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Campus de Toledo

CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS


CURSO: ENGENHARIA QUÍMICA
DISCIPLINA: ENGENHARIA DE SEGURANÇA

TÓPICO I

INTRODUÇÃO À SEGURANÇA INDUSTRIAL

PROF. PLÍNIO RIBEIRO FAJARDO CAMPOS


2020
INTRODUÇÃO À SEGURANÇA INDUSTRIAL

1.1 – Conceitos iniciais

1.1.1 - Conceito de Segurança do Trabalho

Caso algum profissional da área de Engenharia de Segurança do Trabalho tenha que


resumir a sua atividade em uma única palavra, esta seria, sem sombra de dúvidas,
“PREVENÇÃO”. Tudo o que se aprende em um curso de Engenharia de Segurança do Trabalho
visa prevenir a ocorrência de um acidente ou uma doença profissional.
Em uma empresa de administração moderna o Setor/Departamento de Engenharia
Segurança e Medicina do Trabalho atua como um consultor, orientando as pessoas dos diversos
Departamentos da empresa de como se comportar preventivamente diante da Segurança e
Medicina do Trabalho. Portanto a responsabilidade pela segurança da empresa está diretamente
ligada aos Departamentos que atuam nas áreas de risco:
Produção, Manutenção e demais Departamentos que tenham pessoas nas áreas. A
Segurança do Trabalho é um conjunto de medidas multidisciplinares:

- técnicas;
- administrativas;
- educacionais;
- médicas; e
- psicológicas

Que devem ser aplicadas na prevenção de acidentes e nas atividades gerais da empresa,
com a finalidade de:

- evitar a criação de condições inseguras;


- corrigir as condições inseguras existentes;
- preparar as pessoas para prática de prevenção de acidentes.

A Segurança do Trabalho é ao mesmo tempo:

- uma imposição legal;


- um imperativo técnico, administrativo e econômico;
- um benefício.

“Segurança do Trabalho é um conjunto de medidas administrativas, técnicas, legais,


médicas, educacionais e psicológicas e, portanto, multidisciplinares, empregadas na
prevenção de acidentes do trabalho e doenças profissionais”.

1.2 – Importância da Segurança

Segundo o Ministério do Trabalho (1995), a legislação Previdenciária conceitua o acidente


de trabalho em sua Lei nº. 8.213, de 24 de julho de 1991, alterada pelo Decreto n 611, de 21 de
julho de 1992, art. 19: “Acidente de trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a
serviço da empresa, ou ainda, pelo serviço de trabalho de segurados especiais, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o
trabalho, permanente ou temporária”.
Antes de quaisquer atributos, pode-se ver a questão da segurança no trabalho como um
ponto de referência qualitativo, que tange e configura empresas que zelam pela qualidade das
construções que executam. Assim como em várias atividades do processo construtivo de uma
edificação, a segurança não caminha isolada, e sim apoiada em uma série de medidas que
asseguram a organização, limpeza, produtividade, assepsia, atenção, condições adequadas de
trabalho e, ainda, dignidade aos operários. (BRITO, 1997)
Quanto às instalações sanitárias pode-se afirmar que: “é difícil exigir higiene, organização
e assepsia de um trabalhador se no local destinado a higiene as instalações são precárias”. A NR-
18 ressalta que: “os vestiários devem ser mantidos em perfeito estado de conservação, higiene e
limpeza”. Dentro do aspecto das condições de trabalho oferecidas para os funcionários, pode-se
salientar que a manutenção do mínimo de saúde e higiene deve ser mantida como hábito, o que
também auxilia no desenvolvimento humano, produtivo e social no que diz respeito à relação
empregado e empregador. (SARAIVA, 2015)
Além de atender estes quesitos deve-se salientar a importância do arranjo físico do
canteiro que, uma vez bem planejado, ajuda na propulsão da segurança.
Desta forma, atingem-se bons resultados de segurança e quem ganha é a construção, a
empresa e o operário. Outra questão é “priorizar o produto, mas também priorizar o trabalhador,
resgatando a dignidade e implantando uma cultura prevencionista, investir nas áreas de vivência,
manter a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e outras formas de apoio que
contribuem com o andamento da obra” (RODRIGUES, 2002).
De acordo com Diniz (2002), construtoras e engenheiros ligados à área da construção civil
confirmam em artigos e outras publicações, que o uso de ferramentas para prevenção dos
acidentes de trabalho fazem com que os operários sintam-se mais seguros, o que resulta em maior
rendimento nas obras. Algumas medidas de prevenção podem ser tomadas, tais como:

