Você está na página 1de 17

Monteiro Lobato

Biografia
• José Bento Renato Monteiro Lobato (1882-1948) foi um
escritor e editor brasileiro pré-modernista. Considerado um
dos maiores autores de histórias infantis, sua obra mais
conhecida é O Sítio do Picapau Amarelo, composta de 23
volumes.
• Nasceu em Taubaté, São Paulo, no dia 18 de abril de 1882.
Desde menino já mostrava seu temperamento irrequieto.

• Com 13 anos foi estudar em São Paulo. Registrado José Renato


Monteiro Lobato, resolveu mudar de nome, pois queria usar a
bengala de seu pai, que havia falecido em 1898. Tornando-se
assim José Bento M. Lobato.
Biografia
• Em 1904 formou-se em Direito pela Faculdade de São Paulo.
Nesse mesmo ano voltou para Taubaté onde conheceu Maria
Pureza Natividade, com quem se casou um ano depois de ser
nomeado promotor público na cidade de Areias, em 1907.

• Nessa época pintava e escrevia artigos para os jornais do Rio,


Santos e São Paulo. Mais Tarde escreveu “Cidades Mortas”,
livro que retrata a agonia da cidade quase abandonada.
Biografia
• Atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após
receber herança deixada pelo avô. Diante de um novo estilo
de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em
jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma
série deles no livro Urupês, sua obra prima como escritor. Em
uma época em que os livros brasileiros eram editados em
Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato tornou-se também editor,
passando a editar livros também no Brasil. Com isso, ele
implantou uma série de renovações nos livros didáticos e
infantis.
Características Literárias
• Como escritor literário, Monteiro Lobato situa-se entre os
autores regionalistas do Pré-Modernismo e destaca-se nos
gêneros conto e fábula.

• Geralmente, o universo retratado pelo escritor são os vilarejos


decadentes e as populações do Vale do Paraíba, no momento
da crise do plantio do café.

• Monteiro Lobato foi um contador de histórias, preso ainda a


certos modelos realistas. Dono de um estilo cuidadoso, não
perdeu a oportunidade para criticar certos hábitos brasileiros,
como a cópia de modelos estrangeiros, nossa sobrevivência ao
capitalismo internacional, etc.
Características Literárias
• Sua ação, além do círculo literário, como intelectual polêmico
se estende também ao plano da luta política e social.
Moralista e doutrinador, aspirava o progresso material e
mental do povo brasileiro.

• Com a publicação de “O Escândalo do Petróleo” (1936)


denuncia o jogo de interesses motivados pela extração do
petróleo. Com isso, critica o envolvimento internacional das
autoridades brasileiras.

• Em 1941, já durante a ditadura de Vargas, foi condenado a seis


meses de detenção, acusado de ataques ao governo.
Características Literárias
• Apesar de sua abertura ideológica, do ponto de vista artístico
mostrou-se conservador quando começaram a surgir as primeiras
manifestações modernistas em São Paulo. Um trecho de seu artigo
onde ele critica a artista Anita Mafaltti
• “Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem
normalmente as coisas(..) A outra espécie é formada pelos que
veem anormalmente a natureza e interpretam-na à luz de teorias
efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá
e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...) Embora eles se deem
como novos, precursores de uma arte a vir, nada é mais velho do
que a arte anormal ou teratológica: nasceu com a paranoia e com a
mistificação.(...) Essas considerações são provocadas pela exposição
da senhora Malfatti onde se notam acentuadíssimas tendências para
uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de
Picasso e companhia”.
Curiosidades: Acusação de
racismo
• A partir de 2010, ganhou repercussão na mídia e nos meios jurídicos
brasileiros a questão em torno da obra de Monteiro Lobato, Caçadas
de Pedrinho, publicada em 1933. No livro em questão, a
personagem negra Tia Nastácia é chamada de "macaca de carvão" e
referida como pessoa que tem "carne preta". A obra, cuja leitura é
obrigatória nas escolas públicas, foi alvo de mandado de segurança
impetrado pelo Instituto de Advocacia Racial (Iara) perante o
Supremo Tribunal Federal. No referido remédio constitucional, o Iara
demandava que a questão fosse decidida pela Presidência da
República e requeria a retirada do livro de Lobato da lista de leitura
obrigatória, para que as crianças brasileiras não ficassem expostas
ao seu alegado conteúdo racista. Tal pedido já havia sido feito e
negado pela Câmara de Educação Básica, pelo Plenário do Conselho
Nacional de Educação e pelo ministro da Educação
Curiosidades: Petróleo
• Após implantar a Companhia Petróleos do Brasil, e graças à
grande facilidade com que foram subscritas suas ações,
Monteiro Lobato fundou várias empresas para fazer
perfuração de petróleo, como a Companhia Petróleo Nacional,
a Companhia Petrolífera Brasileira e a Companhia de Petróleo
Cruzeiro do Sul, e a maior de todas (fundada em julho de
1938) a Companhia Mato-grossense de Petróleo, que visava
perfurar próximo da fronteira com a Bolívia, país vizinho que
já encontrara petróleo. Com isso Lobato prejudicou os
interesses de gente muito importante na política brasileira, e
de grandes empresas estrangeiras. Começava a luta que o
deixou pobre, doente e desgostoso. Havia interesse oficial em
se dizer que no Brasil não havia petróleo. Tendo-os como
adversários, passou a enfrentá-los publicamente.
Monteiro Lobato durante pesquisas
para extração de Petróleo

