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A FÉ EXPLICADA
Tradução
de
ISABEL PEREZ
it:UMEIRA PARTB
O CREDO
IV . A CRIAÇÃO E OS A
.
�J�S . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Como começou
a cnaçao? ............................ . 31
O diabo é real? .. .. . . . . . . . .
. .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
SEGUNDA PARTE
OS MANDAMENTOS
OS SACRAMENTOS E A ORAÇÃO
Talvez o t:omprecndamos melhor se o aplicarmos a nós. Mesmo ciparmos da sua eterna felicidade no céu". As duas respostas são
para nós, a maior e melhor razão para fazermos alguma coisa é como que as duas faces da mesma moeda, o anverso e o reverso: a
fazê-la por Deus. Se a faço por outro ser humano - por mais bondade de Deus nos fez participar da sua felicidade e a nossa par
nobre que seja, como alimentar um faminto - e a faço especial ticipação na sua felicidade mostra a bondade de Deus.
mente por essa razão, sem me referir a Deus de alguma forma, faço
algo imperfeito. Não é uma coisa má, mas é menos perfeita. Isso Bem, e que é essa felicidade de que vimos falanou e para a
seria assim, mesmo que se tratasse de um anjo ou da própria San qual Deus nos fez? Como resposta, comecemos com um exemplo:
tíssima Virgem, se prescindissem de Deus. Não existe maior motivo o do soldado americano que servia numa base estrangeira. Certo dia,
para fazer uma coisa que fazê-la por Deus. E isso é certo tanto ao ler o jornal da sua terra, enviado pela mãe, viu a fotografia de
para o que Deus faz como para o que nós fazemos. uma moça. O soldado não a conhece. Nunca ouviu falar nela. Porém,
A primeira razão, pois - a grande razão pela qual Deus fez ao fitá-la, diz: "Oh, agrada-me esta moça. Gostaria de casar-me
o universo e nos fez a nós -, foi a sua própria glória: para mostrar com ela".
o seu poder e bondade infinitos. Seu infinito poder mostra-�e pelo O endereço da moça estava no pé da foto e o soldado decide
fato de existirmos. Sua infinita bondade, pelo fato de Ele nos querer escrever-lhe, sem muita esperança de receber resposta. E, no entanto,
fazer participar do seu amor e felicidade. E se nos parece que Deus a resposta chega. Começam uma correspondência regular, trocam
C egoísta por fazer as coisas para sua própria honra e glória, é por fotografias e contam mutuamente todas as suas coisas. O soldado
que não podemos deixar de pensar nEle em termos humanos. Pen enamora-se cada dia mais dessa moça, que nunca viu.
samos em Deus como se fosse uma criatura igual a nós. Mas o fato Finalmente, o soldado é licenciado e volta para casa. Durante
é que não existe nada nem ninguém que mais mereça ser objeto do dois anos cortejou-a à distância. Seu amor por ela fê-lo melhor sol
pensamento de Deus ou do seu amor que o próprio Deus. dado e melhor homem; procurou ser o tipo de pessoa que ela queria
que fosse. Fez as coisas que ela desejaria que fizesse e evitou as que
No entanto. quando dizemos que Deus fez o universo (e nos
a desagradariam se chegasse a conhecê-las. Já é um anseio ardente
fez a nós) para sua maior glória, não queremos dizer, evidentemente,
por ela o que palpita em seu coração, e está voltando para casa.
que Deus necessitasse dela de algum modo. A glória que dão a
Podemos imaginar a felicidade que embeberá cada fibra de seu
Deus as obras da sua Criação é a que denominamos "glória extrín
ser ao descer do trem e tomar, enfim, a moça em seus braços? "Oh!
seca". É algo fora de Deus, que não lhe acrescenta nada. É como
- exclamará ao abraçá-la -, se este momento pudesse eternizar-se!".
no caso do artista que tem grande talento para a pintura e a mente
Sua felicidade é a felicidade do amor alcançado, do amor que se
repleta de belas imagens. Se o artista projeta algumas dessas ima
encontra em completa posse da pessoa amada. Chamamos a isso
gens sobre a tela, para que a gente as veja e admire, isso não acres
fruição do amor. O jovem recordará sempre este instante - instante
centa nada ao próprio artista. Não o torna melhor ou mais notável
em que seu anseio foi premiado com o primeiro encontro real -
do que era.
como um dos momentos mais felizes da sua vida na terra.
Assim Deus nos fez primordialmente para a sua honra e glória.
É também o melhor exemplo que podemos dar sobre a natureza
Daí que a primeira resposta à pergunta "Para que nos fez Deus?"
da nossa felicidade no céu. É um exemplo penosamente imperfeito,
seja: "para mostrar a sua bondade" Porém, a principal maneira de
extremamente inadequado, mas o melhor que pudemos encontrar.
Deus demonstrar a sua bondade baseia·se no fato de nos haver
Porque a primordial felicidade do céu consiste exatamente nisto: em
criado com uma alma espiritual e imortal, capaz de participar da sua
que possuiremos a Deus infinitamente perfeito e seremos possuídos
própria felicidade. Mesmo nos assuntos humanos, sentimos que a
por Ele, numa união tão absoluta e completa que nem sequer remo
bondade de uma pessoa se manifesta pela generosidade com que com
tamente podemos imaginar o êxtase que dela advirá.
partilha a sua pessoa e as suas posses com outros. Da mesma ma
neira, a bondade divina se manifesta sobretudo pelo fato de nos
Não será um ser humano que possuiremos. por admirável que
fazer participar da sua própria felicidade, de nos fazer participar de
seja. Será o próprio Deus. a quem nos uniremos de um modo
Si mesmo.
pessoal e consciente; Deus que é Bondade, Verdade e Beleza infi
Por essa razão, ao respondermos do nosso ponto de vista à per nitas; Deus que é tudo, e cujo amor infinito pode satisfazer (como
gunta: "Para que nos fez Deus?" dizemos que nos fez "para parti- nenhum amor na terra) todos os desejos e aspirações do coração
12 O FIM DA FXIST!l'.'CIA DO HOME\1
POR QUE ESTOU AQUI? 13
Talvez o t:omprecndamos melhor se o aplicarmos a nós. Mesmo ciparmos da sua eterna felicidade no céu". As duas respostas são
para nós, a maior e melhor razão para fazermos alguma coisa é como que as duas faces da mesma moeda, o anverso e o reverso: a
fazê-la por Deus. Se a faço por outro ser humano - por mais bondade de Deus nos fez participar da sua felicidade e a nossa par
nobre que seja, como alimentar um faminto - e a faço especial ticipação na sua felicidade mostra a bondade de Deus.
mente por essa razão, sem me referir a Deus de alguma forma, faço
algo imperfeito. Não é uma coisa má, mas é menos perfeita. Isso Bem, e que é essa felicidade de que vimos falanou e para a
seria assim, mesmo que se tratasse de um anjo ou da própria San qual Deus nos fez? Como resposta, comecemos com um exemplo:
tíssima Virgem, se prescindissem de Deus. Não existe maior motivo o do soldado americano que servia numa base estrangeira. Certo dia,
para fazer uma coisa que fazê-la por Deus. E isso é certo tanto ao ler o jornal da sua terra, enviado pela mãe, viu a fotografia de
para o que Deus faz como para o que nós fazemos. uma moça. O soldado não a conhece. Nunca ouviu falar nela. Porém,
A primeira razão, pois - a grande razão pela qual Deus fez ao fitá-la, diz: "Oh, agrada-me esta moça. Gostaria de casar-me
o universo e nos fez a nós -, foi a sua própria glória: para mostrar com ela".
o seu poder e bondade infinitos. Seu infinito poder mostra-�e pelo O endereço da moça estava no pé da foto e o soldado decide
fato de existirmos. Sua infinita bondade, pelo fato de Ele nos querer escrever-lhe, sem muita esperança de receber resposta. E, no entanto,
fazer participar do seu amor e felicidade. E se nos parece que Deus a resposta chega. Começam uma correspondência regular, trocam
C egoísta por fazer as coisas para sua própria honra e glória, é por fotografias e contam mutuamente todas as suas coisas. O soldado
que não podemos deixar de pensar nEle em termos humanos. Pen enamora-se cada dia mais dessa moça, que nunca viu.
samos em Deus como se fosse uma criatura igual a nós. Mas o fato Finalmente, o soldado é licenciado e volta para casa. Durante
é que não existe nada nem ninguém que mais mereça ser objeto do dois anos cortejou-a à distância. Seu amor por ela fê-lo melhor sol
pensamento de Deus ou do seu amor que o próprio Deus. dado e melhor homem; procurou ser o tipo de pessoa que ela queria
que fosse. Fez as coisas que ela desejaria que fizesse e evitou as que
No entanto. quando dizemos que Deus fez o universo (e nos
a desagradariam se chegasse a conhecê-las. Já é um anseio ardente
fez a nós) para sua maior glória, não queremos dizer, evidentemente,
por ela o que palpita em seu coração, e está voltando para casa.
que Deus necessitasse dela de algum modo. A glória que dão a
Podemos imaginar a felicidade que embeberá cada fibra de seu
Deus as obras da sua Criação é a que denominamos "glória extrín
ser ao descer do trem e tomar, enfim, a moça em seus braços? "Oh!
seca". É algo fora de Deus, que não lhe acrescenta nada. É como
- exclamará ao abraçá-la -, se este momento pudesse eternizar-se!".
no caso do artista que tem grande talento para a pintura e a mente
Sua felicidade é a felicidade do amor alcançado, do amor que se
repleta de belas imagens. Se o artista projeta algumas dessas ima
encontra em completa posse da pessoa amada. Chamamos a isso
gens sobre a tela, para que a gente as veja e admire, isso não acres
fruição do amor. O jovem recordará sempre este instante - instante
centa nada ao próprio artista. Não o torna melhor ou mais notável
em que seu anseio foi premiado com o primeiro encontro real -
do que era.
como um dos momentos mais felizes da sua vida na terra.
Assim Deus nos fez primordialmente para a sua honra e glória.
É também o melhor exemplo que podemos dar sobre a natureza
Daí que a primeira resposta à pergunta "Para que nos fez Deus?"
da nossa felicidade no céu. É um exemplo penosamente imperfeito,
seja: "para mostrar a sua bondade" Porém, a principal maneira de
extremamente inadequado, mas o melhor que pudemos encontrar.
Deus demonstrar a sua bondade baseia·se no fato de nos haver
Porque a primordial felicidade do céu consiste exatamente nisto: em
criado com uma alma espiritual e imortal, capaz de participar da sua
que possuiremos a Deus infinitamente perfeito e seremos possuídos
própria felicidade. Mesmo nos assuntos humanos, sentimos que a
por Ele, numa união tão absoluta e completa que nem sequer remo
bondade de uma pessoa se manifesta pela generosidade com que com
tamente podemos imaginar o êxtase que dela advirá.
partilha a sua pessoa e as suas posses com outros. Da mesma ma
neira, a bondade divina se manifesta sobretudo pelo fato de nos
Não será um ser humano que possuiremos. por admirável que
fazer participar da sua própria felicidade, de nos fazer participar de
seja. Será o próprio Deus. a quem nos uniremos de um modo
Si mesmo.
pessoal e consciente; Deus que é Bondade, Verdade e Beleza infi
Por essa razão, ao respondermos do nosso ponto de vista à per nitas; Deus que é tudo, e cujo amor infinito pode satisfazer (como
gunta: "Para que nos fez Deus?" dizemos que nos fez "para parti- nenhum amor na terra) todos os desejos e aspirações do coração
QUE DEVO FAZER? 15
14 O Fnl DA EXISTE,CIA DO HO�IE\1
h�mano. Conheceremos então uma felicidade tão arrebatadora. que No céu, pelo contrário, não só seremos felizes com a max1ma capa
d1remos dela que "nem olho algum viu. nem ouvido algum ouviu, cidade do nosso coração, mas terenos, além dis�o. a perfeição final
nem o coração humano imaginou", segundo a citação de São Paulo da felicidade, por sabermos que nada no-la poderá arrebatar. Está
(I Cor. 2,9). E esta felicidade, uma vez alcançada. nunca se poderá assegurada para sempre.
perder.
Mas isto não significa que se vá prolongar por horas, meses
e anos. O tempo é algo próprio do mundo material perecível. Quan QUE DEVO FAZER?
do deixarmos esta vida, deixaremos também o tempo que conhece
Temo que muitas pessoas encarem o céu como um lugar onde
mos. Para nós, a eternidade não será "uma temporada muito longa".
encontrarão os seres queridos falecidos, mais do que o lugar onde
A sucessão de momentos que experimentaremos no céu - o tipo
de duração que os teólogos chamam aevum - não serão ciclos cro encontrarão a Deus. É verdade que no céu veremos as pessoas que
nometráveis em horas e minutos. Não haverá sentimento de "espera", ridas, e que a sua presença nos alegrará. Quando estivermos com
nem sensação de monotonia, nem expectativa do amanhã. Para nós, Deus, estaremos com todos os que estão com Ele, e nos alegrará
o "agora" será a única coisa que contará. saber que nossos entes queridos estão ali, como tarilbém Deus se
Nisto consiste a maravilha do céu: em que nunca acaba. Esta alegra de que estejam. Quereremos também que aqueles que aqui
remos absortos na posse do maior Amor que existe, diante do qual deixamos alcancem o céu, como Deus quer que o alcancem.
o ma1s_ ardente dos amores humanos é urna pálida sombra. E o Mas o céu é algo mais do que uma reunião de família. Para
nosso êxtase não será perturbado pelo pensamento de que um dia todos, é Deus quem importa. Numa escala infinitamente maior, será
terá que acabar, como ocorre com todas as felicidades terrenas. como uma audiência com o Santo Padre. Cada membro da família
que visita o Vaticano sente-se contente de que os demais estejam ali.
É claro que ninguém é absolutamente feliz nesta vida. Às vezes, Mas, quando o Papa entra na sala de audiências, é para ele, prin
muitos pensam que o seriam se pudesse alcançar todas as coisas que cipalmente, que se dirigem os olhos de todos. De modo semelhante,
_
deseJam. Mas quando o conseguem - saúde, riqueza e fama: urna todos nós nos conheceremos e nos amaremos no céu. Mas nos
conheceremos e nos amaremos em Deus.
família carinhosa e amigos leais -, acham que ainda lhes falta algu
ma coisa. Ainda não são sinceramente felizes. Sempre falta algo
(
que seu coração deseja. Há pessoas mais sábias, que sahcm que n Nunca se ressaltará bastante que a felicidade do céu consiste
bem-estar material é uma fonte de felicidade que decl:pciona. Com essencialmente na visão intelectual de Deus - na posse final e com
frequência, os bens materiais são como a água salgada para o se pleta de Deus, a quem nesta terra desejamos e amamos debilmente
dento, que, em vez de satisfazer a ânsia de felicidade, a intensifica. e de longe. E se este há de ser o nosso destino - estarmos eterna
Estes sábios descobriram que não há felicidade tão profunda e per mente unidos a Deus pelo amor -, disso se depreende que temos
manente como a que brota de uma fé viva em Deus c de um ativo de começar a amá-lo aqui nesta vida.
e frutífero amor de Deus. Mas mesmo estes sábios percebem que a Deus não pode elevar à plenitude o que nem sequer existe. Se
sua felicidade nesta vida nunca é perfeita, nunca é completa. Mais não há um princípio de amor de Deus em nosso coração, aqui, n a
ainda. são eles, mais do que ninguém, quem sabe como a felicidade terra, não pode haver a fruição d o amor na eternidade. Para isso
deste mundo é inadequada, e é precisamente nisso - no fato de nos colocou .Deus na terra, para que, amando�o, estabeleçamos os
nenhum humano jamais ser perfeitamente feliz nl:sta vida - que alicerces necessários para a nossa felicidade no céu.
encontramos uma das provas da existência da felicidade eterna, Na epígrafe precedente falamos de um soldado que, servindo
que nos aguarda após a morte. numa base longínqua, vê o retrato de uma moça num jornal e se
Deus, que é infinitamente bom, não poria nos corações humanos enamora dela. Começa a escrever-lhe e, quando regressa ao lar,
esta ânsia de felicidade perfeita se não houvesse modo de satisfazê-la. acaba por fazê-la sua. É evidente que se, para começar, o jovem
Deus não tortura com a frustração as almas que criou. Mas, mes não se tivesse impressionado com a fotografia, ou se após umas pou
mo que as riquezas materiais ou espirituais desta vida pudessem sa cas cartas tivesse perdido o interesse por ela, pondo fim à corrcs
tisfazer todos os desejos humanos. permaneceria a certeza de que um pond�ncia, essa moça não teria significado nada para ele, ao seu
regresso. E mesmo que a encontrasse na estaçf1o, à chegada do trem.
dia a morte nos tirará tudo - c a nossa felicidade seria incompleta.
QUE DEVO FAZER? 15
14 O Fnl DA EXISTE,CIA DO HO�IE\1
h�mano. Conheceremos então uma felicidade tão arrebatadora. que No céu, pelo contrário, não só seremos felizes com a max1ma capa
d1remos dela que "nem olho algum viu. nem ouvido algum ouviu, cidade do nosso coração, mas terenos, além dis�o. a perfeição final
nem o coração humano imaginou", segundo a citação de São Paulo da felicidade, por sabermos que nada no-la poderá arrebatar. Está
(I Cor. 2,9). E esta felicidade, uma vez alcançada. nunca se poderá assegurada para sempre.
perder.
Mas isto não significa que se vá prolongar por horas, meses
e anos. O tempo é algo próprio do mundo material perecível. Quan QUE DEVO FAZER?
do deixarmos esta vida, deixaremos também o tempo que conhece
Temo que muitas pessoas encarem o céu como um lugar onde
mos. Para nós, a eternidade não será "uma temporada muito longa".
encontrarão os seres queridos falecidos, mais do que o lugar onde
A sucessão de momentos que experimentaremos no céu - o tipo
de duração que os teólogos chamam aevum - não serão ciclos cro encontrarão a Deus. É verdade que no céu veremos as pessoas que
nometráveis em horas e minutos. Não haverá sentimento de "espera", ridas, e que a sua presença nos alegrará. Quando estivermos com
nem sensação de monotonia, nem expectativa do amanhã. Para nós, Deus, estaremos com todos os que estão com Ele, e nos alegrará
o "agora" será a única coisa que contará. saber que nossos entes queridos estão ali, como tarilbém Deus se
Nisto consiste a maravilha do céu: em que nunca acaba. Esta alegra de que estejam. Quereremos também que aqueles que aqui
remos absortos na posse do maior Amor que existe, diante do qual deixamos alcancem o céu, como Deus quer que o alcancem.
o ma1s_ ardente dos amores humanos é urna pálida sombra. E o Mas o céu é algo mais do que uma reunião de família. Para
nosso êxtase não será perturbado pelo pensamento de que um dia todos, é Deus quem importa. Numa escala infinitamente maior, será
terá que acabar, como ocorre com todas as felicidades terrenas. como uma audiência com o Santo Padre. Cada membro da família
que visita o Vaticano sente-se contente de que os demais estejam ali.
É claro que ninguém é absolutamente feliz nesta vida. Às vezes, Mas, quando o Papa entra na sala de audiências, é para ele, prin
muitos pensam que o seriam se pudesse alcançar todas as coisas que cipalmente, que se dirigem os olhos de todos. De modo semelhante,
_
deseJam. Mas quando o conseguem - saúde, riqueza e fama: urna todos nós nos conheceremos e nos amaremos no céu. Mas nos
conheceremos e nos amaremos em Deus.
família carinhosa e amigos leais -, acham que ainda lhes falta algu
ma coisa. Ainda não são sinceramente felizes. Sempre falta algo
(
que seu coração deseja. Há pessoas mais sábias, que sahcm que n Nunca se ressaltará bastante que a felicidade do céu consiste
bem-estar material é uma fonte de felicidade que decl:pciona. Com essencialmente na visão intelectual de Deus - na posse final e com
frequência, os bens materiais são como a água salgada para o se pleta de Deus, a quem nesta terra desejamos e amamos debilmente
dento, que, em vez de satisfazer a ânsia de felicidade, a intensifica. e de longe. E se este há de ser o nosso destino - estarmos eterna
Estes sábios descobriram que não há felicidade tão profunda e per mente unidos a Deus pelo amor -, disso se depreende que temos
manente como a que brota de uma fé viva em Deus c de um ativo de começar a amá-lo aqui nesta vida.
e frutífero amor de Deus. Mas mesmo estes sábios percebem que a Deus não pode elevar à plenitude o que nem sequer existe. Se
sua felicidade nesta vida nunca é perfeita, nunca é completa. Mais não há um princípio de amor de Deus em nosso coração, aqui, n a
ainda. são eles, mais do que ninguém, quem sabe como a felicidade terra, não pode haver a fruição d o amor na eternidade. Para isso
deste mundo é inadequada, e é precisamente nisso - no fato de nos colocou .Deus na terra, para que, amando�o, estabeleçamos os
nenhum humano jamais ser perfeitamente feliz nl:sta vida - que alicerces necessários para a nossa felicidade no céu.
encontramos uma das provas da existência da felicidade eterna, Na epígrafe precedente falamos de um soldado que, servindo
que nos aguarda após a morte. numa base longínqua, vê o retrato de uma moça num jornal e se
Deus, que é infinitamente bom, não poria nos corações humanos enamora dela. Começa a escrever-lhe e, quando regressa ao lar,
esta ânsia de felicidade perfeita se não houvesse modo de satisfazê-la. acaba por fazê-la sua. É evidente que se, para começar, o jovem
Deus não tortura com a frustração as almas que criou. Mas, mes não se tivesse impressionado com a fotografia, ou se após umas pou
mo que as riquezas materiais ou espirituais desta vida pudessem sa cas cartas tivesse perdido o interesse por ela, pondo fim à corrcs
tisfazer todos os desejos humanos. permaneceria a certeza de que um pond�ncia, essa moça não teria significado nada para ele, ao seu
regresso. E mesmo que a encontrasse na estaçf1o, à chegada do trem.
dia a morte nos tirará tudo - c a nossa felicidade seria incompleta.
16 O Fn! DA EXISTJ':NCIA DO HOME�I QUE DEVO FAZER? 17
para ele o seu rosto teria sido como outro qualquer na multidão. sentimentos. Amar a Deus não significa que nosso coração deva dar
Seu coração não se sobressaltaria ao vê-la. saltos de cada vez que pensamos nEle. Algumas pessoas poderâo
De igual modo, se não come�amos a amar a Deus nesta vida, '
sentir seu amor a Deus de modo emocional: mas não é isso o
não haverá rnaneir� de nos unirmos a Ek� na eternidade. Para aquele essencial. Porque o amor a Deus reside na nmtadc Não é pelo
I
q uc entra na eternidade sem amor de Deus em seu coração, o céu. que semimos sobre Deus. mas pelo que estamos dispostos a fazer
.
simplesmente, não existirá. A�sim como um homem sem olhos não por Ele, que provamos o nosso amor a Deus.
poderia ver a bekza do mundo que o rodeia. um homem sem amor E quanto mais fizermos aqui por Deus, tanlo maior será a nossa
de Deus ni'i,9 poderá ver a Deus: entra na eternidade cego. Não é felicidade no c�u. Talvez pareça um paradoxo afirmar que no céu
�
que Deus diga ao pecador impenitente (o pecado não é senão u'ma uns serão mais felizes que outros, quando antes havíamos dito que
negativa ao amor a Deus) : "Como tu não me amas. nada quero no céu todos serão perfeitmnente felizes. Mas não há contradição.
contigo. Vai-te para o inferno!" O homem que morre sem amor Aqueles que mais tiverem amado a Deus nesta vida serão mais feli
a Deus, ou seja, sem arrepender-se de seu pecado. fez a sua própria zes quando esse amor se consumar no céu. Um homem que ama
escolha. Deus está ali. mas ele não o pode ver, assim como o sol a sua noiva só um pouco, será feliz ao casar-sL" com ela. Mas outro
brilha, mas o cego não o pode ver. que a ame mais, serú mais feliz que o primeiro na cnnsumaçào de
É evidente que não podemos amar o que não conhecemos. Isto seu amor. Da mesma maneira, quando cresce o nosso amor a Deus
nos leva a outro dever que temos nesta vida: aprender tudo o que (c a nossa ohediência à sua vontade) , cresce a 1wssa capacidade de
pudermos sobre Deus. para poder amá-lo, manter vivo o nosso amor sermos felizes em Deus.
e fazê-lo crescer. Voltando ao nosso soldado imaginário: se esse Em conscquência, embora seja certo que cada bem-aventurado
jovem não tivesse visto a fotografia da moça, é claro que nunca teria será perfeitamente feliz, também é verdade que uns terão maior
chegado a amá-la. Não poderia ter-se enamorado de alguém de capacidade de felicidade que outros. Para citar um antigo exemplo:
quem nem sequer tivesse ouvido falar. E se, mesmo depois de ver uma garrafa de um quarto c uma garrafa de litro: ambas podem
� fotografia d � moça, não lhe tivesse escrito e, pela correspondência, estar cheias, mas a garrafa de litro contém mais que a de um quarto.
tivesse conhectdo o seu atrativo, o primeiro impulso de interesse Ou. para servir-nos de outra comparação: seis pessoas ouvem urna
nunca se teria transformado em amor ardente. sinfonia: todas estão absortas na música, mas haverá seis graus dife
Por isso "estudamos" religião. Por isso temos aulas de catecis rentes de saboreá-la, que dependerão dos conhecimentos e da capa
mo na escola e cursos de religião no ensino médio e superior. Por cidade de apreciar a música de cada um.
isso ouvimos sermões aos domingos e lemos livros e revistas de dou É, pois. tudo isto o que o catecismo quer dizer quando per
trina cristã. Por isso temos circulos de estudo, seminários e confe gunta: "Que devemos fazer para adquirir a felicidade do céu?", e
rências. São parte do que poderíamos chamar a nossa "correspon depois responde: "Para adquirir a felicidade do céu, devemos conhe
dência" com Deus. São parte do nosso esforço por conhecê-lo me cer, amar e servir a Deus nesta vida". Essa palavra do meio, "amar",
lhor, para que nosso amor por Ele possa crescer. desenvolver-se e é a palavra chave, essencial. Mas o amor não se dá sem prévio
conservar-se. conhecimento: é indispensável conhecer a Deus para poder amá-lo.
E não é amor verdadeiro aquele que não se manifesta em obras,
Há, evidentemente, uma umca pedra de toque para provarmos fazendo o que o amado quer. Assim, pois, devemos também servir
o nosso amor por alguém: é fazer o que agrada à pessoa amada, a Deus.
o que ela gostaria que fizéssemos. Servindo-nos uma vez mais do
exemplo do nosso soldadinho: se, ao mesmo tempo que dissesse amar Mas antes de darmos por coné luída a nossa resposta à pergunta:
a sua namorada e querer casar-se com ela, se dedicasse a gastar o ''Que devo fazer?", convém recordar que Deus não nos deixa aban
seu tempo e dinheiro com prostitutas e em bebedeiras, seria um em donados à nossa humana debilidade na tarefa de conhecê-lo, amá-lo
busteiro de primeira classe. Seu amor não seria sincero se não pro e servi-lo. A felicidade do céu é uma felicidade intrinsecamente so
curasse ser o tipo de homem que ela quereria que fosse. brenatural. Não é algo a que tenhamos direito. É uma felicidade
De modo parecido, só há uma maneira de provarmos o nosso que ultrapassa a nossa natureza humana, que é sobrenaturaL Mesmo
amor a Deus: é fazer o que Ele quer que façamos. sendo o tipo de amando a Deus. ser-nos-ia impossível contemplá-lo no céu se Ele
homem que Ele quer que sejamos. O amor a Deus nãü est'á nos não nos desse um poder especial. Este poder especial que Deus dá
16 O Fn! DA EXISTJ':NCIA DO HOME�I QUE DEVO FAZER? 17
para ele o seu rosto teria sido como outro qualquer na multidão. sentimentos. Amar a Deus não significa que nosso coração deva dar
Seu coração não se sobressaltaria ao vê-la. saltos de cada vez que pensamos nEle. Algumas pessoas poderâo
De igual modo, se não come�amos a amar a Deus nesta vida, '
sentir seu amor a Deus de modo emocional: mas não é isso o
não haverá rnaneir� de nos unirmos a Ek� na eternidade. Para aquele essencial. Porque o amor a Deus reside na nmtadc Não é pelo
I
q uc entra na eternidade sem amor de Deus em seu coração, o céu. que semimos sobre Deus. mas pelo que estamos dispostos a fazer
.
simplesmente, não existirá. A�sim como um homem sem olhos não por Ele, que provamos o nosso amor a Deus.
poderia ver a bekza do mundo que o rodeia. um homem sem amor E quanto mais fizermos aqui por Deus, tanlo maior será a nossa
de Deus ni'i,9 poderá ver a Deus: entra na eternidade cego. Não é felicidade no c�u. Talvez pareça um paradoxo afirmar que no céu
�
que Deus diga ao pecador impenitente (o pecado não é senão u'ma uns serão mais felizes que outros, quando antes havíamos dito que
negativa ao amor a Deus) : "Como tu não me amas. nada quero no céu todos serão perfeitmnente felizes. Mas não há contradição.
contigo. Vai-te para o inferno!" O homem que morre sem amor Aqueles que mais tiverem amado a Deus nesta vida serão mais feli
a Deus, ou seja, sem arrepender-se de seu pecado. fez a sua própria zes quando esse amor se consumar no céu. Um homem que ama
escolha. Deus está ali. mas ele não o pode ver, assim como o sol a sua noiva só um pouco, será feliz ao casar-sL" com ela. Mas outro
brilha, mas o cego não o pode ver. que a ame mais, serú mais feliz que o primeiro na cnnsumaçào de
É evidente que não podemos amar o que não conhecemos. Isto seu amor. Da mesma maneira, quando cresce o nosso amor a Deus
nos leva a outro dever que temos nesta vida: aprender tudo o que (c a nossa ohediência à sua vontade) , cresce a 1wssa capacidade de
pudermos sobre Deus. para poder amá-lo, manter vivo o nosso amor sermos felizes em Deus.
e fazê-lo crescer. Voltando ao nosso soldado imaginário: se esse Em conscquência, embora seja certo que cada bem-aventurado
jovem não tivesse visto a fotografia da moça, é claro que nunca teria será perfeitamente feliz, também é verdade que uns terão maior
chegado a amá-la. Não poderia ter-se enamorado de alguém de capacidade de felicidade que outros. Para citar um antigo exemplo:
quem nem sequer tivesse ouvido falar. E se, mesmo depois de ver uma garrafa de um quarto c uma garrafa de litro: ambas podem
� fotografia d � moça, não lhe tivesse escrito e, pela correspondência, estar cheias, mas a garrafa de litro contém mais que a de um quarto.
tivesse conhectdo o seu atrativo, o primeiro impulso de interesse Ou. para servir-nos de outra comparação: seis pessoas ouvem urna
nunca se teria transformado em amor ardente. sinfonia: todas estão absortas na música, mas haverá seis graus dife
Por isso "estudamos" religião. Por isso temos aulas de catecis rentes de saboreá-la, que dependerão dos conhecimentos e da capa
mo na escola e cursos de religião no ensino médio e superior. Por cidade de apreciar a música de cada um.
isso ouvimos sermões aos domingos e lemos livros e revistas de dou É, pois. tudo isto o que o catecismo quer dizer quando per
trina cristã. Por isso temos circulos de estudo, seminários e confe gunta: "Que devemos fazer para adquirir a felicidade do céu?", e
rências. São parte do que poderíamos chamar a nossa "correspon depois responde: "Para adquirir a felicidade do céu, devemos conhe
dência" com Deus. São parte do nosso esforço por conhecê-lo me cer, amar e servir a Deus nesta vida". Essa palavra do meio, "amar",
lhor, para que nosso amor por Ele possa crescer. desenvolver-se e é a palavra chave, essencial. Mas o amor não se dá sem prévio
conservar-se. conhecimento: é indispensável conhecer a Deus para poder amá-lo.
E não é amor verdadeiro aquele que não se manifesta em obras,
Há, evidentemente, uma umca pedra de toque para provarmos fazendo o que o amado quer. Assim, pois, devemos também servir
o nosso amor por alguém: é fazer o que agrada à pessoa amada, a Deus.
o que ela gostaria que fizéssemos. Servindo-nos uma vez mais do
exemplo do nosso soldadinho: se, ao mesmo tempo que dissesse amar Mas antes de darmos por coné luída a nossa resposta à pergunta:
a sua namorada e querer casar-se com ela, se dedicasse a gastar o ''Que devo fazer?", convém recordar que Deus não nos deixa aban
seu tempo e dinheiro com prostitutas e em bebedeiras, seria um em donados à nossa humana debilidade na tarefa de conhecê-lo, amá-lo
busteiro de primeira classe. Seu amor não seria sincero se não pro e servi-lo. A felicidade do céu é uma felicidade intrinsecamente so
curasse ser o tipo de homem que ela quereria que fosse. brenatural. Não é algo a que tenhamos direito. É uma felicidade
De modo parecido, só há uma maneira de provarmos o nosso que ultrapassa a nossa natureza humana, que é sobrenaturaL Mesmo
amor a Deus: é fazer o que Ele quer que façamos. sendo o tipo de amando a Deus. ser-nos-ia impossível contemplá-lo no céu se Ele
homem que Ele quer que sejamos. O amor a Deus nãü est'á nos não nos desse um poder especial. Este poder especial que Deus dá
18 O FIM DA EXISTJ':NCIA DO HOM�<;M
QUEM ME ENSINARA? 19
Algumas das verdades do Credo dos Apóstolos, nós mesmos Desde 0 tempo d e Cristo. houve muitas ocasiões em que Deus
as poderíamos ter encontrado, sob condições ideais. Tais são, por fez revelações a determinados santos c a nutras pe�soas. Estas men
exemplo, a existência de Deus, sua onipotência, o fato de ser o sagens denominam-se revelações "privadas". Diferentemente das re
Criador do céu e da terra. Outras. nós as conhecemos só porque velações "públicas" dadas por Jesus Cristo e seus Apóstolos, estas
Deus no-las ensinou. corno o fato de Jesus Cristo ser o Filho de outras só exigem o assentimento dos que as recebem. Mesmo apa
Deus, ou de haver três Pessoas em um só Deus. Ao conjunto de rições tão famosas como as de Lourdes e Fátima, nu a do Sagrado
verdades que Deus nos ensinou ( algumas compreensíveis para nós Coração a Santa Margarida Maria, nfto são o que chamamos "ma
e outras acima do alcance da nossa razão) chamamos "revelação téria ·de fé divina". Se uma evidência clara e certa nos diz que essas
divina", ou seja, as verdades reveladas por Deus. ("Revelar" vem
aparições são autênticas, seria uma estupidez duvidar delas. Mas,
de uma palavra latina que significa "retirar o véu") . mesmo que as negássemos, não incorreríamos em heresia. As reve
Deus começou a retirar o véu sobre Si mesmo com as verdades lações privadas não fazem parte do "depósito da fé".
que nosso primeiro pai, Adão, nos deu a conhecer. No decorrer
dos séculos. Drus continuou a retirar o véu pouco a pouco. Fez Agora que tratamos do tema da revelação divina, seria bom
revelações sohn; Si mesmo - e sobre nós - aos patriarcas, como indicar o livro que nos guardou muitas das revelações divinas: a
Noé e Abraão: a Moisés e aos profetas que vieram depois dele, como Santa Bíblia. Chamamos à Bíblia a Palavra de Deus, porque foi o
1eremias e Daniel.
próprio Deus quem inspirou os autores dos diferentes "livros" que
As verdades reveladas por Deus d"'dc Adão até o advento de compõem a Bíblia. Deus os inspirou a escrever o que Ele queria
Cristo chamam-se "revelação pré-cristã". Foram preparação paula que se escrevesse, e nada mais. Por sua ação direta sobre a mente
'•
tina para a grande manifestação da verdade divina que Deus nos e a vontade do escritor (seja este Isaías ou Ezequiel, Mateus ou
faria por seu Filho Jesus Cristo. As verdades dadas a conhecer dire Lucas) , Deus Espírito Santo ditou o que queria que se escrevesse.
tamente por Nosso Senhor, por meio de seus Apóstolos sob a inspi Foi, naturalmente, um ditado interno e silencioso. O escritor redi·
ração do Espírito Santo. chnmam-sc "revelação cristã". giria segundo o seu estilo de expressão próprio. Inclusive sem se
dar conta do que o levava a registrar as coisas que escrevia. Indu�
Por meio Uc Jesus Cristo, Deus completou a revelação de Si
sive sem perceber que estava escrevendo sdb a influência da inspi
mc�mo à humanidade. Já nos disse tudo o que precisamos saber
ração divina. E, no entanto, o Espírito Santo guiava cada traço da
para cumprirmos o nos�o fim c alcançarmos a eterna união com Ele.
sua pena.
Consequentementc. após a morte do último Apóstolo (São João},
É, pois, evidente que a Bíblia está livre de erros não porque a
não há "novas" verdades que a virtude da fé exija que creiamos.
Igreja disse, após um exame minucioso, que nela não há erros, mas
Com o passar dos anos, os homens usarão da inteligência que
porque sel:l autor é o próprio Deus, e o escritor humano um mero
Deus lhes deu para examinar, comparar e estudar as verdades reve
instrumento de Deus. A tarefa da Igreja foi dizer-nos quais os escri
ladas por Cristo. O depúsito da verdade cristà. como um botão que
tos antigos que são inspirados, conservá-los e interpretá·los.
se abre, irá desdobrando-se ante a meditaçüo e o exame das grandes
Sabemos, por outro lado, que nem tudo o que Jesus ensinou
inteligências de cada geração. . está na Bíblia que muitas das verdades que constituem o depósito
Naturalmente, nós no século XX compreendemos mmto melhor
da fé nos vieram pelo ensinamento oral dos Apóstolos c foram
os ensinamentos de Cristo que os cristüos do século I. Porém. a fé
transmitidas de geração em geração por intermédio dos bispos, su
não depende da plenitude de compreensüo. No que concerne às
cessores dos Apóstolos. É o que chamamos Tradição da IgreJa: as
verdades de fé. nós cremos exatamente nas mesmas verdades em q uc
verdades transmitidas através dos tempos pela viva Voz de Cristo
creram os primeiros cristüo�. nas verdades que eles receberam de
na sua Igreja.
Cristo e de seus porta-vozes. os Apóstolos.
Nesta única fonte - a Bíblia e a Tradição em:ontramos a
Quando o sucessor de Pedro, o Papa. define solenemente um revelação divina completa, todas as verdades em que devemos crer.
dogma - cnrno o da Assunção -. não é que apresente uma nova
ve (dade para scr crida: simplesmente nos dá púhlica notícia de que
se trata de uma verdade que data do lLmpo elos Apí.1stolos c na
qual, por conseguinte. devemos crer.
20 O Fnt DA EXISTENCIA DO HOMEM QUEM ME ENSINARA? 21
Algumas das verdades do Credo dos Apóstolos, nós mesmos Desde 0 tempo d e Cristo. houve muitas ocasiões em que Deus
as poderíamos ter encontrado, sob condições ideais. Tais são, por fez revelações a determinados santos c a nutras pe�soas. Estas men
exemplo, a existência de Deus, sua onipotência, o fato de ser o sagens denominam-se revelações "privadas". Diferentemente das re
Criador do céu e da terra. Outras. nós as conhecemos só porque velações "públicas" dadas por Jesus Cristo e seus Apóstolos, estas
Deus no-las ensinou. corno o fato de Jesus Cristo ser o Filho de outras só exigem o assentimento dos que as recebem. Mesmo apa
Deus, ou de haver três Pessoas em um só Deus. Ao conjunto de rições tão famosas como as de Lourdes e Fátima, nu a do Sagrado
verdades que Deus nos ensinou ( algumas compreensíveis para nós Coração a Santa Margarida Maria, nfto são o que chamamos "ma
e outras acima do alcance da nossa razão) chamamos "revelação téria ·de fé divina". Se uma evidência clara e certa nos diz que essas
divina", ou seja, as verdades reveladas por Deus. ("Revelar" vem
aparições são autênticas, seria uma estupidez duvidar delas. Mas,
de uma palavra latina que significa "retirar o véu") . mesmo que as negássemos, não incorreríamos em heresia. As reve
Deus começou a retirar o véu sobre Si mesmo com as verdades lações privadas não fazem parte do "depósito da fé".
que nosso primeiro pai, Adão, nos deu a conhecer. No decorrer
dos séculos. Drus continuou a retirar o véu pouco a pouco. Fez Agora que tratamos do tema da revelação divina, seria bom
revelações sohn; Si mesmo - e sobre nós - aos patriarcas, como indicar o livro que nos guardou muitas das revelações divinas: a
Noé e Abraão: a Moisés e aos profetas que vieram depois dele, como Santa Bíblia. Chamamos à Bíblia a Palavra de Deus, porque foi o
1eremias e Daniel.
próprio Deus quem inspirou os autores dos diferentes "livros" que
As verdades reveladas por Deus d"'dc Adão até o advento de compõem a Bíblia. Deus os inspirou a escrever o que Ele queria
Cristo chamam-se "revelação pré-cristã". Foram preparação paula que se escrevesse, e nada mais. Por sua ação direta sobre a mente
'•
tina para a grande manifestação da verdade divina que Deus nos e a vontade do escritor (seja este Isaías ou Ezequiel, Mateus ou
faria por seu Filho Jesus Cristo. As verdades dadas a conhecer dire Lucas) , Deus Espírito Santo ditou o que queria que se escrevesse.
tamente por Nosso Senhor, por meio de seus Apóstolos sob a inspi Foi, naturalmente, um ditado interno e silencioso. O escritor redi·
ração do Espírito Santo. chnmam-sc "revelação cristã". giria segundo o seu estilo de expressão próprio. Inclusive sem se
dar conta do que o levava a registrar as coisas que escrevia. Indu�
Por meio Uc Jesus Cristo, Deus completou a revelação de Si
sive sem perceber que estava escrevendo sdb a influência da inspi
mc�mo à humanidade. Já nos disse tudo o que precisamos saber
ração divina. E, no entanto, o Espírito Santo guiava cada traço da
para cumprirmos o nos�o fim c alcançarmos a eterna união com Ele.
sua pena.
Consequentementc. após a morte do último Apóstolo (São João},
É, pois, evidente que a Bíblia está livre de erros não porque a
não há "novas" verdades que a virtude da fé exija que creiamos.
Igreja disse, após um exame minucioso, que nela não há erros, mas
Com o passar dos anos, os homens usarão da inteligência que
porque sel:l autor é o próprio Deus, e o escritor humano um mero
Deus lhes deu para examinar, comparar e estudar as verdades reve
instrumento de Deus. A tarefa da Igreja foi dizer-nos quais os escri
ladas por Cristo. O depúsito da verdade cristà. como um botão que
tos antigos que são inspirados, conservá-los e interpretá·los.
se abre, irá desdobrando-se ante a meditaçüo e o exame das grandes
Sabemos, por outro lado, que nem tudo o que Jesus ensinou
inteligências de cada geração. . está na Bíblia que muitas das verdades que constituem o depósito
Naturalmente, nós no século XX compreendemos mmto melhor
da fé nos vieram pelo ensinamento oral dos Apóstolos c foram
os ensinamentos de Cristo que os cristüos do século I. Porém. a fé
transmitidas de geração em geração por intermédio dos bispos, su
não depende da plenitude de compreensüo. No que concerne às
cessores dos Apóstolos. É o que chamamos Tradição da IgreJa: as
verdades de fé. nós cremos exatamente nas mesmas verdades em q uc
verdades transmitidas através dos tempos pela viva Voz de Cristo
creram os primeiros cristüo�. nas verdades que eles receberam de
na sua Igreja.
Cristo e de seus porta-vozes. os Apóstolos.
Nesta única fonte - a Bíblia e a Tradição em:ontramos a
Quando o sucessor de Pedro, o Papa. define solenemente um revelação divina completa, todas as verdades em que devemos crer.
dogma - cnrno o da Assunção -. não é que apresente uma nova
ve (dade para scr crida: simplesmente nos dá púhlica notícia de que
se trata de uma verdade que data do lLmpo elos Apí.1stolos c na
qual, por conseguinte. devemos crer.
QUEM É DEUS? 23
Se "espírito" é uma palavra difícil de compreender, "infinito" seu plano para a humanidade, não anda interferindo continuamente
ainda o é mais. ''Infinito"' significa "não finito" e, por sua vez, ·,
para arrebatar-lhe esse dom da liberdade. Com esse livre arbítrio
'"finito" quer dizer "limitado". Uma coisa é limitada quando tem 4uc Deus nos deu, temos que lavrar o nosso destino até o seu final
um limite ou capacidade que não pode ultrapassar. Todo o criado - até a felicidade eterna, se a escolhermos como meta e se quiser
é finito de algum modo. Tem limites a água que o Oceano Pacífico mos aceitar e utilizar o auxílio da graça divina -, mas livres até
pode conter. Tem limites a energia do átomo de hidrogênio. Tem o fim.
limites inclusive a santidade da Virgem Maria. Mas em Deus ncio O mal é idéia do homem, não de Deus. E se o inocente e o
há limites de nenhum gl;nero; Deus não está limitado em nenhum justo têm que sofrer a maldade dos maus, sua recompensa no final
sentido. será maior. Seus sofrimentos e lágrimas nada serão em comparação
com o gozo vindouro. E, no entretanto, Deus guarda sempre os que
O catecismo nos diz que Deus é "um Espírito infinitamente per o guardam em seu coração.
feito"'. O que significa que não há nada de bom, apetecível e valioso
que não se encontre em Deus, em grau absolutamente ilimitado. Tal A seguir, vem a realidade do infinito conhecimento de Deus.
vez o expressemos melhor se invertermos a frase e dissermos que nada Todo o tempo - passado, presente e futuro -; todas as coisas -
há de bom, apetecível ou valioso no universo que não seja reflexo as que são e as que poderiam ser -; todo o conhecimento possível
(uma faisquinha, poderíamos dizer) dessa mesma qualidade segundo é o que poderíamos chamar "um único grande pensamento" da men
existe incomensuravelmente em Deus. A beleza de uma flor, por te divina. A mente de Deus contém todos os tempos e toda a
exemplo, é um reflexo minúsculo da beleza sem limites de Deus, (,;riação, assim como o ventre materno contém toda a criança.
assim como um fugaz raio de lua é um pálido reflexo da cegante Deus sabe o que farei amanhã? Sim. E na próxima semana?
luz solar. Também. Então, não é o mesmo que ter que fazê-lo? Se Deus sabe
As perfeições de Deus são da mesma substância de Deus. Se 4ue na terça-feira irei de visita à casa de tia Beatriz, como posso
quiséssemos expressar-nos com perfeita exatidão, não diríamos que não fazê-lo?
"Deus é bom", mas sim que "Deus é a bondade''. Deus, falando Esta aparente dificuldade, que um momento de reflexão nos re
com propriedade, não é sábio: é a Sabedoria. solverá, nasce de confundirmos Deus conhecedor com Deus causador.
Não podemos entreter-nos aqui a expor todas as maravilhosas Que Deus saiba que irei ver minha tia Beatriz não é a causa que
perfeições divinas, mas, ao menos, daremos uma vista de olhos em me faz ir. Antes ao contrário, é a minha decisão de ir à casa de
algumas. Já tratamos de uma das perfeições de Deus: a sua eter minha tia Beatriz que dá pé para que Deus o saiba. O fato de o
nidade. Homens e anjos podem ser qualificados de eternos, já que meteorologista, estudando seus mapas, saber que choverá amanhã,
nunca morrerão. Mas tiveram princípio e estão sujeitos a mudanças. não causa a chuva. É ao contrário. A condição indispensável que
Só Deus é eterno em sentido absoluto; não só jamais morrerá, como faz que amanhã vá chover é que proporciona ao meteorologista a
também jamais houve um tempo em que não existisse. Ele será - base para saber que amanhã choverá.
como sempre foi - sem mudança alguma. Para sermos teologicamente exatos, convém dizer aqui que, fa
lando em termos absolutos, Deus é a causa de tudo o que acontece.
Deus é, como dissemos, bondade infinita. Não há limites à sua Deus é por natureza a Primeira Causa. Isto quer dizer que nada
bondade, que é tal, que ver a Deus será amá-lo com amor irresistível. exisle nem nada acontece que não tenha a sua origem no poder infi
E essa bondade se derrama continuamente sobre nós. nito de Deus. No entanto, não há necessidade de entrar aqui na ques
Alguém poderá perguntar: "Se Deus é tão bom, por que per tão filosófica da causalidade. Para o nosso propósito, basta saber
mite tantos sofrimentos e males no mundo? Por que deixa que haja que a presciência divina não me obriga a fazer o que eu livremente
crimes, doenças e misérias?" Escreveram-se bibliotecas inteiras sobre decido fazer.
o problema do mal, e não se poderá pretender que tratemos aqui
deste tema como merece. Não obstante, o que podemos é mencionar Outra perfeição de Deus é que não há limites à sua presença;
que o mal, tanto físico como moral, na medida em que afeta os dizemos dEle que é "onipresente". Está sempre em toda a parte. E
seres humanos, veio ao mundo como consequência do pecado do como poderia ser de outro modo, se não há lugares fora de Deus?
homem. Deus, que deu ao homem o livre arbítrio e pôs em marcha Ele está neste escritório em que escrevo, está no quarto em que você
24 DEUS E AS SUAS PERFEIÇõES QllE�t ll DEUS? 25
Se "espírito" é uma palavra difícil de compreender, "infinito" seu plano para a humanidade, não anda interferindo continuamente
ainda o é mais. ''Infinito"' significa "não finito" e, por sua vez, ·,
para arrebatar-lhe esse dom da liberdade. Com esse livre arbítrio
'"finito" quer dizer "limitado". Uma coisa é limitada quando tem 4uc Deus nos deu, temos que lavrar o nosso destino até o seu final
um limite ou capacidade que não pode ultrapassar. Todo o criado - até a felicidade eterna, se a escolhermos como meta e se quiser
é finito de algum modo. Tem limites a água que o Oceano Pacífico mos aceitar e utilizar o auxílio da graça divina -, mas livres até
pode conter. Tem limites a energia do átomo de hidrogênio. Tem o fim.
limites inclusive a santidade da Virgem Maria. Mas em Deus ncio O mal é idéia do homem, não de Deus. E se o inocente e o
há limites de nenhum gl;nero; Deus não está limitado em nenhum justo têm que sofrer a maldade dos maus, sua recompensa no final
sentido. será maior. Seus sofrimentos e lágrimas nada serão em comparação
com o gozo vindouro. E, no entretanto, Deus guarda sempre os que
O catecismo nos diz que Deus é "um Espírito infinitamente per o guardam em seu coração.
feito"'. O que significa que não há nada de bom, apetecível e valioso
que não se encontre em Deus, em grau absolutamente ilimitado. Tal A seguir, vem a realidade do infinito conhecimento de Deus.
vez o expressemos melhor se invertermos a frase e dissermos que nada Todo o tempo - passado, presente e futuro -; todas as coisas -
há de bom, apetecível ou valioso no universo que não seja reflexo as que são e as que poderiam ser -; todo o conhecimento possível
(uma faisquinha, poderíamos dizer) dessa mesma qualidade segundo é o que poderíamos chamar "um único grande pensamento" da men
existe incomensuravelmente em Deus. A beleza de uma flor, por te divina. A mente de Deus contém todos os tempos e toda a
exemplo, é um reflexo minúsculo da beleza sem limites de Deus, (,;riação, assim como o ventre materno contém toda a criança.
assim como um fugaz raio de lua é um pálido reflexo da cegante Deus sabe o que farei amanhã? Sim. E na próxima semana?
luz solar. Também. Então, não é o mesmo que ter que fazê-lo? Se Deus sabe
As perfeições de Deus são da mesma substância de Deus. Se 4ue na terça-feira irei de visita à casa de tia Beatriz, como posso
quiséssemos expressar-nos com perfeita exatidão, não diríamos que não fazê-lo?
"Deus é bom", mas sim que "Deus é a bondade''. Deus, falando Esta aparente dificuldade, que um momento de reflexão nos re
com propriedade, não é sábio: é a Sabedoria. solverá, nasce de confundirmos Deus conhecedor com Deus causador.
Não podemos entreter-nos aqui a expor todas as maravilhosas Que Deus saiba que irei ver minha tia Beatriz não é a causa que
perfeições divinas, mas, ao menos, daremos uma vista de olhos em me faz ir. Antes ao contrário, é a minha decisão de ir à casa de
algumas. Já tratamos de uma das perfeições de Deus: a sua eter minha tia Beatriz que dá pé para que Deus o saiba. O fato de o
nidade. Homens e anjos podem ser qualificados de eternos, já que meteorologista, estudando seus mapas, saber que choverá amanhã,
nunca morrerão. Mas tiveram princípio e estão sujeitos a mudanças. não causa a chuva. É ao contrário. A condição indispensável que
Só Deus é eterno em sentido absoluto; não só jamais morrerá, como faz que amanhã vá chover é que proporciona ao meteorologista a
também jamais houve um tempo em que não existisse. Ele será - base para saber que amanhã choverá.
como sempre foi - sem mudança alguma. Para sermos teologicamente exatos, convém dizer aqui que, fa
lando em termos absolutos, Deus é a causa de tudo o que acontece.
Deus é, como dissemos, bondade infinita. Não há limites à sua Deus é por natureza a Primeira Causa. Isto quer dizer que nada
bondade, que é tal, que ver a Deus será amá-lo com amor irresistível. exisle nem nada acontece que não tenha a sua origem no poder infi
E essa bondade se derrama continuamente sobre nós. nito de Deus. No entanto, não há necessidade de entrar aqui na ques
Alguém poderá perguntar: "Se Deus é tão bom, por que per tão filosófica da causalidade. Para o nosso propósito, basta saber
mite tantos sofrimentos e males no mundo? Por que deixa que haja que a presciência divina não me obriga a fazer o que eu livremente
crimes, doenças e misérias?" Escreveram-se bibliotecas inteiras sobre decido fazer.
o problema do mal, e não se poderá pretender que tratemos aqui
deste tema como merece. Não obstante, o que podemos é mencionar Outra perfeição de Deus é que não há limites à sua presença;
que o mal, tanto físico como moral, na medida em que afeta os dizemos dEle que é "onipresente". Está sempre em toda a parte. E
seres humanos, veio ao mundo como consequência do pecado do como poderia ser de outro modo, se não há lugares fora de Deus?
homem. Deus, que deu ao homem o livre arbítrio e pôs em marcha Ele está neste escritório em que escrevo, está no quarto em que você
ÇOES
DEUS E AS SUAS PERFEI
26 CAPÍTULO IIl
us, o
e çhegar a Marte ou a Vên
me lê. Se algum dia uma aeronav DADE DE DEUS
A UNIDADE E A TRIN
eta; Deu s esta rá ali.
ao alcançar o plan
astronauta não estará só a tem a ver
que a presença sem limites de Deus nad
Note-se
ence à matéria física.
com o tamanho. O tamanho é algo que pert
a um espírito,
têm sentido se aplicados
"Grande" e "pequeno" não de Deus esteja
e
Não, não é que uma part
e menos ainda a Deus. parte. Tra
Todo o Deus está em toda a
num lugar e outra noutro. ifica do como ta-
é palavra tão sem sign
tando-se de Deus, espaço
manho.
distinção entre as tró Pessoas divinas tem por base a rdaçüo que natureza que amhos possuem em comum. Ao verem-se (falamos,
existe entre elas. naturalmente. em termos humano�). contemplam nessa natureza tudo
Temo� lkLb Pai. que se contempla na �ua mente di\ in a c se vê l' que é belo e hom - quer dizer, tudo o que produz amor - em
como n:alnH:ntc L·. fnrmulanJo um pensamento sobre Si mesmo. grau infinito. E assim a vontade divina origina um ato de amor infi
Você e cu, muitas \·eLes, fazemos o mesmo. Concentramos o olhar nito para com a bondade c a beleza divinas. Uma vez que o amor
em nós c formamos um pensamento sohrc nós mesmos. Este pen de Deus por Si mesmo. tal como o conhecimento de Deus sobre Si
samento se expressa nas palavras silenciosas "Jofto Pereira·· ou "Maria mesmo, é da própria natureza divina, tem que ser um amor vivo.
das Neves··. Este amor infinitamente perfeito. infinitamente intenso. que derna
Mas há uma diferença entre o nosso conhecimento próprio e o nu:nte flui do Pai c do Filho, é o qut: chamamos Espírito Santo,
de Deus sobre Si mesmo. Nosso conhecimento próprio é imperfeito, "que pmcede do Pai e do Fil_ho''. É a terceira Pessoa da Santíssima
incompleto (os nossos amigos podem dizer-nos coisas sobre nós que Trindade. Resumindo:
nos surpreenderiam. e nem vamos falar no que podem dizer os nos - Deus Pai é Deus conhecendo-se a Si mesmo.
sos inimigos ! ) . - Deus Filho é a cxprcssfto do conhecimento de Deus sobre
Mas, ainda que nos conhecêssemos perfeitamente, ainda que o �i mesmo.
conceito que temos acerca de nós, ao enunciarmos em silêncio o - Deus Espírito Santo é o resultado do amor de Deus por Si
nosso nome, fosse completo, ou seja, uma perfeita reprodução de mesmo.
nós mesmos, seria apenas um pensamento que não sairia do nosso Esta é a Santíssima Trindade: três Pessoas divinas em um só
interior: sem existência independente, sem vida própria. O pensa Deus, uma natureza divina.
mento deixaria de existir, mesmo em minha mente, tão logo eu vol
tasse a minha atençüo para outra coisa. A razão é que a existência Um pequeno exemplo poderia esclarecer-nos a respeito da rela
e a vida não são parte necessária de um retrato meu. Houve um �·-toque existe entre as três Pessoas divinas: Pai. Filho e Espírito
tempo em que eu não existia em absoluto, e hoje eu voltaria ime Santo.
diatamente ao nada se Deus não me mantivesse na existência. Suponha que você se olha em um espelho de corpo inteiro. Você
Mas com Deus as coisas são muito diferentes. Existir é próprio \ ê uma imagem perfeita de si mesmo, com uma exceção: não é
da natureza divina. Não há outra maneira de conceber Deus ade senão um reflexo no espelho. Mas se a imagem saísse dele e se
quadamente senão dizendo que é o Ser que nunca teve princípio, pusesse a seu lado, viva e palpitante como você, então sim, seria a
que sempre foi e sempre será. A única definição real que podemos �ua imagem perfeita. Porém, não haveria dois vocês, mas um só
dar de Deus é dizer que é "Aquele que é". Assim se definiu Ele a Você, uma natureza humana. Haveria duas "'pessoas", mas só urna
Moisés, como recordamos: "Eu sou Aquele que é". mente c uma vontade, <.:ompartilhando o mesmo conhecimento e os
Se o conceito que Deus tem de Si mesmo deve ser um pensa mesmos pensamentos.
mento infinitamente completo e perfeito, tem que incluir a existência, Depois, já que o amor de si (o amor de si bom) é natural em
já que a existência é própria da natureza de Deus. A imagem que todo ser inteligente, haveria uma corrente de amor ardente e mútuo
Deus vê de Si mesmo, a Palavra silenciosa com que eternamente se �ntre você e a sua imagem. Agora, dê asas à sua fantasia e pense
expressa a Si mesmo, deve ter uma existência própria, distinta. A na existência desse amor corho uma parte tão de você mesmo, tão
este Pensamento vivo em que Deus se expressa perfeitamente a Si profundamente enraizado na sua própria natureza, que chegasse a
mesmo chamamos Deus Filho. Deus Pai é Deus conhecendo-se a �cr uma reprodução viva e palpitante de você mesmo. Este amor
Si mesmo; Deus Filho é a expressão do conhecimento que Deus tem seria uma "terceira pessoa" (mas, mesmo assim, nada mais que um
de Si. Assim, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade é chamada VocJ, lemhrc-se: uma sú natureza humana). uma terceira pessoa que
Filho, precisamente porque é gerada desde toda a eternidade, en estaria entre você e a sua imagem, e os três unidos. de mãos dadas:
gendrada na mente divina do Pai. Também a chamamos Verbo de tr�s pessoas numa s(1 natureza humana.