- Conversar com novos estagiários e engenheiros, o que resulta em novas ideias;


- Realizar gincana para arrecadar livros e fazer um concurso de leitura;
- Participação de funcionários em reuniões e palestras;
- Colocar caixas de sugestões nas obras;
- Conhecer o tipo de vida dos funcionários;
- Preparar refeições balanceadas. Contatar com as cozinheiras e nutricionistas;
- Comprar kits de higiene, com pasta de dente, papel higiênico e sabonete;
- Promover a alfabetização dos operários;
- Realizar exames de saúde ocupacional e vacinações. A prevenção diminui o número de dias de
afastamento por atestado médico;
- Fazer reuniões três vezes por semana, de 5 a 15 minutos;
- Agentes pessoas que promovam segurança nos canteiros de obra, motivação ou até sorteio de cestas
básicas;
- Elaborar e distribuir pela obra cartazes preventivos falando sobre a segurança no trabalho;
- Incentivar a cultura, como por exemplo, textos dos filhos referentes à segurança dos pais na
construção;
- As empresas têm um papel social a cumprir.
Como visto, algumas medidas de prevenção são simples, mas muito eficientes. De fácil
aplicação no canteiro de obra, estas sugestões, com caráter social e humano, são implantadas
como regra nas edificações de sua empresa.
Salienta ainda, (GRANDI, 1985) a valorização do trabalho, cuja visão é voltada ao
operário, à família e ao meio social que rodeia este cidadão. A partir do momento que a empresa
investe na pessoa, há uma melhoria significativa na qualidade e na produtividade, além de boas
condições de trabalho e segurança a todos.

1.2.1 - Os Profissionais de Segurança do Trabalho

O profissional de Segurança do Trabalho atua conforme sua formação quer seja ele
médico, técnico, enfermeiro ou engenheiro. O campo de atuação é muito vasto. Em geral o
engenheiro e o técnico de segurança atuam em empresas organizando programas de prevenção de
acidentes, orientando a CIPA, os trabalhadores quanto ao uso de equipamentos de proteção
individual, elaborando planos de prevenção de riscos ambientais, fazendo inspeção de segurança,
laudos técnicos e ainda organizando e dando palestras e treinamento. Muitas vezes esse
profissional também é responsável pela implementação de programas de meio ambiente e
ecologia na empresa.
O médico e o enfermeiro do trabalho dedicam-se a parte de saúde ocupacional, prevenindo
doenças, fazendo consultas, tratando ferimentos, ministrando vacinas, fazendo exames de
admissão e periódicos nos empregados.

1.3 – Histórico

1.3.1 - Aspectos históricos do trabalho

O trabalho desenvolvido pelo homem nem sempre teve a mesma conotação dos dias atuais,
ele passou por uma série de significações ao longo da história em função do momento político e
econômico vivenciado.

1.3.2 - O trabalho na pré-história e antiguidade

Desde que o Homem surgiu na face da Terra ele necessitou trabalhar para poder continuar
a viver. No início ele sobreviveu extraindo da natureza aquilo que ela poderia fornecer: alimentos
(frutos e outras plantas) abrigaram-se em cavernas, confeccionou roupas de peles de animais
mortos, e bem mais tarde desenvolveu a arte da caça.
Quando o ser humano começou a ter necessidade de produzir mais alimentos, iniciou a
fase da agricultura e consequentemente o trabalho começou a ter que se organizar e a se
intensificar.
Assim caminhou a humanidade, sempre respondendo às necessidades criadas, quer por
hábitos ou mesmo por necessidades devido a crescente demanda da população em função do seu
crescimento vegetativo.
O homem pré-histórico e o Homem antigo sempre procuraram trazer o trabalho para bem
perto do prazer em trabalhar, confundindo o trabalho com o prazer (o que seria o ideal para todos
nós, até os dias de hoje).
Outro tipo de trabalho dessa mesma época eram os afetos à Guerra (soldados). No Egito
Antigo apareceu a primeira vez na História da Humanidade a figura do trabalho remunerado
(emprego). Na Grécia Antiga, o homem que trabalhasse era considerado um mal patriota, pois não
tinha tempo para pensar e contribuir para solução dos problemas da nação. E bem mais tarde
apareceu o trabalho escravo.
Os historiadores atribuem o surgimento do trabalho a um progresso da humanidade da
época, pois antes disso o povo vencido em guerra era morto pelo vencedor.
Na época da escravidão não se ouvia falar em direitos trabalhistas, pois o escravo era
considerado mero objeto, seu dono tinha o poder sobre a sua vida, e ele não tinha direitos, seu
senhor tinha a disponibilidade da vida do escravo e o seu único dever era o de alimentá-lo.