• Curiosamente o petróleo no Brasil seria encontrado,


por uma ironia da história, em um local chamado
Lobato (Salvador), em 1939.
Principais obras
• As obras de Lobato que mais se destacaram foram:

• Urupês, 1918
• O Saci, 1921
• Narizinho Arrebitado,1921
• Fábulas, 1922
• O Marquês de Rabicó, 1922
• As Aventuras de Hans Staden, 1927
• Peter Pan,1930
• Reinações de Narizinho,1931
• Caçadas de Pedrinho, 1933
• Emília no País da Gramática, 1934
• Geografia de Dona Benta, 1935
• Dom Quixote das Crianças, 1936
• Histórias de Tia Nastácia, 1937
• O Poço do Visconde, 1937
• O Picapau Amarelo, 1939
Jeca Tatu
• Urupês é uma coletânea de contos e crônicas do escritor
brasileiro Monteiro Lobato, considerada sua obra-prima e
publicada originalmente em 1918. Inaugura na literatura
brasileira um regionalismo crítico e mais realista do que o
praticado anteriormente, durante o romantismo.[1] A crônica
que dá título ao livro traz uma visão depreciativa do caboclo
brasileiro, chamado pelo autor de "fazedor de desertos",
estereótipo contrário à visão romântica dos autores
modernistas.
• “ ... Urupês? Quando em menino minha mãe me mandava
fazer qualquer coisa e eu mostrava corpo mole, ela: 'Anda
menino! Parece urupê de pau podre!' Esse nome 'urupê'
ficou-me na cabeça (...) quando precisei classificar a classe do
jeca, ou do homem da roça, o nome que me acudiu foi esse —
e acabou denominando-me também o livro...”
Jeca Tatu
• Jeca Tatu é um personagem criado por Monteiro Lobato em
sua obra Urupês, que contém 14 histórias baseadas no
trabalhador rural paulista. Simboliza a situação do caipira
brasileiro, abandonado pelos poderes públicos às doenças, ao
atraso econômico, educacional e à indigência política.

• "O Jeca Tatu não é assim, ele está assim". A frase de Monteiro
Lobato, sobre um dos seus mais populares personagens,
refere sua obra para além das histórias infantis e incomoda a
elite intelectual da época, acostumada a uma visão romântica
do homem do campo. Jeca Tatu, um caipira de barba rala e
calcanhares rachados – porque não gostava de usar sapatos,
era pobre, ignorante e avesso aos hábitos de higiene urbanos.
Morava na região do Vale do Paraíba (SP), distinta por seu
atraso.
Jeca Tatu
• Com esse seu personagem do livro Urupês - um tipo caipira
acomodado e miserável, Lobato critica a face de um Brasil agrário,
atrasado, cheio de vícios e vermes.

• Com barba por fazer, Jeca Tatu é um homem bastante pobre,


desanimado e aparentemente preguiçoso. Ele vive com sua mulher,
dois filhos e é sempre acompanhado pelo seu cão.

• Mais tarde, se descobriu que Jeca Tatu tinha amarelão e, assim, que
vivia sem vontade de trabalhar e desanimado em consequência da
doença. A ancilostomose é uma helmintíase que pode ser causada
tanto pelo Ancylostoma duodenale como pelo Necatur americanus.
Ambos são vermes nematelmintes (asquelmintes)

• Após ser tratado, é curado da doença e prospera na vida se tornando


um grande fazendeiro.
• https://youtu.be/mB84jigEb78

Você também pode gostar