Deus, porque é a "Palavra mental" em que a mente divina expressa Talvez csll.: vtm da imaginação possa ajudar-uns a entender con
o pensamento so'bre Si mesmo. fusamente a rdaçfto que existe entre as três Pessoas da Santíssima
Depois, Deus Pai (Deus conhecendo-se a Si mesmo) e Deus Trindade: Deus Pai "olhando-se" a Si mesmo em sua mente divina
filho (o conhedmento de Deus sobre Si mesmo) contemplam a e mostrando ali a Imagem de Si, tão infinitamente perfeita que é
28 A U;>.;IDADE E A THI'illAllE llE DEL'S C0\10 E QUE SAO THES? 29
distinção entre as tró Pessoas divinas tem por base a rdaçüo que natureza que amhos possuem em comum. Ao verem-se (falamos,
existe entre elas. naturalmente. em termos humano�). contemplam nessa natureza tudo
Temo� lkLb Pai. que se contempla na �ua mente di\ in a c se vê l' que é belo e hom - quer dizer, tudo o que produz amor - em
como n:alnH:ntc L·. fnrmulanJo um pensamento sobre Si mesmo. grau infinito. E assim a vontade divina origina um ato de amor infi
Você e cu, muitas \·eLes, fazemos o mesmo. Concentramos o olhar nito para com a bondade c a beleza divinas. Uma vez que o amor
em nós c formamos um pensamento sohrc nós mesmos. Este pen de Deus por Si mesmo. tal como o conhecimento de Deus sobre Si
samento se expressa nas palavras silenciosas "Jofto Pereira·· ou "Maria mesmo, é da própria natureza divina, tem que ser um amor vivo.
das Neves··. Este amor infinitamente perfeito. infinitamente intenso. que derna
Mas há uma diferença entre o nosso conhecimento próprio e o nu:nte flui do Pai c do Filho, é o qut: chamamos Espírito Santo,
de Deus sobre Si mesmo. Nosso conhecimento próprio é imperfeito, "que pmcede do Pai e do Fil_ho''. É a terceira Pessoa da Santíssima
incompleto (os nossos amigos podem dizer-nos coisas sobre nós que Trindade. Resumindo:
nos surpreenderiam. e nem vamos falar no que podem dizer os nos - Deus Pai é Deus conhecendo-se a Si mesmo.
sos inimigos ! ) . - Deus Filho é a cxprcssfto do conhecimento de Deus sobre
Mas, ainda que nos conhecêssemos perfeitamente, ainda que o �i mesmo.
conceito que temos acerca de nós, ao enunciarmos em silêncio o - Deus Espírito Santo é o resultado do amor de Deus por Si
nosso nome, fosse completo, ou seja, uma perfeita reprodução de mesmo.
nós mesmos, seria apenas um pensamento que não sairia do nosso Esta é a Santíssima Trindade: três Pessoas divinas em um só
interior: sem existência independente, sem vida própria. O pensa Deus, uma natureza divina.
mento deixaria de existir, mesmo em minha mente, tão logo eu vol
tasse a minha atençüo para outra coisa. A razão é que a existência Um pequeno exemplo poderia esclarecer-nos a respeito da rela
e a vida não são parte necessária de um retrato meu. Houve um �·-toque existe entre as três Pessoas divinas: Pai. Filho e Espírito
tempo em que eu não existia em absoluto, e hoje eu voltaria ime Santo.
diatamente ao nada se Deus não me mantivesse na existência. Suponha que você se olha em um espelho de corpo inteiro. Você
Mas com Deus as coisas são muito diferentes. Existir é próprio \ ê uma imagem perfeita de si mesmo, com uma exceção: não é
da natureza divina. Não há outra maneira de conceber Deus ade senão um reflexo no espelho. Mas se a imagem saísse dele e se
quadamente senão dizendo que é o Ser que nunca teve princípio, pusesse a seu lado, viva e palpitante como você, então sim, seria a
que sempre foi e sempre será. A única definição real que podemos �ua imagem perfeita. Porém, não haveria dois vocês, mas um só
dar de Deus é dizer que é "Aquele que é". Assim se definiu Ele a Você, uma natureza humana. Haveria duas "'pessoas", mas só urna
Moisés, como recordamos: "Eu sou Aquele que é". mente c uma vontade, <.:ompartilhando o mesmo conhecimento e os
Se o conceito que Deus tem de Si mesmo deve ser um pensa mesmos pensamentos.
mento infinitamente completo e perfeito, tem que incluir a existência, Depois, já que o amor de si (o amor de si bom) é natural em
já que a existência é própria da natureza de Deus. A imagem que todo ser inteligente, haveria uma corrente de amor ardente e mútuo
Deus vê de Si mesmo, a Palavra silenciosa com que eternamente se �ntre você e a sua imagem. Agora, dê asas à sua fantasia e pense
expressa a Si mesmo, deve ter uma existência própria, distinta. A na existência desse amor corho uma parte tão de você mesmo, tão
este Pensamento vivo em que Deus se expressa perfeitamente a Si profundamente enraizado na sua própria natureza, que chegasse a
mesmo chamamos Deus Filho. Deus Pai é Deus conhecendo-se a �cr uma reprodução viva e palpitante de você mesmo. Este amor
Si mesmo; Deus Filho é a expressão do conhecimento que Deus tem seria uma "terceira pessoa" (mas, mesmo assim, nada mais que um
de Si. Assim, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade é chamada VocJ, lemhrc-se: uma sú natureza humana). uma terceira pessoa que
Filho, precisamente porque é gerada desde toda a eternidade, en estaria entre você e a sua imagem, e os três unidos. de mãos dadas:
gendrada na mente divina do Pai. Também a chamamos Verbo de tr�s pessoas numa s(1 natureza humana.
Deus, porque é a "Palavra mental" em que a mente divina expressa Talvez csll.: vtm da imaginação possa ajudar-uns a entender con
o pensamento so'bre Si mesmo. fusamente a rdaçfto que existe entre as três Pessoas da Santíssima
Depois, Deus Pai (Deus conhecendo-se a Si mesmo) e Deus Trindade: Deus Pai "olhando-se" a Si mesmo em sua mente divina
filho (o conhedmento de Deus sobre Si mesmo) contemplam a e mostrando ali a Imagem de Si, tão infinitamente perfeita que é
30 A UNIDADE E A TRINDADE DE DECO>
CAPITULO IV
uma imagem viva: Deus Filho; e Deus Pai e Deus Filho amando
como amor vivo a natureza divina que ambos possuem em comum:
Deus Espírito Santo. Três Pe:;soas divinas, uma natureza divina. A CRIAÇ�:W E OS ANJOS
Se o exemplo que utilizei não nos ajuda nada a formar o nosso
conceito da Santíssima Trindade, não temos por que sentir-nos frustra
dos. Estamos perante um mistério de fé, e ninguém, nem o maior
dos teólogos, poderá aspirar a compreendê-lo realmente. O máximo
a que se pode chegar é a diferentes graus de ignorância.
CAPITULO IV
uma imagem viva: Deus Filho; e Deus Pai e Deus Filho amando
como amor vivo a natureza divina que ambos possuem em comum:
Deus Espírito Santo. Três Pe:;soas divinas, uma natureza divina. A CRIAÇ�:W E OS ANJOS
Se o exemplo que utilizei não nos ajuda nada a formar o nosso
conceito da Santíssima Trindade, não temos por que sentir-nos frustra
dos. Estamos perante um mistério de fé, e ninguém, nem o maior
dos teólogos, poderá aspirar a compreendê-lo realmente. O máximo
a que se pode chegar é a diferentes graus de ignorância.
sem dependência alguma da matéria. A alma humana também é tudo é que podemos ir para esse mundo sem a a.iuda de naves i n ter
um espírito, mas a alma humana nunca será anjo, nem sequer du· planetárias. É um mundo para o qual. se quiscrmo�. iremos.
rante o tempo em que, separada do corpo pela morte, esperar a Quando Deus criou os anjos. dotou cada um dL' uma vontade
ressurreição. � que o faz supremamente livre. Sabemos que o preço do céu é amar
A alma humana foi feita para estar unida a um corpo físico. a Deus. Por um ato de amor a Deus. um espírito. seja anjo ou
Dizemos que tem "afinidade" para um corpo. Uma pessoa humana, alma humana, fica habilitado a ir para o c�u. E este amor tem
co�posta de alma e corpo, será incompleta sem corpo. Falaremos que ser provado pelo único modo com que o amor pode ser pro
mais extensamente disto quando tratarmos da ressurreição da carne. vado: pela livre c voluntária submissão da vontade criada a Deus.
Mas, de momento, queremos apenas salientar o fato de que um anjo por aquilo a que chamamos comumente um "ato de obediência" ou
sem corpo e_ uma pessoa completa, e que um anjo é muito superior um "ato de lealdade". )i
ao ser humano. Deus fez os anjos com livre arbítrio para que fossem capazes
Hoje em dia, há muita literatura fantástica sobre os "marcianos". de fazer o seu ato de amor a Deus, de escolher Deus. Só depois
é que o veriam face a face; só entào poderiam entrar nessa uniüo
Estes presumíveis habitantes do nosso planeta vizinho são geralmente
representados como mais inteligentes e poderosos que n0s, pobres
eterna com Deus a que chamamos "céu".
Deus nüo nos deu a conhecer a espécie de prova a que submeteu
mortais ligados à terra. Mas nem o mais engenhoso dos escritores
os anjos. Muitos teólogos pensam que Ele deu aos anjos uma visão
de ficção científica poderá fazer justiça à beleza deslumbrante' à in
prévia de Jesus Cristo, o Redentor da raça humana, e lhes mandou
teligência poderosa e ao formidável poder de um anjo. Se isto é
que o adorassem . : Jesus Cristo em todas as suas humilhações,
as�im na ordem inferior das hostes celestiais - na ordem dos pro
uma criança no estábulo, um criminoso na cruz. Segundo esta teo
pnamente chamados anjos -, que não dizer das ordens ascendentes
ria, alguns anjos se teriam rebelado ante a perspectiva de terem que
de e�píritos puros que se encontram acima dos anjos? Na Sagrada
�scntura enumeram-se os arcanjos. os principados, as potestades, as adorar Deus encarnado. Conscientes da sua própria magnificência
espiritual, da sua beleza e dignidade, não quiseram fazer o ato de
vutudes, as dominações, os tronos. os queruhins e os serafins. É
submissão que a adoração a Jesus Cristo lhes pedia. Sob a chefia
muito p�ssívcl que um arcanjo esteja a tanta distância de um anjo,
I,
de um dos anjos mais dotados, Lúcifer, "Portador da luz", o pecado
em perfe1çüo, como este de um homem. ·<
de orgulho afastou de Deus muitos anjos, e o terrível grito "non
Aqui em baixo, evideJitcrnente, sabemos hem pouco sobre os serviam", "não servirei", percorreu os céus. _1..,..
anjos, sobre a sua natureza íntima ou os graus dt: distinção que há
entre eles. Nem sequer sabemos quantos são, mesmo que a Bíblia E assim começou o inferno. Porque o inferno é, essencialmente,
indique que seu número é muito grande. "Milhares de milhares O a separação de Deus de um espírito. Mais tarde, quando a raça
servem e mil milhões mais estão diante dEle", diz o livro de Daniel humana pecou na pessoa de Adão, Deus daria ao gênero humano
(7, 10) . uma segunda oportunidade. Mas não houve segunda oportunidade
Só nos foram dados a conhecer os nomes de três anjos: Gabriel, para os anjos rebeldes. Dadas a perfeita clareza da sua mente
"Fortaleza de Deus": Miguel, "Quem como Deus?": e Rafael, "Re angélica e a desimpedida liberdade da sua vontade angélica, nem a
médio de Deus". Com respeito aos anjos, é como se Deus se tivesse infinita misericórdia de Deus podia encontrar desculpa para o pe
contentado com deixar-nos vislumbrar apenas a magnificência e as cado dos anjos. Compreenderam (num grau a que Adão jamais
.._ poderia chegar) quais seriam as consequências do seu pecado. Neles
maravilhas que nos aguardam no mundo para além do tempo e do
espaço. Como as linhas de perspectiva de um quadro conduzem a não houve "tentação" no sentido em que ordinariamente entende
a tenção para o assunto central, assim os cnros ascendentes dos espí mos a palavra. Seu pecado foi o que poderíamos chamar um pecado
. "a sangue frio". Por terem rejeitado Deus, deliberada e plenamente,
nto� puros levam irresistivelmente a nossa atenção para a suprema
suas vontades permaneceram fixas contra Deus, fixas para sempre.
MaJestade de Deus, de um Deus cuja infinita perfeição é incomen
suravelmente superior à do mais excelso dos serafins. "'- Neles não é possível o arrependimento, eles não querem arrepen
der-se. Fizeram a sua escolha por toda a eternidade. Neles arde
E recordemos que não estamos falando de um mundo de fan
um ódio perpétuo contra Deus e contra todas as suas obras�
tasia e imaginação. É um mundo muito mais real que o planeta
Não sabemos quantos anjos pecaram; Deus não quis informar-
Marte, mais substancial que o chão que pisamos. Mas o melhor de
32 A CRIAÇÃO E OS ANJOS COMO cmu-:ÇOlJ A CRIAÇÃO.
sem dependência alguma da matéria. A alma humana também é tudo é que podemos ir para esse mundo sem a a.iuda de naves i n ter
um espírito, mas a alma humana nunca será anjo, nem sequer du· planetárias. É um mundo para o qual. se quiscrmo�. iremos.
rante o tempo em que, separada do corpo pela morte, esperar a Quando Deus criou os anjos. dotou cada um dL' uma vontade
ressurreição. � que o faz supremamente livre. Sabemos que o preço do céu é amar
A alma humana foi feita para estar unida a um corpo físico. a Deus. Por um ato de amor a Deus. um espírito. seja anjo ou
Dizemos que tem "afinidade" para um corpo. Uma pessoa humana, alma humana, fica habilitado a ir para o c�u. E este amor tem
co�posta de alma e corpo, será incompleta sem corpo. Falaremos que ser provado pelo único modo com que o amor pode ser pro
mais extensamente disto quando tratarmos da ressurreição da carne. vado: pela livre c voluntária submissão da vontade criada a Deus.
Mas, de momento, queremos apenas salientar o fato de que um anjo por aquilo a que chamamos comumente um "ato de obediência" ou
sem corpo e_ uma pessoa completa, e que um anjo é muito superior um "ato de lealdade". )i
ao ser humano. Deus fez os anjos com livre arbítrio para que fossem capazes
Hoje em dia, há muita literatura fantástica sobre os "marcianos". de fazer o seu ato de amor a Deus, de escolher Deus. Só depois
é que o veriam face a face; só entào poderiam entrar nessa uniüo
Estes presumíveis habitantes do nosso planeta vizinho são geralmente
representados como mais inteligentes e poderosos que n0s, pobres
eterna com Deus a que chamamos "céu".
Deus nüo nos deu a conhecer a espécie de prova a que submeteu
mortais ligados à terra. Mas nem o mais engenhoso dos escritores
os anjos. Muitos teólogos pensam que Ele deu aos anjos uma visão
de ficção científica poderá fazer justiça à beleza deslumbrante' à in
prévia de Jesus Cristo, o Redentor da raça humana, e lhes mandou
teligência poderosa e ao formidável poder de um anjo. Se isto é
que o adorassem . : Jesus Cristo em todas as suas humilhações,
as�im na ordem inferior das hostes celestiais - na ordem dos pro
uma criança no estábulo, um criminoso na cruz. Segundo esta teo
pnamente chamados anjos -, que não dizer das ordens ascendentes
ria, alguns anjos se teriam rebelado ante a perspectiva de terem que
de e�píritos puros que se encontram acima dos anjos? Na Sagrada
�scntura enumeram-se os arcanjos. os principados, as potestades, as adorar Deus encarnado. Conscientes da sua própria magnificência
espiritual, da sua beleza e dignidade, não quiseram fazer o ato de
vutudes, as dominações, os tronos. os queruhins e os serafins. É
submissão que a adoração a Jesus Cristo lhes pedia. Sob a chefia
muito p�ssívcl que um arcanjo esteja a tanta distância de um anjo,
I,
de um dos anjos mais dotados, Lúcifer, "Portador da luz", o pecado
em perfe1çüo, como este de um homem. ·<
de orgulho afastou de Deus muitos anjos, e o terrível grito "non
Aqui em baixo, evideJitcrnente, sabemos hem pouco sobre os serviam", "não servirei", percorreu os céus. _1..,..
anjos, sobre a sua natureza íntima ou os graus dt: distinção que há
entre eles. Nem sequer sabemos quantos são, mesmo que a Bíblia E assim começou o inferno. Porque o inferno é, essencialmente,
indique que seu número é muito grande. "Milhares de milhares O a separação de Deus de um espírito. Mais tarde, quando a raça
servem e mil milhões mais estão diante dEle", diz o livro de Daniel humana pecou na pessoa de Adão, Deus daria ao gênero humano
(7, 10) . uma segunda oportunidade. Mas não houve segunda oportunidade
Só nos foram dados a conhecer os nomes de três anjos: Gabriel, para os anjos rebeldes. Dadas a perfeita clareza da sua mente
"Fortaleza de Deus": Miguel, "Quem como Deus?": e Rafael, "Re angélica e a desimpedida liberdade da sua vontade angélica, nem a
médio de Deus". Com respeito aos anjos, é como se Deus se tivesse infinita misericórdia de Deus podia encontrar desculpa para o pe
contentado com deixar-nos vislumbrar apenas a magnificência e as cado dos anjos. Compreenderam (num grau a que Adão jamais
.._ poderia chegar) quais seriam as consequências do seu pecado. Neles
maravilhas que nos aguardam no mundo para além do tempo e do
espaço. Como as linhas de perspectiva de um quadro conduzem a não houve "tentação" no sentido em que ordinariamente entende
a tenção para o assunto central, assim os cnros ascendentes dos espí mos a palavra. Seu pecado foi o que poderíamos chamar um pecado
. "a sangue frio". Por terem rejeitado Deus, deliberada e plenamente,
nto� puros levam irresistivelmente a nossa atenção para a suprema
suas vontades permaneceram fixas contra Deus, fixas para sempre.
MaJestade de Deus, de um Deus cuja infinita perfeição é incomen
suravelmente superior à do mais excelso dos serafins. "'- Neles não é possível o arrependimento, eles não querem arrepen
der-se. Fizeram a sua escolha por toda a eternidade. Neles arde
E recordemos que não estamos falando de um mundo de fan
um ódio perpétuo contra Deus e contra todas as suas obras�
tasia e imaginação. É um mundo muito mais real que o planeta
Não sabemos quantos anjos pecaram; Deus não quis informar-
Marte, mais substancial que o chão que pisamos. Mas o melhor de
A CRIAÇAO E OS A:\jOS
O Il!AIJO E REAL 35
e em seu poder para o bem. quç �. evi dL'n lt' rnt: nte, muito maior que
o de Satanás para o mal. 1o
'1' CAPÍTULO v
\
Os anjos que permaneceram fiéis a Dt!us estão com Ele no céu,
em amor e adoração perpétuos, o LJllC ( Deus o queira) será tam
bém: o nosso destino. Sua von tacl .: é :::� gnra a de Deus. Os anjos,
como Nossa Mãe Santa Maria os santos. estão intensamente inte
c
e em seu poder para o bem. quç �. evi dL'n lt' rnt: nte, muito maior que
o de Satanás para o mal. 1o
'1' CAPÍTULO v
\
Os anjos que permaneceram fiéis a Dt!us estão com Ele no céu,
em amor e adoração perpétuos, o LJllC ( Deus o queira) será tam
bém: o nosso destino. Sua von tacl .: é :::� gnra a de Deus. Os anjos,
como Nossa Mãe Santa Maria os santos. estão intensamente inte
c
dircçüo �,.\HlSL'i�ntc� da nossa mente c (n mais espantoso! ) . ma;mo O homem tem corpo, mas é mais que u m animal. Como os
que cada l\rgün cskja apar�ntt:mente ocupado na sua função própria, \
anJOS, o homem tem um espírito imortal, mas é menos que u m
na realidade trabalha constantemente pelo bem dos outros e de todo anJO. No homem se encontram o mundo da matéria e o d o espírito.
o corpo. X Alma e corpo se fundem numa substância completa que � o ente
,.- O suporte e a prote�ão de todo esse organbmo a que chamamos humano:'!(
corpo é o es4uelctl1. Dá·nos a rigidez necessária para estarmos er --o corpo e a alma não se unem de modo circunstancial. O corpo
guidos, sentar-nos nu andar. Os ossos düo apuio aos músculos e não é como que u m instrumento da alma. algo de parecido a um
tendões. tornando possível o movimento e a a(,Jtn. Dão também carro para o seu condutor. A alma e o corpo foram feitos um para
proteção aos t'ngCtos mais vulneráveis: o crftnio protege o cérebro: o outro. FUndem-se, compenetram-se tão intimamente que, ao menos
as vértebras. a medula espinhaL as costelas. o coraçüo c os pulmões. nesta vida, uma parte não pode existir sem a outra.
Além de tudo isso. as extremidades dos ossos lnngos contribuem Se soldarmos u m pedaço de zinco a um pedaço de cobre. tere
para a produção dos glóbulos vermelhos do sangu�. mos um pedaço de metal. Esta união seria uma mera união "aci
Outra maravilha do nosso corpo é o processo de "manufatura dental" . Não teríamos urna substância nova. Saltaria à vista que
ção" em que çstú ocupado todo o tempo. Introduzimos alimentos era um pedaço de zinco pegado a outro de cobre. Mas se o cobre
e água na boca. ç nos esquecemos: o corpo continua sozinho a e o zinco se fundem e se misturam, surgirá uma nova substância
tarefa. Por um pmcesso que a biologia pode explicar, mas não re a que chamamos bronze. O hronze já nfto é zinco nem cobre, é
produzir, o aparelho digestivo transforma o p�to. a carne e as. bebi uma substância nova composta de ambos. De modo semelhante
das num líquido de células vivas que banha e nutre constantemente (nenhum exemplo é perfeito) , o corpo e a alma se unem numa subs
cada parte do nosso corpo. Este alimento líquido. a que chamamos tância a que chamamos homem.-1-.
sangue, contém a"úcarcs. gorduras, proteínas e outros elementos. Flui - O caráter desta união torna-se eviden�e pela maneira como alma
até os pulmões e recolhe oxigênio. que transporta junto com o ali e corpo atuam um sobre o outro. Se corto um dedo, n2.o é só o
mento para cada canto do corpo.x meu corpo que sofre: também a minha alma sofre. Todo o meu eu
- O sistema nervoso é também objeto de admiraçüo. Na realidade, sente a dor. E se a minha alma é afligida por preocupações, isso
há dois sistemas nervosos: o motor, pelo qual o meu cérebro con repercute no meu corpo, c podem sobrevir úlceras e outros trans
trola os movimentos do corpo (o meu cérebro ordena "anda'', c meus tornos. Se o medo ou a ira sacodem a minha alma, o corpo reflete
pés obedecem e se levantam ritmicamente), e o sensitivo, pelo qual a emoção, empalidece ou se ruboriza, e o coração bate mais de
sentimos dor (essa sentinela sempre alerta às doenças e lesões) e pressa; de muitas maneiras diferentes o corpo participa das emoções
pelo qual trazemos o mundo exterior ao nosso cérebro através dos da alma.
órgãos dos sentidos, a vista. o olfato. o ouvido, o gosto e o tato. Nüo se deve menosprezar o corpo humano como mero acessório
Por sua vez. estes órgãos são um novo prodígio de desenho e da alma, mas. ao mesmo tempo, devemos reconhecer que a parte
precisão. Novamente os cientistas - o anatomista, o biólogo, o mais importante da pessoa completa é a alma. A alma é a parte
oftalmologista - poderão dizer-nos como é que esses órgãos ope imortal. e é essa imortalidade da alma . a que libertará o corpo da
ram, mas nem o mais dotado deles poderá jamais construir u m olho, morte que lhe é prcípria. j( �;8 c4.- cu�
fazer um ouvido ou reproduzir uma simples papila do paladar. .,..
- A ladainha das maravilhas do nosso corpo poderia prolongar-se - Esta maravilhosa obra do poder e .da sabedoria de Deus que
indefinidamente; aqui só mencionamos algumas de passagem. Se é nosso corpo, no qual milhões de minúsculas células formam diver-
alguém pudesse fazer um passeio turístico pelo seu próprio corpo, sos órgãos, todos j untos trabalhando em harmonia prodigiosa para
o guia poderia indicar-lhd mais maravilhas que admirar do que as o bem de todo o corpo, podem dar-nos uma pálida idéia de como
deve ser magnífica a obra do engenho divino que é a nossa alma.
que há em todos os cen1ros de atração turística do mundo juntos.
Sabemos que é um espírito. Ao falamiOs da natureza de Deus, ex
E o nosso corpo é apenas a metade do homem, e, de longe, pusemos a natureza dos seres espirituais. Um espírito, víamos, é
a metade menos valiosa. Mas é um dom que temos de apreciar, um ser inteligente e consciente, que não só é invisível (como o ar),
um dom que devemos agradecer. a morada idônea para a a]m a espi� como também absolutamente imaterial, quer dizer, não foi feito de
ritual, que é a que lhe dá vida, poder e sentido. matéria. Um espírito não tem moléculas, nem há átomos na alma. �
.j() CRIAÇ.:\ 0 E CJUEDA DO HO\IE\1 O \)UE É O HOMDI? 41
dircçüo �,.\HlSL'i�ntc� da nossa mente c (n mais espantoso! ) . ma;mo O homem tem corpo, mas é mais que u m animal. Como os
que cada l\rgün cskja apar�ntt:mente ocupado na sua função própria, \
anJOS, o homem tem um espírito imortal, mas é menos que u m
na realidade trabalha constantemente pelo bem dos outros e de todo anJO. No homem se encontram o mundo da matéria e o d o espírito.
o corpo. X Alma e corpo se fundem numa substância completa que � o ente
,.- O suporte e a prote�ão de todo esse organbmo a que chamamos humano:'!(
corpo é o es4uelctl1. Dá·nos a rigidez necessária para estarmos er --o corpo e a alma não se unem de modo circunstancial. O corpo
guidos, sentar-nos nu andar. Os ossos düo apuio aos músculos e não é como que u m instrumento da alma. algo de parecido a um
tendões. tornando possível o movimento e a a(,Jtn. Dão também carro para o seu condutor. A alma e o corpo foram feitos um para
proteção aos t'ngCtos mais vulneráveis: o crftnio protege o cérebro: o outro. FUndem-se, compenetram-se tão intimamente que, ao menos
as vértebras. a medula espinhaL as costelas. o coraçüo c os pulmões. nesta vida, uma parte não pode existir sem a outra.
Além de tudo isso. as extremidades dos ossos lnngos contribuem Se soldarmos u m pedaço de zinco a um pedaço de cobre. tere
para a produção dos glóbulos vermelhos do sangu�. mos um pedaço de metal. Esta união seria uma mera união "aci
Outra maravilha do nosso corpo é o processo de "manufatura dental" . Não teríamos urna substância nova. Saltaria à vista que
ção" em que çstú ocupado todo o tempo. Introduzimos alimentos era um pedaço de zinco pegado a outro de cobre. Mas se o cobre
e água na boca. ç nos esquecemos: o corpo continua sozinho a e o zinco se fundem e se misturam, surgirá uma nova substância
tarefa. Por um pmcesso que a biologia pode explicar, mas não re a que chamamos bronze. O hronze já nfto é zinco nem cobre, é
produzir, o aparelho digestivo transforma o p�to. a carne e as. bebi uma substância nova composta de ambos. De modo semelhante
das num líquido de células vivas que banha e nutre constantemente (nenhum exemplo é perfeito) , o corpo e a alma se unem numa subs
cada parte do nosso corpo. Este alimento líquido. a que chamamos tância a que chamamos homem.-1-.
sangue, contém a"úcarcs. gorduras, proteínas e outros elementos. Flui - O caráter desta união torna-se eviden�e pela maneira como alma
até os pulmões e recolhe oxigênio. que transporta junto com o ali e corpo atuam um sobre o outro. Se corto um dedo, n2.o é só o
mento para cada canto do corpo.x meu corpo que sofre: também a minha alma sofre. Todo o meu eu
- O sistema nervoso é também objeto de admiraçüo. Na realidade, sente a dor. E se a minha alma é afligida por preocupações, isso
há dois sistemas nervosos: o motor, pelo qual o meu cérebro con repercute no meu corpo, c podem sobrevir úlceras e outros trans
trola os movimentos do corpo (o meu cérebro ordena "anda'', c meus tornos. Se o medo ou a ira sacodem a minha alma, o corpo reflete
pés obedecem e se levantam ritmicamente), e o sensitivo, pelo qual a emoção, empalidece ou se ruboriza, e o coração bate mais de
sentimos dor (essa sentinela sempre alerta às doenças e lesões) e pressa; de muitas maneiras diferentes o corpo participa das emoções
pelo qual trazemos o mundo exterior ao nosso cérebro através dos da alma.
órgãos dos sentidos, a vista. o olfato. o ouvido, o gosto e o tato. Nüo se deve menosprezar o corpo humano como mero acessório
Por sua vez. estes órgãos são um novo prodígio de desenho e da alma, mas. ao mesmo tempo, devemos reconhecer que a parte
precisão. Novamente os cientistas - o anatomista, o biólogo, o mais importante da pessoa completa é a alma. A alma é a parte
oftalmologista - poderão dizer-nos como é que esses órgãos ope imortal. e é essa imortalidade da alma . a que libertará o corpo da
ram, mas nem o mais dotado deles poderá jamais construir u m olho, morte que lhe é prcípria. j( �;8 c4.- cu�
fazer um ouvido ou reproduzir uma simples papila do paladar. .,..
- A ladainha das maravilhas do nosso corpo poderia prolongar-se - Esta maravilhosa obra do poder e .da sabedoria de Deus que
indefinidamente; aqui só mencionamos algumas de passagem. Se é nosso corpo, no qual milhões de minúsculas células formam diver-
alguém pudesse fazer um passeio turístico pelo seu próprio corpo, sos órgãos, todos j untos trabalhando em harmonia prodigiosa para
o guia poderia indicar-lhd mais maravilhas que admirar do que as o bem de todo o corpo, podem dar-nos uma pálida idéia de como
deve ser magnífica a obra do engenho divino que é a nossa alma.
que há em todos os cen1ros de atração turística do mundo juntos.
Sabemos que é um espírito. Ao falamiOs da natureza de Deus, ex
E o nosso corpo é apenas a metade do homem, e, de longe, pusemos a natureza dos seres espirituais. Um espírito, víamos, é
a metade menos valiosa. Mas é um dom que temos de apreciar, um ser inteligente e consciente, que não só é invisível (como o ar),
um dom que devemos agradecer. a morada idônea para a a]m a espi� como também absolutamente imaterial, quer dizer, não foi feito de
ritual, que é a que lhe dá vida, poder e sentido. matéria. Um espírito não tem moléculas, nem há átomos na alma. �
CO\tO :\OS FEZ DEUS' 43
42 CRIAÇ'\0 E QUEDA DO H0\1E\t
E, ao pecar, derrubaram o templo da criação sobre as suas Ainda que o Batismo nos devolv<1 o maior dos dons que Deus
cabeças. Num instante perderam todos os dons especiais que Deus deu a Adão, o dom sobrenatural da grac.;a santificant�. nào restaura
lhes havia concedido: a elevada sabedoria, o donúnio perfeito de os dons preternaturais, corno o de estarmos livres do sofrimento e
si mesmos, a imunidade à doença e à morte e, sobretudo, o laço da morte. Perderam-s� para sempre nt::s ta vida. Mas isSl) nüo nos
de união íntima com Deus, que é a graça santificante. Ficaram re� deve inquietar. Devemos antes alegrar-nos considerando que Deus
duzidos ao núnimo essencial que lhes pertencia pela sua natureza nos devolveu o dum qu� realmente importa, o grande dom da vida
humana. sobrenatural.
O trágico é que não foi um pecado só de Adão. Como todos Se a sua justiça infinita não se equilibrasse com a sua miseri-
nós estávamos potencialmente presentes em nosso pai comum, to córdia infinita, Deus poderia ter dito facilmente, depois do pecado
dos sofremos o pecado. Por decreto divino, ele era o embaixador de Adão: "Lavo as mãos em relação ao gênero humano. Tivestes
plenipotenciário de todo o gênero humano. O que Adão fez, todos a vossa oportunidade. Agora, arranjai-vos como puderdes!".
o fizemos. Teve a oportunidade de colocar-nos a nós, sua fanúlia, Uma vez, fizeram-me esta pergunta: "Por que tenho eu que so
num caminho fácil. Recusou-se a fazê-lo, e todos sofremos as con frer pelo que fez Adüo? Se eu não cometi o pecado original, por
sequências. A nossa natureza humana perdeu a graça na sua própria que knhn que ser castigado por de?"
origem, e por isso dizemos que nascemos "em estado de pecado Ba�ta um momento de reflcxao. c a pergunta se responde por
original".
� i mesma. Nenhum de n{)s perdeu algo a que tivesse direito. Esses
ddn� �nhrcnaturais e preternaturais que Deus conferiu a Adão não
Quando eu era criança e ouvi falar pela primeira vez da "'man
:-,:-to llllS rr�dicados que nos fossem devidos por natureza. Eram dons
cha do pecado original", minha mente infantil imaginava esse pecado
muito acima do que nos é próprio, eram dádivas de Deus lJUe Adão
como uma grande mancha negra na alma. Tinha visto muitas man
podia ter-nos transmitido se tivesse feito o devido ato de amor,
chas em toalhas, peças de roupa e cadernos, manchas de café, amo
mas neles não há nada que possamos reclamar por direito.
ras ou tinta, de modo que me era fácil imaginar uma feia mancha
Se. antes d.: �.:u nascer, um homem rico tivesse oferecido a meu
negra numa bonita alma branca.
r a i um milhüo de dólares em troca de um pequeno trabalho. c meu
Quando cresci, aprendi (como todos) que o espfrito não pode
pai tivesse recusado a oferta, na verdade eu não poderia culpar o
manchar-se, compreendi que a palavra "mancha" aplicada ao
milionário pela minha pobreza. A culpa seria de meu pai, não do
pecado original é uma simples metáfora. Deixando de lado o fato
milion�í.rio.
de um espfrito não poder manchar-se, compreendi que a nossa he
Do mc&mo modo. se vim a estt:: mundo dcspossuído dos bens
rança do pecado original não é algo que esteja "sobre" a alma ou
que Adüo poderia ter ganho para mim t�to facilmente, nüo posso
"dentro" dela. Ao contrário, é a carência de algo que deveria estar
culpar a Deus pela falta de Adüo. Pelo contrário, tenho que ben
ali, da vida sobrenatural a que chamamos graça santificante.
dizer a sua misericórdia infinita porque, apesar de tudo, restaurou
Por outras palavras, o pecado original não é uma coisa, é a
em mim o maior de seus dons pelos méritos de seu Filho.
falta de alguma coisa, como a escuridão é a falta de luz. Não po
De Adão para cá, um :,ó ser humano {sem contar Cristo) pos
demos colocar um pedaço de escuridão num frasco, e levá-lo para
suiu uma natureza humana em perfeita ordem: a Santíssima Virgem
casa para vê-lo bem debaixo da luz. A escuridão não tem consis
Maria. Quando foi escolhida para ser a Mãe do Filho de Deus
tência própria ; é simplesmente ausência de luz. Quando o sol sai,
-
c porque repugna que Deus tivesse contato, por indireto que fosse,
desaparece a escuridão da noite.
.:om o pecado -. Maria foi preservada desde o primeiro instante da
De modo semelhante, quando dizemos que "nascemos em estado
sua existtncia da escuridão espiritual do pecado original.
de pecado original", queremos dizer que, ao nascer, nossa alma est{\
Desde o primeiro momento da sua concepção no seio de Ana,
espiritualmente às escuras, é uma alma inerte no que se refere à
Maria esteve em unifw com Deus. sua alma encheu-se de amor por
vida sobrenatural. Quando somos batizados, a luz do amor de Deus
Ele: teve o estado de graça santificante. A este privikgio exclusivo
se derrama nela caudalosamente, e a nossa alma se toma radiante e
de Maria, primeiro passo na nossa redenção. chamamos a Imacu
formosa, vibrantemente viva com a vida sobrenatural que procede da
lada Conceiçfto de Maria.
nossa união com Deus e sua habitação em nossa alma, essa vida a
que chamamos graça santificante.
48 CRIAÇÃO E QUEDA DO HO�IEM O QUE É O PECADO ORIG!t-;AL? 49
E, ao pecar, derrubaram o templo da criação sobre as suas Ainda que o Batismo nos devolv<1 o maior dos dons que Deus
cabeças. Num instante perderam todos os dons especiais que Deus deu a Adão, o dom sobrenatural da grac.;a santificant�. nào restaura
lhes havia concedido: a elevada sabedoria, o donúnio perfeito de os dons preternaturais, corno o de estarmos livres do sofrimento e
si mesmos, a imunidade à doença e à morte e, sobretudo, o laço da morte. Perderam-s� para sempre nt::s ta vida. Mas isSl) nüo nos
de união íntima com Deus, que é a graça santificante. Ficaram re� deve inquietar. Devemos antes alegrar-nos considerando que Deus
duzidos ao núnimo essencial que lhes pertencia pela sua natureza nos devolveu o dum qu� realmente importa, o grande dom da vida
humana. sobrenatural.
O trágico é que não foi um pecado só de Adão. Como todos Se a sua justiça infinita não se equilibrasse com a sua miseri-
nós estávamos potencialmente presentes em nosso pai comum, to córdia infinita, Deus poderia ter dito facilmente, depois do pecado
dos sofremos o pecado. Por decreto divino, ele era o embaixador de Adão: "Lavo as mãos em relação ao gênero humano. Tivestes
plenipotenciário de todo o gênero humano. O que Adão fez, todos a vossa oportunidade. Agora, arranjai-vos como puderdes!".
o fizemos. Teve a oportunidade de colocar-nos a nós, sua fanúlia, Uma vez, fizeram-me esta pergunta: "Por que tenho eu que so
num caminho fácil. Recusou-se a fazê-lo, e todos sofremos as con frer pelo que fez Adüo? Se eu não cometi o pecado original, por
sequências. A nossa natureza humana perdeu a graça na sua própria que knhn que ser castigado por de?"
origem, e por isso dizemos que nascemos "em estado de pecado Ba�ta um momento de reflcxao. c a pergunta se responde por
original".
� i mesma. Nenhum de n{)s perdeu algo a que tivesse direito. Esses
ddn� �nhrcnaturais e preternaturais que Deus conferiu a Adão não
Quando eu era criança e ouvi falar pela primeira vez da "'man
:-,:-to llllS rr�dicados que nos fossem devidos por natureza. Eram dons
cha do pecado original", minha mente infantil imaginava esse pecado
muito acima do que nos é próprio, eram dádivas de Deus lJUe Adão
como uma grande mancha negra na alma. Tinha visto muitas man
podia ter-nos transmitido se tivesse feito o devido ato de amor,
chas em toalhas, peças de roupa e cadernos, manchas de café, amo
mas neles não há nada que possamos reclamar por direito.
ras ou tinta, de modo que me era fácil imaginar uma feia mancha
Se. antes d.: �.:u nascer, um homem rico tivesse oferecido a meu
negra numa bonita alma branca.
r a i um milhüo de dólares em troca de um pequeno trabalho. c meu
Quando cresci, aprendi (como todos) que o espfrito não pode
pai tivesse recusado a oferta, na verdade eu não poderia culpar o
manchar-se, compreendi que a palavra "mancha" aplicada ao
milionário pela minha pobreza. A culpa seria de meu pai, não do
pecado original é uma simples metáfora. Deixando de lado o fato
milion�í.rio.
de um espfrito não poder manchar-se, compreendi que a nossa he
Do mc&mo modo. se vim a estt:: mundo dcspossuído dos bens
rança do pecado original não é algo que esteja "sobre" a alma ou
que Adüo poderia ter ganho para mim t�to facilmente, nüo posso
"dentro" dela. Ao contrário, é a carência de algo que deveria estar
culpar a Deus pela falta de Adüo. Pelo contrário, tenho que ben
ali, da vida sobrenatural a que chamamos graça santificante.
dizer a sua misericórdia infinita porque, apesar de tudo, restaurou
Por outras palavras, o pecado original não é uma coisa, é a
em mim o maior de seus dons pelos méritos de seu Filho.
falta de alguma coisa, como a escuridão é a falta de luz. Não po
De Adão para cá, um :,ó ser humano {sem contar Cristo) pos
demos colocar um pedaço de escuridão num frasco, e levá-lo para
suiu uma natureza humana em perfeita ordem: a Santíssima Virgem
casa para vê-lo bem debaixo da luz. A escuridão não tem consis
Maria. Quando foi escolhida para ser a Mãe do Filho de Deus
tência própria ; é simplesmente ausência de luz. Quando o sol sai,
-
c porque repugna que Deus tivesse contato, por indireto que fosse,
desaparece a escuridão da noite.
.:om o pecado -. Maria foi preservada desde o primeiro instante da
De modo semelhante, quando dizemos que "nascemos em estado
sua existtncia da escuridão espiritual do pecado original.
de pecado original", queremos dizer que, ao nascer, nossa alma est{\
Desde o primeiro momento da sua concepção no seio de Ana,
espiritualmente às escuras, é uma alma inerte no que se refere à
Maria esteve em unifw com Deus. sua alma encheu-se de amor por
vida sobrenatural. Quando somos batizados, a luz do amor de Deus
Ele: teve o estado de graça santificante. A este privikgio exclusivo
se derrama nela caudalosamente, e a nossa alma se toma radiante e
de Maria, primeiro passo na nossa redenção. chamamos a Imacu
formosa, vibrantemente viva com a vida sobrenatural que procede da
lada Conceiçfto de Maria.
nossa união com Deus e sua habitação em nossa alma, essa vida a
que chamamos graça santificante.
so CRIAÇAO E f)l'EDA DO HO�IE\1
E DEPOIS DE ADÃO? 51
E DEPOIS DE ADÃO?
córdia que Deus nos mostrou, decretando desde toda a eternidade
que seu próprio Filho Divino viesse a este mundo, assumindo uma
Certa vez. um homem passeava por uma pedreira abandonada.
natureza humana como a nossa, para pagar o preço devido pelos
Distraído. aproximou-se demasiado da beira do poço que lá se fní
�
mara : ca iu de ca eç � na água.
.
Tentou sair. mas as paredes
nossos pecados.
O Redentor, sendo verdadeiro homem como nós, podia repre
era�1 tao lisas e vertiCais que não podia encontrar um ponto onde
sentar-nos e agir realmente por nós. Sendo também verdadeiro Deus
apmar a mão ou c pé. Era bom nadador. mas sem dúvida ter-se-ia
?
afoga o por cansaço se um transeúntc nüo o tivesse visto em apuros
�
a mais insignificante de suas ações teria um valor infinito, suficient
para reparar todos os pecados cometidos ou que se cometerão.
e . o ttvessc resgatado com uma corda. Já fora. sentou-se para esva
Precisamente no início da história do homem, quando expulsou
ztar os sapatos de água, cn4uanto filosofava um pouco: ''É sur
Adão c Eva do Jardim do Éden, Deus disse a Satanás: "Porei ini
preendente como me era impossível sair dari. e o pouco que me
mizade entre ti c a mulher, entre a tua descendência e a dela·' ela
custou entrar." '
te esmagara a cabeça, e tu em vão te revolverás contra o seu cal-
A h istorieta ilustra bastante bem a infeliz condiçüo da h u m a n i
�
dade, depois d e A( ão. Sabemos que. quanto maior é a dignidade
c<:tnhar." Muitos séculos tiveram que transcorrer até que a descen
dênc ia de Maria, Jesus Cristo, esmagasse a cabeça da serpente. Mas
de uma pessoa, ma1s séria é a injúria que contra ela se comete. Se .
o rmo de esperança da promessa, corno uma luz distante nas trevas '
alguém � tira um tomate podre no seu vizinho. certamente não so
brilharia constantemente.
frerá ma1s consequências que um olho roxo. Mas se o arremessa
Mas a história não terminou depois que Adão pecou e Cristo,
contra o Presidente dos Estados Unidos, os da F.B . I . o rodearüo
o segundo Adão, reparou o seu pecado. A morte de Cristo na Cruz
num i� stante e esse homem não irá jantar a casa por bastante kmpo.
não implica que, a partir de então, o homem fosse necessariamente
Fica claro. pois, que a gravidade de uma ofensa depende até
bom. A reparação de Cristo não arrebata a liberdade da vontade
certo ponto da dignidade do ofendido. Sendo ilimitada a dignidade
� humana. Se temos de poder provar o nosso amor a Deus pela
de Deus - Ele é o Ser infilütamcnte perfeito -, qualquer ofensa
obediência, temos que conservar a liberdade de escolha que essa obe
contra Ele terá malícia infinita. será um mal sem medida.
diência requer.
Por causa disto, o pecado de Adão deixou a humanidade numa
situaçüo semelhante à do homem no poço. · Ali no fundo estáva
Além do pecado original, a cuja sombra nascemos, temos de.
mos nós, sem possibilidade de sair por nossos próprios meios. Tudo
enfrentar outro tipo de pecado: o que nós mesmos cometemos. Este
o que o homem pode fazer tem um valor finito e mensurável. Se o
pecado, que não herdamos de Adão. mas que é nosso, chama-se
maior dos santos desse a sua vida em reparação pelo pecado. o valor
"atual". O pecado atual pode ser mortal ou venial, segundo o seu
do seu sacrifício continuaria a ser limitado. Também é claro que. se
grau de malicia.
todos os componentes do gênero humano, desde Adão até o último
Sabemos que há graus de gravidade na desobediência. Quando
h �1mem sobre a terra, oferecessem suas vidas em pagamento da dí·
um filho desobedece a seus pais em pequenas coisas ou é indelicado
v1da c<;mtraída com Deus pela humanidade, o pagamento seria insu
com eles, não é necessariamente por falta de amor por eles. Seu
ficiente. Está fora do alcance do homem fazer algo de valor infinito.
amor pode ser menos perfeito, mas existe. Não obstante, se este
Nosso destino após o pecado de Adão seria irremissível se nin
filho lhes desobedece deliberadamente em assuntos de grave importân
guém tivesse vindo lançar-nos uma corda: o próprio Deus teve que
cia, em coisas que os firam e aflijam gravemente, há bons motivos
resolver o dilema. O dilema era que. como somente Deus é infinito.
para concluir que não os ama. Ou, pelo menos, tiramos a conclusão
�ornente Ele era capaz do ato de reparação pela infinita malícia do
de que ama a si mesmo mais do que a eles.
pecado. Mas quem fosse pagar pelo pecado do homem deveria ser
O mesmo ocorre em nossas relações com Deus. Se desobede
humano. se realmente tinha que arcar com os nossos pct:ados, se
cemos a Deus em matérias de menor importância, isso não implica
ele verdade ia ser o nosso representante.
necessariamente que lhe neguemos o nosso amor. Esse ato de deso
bediência em matéria que não é grave, é o pecado venial. Por exem
A -.oiHL)O que Deus escolheu jú é para nós uma velha hi�t('H ia.
plo. se dizemos uma mentira que não prejudica ninguém - "Onde
ma" tlll lll,_.a '>Lrú uma hisk,ria trilhada ou mortiça. O homL'I11 de fé ... estev on tem à noite?".
voe� : "Fui visitar um amigo", quando n a
l l l l n c a JL'aha ele admirar-se com o infinito amor e a infinita mise1i- .
realidade ftquet em casa vendo televisão -, será um pecado venial.
so CRIAÇAO E f)l'EDA DO HO�IE\1
E DEPOIS DE ADÃO? 51
E DEPOIS DE ADÃO?
córdia que Deus nos mostrou, decretando desde toda a eternidade
que seu próprio Filho Divino viesse a este mundo, assumindo uma
Certa vez. um homem passeava por uma pedreira abandonada.
natureza humana como a nossa, para pagar o preço devido pelos
Distraído. aproximou-se demasiado da beira do poço que lá se fní
�
mara : ca iu de ca eç � na água.
.
Tentou sair. mas as paredes
nossos pecados.
O Redentor, sendo verdadeiro homem como nós, podia repre
era�1 tao lisas e vertiCais que não podia encontrar um ponto onde
sentar-nos e agir realmente por nós. Sendo também verdadeiro Deus
apmar a mão ou c pé. Era bom nadador. mas sem dúvida ter-se-ia
?
afoga o por cansaço se um transeúntc nüo o tivesse visto em apuros
�
a mais insignificante de suas ações teria um valor infinito, suficient
para reparar todos os pecados cometidos ou que se cometerão.
e . o ttvessc resgatado com uma corda. Já fora. sentou-se para esva
Precisamente no início da história do homem, quando expulsou
ztar os sapatos de água, cn4uanto filosofava um pouco: ''É sur
Adão c Eva do Jardim do Éden, Deus disse a Satanás: "Porei ini
preendente como me era impossível sair dari. e o pouco que me
mizade entre ti c a mulher, entre a tua descendência e a dela·' ela
custou entrar." '
te esmagara a cabeça, e tu em vão te revolverás contra o seu cal-
A h istorieta ilustra bastante bem a infeliz condiçüo da h u m a n i
�
dade, depois d e A( ão. Sabemos que. quanto maior é a dignidade
c<:tnhar." Muitos séculos tiveram que transcorrer até que a descen
dênc ia de Maria, Jesus Cristo, esmagasse a cabeça da serpente. Mas
de uma pessoa, ma1s séria é a injúria que contra ela se comete. Se .
o rmo de esperança da promessa, corno uma luz distante nas trevas '
alguém � tira um tomate podre no seu vizinho. certamente não so
brilharia constantemente.
frerá ma1s consequências que um olho roxo. Mas se o arremessa
Mas a história não terminou depois que Adão pecou e Cristo,
contra o Presidente dos Estados Unidos, os da F.B . I . o rodearüo
o segundo Adão, reparou o seu pecado. A morte de Cristo na Cruz
num i� stante e esse homem não irá jantar a casa por bastante kmpo.
não implica que, a partir de então, o homem fosse necessariamente
Fica claro. pois, que a gravidade de uma ofensa depende até
bom. A reparação de Cristo não arrebata a liberdade da vontade
certo ponto da dignidade do ofendido. Sendo ilimitada a dignidade
� humana. Se temos de poder provar o nosso amor a Deus pela
de Deus - Ele é o Ser infilütamcnte perfeito -, qualquer ofensa
obediência, temos que conservar a liberdade de escolha que essa obe
contra Ele terá malícia infinita. será um mal sem medida.
diência requer.
Por causa disto, o pecado de Adão deixou a humanidade numa
situaçüo semelhante à do homem no poço. · Ali no fundo estáva
Além do pecado original, a cuja sombra nascemos, temos de.
mos nós, sem possibilidade de sair por nossos próprios meios. Tudo
enfrentar outro tipo de pecado: o que nós mesmos cometemos. Este
o que o homem pode fazer tem um valor finito e mensurável. Se o
pecado, que não herdamos de Adão. mas que é nosso, chama-se
maior dos santos desse a sua vida em reparação pelo pecado. o valor
"atual". O pecado atual pode ser mortal ou venial, segundo o seu
do seu sacrifício continuaria a ser limitado. Também é claro que. se
grau de malicia.
todos os componentes do gênero humano, desde Adão até o último
Sabemos que há graus de gravidade na desobediência. Quando
h �1mem sobre a terra, oferecessem suas vidas em pagamento da dí·
um filho desobedece a seus pais em pequenas coisas ou é indelicado
v1da c<;mtraída com Deus pela humanidade, o pagamento seria insu
com eles, não é necessariamente por falta de amor por eles. Seu
ficiente. Está fora do alcance do homem fazer algo de valor infinito.
amor pode ser menos perfeito, mas existe. Não obstante, se este
Nosso destino após o pecado de Adão seria irremissível se nin
filho lhes desobedece deliberadamente em assuntos de grave importân
guém tivesse vindo lançar-nos uma corda: o próprio Deus teve que
cia, em coisas que os firam e aflijam gravemente, há bons motivos
resolver o dilema. O dilema era que. como somente Deus é infinito.
para concluir que não os ama. Ou, pelo menos, tiramos a conclusão
�ornente Ele era capaz do ato de reparação pela infinita malícia do
de que ama a si mesmo mais do que a eles.
pecado. Mas quem fosse pagar pelo pecado do homem deveria ser
O mesmo ocorre em nossas relações com Deus. Se desobede
humano. se realmente tinha que arcar com os nossos pct:ados, se
cemos a Deus em matérias de menor importância, isso não implica
ele verdade ia ser o nosso representante.
necessariamente que lhe neguemos o nosso amor. Esse ato de deso
bediência em matéria que não é grave, é o pecado venial. Por exem
A -.oiHL)O que Deus escolheu jú é para nós uma velha hi�t('H ia.
plo. se dizemos uma mentira que não prejudica ninguém - "Onde
ma" tlll lll,_.a '>Lrú uma hisk,ria trilhada ou mortiça. O homL'I11 de fé ... estev on tem à noite?".
voe� : "Fui visitar um amigo", quando n a
l l l l n c a JL'aha ele admirar-se com o infinito amor e a infinita mise1i- .
realidade ftquet em casa vendo televisão -, será um pecado venial.
52 CRIAÇAO E QUEDA DO HOMEM
E D!Cl'OIS DE AlHO' 53
Mas is�o não implica que o pecado venial seja de pouca im·
portância. Qualquer pecado é, ao menos, uma falha parcial no amor,
um ato de ingratidão para com Deus, que nos ama tanto. Em toda
a criação não li.á maior mal que uin pecado venial, à exceção do
pecado mortal. O pecado venial não é, de maneira nenhuma, uma
fraqueza inócua. Cada um deles acarreta um castigo aqui ou no
purgatório. Cada pecado venial diminui um pouco o amor a Deus
em nosso coração e debilita a nossa resistência às tentações.
Por numerosos que sejam os pecados veniais, a simples multi
plicação dos mesmos, ainda que sejam muitos, nunca acaba somando
um pecado mortal, porqlje o número não modifica a espécie do
pecádo, embora o acúmulo de matéria de muitos pecados veniais
possa, sim, chegar a ser mortal. Em qualquer caso, dar habitual
mente pouca atenção ao pecado venial abre a porta ao pecado mor
tal. Se vamos dizendo ''sim" a pequenas infidelidades, acabaremos
dizendo "sim" à tentação grande, quando esta se apresentar. Para
quem ama sinceramente a Deus, seu propósito habitual há de ser
evitar todo pecado deliberado, seja este venial ou mortal.
Também é conveniente sublinhar que, assim como um pecado
objetivamente mortal pode ser subjetivamente venial, devido a espe
ciais condições de ignorância ou à falta de plena consciência, um
pecado que, à primeira vista, parece venial, pode tornar-se mortal
em circunstâncias especiais.
Por exemplo, se penso que é pecado mortal roubar alguns cru·
zeiros, e apesar disso os roubo, para mim será um pecado mortal.
Ou se essa pequena quantia, eu a tiro de um cego vendedor de
jornais, correndo o risco de atrair má fama para mim ou para mi
nha família, esta potencialidade de mal que tem o meu ato converte-o
52 CRIAÇAO E QUEDA DO HOMEM
E D!Cl'OIS DE AlHO' 53
Mas is�o não implica que o pecado venial seja de pouca im·
portância. Qualquer pecado é, ao menos, uma falha parcial no amor,
um ato de ingratidão para com Deus, que nos ama tanto. Em toda
a criação não li.á maior mal que uin pecado venial, à exceção do
pecado mortal. O pecado venial não é, de maneira nenhuma, uma
fraqueza inócua. Cada um deles acarreta um castigo aqui ou no
purgatório. Cada pecado venial diminui um pouco o amor a Deus
em nosso coração e debilita a nossa resistência às tentações.
Por numerosos que sejam os pecados veniais, a simples multi
plicação dos mesmos, ainda que sejam muitos, nunca acaba somando
um pecado mortal, porqlje o número não modifica a espécie do
pecádo, embora o acúmulo de matéria de muitos pecados veniais
possa, sim, chegar a ser mortal. Em qualquer caso, dar habitual
mente pouca atenção ao pecado venial abre a porta ao pecado mor
tal. Se vamos dizendo ''sim" a pequenas infidelidades, acabaremos
dizendo "sim" à tentação grande, quando esta se apresentar. Para
quem ama sinceramente a Deus, seu propósito habitual há de ser
evitar todo pecado deliberado, seja este venial ou mortal.
Também é conveniente sublinhar que, assim como um pecado
objetivamente mortal pode ser subjetivamente venial, devido a espe
ciais condições de ignorância ou à falta de plena consciência, um
pecado que, à primeira vista, parece venial, pode tornar-se mortal
em circunstâncias especiais.
Por exemplo, se penso que é pecado mortal roubar alguns cru·
zeiros, e apesar disso os roubo, para mim será um pecado mortal.
Ou se essa pequena quantia, eu a tiro de um cego vendedor de
jornais, correndo o risco de atrair má fama para mim ou para mi
nha família, esta potencialidade de mal que tem o meu ato converte-o
\/f'\HA AL \ I A l'OJH .:
\!OHRER'
:).")
CAPÍTULO VI
m
E u a mor te mai s pavn
rosa por que nüo se man
ikst a exte rior
O PECADO A 1' ll c\ L
men te: n;\n hú o fL'd llr da L\lrr upçü
o llL'Ill a frigiLlL'7 rígid a.
morte em vida, f: u
ma
pda LJUa l o pc..:ador fka
amor abundância
c
nu e i�olado no meio do
di\·i nns. A gra-;a de Deu s flui ao seu redor.
mas não pode n rar e t nde : o amo r de Deu
netra: Perdem-se s toca-o, mas não o pe
todo s o� m�r itos sob n:n
adqum .do ant es d o .-,eu pCG!do
atur ais LJtle o pecador havia
. Ttldas as boa s obras
as oraçües pro nun ci<ld as. tod as
a s JVlis sas ofe n.'L·i das
feitas. toda s
padecidos por m r a o a Cri stn. <Jbs oltJ
. os snfr i:nc ntos
mcnto de pecar. t d
tam cnt e u o 0 \ · n i a d n no nw
Esta a l m
a em pecado nw
resse assim, separada de Ocus,rtainiioperdeu sem dl1vida o céu: se mor
MIN HA ALMA PODE MO RR ER ? modo de rest abe lecer a u n i ;-to com pode ria ir para lá. pois não hú
s de po i � da mo rte.
O fim essend a l da nossa vidaDeu 0 p ro varmos a Deu
Se um homem espeta uma faca amor pela obediência. A mo enc s o nosso
Se um homem comete um pecado morno coração, morre fisicamenk. da nossa oportunidade. Depoirte erra o tempo d a nos
sa prova,
s, n<io há poss i hilid a de de m u dar
tal,
descrição de um pecado mortal é tão simpmorre espiritualmente. A o coração. A morte fixa a a l m mo s
Pelo Batismo, fomos resgatados da mor les e tão real como isso. encontra: amando a Deus ou rcjca itan par a sempre no esta do
em que a
do�
pecado de Adão nos submergiu. No Bati te espiritual em que o Se se perde o céu, 11fio resta nen humo.
nossa alma. O Amor de Deus - o Esp smo, Deus uniu a Si a ser o inferno. Quando morremos. desa a alte rna tiva à a l m a a nf10
pa recem as exterioridad
nela, preenchendo o vazio espiritual queírito Santo - derramou-se o pecado mortal que, ao cometê�lo, se apr esen tou como uma
es. c
produzido. Como consequência desta íntim o pecado original havia concessão ao eu, mostra�se à luz fr pequena
nossa alma se eleva a um novo tipo de a união com Deus, a na realidade é: um ato de soberba eia da justiça divina tal como
vida , a vida sobrenatural
que se chama "graça santificante" e que é noss Deus que está implícito em todo pecadorebeldia, como ato de ódio a
e não só preservar, mas incrementar e inten a obrigação preserva r : pem as terríveis, ardentes e torturantes mortal. E n a a l m a irrom�
Deus, depois de unir-nos a Si pelo
sificar. Deus para quem a alma foi criada, desssede e fome de Deus, desse
e Deus que ela nunca cn�
dona. Após o Batismo, o único modo Bati de
smo, jamais nos aban centrará. Ess a alma está no inferno.
nos
repeli-lo deliberadamente. E isto acontece quan separarmos dEle é E isto é o que significa, um pou do
cientes da nossa ação, deliberada e livremente do. plenamente cons a Deus voluntária e conscientemente co em
que significa desobedecer
mat éria grave, cometer um
decer a Deus em matéria grave. Quando assimnos recusamos a obe pecado mortal.
um pecado mortal, que, como a palavra indic fazemos, cometemos
alma. a. causa a morte da Pecar é recusar à Deus a nossa obediên
cia. o nosso amor. Dad
Esta desobediência a Deus cons
que cada pedacinho nosso pertenc e a Deus e que todo o fim dao
nossa existência é amá-lo, torna�se evid
grave é, ao mesmo tempo, a rejeiçãociendete e voluntária em matéria deve obediência a Deus. Assim, esta ente que cada pedacinho nosso
união com Ele tão cabalmente com Deus. Secciona a nossa
não so as obras ou palavras exteriorobrigação de obedecer aplica-se
que une a instalação elétrica da nossoaum alicate que cortasse o cabo
e pensamentos mais íntimos. es. como também aos desejos
nhia elétrica: se você o fizesse, a sua casa
casa
aos geradores da campa�
mergulharia instantanea� É evidente que podemos pec
mente na escuridão. A mesma coisa se
depois de um pecado mortal, mas com pass aria com a nossa alma (pecado de ação), como deixandoar denão só fazendo o que Deus proíbe
terríveis, porque a nossa alm a não mer consequências muito mais de omissão) . É pecado :•Jubar, masfazer o que Ele ordena (pecado
na morte. gulharia na escurid<il), mas as dívidas justas. É pecado trabalha também é pecado não pagar
aos domingos, mas também o é não pres r servil e desnecessariamente
faltando à Missa nos dias de preceito. tar a Deus o culto devido,
\/f'\HA AL \ I A l'OJH .:
\!OHRER'
:).")