1.3.3 - O trabalho na idade média

Corporações de Ofícios
O que mais marcou o trabalho na Idade Média foram as Corporações de Ofício. Os jovens,
chamados de Aprendizes, eram encaminhados pelas famílias para, com orientação dos Oficiais e
sob a guarda dos Mestres, para aprenderem um Ofício: Marceneiro, Açougueiro, Ferreiro,
Tecelão, Ceramista, Sapateiro, Alfaiate, etc.
Os Aprendizes aprendiam, os Oficiais sabiam fazer sozinhos e os Mestres eram aqueles
que sabiam ensinar.
Nas Corporações de Ofícios os riscos inerentes das tarefas eram os mesmos para todos,
Mestres, Oficiais e Aprendizes. Os aprendizes aprendiam fazendo e observando os Oficiais e
Mestres.

Trabalhos de Mineração
Foram os primeiros trabalhos que geraram interesse de pessoas em estudá-los. Nessa época
Johanes Bauer escreveu o Primeiro Livro sobre o Trabalho que se tem registro na história,
relatando o trabalho desenvolvido nas Minas da Europa.

Paracelsus – Veneno
O cientista e filósofo Paracelsus estabeleceu uma “Lei” que vive até hoje: tudo pode ser
remédio, tudo pode ser veneno, depende da dose.

Ramazzini
Um médico da Idade Média que introduziu a pergunta “QUAL É A SUA PROFISSÃO”
na anamnese médica (história do paciente), questionário que todo médico deve fazer quando
procurado pelo paciente que apresenta uma queixa, presente até os tempos atuais. Esse foi um
grande passo para relacionar a doença com a atividade desenvolvida pelo paciente.
Desde a idade média já se relaciona a doença com a atividade profissional desenvolvida
pelo paciente.
Trabalho de Servidão
A servidão não diferiu muito da escravidão, nesta época o que marcou é que parte do
trabalho era um pagamento pelo que lhes eram oferecidos pelo senhor feudal, tinham alguns
direitos, trabalhavam para os senhores feudais, mas tinham direitos ao pasto, a ter animais e
tinham também o direito de herança, ficavam na terra por conveniência e por proteção, mas eram
livres para abandoná-la. O que plantavam era dividido com o Senhor Feudal e a outra parte podia
ser feito o escambo que deu origem a várias cidades devido às feiras para troca de mercadorias.

1.3.4 - Revolução Industrial

A Revolução Industrial teve seu início em meados do século XVIII. A Revolução


Industrial, ou com mais propriedade, a Revolução Industrial Inglesa, que realizando melhor que os
outros países, da área central da economia-mundo, a acumulação primitiva de capitais, pôde criar
condições para a introdução contínua de inovações técnicas e da forma fabril de produção. O
caráter verdadeiramente revolucionário desse processo, que levou o homem a tornar-se
independente das forças da natureza, para realizar suas tarefas produtivas, localiza-se na força
motriz. Até então, qualquer mecanismo tinha sua propulsão dependente ou da força humana e dos
animais, ou das forças naturais, ventos e rios; tal situação mudou radicalmente com a introdução
da máquina a vapor por James Watt.
Embora conhecido desde a Antiguidade como fonte de energia, o vapor de água nunca fora
utilizado prática e economicamente. Sua adoção como fonte de força motriz tornou a fábrica uma
realidade palpável. A Revolução Industrial começou pela Indústria Têxtil devido à grande
necessidade de tecidos para “vestir” a humanidade cuja demanda era muito grande e o tecelão não
dava mais conta de atender os pedidos.
Nesta mesma época entrou em pauta o trabalho infantil. Sob a alegação que iriam dar
abrigo, alimento e roupas, as famílias “entregavam” suas crianças aos empresários que os faziam
trabalhar nos teares sob as piores condições humanas possíveis. No início as crianças eram
expostas aos mesmos rigores dos adultos e cumprindo as mesmas jornadas. Ao que tudo indica
surgiu à primeira lei para proteger as crianças e ficou decidido que elas somente iriam trabalhar
enquanto a luz do Sol permitisse. Vale ressaltar que no hemisfério Norte, na época do verão, o Sol
brilha entre 05h00min horas e 23h00min horas.
Tecnicamente falando o que propiciou a Revolução Industrial foi a “invenção” da máquina
a vapor, dando a necessária independência ao homem das forças da Natureza, força dos ventos e
dos rios, para movimentar as máquinas.
1.4 – Evolução da Segurança no Brasil

