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Simulação, Medida e Desenvolvimento Dos Sub-Sistemas de PDF
Simulação, Medida e Desenvolvimento Dos Sub-Sistemas de PDF
Introdução
A organização SAE (Society of Automotive Engineers) promove duas competições
anuais de protótipos de mini-baja, que são veículos fora-de-estradaconstruídos por equipes de
universidades por todo Brasil.Nessas competições o desempenho dos veículos é avaliado, por
meio de provas que os levam ao limite. Ocorrem provas de segurança, aceleração, velocidade
máxima, tração, frenagem, dirigibilidade, resistência, dinâmica, enduro (onde o carro corre
continuamente por 4 horas), dentre outras.
Portanto, para obter uma boa pontuação é de extrema importância que o carro seja
competitivo e esteja dentro dos conformes do regulamento da competição, e para isso, ele
deve ser bem projetado e depois de construído deve ser validado por meio de testes, para
constatar se o carro realmente possui o desempenho esperado.
Visto que o regulamento define que os carros podem competir apenas por dois anos, a
equipe Reptiles Baja PUC-Rio, está construindo um novo carro (Mussurana), para substituir o
protótipo anterior (Caiman) que já excedeu esse prazo de validade.Nesse relatório serão
abordados o projeto e a validação referentes aos sistemas de transmissão e de frenagem do
protótipo Mussurana, que são de extrema importância para a dinâmica do carro e segurança
do piloto. O primeiro é responsável por transmitir a força do motor até as rodas, de forma que
haja o melhor aproveitamento da potência possível. Já o segundo é responsável pela
diminuição da velocidade do veículo, e por fazer que o mesmo pare o mais rápido e de forma
mais estável possível caso seja necessário.
A. Transmissão
Definições iniciais
Para melhor compreensão do projeto, será feita aqui uma rápida apresentação dos
componentes usualmente contindos em protótipos mini-baja.
• Transmissão Continuamente Variável (TCV): ela corresponde a uma caixa de marcha
automática com infinitas marchas. São duas polias que abrem e fecham ligadas por
uma correia, onde uma delas sai do motor e a outra se liga, usualmente, à uma redução
fixa. Ela possui internamente molas e pesos que controlam sua velocidade de abertura.
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.
Figura 1 Exemplo de uma TCV
• Caixa de Redução Fixa: é uma caixa que contém uma ou mais reduções de
engrenagens complementares, uma vez que somente a redução máxima da TCV
geralmente não é suficiente. Pode ser por engrenagens por contato direto ou por
corrente.
• Eixo rígido, Junta Homocinética e Junta Universal: São o que transportam a rotação da
saída da caixa de redução fixa até o cubo da roda. Quando a suspensão é dependente, é
usado o eixo rígido. Já quando ela é independente, e portanto seus braços variam
diferentemente e assim não é mais possível utilizar o eixo rígido, é usado um eixo com
a junta universal ou com a junta homocinética. A diferença entre as duas é que a
última tem uma faixa angular de operação maior, algo importante para um veículo
fora-de-estrada que lida com terrenos acidentados e portanto, grandes variações dos
braços da suspensão.
• Cubo de Roda: é onde fica fixada a roda e o disco ou tambor de freio,e é o que recebe
o torque do eixo e o transmite para as rodas.
Requisitos de projeto
O primeiro passo para projetar o sistema, é definir seus requisitos de projeto. No caso
da Transmissão, os requisitos de projeto foram força trativa e velocidade máxima.
A força trativa é a força que chega às rodas responsáveis pela tração, e ela foi
determinada a partir da força trativa máxima do protótipo antigo, considerada suficiente, uma
vez que ele foi campeão nacional de tração. Para definir a tração máxima foi feito um cálculo
de capacidade de rampa (gradeability) com o ângulo definido a partir da média de valores de
veículos UTV (da mesma categoria do mini-baja) do mercado
Cálculos
Depois de definidos os requisitos de projeto, foram feitos os cálculos para atingi-los.
atingi
Por meio de um cálculo simples de plano inclinado de 30ᶿ, 30 , foi possível determinar a força
trativa necessária para vencer as forças resistivas do veículos naquela condição. As forças
consideradas,Gradiente
eradas,Gradiente de inclinação e Força de resistência ao rolamento, foram calculadas a
partir de formulas tiradas do AutomotiveTransmissions [1]. De acordo com a mesma fonte
[1],, a força de resistência aerodinâmica pode ser desconsiderada quando o veículo opera
abaixo de 60 km/h, o que é o caso do nosso protótipo.