CAPÍTULO VI
m
E u a mor te mai s pavn
rosa por que nüo se man
ikst a exte rior
O PECADO A 1' ll c\ L
men te: n;\n hú o fL'd llr da L\lrr upçü
o llL'Ill a frigiLlL'7 rígid a.
morte em vida, f: u
ma
pda LJUa l o pc..:ador fka
amor abundância
c
nu e i�olado no meio do
di\·i nns. A gra-;a de Deu s flui ao seu redor.
mas não pode n rar e t nde : o amo r de Deu
netra: Perdem-se s toca-o, mas não o pe
todo s o� m�r itos sob n:n
adqum .do ant es d o .-,eu pCG!do
atur ais LJtle o pecador havia
. Ttldas as boa s obras
as oraçües pro nun ci<ld as. tod as
a s JVlis sas ofe n.'L·i das
feitas. toda s
padecidos por m r a o a Cri stn. <Jbs oltJ
. os snfr i:nc ntos
mcnto de pecar. t d
tam cnt e u o 0 \ · n i a d n no nw
Esta a l m
a em pecado nw
resse assim, separada de Ocus,rtainiioperdeu sem dl1vida o céu: se mor
MIN HA ALMA PODE MO RR ER ? modo de rest abe lecer a u n i ;-to com pode ria ir para lá. pois não hú
s de po i � da mo rte.
O fim essend a l da nossa vidaDeu 0 p ro varmos a Deu
Se um homem espeta uma faca amor pela obediência. A mo enc s o nosso
Se um homem comete um pecado morno coração, morre fisicamenk. da nossa oportunidade. Depoirte erra o tempo d a nos
sa prova,
s, n<io há poss i hilid a de de m u dar
tal,
descrição de um pecado mortal é tão simpmorre espiritualmente. A o coração. A morte fixa a a l m mo s
Pelo Batismo, fomos resgatados da mor les e tão real como isso. encontra: amando a Deus ou rcjca itan par a sempre no esta do
em que a
do�
pecado de Adão nos submergiu. No Bati te espiritual em que o Se se perde o céu, 11fio resta nen humo.
nossa alma. O Amor de Deus - o Esp smo, Deus uniu a Si a ser o inferno. Quando morremos. desa a alte rna tiva à a l m a a nf10
pa recem as exterioridad
nela, preenchendo o vazio espiritual queírito Santo - derramou-se o pecado mortal que, ao cometê�lo, se apr esen tou como uma
es. c
produzido. Como consequência desta íntim o pecado original havia concessão ao eu, mostra�se à luz fr pequena
nossa alma se eleva a um novo tipo de a união com Deus, a na realidade é: um ato de soberba eia da justiça divina tal como
vida , a vida sobrenatural
que se chama "graça santificante" e que é noss Deus que está implícito em todo pecadorebeldia, como ato de ódio a
e não só preservar, mas incrementar e inten a obrigação preserva r : pem as terríveis, ardentes e torturantes mortal. E n a a l m a irrom�
Deus, depois de unir-nos a Si pelo
sificar. Deus para quem a alma foi criada, desssede e fome de Deus, desse
e Deus que ela nunca cn�
dona. Após o Batismo, o único modo Bati de
smo, jamais nos aban centrará. Ess a alma está no inferno.
nos
repeli-lo deliberadamente. E isto acontece quan separarmos dEle é E isto é o que significa, um pou do
cientes da nossa ação, deliberada e livremente do. plenamente cons a Deus voluntária e conscientemente co em
que significa desobedecer
mat éria grave, cometer um
decer a Deus em matéria grave. Quando assimnos recusamos a obe pecado mortal.
um pecado mortal, que, como a palavra indic fazemos, cometemos
alma. a. causa a morte da Pecar é recusar à Deus a nossa obediên
cia. o nosso amor. Dad
Esta desobediência a Deus cons
que cada pedacinho nosso pertenc e a Deus e que todo o fim dao
nossa existência é amá-lo, torna�se evid
grave é, ao mesmo tempo, a rejeiçãociendete e voluntária em matéria deve obediência a Deus. Assim, esta ente que cada pedacinho nosso
união com Ele tão cabalmente com Deus. Secciona a nossa
não so as obras ou palavras exteriorobrigação de obedecer aplica-se
que une a instalação elétrica da nossoaum alicate que cortasse o cabo
e pensamentos mais íntimos. es. como também aos desejos
nhia elétrica: se você o fizesse, a sua casa
casa
aos geradores da campa�
mergulharia instantanea� É evidente que podemos pec
mente na escuridão. A mesma coisa se
depois de um pecado mortal, mas com pass aria com a nossa alma (pecado de ação), como deixandoar denão só fazendo o que Deus proíbe
terríveis, porque a nossa alm a não mer consequências muito mais de omissão) . É pecado :•Jubar, masfazer o que Ele ordena (pecado
na morte. gulharia na escurid<il), mas as dívidas justas. É pecado trabalha também é pecado não pagar
aos domingos, mas também o é não pres r servil e desnecessariamente
faltando à Missa nos dias de preceito. tar a Deus o culto devido,
."56 O PECADO ATUAL QUAIS SÃO AS RAIZES DO PECADO? 57
A pergunta "'o que é que faz boa ou má uma ação?'' quase Em segundo lugar, devo saber que o que faço é errado, muito
poderia parecer insultante pela sua simplicidade. E, não obstante, errado. Não posso pecar por ignorância. Se não sei que é pecado
formulei-a algumas vezes a crianças e mesmo a gente com curso mortal participar do culto protestante, para mim não seria pecado
superior, sem receber a resposta correta. É a Vontade de Deus. Uma ir com um amigo protestante à sua capela. Se esqueci que hoje é
ação é boa se for o que Deus quer que façamos; é má se for algo dia de abstinência e como carne, para mim não haverá pecado. Isto
que Deus não quer que façamos. Algumas crianças me responde pressupõe, é claro, que esta ignorância não seja por minha culpa.
ram que esta ou aquela ação é má "porque o disse o padre, ou o Se não quero informar-me de certa coisa por medo de que atrapalhe
catecismo, ou a Igreja. ou as Escrituras". meus planos, sou culpado desse pecado.
Não é, pois, despropositado mostrar aos pais a necessidade de Finalmente, não posso cometer um pecado mortal se não resolvo
que os filhos adquiram este princípio tão logo alcancem a idade livremente praticar determinada ação (ou omissão) que é contra a
suficiente para distinguir o bem do mal, e saibam que a bondade Vontade de Deus. Se, por exemplo, alguém mais fórte que eu me
ou maídade de alguma coisa depende de que Deus a queira ou não; força a lançar uma pedra contra uma vitrina, não me faz cometer
e que fazer o que Deus quer é o nosso modo, o nosso único modo, um pecado mortal. Também não posso pecar mortalmente por aci
de provarmos o nosso amor a Deus. Esta idéia será tão sensata para dente, como quando tropeço involuntariamente com alguém, e este
uma criança como o é para nós. E ela obedecerá a Deus com me cai e fratura o crânio. Não posso pecar dormindo, por maldosos
lhor disposiçüo e alegria do que se tivesse que fazê-lo a um simples que se apresentem os meus sonhos.
pai, sacerdote ou livro. É importante que tenhamos idéias claras sobre isto, e é impor
É verdade que conhecemos a Vontade de Deus pela Escritura tante que nossos filhos as tenham n a medida adequada à sua ca
(Palavra escrita de Deus) e pela Igreja (Palavra viva de Deus) . pacidade. O pecado mortal, a completa separação de Deus, é dema
Mas nem as Escrituras nem a Igreja causam a Vontade de Deus. siado horrível para tomá-lo com leviandade, para utilizá-lo como
Inclusive os chamados "mandamentos da Igreja" não são mais do arma na educação das crianças, para reduzi-lo ao nível da irreflexão
que aplicações particulares da vontade de Deus, interpretações deta ou das travessuras infantis.
lhadas de nossos deveres, que, de outro modo, poderiam não nos
parecer tão claros c 12vidcntes.
QUAIS SÃO AS RAIZES 00 PECAOO?
Os pais devem ter o cuidado de não exagerar a seus filhos as
dificuldades da virtude. Se aumentam cada faltazinha da criança
É fácil dizer se tal ou qual ação é pecaminosa. Não o é tanto
até torná-la um pecado muito feio e muito grande. se lhe caem em
dizer se tal ou qual pessoa pecou. Se alguém se esquece, por exem
cima, dizendo-lhe que cometeu um pecado mortal e que Deus já
plo, de que hoje é festa de preceito e não vai à Missa, seu pecado
não a ama, só porque soltou um "palavrão" que ouviu ou diz "não
é só externo. Interiormente não teve intenção de conduzir-se mal.
quero", é muito provável que essa criança cresça com a idéia de
Neste caso, dizemos que cometeu um pecado material, mas não um
que Deus é um preceptor muito severo e arbitrário. Se cada falta
pecado formal. Existe neste caso uma obra má, mas não má inten
zinha lhe é descrita como um pecado muito grande, a criança cres
çào. Seria supérfluo e inútil mencioná-lo na confissão.
cerá desanimada ante a clara impossibilidade de ser boa. e deixará
Mas também é verdade o contrário. Uma pessoa pode cometer
de tentá-lo. E isto acontece.
interiormente um pecado sem realizar um ato pecaminoso. Usando
Para que uma coisa seja pecado mortal, sabemos que são ne o mesmo exemplo, se alguém pensa que hoje é dia de preceito e
cessárias três condições. Se falta qualquer delas, não haverá pecado \'oluntariamente decide não ir à Missa sem razão suficiente, é cul
mortal. pado do pecado de omissão dessa Missa, mesmo que esteja enganado
Em primeiro lugar e antes de mais nada, a matéria deve ser e não seja dia de preceito. Ou, para dar outro exemplo, se um
grave, seja por pensamento, palavras ou obras. Não é pecado mortal homem rouba uma grande quantia de dinheiro e depois percebe que
dizer uma mentira infantil, mas o é prejudicar a reputação alheia roubou seu próprio dinheiro, interiormente cometeu um pecado de
com uma mentira. Não é pecado mortal roubar uma maçã ou uma roubo, ainda que realmente não tenha roubado. Em ambos os casos
moeda, mas o é roubar uma quantia apreciável ou tocar fogo numa dizemos que não houve pecado material, mas formal. E, natural
casa. mente, estes dois pecados têm que ser confessados.
."56 O PECADO ATUAL QUAIS SÃO AS RAIZES DO PECADO? 57
A pergunta "'o que é que faz boa ou má uma ação?'' quase Em segundo lugar, devo saber que o que faço é errado, muito
poderia parecer insultante pela sua simplicidade. E, não obstante, errado. Não posso pecar por ignorância. Se não sei que é pecado
formulei-a algumas vezes a crianças e mesmo a gente com curso mortal participar do culto protestante, para mim não seria pecado
superior, sem receber a resposta correta. É a Vontade de Deus. Uma ir com um amigo protestante à sua capela. Se esqueci que hoje é
ação é boa se for o que Deus quer que façamos; é má se for algo dia de abstinência e como carne, para mim não haverá pecado. Isto
que Deus não quer que façamos. Algumas crianças me responde pressupõe, é claro, que esta ignorância não seja por minha culpa.
ram que esta ou aquela ação é má "porque o disse o padre, ou o Se não quero informar-me de certa coisa por medo de que atrapalhe
catecismo, ou a Igreja. ou as Escrituras". meus planos, sou culpado desse pecado.
Não é, pois, despropositado mostrar aos pais a necessidade de Finalmente, não posso cometer um pecado mortal se não resolvo
que os filhos adquiram este princípio tão logo alcancem a idade livremente praticar determinada ação (ou omissão) que é contra a
suficiente para distinguir o bem do mal, e saibam que a bondade Vontade de Deus. Se, por exemplo, alguém mais fórte que eu me
ou maídade de alguma coisa depende de que Deus a queira ou não; força a lançar uma pedra contra uma vitrina, não me faz cometer
e que fazer o que Deus quer é o nosso modo, o nosso único modo, um pecado mortal. Também não posso pecar mortalmente por aci
de provarmos o nosso amor a Deus. Esta idéia será tão sensata para dente, como quando tropeço involuntariamente com alguém, e este
uma criança como o é para nós. E ela obedecerá a Deus com me cai e fratura o crânio. Não posso pecar dormindo, por maldosos
lhor disposiçüo e alegria do que se tivesse que fazê-lo a um simples que se apresentem os meus sonhos.
pai, sacerdote ou livro. É importante que tenhamos idéias claras sobre isto, e é impor
É verdade que conhecemos a Vontade de Deus pela Escritura tante que nossos filhos as tenham n a medida adequada à sua ca
(Palavra escrita de Deus) e pela Igreja (Palavra viva de Deus) . pacidade. O pecado mortal, a completa separação de Deus, é dema
Mas nem as Escrituras nem a Igreja causam a Vontade de Deus. siado horrível para tomá-lo com leviandade, para utilizá-lo como
Inclusive os chamados "mandamentos da Igreja" não são mais do arma na educação das crianças, para reduzi-lo ao nível da irreflexão
que aplicações particulares da vontade de Deus, interpretações deta ou das travessuras infantis.
lhadas de nossos deveres, que, de outro modo, poderiam não nos
parecer tão claros c 12vidcntes.
QUAIS SÃO AS RAIZES 00 PECAOO?
Os pais devem ter o cuidado de não exagerar a seus filhos as
dificuldades da virtude. Se aumentam cada faltazinha da criança
É fácil dizer se tal ou qual ação é pecaminosa. Não o é tanto
até torná-la um pecado muito feio e muito grande. se lhe caem em
dizer se tal ou qual pessoa pecou. Se alguém se esquece, por exem
cima, dizendo-lhe que cometeu um pecado mortal e que Deus já
plo, de que hoje é festa de preceito e não vai à Missa, seu pecado
não a ama, só porque soltou um "palavrão" que ouviu ou diz "não
é só externo. Interiormente não teve intenção de conduzir-se mal.
quero", é muito provável que essa criança cresça com a idéia de
Neste caso, dizemos que cometeu um pecado material, mas não um
que Deus é um preceptor muito severo e arbitrário. Se cada falta
pecado formal. Existe neste caso uma obra má, mas não má inten
zinha lhe é descrita como um pecado muito grande, a criança cres
çào. Seria supérfluo e inútil mencioná-lo na confissão.
cerá desanimada ante a clara impossibilidade de ser boa. e deixará
Mas também é verdade o contrário. Uma pessoa pode cometer
de tentá-lo. E isto acontece.
interiormente um pecado sem realizar um ato pecaminoso. Usando
Para que uma coisa seja pecado mortal, sabemos que são ne o mesmo exemplo, se alguém pensa que hoje é dia de preceito e
cessárias três condições. Se falta qualquer delas, não haverá pecado \'oluntariamente decide não ir à Missa sem razão suficiente, é cul
mortal. pado do pecado de omissão dessa Missa, mesmo que esteja enganado
Em primeiro lugar e antes de mais nada, a matéria deve ser e não seja dia de preceito. Ou, para dar outro exemplo, se um
grave, seja por pensamento, palavras ou obras. Não é pecado mortal homem rouba uma grande quantia de dinheiro e depois percebe que
dizer uma mentira infantil, mas o é prejudicar a reputação alheia roubou seu próprio dinheiro, interiormente cometeu um pecado de
com uma mentira. Não é pecado mortal roubar uma maçã ou uma roubo, ainda que realmente não tenha roubado. Em ambos os casos
moeda, mas o é roubar uma quantia apreciável ou tocar fogo numa dizemos que não houve pecado material, mas formal. E, natural
casa. mente, estes dois pecados têm que ser confessados.
o J'ECADO .\1UAL QL'AIS SÃO A S RAIZES D O PEC\DO? 59
.58
?
boa intenção. Se roubo a um rico para ar a um pob:c, Isso co� tt
. arrancarmos as raízes, esse defeito do qual eles nascem.
?
boa intenção. Se roubo a um rico para ar a um pob:c, Isso co� tt
. arrancarmos as raízes, esse defeito do qual eles nascem.
Estas sete fraquezas humanas se chamam, ordinariamente, "os sete estado mental do clássico "cachorro d n h o rtc lào··. qne nem :1rrr)\ L'i l a
pecados capitais". A palavra "capital" neste contexto significa rele o que tem n e m dL"i:x a n � outros aproveitarem. � p n) d u z l l ,\J in. ;1
vante ou mais frequente, não que necessariamente sejam os maiores calúnia, a difamat;ão, o n:ssen!im�nto, a di fa rn a �:in e outr,ls mak:-.
ou os piores. semelhantes.
Quais são esses sete vícios dominantes da natureza humana? Finalmente, temos a pret:uiça. que não é o si mp les desagrado
O primeiro é a soberba, que poderíamos definir como a procura de perante o trabalho; há muita gente que não acha agradávd o seu tra
sordenada da nossa própria honra e excelência . Seria muito longa balho. A preguiça é, antes de tudo, fugir do trahalho pt:lo csfort;o
a lista de todos os pecados que nascem da soberba: a ambição ex que ele implica. É o desgosto e a recusa ante o cumprimento de
nossos deveres, especia [mente de nossos deveres para com Deus. Se
cessiva, a jactância em relação às nossas forças espirituais, a vaidade,
o orgulho, eis aí uns poucos. Ou, para usar expressões contempo nos contentamos com um nível baixo na nossa procura da santi
dade, especialmente se nos conformamos com a medi oc ri d ad e espi
râneas, a soberba é a causa dessa atitude cheia de amor próprio
que nos leva a "manter o status. para que os vizinhos não munnu ritual, é quase certo que a sua causa é a preguiça. Omitir a M i ssa
rem'', à ostentação, à ambição de escalar postos e brilhar social em dia ·de preceito, desleixarwse na oração, fugir das ob riga..;ücs fami
mente, de estar na "crista da onda", e outras coisas do mesmo jaez. liares e profissionais. tudo isso provém da preguiça.
O segundo pecado capital é a avareza, ou o imoderado desejo Estes são, pois, os sete pecados capitais: soberba. avareza, lu
de bens temporais. Daqui nascem não só os pecados de roubo e xúria, ira, gula, inveja e preguiça. Sem dúvida temos o louvável
fraude, como também os menos reconhecidos de injustiça entre pa costume de examinar a nossa consciência antes de nos deitarmos e,
trões e empregados, práticas abusivas nos negócios, tacanhice e indi evidentemente, ao nos confessarmos. De hoje em diante, seria muito
ferença ante as necessidades dos pobres, e isso para mencionar só proveitoso perguntarmo-nos não só "que pecados cometi e quantas
uns poucos exemplos. vezes", mas também "por quê".
O seguinte na lista é a luxúria. É fácil perceber que os pe·
cados claros contra a castidade têm a sua origem na luxúria; mas
esta também produz outros: há muitos atos desonestos, falsidades
e injustiças que se podem atribuir à luxúria; a perda da fé e o
desesperar da misericórdia divina são frutos frequentes da luxúria.
Depois vem a ira, ou o estado emocional desordenado, que nos
empurra a desforrar-nos dos outros, a opor-nos insensatamente a
pessoas ou coisas. Os homicídios, as desavenças e as injúrias são
consequências evidentes da ira, como também o são o ódio, a mur
muração e o dano à propriedade alheia.
A gula é outro pecado capital. É a atração desordenada pela
comida ou bebida. Parece o mais ignóbil dos vícios: no glutão há
algo de animal. Prejudica a saúde, produz o linguajar soez e blas
femo, injustiças à própria família e a outras pessoas, e uma legião
de males demasiado evidentes para necessitarem de enumerações.
A inveja é também um vício dominante. É necessário sermos
muito humildes e sinceros conosco próprios- para admitir que a temos.
A inveja não consiste em desejar o nível de vida que outros têm:
esse é um sentimentO' perfeitamente natural, a não ser que nos leve
a extremos de cobiça. Não, a inveja é antes a · tristeza causada pelo
fato de outros estarem numa situação melhor que a nossa, é o so
frimento pela melhor sorte dos outros. Desejamos ter o que um
outro tem, e que não o tenha. Pelo menos, desejaríamos que não o
tivesse, se nós não o podemos ter também. A inveja leva-nos ao
QUAIS SÃO AS RAIZES DO PECADO' Gl
60 O PECADO ATUAL
Estas sete fraquezas humanas se chamam, ordinariamente, "os sete estado mental do clássico "cachorro d n h o rtc lào··. qne nem :1rrr)\ L'i l a
pecados capitais". A palavra "capital" neste contexto significa rele o que tem n e m dL"i:x a n � outros aproveitarem. � p n) d u z l l ,\J in. ;1
vante ou mais frequente, não que necessariamente sejam os maiores calúnia, a difamat;ão, o n:ssen!im�nto, a di fa rn a �:in e outr,ls mak:-.
ou os piores. semelhantes.
Quais são esses sete vícios dominantes da natureza humana? Finalmente, temos a pret:uiça. que não é o si mp les desagrado
O primeiro é a soberba, que poderíamos definir como a procura de perante o trabalho; há muita gente que não acha agradávd o seu tra
sordenada da nossa própria honra e excelência . Seria muito longa balho. A preguiça é, antes de tudo, fugir do trahalho pt:lo csfort;o
a lista de todos os pecados que nascem da soberba: a ambição ex que ele implica. É o desgosto e a recusa ante o cumprimento de
nossos deveres, especia [mente de nossos deveres para com Deus. Se
cessiva, a jactância em relação às nossas forças espirituais, a vaidade,
o orgulho, eis aí uns poucos. Ou, para usar expressões contempo nos contentamos com um nível baixo na nossa procura da santi
dade, especialmente se nos conformamos com a medi oc ri d ad e espi
râneas, a soberba é a causa dessa atitude cheia de amor próprio
que nos leva a "manter o status. para que os vizinhos não munnu ritual, é quase certo que a sua causa é a preguiça. Omitir a M i ssa
rem'', à ostentação, à ambição de escalar postos e brilhar social em dia ·de preceito, desleixarwse na oração, fugir das ob riga..;ücs fami
mente, de estar na "crista da onda", e outras coisas do mesmo jaez. liares e profissionais. tudo isso provém da preguiça.
O segundo pecado capital é a avareza, ou o imoderado desejo Estes são, pois, os sete pecados capitais: soberba. avareza, lu
de bens temporais. Daqui nascem não só os pecados de roubo e xúria, ira, gula, inveja e preguiça. Sem dúvida temos o louvável
fraude, como também os menos reconhecidos de injustiça entre pa costume de examinar a nossa consciência antes de nos deitarmos e,
trões e empregados, práticas abusivas nos negócios, tacanhice e indi evidentemente, ao nos confessarmos. De hoje em diante, seria muito
ferença ante as necessidades dos pobres, e isso para mencionar só proveitoso perguntarmo-nos não só "que pecados cometi e quantas
uns poucos exemplos. vezes", mas também "por quê".
O seguinte na lista é a luxúria. É fácil perceber que os pe·
cados claros contra a castidade têm a sua origem na luxúria; mas
esta também produz outros: há muitos atos desonestos, falsidades
e injustiças que se podem atribuir à luxúria; a perda da fé e o
desesperar da misericórdia divina são frutos frequentes da luxúria.
Depois vem a ira, ou o estado emocional desordenado, que nos
empurra a desforrar-nos dos outros, a opor-nos insensatamente a
pessoas ou coisas. Os homicídios, as desavenças e as injúrias são
consequências evidentes da ira, como também o são o ódio, a mur
muração e o dano à propriedade alheia.
A gula é outro pecado capital. É a atração desordenada pela
comida ou bebida. Parece o mais ignóbil dos vícios: no glutão há
algo de animal. Prejudica a saúde, produz o linguajar soez e blas
femo, injustiças à própria família e a outras pessoas, e uma legião
de males demasiado evidentes para necessitarem de enumerações.
A inveja é também um vício dominante. É necessário sermos
muito humildes e sinceros conosco próprios- para admitir que a temos.
A inveja não consiste em desejar o nível de vida que outros têm:
esse é um sentimentO' perfeitamente natural, a não ser que nos leve
a extremos de cobiça. Não, a inveja é antes a · tristeza causada pelo
fato de outros estarem numa situação melhor que a nossa, é o so
frimento pela melhor sorte dos outros. Desejamos ter o que um
outro tem, e que não o tenha. Pelo menos, desejaríamos que não o
tivesse, se nós não o podemos ter também. A inveja leva-nos ao
63
CAPÍTULO VII Era uma nova pren da para a
alma que havi a rece bido
gra\ J maio r jú no seu com uma
eço. Qua ndo Deus crio u a alma
de .Mar ia.
A ENCARNACÃO exim iu-a da lei uni\' ersal
do pecado orig inal no mesm
o insta nte em
que a Virgem foi conc ebida
no seio ck Ana . Mar ia recebeu a he
Etn�·a perd ida por Ad;io: desd
e o início do seu ser. estev e
Deus . unid a a
Nem por um momL·nto se enco
ntro u �ob o dom ínio de Sat<1
aqud n cujo Filho lhe esma garia
a ca he�·a .
Aind a que Mar ia ti\'esse feito
o que hoje cham aríam os voto
casti dade perp étua . estav a de
prom etida a um artes ão cham
J-lú dois m i l anos . 1úo havi a " m ado José .
u l heres indep ende ntes" nem
lheres prof issio nais" . "mu
Num mun do estri tame nte masc
ulino . qual quer
moça honr ada nece ssita va de
um hom em que a tutel asse
gesse. e prote
Mais aind a. n<1o estava dent
ro do plano de Deus que. para
ser mJc de seu Filho . Mar ia
t i vesse q u e sofrer o estig ma
das nl<ies
QUEM É MARIA? solte iras. E assim, atua ndo discr
etam ente por meio da sua graç
proc urou q u e Mari a tives se um a, Deus
e�po so.
O jovem esco lhido por Deus para
esposo de Mar ia c guardião
A 25 de março celebramos o grande acontecimento que conhe de Jesu s era. de per si, um
cemos por "Encarnação": a notícia, levada pelo Arcanjo Gabriel a
santo . O Evan gelho no-lo desZ'reve d i �
zcnd o simp lesm ente que era
um ''var Jn justo ". O vocá bulo
Maria, de que Deus a havia escolhido para ser mãe do Redentor. signi fica. em sua cono tação "justo "
esp�.:cial qu�..· Ele tt:m por tndas as almas ;-,antas: ,ksus J.l113 1\13ria grandeza e à glória. r..-1as. com a sua d1<.1111�1da ans IVlag�ls p�1ra que
com ll amor humano perfeito que s,) o Homem Perfeito pod� ter acorressem a Bdém. Deus manifestou que .k:->us \· i n h a sa[\-ar tanto
por um�1 \Lic pnkita. Quem ml..' ncv\pruJ l\bria nfln presta um os gentios ou não j ude us como o �cu pln o deito. Por i � �o. n Yinda
:-,c n i �.;'ll a .ll.'�u�. Muito ao contrári(l. quem rebaixa a hPnra de 1\1aria, dos M�gos se conhece pelo nome grego d� ··Epihnia". que significa
rcduzinJo-a ao nível de '·uma boa mulher". rebai'\a a honra de Dl'lts "manifestação··. Por isso também, este acontcci mL'lltn tem tanta i m
numa de sua-; mais nobres ohras de anwr c m i sc rin'rdi a . portância para você c para m i m . Ainda q u e a festa d a Epifania
não seja dia santo de guarda em alguns países. por dl�pcnsa da lei
geral. a Igreja concede-lhe a mesma e inclusi\"t.: maior dignidade que
Q U E M t JESUS CRISTO" ü festa do Natal.
Depois da visita dos Magos c consequentc fuga da Sag rad a Fa
O maior dom da nossa vida é a fé cristJ. A nossa vida inteira mília ao Egito para escapar do plano de morte ele Herodes, c após
e a própria cultura de todo o mundo ocidental cstflo bast.:adas na seu retorno a Nazaré. a ocasiâo seguinte em que vemos Jesus é
firme convicção de que Jesus Cristo viveu e morreu. O normal seria acompanhando Maria e José a Jerusalém para celebrar a grande
que procurássemos empenhar-nos em conhecer P mais poss ív l'l sohr� festa judaica da Páscoa. A história de Jesus perdido e achado
a vida dAquele que influiu tanto em nossas pessoas como no mundo. no Templo, três dias mais tarde. nos é hem conht:cida. Depois,
E, não obstante, há <.:atólicos que leram ex tensas biografias de o evangelista São Lucas deixa cair um véu de si10ncio sobre a ado
qualquer personagem mais ou menos famoso, mas nunca abriram l\ltl lescência e juventude de Jesus, que resume numa curta frase: •·.Jesus
livro sobre a vida de Jesus Cristo. Sabendo a importfuKia que Ele crescia em sabedoria c idade diante de Deus c diante dos ho
·,
tem para nós, dá pena que o nosso conhecimento de Jesus se limite. mens" (2.52) .
--:-m muitos casos, aos fragmentos de Evangelho que se ouvem aos
domingos na Missa. Esta frase, ".Jesus crescia em sabedoria", levanta uma questão
Pelo menos, teríamos que ter lido a histélria completa de Jesus. que vale a pena considerarmos por um momento: saber se Jesus. ao
tal como a contam Mateus, Marcos, Lucas c .lo:ío, no Novo Testa <.:res<.:er, teve que aprender as coisas como as demais crian�a�. Para
mento. E quando o tivermos feito. a narraçüo dos Evangelhos ad responder a este ponto, recordemos que Jesus tinha duas naturezas.
quirirá maior relevo se a completarmos <.:om um bom livw sobre a humana c a divina. Por isso, tinha dois tipos de conhecimento:
a biografia de Jesus. Há muitos nas livrarias e bibl iotecas públicas. o infinito, isto é, o conhecimento de tudo, que evidentemente Jesus.
Nestes livros, os autores apóiam-se em seu douto conhecimento da como Deus, possuía desde o princípio da �ua existência no seio
época e costumes em que viveu Jesus. para dar corpo à concisa de Maria: e, como homem, o conhecimento humano. Por sua vez,
narração evangélica (*). Para o nosso propósito, bastará aqu i u m a este conhecimento humano de Jesus era de três esp�cics.
breve exposição de alguns pontos mais destacados da v i d a terrena Jesus. em primeiro lugar, possuía o conhecimento beatífico des
de Jesus Cristo, Filho de Deus e Filho do homem. de o momento da sua concepção, consequência da união de sua
Após o nascimento de Jesus na gruta de Belém, o primeiro natureza humana com uma natureza divina. Este conhecimento é
Natal, o acontecimento seguinte é a vinda dos Magos do Oriente, similar ao que você e eu teremos quando virmos a Dens no céu.
guiados por uma estrela, para adorar o Rei recém-nascido. Foi um Depois, Jesus possuía também a ciência infusa, um conhecimento
acontecimento de grande significado para nós que não somos judeus. completo das coisas criadas - como o que Deus concedeu aos anjos
Foi o meio que Deus utilizou para mostrar, pública e claramente. e a Adão -, conferido diretamente por Deus, e que não se tem de
que o Messias. o Prometido, não vinha salvar somente os judeus. adquirir por raciocínios laboriosos. partindo dos dados colhidos pelos
Segundo a <.:rença geral entre estes. o Messias que deveria v i r per sentidos. Além disso, Jesus possuía o conhecimento experimental -
tenceria exclusivamente aos filhos de Israel e levaria a sua nação à o conhecimento pela experiência -, que ia adquirindo à medida que
crescia e se desenvolvia.
Graças a seus mapas e instrumentos, um na\·e_g ante sahe que
(0) Entre as muitas biografias de Jesus, pode-se ver desde a clássica Vida
encontrará determinada ilha n u m ponto do oceano. Mas, ao encon
de Jesus Cristo, de Frei Luís de Granada, até às atuais Vida de Cristo,
trá-la, acrescentou o conhecimento experimental ao seu prcviO co
de P. de Urbei (Edições Quadrante, São P(lulo ) . e Jesus Cristo, df'
Karl Adam ( N. T. ). nhecimento teórico. De modo semelhante. Jesus sahia desde o
\ E :\ C\ H :'\ _\(.:.\0 (i-;-
esp�.:cial qu�..· Ele tt:m por tndas as almas ;-,antas: ,ksus J.l113 1\13ria grandeza e à glória. r..-1as. com a sua d1<.1111�1da ans IVlag�ls p�1ra que
com ll amor humano perfeito que s,) o Homem Perfeito pod� ter acorressem a Bdém. Deus manifestou que .k:->us \· i n h a sa[\-ar tanto
por um�1 \Lic pnkita. Quem ml..' ncv\pruJ l\bria nfln presta um os gentios ou não j ude us como o �cu pln o deito. Por i � �o. n Yinda
:-,c n i �.;'ll a .ll.'�u�. Muito ao contrári(l. quem rebaixa a hPnra de 1\1aria, dos M�gos se conhece pelo nome grego d� ··Epihnia". que significa
rcduzinJo-a ao nível de '·uma boa mulher". rebai'\a a honra de Dl'lts "manifestação··. Por isso também, este acontcci mL'lltn tem tanta i m
numa de sua-; mais nobres ohras de anwr c m i sc rin'rdi a . portância para você c para m i m . Ainda q u e a festa d a Epifania
não seja dia santo de guarda em alguns países. por dl�pcnsa da lei
geral. a Igreja concede-lhe a mesma e inclusi\"t.: maior dignidade que
Q U E M t JESUS CRISTO" ü festa do Natal.
Depois da visita dos Magos c consequentc fuga da Sag rad a Fa
O maior dom da nossa vida é a fé cristJ. A nossa vida inteira mília ao Egito para escapar do plano de morte ele Herodes, c após
e a própria cultura de todo o mundo ocidental cstflo bast.:adas na seu retorno a Nazaré. a ocasiâo seguinte em que vemos Jesus é
firme convicção de que Jesus Cristo viveu e morreu. O normal seria acompanhando Maria e José a Jerusalém para celebrar a grande
que procurássemos empenhar-nos em conhecer P mais poss ív l'l sohr� festa judaica da Páscoa. A história de Jesus perdido e achado
a vida dAquele que influiu tanto em nossas pessoas como no mundo. no Templo, três dias mais tarde. nos é hem conht:cida. Depois,
E, não obstante, há <.:atólicos que leram ex tensas biografias de o evangelista São Lucas deixa cair um véu de si10ncio sobre a ado
qualquer personagem mais ou menos famoso, mas nunca abriram l\ltl lescência e juventude de Jesus, que resume numa curta frase: •·.Jesus
livro sobre a vida de Jesus Cristo. Sabendo a importfuKia que Ele crescia em sabedoria c idade diante de Deus c diante dos ho
·,
tem para nós, dá pena que o nosso conhecimento de Jesus se limite. mens" (2.52) .
--:-m muitos casos, aos fragmentos de Evangelho que se ouvem aos
domingos na Missa. Esta frase, ".Jesus crescia em sabedoria", levanta uma questão
Pelo menos, teríamos que ter lido a histélria completa de Jesus. que vale a pena considerarmos por um momento: saber se Jesus. ao
tal como a contam Mateus, Marcos, Lucas c .lo:ío, no Novo Testa <.:res<.:er, teve que aprender as coisas como as demais crian�a�. Para
mento. E quando o tivermos feito. a narraçüo dos Evangelhos ad responder a este ponto, recordemos que Jesus tinha duas naturezas.
quirirá maior relevo se a completarmos <.:om um bom livw sobre a humana c a divina. Por isso, tinha dois tipos de conhecimento:
a biografia de Jesus. Há muitos nas livrarias e bibl iotecas públicas. o infinito, isto é, o conhecimento de tudo, que evidentemente Jesus.
Nestes livros, os autores apóiam-se em seu douto conhecimento da como Deus, possuía desde o princípio da �ua existência no seio
época e costumes em que viveu Jesus. para dar corpo à concisa de Maria: e, como homem, o conhecimento humano. Por sua vez,
narração evangélica (*). Para o nosso propósito, bastará aqu i u m a este conhecimento humano de Jesus era de três esp�cics.
breve exposição de alguns pontos mais destacados da v i d a terrena Jesus. em primeiro lugar, possuía o conhecimento beatífico des
de Jesus Cristo, Filho de Deus e Filho do homem. de o momento da sua concepção, consequência da união de sua
Após o nascimento de Jesus na gruta de Belém, o primeiro natureza humana com uma natureza divina. Este conhecimento é
Natal, o acontecimento seguinte é a vinda dos Magos do Oriente, similar ao que você e eu teremos quando virmos a Dens no céu.
guiados por uma estrela, para adorar o Rei recém-nascido. Foi um Depois, Jesus possuía também a ciência infusa, um conhecimento
acontecimento de grande significado para nós que não somos judeus. completo das coisas criadas - como o que Deus concedeu aos anjos
Foi o meio que Deus utilizou para mostrar, pública e claramente. e a Adão -, conferido diretamente por Deus, e que não se tem de
que o Messias. o Prometido, não vinha salvar somente os judeus. adquirir por raciocínios laboriosos. partindo dos dados colhidos pelos
Segundo a <.:rença geral entre estes. o Messias que deveria v i r per sentidos. Além disso, Jesus possuía o conhecimento experimental -
tenceria exclusivamente aos filhos de Israel e levaria a sua nação à o conhecimento pela experiência -, que ia adquirindo à medida que
crescia e se desenvolvia.
Graças a seus mapas e instrumentos, um na\·e_g ante sahe que
(0) Entre as muitas biografias de Jesus, pode-se ver desde a clássica Vida
encontrará determinada ilha n u m ponto do oceano. Mas, ao encon
de Jesus Cristo, de Frei Luís de Granada, até às atuais Vida de Cristo,
trá-la, acrescentou o conhecimento experimental ao seu prcviO co
de P. de Urbei (Edições Quadrante, São P(lulo ) . e Jesus Cristo, df'
Karl Adam ( N. T. ). nhecimento teórico. De modo semelhante. Jesus sahia desde o
69
começo como scna. por exemplo, o andar. Mas só adquiriu o co \1as. no plaJlll de Deu�. Jsso nfw cru o hastante. O Filho de
nhcL·imcnto expcriment<li quando suas pernas ficaram suficientemente Dt:· us realizaria s;_' ll �il\1 lk n he J i ê n L·ia infinitamenk perfeita até o
fones para sustentú�lo . . . . E assim. quando o Menino tinha doze anos. p t l i i l t l de " a n i q ü i l . t t -�'-- l n t a lnh.'Jl lc. <.� k o ponto de morrer no Cal
São Lucas no�lo dt'ixa oculto em Nazaré dezoito anos mais. \·úrio ou Gl\lguta. q u L' s i gn if iL· a " L ug ar d a Ca\·eira". O Calváric
PodLrú ocorru�nns pt'rguntar por que Jesus Cristo "despndiçou" foi o :·tpice, a c ul m in[H lc ia do ato redentor. Tanto Nazaré como
tantos anos de s u a \'ida na humilde obscuridade de Nazaré. Dos Bckm faZL'Ill pane do caminho l.}UC a ele conduz. Pdo fato de a
doze aos trinta anos. n E\·;,mgdho não nos diz abS(llutamente nada paix<-to e a morte de Cristo terem superado tanto o preço realmente
de Jesus, n.L'l'to qttl' "uescia em saheJoria. idade e graça diante de necessário para satisfazer pelo pecado. Deus nos tornou patente de
Deus e diante elos homens." um modo inesquecível as duas liçücs paralelas da infinita maldade
Depois. ao considuú-lo mais devagar. vemos que Jesus. com dn pecado c do infinito amor que Ele nos tem.
seus anos ocultos em Nazaré. e s tá ensinando uma das li<.;·õcs mais
importantes Je que o homt'm pode necessitar. DL·ixando transcorrer Quando J·.:sus tinha trinta anos de idade, empreendeu a fase da
tranquilamente ano apôs ano, o que Ek fez foi ensinar-nos que s u a tarda que conhecemos comumente por vida pública. Tcve co
diante de Deus não e.xi�te f)l'Ssoa alguma sem i mro rt [mc i a nem tra meço com o primeiro milagre público nas bodas de Cami, c desen
balho algum que seja tri\·ial. voi VL'U·sc nos três anos seguintes. Durante esses anos, Jesus viajou
nn � so trabalho. mas
Deus não nos mede pela i m pt l rt ÜtK ia dn (k nnrte a sul e d e leste a oeste pelo território palestino, pregando
-
pda fidelidade com que proc uramos cumrrir t l que flt)s em noss3s ao pnvo. ensinando as verdades que todos deviam conhecer e as
mftos. pela sinceridade com que nos ckdicamns a fa;er nussa a sua \'Írtudcs que deviam praticar se q u isessem beneficiar-se da sua re
•
vontade. dcnt;ftl).
Efetivamente, os sikncin�ns anns que Jesus p ::� sst H t em I'\azaré Ainda que os sofrimentos de Cristo bastem para pagar por to
s;Jo tão redentores como ns três J c \'ida ;1tiva com que Ul!H..'luiu o dos os pecados de todos os homens, isto nào quer dizer que cada u m
seu ministério. Quando prcga\·a prL·gos llJ oficina de .lnsl:. Jesus d e nús fique automaticamente liberado d o pecado. A i n d a é necessário
nos redimia tão realmente com n nn Ca ! vú rin. qua n d o outros lhe atra que cada qual, individualmente. aplique a si os méritos do sacrifício
vessavam as mãos com eles. redentor d e Cristo. ou, no casu elas crian�as, que outro lhos aplique
"Redimir" signifiL·a recuperar algo perdido. \ Cndidn nu ofere pdo Batismo.
cido. Pelo pecado. o homem tinha rerdido - j ogou fora - seu Fnquanto viajava c pregava. Jesus operou inúmeros m i l agres,
direito ele herança à unifto e t ern a com f),,_· u s . :1 felicidade perene no nf10 só movido por sua infinita cnmpaixfto, mas tamhém (e princi
céu. O Filho de Deus feito homem assumiu a tarefa ck recuperilr palmente) para provar seu direito ele falar tal como o fazia. Pedir
esse direito para nús. Por isso o chamamos Redentor. c, �t tarefa a seus ouvintes que cressem nEle como rilho de Deus era pedir muito.
que realizou, redenção. Por isso. ao fazer que o vis�cm limpar os leprosos, devolver a vista
E do mesmo modo que a traiçào do homem a si mesmo se �:os u:-gns e re�suscitar mortos. não lhes deixava lug�r a dúvidas
realiza pela negativa em dar seu amor a Deus (negativa expressada � l lll'l'ras.
no ato de desobediência que é o pecado ) . assim a tarefa redentora A l l·m disw. durante l'SSL'S tr0s anos. Jesus lhes lemhrava conti·
de Cristo assumiu a forma de um ato de amor infinitamente per n u a mente que o reino de Deu� es!a\·a próximo. Este reino d e Deus
feito, expresso n o ato de obediência infinitamente p e rfeita que ilbran n a tcrr;J - que !ll)s denominamos Igreja - seria a prepara,Jo do
geu toda a sua vida n a terra. A nwrte ele Cristo na Cruz foi a homem para o reino demo do céu. A velha religião judaica, esta
culminância do seu ato de obediência: mas o que precedeu o Calvário hL· lec i da pnr Deus para preparar a \·inda de Cristo. i a terminar. A
e o que a ele se seguiu é também parte do seu Sacrifício. \ L' l h a lei do temor ia ser su h�tituída pela nova lei do amor.
M u i to n o come<.;' tl da sua vida públic:t. Jesus escolheu o s doze
Tudo o que Deus taz tem valor infinitP. Por ser Deus. n menlH
hn!llL'Ih lJ!lL' iriam SLT t)S p r imei ws a reger o seu reino. os primeiros
dos sofrimentos de Cristo era suficiente para p<1g:ar o repúdio de
hi�fHlS c saL'LTdntcs da -.ua Igreja. Durante três anos instruiu e pn:
Deus pelos homens. O mais leve calafril) que n Menino Jesus so
pawu SL' l ! :-. dPze Ap,·,stnln...,
para a tarefa de que os ta inl'lllllbir·
fresse na gruta de Belém bastaria para reparar todos os pecados que
v-, t a hckL·cr s n l i damL'Ilk l ' reino que I·:Jc e�t.a\'a fundando.
os homen ; pudessem empilhar no outro prato da balança.
69
começo como scna. por exemplo, o andar. Mas só adquiriu o co \1as. no plaJlll de Deu�. Jsso nfw cru o hastante. O Filho de
nhcL·imcnto expcriment<li quando suas pernas ficaram suficientemente Dt:· us realizaria s;_' ll �il\1 lk n he J i ê n L·ia infinitamenk perfeita até o
fones para sustentú�lo . . . . E assim. quando o Menino tinha doze anos. p t l i i l t l de " a n i q ü i l . t t -�'-- l n t a lnh.'Jl lc. <.� k o ponto de morrer no Cal
São Lucas no�lo dt'ixa oculto em Nazaré dezoito anos mais. \·úrio ou Gl\lguta. q u L' s i gn if iL· a " L ug ar d a Ca\·eira". O Calváric
PodLrú ocorru�nns pt'rguntar por que Jesus Cristo "despndiçou" foi o :·tpice, a c ul m in[H lc ia do ato redentor. Tanto Nazaré como
tantos anos de s u a \'ida na humilde obscuridade de Nazaré. Dos Bckm faZL'Ill pane do caminho l.}UC a ele conduz. Pdo fato de a
doze aos trinta anos. n E\·;,mgdho não nos diz abS(llutamente nada paix<-to e a morte de Cristo terem superado tanto o preço realmente
de Jesus, n.L'l'to qttl' "uescia em saheJoria. idade e graça diante de necessário para satisfazer pelo pecado. Deus nos tornou patente de
Deus e diante elos homens." um modo inesquecível as duas liçücs paralelas da infinita maldade
Depois. ao considuú-lo mais devagar. vemos que Jesus. com dn pecado c do infinito amor que Ele nos tem.
seus anos ocultos em Nazaré. e s tá ensinando uma das li<.;·õcs mais
importantes Je que o homt'm pode necessitar. DL·ixando transcorrer Quando J·.:sus tinha trinta anos de idade, empreendeu a fase da
tranquilamente ano apôs ano, o que Ek fez foi ensinar-nos que s u a tarda que conhecemos comumente por vida pública. Tcve co
diante de Deus não e.xi�te f)l'Ssoa alguma sem i mro rt [mc i a nem tra meço com o primeiro milagre público nas bodas de Cami, c desen
balho algum que seja tri\·ial. voi VL'U·sc nos três anos seguintes. Durante esses anos, Jesus viajou
nn � so trabalho. mas
Deus não nos mede pela i m pt l rt ÜtK ia dn (k nnrte a sul e d e leste a oeste pelo território palestino, pregando
-
pda fidelidade com que proc uramos cumrrir t l que flt)s em noss3s ao pnvo. ensinando as verdades que todos deviam conhecer e as
mftos. pela sinceridade com que nos ckdicamns a fa;er nussa a sua \'Írtudcs que deviam praticar se q u isessem beneficiar-se da sua re
•
vontade. dcnt;ftl).
Efetivamente, os sikncin�ns anns que Jesus p ::� sst H t em I'\azaré Ainda que os sofrimentos de Cristo bastem para pagar por to
s;Jo tão redentores como ns três J c \'ida ;1tiva com que Ul!H..'luiu o dos os pecados de todos os homens, isto nào quer dizer que cada u m
seu ministério. Quando prcga\·a prL·gos llJ oficina de .lnsl:. Jesus d e nús fique automaticamente liberado d o pecado. A i n d a é necessário
nos redimia tão realmente com n nn Ca ! vú rin. qua n d o outros lhe atra que cada qual, individualmente. aplique a si os méritos do sacrifício
vessavam as mãos com eles. redentor d e Cristo. ou, no casu elas crian�as, que outro lhos aplique
"Redimir" signifiL·a recuperar algo perdido. \ Cndidn nu ofere pdo Batismo.
cido. Pelo pecado. o homem tinha rerdido - j ogou fora - seu Fnquanto viajava c pregava. Jesus operou inúmeros m i l agres,
direito ele herança à unifto e t ern a com f),,_· u s . :1 felicidade perene no nf10 só movido por sua infinita cnmpaixfto, mas tamhém (e princi
céu. O Filho de Deus feito homem assumiu a tarefa ck recuperilr palmente) para provar seu direito ele falar tal como o fazia. Pedir
esse direito para nús. Por isso o chamamos Redentor. c, �t tarefa a seus ouvintes que cressem nEle como rilho de Deus era pedir muito.
que realizou, redenção. Por isso. ao fazer que o vis�cm limpar os leprosos, devolver a vista
E do mesmo modo que a traiçào do homem a si mesmo se �:os u:-gns e re�suscitar mortos. não lhes deixava lug�r a dúvidas
realiza pela negativa em dar seu amor a Deus (negativa expressada � l lll'l'ras.
no ato de desobediência que é o pecado ) . assim a tarefa redentora A l l·m disw. durante l'SSL'S tr0s anos. Jesus lhes lemhrava conti·
de Cristo assumiu a forma de um ato de amor infinitamente per n u a mente que o reino de Deu� es!a\·a próximo. Este reino d e Deus
feito, expresso n o ato de obediência infinitamente p e rfeita que ilbran n a tcrr;J - que !ll)s denominamos Igreja - seria a prepara,Jo do
geu toda a sua vida n a terra. A nwrte ele Cristo na Cruz foi a homem para o reino demo do céu. A velha religião judaica, esta
culminância do seu ato de obediência: mas o que precedeu o Calvário hL· lec i da pnr Deus para preparar a \·inda de Cristo. i a terminar. A
e o que a ele se seguiu é também parte do seu Sacrifício. \ L' l h a lei do temor ia ser su h�tituída pela nova lei do amor.
M u i to n o come<.;' tl da sua vida públic:t. Jesus escolheu o s doze
Tudo o que Deus taz tem valor infinitP. Por ser Deus. n menlH
hn!llL'Ih lJ!lL' iriam SLT t)S p r imei ws a reger o seu reino. os primeiros
dos sofrimentos de Cristo era suficiente para p<1g:ar o repúdio de
hi�fHlS c saL'LTdntcs da -.ua Igreja. Durante três anos instruiu e pn:
Deus pelos homens. O mais leve calafril) que n Menino Jesus so
pawu SL' l ! :-. dPze Ap,·,stnln...,
para a tarefa de que os ta inl'lllllbir·
fresse na gruta de Belém bastaria para reparar todos os pecados que
v-, t a hckL·cr s n l i damL'Ilk l ' reino que I·:Jc e�t.a\'a fundando.
os homen ; pudessem empilhar no outro prato da balança.
U J\ ] ( l ! f, H \ 1 [ \ _-\- �1
Hú dois mil anos. os impcradore� rcmanos conseguiram o qu� que pudess\..' en t regú- lo its su a s mftos sem falhar. um homem cuja
os russos agora qu e rn i a m conseguir.. De fato. os exércitos de Roma kaldad� pudessem comprar.
haviam conquistado o mundo inteiro. um mundo muito mais redu .I udas Iscariotcs era o lwmcm c, infelizmente para ele, desta vez
zido que o q u c con hc...:cmns hojc. Cnmprcendia os países conhecidos tinha chegado a hora de Jesus: estava a ponto de morrer. Sua tarefa
do sul da Europa. d o norte da África c d o ocidcnlc da Asia. O ll-:- rc\ ·c lar <ts \'cnbdes di\·inas aos homens estava concluída. e E l e
resto Jo globo estava ainda por explorar. e!lL\..'rrara a prcparaçfto de seus i\p()stolos. Agora esperava a che
Roma tinha a nüo mc1ws pesada com seus países sJtéliks que t'.:tda (_k Judas pw:-.trado em seu prôprin suor d e sangue. Um suor
Enquanto se portavam hem c paga q u e o conhecimento di\'inn d a agonia que o esp�:rava lhe arrancava
a Rússia de hoje com os seus.
vam seus i m posto s a Roma. quase nüo eram incomodados. Uma do org:n1ismo físil\J angu�tiado.
guarniçüo de soldados romanos era destacada para cada país, c nela Porém, mais do que a prcsci0ncia d e sua Paixão, a angústia que
o fazia suar sangue era produzi.Ja pelo conhecimento d e que, para
havia um procCmsul ou governador para ficar de olho nas coisas ..
Mas, fora isto. permitia-se: às naçõc:s consLT\'arcm seu próprio go· muitos. esse sangue seri::t derramado em vüo. Em Gctscmani, Eic
verno local c seguirem suas próprias leis c costumes. CPnceJcu à sua n::t1t1rcza humana que provasse c conhecesse . .:omo
s{l Deus pode. a infinita maldade do pecado e todo o seu Jtrcmcndo
Esta era a situaçfto da Palestina nos tempos de Nosso Senhor
lwrror.
Jesus Cristo. Roma era o chefe supremo. mas os judeus tinham seu
p n\p rio rei. Hcrodl..'s. e eram governados pelo seu pn'lprio parlamento J uJas chega. c os inimigos de Jesus o levam a um julgamento
ou conselho. chamado Sinédri�). Nüo havia partidos políticos como que havia de ser um::t pan)Jia da justiça. A sentença d e morte já
tinha �ido acenada peh) Sinédrio, mesmo antes d e terem prestado
os que conhecemos hoje. mas algo muito parecido à nossa "máquina
política" moderna. dcc.:l�Jr�t·<Clcs certa:-; tc�tcmunhas subornadas e contraditórias. A acusa
Esta m{tquina política compunha-se dos sacer
dotes judeus. para quem pl) l ític a c rdigiüo eram a mesma coisa: dos �:-w era bem simplc�: .J c � u s s.: pmcbma\'::t Deus, c isso era uma blas
fariscus, que eram os ''de sangue azul" do seu tempo, e dos escribas, fê-mia. E umw a hL1:JL·mia c ra castigada com a morte, p:ua a m�.xte
que eram os hom.::n s de leis. Com certas exceções. a maioria destes
d.:\'ia ir. 1),1 S i n éd ri L) seria conduzido a Púncio Pilato'5. o �
l.!ovcrna
dor rdm:uw qu..: d.:\ i a l'Ollfirmar a sentença, j á que nüo se pcrm i t i a às
homens pertenci::t ao tipo dos que hoje chamamos "políticos aprovci
i l�H.;lí es suhjugddas d i t:Hl' Ill uma sentença capital. St') Roma podia tirar
t ad orcs' ' . Tinham empregos ctímodos e agradáveis. enchendo os bo1-
a \ i da a um ihllltclll.
:-.o<; il ...: u�ta dn pn\·o. a quem (lprimiam de m i l maneiras.
U J\ ] ( l ! f, H \ 1 [ \ _-\- �1
Hú dois mil anos. os impcradore� rcmanos conseguiram o qu� que pudess\..' en t regú- lo its su a s mftos sem falhar. um homem cuja
os russos agora qu e rn i a m conseguir.. De fato. os exércitos de Roma kaldad� pudessem comprar.
haviam conquistado o mundo inteiro. um mundo muito mais redu .I udas Iscariotcs era o lwmcm c, infelizmente para ele, desta vez
zido que o q u c con hc...:cmns hojc. Cnmprcendia os países conhecidos tinha chegado a hora de Jesus: estava a ponto de morrer. Sua tarefa
do sul da Europa. d o norte da África c d o ocidcnlc da Asia. O ll-:- rc\ ·c lar <ts \'cnbdes di\·inas aos homens estava concluída. e E l e
resto Jo globo estava ainda por explorar. e!lL\..'rrara a prcparaçfto de seus i\p()stolos. Agora esperava a che
Roma tinha a nüo mc1ws pesada com seus países sJtéliks que t'.:tda (_k Judas pw:-.trado em seu prôprin suor d e sangue. Um suor
Enquanto se portavam hem c paga q u e o conhecimento di\'inn d a agonia que o esp�:rava lhe arrancava
a Rússia de hoje com os seus.
vam seus i m posto s a Roma. quase nüo eram incomodados. Uma do org:n1ismo físil\J angu�tiado.
guarniçüo de soldados romanos era destacada para cada país, c nela Porém, mais do que a prcsci0ncia d e sua Paixão, a angústia que
o fazia suar sangue era produzi.Ja pelo conhecimento d e que, para
havia um procCmsul ou governador para ficar de olho nas coisas ..
Mas, fora isto. permitia-se: às naçõc:s consLT\'arcm seu próprio go· muitos. esse sangue seri::t derramado em vüo. Em Gctscmani, Eic
verno local c seguirem suas próprias leis c costumes. CPnceJcu à sua n::t1t1rcza humana que provasse c conhecesse . .:omo
s{l Deus pode. a infinita maldade do pecado e todo o seu Jtrcmcndo
Esta era a situaçfto da Palestina nos tempos de Nosso Senhor
lwrror.
Jesus Cristo. Roma era o chefe supremo. mas os judeus tinham seu
p n\p rio rei. Hcrodl..'s. e eram governados pelo seu pn'lprio parlamento J uJas chega. c os inimigos de Jesus o levam a um julgamento
ou conselho. chamado Sinédri�). Nüo havia partidos políticos como que havia de ser um::t pan)Jia da justiça. A sentença d e morte já
tinha �ido acenada peh) Sinédrio, mesmo antes d e terem prestado
os que conhecemos hoje. mas algo muito parecido à nossa "máquina
política" moderna. dcc.:l�Jr�t·<Clcs certa:-; tc�tcmunhas subornadas e contraditórias. A acusa
Esta m{tquina política compunha-se dos sacer
dotes judeus. para quem pl) l ític a c rdigiüo eram a mesma coisa: dos �:-w era bem simplc�: .J c � u s s.: pmcbma\'::t Deus, c isso era uma blas
fariscus, que eram os ''de sangue azul" do seu tempo, e dos escribas, fê-mia. E umw a hL1:JL·mia c ra castigada com a morte, p:ua a m�.xte
que eram os hom.::n s de leis. Com certas exceções. a maioria destes
d.:\'ia ir. 1),1 S i n éd ri L) seria conduzido a Púncio Pilato'5. o �
l.!ovcrna
dor rdm:uw qu..: d.:\ i a l'Ollfirmar a sentença, j á que nüo se pcrm i t i a às
homens pertenci::t ao tipo dos que hoje chamamos "políticos aprovci
i l�H.;lí es suhjugddas d i t:Hl' Ill uma sentença capital. St') Roma podia tirar
t ad orcs' ' . Tinham empregos ctímodos e agradáveis. enchendo os bo1-
a \ i da a um ihllltclll.
:-.o<; il ...: u�ta dn pn\·o. a quem (lprimiam de m i l maneiras.
A HEDE:\Ç\0 ' ;
Quando Pilatos se negou a condenar J�.:sus it morte, os chefes que fechava a entrada do sepulcro. quando Jesus saiu.
j ude u s
ame;1.�aram o governador de LTiar-lhc dificuldades, denuncian Jesus ressuscitou dentre os mt1rtos com um corpo g:lnrificadn.
do-o a RLnua por incompetência. O pusilânimP Pilatos sucumbiu à idêntico ao que será o nosso depois da nossa ressurrel\ão. Era um
chantagem, após alguns vãos esforços para aplacar a sede de sangue corpo "espiritualizado", livre das limitações imposta'l. pelo mundo fí.
da populaç�to, permitindo que açoitassem brutalmente Jesus e o co sico. Era (e é) um corpo que não p0de sofrer ou morrer: um
roassem de espinhos. Meditamos estes acontecimentos ao recitar os corpo que irradiava a luminosidade e a beleza ck uma alm <1 unida
mistérios dolorosos do Rosário ou ao fazer a Via-Sacra. Também a Deus: um corpo que a matéria não podia interceptar. podendo
meditamos e n tão o que ocorreu ao meio dia seguinte, quando res passar através de um sólido muro como se este Tlfio existisse: um
soou no Calvário o golpear dos martelos e o torturado Jesus pendeu corpo que não precisava caminhar com passos lahoriosos. mas que
da Cruz, durante três horas. morrendo finalmente, para que nós pu podia mudar-se de um lugar para outro com a velocidade do pen
déssemos Yiver, nessa Sexta-feira que chamamos Santa. samento: um corpo livre de necessidades orgânicas como comer. he
her ou dormir.