O Brasil tem uma legislação relativamente nova em matéria prevencionista. Tendo sido
sua economia baseada no braço escravo e na agricultura, até praticamente o início deste século,
não tinha o País se defrontado com problemas dos países - que já contavam apenas com
trabalhadores livres e com uma indústria crescente - vinham conhecendo.
Só depois da 1ª guerra mundial é que o nosso País, em decorrência da assinatura de
tratados internacionais, como o tratado de Versalhes, se cogitou de medidas legislativas, tendentes
à proteção dos trabalhadores, que já então começavam a se concentrar nas cidades.
A CIPA, que em muitos países já vigorava desde 1921, no Brasil foi introduzida em 1944.
E foi a partir do Decreto-Lei nº 229 de 1967, que ficou instituída sua obrigatoriedade, passando
assim, a fazer parte das leis que regem o direito do trabalhador, na Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT).
Atualmente a legislação ordinária sobre proteção dos trabalhadores diante dos riscos no
trabalho faz parte da legislação trabalhista e também está contida na CLT, que abrange todos os
empregados.
A redação atual do Capítulo da CLT que abrange a parte de Segurança e Medicina do
Trabalho (Título II, Capítulo V “Da Segurança e Medicina do Trabalho”, foi estabelecido pela Lei
6514 de 22/12/77 e se estende do Artigo 154 ao Artigo 201 da CLT).
O detalhamento e a aplicação desta lei estão contidos em 36 normas regulamentadoras.

1.4.1 Aspectos cronológicos do trabalho

1919 –Tratado de Versalhes: Criação da OIT, órgão tripartite (governos, Empresas e


Sindicatos);

1934 – Primeiras Leis sobre Acidentes do Trabalho no Brasil;

1944 – Criação da CLT – Lei 7036: Lei de Acidentes do Trabalho;

1953 – Portaria 155: Regulamentação da CIPA - Criação do INPS;

1959 – Criação do Serviço de Medicina do Trabalho (MTb);

1965 – Criação da Inspetoria do Trabalho (Fiscaliza o cumprimento da CLT e das


recomendações da OIT);

1967 – Criado o Seguro contra Acidentes;

1976 – Criação do PIACT (Programa Internacional de Melhorias das Condições do


Trabalho);

1977 – Promulgação da Lei Federal 6.514 (Lei que instituiu a Segurança e Medicina do
Trabalho );
1978 – Regulamentação da Lei 6.514 pela Portaria Ministerial 3.214.

1.5 – Instituições Relacionadas com a Segurança

1.5.1 - Instituições Governamentais e Entidades não Governamentais ligadas a Segurança e


Medicina do Trabalho:

É de máxima importância termos uma visão global das várias Instituições Governamentais
e não Governamentais e das diversas Entidades que atuam e interagem nas questões relacionadas
a Segurança e Medicina do Trabalho, no Brasil e no mundo, inclusive no que tange as
recomendações mais recentemente indicadas, bem como, das tendências que podemos verificar no
panorama mundial da Segurança do Trabalho.
Para um melhor conhecimento e entendimento da matéria, é muito importante
conhecermos e acessarmos os seguintes Órgãos Governamentais e Não Governamentais em seus
respectivos sites, como por exemplo, os seguintes:

1. Ministério do Trabalho e Emprego – MTE (http://www.mte.gov.br/) e seus Órgãos


Regionais do MTb;

2. Ministério da Previdência Social - http://www.mpas.gov.br/;

3. Ministério da Saúde – http://www.saude.gov.br/;

4. Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST órgão de âmbito nacional


competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades relacionadas com a
Segurança e medicina do trabalho;

5. Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho – SSMT;

6. Delegacias Regionais do Trabalho – DRT, nos limites de sua jurisdição, órgão regional
competente para executar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho;
7. Órgãos Federais, Estaduais e Municipais: - Podem ainda ser delegadas a outros Órgãos
Federais, estaduais e municipais, mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho,
atribuições de fiscalização e/ou orientação às empresas, quanto ao cumprimento dos preceitos
legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho.

8. Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho – DSST (Órgão do MTE);

9. MPT (Ministério Público do Trabalho) - O Ministério Público do Trabalho (MPT) é o


ramo do MPU (Ministério Público da União) que tem como atribuição fiscalizar o cumprimento
da legislação trabalhista quando houver interesse público, procurando regularizar e mediar as
relações entre empregados e empregadores.;

10. Fundacentro – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Medicina e Segurança do Trabalho


(http://www.fundacentro.gov.br/;

11. IBGEhttp://www.ibge.gov.br/ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Brasil;

12. OMS/OPAS – Organização Mundial da Saúde (http://www.opas.org.br/);

13. OIT – Organização Internacional do Trabalho (http://www.oitbrasil.org.br/);

14. SOBES – Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança http://www.sobes.org.br/;

15. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (http://www.abnt.org.br);

16. ANAMT – Associação Nacional de Medicina do Trabalho (http://www.anamt.org.br/;

17. ABMT – Associação Brasileira de Medicina do Trabalho;

18. ABPA – Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes (http://www.abpa.org.br/);

19. ABHO – Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais (http://www.abho.com.br/);

20. FENATEST - Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho;

21. CREA – SP (http://www.creasp.org);

22. Abraphiset - Associação Brasileira dos Profissionais de Higiene e Seg. do Trabalho -


Http://www.abraphiset.com.br/;

23. Anent - Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho - Http://www.anent.org.br/;

24. Anest - Associação Nacional de Engenharia de Segurança do Trabalho


-Http://www.anest.cjb.net/;

25. SAUDE E TRABALHO ON LINE;

26. Várias outras entidades nacionais e internacionais, cujos “Links” são encontrados nos
diversos “Sites” e Portais de Segurança e Medicina do Trabalho que existem.
1.5.2 – Informações Complementares:

Conforme artigo recentemente publicado em “A TRIBUNA”, por ocasião do IX Encontro


Nacional de Segurança, Saúde e Meio Ambiente, realizado em 2002 em Santos no Mendes
Convention Center, no Brasil de 1971 até 2000 (período de 30 anos), tivemos o seguinte
quadro:

1. Perderam a Vida mais de 120.000 trabalhadores, ou seja, em média 4.000 trabalhadores


por ano;

2. Cerca de 300.000 ficaram inválidos, com uma média de 10.000 trabalhadores inválidos
por ano;

3. Ocorrência de mais de 30.000.000 de acidentes do trabalho registrados neste período de


período 30 anos, ou seja, em média 1.000.000 de acidentes por ano;

4. Com um índice de 12,6 acidentes para cada 100.000 trabalhadores, índice este
comparativamente bastante acima dos índices dos demais países, tais como os seguintes:

 7,6 registrados na França;


 5,5 na Alemanha;
 4,2 na Finlândia;
 2,7 na Suécia.

Dados recentemente divulgados pelo Ministério do Trabalho indicam que o Brasil está
entre as 15 nações com maior número de acidentes do trabalho no mundo.
Além disto, o prejuízo anual no Brasil devido a indenizações e tratamentos médicos
decorrentes dos acidentes do trabalho a que ocorrem é da ordem de R$ 20 bilhões. Esta cifra seria
suficiente para construção de 1 (um) milhão de casas populares ou de 70.000 escolas. (Ver artigo
publicado em A Tribuna de 26.01.2003).
De outro lado, informe da Organização Internacional do Trabalho – OIT divulgado em
Genebra na Suíça no dia Internacional do Trabalho mostra que as doenças e acidentes
relacionados ao trabalho no mundo provocam a cada ano 2 milhões de óbitos, ou seja, cerca de
5.480 mortes por dia onerando a economia global em pelo menos US$ 1,25 trilhões equivalente a
4% do Produto Interno Bruto do mundo. (Ver artigo publicado em A Tribuna de 02/05/2003).
Sob este aspecto é interessante que se consulte sempre as estatísticas e dados do Ministério
da Previdência e Assistência Social – MPAS, bem como, do Ministério do Trabalho e Emprego –
MTE - (http://www.mte.gov.br/);
É muito importante estabelecer e conhecer a relação das causas e efeitos, para os vários
tipos de acidentes ocorridos, inclusive caracterizando os tipos das instalações e das substâncias
perigosas envolvidas. Isto nos possibilitará agir de forma mais direcionada e eficaz na solução dos
problemas de segurança existentes.
Assim sendo nas duas tabelas abaixo colocadas encontramos dados de Acidentes de
Grande Porte ocorridos no mundo, envolvendo Produtos Químicos diversos, inclusive
combustíveis e explosivos, bem como, suas principais causas e perdas de vidas decorrentes
(Foram registrados os acidentes com mais de 20 mortes).
É importante que conheçamos estas informações para que haja uma conscientização do
alto poder de destruição revelado por estes acidentes.
Semelhantemente aos acidentes ocorridos no ramo Químico, abaixo indicados, ocorreram
também acidentes de gravidade e conseqüências em diversos outros ramos de atividades perigosas
existentes no mundo, os quais também precisam ser pesquisados e conhecidos.