Figura 7-Representação
Representação do cálculo feito, onde se encontram: a força de resistência
aerodinâmica (Da), o peso do protótipo(P), e as forças de resistêcia ao rolamento (Rxf e Rxt)
O gradiente de inclinação nada mais é que componente do peso normal ao chão. Já a
força de resistência ao rolamento é uma força gerada pela elasticidade do pneu, que se opõe
ao movimento do carro, e seu valor é o produto do gradiente do peso multiplicado
multi por um
coeficiente que depende do tipo de solo, que é definido pelo Automotive Transmissions [1]
Figura 8-fórmula
fórmula da força de resistência ao rolamento quando em uma inclinação nula
Fazendo os cálculos, chega-se
chega ao valor dee força trativa de 1561,289 N. Como o raio
dinâmico de nosso pneu é de 0,240m, o torque necessário no eixo das rodas para subir uma
inclinação de 30ᶿ tem o valor de 374,70 Nm.
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Componentes
O próximo passo foi definir Componentes para o sistema de transmissão, de forma que
respeitassem os cálculos feitos e transmitissem a potência do motor as rodas. O principal
componente da transmissão é o motor, que é fixado pelo regulamento da competição. Ele é
um Briggs&Stratton, model 20. Logo após o motor, vem a TCV, que como dito
anteriormente, é um conjunto de polias da marca CVTech, modelo series 06.
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Figura 10-Foto
Foto do motor do padronizado pelo regulamento(esquerda)
regulamento(esquerda) e da TCV
utilizada(direita)
Para fornecer a redução fixa de 1:9,33; foi projetada, simulada e construída uma caixa de
redução de engrenagens por contato, dividida em dois estágios para diminuição de peso e
inércia.
Figura 11-na direita, há a vista interna da caixa de redução, e na direita, a capa da caixa
usinada
Saindo da caixa, há dois semieixos com duas juntas homocinéticas cada, que fazem a
transferência da rotação da caixa ao cubo das rodas. A escolha desse componente foi feita
com base em exigências do subsistema de suspensão, uma vez que sua angulação influencia
no cursos dos braços da suspensão traseira. Por isso, foram escolhidas duas homocinéticas
dianteiras direitas da Yamaha Rhino 450, pois permitiam uma angulação de 39ᶿ,
39 que supre as
necessidades do subsistema de suspensão.
B.Freio
Definições iniciais
Cilindro mestre: é o componente acionado indiretamente pelo motorista que
transforma a força da pisada do motorista em pressão hidráulica dentro de um circuito que
direciona o fluido de freio pressurizado para as quatro rodas do automóvel.
Tubos Rígidos: São tubos de pequeno diâmetro interno, de aço ou cobre. São
utilizados onde não há movimentação da tubulação. Sob alta pressão, apresentam menos
expansão, portanto acabam por ter menos perda de carga, por isso devem ser usados sempre
que possível
Tubos Flexíveis: são tubos utilizados quando não é possível a utilização de uma linha
rígida. É usada, por exemplo, para transportar o fluido da linha rígida presa na gaiola até as
pinças localizadas no pneu do carro, já que a movimentação dos braços da suspensão não
permite o uso de linhas rígidas.
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Figura 15-Sistema de freio a disco. Pode-se perceber a presença do disco e da pinça presa
nele
Pinça de freio: é um dispositivo composto por um ou mais pistões, que move a pastilha
de freio com intuito de botá-la em contato com o disco de freio.
Fluido de freio: é um tipo de fluido com características especificas, como baixíssima
compressibilidade, para transmitir a pressão que aciona as pastilhas ou sapatas.
Requisitos de projeto
O freio é, possivelmente, o sistema mais importante do Protótipo, uma vez que é ele
que vai garantir a segurança do piloto e a integridade do carro, por isso o mesmo deve ter
atenção redobrada na hora de ser projetado. Sua função é a de dissipar a energia cinética do
carro, para causar sua diminuição de velocidade.
Como norte do projeto, Foi definido um requisito de projeto: o carro ser capaz de
realizar travamento das quatro rodas em ambiente pavimentado ou não pavimentado, já que o
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próprio regulamento da competição Baja-SAE estabelece isso. Para os cálculos, foi usado
como referência bibliográfica o livro LIMPERT[2].