Enquanto J esus não morresse na Cruz. pagand0 pelos pecados
dos homens, nenhuma alma podia entrar no céu: ninguém podia ver Jesus, ao ressuscitar dentre os mortos, não suhiu imediatamente
a Deus fact.: a face. E, não obstante, haviam existido, de certeza, ao céu, como teríamos imaginado. Se o tivesse feito. os cépticos
muitos homens e mulheres que tinham crido em Deus e na sua mi que não acreditassem na sua Ressurreição (e que ainda estão entre
scrie<'lrdia, c guardado suas leis. Como estas alm as nüo haviam me nós) teriam sido mais difíceis de convencer. Foi em parte por este
recido o inferno, permaneciam (até a Crucifixão) num estado de motivo que Jesus decidiU permanecer quarenta dias na terra. Du
fdkidadc puramente natural, sem visão direta de De us . Eram muito rante esse tempo, apareceu a Maria Madalena, aos discípulos a ca
felizes, mas com a felicidade que nl')s poderíamos alcançar na terra, minho de Emaús e, várias vezes, aos seus Apóstolos. Mas podemos
se tudo nos corresse pcrft:itamcntc bem. assegurar que houve mais aparições de Nosso Senhor. além das men
O est ad o de felicidade natural em que essas almas aguardavam cionadas nos Evangelhos: a pessoas (à sua Santíssima Màe. certa
a completa revelação da gh)ria divina chama-se limbo. A estas almas mente) e a multidões (São Paulo menciona uma delas, em que havia
J es us aparL·ccu enquanto seu corpo jazi<1 n a sepultura. para anun mais de quinhentas pessoas presentes) . Ninguém jamais poderá per
ciar-lhes a boa nova da sua redcnçüo; para. poderíamos dizer, acom guntar com sinceridade: "Como sabemos que ressuscitou? Quem
panhá-las e a prcscn tá b . s pes soa lmente a Deus Pai como suas primí
- o viu?"
cias. A isto nos referimos quando rezamos no Credo que Jesus Além de provar a sua ressurreição, Jesus tinha outra finalidade
"desceu à man são dos mortos' ' . a cumprir nesses quarenta dias: completar a preparação e missão
Como a morte d e Jesus foi real, foi a sua alma que apareceu de seus doze Apóstolos. Na última Ceia. na noite da Quinta-feira
no limbo; seu corpo inerte, do qual a alma se havia separado, jazia Santa, tinha-os ordenado sacerdotes. Agora, na noite do Domingo
no sepulcro. Durante todo csh:' tempo. no entanto. a sua Pessoa de Páscoa, complementa-lhes o sacerdócio, dando-lhes o poder de
divina permanecia unida tanto à alma como ao corpn, disposta a perdoar os pecados. Quando lhes aparece em outra ocasião, cum
reuni-los de novo ao terceiro dia. pre a promessa feita a Pedro e o faz cabeça da sua Igreja. Explica
-lhes o Espírito Santo, que será o Espírito dador de vida na sua
Segundo havia prometido. J es us ressuscitou dentre os mortos ao Igreja. [nstrui-os confiando-lhes as linhas gerais do seu ministério.
terceiro dia. Havia prometido tamhém que retornaria à vida por E , finalmente, no monte das Oliveiras, no dia em que comemoramos
seu próprio poder, c nüo pelo de outro. Com este milagre daria a a Quinta ..feira da Ascensão, dá aos seus Apóstolos a missão final
prova indiscutível c co ncl udente de que era Deus. de ir e pregar ao mundo inteiro: dá-lhes a sua última bênção c
O rdatn da Ressurreição. :.lcontecimcnto que celchramos no Do sobe aos céus.
mingo da Ressurrei�'ÜO. �-nos demasiado conhecido para termos que Ali "está sentado à direita de Deus Pai". Sendo Ele mesmo
n.·pcti-lo aqui. A cega ohstina�ün dos chd�..·s j ude us imaginava der Deus, é igual ao Pai em tudo: como homem. está mais perto de
rotar l'S pl a n o s de Deus colocando se u s guardas junto ao sepulcro. Deus do que todos os santos, por sua uni2.o com Deus Pai, com
a fim de manterl'm o corpo de Jesus e-ncerrado e scgum. P0rém. cu- autoridade supr�ma como Rei de todas as criaturas. À semelhança
11hcú::mos o estupor dos guardas nessa m adru g ;1 cl a e n rol<1r d a pedra dns raios de luz que convergem numa lente. assim toda a c ria,;ft o
A HEDE:\Ç\0 ' ;
Quando Pilatos se negou a condenar J�.:sus it morte, os chefes que fechava a entrada do sepulcro. quando Jesus saiu.
j ude u s
ame;1.�aram o governador de LTiar-lhc dificuldades, denuncian Jesus ressuscitou dentre os mt1rtos com um corpo g:lnrificadn.
do-o a RLnua por incompetência. O pusilânimP Pilatos sucumbiu à idêntico ao que será o nosso depois da nossa ressurrel\ão. Era um
chantagem, após alguns vãos esforços para aplacar a sede de sangue corpo "espiritualizado", livre das limitações imposta'l. pelo mundo fí.
da populaç�to, permitindo que açoitassem brutalmente Jesus e o co sico. Era (e é) um corpo que não p0de sofrer ou morrer: um
roassem de espinhos. Meditamos estes acontecimentos ao recitar os corpo que irradiava a luminosidade e a beleza ck uma alm <1 unida
mistérios dolorosos do Rosário ou ao fazer a Via-Sacra. Também a Deus: um corpo que a matéria não podia interceptar. podendo
meditamos e n tão o que ocorreu ao meio dia seguinte, quando res passar através de um sólido muro como se este Tlfio existisse: um
soou no Calvário o golpear dos martelos e o torturado Jesus pendeu corpo que não precisava caminhar com passos lahoriosos. mas que
da Cruz, durante três horas. morrendo finalmente, para que nós pu podia mudar-se de um lugar para outro com a velocidade do pen
déssemos Yiver, nessa Sexta-feira que chamamos Santa. samento: um corpo livre de necessidades orgânicas como comer. he
her ou dormir.
Enquanto J esus não morresse na Cruz. pagand0 pelos pecados
dos homens, nenhuma alma podia entrar no céu: ninguém podia ver Jesus, ao ressuscitar dentre os mortos, não suhiu imediatamente
a Deus fact.: a face. E, não obstante, haviam existido, de certeza, ao céu, como teríamos imaginado. Se o tivesse feito. os cépticos
muitos homens e mulheres que tinham crido em Deus e na sua mi que não acreditassem na sua Ressurreição (e que ainda estão entre
scrie<'lrdia, c guardado suas leis. Como estas alm as nüo haviam me nós) teriam sido mais difíceis de convencer. Foi em parte por este
recido o inferno, permaneciam (até a Crucifixão) num estado de motivo que Jesus decidiU permanecer quarenta dias na terra. Du
fdkidadc puramente natural, sem visão direta de De us . Eram muito rante esse tempo, apareceu a Maria Madalena, aos discípulos a ca
felizes, mas com a felicidade que nl')s poderíamos alcançar na terra, minho de Emaús e, várias vezes, aos seus Apóstolos. Mas podemos
se tudo nos corresse pcrft:itamcntc bem. assegurar que houve mais aparições de Nosso Senhor. além das men
O est ad o de felicidade natural em que essas almas aguardavam cionadas nos Evangelhos: a pessoas (à sua Santíssima Màe. certa
a completa revelação da gh)ria divina chama-se limbo. A estas almas mente) e a multidões (São Paulo menciona uma delas, em que havia
J es us aparL·ccu enquanto seu corpo jazi<1 n a sepultura. para anun mais de quinhentas pessoas presentes) . Ninguém jamais poderá per
ciar-lhes a boa nova da sua redcnçüo; para. poderíamos dizer, acom guntar com sinceridade: "Como sabemos que ressuscitou? Quem
panhá-las e a prcscn tá b . s pes soa lmente a Deus Pai como suas primí
- o viu?"
cias. A isto nos referimos quando rezamos no Credo que Jesus Além de provar a sua ressurreição, Jesus tinha outra finalidade
"desceu à man são dos mortos' ' . a cumprir nesses quarenta dias: completar a preparação e missão
Como a morte d e Jesus foi real, foi a sua alma que apareceu de seus doze Apóstolos. Na última Ceia. na noite da Quinta-feira
no limbo; seu corpo inerte, do qual a alma se havia separado, jazia Santa, tinha-os ordenado sacerdotes. Agora, na noite do Domingo
no sepulcro. Durante todo csh:' tempo. no entanto. a sua Pessoa de Páscoa, complementa-lhes o sacerdócio, dando-lhes o poder de
divina permanecia unida tanto à alma como ao corpn, disposta a perdoar os pecados. Quando lhes aparece em outra ocasião, cum
reuni-los de novo ao terceiro dia. pre a promessa feita a Pedro e o faz cabeça da sua Igreja. Explica
-lhes o Espírito Santo, que será o Espírito dador de vida na sua
Segundo havia prometido. J es us ressuscitou dentre os mortos ao Igreja. [nstrui-os confiando-lhes as linhas gerais do seu ministério.
terceiro dia. Havia prometido tamhém que retornaria à vida por E , finalmente, no monte das Oliveiras, no dia em que comemoramos
seu próprio poder, c nüo pelo de outro. Com este milagre daria a a Quinta ..feira da Ascensão, dá aos seus Apóstolos a missão final
prova indiscutível c co ncl udente de que era Deus. de ir e pregar ao mundo inteiro: dá-lhes a sua última bênção c
O rdatn da Ressurreição. :.lcontecimcnto que celchramos no Do sobe aos céus.
mingo da Ressurrei�'ÜO. �-nos demasiado conhecido para termos que Ali "está sentado à direita de Deus Pai". Sendo Ele mesmo
n.·pcti-lo aqui. A cega ohstina�ün dos chd�..·s j ude us imaginava der Deus, é igual ao Pai em tudo: como homem. está mais perto de
rotar l'S pl a n o s de Deus colocando se u s guardas junto ao sepulcro. Deus do que todos os santos, por sua uni2.o com Deus Pai, com
a fim de manterl'm o corpo de Jesus e-ncerrado e scgum. P0rém. cu- autoridade supr�ma como Rei de todas as criaturas. À semelhança
11hcú::mos o estupor dos guardas nessa m adru g ;1 cl a e n rol<1r d a pedra dns raios de luz que convergem numa lente. assim toda a c ria,;ft o
�I
converge nEk, 0 dEle. dcsdl� que assumiu como pn'1 pria 3 nossa CAPÍTULO IX
natureza humana. Por meio da sua Igreja rege todas as qucslões
c�rirituais: c inclusive em matérias puramente civis ou temporais. a
sua vutllJdc c a sua lei tl-m a primazia. E seu título de governante
.-,uprcmn dos homens está duplamente ganho por t0-los redimido c
rcsga ta do com seu precioso Sangue.
Depois da sua ascensão ao Pai. a próxima vez em que apare
cerá à humanidade o seu Rei Ressuscitado será no dia do fim do
mundo. \'cio uma vez no desamparo de Belém; no final dos tempos
virá em gloriosa majestade para julgar o mundo que seu Pai lhe deu
c que Ele mesmo comprou por tão grande preço. ''Virú julgar os
vivos e os morlos!".
A PESSOA DESCONHECIDA
Lemos nos Atos dos Ap<'1stolos ( 19.2) que Süo Paulo foi à
cidade de Éfeso, na Ásia. Ali encontrou um pequeno grupo que já
cria nos ensinamentos de Jesus. Paulo perguntou-lhes: "Recebestes
o Espírito Santo quando crestcs?". E eles responderam: "Nem se
quer sabíanws que havia Espírito Santo".
Hoje em dia, nenhum de JH,lS desconhece o Espírito Santo. Sa
lxmos que 0 uma das trC:s Pcs�nas divinas que, com o Pai e o Filho,
constituem a Santíssima Trindade. Sabemos também que se chama
o Par{tclito ( palavra grega que significa ''Consolador'') , o Advogado
(que defende a causa dos homens diank ck Deus) , o Espírito de
Verc!Jcle. o Espírito de Deus c o Espírito de Amor. Sabemos tam
hl:m que vem a n('1s quando nos batizamos, c que continua morando
em nossa alma enquanto n�to o rejeitamos pelo pecado mortaL E
este é o total dos conhecimentos snhrc o Espírito Santo para muitos
católicos.
No cntanto. nrto poderemos ter senão uma compreensão super
fiL·ial du processo interior da nossa santificaçfto se desconhecermos a
fun..:;�tn do Espírito Santo no plano divino.
A cxi�l0ncia do Espírito Santo - e. evidentemente, a doutrina
cia Santíssima Trindade - era desconhecida antes de Cristo nos ter
revelado essa verdade. Nos tempns do Velho Testamento. os judeus
estavam wdeados de naçües idl1latras. Mais de uma vez trocaram
n culto ao Deus único. que os havia constituído em pcwo eleito. pelo
converge nEk, 0 dEle. dcsdl� que assumiu como pn'1 pria 3 nossa CAPÍTULO IX
natureza humana. Por meio da sua Igreja rege todas as qucslões
c�rirituais: c inclusive em matérias puramente civis ou temporais. a
sua vutllJdc c a sua lei tl-m a primazia. E seu título de governante
.-,uprcmn dos homens está duplamente ganho por t0-los redimido c
rcsga ta do com seu precioso Sangue.
Depois da sua ascensão ao Pai. a próxima vez em que apare
cerá à humanidade o seu Rei Ressuscitado será no dia do fim do
mundo. \'cio uma vez no desamparo de Belém; no final dos tempos
virá em gloriosa majestade para julgar o mundo que seu Pai lhe deu
c que Ele mesmo comprou por tão grande preço. ''Virú julgar os
vivos e os morlos!".
A PESSOA DESCONHECIDA
Lemos nos Atos dos Ap<'1stolos ( 19.2) que Süo Paulo foi à
cidade de Éfeso, na Ásia. Ali encontrou um pequeno grupo que já
cria nos ensinamentos de Jesus. Paulo perguntou-lhes: "Recebestes
o Espírito Santo quando crestcs?". E eles responderam: "Nem se
quer sabíanws que havia Espírito Santo".
Hoje em dia, nenhum de JH,lS desconhece o Espírito Santo. Sa
lxmos que 0 uma das trC:s Pcs�nas divinas que, com o Pai e o Filho,
constituem a Santíssima Trindade. Sabemos também que se chama
o Par{tclito ( palavra grega que significa ''Consolador'') , o Advogado
(que defende a causa dos homens diank ck Deus) , o Espírito de
Verc!Jcle. o Espírito de Deus c o Espírito de Amor. Sabemos tam
hl:m que vem a n('1s quando nos batizamos, c que continua morando
em nossa alma enquanto n�to o rejeitamos pelo pecado mortaL E
este é o total dos conhecimentos snhrc o Espírito Santo para muitos
católicos.
No cntanto. nrto poderemos ter senão uma compreensão super
fiL·ial du processo interior da nossa santificaçfto se desconhecermos a
fun..:;�tn do Espírito Santo no plano divino.
A cxi�l0ncia do Espírito Santo - e. evidentemente, a doutrina
cia Santíssima Trindade - era desconhecida antes de Cristo nos ter
revelado essa verdade. Nos tempns do Velho Testamento. os judeus
estavam wdeados de naçües idl1latras. Mais de uma vez trocaram
n culto ao Deus único. que os havia constituído em pcwo eleito. pelo
É oportuno recordar aqui brevemente a essência da natureza do espcurn. que estào ( por naturcn.t) in�cparavclmente unidas na
divina. na medida em que temos capacidade para entendê-la. Sahe radia\��tl) una e itKolor a que chamanws luz. f: p1 l�sívcl. L'Crlamcnte.
mos que- n umhecimento que Deus tem de Si mesmo é um conhe fraL'cionar um raio de lu? por meios artificiais. como um prisma. e
cimento infinitamente perfeito. Quer dizer. a "imagem" que Deus fa?cr um arco�íris. Mas se deixarmos o raio tal como é. o vermelho
tem de Si na sua mente divina é uma representação perfeita de Si cst�·� no aLui. o azul rw amarelo c n \Trmelho nn'> dois: é um só
mesmo. Porém, essa representação não seria perfeita se não fosse raio de luz.
uma representação rin1. Viver. existir, é próprio da natureza divina. Nenhum cxempln pode ser adequado se n apl iGumos a Deus.
Uma imagem mental de Deus que não vivesse. não seria uma repre \13'.. por analogia. poderíamos dizer que. assim como as três cores
sentação perfeita. do espectro cst�n inseparavelmente presentes cada uma nas outras, na
A imagem viva de Si mt:smo que Deus tem em sua mente, a Santíssima Trindadl' o Pai está no Filho. o Filho no Pai c o Espírito
idéia de Si que Deus está gerando desde toda a eternidade em sua Santo em amhns. Onde está um, estflo os três. Para o caso de
mente divina. chama-se Deus Filho. Poderíamos dizer que Deus Pai :Jlguém estm intl'rcssadn em conhcL···r os termos tcoit'Jgicos. a inse
é Deus no ato eterno de '·pensar-se a Si mesmo'"; Deus Filho é o i
P<;rú vel unidade da� três Pessoas div nas chama�se "cir�uminccssfto".
"pensamento" vivo (c eterno) que se gera nesse ato de pensar. E am
bos. o Pensador c o Pensado. existem na mesma c única natureza M u i tos de nós estudamos fisiologia e biologia na escola. Como
divina. Há um só Deus. mas em duas Pessoas. J\.'St!ltach1, tcmos uma noçG.o bastante boa do que �e passa em nosso
Mas não acaba aqui. Deus Pai c Deus Filho contemplam cada corpo. Mas as idéias nüo süo tüo claras quanto ao que se passa em
um a amabilidade infinita do outro. E flui assim entre estas duas nossa alma. Referimo-nos com facilidade ü gra�a - atual e santi
Pessoas um Amor divino. É um amor tüo perfeito, de tüo infinito ficante -. �l vida sobrenatural. ao crescimento em santidade. Mas
ardor, yue é um amor viro, a que chamamos Espírito Santo, a ter n�mo é que resrondcríamos se nos perguntassem o ,-ignificado destes
ceira Pessoa da Santíssima Trindade. Como dois vulcões que tro termos?
cam entre si uma mesma corrente de fogo, o Pai e o Filho se cor PJra dar uma rcsposta a<.kquada. teríamos que compreender an
respondem L'tcrnamcnte com e�ta Chama Viva de Amor. Por isso tes a funçüo que o Espírito Santo desempenha na santificaçüo de
dizemos no Credo Niccno que o Espírito Santo procede do Pai e uma alm:1. SabL·mos que (l Espírito Santo é n Amor infinito que
do Filho. flui eternamente cntr�� o Pai e n Filho. É o Amor em pessoa. um
Esta é a vida intaior da Santíssima Trindade: Deus que co amor �·iru. E tendo sido o amor de Deus pelos homens o que o
nhece. Deus conhecido e Deus que ama c é amado. Três divinas induziu a fazer-nos participar da sua vida divina. é natural que atri
Pessoas, cada uma distinta das outras duas em sua rdaçüo com elas buamos ao Espírito de Amor - ao Espírito Santo - as opcraçôes
c, ao mesmo tempo, possuidora da mesma e única natureza divina da graca na alma .
....
em absoluta unidade. Possuindo por igual a natureza divina, nüo I\: f{o ohstante, devemos ter presente que as três Pessoas divinas
há subordina�ão de uma Pessoa a outra. Deus Pai nüo é mais sábio s�o inseparúvcis. Em termos humanos (mas teologicamente nào
que Deus Filho, Deus Filho não é mais poderoso que Deus Espírito êxatos ) . diríamos que. fora da natureza divina. nenhuma das três
Santo. Pessoas atua separadamente ou sozinha. Dentro dela. dentro de
Devemos precaver-nos também para não imaginar a Santíssima Deus. cada Pessoa tem a sua atividade própria, a sua pn1pria relaçiío
Trindade em termos temporais. Deus Pai não "veio" em primeiro particular com as demais. Deus Pai é Deus conhecendo-se a Si
lugar. c depois, um pl1UCO mais tarde, Deus Filho. c por último Deus mesmo, "'vendo-se'' a S i mesmo: Deus Filho é a imagem viva de Deus
Espírito Santo. Este processo de conhecimento e amor que constitui em Si: e Deus Espírito Santo é o amor de Deus por Si mesmo.
a vida íntima da Trindade existe desde toda a eternidade: não teve Porém, "fora de Si mesmo·· (se é possível expressar-nos tào am
princípio. " plamente) . Deus atua somente na sua perfeita unidade: nenhuma
I
Antes de começarmos a estudar o Espírito Santo em particular. Pessoa divina faz coisa alguma sozinha. O que uma Pessoa divina
há outro ponto que conviria ter presente: as três Pessoas divinas faz. as tr(·s o fazem. Fora da naturC?a divina. quem atua é sempre
nüo snmcnte estüo unidas numa naturc7a divina. mas estão unidas a Santíssima Trindade.
cada uma às outras. Cada uma está em cada uma das outras, numa L'tilizando um exemplo muito caseiro c inadequado. diríamos
unidade inscpar:tvel. de certo modo igual à das três cores primárias que o único lugar em que meu cérebro, coração c pulmões atuam
ifi O ESPIRITO SA:\TO E A CRAÇc\ .\ !'FSSO \ IJESCO:\ H E C J J ).\ "
É oportuno recordar aqui brevemente a essência da natureza do espcurn. que estào ( por naturcn.t) in�cparavclmente unidas na
divina. na medida em que temos capacidade para entendê-la. Sahe radia\��tl) una e itKolor a que chamanws luz. f: p1 l�sívcl. L'Crlamcnte.
mos que- n umhecimento que Deus tem de Si mesmo é um conhe fraL'cionar um raio de lu? por meios artificiais. como um prisma. e
cimento infinitamente perfeito. Quer dizer. a "imagem" que Deus fa?cr um arco�íris. Mas se deixarmos o raio tal como é. o vermelho
tem de Si na sua mente divina é uma representação perfeita de Si cst�·� no aLui. o azul rw amarelo c n \Trmelho nn'> dois: é um só
mesmo. Porém, essa representação não seria perfeita se não fosse raio de luz.
uma representação rin1. Viver. existir, é próprio da natureza divina. Nenhum cxempln pode ser adequado se n apl iGumos a Deus.
Uma imagem mental de Deus que não vivesse. não seria uma repre \13'.. por analogia. poderíamos dizer que. assim como as três cores
sentação perfeita. do espectro cst�n inseparavelmente presentes cada uma nas outras, na
A imagem viva de Si mt:smo que Deus tem em sua mente, a Santíssima Trindadl' o Pai está no Filho. o Filho no Pai c o Espírito
idéia de Si que Deus está gerando desde toda a eternidade em sua Santo em amhns. Onde está um, estflo os três. Para o caso de
mente divina. chama-se Deus Filho. Poderíamos dizer que Deus Pai :Jlguém estm intl'rcssadn em conhcL···r os termos tcoit'Jgicos. a inse
é Deus no ato eterno de '·pensar-se a Si mesmo'"; Deus Filho é o i
P<;rú vel unidade da� três Pessoas div nas chama�se "cir�uminccssfto".
"pensamento" vivo (c eterno) que se gera nesse ato de pensar. E am
bos. o Pensador c o Pensado. existem na mesma c única natureza M u i tos de nós estudamos fisiologia e biologia na escola. Como
divina. Há um só Deus. mas em duas Pessoas. J\.'St!ltach1, tcmos uma noçG.o bastante boa do que �e passa em nosso
Mas não acaba aqui. Deus Pai c Deus Filho contemplam cada corpo. Mas as idéias nüo süo tüo claras quanto ao que se passa em
um a amabilidade infinita do outro. E flui assim entre estas duas nossa alma. Referimo-nos com facilidade ü gra�a - atual e santi
Pessoas um Amor divino. É um amor tüo perfeito, de tüo infinito ficante -. �l vida sobrenatural. ao crescimento em santidade. Mas
ardor, yue é um amor viro, a que chamamos Espírito Santo, a ter n�mo é que resrondcríamos se nos perguntassem o ,-ignificado destes
ceira Pessoa da Santíssima Trindade. Como dois vulcões que tro termos?
cam entre si uma mesma corrente de fogo, o Pai e o Filho se cor PJra dar uma rcsposta a<.kquada. teríamos que compreender an
respondem L'tcrnamcnte com e�ta Chama Viva de Amor. Por isso tes a funçüo que o Espírito Santo desempenha na santificaçüo de
dizemos no Credo Niccno que o Espírito Santo procede do Pai e uma alm:1. SabL·mos que (l Espírito Santo é n Amor infinito que
do Filho. flui eternamente cntr�� o Pai e n Filho. É o Amor em pessoa. um
Esta é a vida intaior da Santíssima Trindade: Deus que co amor �·iru. E tendo sido o amor de Deus pelos homens o que o
nhece. Deus conhecido e Deus que ama c é amado. Três divinas induziu a fazer-nos participar da sua vida divina. é natural que atri
Pessoas, cada uma distinta das outras duas em sua rdaçüo com elas buamos ao Espírito de Amor - ao Espírito Santo - as opcraçôes
c, ao mesmo tempo, possuidora da mesma e única natureza divina da graca na alma .
....
em absoluta unidade. Possuindo por igual a natureza divina, nüo I\: f{o ohstante, devemos ter presente que as três Pessoas divinas
há subordina�ão de uma Pessoa a outra. Deus Pai nüo é mais sábio s�o inseparúvcis. Em termos humanos (mas teologicamente nào
que Deus Filho, Deus Filho não é mais poderoso que Deus Espírito êxatos ) . diríamos que. fora da natureza divina. nenhuma das três
Santo. Pessoas atua separadamente ou sozinha. Dentro dela. dentro de
Devemos precaver-nos também para não imaginar a Santíssima Deus. cada Pessoa tem a sua atividade própria, a sua pn1pria relaçiío
Trindade em termos temporais. Deus Pai não "veio" em primeiro particular com as demais. Deus Pai é Deus conhecendo-se a Si
lugar. c depois, um pl1UCO mais tarde, Deus Filho. c por último Deus mesmo, "'vendo-se'' a S i mesmo: Deus Filho é a imagem viva de Deus
Espírito Santo. Este processo de conhecimento e amor que constitui em Si: e Deus Espírito Santo é o amor de Deus por Si mesmo.
a vida íntima da Trindade existe desde toda a eternidade: não teve Porém, "fora de Si mesmo·· (se é possível expressar-nos tào am
princípio. " plamente) . Deus atua somente na sua perfeita unidade: nenhuma
I
Antes de começarmos a estudar o Espírito Santo em particular. Pessoa divina faz coisa alguma sozinha. O que uma Pessoa divina
há outro ponto que conviria ter presente: as três Pessoas divinas faz. as tr(·s o fazem. Fora da naturC?a divina. quem atua é sempre
nüo snmcnte estüo unidas numa naturc7a divina. mas estão unidas a Santíssima Trindade.
cada uma às outras. Cada uma está em cada uma das outras, numa L'tilizando um exemplo muito caseiro c inadequado. diríamos
unidade inscpar:tvel. de certo modo igual à das três cores primárias que o único lugar em que meu cérebro, coração c pulmões atuam
78 O ESl'lHITO SA:\TO E \ GHAÇ\ O (JlfE E: A GR.\ÇA"�
por si mesmos é dentro de mim: cada um desenvolve ali a s u a fun o fazem. E, no entanto, certas atividades parecem mais apropriadas
ção em benefício dos demais. Mas, /ara d e mim, cérebro. L:oração a uma Pessoa que às outras. Em consequência, os teólogos dizem
e pulmões atuam insepara\·elmentc juntos. Para onde quer que cu que Deus Pai é o Criador, por apropriação; Deus Filho, por apro
vá, faça o q u e fizer, os tr�s funcionam em unidade. Nenhum se priação, o Redentor; e Deus Espírito Santo, por apropriação, o San
ocupa numa atividade à parte. tificador.
M a s muitas vezes falamos como se o fizessem. Dizemos que Tudo isto poderá parecer desnecessariamente técnico ao leitor
um homem tem "bons pulmões". como se a sua voz dependesse médio, mas poderá ajudar-nos a entender o que quer dizer o cate
só deles; que está de scoroçoa d o" como se o valor e a energia fos
"' .
cismo quando, por exemplo, afirma: "O Espírito Santo habita na
sem coisa exclusiva do coração; que tem ''boa c abeç a , como se o
"
Igreja como fonte da sua vida e santifica as almas por meio do
cérebro nela contido pudesse funcionar sem sang ue e o xi g�nio . Atri dom da graça". O Amor de Deus realiza esta atividade, mas a sua
buímos uma funç�1o a um (·Jrgão determinado. quando quem a realiza sabedoria e o seu poder também estão presentes.
são todos eles juntos.
Agora podemos d ar o tremendo salto que nos ek·va d a nossa O QUE É A GRAÇA?
baixa natureza humana üs três Pessoas vivas que c ons ti t uem a San
tíssima Trindade. Talvez compreendamos um pou q u inho melhor por A palavra "graça" tem muitos significados. Pode significar
que a tarefa de santificar as almas se utribui ao Espirito Sa n to. "encanto", quando dizemos: "Ela se movimentava pela sala com
Já q u e Deus Pai é a origem do princípio Ja <'l t ivida de divina graça". Pode significar "benevolência", se dizemos: "E uma graça
que atua na Santíssima Trindadt.: (a atividade de conhecer e amar) . que espero alcançar da sua bondade". Pode significar "agradeci
é considerado o comcco de tudo. Por esta razão atribuímos ao Pai mento", como na ação de graças das refeições. E qualquer um de
�
a criação, embora de fato �eja a Santíssima Trindade quem cria, nós poderia pensar em meia dúzia mais de exemplos em que a
tanto o universo como as almas i n div i d u ais O que faz uma Pessoa
. palavra "graça" se usa habitualmente.
divina, fazem-no as trCs. Mas aproprianws ao Pai o ato da criaçJ.o Na ci0ncia teológica, porém, graça tem um significado muito
porque. pela sua reia,;fto c0m as outras d u a s Pessoas. a função de estrito c definido. Antes de mais nada, designa um dom de Deus.
criar lhe convém melhor. Não qualquer tipo de dom, mas um que é muito especial. A pró
Depois, como Deus uniu a Si uma natureza humana - na pria vida é um dom divino. Para começar, Deus não tinha obri
Pessoa de Jesus Cristo - por meio da segunda Pessoa, atri b uímos gação de criar a humanidade e muito menos de criar-nos a você
a tarefa da redenção a Deus Filho. Sabedoria viva de Deus Pai. e a mim como indivíduos. E tudo o que acompanha a vida é
O Poder i nfini to (o Pai) decreta a redençào; a Sabedoria infinita também dom de Deus. O poder de ver e falar, a saúde, os talentos
(o Filho) a realiza. No ent a n to , quando nos referimos a Deus Filho que possamos ter - cantar, desenhar ou cozinhar um prato --,
como Redentor. não perdemos de vista que Deus Pai c Deus E spír ito absolutamente tudo é dom de Deus. Mas são dons que chamamos
Santo estavam também inseparavelmente p resentes em Jesus Cristo. naturais. Fazem parte d a nossa natureza humana. Existem certas
Falando em termos absolutos, foi a Santíssima Trindade quem nos qualidades que têm que acompanhar necessariamente uma criatura
redimiu. Mas apropriamos ao Filho o ato da rcdcnçfto. humana, tal como Deus a designou. E propriamente não podem
Finalmente. como o trabalho de san ti fic a ção das almas é emi chamar-se r:raças.
nentemente um trabalho do am o r divino (enquanto diferente das Em teologia, a palavra "graça" reserva�se para descrever os
t a refas de poder ou de sabedori a ) . atribuímos a obra d a san ti fic aç ão dons a que o homem não tem direito, nem sequer remotamente,
ao Espírito Santo. Afinal de c on ta s Ele é o Amor clivi:w personifi
. dons a que a sua natureza humana não lhe dá acesso. A palavra
cado. Basicamente. quem nos santifica é Deus. a Santíssima Trin� "graça" usa-se para nomear os dons que estão sobre a natureza
dade. Mas apropriamos a ação d a graça ao Espírito Santo. humana. Por isso dizemos que a graça é um dom sobrenatural
Nos parágrafos anteriores escrevi a palavra "apropriar" em grifo, de Deus.
porque esta é a palavra exata utilizada pela ciência teo lógic a para Mas a definição está ainda incompleta. Há dons de Deus que
descrever a forma de "dividir" as atividades da Santíssima Trin são sobrenaturais, mas, em sentido estrito, não se podem chamar
dade entre as três Pessoas di v i n a s. O que u m a Pessoa faz. as três graças. Por eXemplo, uma pessoa com câncer incurável pode curar-se
78 O ESl'lHITO SA:\TO E \ GHAÇ\ O (JlfE E: A GR.\ÇA"�
por si mesmos é dentro de mim: cada um desenvolve ali a s u a fun o fazem. E, no entanto, certas atividades parecem mais apropriadas
ção em benefício dos demais. Mas, /ara d e mim, cérebro. L:oração a uma Pessoa que às outras. Em consequência, os teólogos dizem
e pulmões atuam insepara\·elmentc juntos. Para onde quer que cu que Deus Pai é o Criador, por apropriação; Deus Filho, por apro
vá, faça o q u e fizer, os tr�s funcionam em unidade. Nenhum se priação, o Redentor; e Deus Espírito Santo, por apropriação, o San
ocupa numa atividade à parte. tificador.
M a s muitas vezes falamos como se o fizessem. Dizemos que Tudo isto poderá parecer desnecessariamente técnico ao leitor
um homem tem "bons pulmões". como se a sua voz dependesse médio, mas poderá ajudar-nos a entender o que quer dizer o cate
só deles; que está de scoroçoa d o" como se o valor e a energia fos
"' .
cismo quando, por exemplo, afirma: "O Espírito Santo habita na
sem coisa exclusiva do coração; que tem ''boa c abeç a , como se o
"
Igreja como fonte da sua vida e santifica as almas por meio do
cérebro nela contido pudesse funcionar sem sang ue e o xi g�nio . Atri dom da graça". O Amor de Deus realiza esta atividade, mas a sua
buímos uma funç�1o a um (·Jrgão determinado. quando quem a realiza sabedoria e o seu poder também estão presentes.
são todos eles juntos.
Agora podemos d ar o tremendo salto que nos ek·va d a nossa O QUE É A GRAÇA?
baixa natureza humana üs três Pessoas vivas que c ons ti t uem a San
tíssima Trindade. Talvez compreendamos um pou q u inho melhor por A palavra "graça" tem muitos significados. Pode significar
que a tarefa de santificar as almas se utribui ao Espirito Sa n to. "encanto", quando dizemos: "Ela se movimentava pela sala com
Já q u e Deus Pai é a origem do princípio Ja <'l t ivida de divina graça". Pode significar "benevolência", se dizemos: "E uma graça
que atua na Santíssima Trindadt.: (a atividade de conhecer e amar) . que espero alcançar da sua bondade". Pode significar "agradeci
é considerado o comcco de tudo. Por esta razão atribuímos ao Pai mento", como na ação de graças das refeições. E qualquer um de
�
a criação, embora de fato �eja a Santíssima Trindade quem cria, nós poderia pensar em meia dúzia mais de exemplos em que a
tanto o universo como as almas i n div i d u ais O que faz uma Pessoa
. palavra "graça" se usa habitualmente.
divina, fazem-no as trCs. Mas aproprianws ao Pai o ato da criaçJ.o Na ci0ncia teológica, porém, graça tem um significado muito
porque. pela sua reia,;fto c0m as outras d u a s Pessoas. a função de estrito c definido. Antes de mais nada, designa um dom de Deus.
criar lhe convém melhor. Não qualquer tipo de dom, mas um que é muito especial. A pró
Depois, como Deus uniu a Si uma natureza humana - na pria vida é um dom divino. Para começar, Deus não tinha obri
Pessoa de Jesus Cristo - por meio da segunda Pessoa, atri b uímos gação de criar a humanidade e muito menos de criar-nos a você
a tarefa da redenção a Deus Filho. Sabedoria viva de Deus Pai. e a mim como indivíduos. E tudo o que acompanha a vida é
O Poder i nfini to (o Pai) decreta a redençào; a Sabedoria infinita também dom de Deus. O poder de ver e falar, a saúde, os talentos
(o Filho) a realiza. No ent a n to , quando nos referimos a Deus Filho que possamos ter - cantar, desenhar ou cozinhar um prato --,
como Redentor. não perdemos de vista que Deus Pai c Deus E spír ito absolutamente tudo é dom de Deus. Mas são dons que chamamos
Santo estavam também inseparavelmente p resentes em Jesus Cristo. naturais. Fazem parte d a nossa natureza humana. Existem certas
Falando em termos absolutos, foi a Santíssima Trindade quem nos qualidades que têm que acompanhar necessariamente uma criatura
redimiu. Mas apropriamos ao Filho o ato da rcdcnçfto. humana, tal como Deus a designou. E propriamente não podem
Finalmente. como o trabalho de san ti fic a ção das almas é emi chamar-se r:raças.
nentemente um trabalho do am o r divino (enquanto diferente das Em teologia, a palavra "graça" reserva�se para descrever os
t a refas de poder ou de sabedori a ) . atribuímos a obra d a san ti fic aç ão dons a que o homem não tem direito, nem sequer remotamente,
ao Espírito Santo. Afinal de c on ta s Ele é o Amor clivi:w personifi
. dons a que a sua natureza humana não lhe dá acesso. A palavra
cado. Basicamente. quem nos santifica é Deus. a Santíssima Trin� "graça" usa-se para nomear os dons que estão sobre a natureza
dade. Mas apropriamos a ação d a graça ao Espírito Santo. humana. Por isso dizemos que a graça é um dom sobrenatural
Nos parágrafos anteriores escrevi a palavra "apropriar" em grifo, de Deus.
porque esta é a palavra exata utilizada pela ciência teo lógic a para Mas a definição está ainda incompleta. Há dons de Deus que
descrever a forma de "dividir" as atividades da Santíssima Trin são sobrenaturais, mas, em sentido estrito, não se podem chamar
dade entre as três Pessoas di v i n a s. O que u m a Pessoa faz. as três graças. Por eXemplo, uma pessoa com câncer incurável pode curar-se
O ESI'1H ITO S.-\:\TO E .-\ CH:\<,::\
O <,>L"E f: A GRA ÇA'
111il a�r1 l�< Jllll-' 1lk' l'JJJ l _ , l u rdcs. Neste caso. 81
a saúde desta pess•� a scri<J
um �11 ) rn snhr--· natur al. poi:-, tinha· lhe sido restitu . Jesu s Cris to que m. por
ída por n� c o� que sua vida e flltlr tc. deu
t � l t rapa� �an1 a natur eza. � Jllst i\· a divi na pelos pec a sati sfa\·;t o d�v ida à
.r-.·. 1 as. Sl' q u isermos falar com prl'CJ ados da hum anid ade . Foi
sao. esta Jes us Cri sto que m
cura nün SlTJa uma gru,·a. Hú tamb ém outro s dons que. Ih�s gan hou e mereceu
send o so a graça que Adã o. com
�rcn: -�turai s ILl sua origem. n�lo h�n· i a per dido . tant a prc cipi ta\·:J n,
se pode m quali ficar como graça E a�si m com plet amo s
Por cxcrn plo. a Sagra da Escri tura. s. a nossa ddi ni\; ln dize ndo :
a Igrej a ou os sacnm1entos são I gr{f(,·a ,; wn dom de
/Jcu
s, sohrenatural e interior
JoJh sPhre natur <-tis de Deus . � ·cdido pelos màitos t/(' , que nos ,> C()fl
Mas este tipo de dons. por sohre }e.>:,us Cristo para nossa
na· sah·açtzo.
turais que scjam . atuam fora de lh.JS.
Não seria incorreto chamú ·los
"graças e.\ll'f llJs". A palav ra "g aça". porém . qu a H.lt. . . Uma alm a. an nasL·cr.
� � � uttliz ad � em cstú às esc ura s e vaz ia,
sentid o simpl es e por si. rcfen:.se . _ mo rta. Nào exi� tc blÇL sob ren atur alm ent e
aquel es dons zn nsn·ns que res1de ) de uni ào entr e a
c opera m na a!ma . Assim , preci sando �1 com unic açã o. Se alca a l m a e Deu s. Não têm
um pouco m i s � nossa deft· nç:bsemns o uso d a
n i�;lo, direm os que graça é um dom � razão sem o Bat ism
sobren atura l e llllerwr de Deus. morrêssemos Sl'lll u1m o e
etcr um st·l pecado
pessoal ( u ma h ipótese
ram �nl e ima gin úria . virt pu.
ualm ent e impossíve l )
Mas isto nus levan ta imed iatam ente n CÓ J. Ent rarí am os , n;-lo pod cría mtJ S i r
outra quest ão. num esta do de feli cida par a
Às VC?es. de nat ura l a que . por
Deus dú a algun s eleito s o poder de nut ra pal aH a me falt a
de predizer (J futuro . É um dom lho r. cha ma mo s lim
sobre natur al e interi or. bo. Ma s lllJJ lca vcr íam ns
Cham aremos grat,;a ao dom dc a Deu "õ faL·c a faL't'. com
rrofe cia? o Ele é rea lme nte.
Mais ainda . um sacerd ote tem o E este pon to merece
poder de muda r o rao c o vinho ser rep etid o: por nat
no corpo e no sangu e ele Cristo e ma nos , não tem os dire ureza. Il\.ls, seres hu.
de perdoar os JX'cadn �. Sàn. cer· ito à visã o d i reta de
" lamente, dons sobre natura is c i n teriore c�sc ncia l do céu . Deu s. que � a feli cid ade
s. Scràn grat,; as? ;\ rcspn sta Nem seq uer Ad ão e
é nào a ambas a s pergu ntas. Estes poder Eva , ant es da sua que
es, ainda que sejam sobre· tinh am direito algu m da.
à gló ria. De fato, a alm
natura is e i n teriore s. são dados para que poderíamos cha ma a hum ana . no esta do
benefício de outros . nã o da r ptir ame nte nat ura l,
quele que os possu i. não tem o pod er de
O poder que tem um �accrdote de of_ rccer i! Deu s; sim plc� men tc. ver
� . não tem cap acid ade
a Missa nJo lhe foi dado para si mesm L' pessoal com Oet JS. par a um a uniã o ínti ma
o, mas para o lorp(' Mist1c o
de Cristo . Um sacerdote poderia estar em pecad IV1a s De u� IIÜl J dei x.ou
n morta l. mas a o hom em em seu esta
sua Missa seria v{J!ida e obteri a gra�a . t ura /. Qu and o ...:rio u do pur am ent e n a ·
s para os outros . Poden a Ad üo, dot ou· o de tud
estar em pLcad o morta l. mas as suas �'-'�' hum ano .
o o que é prúprio de um
palavr as de ahsolv i,.;üo perdo a Ma s foi ma is lon ge,
;·iam ans outro� os seu� pecad ns. e deu tam bém ú alm
Isto nos leva a acrescenta ou ro
elemen to �1 nossa Jcfiniç ào de grat,;a: é um � � l·crta qua lida de ou
pod er que l h e per mit
ia viv er em ínti ma
a de Ad ão
dom sobrena tural c mteno r que inv isív el) uni ão (ain da
com E l e nes ta vid a.
de Deus. conced ido para nosso pnípria sulvaçi d;l a l m a - este pod Est a q u a l ida de especia
ío. er ele uni ào e i n terc l
l'�tú acima dos poderes nat om unic açã o com Deu
s -
urais d a alm a, e por
Uma última questã o: se a graça é um dom de Deus, a q u ,·, gra ça urn a qua lida esta ra? ão cha ma mo s
e de sobren atu ral d a alm
nào temos absolu tamen te nenhu m direito a, u m dom sobren atu
. por q u e nos é conced i d a ? O mo do que De us ral.
tev e d e com uni car esta
As prime iras criatur as (conh ecidas ) a '--'S pcc ial à alm a de qua lida de ou poder
q u e m s e concedeu a graça Adão foi a sua pró
foram os anjos L! Adf10 c Eva. Nfw um a ma neir a ma rav pria hab itaçfto nela .
nos surpreende que, st:ndo Deus ilho sa. yuc ser á par a De
. nós um mis téri o até
a honda de infinit a. tenha dado a sua d o Juízo, Deus "fix ou o dia
graça aos anJns e aos nossos '
mo rad a' n a a l m a d e
primei ros pais. Nào a mereceram, é c rto . () sol com unic a luz c Ad ão. E . ass im com
� mas, embora não tivesse m o
.'
direito a e l a . n;-Jo eram positiv ament e mdign
calo r à a tmosfera que
o rod eia. Deu s com u.
os desse dom. r : il:av a à alm a dc Ad
üo esta qua lida de sob
J\'ü o obstan te. depois que Ad;-to e Eva pecara , ren atur al que é nad a
m. eles (c n ns seus IIth que a par ticip
a�iío, até cer to pon to. me
na própria vid a div ina.
•.
descen dentes ) não sú nüo merec iam .
a graça, como e am m�,��os l u;: sola r nüo é o
sol, mas é o resu ltad o A
(c com eks. nt)s) de qualqu er � da sua presenç a. A q
dom além dos naturm s orch nar os , L t d c sob ren a tura l d e uali
. � que fala mo s 0- dist inta
pn\prio•, da naturez a human a. Como se phde satisfa7er a JUstiça d e Deus. ma� f l u i d E l e
..· é o resu ltad o d a
sua prcsenl:a na alm a.
infinit a de Deus. ultraja da pelo pecado
nrigma l, para que a sua bon·
dade infinit a plldess e attlar de novo
em benefício dos homen s? f Esta q u a l idad e sohrcnat ural
A respos ta arredo ndará a definiç ão
.
da a l m a prod uz outr o efeit
de grat;a. nos torn a capa zes de ter o. Não
Sabemos q u e OI \o
uma uniü o c com unic ação
Deu s nest a vida , conw íntim a com
tamb ém prep ara a alma para
outr o dnm q u e
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111il a�r1 l�< Jllll-' 1lk' l'JJJ l _ , l u rdcs. Neste caso. 81
a saúde desta pess•� a scri<J
um �11 ) rn snhr--· natur al. poi:-, tinha· lhe sido restitu . Jesu s Cris to que m. por
ída por n� c o� que sua vida e flltlr tc. deu
t � l t rapa� �an1 a natur eza. � Jllst i\· a divi na pelos pec a sati sfa\·;t o d�v ida à
.r-.·. 1 as. Sl' q u isermos falar com prl'CJ ados da hum anid ade . Foi
sao. esta Jes us Cri sto que m
cura nün SlTJa uma gru,·a. Hú tamb ém outro s dons que. Ih�s gan hou e mereceu
send o so a graça que Adã o. com
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se pode m quali ficar como graça E a�si m com plet amo s
Por cxcrn plo. a Sagra da Escri tura. s. a nossa ddi ni\; ln dize ndo :
a Igrej a ou os sacnm1entos são I gr{f(,·a ,; wn dom de
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JoJh sPhre natur <-tis de Deus . � ·cdido pelos màitos t/(' , que nos ,> C()fl
Mas este tipo de dons. por sohre }e.>:,us Cristo para nossa
na· sah·açtzo.
turais que scjam . atuam fora de lh.JS.
Não seria incorreto chamú ·los
"graças e.\ll'f llJs". A palav ra "g aça". porém . qu a H.lt. . . Uma alm a. an nasL·cr.
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sentid o simpl es e por si. rcfen:.se . _ mo rta. Nào exi� tc blÇL sob ren atur alm ent e
aquel es dons zn nsn·ns que res1de ) de uni ào entr e a
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um pouco m i s � nossa deft· nç:bsemns o uso d a
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Mas isto nus levan ta imed iatam ente n CÓ J. Ent rarí am os , n;-lo pod cría mtJ S i r
outra quest ão. num esta do de feli cida par a
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Deus dú a algun s eleito s o poder de nut ra pal aH a me falt a
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Cham aremos grat,;a ao dom dc a Deu "õ faL·c a faL't'. com
rrofe cia? o Ele é rea lme nte.
Mais ainda . um sacerd ote tem o E este pon to merece
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no corpo e no sangu e ele Cristo e ma nos , não tem os dire ureza. Il\.ls, seres hu.
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em benefício dos homen s? f Esta q u a l idad e sohrcnat ural
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O F .'> I ) I H rt o " \ \ I"C l F _-\ C H \Ç\ A GRAÇA (,ll'E \ . " E \'E\1
Deu� lhe anc�u�ntnrú Jp l� � a mnr!L': 0 dom da \ isün �nhrcnatural, ruamos graça santificantc. Se entrássemos na eternidade sem essa
t' pod e r de \ l'f a Deus face a facl..'. tal C1mw Ele é fL'almcnte. graça santificante, teríamos perdido Deus para sempre.
O k i t n r jú tcr:í reconhecido nesta ··qualid::ak �L)h rc natu ra l da Uma vez recebida a graça santificante no Batismo, é questão
alma". de que \ L'll hu falanJn, Ll Jnm (k Deus : t que os tcl'1logos cha de vida ou morte que conservemos este dom até o fim. E se nos
mam ··gr�:h�·a santificante". Descrevi-a a n te:, de TWmeú-13. na c�pc ferisse essa catástrofe voluntária que é o pecado mortaL seria de
ranL,· a de que o nome tivesse mais pkna signi ficaç:�to quando c h eg::ís uma terrível urgência recuperarmos o precioso dom que o pe( ado
<;cmos a de. E o dom a crese en tad n da v is:tn sobrena t u r a l a pós a nos arrebatou, o dom da vida espiritual que é a graça santificante
morte é a quele a que os teL)logL'S chJm:un L'Jll latim tun_1cn gioriae, e que teríamos matado em nossa alma.
isto 0 . .. luz de glúria". A g:raçJ � a n t ifka n !L' é J p rc p;1 r a <.). o Jlecl's É também importante que incrementemos a graça santificante
-
�ána. um pré-requisito d est a lt1z de gl t'n·i�t. Ct1rnn uma lümpada da nossa alma: ela pode crescer. Quanto mais u m a alma se puri
elétrica se tnrna r i a inútil se nito hou\·es_":-L' uma 1t1m<� d�, nnck l i g á - la . fica de si. melhor corresponde à açüo de Deus. Na medida em que
ass1m a luz de glória n:to poderia a p lic a r- .., c ;, ,t!ma que n:ío p oss u ísse diminui o cu. aumenta a graça santificante. E o grau d a nossa
a graç·a santifiç;:mtc. graça santificante determinará o grau da nossa felicidade no céu.
J)11as pc�soas p o dem contl'mplar o teto da Capela Sixtina e ter u m
J\-1 cncionci atn:ís a gmça santificantc rdcrida a Adão. Deus, pr<.ucr L'•)mpletn à vista da ohra mestra d e Miguel Angelo. Mas a
nn mesmo 310 em que o criou. colocou-o acima do s i mpl es nível q ue ti\·er melhor form alJto artística nhterú um prazer maior que a
natural, elevou-o a um destino sobren at u ral L'nnf,:rindo-lhe a gra�a �1utut. lk· gosto m e n os ctt!l.i\'<Hl�'- A d e menor gnsto artístico ficará
�<m!ifkantc. Pdo pecado original, Ad�to perd eu esta gra\a p a ra si totalmtnte satisfeita: nem sequer se d;:mí conta ele que perde algo.
c pa ra IH)s. Jesus Cristo, por sua mork na c ru;.-, transp�·)s n ahisnw aindn que esteja pcrckndo m 11 i to. De um mndo semelhante. todo�
que separava o li.omem de Deus. O d est i no Stlhrenalural d o lwmem snC ! lW� perfei tamen te feli7cs no céu. Mas o grau da nossa felicidade
f�1i restaurado. A graça santificantc é cnmunicada a cada homem dcpemkd da acui d ade espiritual da nossa vis:w. E esta, por sua
individualmente no sacramento do Batismn. \'CZ, ckpcnde do grau em que a graça santificante tiver impregnado
Quando nos batizamos, recehenws a gr�ll.;a �;antifkante pela p ri
meira vez. Deus (o Espírito Santo, pnr ' \J p rop r ia(..; i w" ) C'ltabelcce I
I
a 11ossa alma.
Fstas s:-10, pnis. as trê-s condi�·(les em rl'ia-;ão ü graça sanlificante:
a sua morada em nós. Com sua prcs e n -; a. comunica ü alma essa priml'iro, que a conservemos permanen temente até o fim: segundo,
qualidade sobrenatural que faz com q u e Deus �de uma maneira que ;1 recuperemos imediatamente se a perdemos pelo pecado mortal:
gr�mdc c m isteriosa - se veja em nús c. cnnsL'lJLlL'llkmente. nn s ame. terceiro. que procuremos crescer em graça. com a ánsia de quem
E posto que esta graça santificante nos fni ganha por JL·sus Cristo, vê o cl·u como meta.
por e l a estamos unidos a Ele. compartilh;nno-!a cPrn Cri s to - c J\-,1 as nenhuma destas condiçõ,�s 2 fü c i l de cumprir. nem sequer
Deus. por conseguinte. nos vê como a s..:u hlhu - c cada um de poss ível. Cnmn a \'Ítima de um bombardeio que vagueia débil c
IH'1s se torna filho de Deus. ohnubilada por entre as ruína�. assim a natureza humana se tem
As vezes. a graça sa n l ifi can h� é c h a m a da gr�tl;a habitual. porque arrastado atrav0s dos sl:culos, desde a explosão que a rebelião do
a sua finí1lidade é ser a conJi,üo hJbitual, p ernt aJ K n tc, da alma. pecado or i g i na l provocou: com o juízo permanentemente distorcido,
Uma vez unidos a Deus pelo Batisnw, <.kvn-:-.L·-ia c on :.;c n· ar sempre com a vontade permanentemente debilitada. Custa tanto reconhecer
essa u ni;l o, invisível aqui, visíve l na glôria. n perigo a tempo� É tão difícil admitir com sinceridade o hem
maior q u e devemos praticar� É tüo duro afac,;un o olhar da hipnótica
\llgL·stüo do pec a do �
A GRAÇA QUE VAI E VEM Por e s tas raz(-les. a gra�.;· a sa n tific a n tc. como um rei wdcado de
�crvidorcs. :.;e faz preceder e a c nm p a n h a r PL'f um nm ju n tn de auxí
Deu� nn� fez pMa a visitO hcat i f ica . p;� i a c..,.,a uniiu1 pc��n a l que lios especiais de De us. E�te.;; auxílios s:to as graça� a t ' lais. Uma
0 cs :.; ('!K ia da fe l ic i dade elo céu . Para Jhl'\ hl!"il�Jr L·ap:l/cs de vê-lo
a gra�J atual 0 o ittljnt!.w t ran s i ll\r io c m o m c nt ü nen. a d c �c ; ug a de
diretamente, dar-nos-{I um poder snhrcnatural. a que c h a m amos energia l'�pi r it ua l com q ue Deu� to..:a a alma. algo p a ri..:'L' i d o ú pan
lumcn gforiac. Esta luz de g lúria . no e n ta n t o . n � o podcrú �cr con L·:tda que u m m:.x�·J n i L·n lL'l l'Oill ;1 m :-H l il rn\hl. pan1 mantê-la em
CL'dida Sl..:' n:to ü alma já unida a Deu� pcl n d n n 1 pr0vin a que cha· llW\' i lllC!1((1
O F .'> I ) I H rt o " \ \ I"C l F _-\ C H \Ç\ A GRAÇA (,ll'E \ . " E \'E\1
Deu� lhe anc�u�ntnrú Jp l� � a mnr!L': 0 dom da \ isün �nhrcnatural, ruamos graça santificantc. Se entrássemos na eternidade sem essa
t' pod e r de \ l'f a Deus face a facl..'. tal C1mw Ele é fL'almcnte. graça santificante, teríamos perdido Deus para sempre.
O k i t n r jú tcr:í reconhecido nesta ··qualid::ak �L)h rc natu ra l da Uma vez recebida a graça santificante no Batismo, é questão
alma". de que \ L'll hu falanJn, Ll Jnm (k Deus : t que os tcl'1logos cha de vida ou morte que conservemos este dom até o fim. E se nos
mam ··gr�:h�·a santificante". Descrevi-a a n te:, de TWmeú-13. na c�pc ferisse essa catástrofe voluntária que é o pecado mortaL seria de
ranL,· a de que o nome tivesse mais pkna signi ficaç:�to quando c h eg::ís uma terrível urgência recuperarmos o precioso dom que o pe( ado
<;cmos a de. E o dom a crese en tad n da v is:tn sobrena t u r a l a pós a nos arrebatou, o dom da vida espiritual que é a graça santificante
morte é a quele a que os teL)logL'S chJm:un L'Jll latim tun_1cn gioriae, e que teríamos matado em nossa alma.
isto 0 . .. luz de glúria". A g:raçJ � a n t ifka n !L' é J p rc p;1 r a <.). o Jlecl's É também importante que incrementemos a graça santificante
-
�ána. um pré-requisito d est a lt1z de gl t'n·i�t. Ct1rnn uma lümpada da nossa alma: ela pode crescer. Quanto mais u m a alma se puri
elétrica se tnrna r i a inútil se nito hou\·es_":-L' uma 1t1m<� d�, nnck l i g á - la . fica de si. melhor corresponde à açüo de Deus. Na medida em que
ass1m a luz de glória n:to poderia a p lic a r- .., c ;, ,t!ma que n:ío p oss u ísse diminui o cu. aumenta a graça santificante. E o grau d a nossa
a graç·a santifiç;:mtc. graça santificante determinará o grau da nossa felicidade no céu.
J)11as pc�soas p o dem contl'mplar o teto da Capela Sixtina e ter u m
J\-1 cncionci atn:ís a gmça santificantc rdcrida a Adão. Deus, pr<.ucr L'•)mpletn à vista da ohra mestra d e Miguel Angelo. Mas a
nn mesmo 310 em que o criou. colocou-o acima do s i mpl es nível q ue ti\·er melhor form alJto artística nhterú um prazer maior que a
natural, elevou-o a um destino sobren at u ral L'nnf,:rindo-lhe a gra�a �1utut. lk· gosto m e n os ctt!l.i\'<Hl�'- A d e menor gnsto artístico ficará
�<m!ifkantc. Pdo pecado original, Ad�to perd eu esta gra\a p a ra si totalmtnte satisfeita: nem sequer se d;:mí conta ele que perde algo.
c pa ra IH)s. Jesus Cristo, por sua mork na c ru;.-, transp�·)s n ahisnw aindn que esteja pcrckndo m 11 i to. De um mndo semelhante. todo�
que separava o li.omem de Deus. O d est i no Stlhrenalural d o lwmem snC ! lW� perfei tamen te feli7cs no céu. Mas o grau da nossa felicidade
f�1i restaurado. A graça santificantc é cnmunicada a cada homem dcpemkd da acui d ade espiritual da nossa vis:w. E esta, por sua
individualmente no sacramento do Batismn. \'CZ, ckpcnde do grau em que a graça santificante tiver impregnado
Quando nos batizamos, recehenws a gr�ll.;a �;antifkante pela p ri
meira vez. Deus (o Espírito Santo, pnr ' \J p rop r ia(..; i w" ) C'ltabelcce I
I
a 11ossa alma.