Tabela 1 - Acidentes químicos ampliados em nível global com mais de 20 óbitos do início do
século até 1969.

DATA PAÍS TIPO DE ACIDENTE SUBSTÂNCIA MORTES


1917 Escócia Explosão de Navio Explosivo Militar 1.800
1921 Alemanha Explosão em Fábrica Fábrica de Nitrato > 500
1926 EUA Explosão em Depóstio de Munições Trinitrotoluol 21
Vazamento de Tanques Cloro 40
1929 EUA Incêndio com Gases Tóxicos Nitrogênio e CO 119
1930 Bélgica Gases Tóxicos na Atmosfera Fluoreto de
Hidrogênio, Ácido 92
e Dióxido Sulfúrico
1933 Alemanha Explosão em fundição Gás 65
1934 China Incêndio em Gasômetro Gás 42
1935 Alemanha Explosão em Fábrica de Dinitrotoluol e 82
Explosivos Trinitrotoluol
1939 Romênia Vazamento em Indústria Química Cloro 60
1942 Bélgica Explosão Nitrato de Amônia 60-80
1943 Alemanha Explosão de Caminhão em Indústria Butadieno 60-80
1944 EUA Explosão de Nuvem de Gás GLN 130
1947 França Explosão de Navio Cargueiro Nitrato de 21
Amônia
EUA Explosão de Caminhão em Indústria Éter Dimetílio 209
Alemanha Explosão em Metalúrgica Poeira de 50
Carvão
1950 México Vazamento em Fábrica Sulfeto de 22
Hidrogênio (H2S)
1959 EUA Explosão de Caminhão em Rod. Gás Líquido de 26
Petróleo
1966 França Explosão em Refinaria Propano e Butano 21
1968 Alemanha Explosão em Indústria Cloreto de Cádmio 24
Japão Contaminação da água por Cloreto de Cádmio 100
Fonte: Freita; C. M. de et al [1995]
Tabela 2 - Acidentes químicos ampliados em nível global com mais de 20 óbitos de 1970 até
1984.
DATA PAÍS TIPO DE ACIDENTE SUBSTÂNCIA MORTES
1970 Japão Explosão Gás 92
1972 EUA Explosão de Coqueria Propano 21
Japão Vazamento em 6 indústrias Desconhecido 76
Brasil Explosão em Refinaria Propano e GLP 38
1973 EUA Incêndio GLP 40
1974 Inglaterra Vazamento seguido de Explosão Ciclohexano 28
em Flixborough
1976 Finlândia Explosão Explosivos 43
1977 Coréia do Sul Explosão em Trem Explosivos 56
Colômbia Vazamento em Indústria de Amônia, Nitrato e 30
Carbamide
1978 Espanha Acidente de Transporte Propileno 216
Rodoviário
México Explosão Butano 100
México Explosão de Gasoduto Gás 58
México Explosão de um Vagão Tanque GLP 25
1979 URSS Acidente em Fábrica Prod. Químico 300
Irlanda Explosão de tanque de Óleo Óleo 72
EUA Explosão e Incêndio em Tanque Óleo Cru 32
1980 Ìndia Explosão em 2 Fábricas Explosivos 40+80
Irã Explosão em Depósito de Nitroglicerina 80
Explosivos
Espanha Explosão Explosivos 51
Tailândia Explosão de Armamentos Explosivos 54
1981 Venezuela Explosão Hidrocarbureto 145
México Descarrilamento de Trem Cloro 28
1982 Canadá Naufrágio em Navio de Óleo Óleo 84
EUA Incêndio em Navio de Óleo Óleo 51
Noruega Naufrágio em Navio de Óleo Óleo 123
Espanha Explosão Explosivos 51
Tailândia Explosão de Munições Explosivos 54
Venezuela Explosão Hidrocarbonos 145
1983 Brasil Explosão de Trem Diesel e Petróleo 45
1984 Brasil Explosão de Oleoduto (Vila Socó Petróleo 508
– Cubatão)
Brasil Explosão em Plataforma de Petróleo 40
Petróleo
México Explosão de Reservatório Gás Líquido de 550
Isocianato de Metila
Ìndia - Bophal Vazamento em Indústria Química Isocianato de Metila > 2.500
Paquistão Explosão de Gasoduto Gás Natural 60
Romênia Explosão em Fábrica - 100
Ìndia Transporte Rodoviário Petróleo 60
Fonte: Freita; C. M. de et al [1995].
LISTAGEM DOS ACIDENTES AMPLIADOS / MAIORES OCORRIDOS ( *) :
(*)
- Ver a Convenção OIT 174 e o Decreto Lei 4085 de 15 de janeiro de 2002.

