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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE

CENTRO DE EDUCAÇÃO – CED – PEDAGOGIA


DISCIPLINA: PESQUISA EDUCACIONAL – PRFª RAQUEL CARINE MARTINS
ALUNA: TATIANA NUNES MASCARENHAS

Para Quem Pesquisamos para Quem Escrevemos - Moreira, Antônio Flavio


Síntese cap 1 - Reflexões sobre a responsabilidade social do pesquisador - Regina Leite
Garcia (p. 11-35)

A autora, enquanto pesquisadora da educação, demonstra preocupação quanto ao


destino e relevância da pesquisa neste campo, ampliando o sentido de educação para além dos
limites e públicos da sala de aula em ensino fundamental e tendo em vista a relação entre
política e educação. Afirma seu compromisso com a defesa da escola pública e com a
construção coletiva de um diálogo permanente entre a universidade e a escola. Discute se as
pesquisas produzidas conseguem colaborar com a autonomia, criticidade e criatividade dos
professores no contexto em que atuam, servindo de real estímulo a seus trabalhos, ou se, não
levando em conta as experiências e descobertas diárias destes professores, apenas impõe a eles
formas de acadêmicas de pensar e agir, sendo os pesquisadores pessoas estranhas à sala de aula.
Por isso, é relevante haver atenção e sensibilidade na referida relação e uma efetiva de troca de
experiências, tendo em vista a complexidade do processo de ensinar e aprender. Pontua-se,
neste processo, a importância da relação entre pesquisador e objeto estudado, sendo que ambos
são modificados no decorrer da pesquisa. Indaga-se se a pesquisa destina-se apenas à
fomentação de currículos ou à contribuição concreta para a educação e para a transformação da
sociedade, estimulando o protagonismo daqueles que historicamente foram discriminados e
excluídos da sociedade e da escola, por questões diversas, como sociais e raciais, por exemplo.
Questiona-se também se dentro das salas de aula os professores se fazem entender pelos alunos,
especialmente quanto à linguagem utilizada, o que pode denotar o distanciamento da linguagem
utilizada no ambiente extraescolar dos alunos e aquela presente na escola. Quanto à linguagem,
destaca-se que a mesma ao longo da história, em várias sociedades, foi utilizada como
instrumento de dominação e imposição de força. Ao citar Paulo Freire, a autora explica que, no
educador, forma e conteúdo, teoria e prática se comunicam, dando voz àqueles que ao longo
dos anos não foram ouvidos, e, assim, foram excluídos da possibilidade de exercer sua própria
cultura e linguagem. Vários pesquisadores de todo mundo todo desenvolveram e desenvolvem
suas pesquisas e engajamentos no sentido de compreender o que acontece no mundo e para,
compreendendo, poder mudá-lo. O engajamento social não impede o rigor formal, entretanto
pressupõe atingir a grande massa de subalternos, antes excluídos da possibilidade de
modificarem suas próprias vidas e comprometerem-se com mudanças sociais. Conclui-se
apontando que este é um momento em que os intelectuais públicos devem trabalhar no sentido
da maior ampliação possível da democracia, posicionando suas produções no sentido de
alcançar aqueles que jamais foram alcançados, potencializando as lutas emancipatórias.

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