Fstas s:-10, pnis. as trê-s condi�·(les em rl'ia-;ão ü graça sanlificante:
a sua morada em nós. Com sua prcs e n -; a. comunica ü alma essa priml'iro, que a conservemos permanen temente até o fim: segundo,
qualidade sobrenatural que faz com q u e Deus �de uma maneira que ;1 recuperemos imediatamente se a perdemos pelo pecado mortal:
gr�mdc c m isteriosa - se veja em nús c. cnnsL'lJLlL'llkmente. nn s ame. terceiro. que procuremos crescer em graça. com a ánsia de quem
E posto que esta graça santificante nos fni ganha por JL·sus Cristo, vê o cl·u como meta.
por e l a estamos unidos a Ele. compartilh;nno-!a cPrn Cri s to - c J\-,1 as nenhuma destas condiçõ,�s 2 fü c i l de cumprir. nem sequer
Deus. por conseguinte. nos vê como a s..:u hlhu - c cada um de poss ível. Cnmn a \'Ítima de um bombardeio que vagueia débil c
IH'1s se torna filho de Deus. ohnubilada por entre as ruína�. assim a natureza humana se tem
As vezes. a graça sa n l ifi can h� é c h a m a da gr�tl;a habitual. porque arrastado atrav0s dos sl:culos, desde a explosão que a rebelião do
a sua finí1lidade é ser a conJi,üo hJbitual, p ernt aJ K n tc, da alma. pecado or i g i na l provocou: com o juízo permanentemente distorcido,
Uma vez unidos a Deus pelo Batisnw, <.kvn-:-.L·-ia c on :.;c n· ar sempre com a vontade permanentemente debilitada. Custa tanto reconhecer
essa u ni;l o, invisível aqui, visíve l na glôria. n perigo a tempo� É tão difícil admitir com sinceridade o hem
maior q u e devemos praticar� É tüo duro afac,;un o olhar da hipnótica
\llgL·stüo do pec a do �
A GRAÇA QUE VAI E VEM Por e s tas raz(-les. a gra�.;· a sa n tific a n tc. como um rei wdcado de
�crvidorcs. :.;e faz preceder e a c nm p a n h a r PL'f um nm ju n tn de auxí
Deu� nn� fez pMa a visitO hcat i f ica . p;� i a c..,.,a uniiu1 pc��n a l que lios especiais de De us. E�te.;; auxílios s:to as graça� a t ' lais. Uma
0 cs :.; ('!K ia da fe l ic i dade elo céu . Para Jhl'\ hl!"il�Jr L·ap:l/cs de vê-lo
a gra�J atual 0 o ittljnt!.w t ran s i ll\r io c m o m c nt ü nen. a d c �c ; ug a de
diretamente, dar-nos-{I um poder snhrcnatural. a que c h a m amos energia l'�pi r it ua l com q ue Deu� to..:a a alma. algo p a ri..:'L' i d o ú pan
lumcn gforiac. Esta luz de g lúria . no e n ta n t o . n � o podcrú �cr con L·:tda que u m m:.x�·J n i L·n lL'l l'Oill ;1 m :-H l il rn\hl. pan1 mantê-la em
CL'dida Sl..:' n:to ü alma já unida a Deu� pcl n d n n 1 pr0vin a que cha· llW\' i lllC!1((1
SI O ESPIHITO SA..\'TO IC: A CHAÇ·\ A C RAÇA QUE VAI E VEM
Uma gra�·a atual pode atuar sobre a mente ou a vontaUc. nor liberdade de escolha. É verdade que a graça faz quase todo o tra
malmente sohre as duas. E Deus a concede sempn.: para um dos balho, mas Deus requer a nossa cooperação. De nossa parte. a
três fins que mencionamos acima: preparar o caminho para infundir única coisa que podemos fazer é não levantar obstácul os à ação da
a graça santificante ( ou rcstaurü-la st: a perdemns) . CClnservú-la na graça em nossa alma.
alma ou incrementú-la. Podemos esclan:�...·er l ) modn L'omo 3 graça Referimo-nos principalmente às graças atuais, a esses impulsos
a tu a l opera descrcn�ndn a sua aç;\o numa pessoa imag!n<'tria que divinos que nos inclinam a conhecer o bem e a realizá-lo. Talvez
lÍ\ C.'. sc perdido a gr<h.;a saniificante pelo f)l'cado mortal. um exemplo possa ilustrar a relação da graça com o livre arbítrio.
Primeiro. Deus ilumina a mc-ntt: do pl'cador par:1 que Vt'Fl o Suponhamos que uma doença me reteve na cama por longo
mal que cometeu. Se aceita esta graça. admitirá para se '"Ofl'ndi tempo. Já estou convalescente, mas tenho que aprender a andar de
a Deus em matéria _l!f<we: cnmcti um pecado mortal". O r)L·�..· ador novo. Se tentar fazê-lo sozinho, cairei de bruços. Por isso, um bom
pode. evidentemente. repelir esta primeira graça c dizer: "Isso que amigo trata de ajudar-me. Passa-me o braço pela cintura e eu me
fiz nüo foi t;io mau: muita gente faz coisas pio re� . S.: repele a
"
apóio firmemente em seu ombro. Suavemente. passeia-me pelo quar
primeira graça. pro\·avdm�..: ntc nào terá uma segunda. N t l cur�o nor to. Já ando outra vez! É verdade que quase todo o trabalho, quem
mal rla providência divina. uma graça gera a seguink. Este é o o realiza é o meu amigo, mas há uma coisa que ele não pode fazer
significado das pabvras de .ksus: ''Dar-se-ú ao que t em. c 1cd em por mim: que os meus pés se levantem do chão. Se eu não tentasse
ahundância: mas, ao que não tem. tirar-se-á ml'smo aquilo que julga pôr um pé diante do outro, se não fizesse mais do que pendurar-me
ter". (Mt, 25, 29) . do ombro do amigo como um peso morto. seu esforço seria inútil.
Suponhamos, porém. que o pecador aceita a priml'ira graça. Apesar d a sua ajuda. eu não andaria.
Entào virá a segunda. Desta vez será um fnrtakcimento da vontade
qul' lhe permiti ;;i fazer um ato de con tri çflo : "Meu Deus gc rn er J
� Do mesmo modo. podemos fazer com que muitas graças de
ch: por dentro - . se mnrrc;,�e assim perderia o céu .: iria para o Deus se desperdicem. A nossa indiferença ou indolência ou. pior
i nfl' rn o . Com que ingratidfto paguei o teu amor! Meu Deus. nfto ainda, a nossa resistência voluntária, podem frustrar a ação da graça
farei isso nunca mais!". Sl' a contriçJo do pecador for perfeita (se divina em nossa alma. Evidentemente, se Deus quisesse, poderia
n Sl'll motivo principal for o amor a Deus) . a graça santificante re dar-nos tanta graça que a nossa vontade humana seria arrebatada
tornar{! imediatamente :1 sua alma: Deus reatará imediatamente a por ela, quase sem esforço da nossa parte. Esta graça é a que os
unifto com esta alma. Se a cnntriçüo fo r imperfei ta. baseada pri nc i teólogos chamam eficaz, para distingui-la da graça meramente sufi
palmente no temor ü justiça divina. haverá um novo impulso da ciente. A graça eficaz sempre alcança o seu objetivo. Não sú é
gra\a. C'orn a mente iluminada. o pecador dirá: "Preciso confessar suficiente para as nossas necessidades espirituais, como. além d i sso,
-me''. Sua vontade fortalecida decid i d : "Vou confessar-me". E no é poderosa o bastante para vencer a fraqueza ou o endurecimenh1
-;acramento da Pcnitl:ncia a sua alma recobrará a graça santificante. que poderiam levar-nos a descurar ou a resistir à graça.
Está aqui um exemplo concreto de como opera a graça atual. Estou certo de que todos nós tivemos alguma vez experiências
Sem a ajuda de Deus. nfto pod erí a mos alcançar o cé u. Assim como esta: encontramo-nos numa violenta tentaçüo: talvez saibamos
Cto simp les é a funçüo da grat;a. Sem a graça santificantc, não por experiência que tentações deste tipo nos vencem ordinariamente.
seremos capa::.es da visüo beatifica. Sem a graça a t u al . nüo seremos Murmuramos uma oração, mas com pouca co nvicçü o: nem sequei
capazes de nos manter em graça santificante por um período longo estamos certos de querer ser aj udados . Porém, num instante, a ten
de tempo. Sem a graça atual, não poderíamos recuperar a graça tação desapa rece . Depois. ao refletir sobre is�o. não podemos dizer
santificante no caso de a krmo� pl.'rdidn. honestamente que vencemos a tcntaçüo. que foi c o mo se se tivesse
Em vista da ahsoluta neccssidadL da graça. é reconfortante rl.' evaporado.
cnrdar outra verdade que ta111bém é matáia de fé: que Deus dá a Também já sahemos o que é realizar uma ação que, para o nos
cada alma a graça suficiente para alcançar o céu. Ninguém se con so modo de ser. surpreende por sua ahnegação, generosidade ou des
dena a não ser por culpa pn1pria. por nün utilizar as graças qut.: prendimento. Experimentamos uma sensação agradável. Mas não
Deus lhe dá. temos outro reméditl senão admitir: ''Realmente, cu não sou assim."
Porque podcmn�. s-:m dúvida. repelir a graça. A graça de Deus Em amhos os l:XCmplos. as graças recebidas não eram apenas
atua em c por meio da vontade humana. Nüo destrói a nossa suficientes, mas também eficazes. As graças destes exemplos são de
SI O ESPIHITO SA..\'TO IC: A CHAÇ·\ A C RAÇA QUE VAI E VEM
Uma gra�·a atual pode atuar sobre a mente ou a vontaUc. nor liberdade de escolha. É verdade que a graça faz quase todo o tra
malmente sohre as duas. E Deus a concede sempn.: para um dos balho, mas Deus requer a nossa cooperação. De nossa parte. a
três fins que mencionamos acima: preparar o caminho para infundir única coisa que podemos fazer é não levantar obstácul os à ação da
a graça santificante ( ou rcstaurü-la st: a perdemns) . CClnservú-la na graça em nossa alma.
alma ou incrementú-la. Podemos esclan:�...·er l ) modn L'omo 3 graça Referimo-nos principalmente às graças atuais, a esses impulsos
a tu a l opera descrcn�ndn a sua aç;\o numa pessoa imag!n<'tria que divinos que nos inclinam a conhecer o bem e a realizá-lo. Talvez
lÍ\ C.'. sc perdido a gr<h.;a saniificante pelo f)l'cado mortal. um exemplo possa ilustrar a relação da graça com o livre arbítrio.
Primeiro. Deus ilumina a mc-ntt: do pl'cador par:1 que Vt'Fl o Suponhamos que uma doença me reteve na cama por longo
mal que cometeu. Se aceita esta graça. admitirá para se '"Ofl'ndi tempo. Já estou convalescente, mas tenho que aprender a andar de
a Deus em matéria _l!f<we: cnmcti um pecado mortal". O r)L·�..· ador novo. Se tentar fazê-lo sozinho, cairei de bruços. Por isso, um bom
pode. evidentemente. repelir esta primeira graça c dizer: "Isso que amigo trata de ajudar-me. Passa-me o braço pela cintura e eu me
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apóio firmemente em seu ombro. Suavemente. passeia-me pelo quar
primeira graça. pro\·avdm�..: ntc nào terá uma segunda. N t l cur�o nor to. Já ando outra vez! É verdade que quase todo o trabalho, quem
mal rla providência divina. uma graça gera a seguink. Este é o o realiza é o meu amigo, mas há uma coisa que ele não pode fazer
significado das pabvras de .ksus: ''Dar-se-ú ao que t em. c 1cd em por mim: que os meus pés se levantem do chão. Se eu não tentasse
ahundância: mas, ao que não tem. tirar-se-á ml'smo aquilo que julga pôr um pé diante do outro, se não fizesse mais do que pendurar-me
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Suponhamos, porém. que o pecador aceita a priml'ira graça. Apesar d a sua ajuda. eu não andaria.
Entào virá a segunda. Desta vez será um fnrtakcimento da vontade
qul' lhe permiti ;;i fazer um ato de con tri çflo : "Meu Deus gc rn er J
� Do mesmo modo. podemos fazer com que muitas graças de
ch: por dentro - . se mnrrc;,�e assim perderia o céu .: iria para o Deus se desperdicem. A nossa indiferença ou indolência ou. pior
i nfl' rn o . Com que ingratidfto paguei o teu amor! Meu Deus. nfto ainda, a nossa resistência voluntária, podem frustrar a ação da graça
farei isso nunca mais!". Sl' a contriçJo do pecador for perfeita (se divina em nossa alma. Evidentemente, se Deus quisesse, poderia
n Sl'll motivo principal for o amor a Deus) . a graça santificante re dar-nos tanta graça que a nossa vontade humana seria arrebatada
tornar{! imediatamente :1 sua alma: Deus reatará imediatamente a por ela, quase sem esforço da nossa parte. Esta graça é a que os
unifto com esta alma. Se a cnntriçüo fo r imperfei ta. baseada pri nc i teólogos chamam eficaz, para distingui-la da graça meramente sufi
palmente no temor ü justiça divina. haverá um novo impulso da ciente. A graça eficaz sempre alcança o seu objetivo. Não sú é
gra\a. C'orn a mente iluminada. o pecador dirá: "Preciso confessar suficiente para as nossas necessidades espirituais, como. além d i sso,
-me''. Sua vontade fortalecida decid i d : "Vou confessar-me". E no é poderosa o bastante para vencer a fraqueza ou o endurecimenh1
-;acramento da Pcnitl:ncia a sua alma recobrará a graça santificante. que poderiam levar-nos a descurar ou a resistir à graça.
Está aqui um exemplo concreto de como opera a graça atual. Estou certo de que todos nós tivemos alguma vez experiências
Sem a ajuda de Deus. nfto pod erí a mos alcançar o cé u. Assim como esta: encontramo-nos numa violenta tentaçüo: talvez saibamos
Cto simp les é a funçüo da grat;a. Sem a graça santificantc, não por experiência que tentações deste tipo nos vencem ordinariamente.
seremos capa::.es da visüo beatifica. Sem a graça a t u al . nüo seremos Murmuramos uma oração, mas com pouca co nvicçü o: nem sequei
capazes de nos manter em graça santificante por um período longo estamos certos de querer ser aj udados . Porém, num instante, a ten
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santificante no caso de a krmo� pl.'rdidn. honestamente que vencemos a tcntaçüo. que foi c o mo se se tivesse
Em vista da ahsoluta neccssidadL da graça. é reconfortante rl.' evaporado.
cnrdar outra verdade que ta111bém é matáia de fé: que Deus dá a Também já sahemos o que é realizar uma ação que, para o nos
cada alma a graça suficiente para alcançar o céu. Ninguém se con so modo de ser. surpreende por sua ahnegação, generosidade ou des
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Deus lhe dá. temos outro reméditl senão admitir: ''Realmente, cu não sou assim."
Porque podcmn�. s-:m dúvida. repelir a graça. A graça de Deus Em amhos os l:XCmplos. as graças recebidas não eram apenas
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t!lll tipn hem mai:-. n:kvanlc. ma� . ...; r dinariam.:Jllc. sempre que faze Estas ''fórmulas estab�lecidas'' podem ser orações compostas pri
JlhlS n llcJll nu nns ah�tcmns de um mal. :1 llt lS:'J gra<..;<l foi eficaz. vadamcnte (embora com aprovaç:to oficial). como as que encon
Lllmpriu seu fim. E isto é verd<Jcle me�nw quando sabemos que '.
tramos num devocionário ou numa estampa; ou podem ser litúrgicas,
nn:-. c�fon;anws. mcsmn quandtl sentimn'> Ln travado uma batalh<l. quer dizer, orações oficiais da Igreja, do Corpo Místico de Cristo,
Penso que. na v•.:rclacle. uma de nossas m�tiorcs surpresas no dia como as ora\Ões da T\1issa, do Breviário ou de várias funções sagra
do .Juízo scrú dcsL·ohrir o fJOUco que fizemos pela nossa salva<..;f io. das. A nnioria destas t1ra�ões, como os Salmos e os Cànticos, foram
1-icarcmos atlmitos ao saber como a gra�.;a de Deus nos rodeou. con t ir..da-; (�(l Bibíia, c por is�o são palavras inspiradas pelo próprio Deus.
tínua e completamente. c nos ac ompanho u ao longo da nossa vida. Pc1clcmos, pois, rezar com nossas próprias palavras ou com as
Aqu1, muito poucas vezes reconhecemos a müo de Deus. t\uma ou de outros. Podemos usar orações privadas ou litúrgicas. Seja qual
noutra ocasiüo nüo podemos deixar ele reconhecer : "A grat,;a de Deus for a origem das palavras que utilizamos, enquanto estas forem pre
esteve comigo'', mas no dia do Juízo veremos que, ror cada gra\a dominantes em nossa oração, serão oraçüo vocal. E serão oração
que tenhamos notado, houve outras cem ou dez mil que nos passa vocal mesmo que nüo as pronunciemos em voz alta, mesmo que as
ram totalmente desapercebidas. digamos silenciosamente para nós mesmos. Não é o tom da voz,
E a nossa surpresa se misturará com um sentimento de vergo mas o uso de palavras que define a oração vocaL É um tipo de
nha. Passamos a vida felicitando-nos por nossas pequenas vitórias : oração utilizado universalmente, quer pelos muito santos quer pelos
n copo de vinho a mais a que dissemos não: os planos para sair que não o são tanto.
com aquela pessoa que nos era ocasiüo de pecado, e a que soube Mas há outro tipo de oração que se chama mental. Neste caso,
mos renunciar: a réplica mordaz ou irada que nüo deixamos escapar a mente e q coração fazem todo o trabalho sem recorrer a palavras.
da boca: o saber vencer-nos para saltar da cama e i r à Missa. quan Qu ase todo o mundo, numa ocasião ou noutra, faz oração deste tipo,
do o nn �so corpo cansado no-; gritava seus protestos normalmente sem perceber . Se eu vejo um crucifixo e me vem ao
No dia do JuíLo teremos a primeira visão objetiva de Jl()s mes pensamento o muito que Jesus sofreu por mim, ou como são pe
mos. Possuiremos um quadrl) completo da a<.;'<ln da graça em nossa quenas as minhas contrariedades comparadas com os seus padeci
vida e veremos que pouco contribuímos para as noss<Js decisões he mentos, e resolvo ter mais paciência de hoje em diante, estou fa
róicas c para as nnssas :tl'>lcs rrcsumivclmente nobres. Quase pode zendo oração mental.
mos imaginar nosso P<tÍ i :,"tb :\nrrindo. amoroso c divertido no ver Esta oração, em que a mente considera alguma verdade divina
a nossa confusün, enquant11 IJU� ouve exclamar envergonhados: ''Meu - talvez algumas palavras ou ações de Cristo - e, como conse
Deus, mas se sempre c em tudo eras Tu!''. quencia, o coração (na realidade, a vontade) é movido a u m maior
amor e fidelidade a Deus, chama-se também usualmente meditação.
Ainda que seja verdade que quase todos os católicos praticantes
FONTE DE VIDA fazem alguma oração mental, ao menos de vez em quando, convém
ressaltar que normalmente não poderá haver. u m crescimento espiri
Sabcmns bem que hú duas fontes de graça divina: a oração e tual apreciável se não se dedicar parte do tempo da oração a fazer
l)Ssacramentos. Uma VL'Z recebida pelo Batismo. a gra<..; a santificante regularmente uma oração mental. Tanto é assim, que o Direito Ca
ne�ce na alma mcdianlc a oraçflO c os outros �eis s<1cramentos. Se nônico da Igreja estabelece que todo sacerdote dedique diariamente
a perdêssemos pelo pecado mortal, nós a recuperaríamos por meio um certo temp9 à oração mental. A maioria das ordens religiosas
da ora(.Jto (que nos prepara rara receber o perdão) c do sanamcnto prescreve para seus membros pelo menos uma hora diária de oração
da Penitência. mental.
A oraç:ío se define L\)Jll() "uma ele\ <.11/t�l da llh.'Jlle c do coração Par a UIP fiel comum, uma maneira muito sim p les e frutuosa de
a Deus para adnrú-ln, dar-lhe grat.;as c pedir-lhe u que ntxt:ssitamos." fazer oração mental será ler um capitulo do Evangelho todo sos dias.
Podemos elevar Jllls�a mente c cora\:to mcdianlt.: o uso de palavras Terá que procurar uma hora e um lugar livres de ruídos e distra
c dizer: "Meu Deus, arrependo-me de meus pecados", o u "Meu ções, e proc eder à leitura com pausada meditação. Depois, dedicará
Deus, amo·tc'', falando com Deus com toLla a naturalidade, com alguns minutos a ponderar em sua mente o que leu, fazendo que
nossas próprias palavras ou utilizando palavras CsL·ritas por outros, cale fundo e aplicando-o à sua vida pessoal, o que o levará ordina·
fazendo por entender o que dizemos. riamente a formular algum propósito.
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t!lll tipn hem mai:-. n:kvanlc. ma� . ...; r dinariam.:Jllc. sempre que faze Estas ''fórmulas estab�lecidas'' podem ser orações compostas pri
JlhlS n llcJll nu nns ah�tcmns de um mal. :1 llt lS:'J gra<..;<l foi eficaz. vadamcnte (embora com aprovaç:to oficial). como as que encon
Lllmpriu seu fim. E isto é verd<Jcle me�nw quando sabemos que '.
tramos num devocionário ou numa estampa; ou podem ser litúrgicas,
nn:-. c�fon;anws. mcsmn quandtl sentimn'> Ln travado uma batalh<l. quer dizer, orações oficiais da Igreja, do Corpo Místico de Cristo,
Penso que. na v•.:rclacle. uma de nossas m�tiorcs surpresas no dia como as ora\Ões da T\1issa, do Breviário ou de várias funções sagra
do .Juízo scrú dcsL·ohrir o fJOUco que fizemos pela nossa salva<..;f io. das. A nnioria destas t1ra�ões, como os Salmos e os Cànticos, foram
1-icarcmos atlmitos ao saber como a gra�.;a de Deus nos rodeou. con t ir..da-; (�(l Bibíia, c por is�o são palavras inspiradas pelo próprio Deus.
tínua e completamente. c nos ac ompanho u ao longo da nossa vida. Pc1clcmos, pois, rezar com nossas próprias palavras ou com as
Aqu1, muito poucas vezes reconhecemos a müo de Deus. t\uma ou de outros. Podemos usar orações privadas ou litúrgicas. Seja qual
noutra ocasiüo nüo podemos deixar ele reconhecer : "A grat,;a de Deus for a origem das palavras que utilizamos, enquanto estas forem pre
esteve comigo'', mas no dia do Juízo veremos que, ror cada gra\a dominantes em nossa oração, serão oraçüo vocal. E serão oração
que tenhamos notado, houve outras cem ou dez mil que nos passa vocal mesmo que nüo as pronunciemos em voz alta, mesmo que as
ram totalmente desapercebidas. digamos silenciosamente para nós mesmos. Não é o tom da voz,
E a nossa surpresa se misturará com um sentimento de vergo mas o uso de palavras que define a oração vocaL É um tipo de
nha. Passamos a vida felicitando-nos por nossas pequenas vitórias : oração utilizado universalmente, quer pelos muito santos quer pelos
n copo de vinho a mais a que dissemos não: os planos para sair que não o são tanto.
com aquela pessoa que nos era ocasiüo de pecado, e a que soube Mas há outro tipo de oração que se chama mental. Neste caso,
mos renunciar: a réplica mordaz ou irada que nüo deixamos escapar a mente e q coração fazem todo o trabalho sem recorrer a palavras.
da boca: o saber vencer-nos para saltar da cama e i r à Missa. quan Qu ase todo o mundo, numa ocasião ou noutra, faz oração deste tipo,
do o nn �so corpo cansado no-; gritava seus protestos normalmente sem perceber . Se eu vejo um crucifixo e me vem ao
No dia do JuíLo teremos a primeira visão objetiva de Jl()s mes pensamento o muito que Jesus sofreu por mim, ou como são pe
mos. Possuiremos um quadrl) completo da a<.;'<ln da graça em nossa quenas as minhas contrariedades comparadas com os seus padeci
vida e veremos que pouco contribuímos para as noss<Js decisões he mentos, e resolvo ter mais paciência de hoje em diante, estou fa
róicas c para as nnssas :tl'>lcs rrcsumivclmente nobres. Quase pode zendo oração mental.
mos imaginar nosso P<tÍ i :,"tb :\nrrindo. amoroso c divertido no ver Esta oração, em que a mente considera alguma verdade divina
a nossa confusün, enquant11 IJU� ouve exclamar envergonhados: ''Meu - talvez algumas palavras ou ações de Cristo - e, como conse
Deus, mas se sempre c em tudo eras Tu!''. quencia, o coração (na realidade, a vontade) é movido a u m maior
amor e fidelidade a Deus, chama-se também usualmente meditação.
Ainda que seja verdade que quase todos os católicos praticantes
FONTE DE VIDA fazem alguma oração mental, ao menos de vez em quando, convém
ressaltar que normalmente não poderá haver. u m crescimento espiri
Sabcmns bem que hú duas fontes de graça divina: a oração e tual apreciável se não se dedicar parte do tempo da oração a fazer
l)Ssacramentos. Uma VL'Z recebida pelo Batismo. a gra<..; a santificante regularmente uma oração mental. Tanto é assim, que o Direito Ca
ne�ce na alma mcdianlc a oraçflO c os outros �eis s<1cramentos. Se nônico da Igreja estabelece que todo sacerdote dedique diariamente
a perdêssemos pelo pecado mortal, nós a recuperaríamos por meio um certo temp9 à oração mental. A maioria das ordens religiosas
da ora(.Jto (que nos prepara rara receber o perdão) c do sanamcnto prescreve para seus membros pelo menos uma hora diária de oração
da Penitência. mental.
A oraç:ío se define L\)Jll() "uma ele\ <.11/t�l da llh.'Jlle c do coração Par a UIP fiel comum, uma maneira muito sim p les e frutuosa de
a Deus para adnrú-ln, dar-lhe grat.;as c pedir-lhe u que ntxt:ssitamos." fazer oração mental será ler um capitulo do Evangelho todo sos dias.
Podemos elevar Jllls�a mente c cora\:to mcdianlt.: o uso de palavras Terá que procurar uma hora e um lugar livres de ruídos e distra
c dizer: "Meu Deus, arrependo-me de meus pecados", o u "Meu ções, e proc eder à leitura com pausada meditação. Depois, dedicará
Deus, amo·tc'', falando com Deus com toLla a naturalidade, com alguns minutos a ponderar em sua mente o que leu, fazendo que
nossas próprias palavras ou utilizando palavras CsL·ritas por outros, cale fundo e aplicando-o à sua vida pessoal, o que o levará ordina·
fazendo por entender o que dizemos. riamente a formular algum propósito.
O E S P í HITO SA!'JTO E A C H AÇA fCJ\;TE DE \'IIlA 89
Além da meditaçüu que consideramos, existe outra forma de sumamente infeliz. A Penitência tem um fim secundário: para a alma
ora-,· ãn mental - uma forma mais elevada de nra�üo , que se
- que já está em estado de g ra �a é um sacramento tão dador d e
.
Estamos acostumados a ouvir que os santos \·ida corno é a Sagrada Eucaristia. Por isso o recebe m com frequê n
',
dwma contcmplaçflo.
fl1 ram ··contemplativos", e o mais certo l: que pensemos q u e a con cia os que não querem conformar-se com urna vida espiritual me
lt:mplaçüo é coisa resnvada a conventos c mosteims. No entanto, díocre
.
a conkmplação é algo a que todo cristào deveria tender. É uma No entanto, o sacramento que é fonte de vida por excelência
fnrma de oração a que a n ossa meditação nos conduzirá gradual é o da Sagrada Eucaristia. Mais que nenhum outro. en riq uece c
mente. se nos aplicarmos a ela regularmente. intensifica a vida da graça em n ús . A própri a forma do sacramento
É difícil descrever a oração conkmplativa. porque há muito pou no-lo diz. Na Sagrada Eucaristia. Deus vem a nós, não pela limpeza
co que descrever. Poderíamos dizer que é o tipo de oração em que de uma lavagem com água. não por uma confortadora unção com
a mente e o coração são elevados a Deus e nE le descansam. A azeite, não por uma imposiçào de mãos transm i ssora de poder, mas
mente ao menos está inativa. Os movimentos que possa haver são como alime n to e behida soh as aparências do pão e do vinho.
só do coração (ou vontade) para Deus. Se há "trabalho", é fe i to Esta vida dinâmica que nos arrebata para cima, c a que cha
pelo próprio Deus, que agora pode ag i r com toda a li he rd ad e no mamos graça santificante, é o resultado da união da alma com Deus,
coração que tão firmemente aderiu a Ele. da habitação pessoal de Deus em nossa alma. Não há sacramento
Antes de que alguém exclame: "Eu nunca poderei cunktnplar!", que nos una tão direta e i n t i mamente a ne us como a Sagrada Euca
deixem que lhes pergunte: "Alguma vez vocês se ajoe l ha ram (ou ristia. E i sto é verdade, quer pensemos nela em termos da Santa
sentaram) numa i g rej a silenciosa, talvez depois da M bsa nu a o sair Missa como da Comunhão.
do trabalho, c permanecera m a l i alguns minutos, sem pensamentos
conscientes. talvez apenas nl h ando o �acrúrin, sem meditar. unica Na M iss<.! , nossa a l m a se ergue. como a criança que busca o
mente com um a espécie de únsia; e saíram da I grej a com uma sen peito de sua m:1c, atl: o seio da Santíssima Trindade. Quando nos
sação desacostumada Jc fortaleza. dcci s;lo c pa z ? " Se foi assim. unimos a Cristo na Missa, Ele junta o nosso amor a Deus ao seu
praticaram a oração de contemplação. quer o snuhcssem ou não. amor infinito. Fazemo-nos parte do dom de Si mesmo que Cristo
Então, não digamos que a oração de co ntcmplaçflo está fora das oferece ao Deus Uno e Trino neste Calvário perene. Poderíamos
nossas possibi lidades. É o tipo de oraÇw que Deus quer que todos dizer que Cristo nos toma consigo c nos introduz nessa profundi
nós a lcancemos; é o tipo de oraçüo a que as demais - a vocal dade misteriosa que é a vida eterna de Deus. A Missa nos leva
(tanto privada como litúrgi ca ) e a mental - tendem a con du z i r no s.
-
tão perto de Deus que não é de surpreender que seja para nós fonte
É o tipo de nraçào que mais contribui para o nosso crescimento e multiplicador eficacíssimo da graça santificante.
em graça. Mas o fluxo de vida não pára aí, pois na Consagração tocamos
a divindade. O prm:esso se torna reversível, e nós, que com Cristo
Esta nossa maravilhosa vida i n terior - esta participaçii.o na pró e em Cristo tínhamos chegado até Deus, recebemo-lo quando, por
pria vida de Deus que é a graça santificantc - cresce com a oração. sua vez, em Cristo e por Cristo Ele desce a nós. Numa união mis
Cresce também com os sacramentos que se seguem ao Batismo. A teriosa. que deve deixar atônitos os próprios anjos, Deus vem a nós.
vida de um bebê desenvolve-se com cada inspiração que fa7. com Agora não usa água ou óleo, gestos ou palavras, como veículo da
cada grama de alimento que toma. com cada movimento de seu s sua graça. Agora é o próprio Jesus Cristo, o Filho de Deus real
músculos informes. Assim tarnhém os outro5 seis sacramentos cons e pessoalmente preSente sob as aparências de pão, quem faz subir
tróem sobre a primeira graça que o Batismo infundiu n a alma. vertiginosamente o nível da graça santificante em nós.
E isso também é verdade coni relação ao sacramento da Peni Só a Missa. mesmo sem Comunhão. já é uma fonte de graça
t0ncia. Ordinari�nnente, pensamos que o sacramento do perdão é o sem limites para o membro do Corpo Místico' de Cristo que esteja
sacramento q u e devolve a vida quando se perdeu a graça santificantc espiritualmente vivo. Em cada um de nós. as graças da Missa cres
pelo pecado mortal. Não há dúvida de que esse é o fim primário cem à medida que consciente e ativamente nos unimos ao ofereci
da Penitência. _Mas, além de ser remédio que deYolve a vida. é re mento que Cristo faz de Si mesmo. Quando as circunstâncias tor
médio que a revigC'ra. Imaginar que se trata de urn sacra men to ex nam impossível comungar, uma comunhão espiritual sincera e fer�
clusivamente reservado ao perdão dos pecados mortais seria um erro vorosa fará c rcs�er mais ainda a graça que a Missa nos obtém.
O E S P í HITO SA!'JTO E A C H AÇA fCJ\;TE DE \'IIlA 89
Além da meditaçüu que consideramos, existe outra forma de sumamente infeliz. A Penitência tem um fim secundário: para a alma
ora-,· ãn mental - uma forma mais elevada de nra�üo , que se
- que já está em estado de g ra �a é um sacramento tão dador d e
.
Estamos acostumados a ouvir que os santos \·ida corno é a Sagrada Eucaristia. Por isso o recebe m com frequê n
',
dwma contcmplaçflo.
fl1 ram ··contemplativos", e o mais certo l: que pensemos q u e a con cia os que não querem conformar-se com urna vida espiritual me
lt:mplaçüo é coisa resnvada a conventos c mosteims. No entanto, díocre
.
a conkmplação é algo a que todo cristào deveria tender. É uma No entanto, o sacramento que é fonte de vida por excelência
fnrma de oração a que a n ossa meditação nos conduzirá gradual é o da Sagrada Eucaristia. Mais que nenhum outro. en riq uece c
mente. se nos aplicarmos a ela regularmente. intensifica a vida da graça em n ús . A própri a forma do sacramento
É difícil descrever a oração conkmplativa. porque há muito pou no-lo diz. Na Sagrada Eucaristia. Deus vem a nós, não pela limpeza
co que descrever. Poderíamos dizer que é o tipo de oração em que de uma lavagem com água. não por uma confortadora unção com
a mente e o coração são elevados a Deus e nE le descansam. A azeite, não por uma imposiçào de mãos transm i ssora de poder, mas
mente ao menos está inativa. Os movimentos que possa haver são como alime n to e behida soh as aparências do pão e do vinho.
só do coração (ou vontade) para Deus. Se há "trabalho", é fe i to Esta vida dinâmica que nos arrebata para cima, c a que cha
pelo próprio Deus, que agora pode ag i r com toda a li he rd ad e no mamos graça santificante, é o resultado da união da alma com Deus,
coração que tão firmemente aderiu a Ele. da habitação pessoal de Deus em nossa alma. Não há sacramento
Antes de que alguém exclame: "Eu nunca poderei cunktnplar!", que nos una tão direta e i n t i mamente a ne us como a Sagrada Euca
deixem que lhes pergunte: "Alguma vez vocês se ajoe l ha ram (ou ristia. E i sto é verdade, quer pensemos nela em termos da Santa
sentaram) numa i g rej a silenciosa, talvez depois da M bsa nu a o sair Missa como da Comunhão.
do trabalho, c permanecera m a l i alguns minutos, sem pensamentos
conscientes. talvez apenas nl h ando o �acrúrin, sem meditar. unica Na M iss<.! , nossa a l m a se ergue. como a criança que busca o
mente com um a espécie de únsia; e saíram da I grej a com uma sen peito de sua m:1c, atl: o seio da Santíssima Trindade. Quando nos
sação desacostumada Jc fortaleza. dcci s;lo c pa z ? " Se foi assim. unimos a Cristo na Missa, Ele junta o nosso amor a Deus ao seu
praticaram a oração de contemplação. quer o snuhcssem ou não. amor infinito. Fazemo-nos parte do dom de Si mesmo que Cristo
Então, não digamos que a oração de co ntcmplaçflo está fora das oferece ao Deus Uno e Trino neste Calvário perene. Poderíamos
nossas possibi lidades. É o tipo de oraÇw que Deus quer que todos dizer que Cristo nos toma consigo c nos introduz nessa profundi
nós a lcancemos; é o tipo de oraçüo a que as demais - a vocal dade misteriosa que é a vida eterna de Deus. A Missa nos leva
(tanto privada como litúrgi ca ) e a mental - tendem a con du z i r no s.
-
tão perto de Deus que não é de surpreender que seja para nós fonte
É o tipo de nraçào que mais contribui para o nosso crescimento e multiplicador eficacíssimo da graça santificante.
em graça. Mas o fluxo de vida não pára aí, pois na Consagração tocamos
a divindade. O prm:esso se torna reversível, e nós, que com Cristo
Esta nossa maravilhosa vida i n terior - esta participaçii.o na pró e em Cristo tínhamos chegado até Deus, recebemo-lo quando, por
pria vida de Deus que é a graça santificantc - cresce com a oração. sua vez, em Cristo e por Cristo Ele desce a nós. Numa união mis
Cresce também com os sacramentos que se seguem ao Batismo. A teriosa. que deve deixar atônitos os próprios anjos, Deus vem a nós.
vida de um bebê desenvolve-se com cada inspiração que fa7. com Agora não usa água ou óleo, gestos ou palavras, como veículo da
cada grama de alimento que toma. com cada movimento de seu s sua graça. Agora é o próprio Jesus Cristo, o Filho de Deus real
músculos informes. Assim tarnhém os outro5 seis sacramentos cons e pessoalmente preSente sob as aparências de pão, quem faz subir
tróem sobre a primeira graça que o Batismo infundiu n a alma. vertiginosamente o nível da graça santificante em nós.
E isso também é verdade coni relação ao sacramento da Peni Só a Missa. mesmo sem Comunhão. já é uma fonte de graça
t0ncia. Ordinari�nnente, pensamos que o sacramento do perdão é o sem limites para o membro do Corpo Místico' de Cristo que esteja
sacramento q u e devolve a vida quando se perdeu a graça santificantc espiritualmente vivo. Em cada um de nós. as graças da Missa cres
pelo pecado mortal. Não há dúvida de que esse é o fim primário cem à medida que consciente e ativamente nos unimos ao ofereci
da Penitência. _Mas, além de ser remédio que deYolve a vida. é re mento que Cristo faz de Si mesmo. Quando as circunstâncias tor
médio que a revigC'ra. Imaginar que se trata de urn sacra men to ex nam impossível comungar, uma comunhão espiritual sincera e fer�
clusivamente reservado ao perdão dos pecados mortais seria um erro vorosa fará c rcs�er mais ainda a graça que a Missa nos obtém.
\ )(/
O E S I ' I IU I ( J ' ' ' l U E . \ GH 1<; 1
9!
Cristo pode transpor perfeilam
ente os obstáculos que não tenh
ergu ido volu n taria men te. amo s Por lame ntúv el q u e nos p
u rt'� a a história dest e homem,
c!H:ga a ter impo rtün ci� se a não
Por0 m. C de notória evid 0nci (:{1mpararmos com a da
a que o cató lico sinceramente pessoa que
ressado no crescimento da inte� vive sem g ra, a santi fican k.
sua vida inter ior deve rá com Por nobres e heróicas que sejam
da graç a recebendo a Sag pleta r o cido açüi:s, não t�m valo r aos olho s suas
rada Euc aris tia. "Ca da Mis sa, de Deus. Se está sem Batis
uma Mis sa em pecado mo rt al, essa alma mo ou
de comu n h üo , deveria ser separada d e Deus vive seus
"
o lema de: todo s. Hà u m dias em
dício da graça nas M iss as tr is te dcsper� YJo . Suas dores c tristezas
daq uele que. por indif..:renç·a , seus sacrifícios, suas bondades, tudo está
não abre o coração ao dom ou apa t ia, desprovido de valor eterno,
de Si mes mo que Deu s lhe ufên desperdiça-se dian te de Deu
xe. E é m�._'rito no que faz. Entã o, o s. Não existe
um equívoco, que beira a estu que é o mér ito?
pidez, con s idera r a Sagr ada
corno um "dever" periódico Com unh ão O mérito foi defi nido com
que prec isa ser c ump ri d o wua o aqu ela propriedade de
vez por boa que hab ilita quem a real uma obra
mês ou cad a ano . iza a receber uma recompe
certo de que todos concorda nsa. Estou
mos em afirmar que, em gera
exige certo esfí..'l rço Ê fácil l. agir bem
Nes te pod er de dar vida , pró de ver que alim enta r u m
prio da oração c dos sacrame faminto, cuid ar
.
Quantn ao krccirn e k rn l'n tn dt"'� prl-mio - uma m a in r gh)ria no r l l l hrL'\ C rc��l!llO. �.:�t:t a q u i � ' fL' I J :H11 d11 ]l\'lllC111 "natura lmente"
L'0 t ! -. \\'rnns qu,· 0 t 'I'JI"equ0ncia do primcirP. Nnss(l >.:rau de dó h • t t l . T(1dn:-.. te \'):-. 1 rt \ f1..._\ :\llln:-.. L'( l ! l l ..._.,,, L'lll :ll.:!u m:l PCt :-.. i:ltl c. ao m c
ria dependerá d11 grau de uniüo L'l'fll DL'Us, da medid,; em q u� a IW'i L'\tcrna mL'ntc. L'Jl�,_' hl'lllll-JlllS {_k \'l'rg�1nha pensando em m a i s de
grat;a sa n t ifican te tiver empapado a nossa alma. Tanto quanto cresça u n t que SL' chama niq;'tll. F. apL'.\<.H d i�'io. sabemos q u e c�sc homem
a graça. crescerá a nossa capacidade de glória no c0u. L!lh<.! no mais imp1Htan 1L'. t\'tio ftu n que 0 dccen h::: . 1u/o se com
No entanto . para al ca n )'<l r a vida eterna c o 'c>:rau de gh)ria q u e p(lrta L'lllll re�pL·i ttl p11J' :-.i mc�mu L' pL'Ios outros. porque ignora a
" t'tnica c�1is<-� rcahneJtlc !IL'L·c��úria. 11 filll para q u e foi criado: amar a
tcnhmns rnerecidn. devemos. 0 claro. morrer em estado de graça.
O pecado mortal arrchata toJps os nossos méritos. l\llllO a falência Deus e provar e�sc tlllhll' L' tlmprindn a vontack divina. Precisamente
de um hanco arruína as economias de toda uma \·ida. E nfto h á por �er tfto hnm em coisas meno� 1 raH�L\?"ndentais. a nossa cnm
maneira d e a d q ui r i r méritos depois d a morte. nem no purgatúrio, p3ix:ttl é maior, a nossa orat.Jto por l'k m t t i � L' tllllpass i \ a .
Mas é consnlador saher que os méritos que podemos perder pelo t r: t h a l h a n:t mesa. 11:1 mú q u i n a ou lhl h:tk;ill cnrllígu(l. À primeira
\ ista. parL'Cl' uma d)pia do primeirn: n:-to h ú d i fercn";a: em posição .
pecado mortal .se restauram tão logo a alma se reconcilia com Deus
por um ato de contri<;ft\) perfeita ou por uma cnnfi'ls{io hem feita.
Lm1ília. trabalho c p-:rsonalidadc. Mas existe uma d i ferença incal
culúYel que os olho� n:!o podem apreciar faL·ilmcntt". porque reside
Os méritos revivem no momen t o em que a graça �antificante volta
à alma. Em outras palnvras. o pecador contrito n;lo tcrn que co na illh'll(/'íu. A Yida do segundo tJÜ�) se ba�eia no "Jccenll'" nu no
J a mente. ; t fc\(l:-, L' aspi ra\ÚL� n:tturai�. que partilha com todo o gL·ncro humano.
tlck· .'ll' transformar:nn L'lll afetos c aspira(.;l'IL'S mais altos: o amor a
Para você c para mim. que s ig n ific a . na prútica. viver t.'m estado Lkus c o desejo de cumprir a sua \ nt l ladc.
de graça santifiGmtc? Para responder it q u cs t fl o. nhscrvcmos dois Sua e�posa n:ln l· ;qx·na� a L·nmpan hL·ira no lar. É tamhl·m com
homens que trabalham juntos no mesmo escrit(írio (na mesma fá panheira no ahar. Fie c ela cstüo Jssnciado� a Dcu'l c se ajudam
brica, loja ou fazt."nd a ) . Para quem os observe casualmente. os dois ! l l t J luamcntc no Gtminho para a santidade, L'OOfkTam com Ele na cria
sflo m u i to parecidos. Têm a mesma categoria ck trabalho. <-tmbos t,/to de novos seres h u m a nos destinados à gh�ria eterna. Seu amor
sflo casados c têm fa m í l i a . ambos kvam essa vida que poderíamos :tos filh{ls nfto é a mera ex ll:nsfto do amor a si mesmo: ele os vê come
qualificar como "respc i tüv d" . L J m deles. porém. é o q u e poderíamos u rn a .'iolcnc prova de L·onfiança que Deu� lhe dá. considcra-�c como
chamar "laico''. Nft o pratica nenhuma religif:o, e poucas vezes. para 1' :tdmin istradnr que um d i a terá que pres tar contas dessas almas.
nito dizer nenhuma. pensa em Deus. Sua filosofia é que a felicidade 'K'll amor por dt's, umw o anwr �� mul her. é parte do seu amor
ele cada q u a l d e pen de dele mesmo. c por isso dcvc-�c procurar tirar <t Deus.
da vida tudo o que esta pode oferecer. "Se cu nfto o co n s igo - d i z Seu tra b a l h o é m:tts que uma oportunidade de ganhar a vida
ele -. n i n gu ém o fará por mim". ,. pm�:red ir. f: parte da �ua pate rn i d a d e sacerdotal. é meio para aten
Nüo é um m a u homem. Pelo con t rú rio . em muitas coisas des der <'t s Jlt.':L'l's�idades materiais de sua famíli�t c pane do plann q u eri do
perta a d m i ra�·ft o . Trabalha como um L'Scravo porque quer t r i u nfar pnr DL·u� para ele. Pnr i�so. cumpre o mc!hnr q u �· pndL' com seu
na vida e dar à família tudo o que haja de melhor. Dedica-se sin t rabalho. porque L·nmpr�._· cndc que é um in:-.tnJmcnhl na:-. mflos de
ce ramen t e aos �cus: orgulho'lo da mulher. a quem considera uma Deu� para completar a obra da Cria\ft n no mundo. A Deus s ó
compa n h e i ra encantadora c generosa. devot;tdo aos filhos. no� q u ai s plldc oferecer o mellwr. L' este pemanKJ1t11 o acompanha ao longo
\'ê tlma prolongaÇto de si mesmo. ''Ele� são a única imortalidade dn d i a . S u a L·orclialiclade n a t ura l c:-.. tú saturada de cspírilo de cari
. .
q tJe me i n teressa". diz ele aos seus amigos. É um hom amigo, apre dade. Sua gcnuo�idadc. a pnf,:içoada peln dcsprcndirncntn. Sua dc
. l iL'ade;a \l' i m b u i da L'nmpa i x ;�tn de Cristn. Talvez nfw pense frc
Ciado por todos os que o conhecem. moderadamente generoso e cons
c i e nt e de seus deveres cívicos. Sua lahoriosidadc. si n:·e ri dade, honra t J LIL'lllL'I1lL' I l lL' llL'\ta.., L·ni ...,a s. mas tamb0m não passa o dia pendente
dez e delicadeza n;lo se baseiam em princípios rchg:tosos· ''Jsso é Je s i mesmo e (k suas vinudes. ComcçPu a jornada com o ponto
que é decentr/' - explica -: tl:nhn q u e ftl 7ê-lo por re spei to a m i m de mira hem CL'IHradn: em Deus �.:: lnngc de si. "ML'U Deus - disse
mesmo e aos outros''. ele -. ofereçtl -tc todo� n� meus pensamentos. palavras c a�ões. e
O E S P í R I T O :--._-\ "\ ! 1 � F -\ GHAÇA F (J \ ! t: Ií l ! ( )_�
Quantn ao krccirn e k rn l'n tn dt"'� prl-mio - uma m a in r gh)ria no r l l l hrL'\ C rc��l!llO. �.:�t:t a q u i � ' fL' I J :H11 d11 ]l\'lllC111 "natura lmente"
L'0 t ! -. \\'rnns qu,· 0 t 'I'JI"equ0ncia do primcirP. Nnss(l >.:rau de dó h • t t l . T(1dn:-.. te \'):-. 1 rt \ f1..._\ :\llln:-.. L'( l ! l l ..._.,,, L'lll :ll.:!u m:l PCt :-.. i:ltl c. ao m c
ria dependerá d11 grau de uniüo L'l'fll DL'Us, da medid,; em q u� a IW'i L'\tcrna mL'ntc. L'Jl�,_' hl'lllll-JlllS {_k \'l'rg�1nha pensando em m a i s de
grat;a sa n t ifican te tiver empapado a nossa alma. Tanto quanto cresça u n t que SL' chama niq;'tll. F. apL'.\<.H d i�'io. sabemos q u e c�sc homem
a graça. crescerá a nossa capacidade de glória no c0u. L!lh<.! no mais imp1Htan 1L'. t\'tio ftu n que 0 dccen h::: . 1u/o se com
No entanto . para al ca n )'<l r a vida eterna c o 'c>:rau de gh)ria q u e p(lrta L'lllll re�pL·i ttl p11J' :-.i mc�mu L' pL'Ios outros. porque ignora a
" t'tnica c�1is<-� rcahneJtlc !IL'L·c��úria. 11 filll para q u e foi criado: amar a
tcnhmns rnerecidn. devemos. 0 claro. morrer em estado de graça.
O pecado mortal arrchata toJps os nossos méritos. l\llllO a falência Deus e provar e�sc tlllhll' L' tlmprindn a vontack divina. Precisamente
de um hanco arruína as economias de toda uma \·ida. E nfto h á por �er tfto hnm em coisas meno� 1 raH�L\?"ndentais. a nossa cnm
maneira d e a d q ui r i r méritos depois d a morte. nem no purgatúrio, p3ix:ttl é maior, a nossa orat.Jto por l'k m t t i � L' tllllpass i \ a .
Mas é consnlador saher que os méritos que podemos perder pelo t r: t h a l h a n:t mesa. 11:1 mú q u i n a ou lhl h:tk;ill cnrllígu(l. À primeira
\ ista. parL'Cl' uma d)pia do primeirn: n:-to h ú d i fercn";a: em posição .
pecado mortal .se restauram tão logo a alma se reconcilia com Deus
por um ato de contri<;ft\) perfeita ou por uma cnnfi'ls{io hem feita.
Lm1ília. trabalho c p-:rsonalidadc. Mas existe uma d i ferença incal
culúYel que os olho� n:!o podem apreciar faL·ilmcntt". porque reside
Os méritos revivem no momen t o em que a graça �antificante volta
à alma. Em outras palnvras. o pecador contrito n;lo tcrn que co na illh'll(/'íu. A Yida do segundo tJÜ�) se ba�eia no "Jccenll'" nu no
J a mente. ; t fc\(l:-, L' aspi ra\ÚL� n:tturai�. que partilha com todo o gL·ncro humano.
tlck· .'ll' transformar:nn L'lll afetos c aspira(.;l'IL'S mais altos: o amor a
Para você c para mim. que s ig n ific a . na prútica. viver t.'m estado Lkus c o desejo de cumprir a sua \ nt l ladc.
de graça santifiGmtc? Para responder it q u cs t fl o. nhscrvcmos dois Sua e�posa n:ln l· ;qx·na� a L·nmpan hL·ira no lar. É tamhl·m com
homens que trabalham juntos no mesmo escrit(írio (na mesma fá panheira no ahar. Fie c ela cstüo Jssnciado� a Dcu'l c se ajudam
brica, loja ou fazt."nd a ) . Para quem os observe casualmente. os dois ! l l t J luamcntc no Gtminho para a santidade, L'OOfkTam com Ele na cria
sflo m u i to parecidos. Têm a mesma categoria ck trabalho. <-tmbos t,/to de novos seres h u m a nos destinados à gh�ria eterna. Seu amor
sflo casados c têm fa m í l i a . ambos kvam essa vida que poderíamos :tos filh{ls nfto é a mera ex ll:nsfto do amor a si mesmo: ele os vê come
qualificar como "respc i tüv d" . L J m deles. porém. é o q u e poderíamos u rn a .'iolcnc prova de L·onfiança que Deu� lhe dá. considcra-�c como
chamar "laico''. Nft o pratica nenhuma religif:o, e poucas vezes. para 1' :tdmin istradnr que um d i a terá que pres tar contas dessas almas.
nito dizer nenhuma. pensa em Deus. Sua filosofia é que a felicidade 'K'll amor por dt's, umw o anwr �� mul her. é parte do seu amor
ele cada q u a l d e pen de dele mesmo. c por isso dcvc-�c procurar tirar <t Deus.
da vida tudo o que esta pode oferecer. "Se cu nfto o co n s igo - d i z Seu tra b a l h o é m:tts que uma oportunidade de ganhar a vida
ele -. n i n gu ém o fará por mim". ,. pm�:red ir. f: parte da �ua pate rn i d a d e sacerdotal. é meio para aten
Nüo é um m a u homem. Pelo con t rú rio . em muitas coisas des der <'t s Jlt.':L'l's�idades materiais de sua famíli�t c pane do plann q u eri do
perta a d m i ra�·ft o . Trabalha como um L'Scravo porque quer t r i u nfar pnr DL·u� para ele. Pnr i�so. cumpre o mc!hnr q u �· pndL' com seu
na vida e dar à família tudo o que haja de melhor. Dedica-se sin t rabalho. porque L·nmpr�._· cndc que é um in:-.tnJmcnhl na:-. mflos de
ce ramen t e aos �cus: orgulho'lo da mulher. a quem considera uma Deu� para completar a obra da Cria\ft n no mundo. A Deus s ó
compa n h e i ra encantadora c generosa. devot;tdo aos filhos. no� q u ai s plldc oferecer o mellwr. L' este pemanKJ1t11 o acompanha ao longo
\'ê tlma prolongaÇto de si mesmo. ''Ele� são a única imortalidade dn d i a . S u a L·orclialiclade n a t ura l c:-.. tú saturada de cspírilo de cari
. .
q tJe me i n teressa". diz ele aos seus amigos. É um hom amigo, apre dade. Sua gcnuo�idadc. a pnf,:içoada peln dcsprcndirncntn. Sua dc
. l iL'ade;a \l' i m b u i da L'nmpa i x ;�tn de Cristn. Talvez nfw pense frc
Ciado por todos os que o conhecem. moderadamente generoso e cons
c i e nt e de seus deveres cívicos. Sua lahoriosidadc. si n:·e ri dade, honra t J LIL'lllL'I1lL' I l lL' llL'\ta.., L·ni ...,a s. mas tamb0m não passa o dia pendente
dez e delicadeza n;lo se baseiam em princípios rchg:tosos· ''Jsso é Je s i mesmo e (k suas vinudes. ComcçPu a jornada com o ponto
que é decentr/' - explica -: tl:nhn q u e ftl 7ê-lo por re spei to a m i m de mira hem CL'IHradn: em Deus �.:: lnngc de si. "ML'U Deus - disse
mesmo e aos outros''. ele -. ofereçtl -tc todo� n� meus pensamentos. palavras c a�ões. e
'
,•· 94
O E S l ' I H ITO _'-, _ \ :\ T
O L \ C H . \(.
:!lma �) r(1d�.-r .._, :1 para realizar certas a�ões que süo so
i i h _' i i n J .,·j n ser sm<.:eros que insinceros. Mas uma virtude �ohrcnatural. que c
hrl ll:llur:tlm.._' I J L�.-' hl"'�h. \·irtude de�tc tipo - o hábito infundido
l ln1a diretamente infundida e não adquirida pela repetição de atos. nã0
n � t a l ma , l i l .._' tamulk ptn Deu� - chama-se suhrt:natural. Entre estas torna necessariamente mais fácil a prática da virtude. Não é difícil
\ i n udcs. a� m a i� impllrtan tt:s s�to as três a que chamamos teologais : imaginar uma pessoa que. possuindo a virtude da fé em grau emi-
._
k. csp�..' r:�n�,·" c ( · aridade. E chamam-se tcnlogais (ou divinas) por nente. tenha tentações de dúvida durante toda a vida.
que d i z...'m respeito diretamente a Deus: cremos em Deus. em Deus Outra diferença entre a virtude natural e a sobrenatural é a
c�per;l!lw'i c a Ele amamos. f�)!'m � como �ada uma cresce. Uma virtude natural. como a pa
.
Fstas três virtudes. junto com a graça santificantc. süo infun cJencta adqumda. aumenta com a prática repetida e perseverante.
d i d a � em nossa Jlma pelo sacramento do Batismo. Mesmo uma Uma virtude sobrenatural. porém, só aumenta pela ação de Deus.
uiança. se estiver bJtizada. possui as três virtudes. ainda que !Üo c esse aumento, Deus o concede em proporção com a bondade moral
�cj a capa:t dt: praticá-las enquanto não chegar ao uso da razão. E. de ��ssas ações. Por outras palavras. tudo o que aumenta a graça
u m a vez recebidas. n5.o se perdem facilmente. A virtude da cari sant1f1cante aumenta também as virtudes infusas. Crescemos em vir
dade. a capacidade de amar a Deus cPm amor sobrenatural, só se tude tanto quanto crescemos em graça.
perde pelo pecado mortal. Que queremos dizer exatamente q uando afirmamos "creio em
Mas mesmo que se perca a caridade. a fé e a csperan.,:a perma· Deus", "espero em Deus" ou "amo a Deus"? Em nossas conversas
nccem. A virtude da esperança só se perde por um pecado direto habituais, é fácil usarmos estas cxpressôes com pouca precisão; é
contra ela. pelo descsperô de não confiar mais na bondade c miseri· bom recordar de vez em quando o sentido estrito e original das
côrdia divinas. E, é claro, se perdemos a fé. perdemos também a palavras que utilizamos.
esperança, pois é evidente que não se pode confiar em Deus se não
se crê nEle. E a fé. por sua vez. perde-se por um pet:ado grave Comecemos pela fé. Das três virtudes teologai s infundidas pelo
contra ela. quando nos recusamos a crer no que Deus revelou. Batismo, a fé é a fundamental. É evidente qui' não podemos esperar
num Deus nem amar um Deus em quem não cremos.
Akm das três grandes virtudes, a que chamamos teologais ou A fé divina se define como "a virtude pela qual cremos firmc
divinas, existem outras quatro virtudes sobrenaturais que. juntamente menlc em todas as verdades que Deus revelou. baseados na autori
com a gra-;a santificantc. são infundidas na alma pelo Batismo. dade do próprio Deus, que não pode enganar-se nem enganar-nos".
Como estas virtudes não dizem respeito diretamente a Deus, mas Há aqui duas frases-chave - "crer firmemente" e "a autoridade do
sim às pessoas e coisas em relação a Deus. chamam-se virtudes mo próprio Deus" - que merecem ser examinadas.
rais. As quatro virtudes morais sobrenaturais são: prudência. justiça, Crer significa admitir algo como verdadeiro. Cremos quando
fortaleza e temperança. damos nosso assentimento definitivo e inquestionável a determinada
Possuem um nome especial: virtudes cardeais. O adjetivo "car afirmação. Já vemos a pouca precisão de nossas expressões quando
deal" deriva do suhstantivo latino "cardo'', que significa "gonzo", e dizemos: "Creio que vai chover", ou "creio que foi o dia mais
si10 assim chamadas por serem virtudes "gonzo", pois delas depcn agradável do verão''. Em ambos os casos expressamos simplesmente
dl'm as demais virtudes morais. Se um homem é espiritualmen te uma opinião: supomos que choverá: temas a impressâa de que
prudente. justo, forte e moderado. podemos afirmar que possui tam hoje foi o dia mais agradável do verão. Convém ter presente este
bém as outras virtudes morais. Poderíamos dizer que estas quatro ponto: uma opinião não é uma crença. A . fé implica certeza.
\·irtudl's contêm a semente das demais. Por exemplo. a virtude da Mas nem toda certeza é fé. Não digo que creio em alguma
religi:to. que nos inclina a prestar a Deus o culto devido, emana da coisa. se a vejo e t:omprecndo claramente. Não creio que dois c
Yirtude da ju�tiça. E, de passagem. diremos que a virtude da reli- dois sejam quatro porque é algo evidente: posso compreendê-lo
gião é a mais alta das virtudes morais. e prová-lo satisfatoriamente. O tipo de conhecimento que se refere
. .
a fatns que posso perceber c demonstrar 0 compreensão e não crença.
(:: i!llLre�santc mencionar duas diferenças notáveis entre a vu�
�ude n a t u r a l c a �ohrcnatural. Uma virtude natural. precisamente Crença nu f.? - é 3 aceitação de algo como verdadeiro.
-
porque sc adquirc pda prática frcquente e pela autodisciplina habi haseando-nos no aworidade de outro. Eu nunca estive na China.
tual. nos torna mais fáceis os atos dessa virtude. Chegamos a um mas muitas pessoas que lá estiveram asseguram-me que esse país
po nt o em l]UL'. para dar um exemplo. se tll)S torna mais agradúYcl existe. Porque confio neles, creio que a China existe. Igualmente
O (_ll'E F: VITITl'DE?
