muito importante estabelecer e conhecer a relação das causas e efeitos, para os vários
tipos de acidentes ocorridos, inclusive caracterizando os tipos das instalações e das substâncias
perigosas envolvidas. Isto nos possibilitará agir de forma mais direcionada e eficaz na solução dos
problemas de segurança existentes.
Assim sendo nas duas tabelas abaixo colocadas encontramos dados de Acidentes de
Grande Porte ocorridos no mundo, envolvendo Produtos Químicos diversos, inclusive
combustíveis e explosivos, bem como, suas principais causas e perdas de vidas decorrentes
(Foram registrados os acidentes com mais de 20 mortes).
É importante que conheçamos estas informações para que haja uma conscientização do
alto poder de destruição revelado por estes acidentes.
Semelhantemente aos acidentes ocorridos no ramo Químico, abaixo indicados, ocorreram
também acidentes de gravidade e conseqüências em diversos outros ramos de atividades perigosas
existentes no mundo, os quais também precisam ser pesquisados e conhecidos.
Tabela 1 - Acidentes químicos ampliados em nível global com mais de 20 óbitos do início do
século até 1969.
Dados recentemente divulgados pelo Ministério do Trabalho indicam que o Brasil está
entre as 15 nações com maior número de acidentes do trabalho no mundo.
Observação: Das ocorrências e dos exemplos acima colocados constatamos o perigo, o risco e o
alto grau de destruição dos acidentes com:
BRITO, Jussara Uma proposta de vigilância em saúde do trabalhador com a ótica de gênero: Rio
de Janeiro: Cadernos de saúde pública, 1997.
DINIZ, Jadir Ataíde Júnior Segurança do Trabalho em obras de Construção Civil dissertação
(graduação) Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul,
2002.
FREITAS, C. M., PORTE, M. F. S., GOMEZ, C. M., Acidentes químicos ampliados: um desafio para
a saúde pública, Revista Saúde Pública, Rio de Janeiro, 29(6), 1995.
Manual de Segurança e Saúde no Trabalho, Coleção Manuais, Indústria Moveleira, SESI-SP, 2004.
ROCCA, José, SANCHEZ, Álvaro, LEMES, Pedro, NASCIMENTO, Rafael, Segurança, Higiene
e Qualidade de Vida no Trabalho, Trabalho Disciplina de Gestão de Recursos Humanos,
Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá, 2011.
Segurança e medicina do trabalho – coordenação e supervisão da Equipe Atlas – 62ª edição 2008 – 2.
Reimpressão 2008 – Editora Atlas S.A. – São Paulo/ SP.