Dados recentemente divulgados pelo Ministério do Trabalho indicam que o Brasil está
entre as 15 nações com maior número de acidentes do trabalho no mundo.

DATA PAÍS/Local TIPO DE ACIDENTE MORTES


1921 Alemanha/Oppau explosão 561
1943 Alemanha/Ludwigshaffen explosão 245
1944 EUA/Cleveland incêndio 136
1947 EUA/Texas Explosão de um barco 3.000 feridos
552
1966 França/Feyzin bola de fogo 81 feridos
18
1972 Brasil/ Duque de Caxias bola de fogo 53 feridos
39
1974 Inglaterra/Flixborough explosão 104 feridos
28
1975 Holanda/Beek explosão 14
1976 Itália/Seveso vazamento, intoxicação e -
dano ao meio ambiente
1978 Espanha/San Carlos explosão 200 feridos
206
1983 Egito/rio Nilo explosão de carga de GLP 317
1984 Brasil/Cubatão/ Vila Socó fogo 500 evacuados
93
1984 Índia/Bhopal explosão 200.000 intoxicados e
agressão ao Meio Amb.
4.000
1984 México/cidade do México explosão 6.400 feridos
650
1984 México/San Juan explosão de tanque de GLP 550
1986 URSS/Chernobyl explosão em reator nuclear -
1987 Corea/Seul explosão 59 feridos
9
1988 EUA/Houston explosão 23
1989 EUA/Alaska vazamento de 40 ton de 100.000 aves mortas
petróleo
1990 Nagothane/Índia explosão 35 feridos
35
1991 Sungei Buloh/Malásia incêndio 60 feridos
40
1991 Dhaka/Bangladesh explosão 39 feridos
7
1991 Bagkok/Thailandia explosão mais de 200 feridos
5
1993 Hubei/China explosão 52 feridos
63
DATA PAÍS/Local TIPO DE ACIDENTE MORTES
1993 Tailândia fogo em fábrica de foguetes -
2000 Guizhou/China explosão de gás Metano em
um mina de carvão
2001 Brasil/plataforma de incêndio e dano ao meio 11
petróleo ambiente
2001 Zasiadko/Ucrânia explosão em mina de carvão mais de 17 feridos
36

Observação: Das ocorrências e dos exemplos acima colocados constatamos o perigo, o risco e o
alto grau de destruição dos acidentes com:

 Vazamentos de produtos inflamáveis e/ou produtos tóxicos;


 Das explosões;
 Dos naufrágios;
 Dos curtos-circuitos;
 Das descargas atmosféricas;
 Dos incêndios;
 Das ocorrências semelhantes às acima colocadas.
Referências Bibliográficas
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Universidade do Estado do Pará, UEPA Acadêmico: Deiglison Seixas, 22/04/2010.

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Segurança e medicina do trabalho – coordenação e supervisão da Equipe Atlas – 62ª edição 2008 – 2.
Reimpressão 2008 – Editora Atlas S.A. – São Paulo/ SP.

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