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l ln1a diretamente infundida e não adquirida pela repetição de atos. nã0
n � t a l ma , l i l .._' tamulk ptn Deu� - chama-se suhrt:natural. Entre estas torna necessariamente mais fácil a prática da virtude. Não é difícil
\ i n udcs. a� m a i� impllrtan tt:s s�to as três a que chamamos teologais : imaginar uma pessoa que. possuindo a virtude da fé em grau emi-
._
k. csp�..' r:�n�,·" c ( · aridade. E chamam-se tcnlogais (ou divinas) por nente. tenha tentações de dúvida durante toda a vida.
que d i z...'m respeito diretamente a Deus: cremos em Deus. em Deus Outra diferença entre a virtude natural e a sobrenatural é a
c�per;l!lw'i c a Ele amamos. f�)!'m � como �ada uma cresce. Uma virtude natural. como a pa
.
Fstas três virtudes. junto com a graça santificantc. süo infun cJencta adqumda. aumenta com a prática repetida e perseverante.
d i d a � em nossa Jlma pelo sacramento do Batismo. Mesmo uma Uma virtude sobrenatural. porém, só aumenta pela ação de Deus.
uiança. se estiver bJtizada. possui as três virtudes. ainda que !Üo c esse aumento, Deus o concede em proporção com a bondade moral
�cj a capa:t dt: praticá-las enquanto não chegar ao uso da razão. E. de ��ssas ações. Por outras palavras. tudo o que aumenta a graça
u m a vez recebidas. n5.o se perdem facilmente. A virtude da cari sant1f1cante aumenta também as virtudes infusas. Crescemos em vir
dade. a capacidade de amar a Deus cPm amor sobrenatural, só se tude tanto quanto crescemos em graça.
perde pelo pecado mortal. Que queremos dizer exatamente q uando afirmamos "creio em
Mas mesmo que se perca a caridade. a fé e a csperan.,:a perma· Deus", "espero em Deus" ou "amo a Deus"? Em nossas conversas
nccem. A virtude da esperança só se perde por um pecado direto habituais, é fácil usarmos estas cxpressôes com pouca precisão; é
contra ela. pelo descsperô de não confiar mais na bondade c miseri· bom recordar de vez em quando o sentido estrito e original das
côrdia divinas. E, é claro, se perdemos a fé. perdemos também a palavras que utilizamos.
esperança, pois é evidente que não se pode confiar em Deus se não
se crê nEle. E a fé. por sua vez. perde-se por um pet:ado grave Comecemos pela fé. Das três virtudes teologai s infundidas pelo
contra ela. quando nos recusamos a crer no que Deus revelou. Batismo, a fé é a fundamental. É evidente qui' não podemos esperar
num Deus nem amar um Deus em quem não cremos.
Akm das três grandes virtudes, a que chamamos teologais ou A fé divina se define como "a virtude pela qual cremos firmc
divinas, existem outras quatro virtudes sobrenaturais que. juntamente menlc em todas as verdades que Deus revelou. baseados na autori
com a gra-;a santificantc. são infundidas na alma pelo Batismo. dade do próprio Deus, que não pode enganar-se nem enganar-nos".
Como estas virtudes não dizem respeito diretamente a Deus, mas Há aqui duas frases-chave - "crer firmemente" e "a autoridade do
sim às pessoas e coisas em relação a Deus. chamam-se virtudes mo próprio Deus" - que merecem ser examinadas.
rais. As quatro virtudes morais sobrenaturais são: prudência. justiça, Crer significa admitir algo como verdadeiro. Cremos quando
fortaleza e temperança. damos nosso assentimento definitivo e inquestionável a determinada
Possuem um nome especial: virtudes cardeais. O adjetivo "car afirmação. Já vemos a pouca precisão de nossas expressões quando
deal" deriva do suhstantivo latino "cardo'', que significa "gonzo", e dizemos: "Creio que vai chover", ou "creio que foi o dia mais
si10 assim chamadas por serem virtudes "gonzo", pois delas depcn agradável do verão''. Em ambos os casos expressamos simplesmente
dl'm as demais virtudes morais. Se um homem é espiritualmen te uma opinião: supomos que choverá: temas a impressâa de que
prudente. justo, forte e moderado. podemos afirmar que possui tam hoje foi o dia mais agradável do verão. Convém ter presente este
bém as outras virtudes morais. Poderíamos dizer que estas quatro ponto: uma opinião não é uma crença. A . fé implica certeza.
\·irtudl's contêm a semente das demais. Por exemplo. a virtude da Mas nem toda certeza é fé. Não digo que creio em alguma
religi:to. que nos inclina a prestar a Deus o culto devido, emana da coisa. se a vejo e t:omprecndo claramente. Não creio que dois c
Yirtude da ju�tiça. E, de passagem. diremos que a virtude da reli- dois sejam quatro porque é algo evidente: posso compreendê-lo
gião é a mais alta das virtudes morais. e prová-lo satisfatoriamente. O tipo de conhecimento que se refere
. .
a fatns que posso perceber c demonstrar 0 compreensão e não crença.
(:: i!llLre�santc mencionar duas diferenças notáveis entre a vu�
�ude n a t u r a l c a �ohrcnatural. Uma virtude natural. precisamente Crença nu f.? - é 3 aceitação de algo como verdadeiro.
-
porque sc adquirc pda prática frcquente e pela autodisciplina habi haseando-nos no aworidade de outro. Eu nunca estive na China.
tual. nos torna mais fáceis os atos dessa virtude. Chegamos a um mas muitas pessoas que lá estiveram asseguram-me que esse país
po nt o em l]UL'. para dar um exemplo. se tll)S torna mais agradúYcl existe. Porque confio neles, creio que a China existe. Igualmente
\.-, \ J H ! l ' I > ES E DO'\S DO ESl>IHITO SA:\TO ESPEIL\:\ÇA E A\IOR 90
�t:I m u i to pouco d� física e absolutamenk nada de fi s sCto n uclear. doria i nfinito s ; pode basear-se também na aceitação do testemunho
E apesar de nunca te r visto um átomo. cr�iu em fi ss ão n t11..:: k :u por de inúmeras pessoas grandes e sábias, ou na atuação da Providência
que confio na com pet ê nc i a dos que asseguram que isso se pod e faz�..: r divina em nossa vida pessoaL Uma fé natural deste tipo é uma
e se tem fcitn. preparação para a autêntica fé sobrenatural, que nos é infundida
Este tipo de L·onhecimcnto 2 o da fé: a firma �l)cs que se acei junto com a graça santificante na pia batismal. Mas é só esta fé
t a m pda a u to r i(b d c Jc out ro s cm l}Liem confiamos. Havendo ta n ta s sobrenatural, esta virtude da fé divina, que nos é infundida no Ba
L·oisas na vidd que não comprccnd:.'mns. l' t:to puLIL"Il te m po livn: tismo, aquela que nos dá condiçôes para crer firme e inteiramente
para compro\ú-las pessualmcn tt'. t: fác i l v�.:r yue a maior p a rte dc em todas as verdades, mesmo as mais inefáveis e misteriosas, que
tlossos conhc..: i m�..: n hls s�..: baseia na fé. Se nüo ti vésscnws con fi a n� a Deus nos revelou.Sem esta fé, os que alcançaram o uso da razão
Llll no�sos �-cmclhantes. a v i d a pararia. Se a pcssoa qu..; d i z : "Se A virtude da fé salva a criança batizada,
não poderiam salvar-se.
u;-t o vejo, n<-tu c reio" , ou "se n;Io cntcndo. tüo creio". a t u asse de mas, quando se adquire o uso da razão, deve haver também atos
acordo com essas palavras, bem pouco poderia faz er n a vi d a . de fé.
A este t ipo de fé - a nossa acei t ação de uma verd ade baseados
n a pa la vra c!c outro -- chamamos fé hunwna. O a dje t ivo "humana"
distingue-.a tia f.? que aceita uma verdade pda a u to ri dade de Deu � . ESPERANÇA E AMOR
Quando a n oss a mcnh: a de re a uma vcrdad(: po rq ue Deus -�t �a m
.
festou, a 110.'\:ia r� ch a ma -s e divina. Vê-se c!J.ranwntc q L ! C a te dJvtna É doutrina da nossa fé cristã que Deus dá a cada alma que
i mpl ica um c;.)l]hçcimento m u it o mais seguro que a fé m �ra men te cria a graça suficiente para que alcance o céu. A virtude da espe
_
humana. N:!o 0 comum. mets é possível que tOLbs as a uto n d a d es r a n ça , infundida na alma pelo Batismo, baseia-se neste ensinamento
hunnnas se Ç!l,']:tnun em dclt:rmin<lcla a firm a� ;t o. como aco n teceu . da Igrej a de Cristo e dele se nutre e se desenvolve com o decorrer
por cxt:mplo. l'Ulll o ensinamento universal de que a terra era p la na . do tempo.
_
Não é comum. mas é possível qu;,; tod a s as a uto n d é:� dcs h u manas A esperança se define como "a virtude sobrenatural pela qual
pmum:m cn�·an;tr. cnnw acontccç. pnr exemplo. cnm os d i t ado res confiamos que Deus, que é todo-poderoso e fiel às suas promessas,
u. u e cm!.anam n ponl. nos concederá a vida eterna e os meios necessários para alcançá-la".
M<� s Deus n:to pode e n ga n a r-se a �i mesmo Jh.'lll c11ganar os Por outras pa lavras, ninguém perde o céu senão por culpa própria.
uutros : E l e é a S a bed or i a infinita c a Verdade infinita. NutJca po Por parte de Deus, a nossa salvação é certa. É somente a nossa parte
í
d�-rú ha v e r nem :-,l1lllhra de d ú v i da na� vadadcs qu.: Deus nus revt:
i
- a nossa cooperação com a graça de Deus - o que a torna incerta.
l ou . c, por isso. a ve rd a de ira fé é sempre uma fé firme. �
n d � r � c: m Esta confiança que temos na bondade divina, no seu poder e
dúvidas sohrc uma verdade de fé é duvidar da sa hedon a mfmit8 fidelidade, suaviza os contratempos da vida. Se a prática da virtude
de Deus ou da sua infinita veracidade. Especular se haverá três II nos exige às vezes autodisciplina e abnegação, talvez mesmo a auto
Pessoas em Deus ou se Je s us está realmente presente na E u caristi a I
imola ção e o martírio, vamos encontrar a nossa fortaleza e valor
•
é q ues t i ona r a cred ib i l i d a de de Deu s ou negar a sua autoridade. Na na certeza da vitória final.
realidJcle, é rechaçar a fé divina. A virtude da esperança é implantada na alma no Batismo, jun
Pela mesma razf1o. a v erdadei ra fé d eve ser completa. Seria ta �ente com a graça santificante. Mesmo um recém-nascido, se for
uma estu p id t'z pensar CJUC pod em os escolher c fica r com as verdades batizado, possui a virtude da esperança. Mas devemos acautelar-nos.
que nos agradam dentre as que Deus re ve l n �t . Dizer: " r: u creio no Ao chegarmos ao uso da razão, esta virtude deve traduzir-se no ato
céu . m a s nfto no inferno". ou '"creio no Battsmo. mas nao n a Con de esperança em Deus e em suas promessas. O ato de esperança
fiss:to". 0 o rt:cc,mo que dizer: '"Deus fX)de l'lH !�lnar-s�". A conclu � everi a destacar-se de modo proeminente em nossas orações diárias.
:-.üo que lngicctmt:ntt: se :-.eg. ui ri a ::.cria c:-.ta: "'Afinal. por q u e crer em E u ma forma de oração especialmente grata a Deus, já que mani
Deus?''. festa ao mesm o tempo a nossa completa dependência dEle e a nossa
A f(: de q u (.: t'alallhJ� é f(: .whrenutural. a fé que s u rge da v i r- absoluta confiança no seu amor por nós.
1Ude divina infu:-.a. f.:: p1Jssível ter uma fé r u ra men te natural em É evidente que o ato de esperança é absolutamente necessário
Deu� ou em muita� de �uas verdades. Fsta fé pode basear-se na para nos salvarmos. Nutrir dúvidas sobre a fidelidade de Deus em
natureza, que dú testemunho de um Ser S upremo. de poder e sahe- manter suas promessas, ou sohre a efetividade da sua graça em su-
\.-, \ J H ! l ' I > ES E DO'\S DO ESl>IHITO SA:\TO ESPEIL\:\ÇA E A\IOR 90
�t:I m u i to pouco d� física e absolutamenk nada de fi s sCto n uclear. doria i nfinito s ; pode basear-se também na aceitação do testemunho
E apesar de nunca te r visto um átomo. cr�iu em fi ss ão n t11..:: k :u por de inúmeras pessoas grandes e sábias, ou na atuação da Providência
que confio na com pet ê nc i a dos que asseguram que isso se pod e faz�..: r divina em nossa vida pessoaL Uma fé natural deste tipo é uma
e se tem fcitn. preparação para a autêntica fé sobrenatural, que nos é infundida
Este tipo de L·onhecimcnto 2 o da fé: a firma �l)cs que se acei junto com a graça santificante na pia batismal. Mas é só esta fé
t a m pda a u to r i(b d c Jc out ro s cm l}Liem confiamos. Havendo ta n ta s sobrenatural, esta virtude da fé divina, que nos é infundida no Ba
L·oisas na vidd que não comprccnd:.'mns. l' t:to puLIL"Il te m po livn: tismo, aquela que nos dá condiçôes para crer firme e inteiramente
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tlossos conhc..: i m�..: n hls s�..: baseia na fé. Se nüo ti vésscnws con fi a n� a Deus nos revelou.Sem esta fé, os que alcançaram o uso da razão
Llll no�sos �-cmclhantes. a v i d a pararia. Se a pcssoa qu..; d i z : "Se A virtude da fé salva a criança batizada,
não poderiam salvar-se.
u;-t o vejo, n<-tu c reio" , ou "se n;Io cntcndo. tüo creio". a t u asse de mas, quando se adquire o uso da razão, deve haver também atos
acordo com essas palavras, bem pouco poderia faz er n a vi d a . de fé.
A este t ipo de fé - a nossa acei t ação de uma verd ade baseados
n a pa la vra c!c outro -- chamamos fé hunwna. O a dje t ivo "humana"
distingue-.a tia f.? que aceita uma verdade pda a u to ri dade de Deu � . ESPERANÇA E AMOR
Quando a n oss a mcnh: a de re a uma vcrdad(: po rq ue Deus -�t �a m
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festou, a 110.'\:ia r� ch a ma -s e divina. Vê-se c!J.ranwntc q L ! C a te dJvtna É doutrina da nossa fé cristã que Deus dá a cada alma que
i mpl ica um c;.)l]hçcimento m u it o mais seguro que a fé m �ra men te cria a graça suficiente para que alcance o céu. A virtude da espe
_
humana. N:!o 0 comum. mets é possível que tOLbs as a uto n d a d es r a n ça , infundida na alma pelo Batismo, baseia-se neste ensinamento
hunnnas se Ç!l,']:tnun em dclt:rmin<lcla a firm a� ;t o. como aco n teceu . da Igrej a de Cristo e dele se nutre e se desenvolve com o decorrer
por cxt:mplo. l'Ulll o ensinamento universal de que a terra era p la na . do tempo.
_
Não é comum. mas é possível qu;,; tod a s as a uto n d é:� dcs h u manas A esperança se define como "a virtude sobrenatural pela qual
pmum:m cn�·an;tr. cnnw acontccç. pnr exemplo. cnm os d i t ado res confiamos que Deus, que é todo-poderoso e fiel às suas promessas,
u. u e cm!.anam n ponl. nos concederá a vida eterna e os meios necessários para alcançá-la".
M<� s Deus n:to pode e n ga n a r-se a �i mesmo Jh.'lll c11ganar os Por outras pa lavras, ninguém perde o céu senão por culpa própria.
uutros : E l e é a S a bed or i a infinita c a Verdade infinita. NutJca po Por parte de Deus, a nossa salvação é certa. É somente a nossa parte
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d�-rú ha v e r nem :-,l1lllhra de d ú v i da na� vadadcs qu.: Deus nus revt:
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- a nossa cooperação com a graça de Deus - o que a torna incerta.
l ou . c, por isso. a ve rd a de ira fé é sempre uma fé firme. �
n d � r � c: m Esta confiança que temos na bondade divina, no seu poder e
dúvidas sohrc uma verdade de fé é duvidar da sa hedon a mfmit8 fidelidade, suaviza os contratempos da vida. Se a prática da virtude
de Deus ou da sua infinita veracidade. Especular se haverá três II nos exige às vezes autodisciplina e abnegação, talvez mesmo a auto
Pessoas em Deus ou se Je s us está realmente presente na E u caristi a I
imola ção e o martírio, vamos encontrar a nossa fortaleza e valor
•
é q ues t i ona r a cred ib i l i d a de de Deu s ou negar a sua autoridade. Na na certeza da vitória final.
realidJcle, é rechaçar a fé divina. A virtude da esperança é implantada na alma no Batismo, jun
Pela mesma razf1o. a v erdadei ra fé d eve ser completa. Seria ta �ente com a graça santificante. Mesmo um recém-nascido, se for
uma estu p id t'z pensar CJUC pod em os escolher c fica r com as verdades batizado, possui a virtude da esperança. Mas devemos acautelar-nos.
que nos agradam dentre as que Deus re ve l n �t . Dizer: " r: u creio no Ao chegarmos ao uso da razão, esta virtude deve traduzir-se no ato
céu . m a s nfto no inferno". ou '"creio no Battsmo. mas nao n a Con de esperança em Deus e em suas promessas. O ato de esperança
fiss:to". 0 o rt:cc,mo que dizer: '"Deus fX)de l'lH !�lnar-s�". A conclu � everi a destacar-se de modo proeminente em nossas orações diárias.
:-.üo que lngicctmt:ntt: se :-.eg. ui ri a ::.cria c:-.ta: "'Afinal. por q u e crer em E u ma forma de oração especialmente grata a Deus, já que mani
Deus?''. festa ao mesm o tempo a nossa completa dependência dEle e a nossa
A f(: de q u (.: t'alallhJ� é f(: .whrenutural. a fé que s u rge da v i r- absoluta confiança no seu amor por nós.
1Ude divina infu:-.a. f.:: p1Jssível ter uma fé r u ra men te natural em É evidente que o ato de esperança é absolutamente necessário
Deu� ou em muita� de �uas verdades. Fsta fé pode basear-se na para nos salvarmos. Nutrir dúvidas sobre a fidelidade de Deus em
natureza, que dú testemunho de um Ser S upremo. de poder e sahe- manter suas promessas, ou sohre a efetividade da sua graça em su-
1 00 AS VIRTUDES E DONS DO ESP!R!TO SANTO ESPERA;-;ÇA E A\!OR !OI
perar as nossas fraquezas humanas, é um insulto blasfemo a Deus. fé junta-se a convicção de que Deus só quer o que é para o noss0
Nessas condições, ser-nos-ia impossível superar os rigores da tenta hem, e que, em sua sabedoria infinita, conhece melhor o que 0 hem
ção e praticar a caridade abnegada, Em resumo. não poderíamos para nós e no-lo dá por seu infinito poder.
viver uma vida autenticamente cristã, se não tivéssemos confiança Ao confiarmos no sólido apoio do amor, cuidado. sahed0ria e
no resultado finaL Quão poucos teriam a fortaleza suficiente para poder de Deus, estamos seguros. Não caímos num estado de :mi�
perseverar no bem, se só tivessem uma possibilidade em um milhão mo sombrio quando "as coisas correm mal". Se os nossos planos se
de ir para o céu! entortam, os nossos sonhos se frustram e o fracasso aparenta acos
Daqui se segue que a nossa esperança deve ser firme. Uma sar-nos a cada passo, sabemos que Deus fará que tudo contribua
esperança fraca amesquinha Deus no seu poder infinito ou na sua para o nosso bem definitivo. Mesmo a ameaça de uma guerra atô
bondade ilimitada. Isto não significa que não devamos manter um mica não nos altera, porque sabemos que até os males que o homem
são temor de perder a alma. Mas este temor deve proceder da falta produz, Deus fará que de algum modo se encaixem em seus planos
de confiança em nós, não da falta de confiança em Deus. Se Lúcifer providenciais.
pôde rejeitar a graça, nós também estamos expostos a fracassar, mas Esta confiança na divina providência é a que vem em nossa
esse fracasso não seria imputável a Deus. Só um néscio se lem ajuda quando .somos tentados (c quem não o é uma vez ou outra?)
braria de dizer, ao arrepender-se de seu pecado: "Oh Deus, tenho a pensar que somos mais espertos que Deus, que sabemos melhor
tanta vergonha de ser tão fraco!". Quem tem esperança dirá: "Meu do que Ele o que nos conv�m em certas circunstfmcias concretas.
Deus, tenho tanta vergonha de ter esquecido como sou fraco !". ' 'Pode ser que seja pecado, mas não podemos permitir-nos nenhum
.
Pode-se definir Um santo como aquele que desconfia absolutamente filho mais''; ''pode ser qtle não seja muito honesto, mas nos negó
de si mesmo e confia absolutamente em Deus. cios todo mundo faz o mesmo"; "já sei que parece um pouco es
Também é bom não perder de vista que o fundamento d a espe cuso, mas a política é assim". Quando nos vierem estas desculpas
rança cristã se aplica aos outros, tanto quanto a nós mesmos. Deus il boca, devemos desfazê-las com a nossa confiança na providência
quer não só a minha salvação, como a de todos os homens. Esta de Deus. "Se fizer o que é correto, p<1de ser que apanhe muitos
razão levar-nos-á a não nos cansarmos de pedir pelos pecadores e Jcsgostos", devemos dizer. ''mas Deus conhece todas as circunstün
descrentes, especialmente pelos mais próximos por relações de pa cJas. Sabe mais do que eu. E ocupa-se de mim. Não me afastarei
rentesco ou de amizade. Os teólogos católicos ensinam que Deus nem um milímetro da sua vontade."
nunca retira completamente a sua graça, nem sequer aos pecadores
mais empedernidos. Quando a Bíblia diz que Deus endurece o seu A única virtude que permanecerá sempre conosco é a caridade.
coração para com o pecador (como, por exemplo, diz do Faraó que No céu, a fé cederá lugar ao conhecimento: não haverá necessidade
se opôs a Moisés), não é senão um modo poético de descrever a de ''crer" em Deus quando o virmos. A esperança também desapa
reação do pecador. É este quem endurece o seu coração ao resistir recerá, já que possuiremos a felicidade que esperávamos. Mas a cari
à graça de Deus. dade não só não desaparecerá, como será unicamente no momento
E se falecesse um ser querido, aparentemente sem arrependi estático em que virmos a Deus, face a face, que esta virtude, infundida
mento, também não deveríamos desesperar-nos e "afligir-nos como em nossa alma pelo Batismo. alcançará a plenitude da sua capacida
os que não têm esperança". Enquanto n"ão chegarmos ao céu, não de. Então o nosso amor a Deus, tãQ �)bscuro e fraco nesta vida. bri
saberemos que torrente de graças pôde Deus derramar sobre o pe lhará como um sol em explosão. Quando nos virmos unidos a
cador recalcitrante em seu último segundo de consciência - graças esse Deus infinitamente amável, que é o único capaz de satisfazer
que a nossa oração confiante terá obtido. os anseios de amor do coração humano, a nossa caridade se expres
sará eternamente num ato de amor.
Embora a confiança na Providência divina não seja exatamente A �.:aridadc divina, virtude implantada em nossa alma no Ba
o mesmo que a virtude divina da esperança, está suficientemente tismo, juntamente com a fé e a esperança, define-se como "a virtude
ligada a ela para conceder-lhe agora a nossa atenção. Confiar n a pela qual amamos a Deus por Si mesmo, sobre todas as coisas, e
providência divina significa que cremos que Deus nos a m a a cada <:to próximo como a nós mesmos, por amor a Deus". É chamada
um de nós com um amor infinito, um amor que não poderia ser mais a rainha das virtudes, porque as outras, tanto as teologais como as
direto e pessoal se fôssemos a única alma sobre a terra. A esta morais, nos conduzem a Deus, mas a caridade é a que nos une a
1 00 AS VIRTUDES E DONS DO ESP!R!TO SANTO ESPERA;-;ÇA E A\!OR !OI
perar as nossas fraquezas humanas, é um insulto blasfemo a Deus. fé junta-se a convicção de que Deus só quer o que é para o noss0
Nessas condições, ser-nos-ia impossível superar os rigores da tenta hem, e que, em sua sabedoria infinita, conhece melhor o que 0 hem
ção e praticar a caridade abnegada, Em resumo. não poderíamos para nós e no-lo dá por seu infinito poder.
viver uma vida autenticamente cristã, se não tivéssemos confiança Ao confiarmos no sólido apoio do amor, cuidado. sahed0ria e
no resultado finaL Quão poucos teriam a fortaleza suficiente para poder de Deus, estamos seguros. Não caímos num estado de :mi�
perseverar no bem, se só tivessem uma possibilidade em um milhão mo sombrio quando "as coisas correm mal". Se os nossos planos se
de ir para o céu! entortam, os nossos sonhos se frustram e o fracasso aparenta acos
Daqui se segue que a nossa esperança deve ser firme. Uma sar-nos a cada passo, sabemos que Deus fará que tudo contribua
esperança fraca amesquinha Deus no seu poder infinito ou na sua para o nosso bem definitivo. Mesmo a ameaça de uma guerra atô
bondade ilimitada. Isto não significa que não devamos manter um mica não nos altera, porque sabemos que até os males que o homem
são temor de perder a alma. Mas este temor deve proceder da falta produz, Deus fará que de algum modo se encaixem em seus planos
de confiança em nós, não da falta de confiança em Deus. Se Lúcifer providenciais.
pôde rejeitar a graça, nós também estamos expostos a fracassar, mas Esta confiança na divina providência é a que vem em nossa
esse fracasso não seria imputável a Deus. Só um néscio se lem ajuda quando .somos tentados (c quem não o é uma vez ou outra?)
braria de dizer, ao arrepender-se de seu pecado: "Oh Deus, tenho a pensar que somos mais espertos que Deus, que sabemos melhor
tanta vergonha de ser tão fraco!". Quem tem esperança dirá: "Meu do que Ele o que nos conv�m em certas circunstfmcias concretas.
Deus, tenho tanta vergonha de ter esquecido como sou fraco !". ' 'Pode ser que seja pecado, mas não podemos permitir-nos nenhum
.
Pode-se definir Um santo como aquele que desconfia absolutamente filho mais''; ''pode ser qtle não seja muito honesto, mas nos negó
de si mesmo e confia absolutamente em Deus. cios todo mundo faz o mesmo"; "já sei que parece um pouco es
Também é bom não perder de vista que o fundamento d a espe cuso, mas a política é assim". Quando nos vierem estas desculpas
rança cristã se aplica aos outros, tanto quanto a nós mesmos. Deus il boca, devemos desfazê-las com a nossa confiança na providência
quer não só a minha salvação, como a de todos os homens. Esta de Deus. "Se fizer o que é correto, p<1de ser que apanhe muitos
razão levar-nos-á a não nos cansarmos de pedir pelos pecadores e Jcsgostos", devemos dizer. ''mas Deus conhece todas as circunstün
descrentes, especialmente pelos mais próximos por relações de pa cJas. Sabe mais do que eu. E ocupa-se de mim. Não me afastarei
rentesco ou de amizade. Os teólogos católicos ensinam que Deus nem um milímetro da sua vontade."
nunca retira completamente a sua graça, nem sequer aos pecadores
mais empedernidos. Quando a Bíblia diz que Deus endurece o seu A única virtude que permanecerá sempre conosco é a caridade.
coração para com o pecador (como, por exemplo, diz do Faraó que No céu, a fé cederá lugar ao conhecimento: não haverá necessidade
se opôs a Moisés), não é senão um modo poético de descrever a de ''crer" em Deus quando o virmos. A esperança também desapa
reação do pecador. É este quem endurece o seu coração ao resistir recerá, já que possuiremos a felicidade que esperávamos. Mas a cari
à graça de Deus. dade não só não desaparecerá, como será unicamente no momento
E se falecesse um ser querido, aparentemente sem arrependi estático em que virmos a Deus, face a face, que esta virtude, infundida
mento, também não deveríamos desesperar-nos e "afligir-nos como em nossa alma pelo Batismo. alcançará a plenitude da sua capacida
os que não têm esperança". Enquanto n"ão chegarmos ao céu, não de. Então o nosso amor a Deus, tãQ �)bscuro e fraco nesta vida. bri
saberemos que torrente de graças pôde Deus derramar sobre o pe lhará como um sol em explosão. Quando nos virmos unidos a
cador recalcitrante em seu último segundo de consciência - graças esse Deus infinitamente amável, que é o único capaz de satisfazer
que a nossa oração confiante terá obtido. os anseios de amor do coração humano, a nossa caridade se expres
sará eternamente num ato de amor.
Embora a confiança na Providência divina não seja exatamente A �.:aridadc divina, virtude implantada em nossa alma no Ba
o mesmo que a virtude divina da esperança, está suficientemente tismo, juntamente com a fé e a esperança, define-se como "a virtude
ligada a ela para conceder-lhe agora a nossa atenção. Confiar n a pela qual amamos a Deus por Si mesmo, sobre todas as coisas, e
providência divina significa que cremos que Deus nos a m a a cada <:to próximo como a nós mesmos, por amor a Deus". É chamada
um de nós com um amor infinito, um amor que não poderia ser mais a rainha das virtudes, porque as outras, tanto as teologais como as
direto e pessoal se fôssemos a única alma sobre a terra. A esta morais, nos conduzem a Deus, mas a caridade é a que nos une a
\ I .I H ' \ ILHAS J,\ T E HIOHES l(L}
102
Ele. Onde houver caridade, estariio também as demais virtudes. l·om o próximo. por amor dt;: Deus, porque sabe-mos que é Isto o
"Ama a Deus c faz o que quiseres", disse um santo. É evidente que Deus quer. Nosso próximo. diremos de passagem. inclui todas
que. se amarmos de verdade a Deus. nos será grato fazer somente as criaturas de Deus: os anjos e santos do céu (coisa fácil), as almas
o que for do seu agrado. do purgatório (coisa fácil ) , e todos os seres humanos vivos, inclu
l:vid..�ntemente, o que se infunde em nossa alma pelo Batismo sive os nossos inimigos (uf! ) .
t' a rirtude da caridade. E quando alcançamos o uso da razão, a E precisamente neste ponto tocamos o coração do cristianismo.
nossa tan:fa é fazer atos de amor. O poder de fazer tais atos de E precisamente aqui que nós encontramos a cruz, que provamos a
amor. fácil e sobrenaturalmente. nos é dado pelo Batismo. realidade o u a falsidade do nosso amor a Deus. É fácil amar a
Uma pessoa pode amar a Deus com amor natural. Ao contem família e os amigos. Não é muito duro amar utodo mundo" de
plar a bondade e a misericórdia divinas, os benefícios intermináveis uma maneira vaga e geral, mas querer bem (e rezar e estar disposto
que nos concede, podemos sentir-nos inclinados a amá-lo como se a ajudar) à pessoa do escritório contíguo que lhe passou uma ras
ama qualquer pessoa amável. Certamente, uma pessoa que não teve teira. à vizinha da frente que fala mal de você, ou aquele parente
ocasifto de ser batizada (ou que está em pecado mortal e nüo tem que conseguiu com artifícios a herança da tia Josefina, àquele crimi
p<>ssi bilidade de se confessar) não poderá salvar-se a não ser que noso que saiu nos jornais por ter violentado e morto uma menina
faça um ato de amor perfeito a Deus, Isto é, um ato de amor desin� de seis anos . . , se perdoá-los já é bastante duro, como será amá�Ios?
teressado: amar a Deus porque é infinitamente amáveL amar a Deus De fato, naturalmente falando, mio somos capazes de fazê-lo. Mas
�ô por Ele mesmo. Para um ato de amor assim, tamb0m necessita com a divina virtude da caridade, podemos; mais ainda, devemos
mos da ajuda divina sob a forma de graça atual, mas ainda assim fazê-lo, ou o nosso arnor a Deus será uma falsidade e uma ficçfw.
estamos em face de um amor natural.
Só pela habitação de Deus n a alma, pela graça sobrenatural a Mas tenhamos presente que o amor sobrenatural, seja a Deus
que chamamos graça santificante, é que nos tornamos capazes de ou ao nosso próximo, não tem que ser necessa riamente en-wtivo. O
um ato de amor sobrenatural a Deus. A razão pela qual o nosso ;Jmor sobrenatural reside principalmente na vontade, não nas emoM
amor se torna sobrenatural está em que rcafrnente é o próprio Deus çõcs. Podemos ter um profundo amor a Deus, conforme prova a
(;uern se ama a Si mesmo através de nós. Para csc1arecer isto, pode nossa fidelidade a Ele, e não senti-lo de modo especial. Amar a
mos servir-nos do exemplo de um filho que compra um presente de Deus significa simplesmente que estamos dispostos a qualquer coisa
aniversário para seu pai, e paga-o utilizando a conta de crédito do antes que ofendê-lo com um pçcado mortal. Da mesma maneira,
pai (com autorização deste) . Ou como a criança que escreve u m a podemos ter um sincero amor sobrenatural ao próximo, e no plano
<:nrta à mãe, com a própria mãe guiando a s u a mão inexperiente. natural sentirmos uma marcada repulsa por ele. Eu lhe perdôo, por
De modo semelhante, a vida divina em nós torna-nos capazes de amor a Deus, o mal que me fez? Rezo por ele e confio em que
amar a Deus adequadamente, proporcionadamente, com um amor alcance as graças necessárias para salvar-se? Estou disposto a aju
digno de Deus e também agradável a Deus, apesar de ser, de certo dá-lo se estiver em necessidade, apesar da minha natural resistência?
modo, o próprio Deus quem realiza a ação de amar. Se é assim, amo-o sobrenaturalmente. A virtude divina da caricade
opera no meu interior, e posso fazer atos de amor (que deveriam
Esta mesma virtude d a caridade (que acompanha sempre a ser frequentes cada dia) sem hipocrisia nem ficção.
graça santificante) torna possível amar o próximo com amor sobre
n atural. Amamos alguém não com um mero amor natural, pelo
_ MARAVILHAS I N TERIORES
sunples fato de ser uma pessoa agradável, por termos ambos a mes
ma índole, por nos darmos bem ou porque de alguma maneira essa
pessoa atrai a nossa simpatia. Este amor natural não é mau. mas Um jovem, a quem acabava de batizar, dizia-me pouco depois:
não hü nele nenhum mérito sobrenatural. Pela virtude divina da "Sabe, padre, não notei nenhuma das maravilhas que o senhor dizia
�aridade, tornamo-nos veiculo, instrumento pelo qual Deus, através que experimentaria ao batizar-me. Sinto um alívio especial em saber
de mJs, pode amar o nosso próximo. Nosso papel consiste simples que meus pecados foram perdoados e alegro-me de saber que sou
mente em oferecer-nos a Deus, em não levantar ohst�kulos ao fluxo filho de Deus e membro do Corpo Místico de Cristo, mas i;so da
do amor de Deus. Nosso papel consiste em ta bna vontndt: para habitação de Deus na alma, da graça santificante, mais as virtudes
\ I .I H ' \ ILHAS J,\ T E HIOHES l(L}
102
Ele. Onde houver caridade, estariio também as demais virtudes. l·om o próximo. por amor dt;: Deus, porque sabe-mos que é Isto o
"Ama a Deus c faz o que quiseres", disse um santo. É evidente que Deus quer. Nosso próximo. diremos de passagem. inclui todas
que. se amarmos de verdade a Deus. nos será grato fazer somente as criaturas de Deus: os anjos e santos do céu (coisa fácil), as almas
o que for do seu agrado. do purgatório (coisa fácil ) , e todos os seres humanos vivos, inclu
l:vid..�ntemente, o que se infunde em nossa alma pelo Batismo sive os nossos inimigos (uf! ) .
t' a rirtude da caridade. E quando alcançamos o uso da razão, a E precisamente neste ponto tocamos o coração do cristianismo.
nossa tan:fa é fazer atos de amor. O poder de fazer tais atos de E precisamente aqui que nós encontramos a cruz, que provamos a
amor. fácil e sobrenaturalmente. nos é dado pelo Batismo. realidade o u a falsidade do nosso amor a Deus. É fácil amar a
Uma pessoa pode amar a Deus com amor natural. Ao contem família e os amigos. Não é muito duro amar utodo mundo" de
plar a bondade e a misericórdia divinas, os benefícios intermináveis uma maneira vaga e geral, mas querer bem (e rezar e estar disposto
que nos concede, podemos sentir-nos inclinados a amá-lo como se a ajudar) à pessoa do escritório contíguo que lhe passou uma ras
ama qualquer pessoa amável. Certamente, uma pessoa que não teve teira. à vizinha da frente que fala mal de você, ou aquele parente
ocasifto de ser batizada (ou que está em pecado mortal e nüo tem que conseguiu com artifícios a herança da tia Josefina, àquele crimi
p<>ssi bilidade de se confessar) não poderá salvar-se a não ser que noso que saiu nos jornais por ter violentado e morto uma menina
faça um ato de amor perfeito a Deus, Isto é, um ato de amor desin� de seis anos . . , se perdoá-los já é bastante duro, como será amá�Ios?
teressado: amar a Deus porque é infinitamente amáveL amar a Deus De fato, naturalmente falando, mio somos capazes de fazê-lo. Mas
�ô por Ele mesmo. Para um ato de amor assim, tamb0m necessita com a divina virtude da caridade, podemos; mais ainda, devemos
mos da ajuda divina sob a forma de graça atual, mas ainda assim fazê-lo, ou o nosso arnor a Deus será uma falsidade e uma ficçfw.
estamos em face de um amor natural.
Só pela habitação de Deus n a alma, pela graça sobrenatural a Mas tenhamos presente que o amor sobrenatural, seja a Deus
que chamamos graça santificante, é que nos tornamos capazes de ou ao nosso próximo, não tem que ser necessa riamente en-wtivo. O
um ato de amor sobrenatural a Deus. A razão pela qual o nosso ;Jmor sobrenatural reside principalmente na vontade, não nas emoM
amor se torna sobrenatural está em que rcafrnente é o próprio Deus çõcs. Podemos ter um profundo amor a Deus, conforme prova a
(;uern se ama a Si mesmo através de nós. Para csc1arecer isto, pode nossa fidelidade a Ele, e não senti-lo de modo especial. Amar a
mos servir-nos do exemplo de um filho que compra um presente de Deus significa simplesmente que estamos dispostos a qualquer coisa
aniversário para seu pai, e paga-o utilizando a conta de crédito do antes que ofendê-lo com um pçcado mortal. Da mesma maneira,
pai (com autorização deste) . Ou como a criança que escreve u m a podemos ter um sincero amor sobrenatural ao próximo, e no plano
<:nrta à mãe, com a própria mãe guiando a s u a mão inexperiente. natural sentirmos uma marcada repulsa por ele. Eu lhe perdôo, por
De modo semelhante, a vida divina em nós torna-nos capazes de amor a Deus, o mal que me fez? Rezo por ele e confio em que
amar a Deus adequadamente, proporcionadamente, com um amor alcance as graças necessárias para salvar-se? Estou disposto a aju
digno de Deus e também agradável a Deus, apesar de ser, de certo dá-lo se estiver em necessidade, apesar da minha natural resistência?
modo, o próprio Deus quem realiza a ação de amar. Se é assim, amo-o sobrenaturalmente. A virtude divina da caricade
opera no meu interior, e posso fazer atos de amor (que deveriam
Esta mesma virtude d a caridade (que acompanha sempre a ser frequentes cada dia) sem hipocrisia nem ficção.
graça santificante) torna possível amar o próximo com amor sobre
n atural. Amamos alguém não com um mero amor natural, pelo
_ MARAVILHAS I N TERIORES
sunples fato de ser uma pessoa agradável, por termos ambos a mes
ma índole, por nos darmos bem ou porque de alguma maneira essa
pessoa atrai a nossa simpatia. Este amor natural não é mau. mas Um jovem, a quem acabava de batizar, dizia-me pouco depois:
não hü nele nenhum mérito sobrenatural. Pela virtude divina da "Sabe, padre, não notei nenhuma das maravilhas que o senhor dizia
�aridade, tornamo-nos veiculo, instrumento pelo qual Deus, através que experimentaria ao batizar-me. Sinto um alívio especial em saber
de mJs, pode amar o nosso próximo. Nosso papel consiste simples que meus pecados foram perdoados e alegro-me de saber que sou
mente em oferecer-nos a Deus, em não levantar ohst�kulos ao fluxo filho de Deus e membro do Corpo Místico de Cristo, mas i;so da
do amor de Deus. Nosso papel consiste em ta bna vontndt: para habitação de Deus na alma, da graça santificante, mais as virtudes
AS \'IRTUDF.S F. DO�S DO F.SPIRITO SANTO I LIR I I ILII.IS l�TERIORES 10.)
da fé, esperança e caridade. e os dons do Espírito Santo bem, goso. Sem o dom de conselho. o juízo humano é demasiado falível.
não os senti de maneira nenhuma". O dom de fortaloa mal requer comentários. Uma vida cristfl
E é assim. Nào sentimos nenhuma dessas coisas; pelo menos, tem de ser necessariamente. em algum grau. uma vida heróica. E
não é comum senti-las. A espantosa transformação que ocorre no �cmpre palpita nela o heroísmo oculto da conquista de si mesmo.
Batismo nüo se localiza no corpo - no cérebro, no sistema nervoso As vezes. pede-se-nos um heroísmo maior: quando fazer a vontade
ou nas emoções -, mas no mais íntimo do nosso ser, em nossa de Deus acarreta o riscn de perder amigos. bens ou saúde. Também
alma, fora do alcance da análise intelectual ou da reação emocionaL temos o heroísmo mais alto dos mártires. que sacrificaram a própria
Porém, se por um milagre pudéssemos dispor de umas lentes que vida por amor a Deus. N:!o é em vão que Deus robustece a nossa
nos permitissem ver a alma como é, quando está em graça santifi debilidade humana com seu dom de fortaleza.
cante e adornada de todos os dons sobrenaturais. tenho a certeza de O dom de ciência comunica-nos a faculdade de "saber fazer",
que andaríamos de um lado para outro como que em transe, des a destreza espiri tual. Torna-nos aptos para reconhecer o que nos é
lumbrados e em estado perpétuo de assombro, ao ver a superabun espiritualmente útil ou prejudicial. Está intimamente unido no dom
dância com que Deus nos equipa para enfrentarmos esta vida e nos de conselhn. Este nos move a escolher o útil c a repelir o nocivo.
prepara para a outra. mas. p;ua escolher. devemos antes conhecer. Por exemplo, se percebo
No riquíssimo dote que acompanha a graça santificante, estão que excessivas leituras frívolas estragam o meu gosto pelas coisas
incluídos os sete dons do Espírito Santo. Estes dons - sabedoria, espirituais. o dom de ciência ind uz-me a deixar de comprar tantas
entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus - puhlicações desse tipo, e inspira-me a começar uma leitura espiritual
são qualidades que se comunicam à alma e que a tornam sensível regular.
aos movimentos da graça e lhe facilitam a prática da virtude. Des O dom ele piedade é frequentemente mal entendido pelos que
pertam-nos a atenção para ouvirmos a silenciosa voz de Deus em a representam de mãos juntas. olhos baixos e orações intermináveis.
nosso interior, tornam-nos dóceis aos delicados toques da mão divina. A palavra ··piedade", no seu sentido originaL diz respeito à atitude
Poderíamos dizer que os dons do Espírito Santo são o "lubrificante" de u ma crian�a para com seus pais: uma combinação de amor. con
da alma, enquanto a graça é a energia. fianca c reverência. Se essa é a nossa disposição habitual para com
noss; ) Pai Deus. estamos vivendo o dom de piedade. O dom de
O primeiro dom é o da sabedoria, que nos dá o adequado sen piedade incita-nos a praticar a virtude, a manter uma atitude de
tido d e proporção para sabermos apreciar as coisas de Deus: damos L·onfiante intimidade com Deus.
ao bem e à virtude seu Verdadeiro valor, e encaramos os bens do Finalmente, o dom do Íemor de Deus, que equilibra o dom de
mundo como degraus para a santidade, não como fins em si. O pieJ.adc. É nlllito bom contemplarmos a Deus com olhos de amor,
homem que, por exemplo, perde o seu fim de semana para assistir ·,:onfian�a c tl"rna reverência. mas é também muito bom nunca esM
a um retiro espiritual, foi conduzido pelo dom da sabedoria, mesmo qucccr que Ele é o Juiz de justiça infinita, diante de quem um dia
que não o saiba. tncnws que responder pelas graças que nos concedeu. Esta lem
Depois vem o dom do entendimento. Dá-nos a percepção espi hranca nos darú um santo temor de ofendê-lo pelo pecado.
ritual necessária para entendermos as verdades da fé em consonância S ahedPria. entendimento. conselho. fortaleza, ciência, piedade e
com as nossas necessidades. Em igualdade de condições, um sacer h :mo r de Deus: são esses os auxiliares das graças, seus "lubrifican
dote prefere cem vezes explicar um ponto de doutrina a quem está lL's". São predisposições para a santidade que, junto com a graça
em graça santificante do que a alguém que esteja em pecado. O santificank. são infundidas em nossa alma pelo Batismo.
primeiro possui o dom do entendimento, e por isso compreenderá
Com muito mais rapidez o ponto em questão. Muitns dos catecismos que conheço enumeram "os doze frutos
O terceiro dom, o dom de conselho, aguça o nosso JUiZO. Com do Esríritn Santo": caridade. gozo. paz, paciência, benignidade, bonM
a sua ajuda, percebemos - e escolhemos - a decisão que será para dade. longanimidade. mansidão. fé, mod0stia, continência e castidade.
maior glória de Deus e nosso bem espiritual. Tomar em estado de \'las at� agora. e pela minha experiência. rara vez se faz mais do
pecado mortal uma decisão de importância, quer seja sobre a voca ljlle ml:ncionú-los de passagem nas aulas de instrução religiosa. E
ção, a profissão, os problemas familiares ou sobre qualquer outra ainda mai� raramente süo explicados em sermões.
matéria das que devemos enfrentar continuamente, é um passo peri- E 0: uma pena que seja assim. Se um professor de ciências
AS \'IRTUDF.S F. DO�S DO F.SPIRITO SANTO I LIR I I ILII.IS l�TERIORES 10.)
da fé, esperança e caridade. e os dons do Espírito Santo bem, goso. Sem o dom de conselho. o juízo humano é demasiado falível.
não os senti de maneira nenhuma". O dom de fortaloa mal requer comentários. Uma vida cristfl
E é assim. Nào sentimos nenhuma dessas coisas; pelo menos, tem de ser necessariamente. em algum grau. uma vida heróica. E
não é comum senti-las. A espantosa transformação que ocorre no �cmpre palpita nela o heroísmo oculto da conquista de si mesmo.
Batismo nüo se localiza no corpo - no cérebro, no sistema nervoso As vezes. pede-se-nos um heroísmo maior: quando fazer a vontade
ou nas emoções -, mas no mais íntimo do nosso ser, em nossa de Deus acarreta o riscn de perder amigos. bens ou saúde. Também
alma, fora do alcance da análise intelectual ou da reação emocionaL temos o heroísmo mais alto dos mártires. que sacrificaram a própria
Porém, se por um milagre pudéssemos dispor de umas lentes que vida por amor a Deus. N:!o é em vão que Deus robustece a nossa
nos permitissem ver a alma como é, quando está em graça santifi debilidade humana com seu dom de fortaleza.
cante e adornada de todos os dons sobrenaturais. tenho a certeza de O dom de ciência comunica-nos a faculdade de "saber fazer",
que andaríamos de um lado para outro como que em transe, des a destreza espiri tual. Torna-nos aptos para reconhecer o que nos é
lumbrados e em estado perpétuo de assombro, ao ver a superabun espiritualmente útil ou prejudicial. Está intimamente unido no dom
dância com que Deus nos equipa para enfrentarmos esta vida e nos de conselhn. Este nos move a escolher o útil c a repelir o nocivo.
prepara para a outra. mas. p;ua escolher. devemos antes conhecer. Por exemplo, se percebo
No riquíssimo dote que acompanha a graça santificante, estão que excessivas leituras frívolas estragam o meu gosto pelas coisas
incluídos os sete dons do Espírito Santo. Estes dons - sabedoria, espirituais. o dom de ciência ind uz-me a deixar de comprar tantas
entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus - puhlicações desse tipo, e inspira-me a começar uma leitura espiritual
são qualidades que se comunicam à alma e que a tornam sensível regular.
aos movimentos da graça e lhe facilitam a prática da virtude. Des O dom ele piedade é frequentemente mal entendido pelos que
pertam-nos a atenção para ouvirmos a silenciosa voz de Deus em a representam de mãos juntas. olhos baixos e orações intermináveis.
nosso interior, tornam-nos dóceis aos delicados toques da mão divina. A palavra ··piedade", no seu sentido originaL diz respeito à atitude
Poderíamos dizer que os dons do Espírito Santo são o "lubrificante" de u ma crian�a para com seus pais: uma combinação de amor. con
da alma, enquanto a graça é a energia. fianca c reverência. Se essa é a nossa disposição habitual para com
noss; ) Pai Deus. estamos vivendo o dom de piedade. O dom de
O primeiro dom é o da sabedoria, que nos dá o adequado sen piedade incita-nos a praticar a virtude, a manter uma atitude de
tido d e proporção para sabermos apreciar as coisas de Deus: damos L·onfiante intimidade com Deus.
ao bem e à virtude seu Verdadeiro valor, e encaramos os bens do Finalmente, o dom do Íemor de Deus, que equilibra o dom de
mundo como degraus para a santidade, não como fins em si. O pieJ.adc. É nlllito bom contemplarmos a Deus com olhos de amor,
homem que, por exemplo, perde o seu fim de semana para assistir ·,:onfian�a c tl"rna reverência. mas é também muito bom nunca esM
a um retiro espiritual, foi conduzido pelo dom da sabedoria, mesmo qucccr que Ele é o Juiz de justiça infinita, diante de quem um dia
que não o saiba. tncnws que responder pelas graças que nos concedeu. Esta lem
Depois vem o dom do entendimento. Dá-nos a percepção espi hranca nos darú um santo temor de ofendê-lo pelo pecado.
ritual necessária para entendermos as verdades da fé em consonância S ahedPria. entendimento. conselho. fortaleza, ciência, piedade e
com as nossas necessidades. Em igualdade de condições, um sacer h :mo r de Deus: são esses os auxiliares das graças, seus "lubrifican
dote prefere cem vezes explicar um ponto de doutrina a quem está lL's". São predisposições para a santidade que, junto com a graça
em graça santificante do que a alguém que esteja em pecado. O santificank. são infundidas em nossa alma pelo Batismo.
primeiro possui o dom do entendimento, e por isso compreenderá
Com muito mais rapidez o ponto em questão. Muitns dos catecismos que conheço enumeram "os doze frutos
O terceiro dom, o dom de conselho, aguça o nosso JUiZO. Com do Esríritn Santo": caridade. gozo. paz, paciência, benignidade, bonM
a sua ajuda, percebemos - e escolhemos - a decisão que será para dade. longanimidade. mansidão. fé, mod0stia, continência e castidade.
maior glória de Deus e nosso bem espiritual. Tomar em estado de \'las at� agora. e pela minha experiência. rara vez se faz mais do
pecado mortal uma decisão de importância, quer seja sobre a voca ljlle ml:ncionú-los de passagem nas aulas de instrução religiosa. E
ção, a profissão, os problemas familiares ou sobre qualquer outra ainda mai� raramente süo explicados em sermões.
matéria das que devemos enfrentar continuamente, é um passo peri- E 0: uma pena que seja assim. Se um professor de ciências
) ( )() .-\S \ JJUT J ) L'-, E I H )'\\ ) )( ) E S I ' i H IT O ..., A:\TO \ .._, \ " I H i l ' J JI-:.<.., \ I O H \ l. 'i 1 1 1-:-
come15a a explicar na aula a macieira, dcsnevcrá nmuralm..:ntc as mnclmcntc generosa com Deus. :-.em prnntrar a atitude mais cúmoda.
raízes e o tronco. c dirá que o sol e a umidade a faz<?m crescer. E a hondadc.
�'VIa s n<"to lhe ocorrerá terminar a sua c\plicação t:om esta brusca !\" ;to se revolta com o infonúnio e o fracasso. com a Jocn.;a c
afirmaçf10: "E esta é a úrvore que dá maçãs.'' Considerará a des� a Jor. D.:sconhecc a auto�compaixü�l: kvantará ao céu os olhos
aição do fruto como urna parte importante da sua explicação didá� cheios de lágrimas. mas nunca cheios de n:vo\ta. É a longanimidade.
tl ca. Do mesmo modo, 0 ilógico falar da gra-;a santificanle, das É delicada c estú cheia de recursos. Entrega�se totalmente a
\'irttJdcs e dons que a acompanham, e fazer uma referência casual qualquer tarefa que surja. mas sem a menor sombra da agrcssividadc
aos resultados, que silo, precisamente. os frutos do Espírito Santo: do ambicioso. Nunca procura dominar os outros. Sabe raciocinar
frutos exteriores da vida interior. produto externo da habi tação do com persuasão, mas jamais chega à disputa. É a mansidJo.
Cspírito. Scntcwse orgulhosa de ser membro do Corpo Místico de Cristo,
Util izando outra figura, poderíamos dizer que os doze frutos são mas nüo pretende coagir os outros nem fazê�los engolir a sua rc\i w
a s grandes pinceladas que perfilam o retrato do cristão autêntico. giüo. Por outro lado, menos ainda sente respeitos humanos por �uas
Tal vez o mais simples seja ver como é esse retrato. como é a pessoa convicções. Nfto oculta a sua piedade, e defende a verdade com
que vive habitualmente em graça santificante c procura com persc� prontidão, quando esta é atacada na sua presença: a religiüo é para
vcrançn subordinar o seu ser à ação da graça. ela o mais importante da vida. É a fé.
Antes de mais nada, essa pessoa é generosa. Vê Cristo no seu Seu amor a Jesus Cristo a faz estremecer ante a idéia de atuar
pn)ximo. c invariavelmente o trata com considcraçtm. L'Stú sempre como cúmplice do diabO , de ser ocasião de pecado para alguém. No
di ...,posta a ajudú�lo. mesmo à custa de transtornos e aborrecimentos. seu comportamento, modo de vestir c linguagem, há u m a decência
I É a caridade. '1 que a faz - a ela ou a ele - fortalecer a virtude dos outros, jamais
I
i�
Depois, é uma pessoa alegre e otimisla. Parece irradiar um rcs� cnfraquecC:-la. É a modéstia.
plcndor interior que a faz ser notada em qualquer rcunii\o. Quando E uma pessna moderada, com as paixlJes firmemente controladas
li
cstú presentl'. 0 como se o sol brilh asse com um pouco mais de luz: pela razüo e pela graça. Nf1o está mn dia no auge da exalta\ão. c.
a gente sorri com mais facilidade. fala com maior delicaclaa. É o no dia seguinte, em abismos de depressão. Quer coma nu heha.
gozo. trabalhe ou se divirta. em tudo mostra um domínio admirúvel de
É uma pessoa serena e tranquila. Os psicólogos diriam dela sJ. É a continência.
q ut.:: tem uma "personalidade equilibrada''. Sua fronte poderá franzir Sente uma grande reverência pela faculdade de procriar qw.:
�se com prencupaçües. mas nunca por uma aflição ou angústia. É Deus lhe deu, perante o fato de Deus ter querido compartilhar seu
um tipo equânime, a pessoa idônea a quem se recorre em casos de poder criador com os homens. Vê o sexo como algo precioso c
emergência. É a paz. sagrado, tlm vínculo de união, para ser usado unicamente dentro
Nftn se irrita facilmente; nüo guarda rancor pelas oknsas. n:""i {� do ümhitn matrimonial e para os fins estabelecidos por Deus: nunca
se perturha nem fica desapontada quando as coisas lhe correm mal como divertime·nto ou como fonte de prazer egoísta. É a castidade.
ou as pessoas se comportam mesquinhamente. Poderú fracas..., a r seis E aqui temos o retrato do homem e d a mulher cristãos: cari
vezes. c recomeçará a sétima sem ranger os dentes 11cm L" tdp<lr a Jadl', gozo. paz, paciência, benignidade, bondade, longanimidade,
sua sorte. É a paciência. mansidüo, fé, modéstia, continência e castidade. Podemos conferir o
É amáveL Todos a procuram em seus problemas. e encontram nosso perfil com o do retrato. e ver onde nos separamos dele.
nela o confidente sinceraml'ntc i n teressado. saindo aliviados pelo sim
ples fato de terem cnnversado com ela; tem uma l\lnsidcrJ\<"ío cspt.::
cial pelas crian�.,;as e anc i;!ns. pelos aflitos e atrihuladns. Ê él hL' AS VIRTUDES MORAIS
nignidade.
Defende com firmeza a verdade c o direito, mesmo que todos a Um axioma da vida espiritual diz que a gra\a aperfeiçoa a natu�
deixem só. Nüo está orgulhosa de si própria nem julga os outros: reza, o que significa que, quando Deus nos dá a sua graça, não
é lenta em criticar e mais ainda em condenar; suporta a ignorúncia aniquila antes a nossa natureza humana para colocar a graça em
e as fraquezas dos outros. mas jamais compromete as suas cnnvic� seu lugar. Deus acrescenta a sua graça ao que já somos. Os efeitos
ções, jamais contl'mporiza t:om o mal. Em sua vida interior. � inva- da graça em nós, o uso que dela fizermos, está condicionado em
) ( )() .-\S \ JJUT J ) L'-, E I H )'\\ ) )( ) E S I ' i H IT O ..., A:\TO \ .._, \ " I H i l ' J JI-:.<.., \ I O H \ l. 'i 1 1 1-:-
come15a a explicar na aula a macieira, dcsnevcrá nmuralm..:ntc as mnclmcntc generosa com Deus. :-.em prnntrar a atitude mais cúmoda.
raízes e o tronco. c dirá que o sol e a umidade a faz<?m crescer. E a hondadc.
�'VIa s n<"to lhe ocorrerá terminar a sua c\plicação t:om esta brusca !\" ;to se revolta com o infonúnio e o fracasso. com a Jocn.;a c
afirmaçf10: "E esta é a úrvore que dá maçãs.'' Considerará a des� a Jor. D.:sconhecc a auto�compaixü�l: kvantará ao céu os olhos
aição do fruto como urna parte importante da sua explicação didá� cheios de lágrimas. mas nunca cheios de n:vo\ta. É a longanimidade.
tl ca. Do mesmo modo, 0 ilógico falar da gra-;a santificanle, das É delicada c estú cheia de recursos. Entrega�se totalmente a
\'irttJdcs e dons que a acompanham, e fazer uma referência casual qualquer tarefa que surja. mas sem a menor sombra da agrcssividadc
aos resultados, que silo, precisamente. os frutos do Espírito Santo: do ambicioso. Nunca procura dominar os outros. Sabe raciocinar
frutos exteriores da vida interior. produto externo da habi tação do com persuasão, mas jamais chega à disputa. É a mansidJo.
Cspírito. Scntcwse orgulhosa de ser membro do Corpo Místico de Cristo,
Util izando outra figura, poderíamos dizer que os doze frutos são mas nüo pretende coagir os outros nem fazê�los engolir a sua rc\i w
a s grandes pinceladas que perfilam o retrato do cristão autêntico. giüo. Por outro lado, menos ainda sente respeitos humanos por �uas
Tal vez o mais simples seja ver como é esse retrato. como é a pessoa convicções. Nfto oculta a sua piedade, e defende a verdade com
que vive habitualmente em graça santificante c procura com persc� prontidão, quando esta é atacada na sua presença: a religiüo é para
vcrançn subordinar o seu ser à ação da graça. ela o mais importante da vida. É a fé.
