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Uma aranha fiava sua teia próximo à cama da avó (Nokomi).

Todos os dias ela observava a aranha trabalhar.

Alguns dias depois, o neto entrou e, ao ver a aranha na teia, pegou uma pedra para matá-la.
Mas a avó não deixou. O garoto achou estranho, mas respeitou o seu desejo.

A velha mulher voltou-se para observar mais uma vez o trabalho do animal e, então, a aranha
falou: Obrigada por salvar minha vida. Vou dar-lhe um presente por isso. Na próxima Lua nova
vou fiar uma teia na sua janela. Quero que você observe com atenção e aprenda como tecer os
fios. Porque esta teia vai servir para capturar todos os maus sonhos e as energias ruins. O
pequeno furo no centro vai deixar passar os bons sonhos e fazê-los chegarem até você.

Quando a Lua chegou, a avó viu a aranha tecer sua teia mágica e, agradecida, não cabia em si
de felicidade pelo maravilhoso presente: Aprenda, dizia a aranha. Finalmente, exausta, a avó
dormiu.

Quando os primeiros raios de sol surgiram no céu, ela acordou e viu a teia brilhando como joia
graças às gotas de orvalho capturadas nos fios.

A brisa trouxe penas de pomba que também ficaram presas na teia, dançando alegremente e,
por último, um corvo pousou na teia e deixou uma longa pena pendurada. Por entre as malhas
da teia, o Pai Sol sorria alegremente. E a avó, feliz, ensinou todos da tribo a fazerem os filtros
de sonhos. E até hoje eles vêm afastando os pesadelos de muita gente.

Como uma aranha tecelã você é responsável pela criação e manutenção do universo, fiando e
tecendo continuamente a vida.

Esse processo de criação não é inerente somente a si própria, mas também te concede o


poder de criar e fiar a todos os seres humanos.

Como sua Teia tem te conectado  com todo o Universo?

Como você tem fiado e cuidado da Teia que cria?

Como sua Teia revela o poder e o propósito de cada fio da sua ação e repercussão no plano
material, mostrando também seu entrelaçamento com os outros fios ao nosso redor?

Os pesadelos não são somente aqueles que vivenciamos enquanto dormimos … os pesadelos
mais fortes acontecem assim, a luz do dia, quando você se perde fiando seu destino ou se
entrelaçando com teias que te tiram do seu propósito de vida

A partir de hoje, fio a fio, volta a volta, sua Teia vai se moldando com mais consciência, sempre
aguardando o Pai Sol sorrir alegremente para você todos os dias!

texto Tamaris Fontanella


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Seu nome, hopi, tem sido traduzido de diversas formas: “pacífico”, “justo” ou
“virtuoso”. Sua tradução mais comum é “povo pacífico” ou “povo da paz”. Este povo
agrícola tem vivido no Arizona há incontáveis séculos; as marcas dos seus clãs podem
ser encontrados por todo o sudoeste.

A Mulher Aranha ou
Kokyang Wuhti é um ser criativo. Esta entidade sagrada é uma pessoa e muitas ao
mesmo tempo. Ela possui todo o conhecimento e está em toda a parte. Pode aparecer
como uma jovem, uma velha, ou uma aranha. Pode ser vista ou tornar-se leve como o
ar.

A mulher aranha é  considerada a Mãe de Tudo: segundo o mito indígena, o mundo foi
criado por ordem do deus-sol. Havia também a Mulher-Aranha, que deu vida ao mundo,
criando plantas, animais e finalmente seres humanos da terra e de si mesma. Ela possui
poderes divinos e sabedoria ilimitada. Sabe todos as linguagens. Tem acesso profético
ao futuro. Kokyang Wuhti é guardiã e ela cuida da proteção e do bem-estar das pessoas
necessitadas.

Por sua associação com a terra na qual vive, ela tem as características de uma deusa da
terra, é velha como o tempo e jovem como a eternidade.

A teia é um arquétipo poderoso que sintetiza a nossa conexão com todo o Universo;
todos nós estamos fazendo parte da Grande Teia Universal e por isso nossas ações e
atitudes influenciam o Todo. Nos conceitos metafísicos, a vida é vista como uma grande
teia em que cada ser humano é um dos seus fios. Na sua incessante atividade de tecer,
pegar insetos e matar, as aranhas simbolizam a eterna alternância de forças que
asseguram a estabilidade do cosmos, sendo intermediárias entre o céu e a terra, no seu
trabalho de fiar, capturar, desfazer e renovar a teia. Por isso Jung considera a aranha
como símbolo do Self, a parte da personalidade que inclui e integra tanto o consciente
quanto o inconsciente, o claro e o escuro, a luz e a sombra, a vida e a morte.

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