Antes de iniciar os cálculos, é importante dizer que algumas hipóteses sugeridas pelo
LIMPERT[2]foram seguidas. São elas: a incompressibilidade do fluido de freio; perda de
carga pelo atrito com a linha de freio desprezível; e considerar o “push-out pressure” como
desprezível, que é a pressão necessária para mover as pastilhas até o disco, pois essa distância
é tão pequena que não foi possível nem utilizar um paquímetro para medi-la.
Ficou definido também, que seriam utilizadas três pinças de freio no carro. Duas nas
rodas dianteiras, e uma acoplada no eixo que sai da caixa de redução, o que permite travar as
duas rodas traseiras ao mesmo tempo.
Cálculos
Feitas as considerações iniciais, partiu-se para a confecção dos cálculos. O primeiro
passo foi achar a força aplicada pelo piloto no pedal. Para essa medição, foi utilizado o
protótipo antigo, porém é viável considerar que a força permanece a mesma no protótipo
mussurana, visto que ela depende apenas do piloto. Para achar essa força, foi utilizada uma
célula de carga.
Figura 16-foto de uma medição da força aplicado no pedal pelo piloto utilizando célula de
carga
Porém, como a célula carga retornava apenas valores em mV/V, era necessária fazer
uma calibração da célula de carga, que seguia um padrão linear. Para isso, foram utilizadas 5
massas padrões para determinar a equação de calibração. Após fazer 3 medidas com cada
massa padrão ,e determinar a média dos resultados que saiam em mV/V, foi possível
determinar a equação de calibração , por meio do software Windows Excel.
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= -&., & &, 3 &-1 432 − &1222 = , 45.- 4% 678 = 3 &, 13 %44 9
Porém, mesmo obtendo esse valor, ele não será o valor usado nos cálculos, uma vez
que o limpert[2] recomenda que o valor de força no pedal não seja maior que 445N para
sistemas de freio sem servo-freio. Portanto será usado um valor menor, 400 N, por motivos de
segurança, mesmo sabendo que nosso piloto pode fazer maiores forças.a partir disso, foi
realizado o cálculo da pressão na linha de freio, representada pela equação[2]:
<= >= ?=
:; =
@ABC
Onde :
pE :é a pressão na linha de freio [N/cm^2].
FH : é a força aplicada no pedal [N], definida acima.
lH : é o chamado “Pedal Ratio”[mm/mm], que é uma razão entre os braços de alavanca do
pedal de freio, e é o quanto o pedal amplifica a força aplicada nele.
ηH : é a eficiência do pedal [%], o[2]sugere utilizar o valor de 0,8
ALM :área transversal do cilindro mestre [cm^2], obtida por medição do próprio componente
X: é a quantidade de cilindros-mestre [Adimensional]
=) '
=) '
E a força de frenagem total do carro é a soma da força de frenagem dianteira com a
força de frenagem traseira:
= +
A aceleração teórica que o carro desenvolve é a divisão da força total de frenagem pela
massa de operação do veículo. Já a aceleração máxima que um veículo suporta depende da
força de atrito que o pneu tem com o terreno, portanto, ela é o produto do coeficiente de atrito
do solo( que será escolhido o do pior caso, o do chão asfaltado com valor 0,75, pois o
regulamento define que o carro deve travar as 4 rodas em ambiente pavimentado e não
pavimentado) ,e a aceleração da gravidade:
ó $ = /
á = `7
Se a aceleração teórica gerada pelo sistema de frenagem for menor que a aceleração
máxima, então não há travamento, e a aceleração real do carro terá o valor da aceleração
teórica. Já se o oposto ocorrer, ou seja, a aceleração teórica for maior que a aceleração
máxima, então há travamento e a aceleração real do carro tem o valor da aceleração máxima.
Nosso objetivo, é que as rodas travem, para assim garantirmos o nosso requisito de projeto.
Avaliando os dados, vemos que a aceleração teórica realmente é maior que a aceleração
máxima, e, portanto, nosso requisito de projeto foi alcançado.
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Onde:
V: é a velocidade final, que será 0.
V0: é a velocidade inicial, que será a máxima do veículo.
∆s: é a distancia percorrida até a frenagem total.
a:é a desaceleração real do protótipo.
Componentes
Depois de realizados os cálculos do projeto, foram necessários achar componentes que
possuíssem as dimensões utilizadas nos cálculos.
O pedal foi projetado,simulado e fabricado pela própria equipe, para que tivesse o
pedal ratio igual à oito.
O cilindro mestre escolhido pertence à moto Honda CB-500 e tem diâmetro interno de meia
polegada. Como é um cilindro mestre simples, foi necessária a compra de duas unidades para
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