Antes de mais nada, essa pessoa é generosa. Vê Cristo no seu Seu amor a Jesus Cristo a faz estremecer ante a idéia de atuar
pn)ximo. c invariavelmente o trata com considcraçtm. L'Stú sempre como cúmplice do diabO , de ser ocasião de pecado para alguém. No
di ...,posta a ajudú�lo. mesmo à custa de transtornos e aborrecimentos. seu comportamento, modo de vestir c linguagem, há u m a decência
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Depois, é uma pessoa alegre e otimisla. Parece irradiar um rcs� cnfraquecC:-la. É a modéstia.
plcndor interior que a faz ser notada em qualquer rcunii\o. Quando E uma pessna moderada, com as paixlJes firmemente controladas
li
cstú presentl'. 0 como se o sol brilh asse com um pouco mais de luz: pela razüo e pela graça. Nf1o está mn dia no auge da exalta\ão. c.
a gente sorri com mais facilidade. fala com maior delicaclaa. É o no dia seguinte, em abismos de depressão. Quer coma nu heha.
gozo. trabalhe ou se divirta. em tudo mostra um domínio admirúvel de
É uma pessoa serena e tranquila. Os psicólogos diriam dela sJ. É a continência.
q ut.:: tem uma "personalidade equilibrada''. Sua fronte poderá franzir Sente uma grande reverência pela faculdade de procriar qw.:
�se com prencupaçües. mas nunca por uma aflição ou angústia. É Deus lhe deu, perante o fato de Deus ter querido compartilhar seu
um tipo equânime, a pessoa idônea a quem se recorre em casos de poder criador com os homens. Vê o sexo como algo precioso c
emergência. É a paz. sagrado, tlm vínculo de união, para ser usado unicamente dentro
Nftn se irrita facilmente; nüo guarda rancor pelas oknsas. n:""i {� do ümhitn matrimonial e para os fins estabelecidos por Deus: nunca
se perturha nem fica desapontada quando as coisas lhe correm mal como divertime·nto ou como fonte de prazer egoísta. É a castidade.
ou as pessoas se comportam mesquinhamente. Poderú fracas..., a r seis E aqui temos o retrato do homem e d a mulher cristãos: cari
vezes. c recomeçará a sétima sem ranger os dentes 11cm L" tdp<lr a Jadl', gozo. paz, paciência, benignidade, bondade, longanimidade,
sua sorte. É a paciência. mansidüo, fé, modéstia, continência e castidade. Podemos conferir o
É amáveL Todos a procuram em seus problemas. e encontram nosso perfil com o do retrato. e ver onde nos separamos dele.
nela o confidente sinceraml'ntc i n teressado. saindo aliviados pelo sim
ples fato de terem cnnversado com ela; tem uma l\lnsidcrJ\<"ío cspt.::
cial pelas crian�.,;as e anc i;!ns. pelos aflitos e atrihuladns. Ê él hL' AS VIRTUDES MORAIS
nignidade.
Defende com firmeza a verdade c o direito, mesmo que todos a Um axioma da vida espiritual diz que a gra\a aperfeiçoa a natu�
deixem só. Nüo está orgulhosa de si própria nem julga os outros: reza, o que significa que, quando Deus nos dá a sua graça, não
é lenta em criticar e mais ainda em condenar; suporta a ignorúncia aniquila antes a nossa natureza humana para colocar a graça em
e as fraquezas dos outros. mas jamais compromete as suas cnnvic� seu lugar. Deus acrescenta a sua graça ao que já somos. Os efeitos
ções, jamais contl'mporiza t:om o mal. Em sua vida interior. � inva- da graça em nós, o uso que dela fizermos, está condicionado em
l OS AS YlRTl'DES E DO'IS DO ES I'!RTTO S.\'.;TO .IS VIRTl'DES �!ORAIS 109
grande parte pela nossa constituição pessoal: física. mental c emo os direitos dos nossos semelhantes à vida e à liberdade, à santidade
cional. A graça não faz de um idiota um gênio. nem endireita aç; do lar, ao bom nome e à honra. aos bens materiais. Um dos obstá
costas do corcunda, nem normalmente transforma um neunlticn num:1 culos à justiça que salta à vista � o preconceito de cor. raça, nacio
pessoa equilibrada. nalidade ou religião, que nega ao homem os seus direitos humano�
Portanto, cada um de nós tem a responsabilidade de fazer tudo ou dificulta o seu exercício. Outro obstáculo pode ser a mesquinhez
o que estiver ao seu alcance para tirar os obstáculos ü açüo da gra\a. natural, que é um defeito resultante talvez de uma infância cheia de
Não falamos aqui de obstáculos morais. como o pecado ou o egoís pnvações. É nosso dever tirar estas barreiras, se queremos que a
mo, cuja ação nociva à graça t.': evidente. Referimo-nos agora ao virtude sobrenatural da justiça atue com plenitude em nosso interior.
que poderíamos chamar obstúculos naturais, como a 1gnorfmcia. os A fortaleza. terceira virtude cardeal, 111clina-nos a fazer o bem
defeitos do caráter c os maus hábitos adquiridos. É claro que é um apesar das dificuldades. A perfeição da fortaleza revela-se nos már
obstáculo à graça reduzirmos o nosso panorama intelectual a jornais tires. que preferem morrer a pecar. Poucos de nús teremos que en
<1ll revistas populares; que a nossa agrcssividadc, se nos conduz fa frentar uma decisão que requeira tal grau de heroísmo. Mas a
cilmente à ira, é outro obstáculo à graça: que também süo obstáculo virtude da fortaleza nüo poderá atuar, nem mesmo nas pequenas
à graça a nossa moleza e a falta de pontualidade. na medida em situaçôcs que exijam valor, se não tirarmos as b�urci '":"S kvantada�
que. por causan:rn inconvenientes aos outros. supõem uma falta de por um conformismo exagerado, pelo desejo de não aparecer, de ser
caridade. "da multidão". Estas barreiras são o temor irracional à opm1ao
Estas con�i�kraçôt;s são especialmente oportunas quando se es pública (a que chamamos respeitos humanos) , o medo de sermos
tudam as virtudes morais. Por virtudes morais. distintas das teoln� niticados. menosprezados ou, pior ainda. ridicularizados.
gais, entendemos as virtudes que nos inclinam a levar uma vida A quarta virtude cardeal é a temperança, que nos ajuda a do
moral ou boa. ajudando-nos a tratar as pessoas c as coisas com reti minar os nossos desejos c. em especial. a usar dignamente das coisas
dão. quer diz�r. de acordo com a vontade de Deus. Possuímos estas que agradam aos sentidos. A temperança é necessária especialmente
virtudl's na sua rorma sobrenatural quando estamos em graça santi para moderar o uso dos alimentos e bebidas, para regular o prazer
ficantc, pois esta nos dá certa prcdisposiçào. certa facilidade para a sexual n a vida de casado. A virtude da temperança não suprime
sua prática, juntamente com o mérito sobrenatural correspondente :1 a lra�ão pelo álcool: por isso. para alguns. a única temperança '.'Cr
ao seu exercício. Esta facilidade é semelhante à que uma criafl(;a dadcira será a abstinência. A temperança não elimina os desejos.
adquire, ao chegar a certa idade. para ler e escrever. A criança mas regula�os. Neste caso, tirar obstáculos consistirá principalmenh.·
ainda não possui a técnica da leitura e da escrita, mas o organismo L'll1 evitar as circunstâncias que poderiam despertar desejos que, em
jú está preparado: a faculdade já está ali. L·nnsciência. não podem ser satisfeitos.
Além das quatro virtudes cardeais, existem outras virtudes mn
Talvez se compreenda melhor o que acabamos de dizer se exa nus. Só mencionaremos algumas e, se formos sinceros conosco mes
minarmos mais em detalhe algumas das virtudes morais. Sabemos mos. cada um descobrirá o seu obstáculo pessoaL Temos a piedade
que as quatro principais virtudes morais são aquelas a que chama filial (e, por extensão, o patriotismo), que nos leva a honrar. amar
mos cardeais: prudência, justiça, fortaleza e temperança. c respeitar os nossos pais c a pátria. Temos a obediência. que no�
Prudência é a faculdade de julgar retamcnte. Uma pessoa tem kva a cumprir a vontade dos superiores como manifesta(\ão da von
peramentalmente impulsiva, propensa a ações precipitadas, a juízos tade de Deus. Temos a veracidade. a liberalidade, a paciência, a
instantâneos, terá de enfrentar a tarefa de tirar essas barreiras humildade. a castidade. c muitas mais. Mas. em princípio. se formos
para que a virtude da prudência possa atuar nda efetivamente. É prudentes, justos. fortes e temperados. essas outras virtudes nos acom
também evidente que. em qualquer circunstância, o conhecimento e panharão necessariamente, como os filhos pequenos acompanham o
a experiência pessoais facilitam o exercício desta virtude. Uma crian pai e a mãe.
ça possui a virtude da prudência em germe: por isso, em assuntos
relativos ao mundo dos adultos. nüo se pode esperar dela 4ue faça O que significa, pois, ter ''espírito cristão"? Não é uma expres
juízos prudentes, porque carece de conhecimento e experiência. são fácil de definir. Significa, evidentemente. 1cr o espírito de Cristo,
A segunda virtude cardeal é a justiça, que aperfeiçoa a nossa o que, por sua vez. quer dizer ver o mundo como Cristo o vê; reagir
vontade (como a prud�ncia aperfeiçoa a inteligência ) e salvaguarda ante as circunstâncias da vida como Cristo reagiria. O genuíno espí-
l OS AS YlRTl'DES E DO'IS DO ES I'!RTTO S.\'.;TO .IS VIRTl'DES �!ORAIS 109
grande parte pela nossa constituição pessoal: física. mental c emo os direitos dos nossos semelhantes à vida e à liberdade, à santidade
cional. A graça não faz de um idiota um gênio. nem endireita aç; do lar, ao bom nome e à honra. aos bens materiais. Um dos obstá
costas do corcunda, nem normalmente transforma um neunlticn num:1 culos à justiça que salta à vista � o preconceito de cor. raça, nacio
pessoa equilibrada. nalidade ou religião, que nega ao homem os seus direitos humano�
Portanto, cada um de nós tem a responsabilidade de fazer tudo ou dificulta o seu exercício. Outro obstáculo pode ser a mesquinhez
o que estiver ao seu alcance para tirar os obstáculos ü açüo da gra\a. natural, que é um defeito resultante talvez de uma infância cheia de
Não falamos aqui de obstáculos morais. como o pecado ou o egoís pnvações. É nosso dever tirar estas barreiras, se queremos que a
mo, cuja ação nociva à graça t.': evidente. Referimo-nos agora ao virtude sobrenatural da justiça atue com plenitude em nosso interior.
que poderíamos chamar obstúculos naturais, como a 1gnorfmcia. os A fortaleza. terceira virtude cardeal, 111clina-nos a fazer o bem
defeitos do caráter c os maus hábitos adquiridos. É claro que é um apesar das dificuldades. A perfeição da fortaleza revela-se nos már
obstáculo à graça reduzirmos o nosso panorama intelectual a jornais tires. que preferem morrer a pecar. Poucos de nús teremos que en
<1ll revistas populares; que a nossa agrcssividadc, se nos conduz fa frentar uma decisão que requeira tal grau de heroísmo. Mas a
cilmente à ira, é outro obstáculo à graça: que também süo obstáculo virtude da fortaleza nüo poderá atuar, nem mesmo nas pequenas
à graça a nossa moleza e a falta de pontualidade. na medida em situaçôcs que exijam valor, se não tirarmos as b�urci '":"S kvantada�
que. por causan:rn inconvenientes aos outros. supõem uma falta de por um conformismo exagerado, pelo desejo de não aparecer, de ser
caridade. "da multidão". Estas barreiras são o temor irracional à opm1ao
Estas con�i�kraçôt;s são especialmente oportunas quando se es pública (a que chamamos respeitos humanos) , o medo de sermos
tudam as virtudes morais. Por virtudes morais. distintas das teoln� niticados. menosprezados ou, pior ainda. ridicularizados.
gais, entendemos as virtudes que nos inclinam a levar uma vida A quarta virtude cardeal é a temperança, que nos ajuda a do
moral ou boa. ajudando-nos a tratar as pessoas c as coisas com reti minar os nossos desejos c. em especial. a usar dignamente das coisas
dão. quer diz�r. de acordo com a vontade de Deus. Possuímos estas que agradam aos sentidos. A temperança é necessária especialmente
virtudl's na sua rorma sobrenatural quando estamos em graça santi para moderar o uso dos alimentos e bebidas, para regular o prazer
ficantc, pois esta nos dá certa prcdisposiçào. certa facilidade para a sexual n a vida de casado. A virtude da temperança não suprime
sua prática, juntamente com o mérito sobrenatural correspondente :1 a lra�ão pelo álcool: por isso. para alguns. a única temperança '.'Cr
ao seu exercício. Esta facilidade é semelhante à que uma criafl(;a dadcira será a abstinência. A temperança não elimina os desejos.
adquire, ao chegar a certa idade. para ler e escrever. A criança mas regula�os. Neste caso, tirar obstáculos consistirá principalmenh.·
ainda não possui a técnica da leitura e da escrita, mas o organismo L'll1 evitar as circunstâncias que poderiam despertar desejos que, em
jú está preparado: a faculdade já está ali. L·nnsciência. não podem ser satisfeitos.
Além das quatro virtudes cardeais, existem outras virtudes mn
Talvez se compreenda melhor o que acabamos de dizer se exa nus. Só mencionaremos algumas e, se formos sinceros conosco mes
minarmos mais em detalhe algumas das virtudes morais. Sabemos mos. cada um descobrirá o seu obstáculo pessoaL Temos a piedade
que as quatro principais virtudes morais são aquelas a que chama filial (e, por extensão, o patriotismo), que nos leva a honrar. amar
mos cardeais: prudência, justiça, fortaleza e temperança. c respeitar os nossos pais c a pátria. Temos a obediência. que no�
Prudência é a faculdade de julgar retamcnte. Uma pessoa tem kva a cumprir a vontade dos superiores como manifesta(\ão da von
peramentalmente impulsiva, propensa a ações precipitadas, a juízos tade de Deus. Temos a veracidade. a liberalidade, a paciência, a
instantâneos, terá de enfrentar a tarefa de tirar essas barreiras humildade. a castidade. c muitas mais. Mas. em princípio. se formos
para que a virtude da prudência possa atuar nda efetivamente. É prudentes, justos. fortes e temperados. essas outras virtudes nos acom
também evidente que. em qualquer circunstância, o conhecimento e panharão necessariamente, como os filhos pequenos acompanham o
a experiência pessoais facilitam o exercício desta virtude. Uma crian pai e a mãe.
ça possui a virtude da prudência em germe: por isso, em assuntos
relativos ao mundo dos adultos. nüo se pode esperar dela 4ue faça O que significa, pois, ter ''espírito cristão"? Não é uma expres
juízos prudentes, porque carece de conhecimento e experiência. são fácil de definir. Significa, evidentemente. 1cr o espírito de Cristo,
A segunda virtude cardeal é a justiça, que aperfeiçoa a nossa o que, por sua vez. quer dizer ver o mundo como Cristo o vê; reagir
vontade (como a prud�ncia aperfeiçoa a inteligência ) e salvaguarda ante as circunstâncias da vida como Cristo reagiria. O genuíno espí-
lOS AS \"IRTC'IJES E IlO"S IJO ESPIRITO SA"TO .\S \"IRTl'IJES �!ORAIS 109
grande parte pela nossa constituição pessoal: física. mental e emo os direitos dos nossos semelhantes à vida e à liberdade, à santidade
cional. A graça não faz de um idiota um gênio. nem endireita a.;; do lar, ao bom nome e à honra. aos bens materiais. Um dos obstá
L·nstas do corcunda. nem normalmente transforma um neurútic0 numa L'ulos à justi�a que salta ü vista é o preconceito de cor, raça. nacio
pessoa equilibrada. nalidade ou religiüo. que nega ao homem os seus direitos humanos.
Portanto, cada um de nós tem a responsabilidade de fazer tudo ou dificulta o seu exercício. Outro obstáculo pode ser a mesquinhez
o que estiver ao seu alcance para tirar os obstáculos à açüo da graça. natural, que é um defeito resultante talvez de uma infância cheia de
Não falamos aqui de obstáculos morais. como o pecado ou o egoís privações. É nosso dever tirar estas barreiras. se queremos que a
mo. cuja ação nociva à graça é evidente. Referimo-nos agora ao virtude sobrenatural da justiça atue com plenitude em nosso interior.
que poderíamos chamar obstúculos naturais, como a Ignorfmcia. os A fortakza. terceira virtude cardeal, lllclina-nos a fazer o bem
defeitos do caráter e os maus húbitos adquiridos. í:: claro que é um apesar das dificuldades. A perfeição da fortaleza revela-se nos már
obstáculo à graça reduzirmos o nosso panorama intelectual a jornais tires. que preferem morrer a pecar. Poucos de nós teremos que en�
ou revistas populares; que a nossa agressividade, se nos conduz fa frcntar uma decisão que requeira tal grau de heroísmo. Mas a
cilmente à ira, � outro obstáculo à graça; que também süo obstáculo virtude da fortaleza nfto poderá atuar. nem mesmo nas pequena-;
à graça a nossa moleza e a falta de pontualidade. na medida em situa�·ões que exijam valor. se não tirarmos as harrci'":'s kvantadas
que, por causarem inconvenientes aos outros. supõem uma falta de por um conformismo exagerado. pelo desejo de não aparecer. de ser
caridade. ''da multidào". Estas barreiras são o temor irracional à optmao
Eslas cnn�ickra�ô�s são especialmente oportunas quando se es rúhlica (a que chamamos respeitos humanos ) . o medo de sermos
tudam as virtudes morais. Por virtudes morais. distintas das teolo criticados. menosprezados ou. pior ainda. ridicularizados.
gais, entendemos as virtudes que nos inclinam a levar uma vida A quarta virtude cardeal é a temperança. que nos ajuda a do
moral ou boa, ajudando-nos a tratar as pessoas c as coisas com reti minar PS nossos desejos e. em especiaL a usar dignamente das coisas
dão. quer dizer. de acordo com a vontade de Deus. Possuímos estas que agradam aos sentidos. A temperança é necessária especialmente
vn-nHks na sua forma sobrenatural quando estamos em graça :santi para moderar o uso dos alimentos e bebidas. para regular o prazer
ficante, pois esta nos dá certa predisposiçào, certa facilidade para a sexual na vida de casado. A virtude da temperança não suprime
sua prática. juntamente com o mérito sobrenatural correspondente : 1 atra-;üo pelo álcool: por isso. para alguns. a única temperança ver
ao seu cxerc!CIO. Esta facilidade é semelhante à que uma criam,;a dadeira será a abstinência. A temperança não elimina os desejos.
adquire, ao chegar a certa idade, para ler e escrever. A criança m;ts regula-os. Neste caso, tirar obstáculos consistirá principalment...·
ainda não possui a técnica da leitura e da escrita. mas o orgamsmo em evitar as circunstâncias que poderiam despertar desejos que. em
jú está preparado: a faculdade já está ali. ctlnsciência. não podem ser satisfeitos.
Além das quatro virtudes cardeais, existem outras virtudes mn
Talvez se compreenda melhor o que acabamos de dizer se exa rais. Só mencionaremos algumas e. se formos sinceros conosco mes
minarmos mais em detalhe algumas das virtudes morais. Sabemos mos. cada um descobrirá o seu obstáculo pessoal. Temos a piedade
4ue as quatro principais virtudes morais são aquelas a que chama filial (e, por extensão. o patriotismo) , que nos leva a honrar. amar
mos cardeais: prudência, justiça, fortaleza e temperança. c respeitar os nossos pais e a pátria. Temos a obediência. que no�
Prudência é a faculdade de julgar retamente. Uma pessoa tem h.:va a cumprir a vontade dos superiores como manifestação da von
peramentalmente impulsiva, propensa a ações precipitadas, a juízos tade de Deus. Temos a veracidade. a liberalidade. a paciência. a
instantâneos, terá de enfrentar a tarefa de tirar essas barreiras humildade. a castidade. c muitas mais. Mas. em princípio. se formos
para que a virtude da prudência possa atuar nela cfctivamcnk. É prudentes. justos. fortes e temperados. essas outras virtudes nos acom
também evidente que. em qualquer circunstância. o conhecimento c panharão necessariamente, como os filhos pequenos acompanham o
a experiência pessoais facilitam o exercício desta virtude. Uma crian pai e a mãe.
ça possui a virtude da prudência em germe: por isso. em assuntos
relativos ao mundo dos adultos. não se pode esperar dela que faça O que significa, pois, ter "espírito cristão"? Não e uma expres
juízos prudentes, porque carece de conhecimento e experiência. são fácil de definir. Significa, evidentemente, ter o espírito de Cristo.
A segunda virtude cardeal é a justiça. que ::�perfeiçoa a nossa o que, por sua vez. quer dizer ver o mundo como Cristo o vê: reagir
vontade (como a prudência aperfeiçoa a inteligência ) e salvaguarda ante as circunstâncias da vida como Cristo reagiria. O genuíno espí-
lOS AS \"IRTC'IJES E IlO"S IJO ESPIRITO SA"TO .\S \"IRTl'IJES �!ORAIS 109
grande parte pela nossa constituição pessoal: física. mental e emo os direitos dos nossos semelhantes à vida e à liberdade, à santidade
cional. A graça não faz de um idiota um gênio. nem endireita a.;; do lar, ao bom nome e à honra. aos bens materiais. Um dos obstá
L·nstas do corcunda. nem normalmente transforma um neurútic0 numa L'ulos à justi�a que salta ü vista é o preconceito de cor, raça. nacio
pessoa equilibrada. nalidade ou religiüo. que nega ao homem os seus direitos humanos.
Portanto, cada um de nós tem a responsabilidade de fazer tudo ou dificulta o seu exercício. Outro obstáculo pode ser a mesquinhez
o que estiver ao seu alcance para tirar os obstáculos à açüo da graça. natural, que é um defeito resultante talvez de uma infância cheia de
Não falamos aqui de obstáculos morais. como o pecado ou o egoís privações. É nosso dever tirar estas barreiras. se queremos que a
mo. cuja ação nociva à graça é evidente. Referimo-nos agora ao virtude sobrenatural da justiça atue com plenitude em nosso interior.
que poderíamos chamar obstúculos naturais, como a Ignorfmcia. os A fortakza. terceira virtude cardeal, lllclina-nos a fazer o bem
defeitos do caráter e os maus húbitos adquiridos. í:: claro que é um apesar das dificuldades. A perfeição da fortaleza revela-se nos már
obstáculo à graça reduzirmos o nosso panorama intelectual a jornais tires. que preferem morrer a pecar. Poucos de nós teremos que en�
ou revistas populares; que a nossa agressividade, se nos conduz fa frcntar uma decisão que requeira tal grau de heroísmo. Mas a
cilmente à ira, � outro obstáculo à graça; que também süo obstáculo virtude da fortaleza nfto poderá atuar. nem mesmo nas pequena-;
à graça a nossa moleza e a falta de pontualidade. na medida em situa�·ões que exijam valor. se não tirarmos as harrci'":'s kvantadas
que, por causarem inconvenientes aos outros. supõem uma falta de por um conformismo exagerado. pelo desejo de não aparecer. de ser
caridade. ''da multidào". Estas barreiras são o temor irracional à optmao
Eslas cnn�ickra�ô�s são especialmente oportunas quando se es rúhlica (a que chamamos respeitos humanos ) . o medo de sermos
tudam as virtudes morais. Por virtudes morais. distintas das teolo criticados. menosprezados ou. pior ainda. ridicularizados.
gais, entendemos as virtudes que nos inclinam a levar uma vida A quarta virtude cardeal é a temperança. que nos ajuda a do
moral ou boa, ajudando-nos a tratar as pessoas c as coisas com reti minar PS nossos desejos e. em especiaL a usar dignamente das coisas
dão. quer dizer. de acordo com a vontade de Deus. Possuímos estas que agradam aos sentidos. A temperança é necessária especialmente
vn-nHks na sua forma sobrenatural quando estamos em graça :santi para moderar o uso dos alimentos e bebidas. para regular o prazer
ficante, pois esta nos dá certa predisposiçào, certa facilidade para a sexual na vida de casado. A virtude da temperança não suprime
sua prática. juntamente com o mérito sobrenatural correspondente : 1 atra-;üo pelo álcool: por isso. para alguns. a única temperança ver
ao seu cxerc!CIO. Esta facilidade é semelhante à que uma criam,;a dadeira será a abstinência. A temperança não elimina os desejos.
adquire, ao chegar a certa idade, para ler e escrever. A criança m;ts regula-os. Neste caso, tirar obstáculos consistirá principalment...·
ainda não possui a técnica da leitura e da escrita. mas o orgamsmo em evitar as circunstâncias que poderiam despertar desejos que. em
jú está preparado: a faculdade já está ali. ctlnsciência. não podem ser satisfeitos.
Além das quatro virtudes cardeais, existem outras virtudes mn
Talvez se compreenda melhor o que acabamos de dizer se exa rais. Só mencionaremos algumas e. se formos sinceros conosco mes
minarmos mais em detalhe algumas das virtudes morais. Sabemos mos. cada um descobrirá o seu obstáculo pessoal. Temos a piedade
4ue as quatro principais virtudes morais são aquelas a que chama filial (e, por extensão. o patriotismo) , que nos leva a honrar. amar
mos cardeais: prudência, justiça, fortaleza e temperança. c respeitar os nossos pais e a pátria. Temos a obediência. que no�
Prudência é a faculdade de julgar retamente. Uma pessoa tem h.:va a cumprir a vontade dos superiores como manifestação da von
peramentalmente impulsiva, propensa a ações precipitadas, a juízos tade de Deus. Temos a veracidade. a liberalidade. a paciência. a
instantâneos, terá de enfrentar a tarefa de tirar essas barreiras humildade. a castidade. c muitas mais. Mas. em princípio. se formos
para que a virtude da prudência possa atuar nela cfctivamcnk. É prudentes. justos. fortes e temperados. essas outras virtudes nos acom
também evidente que. em qualquer circunstância. o conhecimento c panharão necessariamente, como os filhos pequenos acompanham o
a experiência pessoais facilitam o exercício desta virtude. Uma crian pai e a mãe.
ça possui a virtude da prudência em germe: por isso. em assuntos
relativos ao mundo dos adultos. não se pode esperar dela que faça O que significa, pois, ter "espírito cristão"? Não e uma expres
juízos prudentes, porque carece de conhecimento e experiência. são fácil de definir. Significa, evidentemente, ter o espírito de Cristo.
A segunda virtude cardeal é a justiça. que ::�perfeiçoa a nossa o que, por sua vez. quer dizer ver o mundo como Cristo o vê: reagir
vontade (como a prudência aperfeiçoa a inteligência ) e salvaguarda ante as circunstâncias da vida como Cristo reagiria. O genuíno espí-
J !O \ ', \ I H i l l J I "' i ] 1( ) \ :--, I H J 1< :--. l ' ! H ! ' l ( J ;-.. _ \ '\ d J \S \ ' I H' l T U E S \IOIL\IS 111
rito nist:-:�1 em ncilhum l u g:tr L'�l<-t m d i H l r U ' l i l pcndiado d o que n a � certo que os padecimentos du h:mpo presente nC1o sào nada l.'m cnm
oito bcm <: \ cn ( u ra n \as L'i.,lll q u e .k�u-, d e u i n í c i o �h' incompa ra\\�1· para�üo com a glória q u e hú de manifestar-se em nós" ( Rom 8. 1 8 ) .
mente bdo St:rm:to d a :\-·t o n t �r n h a . Por0m, por cxcdentc q u e seja levarmos as nossas cargas cheios
De passagem. J i r�,_· nw-., q u e 1 1 Serm:w d<t \lontanha (: um t re�,.· ho de ànimo c esperan�a. 1úo (_, é aceitarmos indiferentemente as injus
do Novo T�,.·-;tamento que tocln:-. lh.'s dc'. c rianws kr ror i n tei ro de ti�·as que se fazem aos ou t ros. Por muito generosos que sejamos em
vez em q u <-J r ll!o. En·�-'- ' l l l ra ·SL' ��,)� �,_·:tp i l u i t 'S :� . h � 7 d\) E \ :lngdlw entregar a Deus a nossa fcliL·idade terrena, est amos obrigados, por
de s:m M�l!L'U�. L' l'( l i l ll'tll unu \ t.' flbdcira (ic\ l i L! , -:w dt'"· l'll�.inarnentos __ um pa radoxo d i v i no. a pn1movcr a felicidade dos outros. A injus
do Salv�!dor ti�·a 1ün se limita a dc�truir a felicidade temporal de quem a padec�::
p(-)e t am h ém em paign a felicidade e tern a de quem a cometi.'. E isto
:V1 a:-, \ ( llll'mn� ;,� hcr:ht\L'IJ Lur<Jrll.;a..., O HU\lle J�,_:riva da pala- 0 \ erd ac\ e qun �c trate de uma injustiça econômica lfllC oprime o
.
Ha l a t i r 1 : r "hcatus .. que sigiJiJ i�,_·;t hL" Ill ·<t\L'Iltura(:ll. f•: l i ; _ L' qu-e é a pobre (o em i granle s ..·m recursos, o carregador, o favelado. süo excm�
palavra lJL!L' i n trod u ;: cada l"r:.'íll·<t\l'lll lir<tn<-;a iknht ' Li l l ur:idtlS os pios que ocorrem facilmente ) . corno de uma injustiça racial que de·
que tl'm '-'"'PÍf�tu dL· po!:-r·�l: l - - d i t - i l l l:, Cri�1<1. ··ptlrquc dck·:-. é o reino grada o nosso pn.nimo (o que é que você pensa dos negros e da
dos céu�". L\td benl-:l \- L' i l ! tl !"<llli.;�L :1 r r i l l lcira das nito. kmbra·nos segregação?) , u u de uma injustiça moral que afoga a ação da graça
q ue O C�'U é fl<!l"<! ll'-, llllllli ldl':.. ' 1 0/ll e:-.pÍrÍto C\t: poh rcza m, que (perturba-o ver ccrlas publicações na biblioteca do amigo ? ) . Deve
-
J t u nca C'-i(]t:L'C\.'111 qu,, ttrdP l l l � t · -.: � .P c V'l:m de Deus
]Jll�'-. : r c n r l h ....·s mos ter zelo pda justh;a. quer se trate da justiça no relacionamento
Sejam t a k t r to�. :,aúck. bcn�, (\lf l i l l hl..,, l l <lCÜl . a b�ol uta mente nada. têm com o� demais. quer da justiça mais elevada com Deus. tanto nossa
como rn'lprio. Por c�:-.a [ltlhr...: i �l Clll �,.· ..,pírito. pd�t \ O i untaricdack como dos nutrns. Sflo essas algumas das implicações da quarta
com q ue se cli:-.pllU!l a cnl i'L'�� : t r �: Deu� qu,:!q u�,_·r de ..,..:us dons que bcm·aventurança: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de
Ele decida levar. a prt·,rr i a ad\'\:r:,it!:tdc. :-.L' \ i..: r. L·l<lma :1 Deu� c justiça. porque scrüo saciados'', saciados no céu, nunca aqui na terra.
obtém·lhes gra\as c mé r it o . L llllld g<tr:nuia de Ljlle Deus. a quem '·Bcm�avcnturados os misericordiosos", continua Cristo, "porque
apreciam aci m a de tndas a :-. �_ l ) i :,,t�. snú a :-.ua rcco n1 p..: n :-, a pcrl.':nc. a \ can çar:to miscriu1rdia''. É tflo difícil perdoar a quem nos ofende.
Dizem com .l t'l : " (_) Sl·nh1'l' d e u . o Scnlwr ti ro u. hcndito seja o nnmc t:to d u ro aL·nl!Jer cum paciência o fraco, o ignorante e o antipático!
do Sen hor� ·· ( 1 . ..::! I ) Mas aqui estú a própria essência do espírito cristão. Não poderá
_.;,.._J cs�rs .., u h li nh ct c:-- l.__· �.· r J s i t l <! l t t .__' i l ll ' rq).__" \ Í I I Lh l llll:'->Jlla eo:hidera
�----
:1
haver perdão para quem nfto perdoa.
(,Jto na segu11d:! c n:t tc rL·ci r :t h·..: r n -'-1 \ L'll l l i r<t n�.;·as. ·· Bem-a\·cnturados os "Bem-aventurados os puros de coraç�10. porque verão a Deus".
mansos". di? Ele.
se refere ��- L' \ idcr:km.:�lk. u m a
A tcrr:t a que J..:..,us
porqu..: pu�.�ut r:tll a t...' rra
..,ing::la i ma gem po�lica para designai
l
A sexta he m<I v · nt u ran \ a nflo se refere principalmente à castjdadr
L·omo m u i to� p:,'! lsa m . mas ao esquecimento próprio, à necessidade
o céu. E isto 0 a � s im e m tod a s a� b.:m�avcnturanÇEs: em ca da um;l
delas se promete o l.l; U �oh wna linguagem figura � iva.' Os "mansos"
_
j_ de ver tudo do ponto de vista de Deus, e não do nosso.
dizer u n i dade de fins: pri meiro Deus. sem hipocrisias nem equilíbrios .
Quer
de que Jesus fa la na s'-'�'.LII�l!n bcm-a \·�·nturan\a n �to silo os caracteres "Bem-Jventuraclos os pacíficos, porque serão chamados filhos de
pusilânimes. sem nervo nem sangue. que o mundo designa com essa Deus". Ao ouvir estas palavras de Cristo, tenho que perguntar a
palavra. Os verda dei ro s mansos nüo �:to ele maneira nenhuma per� mim mesmo se sou foco de paz e harmonia no meu lar, centro de
sonalidades fraca s. É ncccssú ri a uma grande fortaleza interior para hna vontt Hl c- �na ri-linha comumdade, medmdor--Oe- -dísCórdTas no meu
aceitar dccep(,_:(-ll'S. reveses. inclusive desastn.:s, e manter em todo n trahal!w. r: caminho direto para o céu.
momento o olhar fi\o em Deus c a esperança incólume. ''BL:nHwentu mdo5 os que sofrem perscguiçüo pela justi\a. por
' ' Bm-avcnturados os que clwram". continua Jesus na terceira q u e deks 0 o reino dos céus''. E. com a oitava bem-aventurança.
bem-avcn tur� nça. "porque serào cnnsolados". De novo. como nas baixamo:-. :t La h�.-ç<t. l'llvergonhados pda pouca generosidade com que
dnas bem-aventuranças a nte ri ores. impn:ssiona·nos a infinita compai �,_· nfrentalll ll'-> os insignificantes sacri fíc i os que a nossa religião nos exi
xflo de Jesus pa ra com os pobres. os infelizes, os aflitos c os atribu·
lados. Os que sabem ver na dor a justa sorte da humanidade peca
l
ge. em U nl pa ra\./to Ll�lll llS das alma� tort uradas dos nossos i rm ãos
pt)l trús da cortina de i'L-1 ro L' da cortina de hamhu.
dora, e sabem aceitú-la sem rebeliões nem queixas, unidos à própria
cruz de Cristo, encontram um lugar de prcdileçã(J na mente e n o
coração de Jesus. S 1'í o 0s q t r e dizem com S ã o Paulo: "Tenho por
J !O \ ', \ I H i l l J I "' i ] 1( ) \ :--, I H J 1< :--. l ' ! H ! ' l ( J ;-.. _ \ '\ d J \S \ ' I H' l T U E S \IOIL\IS 111
rito nist:-:�1 em ncilhum l u g:tr L'�l<-t m d i H l r U ' l i l pcndiado d o que n a � certo que os padecimentos du h:mpo presente nC1o sào nada l.'m cnm
oito bcm <: \ cn ( u ra n \as L'i.,lll q u e .k�u-, d e u i n í c i o �h' incompa ra\\�1· para�üo com a glória q u e hú de manifestar-se em nós" ( Rom 8. 1 8 ) .
mente bdo St:rm:to d a :\-·t o n t �r n h a . Por0m, por cxcdentc q u e seja levarmos as nossas cargas cheios
De passagem. J i r�,_· nw-., q u e 1 1 Serm:w d<t \lontanha (: um t re�,.· ho de ànimo c esperan�a. 1úo (_, é aceitarmos indiferentemente as injus
do Novo T�,.·-;tamento que tocln:-. lh.'s dc'. c rianws kr ror i n tei ro de ti�·as que se fazem aos ou t ros. Por muito generosos que sejamos em
vez em q u <-J r ll!o. En·�-'- ' l l l ra ·SL' ��,)� �,_·:tp i l u i t 'S :� . h � 7 d\) E \ :lngdlw entregar a Deus a nossa fcliL·idade terrena, est amos obrigados, por
de s:m M�l!L'U�. L' l'( l i l ll'tll unu \ t.' flbdcira (ic\ l i L! , -:w dt'"· l'll�.inarnentos __ um pa radoxo d i v i no. a pn1movcr a felicidade dos outros. A injus
do Salv�!dor ti�·a 1ün se limita a dc�truir a felicidade temporal de quem a padec�::
p(-)e t am h ém em paign a felicidade e tern a de quem a cometi.'. E isto
:V1 a:-, \ ( llll'mn� ;,� hcr:ht\L'IJ Lur<Jrll.;a..., O HU\lle J�,_:riva da pala- 0 \ erd ac\ e qun �c trate de uma injustiça econômica lfllC oprime o
.
Ha l a t i r 1 : r "hcatus .. que sigiJiJ i�,_·;t hL" Ill ·<t\L'Iltura(:ll. f•: l i ; _ L' qu-e é a pobre (o em i granle s ..·m recursos, o carregador, o favelado. süo excm�
palavra lJL!L' i n trod u ;: cada l"r:.'íll·<t\l'lll lir<tn<-;a iknht ' Li l l ur:idtlS os pios que ocorrem facilmente ) . corno de uma injustiça racial que de·
que tl'm '-'"'PÍf�tu dL· po!:-r·�l: l - - d i t - i l l l:, Cri�1<1. ··ptlrquc dck·:-. é o reino grada o nosso pn.nimo (o que é que você pensa dos negros e da
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q ue O C�'U é fl<!l"<! ll'-, llllllli ldl':.. ' 1 0/ll e:-.pÍrÍto C\t: poh rcza m, que (perturba-o ver ccrlas publicações na biblioteca do amigo ? ) . Deve
-
J t u nca C'-i(]t:L'C\.'111 qu,, ttrdP l l l � t · -.: � .P c V'l:m de Deus
]Jll�'-. : r c n r l h ....·s mos ter zelo pda justh;a. quer se trate da justiça no relacionamento
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como rn'lprio. Por c�:-.a [ltlhr...: i �l Clll �,.· ..,pírito. pd�t \ O i untaricdack como dos nutrns. Sflo essas algumas das implicações da quarta
com q ue se cli:-.pllU!l a cnl i'L'�� : t r �: Deu� qu,:!q u�,_·r de ..,..:us dons que bcm·aventurança: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de
Ele decida levar. a prt·,rr i a ad\'\:r:,it!:tdc. :-.L' \ i..: r. L·l<lma :1 Deu� c justiça. porque scrüo saciados'', saciados no céu, nunca aqui na terra.
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do Sen hor� ·· ( 1 . ..::! I ) Mas aqui estú a própria essência do espírito cristão. Não poderá
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(,Jto na segu11d:! c n:t tc rL·ci r :t h·..: r n -'-1 \ L'll l l i r<t n�.;·as. ·· Bem-a\·cnturados os "Bem-aventurados os puros de coraç�10. porque verão a Deus".
mansos". di? Ele.
se refere ��- L' \ idcr:km.:�lk. u m a
A tcrr:t a que J..:..,us
porqu..: pu�.�ut r:tll a t...' rra
..,ing::la i ma gem po�lica para designai
l
A sexta he m<I v · nt u ran \ a nflo se refere principalmente à castjdadr
L·omo m u i to� p:,'! lsa m . mas ao esquecimento próprio, à necessidade
o céu. E isto 0 a � s im e m tod a s a� b.:m�avcnturanÇEs: em ca da um;l
delas se promete o l.l; U �oh wna linguagem figura � iva.' Os "mansos"
_
j_ de ver tudo do ponto de vista de Deus, e não do nosso.
dizer u n i dade de fins: pri meiro Deus. sem hipocrisias nem equilíbrios .
Quer
de que Jesus fa la na s'-'�'.LII�l!n bcm-a \·�·nturan\a n �to silo os caracteres "Bem-Jventuraclos os pacíficos, porque serão chamados filhos de
pusilânimes. sem nervo nem sangue. que o mundo designa com essa Deus". Ao ouvir estas palavras de Cristo, tenho que perguntar a
palavra. Os verda dei ro s mansos nüo �:to ele maneira nenhuma per� mim mesmo se sou foco de paz e harmonia no meu lar, centro de
sonalidades fraca s. É ncccssú ri a uma grande fortaleza interior para hna vontt Hl c- �na ri-linha comumdade, medmdor--Oe- -dísCórdTas no meu
aceitar dccep(,_:(-ll'S. reveses. inclusive desastn.:s, e manter em todo n trahal!w. r: caminho direto para o céu.
momento o olhar fi\o em Deus c a esperança incólume. ''BL:nHwentu mdo5 os que sofrem perscguiçüo pela justi\a. por
' ' Bm-avcnturados os que clwram". continua Jesus na terceira q u e deks 0 o reino dos céus''. E. com a oitava bem-aventurança.
bem-avcn tur� nça. "porque serào cnnsolados". De novo. como nas baixamo:-. :t La h�.-ç<t. l'llvergonhados pda pouca generosidade com que
dnas bem-aventuranças a nte ri ores. impn:ssiona·nos a infinita compai �,_· nfrentalll ll'-> os insignificantes sacri fíc i os que a nossa religião nos exi
xflo de Jesus pa ra com os pobres. os infelizes, os aflitos c os atribu·
lados. Os que sabem ver na dor a justa sorte da humanidade peca
l
ge. em U nl pa ra\./to Ll�lll llS das alma� tort uradas dos nossos i rm ãos
pt)l trús da cortina de i'L-1 ro L' da cortina de hamhu.
dora, e sabem aceitú-la sem rebeliões nem queixas, unidos à própria
cruz de Cristo, encontram um lugar de prcdileçã(J na mente e n o
coração de Jesus. S 1'í o 0s q t r e dizem com S ã o Paulo: "Tenho por
O ESP IRITO SANTO E
A IGR EJA
1 13
CAPÍTULO XI
como conheciz a nos
sa necessidade de uma
st:gurança visível. pre
A WRE.JA CATóLICA riu can aliz ar as suas fe
graças através de sím
holos sensíveis. Ins titu iu
os sacramentos par a
que pudéssemos sab er
e:-.pééie de gra ça rece qua ndo . c.:omo e que
bemos. E uns sacramentos visí
de um agente visível veis necessitam
no mundo, que os gua
agente visível é a Igre rde c dist ribu a. Este
ja instituída por Jesus
Cristo.
A necessidade de um
a Igreja não se lim ita,
gua rda dos sacramento evidentemente, à
s. Ninguém pode querer
não os conhece. Com os sacramentos se
o ninguém pode crer
lhe falaram dEle. em Cristo se antes não
Para que a vid a e a
morte de Cristo não
em vão, tem que exis sejam
tir uma voz viva no
mundo que transmita
eus inamentos de Cristo o�
O ESP IRI TO SANT através dos séculos. Dev
O E A IGREJA dível, deve hav er um e haver uma voz au
porta-voz visível, em
de boa vontade possam que m todos os homens
reconhecer a autorida
Qu and o o sacerdote Jesus fundou a sua lgrt de. Con�cquentemente
instrui um possível .
nas primeiras etapas converso, geralmente 'ja nüo só para santific
de suas explicações, ens mt:io dos sacramento ar a hum anid ade por
perfeito amor a Deu ina�Jhe o significado s, ma s, ante� de tudo,
s. do para ensinar aos hom
Explica-lhe o que que 1;., verdades que
Jesus Cristo ensinou, ens
de contrição perfeit a. r dizer fazer um ato as verdades necessárias
Ain da que esse conver va\;1o. Bas ta um momento de à sal
meses até receber o Bat so deva esperar vários refl exão para nos da rmo
ismo, não há razão par que , se Jesus não tive s conta de
em pecado. Um ato a que viva esse tempo sse fundado um a Igre
de perfeit o amor a Deu ja, até mesmo o nom
s - que incl ui o desejo de Jesus Cristo nos seri e
de bat izar -se - pur a hoje desconhecido.
ifica-lhe a alm a antes
do Batismo.
O possível converso,
nat uralmente, alegra-s Porém , não nos bas
cslou certo de ter der e de sabê-lo, e eu t.a ter à nossa disposiç
ramado a água batisma Jlle nto s visíveis da Igr üo a graça dos sacra
adu ltos que já possuía l na cabeça de mu itos eja visível. Não nos basta ter a
m o estado de graça cla ma da pela voz viv verdade pro
santificante. Por h ave a da Igreja docente.
feito um ato de per rem Precisamos também
feito amor a Deus, P que devem saber
tinh am recebido o b os fazer por Deus; pre
de desejo. E, não obstante, em a tism o cisamos de um gui a
todos e em cad a um nos ind iqu e o caminh seguro que
converso ma nifestou um dos casos, o o que devemos seg
a grande alegria e alív dad e que conhecem uir de acordo com
io ao receber o sacra os e as graças que a ver
mento, porque até esse recebemos. Da mesma ma
momento não podia nei ra que seria inú til
pecados tivessem sido ter certeza de que seu par a os cidadãos de
s um país ter uma Co
perdoados. Por mu ito tuic;ãn, se não houves nsti
fazer um ato perfeit o que nos esforcemos por se um governo para
de amor a Deus, nun servar mediante um interpretá -la e fazê-la ob
ca poderemos estar cer a legislação adequa
de tê-lo conseguido. tos da, o conjunto da
Mas qua ndo a água salv cristã precisa de ser Revelação
sobre a cabeça, o neó ífica lhe é derramada interpretada de modo
fito pas sa a ter a cert apropriado. Como faz
eza de que Deus veio membro da Igreja e er-se
a ele. como permanecer nela
este ou aquele sacram ? Quem pode receber
São Pau lo diz-nos que ento, qua ndo e como?
ninguém, nem sequer mulga suas leis, respond Quando a Jgreja pro
o melhor de nós, e i::! pergun ta;, como as
pode ter certeza absolut
�
a de estar em estado de .-;nb Cristo o seu terc a:-�teriores, cumprindo
Ma s tud o o que ped gra ça san tific ante . eiro dever. além dos
imos é certeza mo ral, de ens inâr e santific
o tipo de certeza que r.:orernar. ar:
temos qua ndo somos
bati zad os o u qua ndo - --
recebemos a absolvição
.:::emos � · ---
��:
no sacramento da Pen
itência. A paz da alm a, a gozosa Conh definiçüo de Igre ja:
confiança
---
A necessidade de um
a Igreja não se lim ita,
gua rda dos sacramento evidentemente, à
s. Ninguém pode querer
não os conhece. Com os sacramentos se
o ninguém pode crer
lhe falaram dEle. em Cristo se antes não
Para que a vid a e a
morte de Cristo não
em vão, tem que exis sejam
tir uma voz viva no
mundo que transmita
eus inamentos de Cristo o�
O ESP IRI TO SANT através dos séculos. Dev
O E A IGREJA dível, deve hav er um e haver uma voz au
porta-voz visível, em
de boa vontade possam que m todos os homens
reconhecer a autorida
Qu and o o sacerdote Jesus fundou a sua lgrt de. Con�cquentemente
instrui um possível .
nas primeiras etapas converso, geralmente 'ja nüo só para santific
de suas explicações, ens mt:io dos sacramento ar a hum anid ade por
perfeito amor a Deu ina�Jhe o significado s, ma s, ante� de tudo,
s. do para ensinar aos hom
Explica-lhe o que que 1;., verdades que
Jesus Cristo ensinou, ens
de contrição perfeit a. r dizer fazer um ato as verdades necessárias
Ain da que esse conver va\;1o. Bas ta um momento de à sal
meses até receber o Bat so deva esperar vários refl exão para nos da rmo
ismo, não há razão par que , se Jesus não tive s conta de
em pecado. Um ato a que viva esse tempo sse fundado um a Igre
de perfeit o amor a Deu ja, até mesmo o nom
s - que incl ui o desejo de Jesus Cristo nos seri e
de bat izar -se - pur a hoje desconhecido.
ifica-lhe a alm a antes
do Batismo.
O possível converso,
nat uralmente, alegra-s Porém , não nos bas
cslou certo de ter der e de sabê-lo, e eu t.a ter à nossa disposiç
ramado a água batisma Jlle nto s visíveis da Igr üo a graça dos sacra
adu ltos que já possuía l na cabeça de mu itos eja visível. Não nos basta ter a
m o estado de graça cla ma da pela voz viv verdade pro
santificante. Por h ave a da Igreja docente.
feito um ato de per rem Precisamos também
feito amor a Deus, P que devem saber
tinh am recebido o b os fazer por Deus; pre
de desejo. E, não obstante, em a tism o cisamos de um gui a
todos e em cad a um nos ind iqu e o caminh seguro que
converso ma nifestou um dos casos, o o que devemos seg
a grande alegria e alív dad e que conhecem uir de acordo com
io ao receber o sacra os e as graças que a ver
mento, porque até esse recebemos. Da mesma ma
momento não podia nei ra que seria inú til
pecados tivessem sido ter certeza de que seu par a os cidadãos de
s um país ter uma Co
perdoados. Por mu ito tuic;ãn, se não houves nsti
fazer um ato perfeit o que nos esforcemos por se um governo para
de amor a Deus, nun servar mediante um interpretá -la e fazê-la ob
ca poderemos estar cer a legislação adequa
de tê-lo conseguido. tos da, o conjunto da
Mas qua ndo a água salv cristã precisa de ser Revelação
sobre a cabeça, o neó ífica lhe é derramada interpretada de modo
fito pas sa a ter a cert apropriado. Como faz
eza de que Deus veio membro da Igreja e er-se
a ele. como permanecer nela
este ou aquele sacram ? Quem pode receber
São Pau lo diz-nos que ento, qua ndo e como?
ninguém, nem sequer mulga suas leis, respond Quando a Jgreja pro
o melhor de nós, e i::! pergun ta;, como as
pode ter certeza absolut
�
a de estar em estado de .-;nb Cristo o seu terc a:-�teriores, cumprindo
Ma s tud o o que ped gra ça san tific ante . eiro dever. além dos
imos é certeza mo ral, de ens inâr e santific
o tipo de certeza que r.:orernar. ar:
temos qua ndo somos
bati zad os o u qua ndo - --
recebemos a absolvição
.:::emos � · ---
��:
no sacramento da Pen
itência. A paz da alm a, a gozosa Conh definiçüo de Igre ja:
confiança
---
culto divino. Finalmente. está a ampla hase do povo de Deus, as tiurn'' do Concílio Vaticano IJ. que ensina que "a Igreja é consti
alma'> de todos os hatizados. para quem os outrns existem. tuída e organizada neste mundo como uma sociedade". E como tal
L- a sociedade jurídica mais perfeita que �xiste. pois tem o mais no
Este é o Corpo da Igreja tal como Je�us o constituiu em seus
tr0-� �nos de vida púhlica. Como o corpo de Ad5o, jazia à espera bre dos fins: a santificaçüo de seus membros para a glória de Deus.
_
Ja alma E�ta alma havia sido prometida por Jesus quando disse
},13s a Ign:ja _�mui!_u� ql!� lll�l'!__g_�g�!liza�ão j!-!_rLc.l_Lç�. É o
aos s�us Apóstol�s antes da Ascensão: ''Recebereis o poder do Espí � -
. pr_l'•prjo
_ Ç�_ij·,, > _ d� _Çr_i�to, um COipo lão especiif�. qUe - deve ter um
n t o Santo. que vuá sobre vós. e serei� minhas tt:: s tcmunhas em Jcru
�,o!D�-- ��jlt\.:iaL_Q_ CorpQ_ _Mi�tic.9 _de Cristo. __ Cristo . é._ª·- _Ç�9eça �9
�3!ém, em t0da a Judéia, na Samaria e até os confins da terra"
-Corpo; cada batizado é 11ma parte__ Yi�l.a..__J.l.Dl.J!l§lJ"?br_Q º�ss� -- ÇQ_I'QP_,___
(At 1 ,8) . Conhecemos bem a história do Domingo de Pentecostes
__ -
culto divino. Finalmente. está a ampla hase do povo de Deus, as tiurn'' do Concílio Vaticano IJ. que ensina que "a Igreja é consti
alma'> de todos os hatizados. para quem os outrns existem. tuída e organizada neste mundo como uma sociedade". E como tal
L- a sociedade jurídica mais perfeita que �xiste. pois tem o mais no
Este é o Corpo da Igreja tal como Je�us o constituiu em seus
tr0-� �nos de vida púhlica. Como o corpo de Ad5o, jazia à espera bre dos fins: a santificaçüo de seus membros para a glória de Deus.
_
Ja alma E�ta alma havia sido prometida por Jesus quando disse
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n t o Santo. que vuá sobre vós. e serei� minhas tt:: s tcmunhas em Jcru
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�3!ém, em t0da a Judéia, na Samaria e até os confins da terra"
-Corpo; cada batizado é 11ma parte__ Yi�l.a..__J.l.Dl.J!l§lJ"?br_Q º�ss� -- ÇQ_I'QP_,___
(At 1 ,8) . Conhecemos bem a história do Domingo de Pentecostes
__ -
Cabeça é Cristo, cUJOS membros �omos nús. os batizadns, e cuja k�ll� JlhHTC\1 ,Pl'l<l Jl( )�'<l ,;tllld i�.,·.t(: d e lllt.: !ll h l t l..., d(l c:(lrpu Mb_�i�(__l
- -·
alma é o Espírito Santo. É um Corpo vivo de que podemos separar· de Cri"\ll ,. por -�;�nlici11:trrn('� dl' -"�' 1 1 :.�,,·,·rd(\,: in Ltl'mn. mm·c-nos
-nos por heresia, cisma ou cxcomunh ft o do mesmo modo que um
. ( l zl'ILl tk lr<lhalhar al.Í\ amcnk Ct'lll Cri�tn 11<.1 �ua nhra de rc\..k lh.;àll.
dedo é extirpado pelo bisturi do cirurgüo. É um Corpo em que o Para s.,_: rJlhlS fiéis it nn:"...,a \ llL"<h/tn de batiD1ÚtJS . dei"I'IIWS S\..' lltir zdo
pecado mortal - como u m torn iqude aplicado a um dedo pode- pela� •dmas. Tlllh's c L· a da um d..:: lh.'S \..h�\ �·nws s�.·r apl\shlhlS c.
interromper temporariamente o flu xo vitaL ak que seja retirado pelo -.,c Ltlcmos parte dn !aiL·atn. ck\'l'llH'S :-.er apl·, :-.tnlllS le i gos .
arrependimento. É um Corpo em que cada membro se be ne ficia de Estas du:�:- pabHas \ êm dn g:n:g\1_- - :..; essa lín�u�1 . aill\sl\Jlo"
cada Missa que se celebra, de cada oraçüo que se oferece, de cada �ignifica "'e m i ado". ()� dnze ]HllllC!lS (]lli..' JeSUS ell\ Í\lll an !llUndn
boa obra que se faz por cada um dos outros membros, em qualquer para c stabc kc er a su3 Igreja c h a m a m se \lS Dnzc ;\p(\stolos. assim.
-
lugar do mundo. É o Corpo Místico de Cristo. com maií1scubs. Mas nüo ha\ iam Uc ser l)S úni..:os ajl<�stolos. Na
Sociedade e Corpo Místico são, porém, uma só realidade, como p i a batisrnal. Jesus nos Cll\·ia. a cada um. a c 1 lin uJ.r l1 que os
explica a "Lumen Gentium": "A Sl>ciedade pravida de órgãos hie nze Apóstolos Hl\Claranl. N('Js lamh�m snmos ----
apóstolos. com a
rárquicos e o Corpo Místico de Crisio, a assemhkia visível e a co lllÍilUSl"UIO. ----------- --- ��--�--- -
munidade espiritual, a Igreja terrestre e a Igreja enriquecida de bens ----AJÍ�I-Íavra k igo tamb�m prm�m do grL·go, t: significa simples
" ''
celestes, não devem ser consideradas duas coisas mas formam uma
. nlcn\1: ··po\·o". Sabemos que n a Igreja hú três amplas ca tegoria s de
só realidade complexa em que se fundem o elemento divino e o munhros: os cláigos, termo que abrange os bispos os sacc rclotcs c .
zada jamais poderá alcançar. de que fazcrilns o que cstú ao nosso alcance para a p n; nd cr as Vl!r
Mas, além da Missa, adoramos a Deus de outras maneiras: dadcs da fl: -e nos deixamos guiar pda autoridade docente da Igreja,
pela oraçüo, pelo sacrifício e pela prática das virtudes da fé, da que rL'sidc no Papa c nos bispns. Uma vez confirmados. temns L'OITIO
esperança e da caridade, especialmen te da caridade. Caridad� signi .jUC uma dupla rcsponsahiliclade de ser apó�tolos e uma dupla fonte
fica amor a Deus e amor às almas qu� Deus criou e pelas quais de gra�a c fortaleza para c u mp r ir esse dever.
l lH \ l t : H I·:j:\ C .\ H JJ . \ C \ 1 1 '1
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boa obra que se faz por cada um dos outros membros, em qualquer para c stabc kc er a su3 Igreja c h a m a m se \lS Dnzc ;\p(\stolos. assim.
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lugar do mundo. É o Corpo Místico de Cristo. com maií1scubs. Mas nüo ha\ iam Uc ser l)S úni..:os ajl<�stolos. Na
Sociedade e Corpo Místico são, porém, uma só realidade, como p i a batisrnal. Jesus nos Cll\·ia. a cada um. a c 1 lin uJ.r l1 que os
explica a "Lumen Gentium": "A Sl>ciedade pravida de órgãos hie nze Apóstolos Hl\Claranl. N('Js lamh�m snmos ----
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rárquicos e o Corpo Místico de Crisio, a assemhkia visível e a co lllÍilUSl"UIO. ----------- --- ��--�--- -
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celestes, não devem ser consideradas duas coisas mas formam uma
. nlcn\1: ··po\·o". Sabemos que n a Igreja hú três amplas ca tegoria s de
só realidade complexa em que se fundem o elemento divino e o munhros: os cláigos, termo que abrange os bispos os sacc rclotcs c .
zada jamais poderá alcançar. de que fazcrilns o que cstú ao nosso alcance para a p n; nd cr as Vl!r
Mas, além da Missa, adoramos a Deus de outras maneiras: dadcs da fl: -e nos deixamos guiar pda autoridade docente da Igreja,
pela oraçüo, pelo sacrifício e pela prática das virtudes da fé, da que rL'sidc no Papa c nos bispns. Uma vez confirmados. temns L'OITIO
esperança e da caridade, especialmen te da caridade. Caridad� signi .jUC uma dupla rcsponsahiliclade de ser apó�tolos e uma dupla fonte
fica amor a Deus e amor às almas qu� Deus criou e pelas quais de gra�a c fortaleza para c u mp r ir esse dever.
120 .\ IGREJA CAT<)L!CA
I
a missão de ajudar o Corpo Místico de Cristo a crescer e a manter-st:
são. Cristo espera que cada um de nós contribua para a salvação do
mundo, da pequena parcela do mundo em que vivemos: nosso lar,
nosso ambiente de.:: trabalho e de lazer, nossas relações sociais, etc. ONDE A ENCONTRAMOS?
Espera que, por meio de nossas vidas, O tornemos visível àqueles com
quem trabalhamos e nos distraímos. Espera que sintamos um pleno "Não é produto genuíno se não traz esta marca". Encontramos
sentido de responsabilidade para com as almas dos que nos cercam, com frequência este lema nos anúncios dos produtos. Talvez não
que nos penalizem os seus pecados. que nos preocupe a sua incredu acreditemos em toda a tagarelice sobre os "produtos de qualidade"
lidade. Cristo espera de cada um de nós que participemos, cada e " os ent�ndidos o recomendam", mas, quando vão fazer compras
. .
um de acordo com a sua vocação, da liníca missão salvadora da muItos msistem em q �e lhes sirvam determinada marca, e quase nin
,
guem compra um arttgo de prata sem lhe dar a volta para verificar
Igreja. Diz o Concílio Vaticano li que é específko dos leigos, por
"
sua própria vocação, procurar o Reino de Deus exercendo funções se traz o contraste que garante que é prata de lei, e muito poucos
temporais e ordenando-as Sl'�wndo Deus". E acrescenta que é nas compram um anel sem antes olhar a marca dos quilates.
condições ordinárias da vida familiar e social que devem contribuir, Sendo a sabedoria de Cristo a própria sabedoria de Deus, era de
1 modo de fermento, para a santificação do mundo. esp�rar que, ao estabelecer a sua Igreja, tivesse Ele previsto alguns
Há, além disso, a possihilidade de inscrever-nos em associações me103 para reconhecê-la. não menos inteligentes que os dos moder
de natureza apostólica que tenham uma clara fi11alidade de santifi nos comerciantes; umas "marcas" para que todos os homens de boa
caçüo pessoal c alheia, sem deixarmos por isso de ser leigos. vontade pudessem n:conhccê-la facilmente. E r a de esperar que 0 fi
�esse. especialmente knLh 1 em cO!Ii.a que Jesus fundou a sua Igreja
a cusra da sua pt\\pri a vid:t. Jesus nüo nwrn:u na cruz por gosto.
_ dctxou.
Nao aos homens :1 csculha ctc pertencer ou nãu à Igreja. se
gundo as suas prcfo:rên1.:ias. A sua I grej a é a Porta do Céu, pela
qual todos (ao menos C\)Jll um desL·jn implícito) devem entrar.
Ao constituir a Igreja c om o pré-requisito para a nossa felicidade
eterna, o Senhor n.:ío dei xou de estampar nela, claramente, a sua
marca, o sin al da sua origem divina, e tão à vista que não pudésse
mos deixar de recor!hccê-la no meio da miscelânea de mil seitas.
confissões e religi�-,es do mundo atual. Podemos dizer que a "marca"
da Igreja é um quadradv, e que o próprio Jesus Cristo nos disse que
devíamos olhar para cada lado dBsse quadrado.
Primeiro. a unidade. " Ten ho ainda outras ovelhas que não são
deste aprisL·o. e é preciso que eu as traga, e ouvirão a minha voz,
120 .\ IGREJA CAT<)L!CA
I
a missão de ajudar o Corpo Místico de Cristo a crescer e a manter-st:
são. Cristo espera que cada um de nós contribua para a salvação do
mundo, da pequena parcela do mundo em que vivemos: nosso lar,
nosso ambiente de.:: trabalho e de lazer, nossas relações sociais, etc. ONDE A ENCONTRAMOS?
Espera que, por meio de nossas vidas, O tornemos visível àqueles com
quem trabalhamos e nos distraímos. Espera que sintamos um pleno "Não é produto genuíno se não traz esta marca". Encontramos
sentido de responsabilidade para com as almas dos que nos cercam, com frequência este lema nos anúncios dos produtos. Talvez não
que nos penalizem os seus pecados. que nos preocupe a sua incredu acreditemos em toda a tagarelice sobre os "produtos de qualidade"
lidade. Cristo espera de cada um de nós que participemos, cada e " os ent�ndidos o recomendam", mas, quando vão fazer compras
. .
um de acordo com a sua vocação, da liníca missão salvadora da muItos msistem em q �e lhes sirvam determinada marca, e quase nin
,
guem compra um arttgo de prata sem lhe dar a volta para verificar
Igreja. Diz o Concílio Vaticano li que é específko dos leigos, por
"
sua própria vocação, procurar o Reino de Deus exercendo funções se traz o contraste que garante que é prata de lei, e muito poucos
temporais e ordenando-as Sl'�wndo Deus". E acrescenta que é nas compram um anel sem antes olhar a marca dos quilates.
condições ordinárias da vida familiar e social que devem contribuir, Sendo a sabedoria de Cristo a própria sabedoria de Deus, era de
1 modo de fermento, para a santificação do mundo. esp�rar que, ao estabelecer a sua Igreja, tivesse Ele previsto alguns
Há, além disso, a possihilidade de inscrever-nos em associações me103 para reconhecê-la. não menos inteligentes que os dos moder
de natureza apostólica que tenham uma clara fi11alidade de santifi nos comerciantes; umas "marcas" para que todos os homens de boa
caçüo pessoal c alheia, sem deixarmos por isso de ser leigos. vontade pudessem n:conhccê-la facilmente. E r a de esperar que 0 fi
�esse. especialmente knLh 1 em cO!Ii.a que Jesus fundou a sua Igreja
a cusra da sua pt\\pri a vid:t. Jesus nüo nwrn:u na cruz por gosto.
_ dctxou.
Nao aos homens :1 csculha ctc pertencer ou nãu à Igreja. se
gundo as suas prcfo:rên1.:ias. A sua I grej a é a Porta do Céu, pela
qual todos (ao menos C\)Jll um desL·jn implícito) devem entrar.
Ao constituir a Igreja c om o pré-requisito para a nossa felicidade
eterna, o Senhor n.:ío dei xou de estampar nela, claramente, a sua
marca, o sin al da sua origem divina, e tão à vista que não pudésse
mos deixar de recor!hccê-la no meio da miscelânea de mil seitas.
confissões e religi�-,es do mundo atual. Podemos dizer que a "marca"
da Igreja é um quadradv, e que o próprio Jesus Cristo nos disse que
devíamos olhar para cada lado dBsse quadrado.
Primeiro. a unidade. " Ten ho ainda outras ovelhas que não são
deste aprisL·o. e é preciso que eu as traga, e ouvirão a minha voz,
. \ -.; '\ t lT.\S F os \ I H I H I'( J;-. J ) \ !CRLJ \ 12.\
ç havaá um �t·1 r�..-·banho -.: am �,) past�1r ( J n JO, lú) . E t am h l·m : t<lgu0m lhe cxpi i�,.·a c u ida dosam e n te f!or 'fi/C L-��ú L'nga nadn. é p1o\ ú
"Pai sJnto. guarc\3 em t �,. u n om e c�tcs qu�,.· me de s te . a fim de qut: \ CI que \'ocC: �c mostre mais c m �t i s nhstinado. Tah a nem sempre
� çj a m um como nós" ( J o 1 7 . 1 1 ) . suceda isso c on s i go. ou t a lv -: z \'lXC: seja muitn satltll L' n u n L· a tenha
Depois. a sawidadc. "Sant ific�H)S n a vcrdac'k s � m t ific o -mc cs�a reaç;to. Mas. em geral. nt\�- os homl'llS. WJlli."l'> <!S\1111. Pn r
por cks. p a r a que também eks sej a m s:l l l t i fiL·adns n a verdade" ( l o L"·,sc motivo. raras vo e� é bom disnttir snbrL' rl·li_!2.i,-H' . Tt'd1.1s dc\·e
1 7. 1 7 - 1 9 ) . E st a flli a nra çi""tt1 d u SL·nlwr JKb sua Igr..:ja. c S:to Paulo mns estar dispn s w� a L'_\ rll)r a !Ws-,a r,.:Jigi:to L' lll q u a l q u er tlL',lc-, i:iu;
nos re..:nrda l!LIC .Jc�u :.. Cri�to "se c n treg t'l l pnr tH.1S para resga tar-nos mas nunca a cli�c u t i r sobre d a . No moll1L'llto em que d i :-,scmws ''
de toda i n i q u idade c p u r i fi c ar para :-, i u m pnH' aceitÚ\'L'l. z el nso pe las ; t lgu ém : ''Sua re ligi:t u é fa lsa L' CU l he direi por q u l:" , fc._: ! Jareillt1S COil l
boas obras" ( fit 2. 1 4 ) . u m a halida de porta a multe dc<.., :-;a pc'>'\n;l. c n:l(la do qu-.:: di��,cmw�
O tcn.:ciro lado el o quadrado é a cotolicidadc o u uni rcrsa/idadc. d ep ois consegu i rá abri-la.
A pa l a vr a .. catt\licn" vem do grt::g n. como a pa l a vr a · ' u niversal'' vem Por outro lado. devemos ver que. se conhecermos hem a JWS
do l at im. mas ambas sign i fi c a m o mesmo: " tud o". Todo o en si n a sa rcligiüo. poderemos ex p li cá - I �L inteligente e amavclmL"ll tl�, ao vizinho
mento de Cristo a todos os homens. em todos os tem p os e em todos <;uc nfto 0 e<t t<'1lico ou que nfto p rat ic ;t : havcr;'t h t ! s l a t l t e L''>p,;ran\t\
os l u ga rcs . Escutcnws as p a l a v ras do Senhor: "Este Evangdho do de que nos CSL'lltc. Se p u dc r mo � demnnstrar-lhc l]Lil' a I grej c1 Catú
rcino serú p rcgadl) em t n d n o m u n do, como testemunho para todJs l i c a 0 a \'C rda <k i ra I grL·ja cstabckL·ida pPr .ksus C\i-.h1. n:to hú razão
as naçücs'' ( M t 24. 14) . "Ide por todo o mundo c pregai o EvnnJSe p a r a dizer-lhe que a '·J g rcj a " dele 0 falsa.
Po(krú SL' l" que seja tei
lho a todas a s criaturas" ( Me 1 6. 1 5 ) . "Sereis minhas t e stemu n h as nlo�o. mas n;lo serú L'S t t't p id o . c é de cunfiar qu�,.· t i re a s suas prúprias
em Jerusalém. em toda a Judéia, na Sa m aria c at� os confins do condusÔL'S. Tendo isto em mcnk, exami tll'Jllll� agora a Ig1eja Cató
m u ndo" (At 1 ,8) . l i L·a para ver se a p rL·s�..-· n ta a ma rL·a de C ri s to. �;c .k�us a i ml iL·o u como
O c;uadrado se comp l eta com a nota da apostolicidade. Esta .<.., lltt. �L'Il l poss i b i lid a des de crru.
palavra pa rec e um pouco complicada de se pronunciar, mas significa
sim p le sme nte que a Igreja que proteste ser de Cristo deve ser capaz Pr im e iro. v ej amos a unidadt', q uc o Senhor cstabckccu como
de remontar a s ua l i n h agem . em linha ininterrupta. até os Apóstolos. ._· ;t rac tcrística do se u rchcuilw. Observemos e s ta unidade em suas
fkvc ser capaz c!e mostrar a sua legítima dcsccndl:ncia de Cristo lrl.'s d i mcn sü c:, : unidade de LTL'dll, u n i da d e de autoridade c u n i d ade
por meio dos A póstolos . De novo fala Jesus: " E cu te digo a t i de culto.
q u e t u és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a m i n h a Igreja, e as Sabemos que os membros da Igrcja de C r i s to devem m a n ifest a r
portas do i nferno não p r ev a l ecer ã o contra ela" ( M t 1 6. 1 8) . Diri tlnidadc de credo. ;\•, v ud a dc s -.:: m que crcnws s:to a s que fu ra m
gindo-se a todos os Apóst olo s : · 'Toda a autoridade me foi d ada dadas a conhecer pelo prúpri(l C ri s to ; sfto verdades que p roc e de m
no c éu c n a terra. Ide, pois, ensinai a todas as naçôes, b a tizando-as diretamente de Deu�. I'\ão lü verd a d es mais "vcrdadciras" que a
em nome do Pai, do Filho e do E sp ír ito Santo, e ensina1'1do-as a me n te humana possa nmheccr L' aceitar do que; as r-.:: v cladas por
n h serva r tudo o que \'O� p n:� screY i . Eis L!Ut! cu estou convosco todos D-.:: us. D..: us (� a verdade: �abe tudn c nt-LO pode errar: L� infinitamente
os dias. até ü consumaÇto do m un do '' ( M t 2B.1X-20 ) . São Paulo \ C rd a dc i ro c n:1o p tlcl c m e n t i r. t m a i s ftkil Cl'L'r. por e\L'lllplo. que
suhlinha este sinal da a po s toli c id ad e q u a ndo e�creve aos cfésios: "Já n:to e.\iste sol em pktlo dia dn que PL'Il:--ar que .ksus k11ha pu d i do
não sois h ó s pede s nem peregrinos, m<1s C(ltKidadãos dos santos e L·ng<tllar-sl: ao dizcr-nos que existem três Pc:-.snas em um st\ Deu�.
membros da família de O.�us. edificado� sobre os  p l)s tu h� s c os Por este motivo. cnns i d c rt ! m o s n pri t 1 c i p i tl dn ··ju íln privado"
p ro fe t a s como fundamento. �l..' ndn o pn)prio Cristt1 J e s u s a p-.:dra ulllHl absnlutamentc il (\� iL· o . I-Li pc�snas que e�,t..::H_km o pri tH: Íp io
.
angu l ar" ' ( E f 2 . ! 9-20 ) . du j u íl.tl p ri va d o às q llL' S il,K'S n :ligitl:-,as. A d 1 1 1 i klll q u ·.: D�..-· l ls tl\)S d eu
Q u a l q uer i grej a l!liC prnk�te ser de Cristo deve nws trm estas a cunhcccr L'e r ta s vcrd::Je�. Ill<Js di/Clll quc c;•, d,t klllh:ill IL'm de in
q u a t rn notas. Hú muitas . .igrejas"' tW m u nd tl d e hn j ..: que se chamam terpretar e:-,sas \·crdaJ�,.·s d e a u 1 r(h l nm1 n :-,c u n i t :·ritl. Que cada um
cr i s t ü s . Abreviemos o nosso uabalho J-.:: c�cr u t í nio c.\aminando a leia a sua Bíblia. L o q u e chegue a pcn�ar que a Biblia :;ignifica.
nossa p róp r ia igreja, a Igreja C a t t) l i..: a . L' se c ncon t r a rnws nl.'ia a e s se (; o significwlo fW!"tl de. A ll t ' <-, s:t l'l'Spt;:--; t a é quo.: o que Deus
marca dc C r i s tn, nüo p r ec i s a remos cxcl m i n a r a s n u tra s . disse � para sempre c pa r< t todn:,. ]..;;-to c:,t c"t �..-· m nn:-,:-,a <.., lll:Ítls c �colhc r
Por muito errado que voc0- e�tcja sobre alguma coisa, sempre é e acomodar a n:vda�·üo de D..:us üs no:)s�ls prd..:rl:th.:itls mt üs nns�as
d l'sa g ra dúvcl q ue a l gu ém lho diga sem J"P (le i ns . L enquanto esse l t 111\"Ln i C: n ci a s .
. \ -.; '\ t lT.\S F os \ I H I H I'( J;-. J ) \ !CRLJ \ 12.\
ç havaá um �t·1 r�..-·banho -.: am �,) past�1r ( J n JO, lú) . E t am h l·m : t<lgu0m lhe cxpi i�,.·a c u ida dosam e n te f!or 'fi/C L-��ú L'nga nadn. é p1o\ ú
"Pai sJnto. guarc\3 em t �,. u n om e c�tcs qu�,.· me de s te . a fim de qut: \ CI que \'ocC: �c mostre mais c m �t i s nhstinado. Tah a nem sempre
� çj a m um como nós" ( J o 1 7 . 1 1 ) . suceda isso c on s i go. ou t a lv -: z \'lXC: seja muitn satltll L' n u n L· a tenha
Depois. a sawidadc. "Sant ific�H)S n a vcrdac'k s � m t ific o -mc cs�a reaç;to. Mas. em geral. nt\�- os homl'llS. WJlli."l'> <!S\1111. Pn r
por cks. p a r a que também eks sej a m s:l l l t i fiL·adns n a verdade" ( l o L"·,sc motivo. raras vo e� é bom disnttir snbrL' rl·li_!2.i,-H' . Tt'd1.1s dc\·e
1 7. 1 7 - 1 9 ) . E st a flli a nra çi""tt1 d u SL·nlwr JKb sua Igr..:ja. c S:to Paulo mns estar dispn s w� a L'_\ rll)r a !Ws-,a r,.:Jigi:to L' lll q u a l q u er tlL',lc-, i:iu;
nos re..:nrda l!LIC .Jc�u :.. Cri�to "se c n treg t'l l pnr tH.1S para resga tar-nos mas nunca a cli�c u t i r sobre d a . No moll1L'llto em que d i :-,scmws ''
de toda i n i q u idade c p u r i fi c ar para :-, i u m pnH' aceitÚ\'L'l. z el nso pe las ; t lgu ém : ''Sua re ligi:t u é fa lsa L' CU l he direi por q u l:" , fc._: ! Jareillt1S COil l
boas obras" ( fit 2. 1 4 ) . u m a halida de porta a multe dc<.., :-;a pc'>'\n;l. c n:l(la do qu-.:: di��,cmw�
O tcn.:ciro lado el o quadrado é a cotolicidadc o u uni rcrsa/idadc. d ep ois consegu i rá abri-la.
A pa l a vr a .. catt\licn" vem do grt::g n. como a pa l a vr a · ' u niversal'' vem Por outro lado. devemos ver que. se conhecermos hem a JWS
do l at im. mas ambas sign i fi c a m o mesmo: " tud o". Todo o en si n a sa rcligiüo. poderemos ex p li cá - I �L inteligente e amavclmL"ll tl�, ao vizinho
mento de Cristo a todos os homens. em todos os tem p os e em todos <;uc nfto 0 e<t t<'1lico ou que nfto p rat ic ;t : havcr;'t h t ! s l a t l t e L''>p,;ran\t\
os l u ga rcs . Escutcnws as p a l a v ras do Senhor: "Este Evangdho do de que nos CSL'lltc. Se p u dc r mo � demnnstrar-lhc l]Lil' a I grej c1 Catú
rcino serú p rcgadl) em t n d n o m u n do, como testemunho para todJs l i c a 0 a \'C rda <k i ra I grL·ja cstabckL·ida pPr .ksus C\i-.h1. n:to hú razão
as naçücs'' ( M t 24. 14) . "Ide por todo o mundo c pregai o EvnnJSe p a r a dizer-lhe que a '·J g rcj a " dele 0 falsa.
Po(krú SL' l" que seja tei
lho a todas a s criaturas" ( Me 1 6. 1 5 ) . "Sereis minhas t e stemu n h as nlo�o. mas n;lo serú L'S t t't p id o . c é de cunfiar qu�,.· t i re a s suas prúprias
em Jerusalém. em toda a Judéia, na Sa m aria c at� os confins do condusÔL'S. Tendo isto em mcnk, exami tll'Jllll� agora a Ig1eja Cató
m u ndo" (At 1 ,8) . l i L·a para ver se a p rL·s�..-· n ta a ma rL·a de C ri s to. �;c .k�us a i ml iL·o u como
O c;uadrado se comp l eta com a nota da apostolicidade. Esta .<.., lltt. �L'Il l poss i b i lid a des de crru.
palavra pa rec e um pouco complicada de se pronunciar, mas significa
sim p le sme nte que a Igreja que proteste ser de Cristo deve ser capaz Pr im e iro. v ej amos a unidadt', q uc o Senhor cstabckccu como
de remontar a s ua l i n h agem . em linha ininterrupta. até os Apóstolos. ._· ;t rac tcrística do se u rchcuilw. Observemos e s ta unidade em suas
fkvc ser capaz c!e mostrar a sua legítima dcsccndl:ncia de Cristo lrl.'s d i mcn sü c:, : unidade de LTL'dll, u n i da d e de autoridade c u n i d ade
por meio dos A póstolos . De novo fala Jesus: " E cu te digo a t i de culto.
q u e t u és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a m i n h a Igreja, e as Sabemos que os membros da Igrcja de C r i s to devem m a n ifest a r
portas do i nferno não p r ev a l ecer ã o contra ela" ( M t 1 6. 1 8) . Diri tlnidadc de credo. ;\•, v ud a dc s -.:: m que crcnws s:to a s que fu ra m
gindo-se a todos os Apóst olo s : · 'Toda a autoridade me foi d ada dadas a conhecer pelo prúpri(l C ri s to ; sfto verdades que p roc e de m
no c éu c n a terra. Ide, pois, ensinai a todas as naçôes, b a tizando-as diretamente de Deu�. I'\ão lü verd a d es mais "vcrdadciras" que a
em nome do Pai, do Filho e do E sp ír ito Santo, e ensina1'1do-as a me n te humana possa nmheccr L' aceitar do que; as r-.:: v cladas por
n h serva r tudo o que \'O� p n:� screY i . Eis L!Ut! cu estou convosco todos D-.:: us. D..: us (� a verdade: �abe tudn c nt-LO pode errar: L� infinitamente
os dias. até ü consumaÇto do m un do '' ( M t 2B.1X-20 ) . São Paulo \ C rd a dc i ro c n:1o p tlcl c m e n t i r. t m a i s ftkil Cl'L'r. por e\L'lllplo. que
suhlinha este sinal da a po s toli c id ad e q u a ndo e�creve aos cfésios: "Já n:to e.\iste sol em pktlo dia dn que PL'Il:--ar que .ksus k11ha pu d i do
não sois h ó s pede s nem peregrinos, m<1s C(ltKidadãos dos santos e L·ng<tllar-sl: ao dizcr-nos que existem três Pc:-.snas em um st\ Deu�.
membros da família de O.�us. edificado� sobre os  p l)s tu h� s c os Por este motivo. cnns i d c rt ! m o s n pri t 1 c i p i tl dn ··ju íln privado"
p ro fe t a s como fundamento. �l..' ndn o pn)prio Cristt1 J e s u s a p-.:dra ulllHl absnlutamentc il (\� iL· o . I-Li pc�snas que e�,t..::H_km o pri tH: Íp io
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angu l ar" ' ( E f 2 . ! 9-20 ) . du j u íl.tl p ri va d o às q llL' S il,K'S n :ligitl:-,as. A d 1 1 1 i klll q u ·.: D�..-· l ls tl\)S d eu
Q u a l q uer i grej a l!liC prnk�te ser de Cristo deve nws trm estas a cunhcccr L'e r ta s vcrd::Je�. Ill<Js di/Clll quc c;•, d,t klllh:ill IL'm de in
q u a t rn notas. Hú muitas . .igrejas"' tW m u nd tl d e hn j ..: que se chamam terpretar e:-,sas \·crdaJ�,.·s d e a u 1 r(h l nm1 n :-,c u n i t :·ritl. Que cada um
cr i s t ü s . Abreviemos o nosso uabalho J-.:: c�cr u t í nio c.\aminando a leia a sua Bíblia. L o q u e chegue a pcn�ar que a Biblia :;ignifica.
nossa p róp r ia igreja, a Igreja C a t t) l i..: a . L' se c ncon t r a rnws nl.'ia a e s se (; o significwlo fW!"tl de. A ll t ' <-, s:t l'l'Spt;:--; t a é quo.: o que Deus
marca dc C r i s tn, nüo p r ec i s a remos cxcl m i n a r a s n u tra s . disse � para sempre c pa r< t todn:,. ]..;;-to c:,t c"t �..-· m nn:-,:-,a <.., lll:Ítls c �colhc r
Por muito errado que voc0- e�tcja sobre alguma coisa, sempre é e acomodar a n:vda�·üo de D..:us üs no:)s�ls prd..:rl:th.:itls mt üs nns�as
d l'sa g ra dúvcl q ue a l gu ém lho diga sem J"P (le i ns . L enquanto esse l t 111\"Ln i C: n ci a s .
AS :-;oTAS E OS ATRIBcTOS DA !{;REJA
124 125
Esta teoria do "juízo privado" levou, naturalmente, a dar um Uma fé, uma cabeça. um culh). Esta é a unidade pela qual
passo mais: a negar toda verdade absoluta. Hoje, muita gente p� e Cristo orou. a unidade que estabdcceu como um dos sinais que idcn
.
tende que a verdade e a hondade são termos re!atl vos. Uma cmsa tificariam perpetuamente a sua Igreja. É uma unidade que só pode
será verdadeira enquanto a maioria dos homens pensar que é útil, ser encontrada na Igreja Católica.
enquanto parecer que essa coisa ··funciona". Se crer em Deus ajuda
você, então creia em Deus; mas, se você pensa que essa crença difi
culta a marcha do progresso, deve estar disposto a afastá-la. E o SANTA E CATOLICA
mesmo ocorre com a bondade. Uma coisa ou uma ação é boa se
contribui para o bem-estar e a felicidade do homem. Mas se a cas Os argumentos mais fortes contra a Igreja Católica são as vidas
tidade, por exemplo, parece que refreia o avanço de um mundo que dos maus calóljcos c dos católicos relaxados. Se perguntássemos a
'
está sempre evoluindo, então a castidade deixa de ser boa. .- nm católico tíbio: "Não será que tanto faz Wna igreja como outra?".
Em resumo, bom ou verdadeiro é apenas o que, aqui e ago certamente nos responderia jndignado: "Claro que não! Há uma
ra, é útil para a comunidade, para o homem como elemento cons sú Igreja verdadeira, a Igreja Católica". E pouco depois ficaria como
i trutivo da sociedade, e é bom ou verdadeiro somente enquanto con um mentiroso diante dos seus amigos acatólicos, ao contar as mes
'
' tinua a ser útil. Esta filosofia tem o nome de pragmatismo. É muito mas piadas imorais, ao emhehedar-se nas mesmas reuniões, ao cola
difícil dialogar com um pragmático sobre a verdade, porque minou horar com eles em mexericos maliciosos, ao comprar os mesmos
o terreno que voce pisa começando por negar a existência de qual an ticoncepcionais e até, talvez, aõ mostrar-se menos escrupuloso que
quer verdade real e absoluta. Tudo o que um homem de fé pode eles nos seus negócios ou na sua atuação política.
fazer por ele é rezar e demonstrar-lhe com uma vida cristã autêntica Sabemos que estes homens c mulheres são a minoria, ainda que
que o cristianismo ''funciona". já seria excessivo que houvesse um só. Também sabemos que não
nos pode surpreender que na Igreja de Cristo haja membros indig
Talvez nos tenhamos desviado um pouco do nosso tema prin nos. O próprio Jesus comparou a sua Igreja à rede que apanha
cipal: o de que não há igreja que possa dizer que é de Cristo se peixes maus e bons ( M t 13, 47-50) ; ao campo, onde o joio cresce
todos os seus membros não crêem nas mesmas verdades, já que essas entre o trigo (Mt 1 3, 24-30) : à festa de bodas, em que um dos con
verdades são de Deus, eternamente imutáveis, as mesmaS para todos vidados se apresenta sem a veste nupcial (Mt 22, 1 1 - 1 4 ) .
'
os povos. Sabemos que na Igreja Católica todos cremos nas mes Sempre haverá pecadores. Até o final d o caminho serão a cruz
mas verdades, bispos, sacerdotes ou crianças; americanos, franceses que Jesus Cristo deve carregar aos ombros do seu Corpn Místico.
e japoneses; brancos ou negros; cada católico, esteja onde estiver, E. não obstante, Jesus sublinhou a santidade como uma das notas
diz exatamente o mesmo quando recita o Credo dos Apóstolos. distintivas da sua Igreja. "Por seus frutos os conhecereis", disse Ele.
Não estamos unidos entre nós apenas pelo que cremos, mas tam ' " Porventura colhem-se uvas dos espinhos e figos dos abrolhos? Toda
bém por estarmos debaixo da mesma autoridade. Jesus Cristo de úrvorc boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos" (Mt
signou São Pedro como pastor supremo do seu rebanho, e tomou 7, 16- 1 7) .
\
as medidas 11ecessárias para que os sucessores do Apóstolo até o Ao responder à pergunta: -'.:]>QLgue é santa a Igreja Católica?",
fim dos tempos fossem a cabeça da sua Igreja e quem guardasse as diz o Ca tecismo: "A fgreja Católica é santa porque foi fund ada'
suas verdades. A lealdade ao bispo de Roma, a quem chamamos por Jesus Cristo, que é santo: porque ensina, segundo a vontade de
carinhosamente Santo Padre, será sempre o centro obrigatório da Cristo, uma doutrina santa e oferece os meios para se levar uma vida \'
Igreja de Cristo: "Onde está Pedro, ali está a Igreja". �anta, formando assim membros santos em todas as id&des".
. .
Estamos unidos também no culto, como nenhuma outra IgreJa. Tod3S- - e cada uma destas palavras são verdade, mas não são
Temos um só altar, sobre o qual Jesus Cristo renova, todos os dias, t!rn ponto f;_icil de aceitar para o nosso conhecido não católico, espe
o seu oferecimento na cruz. Só um católico pode dar a volta ao mun L·ialmentc se na noite anterior esteve de farra c0m um católico, c.
do sabendo que, aonde quer �ue vá - à África ou à índia, à Ale além disso. sabia que esse seu amigo pertence à Confraria de Nossa
manha ou à América do Sul -, se encontrará sempre em casa, do Senhora das Dores da p;1róquia de São Pafúncio. Sahemns que Jesus
ponto de vista religioso. Em toda a parte, a mesma Missa; em toda a Cristo fundou a Igreja c que as outras comunidades que se autode
pa rtL', os mesmos sete sacramentos.
nominam "igrejas" foram fundadas por homens. Mas o luterano.
AS :-;oTAS E OS ATRIBcTOS DA !{;REJA
124 125
Esta teoria do "juízo privado" levou, naturalmente, a dar um Uma fé, uma cabeça. um culh). Esta é a unidade pela qual
passo mais: a negar toda verdade absoluta. Hoje, muita gente p� e Cristo orou. a unidade que estabdcceu como um dos sinais que idcn
.
tende que a verdade e a hondade são termos re!atl vos. Uma cmsa tificariam perpetuamente a sua Igreja. É uma unidade que só pode
será verdadeira enquanto a maioria dos homens pensar que é útil, ser encontrada na Igreja Católica.
enquanto parecer que essa coisa ··funciona". Se crer em Deus ajuda
você, então creia em Deus; mas, se você pensa que essa crença difi
culta a marcha do progresso, deve estar disposto a afastá-la. E o SANTA E CATOLICA
mesmo ocorre com a bondade. Uma coisa ou uma ação é boa se
contribui para o bem-estar e a felicidade do homem. Mas se a cas Os argumentos mais fortes contra a Igreja Católica são as vidas
tidade, por exemplo, parece que refreia o avanço de um mundo que dos maus calóljcos c dos católicos relaxados. Se perguntássemos a
'
está sempre evoluindo, então a castidade deixa de ser boa. .- nm católico tíbio: "Não será que tanto faz Wna igreja como outra?".
Em resumo, bom ou verdadeiro é apenas o que, aqui e ago certamente nos responderia jndignado: "Claro que não! Há uma
ra, é útil para a comunidade, para o homem como elemento cons sú Igreja verdadeira, a Igreja Católica". E pouco depois ficaria como
i trutivo da sociedade, e é bom ou verdadeiro somente enquanto con um mentiroso diante dos seus amigos acatólicos, ao contar as mes
'
' tinua a ser útil. Esta filosofia tem o nome de pragmatismo. É muito mas piadas imorais, ao emhehedar-se nas mesmas reuniões, ao cola
difícil dialogar com um pragmático sobre a verdade, porque minou horar com eles em mexericos maliciosos, ao comprar os mesmos
o terreno que voce pisa começando por negar a existência de qual an ticoncepcionais e até, talvez, aõ mostrar-se menos escrupuloso que
quer verdade real e absoluta. Tudo o que um homem de fé pode eles nos seus negócios ou na sua atuação política.
fazer por ele é rezar e demonstrar-lhe com uma vida cristã autêntica Sabemos que estes homens c mulheres são a minoria, ainda que
que o cristianismo ''funciona". já seria excessivo que houvesse um só. Também sabemos que não
nos pode surpreender que na Igreja de Cristo haja membros indig
Talvez nos tenhamos desviado um pouco do nosso tema prin nos. O próprio Jesus comparou a sua Igreja à rede que apanha
cipal: o de que não há igreja que possa dizer que é de Cristo se peixes maus e bons ( M t 13, 47-50) ; ao campo, onde o joio cresce
todos os seus membros não crêem nas mesmas verdades, já que essas entre o trigo (Mt 1 3, 24-30) : à festa de bodas, em que um dos con
verdades são de Deus, eternamente imutáveis, as mesmaS para todos vidados se apresenta sem a veste nupcial (Mt 22, 1 1 - 1 4 ) .
'
os povos. Sabemos que na Igreja Católica todos cremos nas mes Sempre haverá pecadores. Até o final d o caminho serão a cruz
mas verdades, bispos, sacerdotes ou crianças; americanos, franceses que Jesus Cristo deve carregar aos ombros do seu Corpn Místico.
e japoneses; brancos ou negros; cada católico, esteja onde estiver, E. não obstante, Jesus sublinhou a santidade como uma das notas
diz exatamente o mesmo quando recita o Credo dos Apóstolos. distintivas da sua Igreja. "Por seus frutos os conhecereis", disse Ele.
Não estamos unidos entre nós apenas pelo que cremos, mas tam ' " Porventura colhem-se uvas dos espinhos e figos dos abrolhos? Toda
bém por estarmos debaixo da mesma autoridade. Jesus Cristo de úrvorc boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos" (Mt
signou São Pedro como pastor supremo do seu rebanho, e tomou 7, 16- 1 7) .
\
as medidas 11ecessárias para que os sucessores do Apóstolo até o Ao responder à pergunta: -'.:]>QLgue é santa a Igreja Católica?",
fim dos tempos fossem a cabeça da sua Igreja e quem guardasse as diz o Ca tecismo: "A fgreja Católica é santa porque foi fund ada'
suas verdades. A lealdade ao bispo de Roma, a quem chamamos por Jesus Cristo, que é santo: porque ensina, segundo a vontade de
carinhosamente Santo Padre, será sempre o centro obrigatório da Cristo, uma doutrina santa e oferece os meios para se levar uma vida \'
Igreja de Cristo: "Onde está Pedro, ali está a Igreja". �anta, formando assim membros santos em todas as id&des".
. .
Estamos unidos também no culto, como nenhuma outra IgreJa. Tod3S- - e cada uma destas palavras são verdade, mas não são
Temos um só altar, sobre o qual Jesus Cristo renova, todos os dias, t!rn ponto f;_icil de aceitar para o nosso conhecido não católico, espe
o seu oferecimento na cruz. Só um católico pode dar a volta ao mun L·ialmentc se na noite anterior esteve de farra c0m um católico, c.
do sabendo que, aonde quer �ue vá - à África ou à índia, à Ale além disso. sabia que esse seu amigo pertence à Confraria de Nossa
manha ou à América do Sul -, se encontrará sempre em casa, do Senhora das Dores da p;1róquia de São Pafúncio. Sahemns que Jesus
ponto de vista religioso. Em toda a parte, a mesma Missa; em toda a Cristo fundou a Igreja c que as outras comunidades que se autode
pa rtL', os mesmos sete sacramentos.
nominam "igrejas" foram fundadas por homens. Mas o luterano.
1 -=:'fi \� '\ ( fi _\S 1:. OS . \ · 1 HlB l 'TO� l )_-\ ICHE _f.\
:t..,..,im '> l l <l" \ idtt'. • ! l i C tc'-t·L·ntunho UHl ;nnt ... ador da santidade da l gre - sos da lgreja ( e não há dúvida de que havia ahusos) acahou num
1 -=:'fi \� '\ ( fi _\S 1:. OS . \ · 1 HlB l 'TO� l )_-\ ICHE _f.\
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A S '-OT-\S E OS ATHIB LTTOS JJA IGREJA ..\ RAZ.1.0, A F€ . . . E EU 129
mal muito maior: a divisüo da Cristandade. Lutero abriu u m p ri � legítima descendência dos Apóstolos, a l icerce sobre o qual Jesus edi
ll1l'iru furo JW d iqu e. e, atrú !-l Jde. vei0 a inu ndaç<io. Já m enci ona fico u a sua Igrej a.
mns H�.;:nriquc VJI í. 1 ohn Knox c John \Vesley. Porém , as pr i meiras Que a Igreja Católica passa pel a prova da "apostolicidade", é
.
('onfb.s0l's prdo::s t<..t !l lL'S �I! subdividiram e proliferaram ( esp!.!c i a lmentc COJsa m m to fácil de demonstrar. Temos a lista dos bispos de Roma,
nos país-:s de lí n gu a a km ã e inglesa ) . d a ndo lugar a centenas de que se remonta do Papa atual numa linha contínua até São Pedro.
seitas diferentes, num processo que ainda niio krminou. Mas nc� E os outros bispos da Igreja Católica, verdadeiros sucessores dos
nhuma delas existia antes de 1 5 1 7, an o em que Lutero afixou as Apóstolos, são os elos atuais na ininterrupta cadeia que se estende
suas fu m osa s ''95 Teses" na porta da i greja de Wittenberg. n a Ale por mais de vinte séculos. Desde o dia em que os Apóstolos impu
manha. seram as mãos sobre Timóteo e Tito, M arcos e Policarpo, o p oder
A Ig rej a Católica não só é a única cuja h istória não se inter episcopal transmitiu-se pelo sacramento da Ordem Sagrada de gera
rompe desde os tempos de Cristo. como tamhém é a únka que ensi na ção em gera ção, de bispo a bi spo.
todas as n::rtlades q ue Jesus ensinou c l.:orno E le as en sino u . Os E com isto, fechamos o quadrado, Na Igreja Católica distin
sa c ramentos da Penitênc ia c U nçZto dor-. Enfermos, a M i ssa c a gue-se com toda a clareza a "marca" de Cristo: una, santa, católica
Presença Rea l de Jesus Cristo na Eu...:-aristia, a su premacia e s piritua l e apostólica . Não somos tão ingênuos que esperemos que os con·
de Pedro e seus sucessores, os papa s, a cficúcia da gra!\a e a possi� vertidos venham agora correndo aos molhos, visto que lhes mostra
bi l idade de o homem merecer a graç a c o cCu - são pontos dos mos essa marca. Os preconceitos humanos não cedem tão facilmente
g u ais aJguns são repe l idos pela s variadas igrejas n f1n C<Jtúlkas. De à razão. Mas ao menos tenhamos a prudência de vermos nós essa
'I fato, há hoje coml!nidades qu e pretend em ser "igrejas cristüs" e che marca com lúcida segurança.
gam inclusive a duvidar da d i v indade d e Jesus Cristo. Em contra
1.,
Ir parti da , niio h á uma só verdade revelada por Jesus Cristo ( pessoa l
mente ou pelos seus Apóstolos) que a Igreja Católica niH' proclame A RAZÃO, A FÉ E EU.
e ensine.
Além de ser universal no tem po (lodos os di as desde o Pente Deus concedeu ao homem a faculdade de raciocinar, e Ele pre
costes) e universal na doutrina ( todas as verd a des ensinadas por tende que a utilizemos. Existem duas maneiras de abusar dessa fa·
Jesus Cristo), a Igreja Católica é tamhém universal em extensão. culdade. Uma é não utilizá-la. Uma pessoa que não aprendeu a
Conscien te da m i ss ão que lhe foi cnnfiada rcln seu Fundador. a usar da razão é, por exemplo, aquela que toma como verdade do
Igreja Católica levou a men sa gem de srtlv a )ií rl a t od as as lat itudes E vangelho tudo o q ue lê nos jornais e nas revistas, por mais absurdo
c lon gi tu d es da face da terra. lá n nd c hnuvcss,� almas quç salvar. que seja . É a que aceita ingenuamente as mais extravagantes afir
A Igreja Católica não e uma igreja "a lemã'' (os l u t eranos ) ou inglesa m a ções de vendedores e anunciantes, uma arma sempre pronta para
(os angl i c anos) , ou ''escocesa" (os preshiteriann�) , ou '·holandesa" ser empunhada por publicitários espertos. Deslumbra-a o prestigio;
(a Igreja Reformada), ou " american a " (centenas de seita s distintas). se um famoso cientista ou industrial diz que Deus não existe, para
A Igrej a Católica está em tod<'S esses pa íse s, e, além d i sso, em t odos ela é claro que não há Deus. Noutras palavras, este não-pensante
a q ueles que perm it iram a entrada aos st:'us mi�sinnáríos. Mas a não possui senão opiniões prefabricadas, Nem sempre é a pregui
Ig rej a Católica niHl e pw p rieda de de n en hu ma nação ou raça. Em ça intelectual a que produ z u m não-pensante. As vezes, infelizmente,
q ualque r parte s.-.: acha em <:asa, sem �er pro prie d ad e de ningu ém. são os pais e os mestres os causadores desta apatia mental, quando
Ft)i assim que Cristo a quis. A sua Igreja é para todos os h om en s; reprimem a natural curiosidade dos jovens e afogam os normais
deve abrangt'r o mundo i mc ir n . A Igreja Católica é a única a ''porquês" com os seus "porque eu o digo e pronto".
uun pri r esta (úndi �.s·ãn, a ú nil'<l que c�tu �m toda a parte, por to do No outro extremo está o homem que faz da razão um autêntico
o mu nd o. deus. É aquele que não crê em nada que não veja e compreenda
por si mesmo, Para ele, os únicos dados certos são os que vêm
Católica, 11niversa l . no tempo, nas vcrd11cks '� n(1 territ(1rio: esta dos laboratórios científicos. Nada é certo a não ser que ele a ssim
,I
é a terceira nota da au tê n tica Igreja de f'risto. E a q u n rta . a que o ache, a não ser que, já e agora . produza resultados p�ático s. O
co m p let a o qu ad ra d o , e a "apostoliddudr/'' que s ig n ifica , simples· que dá resultado. é certo; o que é útil. é bom. Este tipo de r-.::n ·
mente, que a igreja que pretenda ser de Cristo deverá provar a su a
A S '-OT-\S E OS ATHIB LTTOS JJA IGREJA ..\ RAZ.1.0, A F€ . . . E EU 129
mal muito maior: a divisüo da Cristandade. Lutero abriu u m p ri � legítima descendência dos Apóstolos, a l icerce sobre o qual Jesus edi
ll1l'iru furo JW d iqu e. e, atrú !-l Jde. vei0 a inu ndaç<io. Já m enci ona fico u a sua Igrej a.
mns H�.;:nriquc VJI í. 1 ohn Knox c John \Vesley. Porém , as pr i meiras Que a Igreja Católica passa pel a prova da "apostolicidade", é
.
('onfb.s0l's prdo::s t<..t !l lL'S �I! subdividiram e proliferaram ( esp!.!c i a lmentc COJsa m m to fácil de demonstrar. Temos a lista dos bispos de Roma,
nos país-:s de lí n gu a a km ã e inglesa ) . d a ndo lugar a centenas de que se remonta do Papa atual numa linha contínua até São Pedro.
seitas diferentes, num processo que ainda niio krminou. Mas nc� E os outros bispos da Igreja Católica, verdadeiros sucessores dos
nhuma delas existia antes de 1 5 1 7, an o em que Lutero afixou as Apóstolos, são os elos atuais na ininterrupta cadeia que se estende
suas fu m osa s ''95 Teses" na porta da i greja de Wittenberg. n a Ale por mais de vinte séculos. Desde o dia em que os Apóstolos impu
manha. seram as mãos sobre Timóteo e Tito, M arcos e Policarpo, o p oder
A Ig rej a Católica não só é a única cuja h istória não se inter episcopal transmitiu-se pelo sacramento da Ordem Sagrada de gera
rompe desde os tempos de Cristo. como tamhém é a únka que ensi na ção em gera ção, de bispo a bi spo.
todas as n::rtlades q ue Jesus ensinou c l.:orno E le as en sino u . Os E com isto, fechamos o quadrado, Na Igreja Católica distin
sa c ramentos da Penitênc ia c U nçZto dor-. Enfermos, a M i ssa c a gue-se com toda a clareza a "marca" de Cristo: una, santa, católica
Presença Rea l de Jesus Cristo na Eu...:-aristia, a su premacia e s piritua l e apostólica . Não somos tão ingênuos que esperemos que os con·
de Pedro e seus sucessores, os papa s, a cficúcia da gra!\a e a possi� vertidos venham agora correndo aos molhos, visto que lhes mostra
bi l idade de o homem merecer a graç a c o cCu - são pontos dos mos essa marca. Os preconceitos humanos não cedem tão facilmente
g u ais aJguns são repe l idos pela s variadas igrejas n f1n C<Jtúlkas. De à razão. Mas ao menos tenhamos a prudência de vermos nós essa
'I fato, há hoje coml!nidades qu e pretend em ser "igrejas cristüs" e che marca com lúcida segurança.
gam inclusive a duvidar da d i v indade d e Jesus Cristo. Em contra
1.,
Ir parti da , niio h á uma só verdade revelada por Jesus Cristo ( pessoa l
mente ou pelos seus Apóstolos) que a Igreja Católica niH' proclame A RAZÃO, A FÉ E EU.
e ensine.
Além de ser universal no tem po (lodos os di as desde o Pente Deus concedeu ao homem a faculdade de raciocinar, e Ele pre
costes) e universal na doutrina ( todas as verd a des ensinadas por tende que a utilizemos. Existem duas maneiras de abusar dessa fa·
Jesus Cristo), a Igreja Católica é tamhém universal em extensão. culdade. Uma é não utilizá-la. Uma pessoa que não aprendeu a
Conscien te da m i ss ão que lhe foi cnnfiada rcln seu Fundador. a usar da razão é, por exemplo, aquela que toma como verdade do
Igreja Católica levou a men sa gem de srtlv a )ií rl a t od as as lat itudes E vangelho tudo o q ue lê nos jornais e nas revistas, por mais absurdo
c lon gi tu d es da face da terra. lá n nd c hnuvcss,� almas quç salvar. que seja . É a que aceita ingenuamente as mais extravagantes afir
A Igreja Católica não e uma igreja "a lemã'' (os l u t eranos ) ou inglesa m a ções de vendedores e anunciantes, uma arma sempre pronta para
(os angl i c anos) , ou ''escocesa" (os preshiteriann�) , ou '·holandesa" ser empunhada por publicitários espertos. Deslumbra-a o prestigio;
(a Igreja Reformada), ou " american a " (centenas de seita s distintas). se um famoso cientista ou industrial diz que Deus não existe, para
A Igrej a Católica está em tod<'S esses pa íse s, e, além d i sso, em t odos ela é claro que não há Deus. Noutras palavras, este não-pensante
a q ueles que perm it iram a entrada aos st:'us mi�sinnáríos. Mas a não possui senão opiniões prefabricadas, Nem sempre é a pregui
Ig rej a Católica niHl e pw p rieda de de n en hu ma nação ou raça. Em ça intelectual a que produ z u m não-pensante. As vezes, infelizmente,
q ualque r parte s.-.: acha em <:asa, sem �er pro prie d ad e de ningu ém. são os pais e os mestres os causadores desta apatia mental, quando
Ft)i assim que Cristo a quis. A sua Igreja é para todos os h om en s; reprimem a natural curiosidade dos jovens e afogam os normais
deve abrangt'r o mundo i mc ir n . A Igreja Católica é a única a ''porquês" com os seus "porque eu o digo e pronto".
uun pri r esta (úndi �.s·ãn, a ú nil'<l que c�tu �m toda a parte, por to do No outro extremo está o homem que faz da razão um autêntico
o mu nd o. deus. É aquele que não crê em nada que não veja e compreenda
por si mesmo, Para ele, os únicos dados certos são os que vêm
Católica, 11niversa l . no tempo, nas vcrd11cks '� n(1 territ(1rio: esta dos laboratórios científicos. Nada é certo a não ser que ele a ssim
,I
é a terceira nota da au tê n tica Igreja de f'risto. E a q u n rta . a que o ache, a não ser que, já e agora . produza resultados p�ático s. O
co m p let a o qu ad ra d o , e a "apostoliddudr/'' que s ig n ifica , simples· que dá resultado. é certo; o que é útil. é bom. Este tipo de r-.::n ·
mente, que a igreja que pretenda ser de Cristo deverá provar a su a
1 .30 AS :\OT \S F lh .\TH llH.'TOS D.-\ l(;HFj.\ :\ R AZ..\0, A H�: E Fl'
que se baseie na autoridade. Crerá na autoridade d e u m Einstein sq:?ue-a quando afirma: "Creit1 em tudo u que a Igreja Católica
ac�..:ítarú a tuuia da rclati\'idadc, mesmo que n:tn a entenda. Crerá
�..: ensina".
na autoridade dos físicos nuckares. ainda que continue a nüo enten De igual modo. o catl11ico segue tanto a Lt7:t,l l'O!lFl a fé quando
der nada. .tvlas a palavra "autoridade" produz-lhe uma repulsa au aceita a doutrina Lia infalibilidade. Esll' atribu tc1 s i g n i f i...: a -.,impks
tomútica quando se refere à autoridadt.: da Igreja. mcnte que a Igreja (�cja na pcssnJ do Papa PU de tndns ns hispl1S
O pragmútico respeita as declaraçôes das autoridades humanas juntos soh o Papa) nÜll p(1de errar qu a ndn prn...: L l m �l snkn,..:tnl'llk
porque acha que elas devem saber o que diLem. confia na sua com que certa matéria de crença ou ck cnnduta fui 1'\.'\·c\aLia pnr Deus c
petência. Mas este mesmo pragmátil.:o olhará com um desd�m im deve ser aceita 1..' seguida por todns. A prnmessa ck Cristo " E u esta
paciente o católico que, pela mesma razüo. rl..'s peita as dedarações ' ci cnm·nsco tl�clt1S os dias. até o fim do munc\tl" ( !\11 2S. :'0) n:tn
da Igreja, confiado em que a Igreja sabe o que está dizendo através teria sentido se a sua I greja nào fosse infalhel. C'ert3tn�I11l' J e s 1 1s
Ja pessoa do Papa c dos bispos. nüo estaria cnm a sua Igreja se a permitisse cair em errn 1..' 111 Illaté
É verda m toctos os católicos tl:m uma compreem,;\0 rias essenciais à salvaçfto. O catúlico sabe q u e n Papa pode pe�.:ar.
.
in te wente da sua fé. Para muitos, a fé é umii act:itaçt\0 �Uüas como qualquer homem. Sahc que as 1.1pin iôes pcsstlais do Papa t,g.m
verdades religiosas baseada na autoridade da Igreja. Esta aceitaçf10 a força que a sua sabedoria humana lhes possa d :J.f . 1\bs tanóém
sem raciocínio poderá ser devida à falta de ocasião de estudo, sabe que quando o Papa. pública c soknemcnk. declara que certas
à falta de instrução ou, aC infdizmcnte. à preguiça mental. Para verdades forJm reveladas por Cristo, sl..'ja pcs�oa\mcnte ou por meio
as crianças e as pessoas sem instrução, as crenças religiosas devem de seus Apóstolos. o sucessor de P�.?dro n :to p�1dc errar. Je�us n:tn
ser desse gênero. sem provas, corno a sua c;ença na necessidade de estabeleceu uma Igreja que pudesse desencaminhar os homens.
certos alimentos c a nocividade de certas substfmcias é uma crença O direito de falar em nome de Cristo c de �er cscuwda é o atri
sem provas. O pragmático que afirma: "Eu creio no que diz Eins buto (ou qualidade) da Igreja Católica a que chamamos ·'autori
tein porque não há dúvida de que sabe do que está falando", deverá dade". A certeza de estar livre de erro quando proclama sokne
também achar lógico que u m a criança diga: "Creio porque papai mcnle as verdades de Deus à Igreja universal 0 o atributo a que
diz", e, quando for mais crescida, diga: ''Creio porque assim o diz chamamos "infalibilidade".
o padre (ou a freira) " , e não poderá estranhar que u m adulto sem
instrução afirme: "É o Papa que o diz, e para m i m basta". Existe uma terceira qualidade característica da Igreja Católica.
Jesus não disse só: "Quem vos t'uvc. a mim ouve; c quem vos
Nüo obstante, para um católico que raciocina. a accitaçf10 das rejeita, a mim rejeita" ( Lc 10. 16) - autoridade -. N�to disse s(1 :
verdades da fé deve ser uma aceitação raciocinada, uma aceitação "Eu estarei convosco. todos os dias. atl- �1 fim do mundo" (Mt 2�. 20)
inteligente. É certo que a virtude da fé em si mesma - a faculdade - infalihi!idadc -. Tamhl:m disse: "Sobre c�ta rçclra cdif�cJrei
de crer - é uma graça, u m dom de Deus. M a s a fé adulta se edi a minha Igreja. c as portas do inferno nJo prevakccr�t') contra ela''
fica sobre a razão: não é uma frustração da razão. O católico ins ( M t l ô. 1 8 ) . e com estas palavras indicou a terceira qualidaUe ine
truído considera suficiente a clara evidência histórica de quz Deus rente à Igreja Católica: a indefectihilidade.
falou, e de que o fez por meio de seu Filho, Jesus Cristo; de que
-·-�.b�!!.9 .�1��ctihil idadt: significa simplesmente que a Igreja
ili!S
__
que se baseie na autoridade. Crerá na autoridade d e u m Einstein sq:?ue-a quando afirma: "Creit1 em tudo u que a Igreja Católica
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na autoridade dos físicos nuckares. ainda que continue a nüo enten De igual modo. o catl11ico segue tanto a Lt7:t,l l'O!lFl a fé quando
der nada. .tvlas a palavra "autoridade" produz-lhe uma repulsa au aceita a doutrina Lia infalibilidade. Esll' atribu tc1 s i g n i f i...: a -.,impks
tomútica quando se refere à autoridadt.: da Igreja. mcnte que a Igreja (�cja na pcssnJ do Papa PU de tndns ns hispl1S
O pragmútico respeita as declaraçôes das autoridades humanas juntos soh o Papa) nÜll p(1de errar qu a ndn prn...: L l m �l snkn,..:tnl'llk
porque acha que elas devem saber o que diLem. confia na sua com que certa matéria de crença ou ck cnnduta fui 1'\.'\·c\aLia pnr Deus c
petência. Mas este mesmo pragmátil.:o olhará com um desd�m im deve ser aceita 1..' seguida por todns. A prnmessa ck Cristo " E u esta
paciente o católico que, pela mesma razüo. rl..'s peita as dedarações ' ci cnm·nsco tl�clt1S os dias. até o fim do munc\tl" ( !\11 2S. :'0) n:tn
da Igreja, confiado em que a Igreja sabe o que está dizendo através teria sentido se a sua I greja nào fosse infalhel. C'ert3tn�I11l' J e s 1 1s
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in te wente da sua fé. Para muitos, a fé é umii act:itaçt\0 �Uüas como qualquer homem. Sahc que as 1.1pin iôes pcsstlais do Papa t,g.m
verdades religiosas baseada na autoridade da Igreja. Esta aceitaçf10 a força que a sua sabedoria humana lhes possa d :J.f . 1\bs tanóém
sem raciocínio poderá ser devida à falta de ocasião de estudo, sabe que quando o Papa. pública c soknemcnk. declara que certas
à falta de instrução ou, aC infdizmcnte. à preguiça mental. Para verdades forJm reveladas por Cristo, sl..'ja pcs�oa\mcnte ou por meio
as crianças e as pessoas sem instrução, as crenças religiosas devem de seus Apóstolos. o sucessor de P�.?dro n :to p�1dc errar. Je�us n:tn
ser desse gênero. sem provas, corno a sua c;ença na necessidade de estabeleceu uma Igreja que pudesse desencaminhar os homens.
certos alimentos c a nocividade de certas substfmcias é uma crença O direito de falar em nome de Cristo c de �er cscuwda é o atri
sem provas. O pragmático que afirma: "Eu creio no que diz Eins buto (ou qualidade) da Igreja Católica a que chamamos ·'autori
tein porque não há dúvida de que sabe do que está falando", deverá dade". A certeza de estar livre de erro quando proclama sokne
também achar lógico que u m a criança diga: "Creio porque papai mcnle as verdades de Deus à Igreja universal 0 o atributo a que
diz", e, quando for mais crescida, diga: ''Creio porque assim o diz chamamos "infalibilidade".
o padre (ou a freira) " , e não poderá estranhar que u m adulto sem
instrução afirme: "É o Papa que o diz, e para m i m basta". Existe uma terceira qualidade característica da Igreja Católica.
Jesus não disse só: "Quem vos t'uvc. a mim ouve; c quem vos
Nüo obstante, para um católico que raciocina. a accitaçf10 das rejeita, a mim rejeita" ( Lc 10. 16) - autoridade -. N�to disse s(1 :
verdades da fé deve ser uma aceitação raciocinada, uma aceitação "Eu estarei convosco. todos os dias. atl- �1 fim do mundo" (Mt 2�. 20)
inteligente. É certo que a virtude da fé em si mesma - a faculdade - infalihi!idadc -. Tamhl:m disse: "Sobre c�ta rçclra cdif�cJrei
de crer - é uma graça, u m dom de Deus. M a s a fé adulta se edi a minha Igreja. c as portas do inferno nJo prevakccr�t') contra ela''
fica sobre a razão: não é uma frustração da razão. O católico ins ( M t l ô. 1 8 ) . e com estas palavras indicou a terceira qualidaUe ine
truído considera suficiente a clara evidência histórica de quz Deus rente à Igreja Católica: a indefectihilidade.
falou, e de que o fez por meio de seu Filho, Jesus Cristo; de que
-·-�.b�!!.9 .�1��ctihil idadt: significa simplesmente que a Igreja
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Nl"�s ternos J n rmt: seu rL·tu entender. Jazendo hom uso das graças que Dt:us cer
têm eles a oferecer. mas com que zelo o pwclamam�
t�trnente lhes dará em \ ista da sua boa vontade. esses poderao sal.
tantu que partilhar e. não obstante. que apáticos - quase ind iferen
\'ar-se. Deus rún pede o impossível a ninguém: recompensará cada
tes - somos em levar a verdade aos outros!
um segundo o uso que tenha feito do que lhe foi concedido. Mas
�antas pesso.as.. cunY�_rti?'�:..._ _Q�_pc!o 111enos, ''q�IaJJtQ_ Ql_� _preo islo n<lo quer dizer que nós possamos iludir a nossa responsabilidade
��i , qp_�!!!a d�dicação pus na conversão dos outros?". E�ta é unii clizendP: '·Como o meu \'izinho pode ir para o céu sem se fazer
·pergun�_<_l _9lle_ cada um_ çit! nÕ§ deveria fazer a si próprio de vez em católico por qu e �e preocupar?". Também não quer dizer que
: _
'"tanto faz uma IgreJa como outra". _
nos of t' ' ·· Tomamos pouco �;,: rio a nnssa fé se podemos con-
I
,n. a
orações quotidianas ficariam lamentavelmente incompletas se não pe _ _
\ i·-:cr com os outros. dia após dia. sem nunca nos perguntarmos:
díssemos pelos missionários. tanto nacionais como estrangeiros, e pe
"'Que posso fazer para ajudar esta pessoa a reconhecer a verdade
las almas com que eles trabalham. Mas rezamos todos os dias pe
da Igreja Católica e a u n i r-se a mim no Corpo Místico de Cristo?"
dindo o dom da fé para os vizinhos da porta do lado. se não são
católicos ou não praticam? Rezamos pelo companheiro de trabalho I -
�
- Espírito Santo vive na I_Prcja p�riDancntgnentc..._mas com frcq_uên:_ __
c1a tem que esperar por m1m para achar maneira de entrar na alma
que está no escritório contíguo, na máquina ao lado? Com que fre
daquele que está ao meu lado.
quência convidamos um amigo não católico a assistir à Missa co '
'
nosco, dando-lhe previamente um livrinho que explique as cerimô '
I
nias? Temos em casa alguns bo_ns livros que expliquem a fé cató
lica, uma boa coleção de folhetos, que damos ou emprestamos à
menor oportunidade, a qualquer um que mostre um pouco de inte
resse? Se fazemos tudo isto, inclusive combinando para esses amigos
uma entrevista com um sacerdote com quem possam conversar (quan
do as suas perguntas parecem encostar-no"' à parede) , então estamos
cumprindo uma parte, pelo menos, da nossa responsabilidade para
com Cristo, pelo tesouro que nos confiou.
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têm eles a oferecer. mas com que zelo o pwclamam�
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tantu que partilhar e. não obstante. que apáticos - quase ind iferen
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um segundo o uso que tenha feito do que lhe foi concedido. Mas
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: _
'"tanto faz uma IgreJa como outra". _
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orações quotidianas ficariam lamentavelmente incompletas se não pe _ _
\ i·-:cr com os outros. dia após dia. sem nunca nos perguntarmos:
díssemos pelos missionários. tanto nacionais como estrangeiros, e pe
"'Que posso fazer para ajudar esta pessoa a reconhecer a verdade
las almas com que eles trabalham. Mas rezamos todos os dias pe
da Igreja Católica e a u n i r-se a mim no Corpo Místico de Cristo?"
dindo o dom da fé para os vizinhos da porta do lado. se não são
católicos ou não praticam? Rezamos pelo companheiro de trabalho I -
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- Espírito Santo vive na I_Prcja p�riDancntgnentc..._mas com frcq_uên:_ __
c1a tem que esperar por m1m para achar maneira de entrar na alma
que está no escritório contíguo, na máquina ao lado? Com que fre
daquele que está ao meu lado.
quência convidamos um amigo não católico a assistir à Missa co '
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nosco, dando-lhe previamente um livrinho que explique as cerimô '
I
nias? Temos em casa alguns bo_ns livros que expliquem a fé cató
lica, uma boa coleção de folhetos, que damos ou emprestamos à
menor oportunidade, a qualquer um que mostre um pouco de inte
resse? Se fazemos tudo isto, inclusive combinando para esses amigos
uma entrevista com um sacerdote com quem possam conversar (quan
do as suas perguntas parecem encostar-no"' à parede) , então estamos
cumprindo uma parte, pelo menos, da nossa responsabilidade para
com Cristo, pelo tesouro que nos confiou.
0
a bsorv erá tanto a Igreja militante como a padecente depois do Juízo
Final.
-
/ E, na prática, que significa para mim a comunhão dos santo ?
0
a bsorv erá tanto a Igreja militante como a padecente depois do Juízo
Final.
-
/ E, na prática, que significa para mim a comunhão dos santo ?
d�..1 ic� a dar a absolvição c a unção dos enfermos condicionais até pndcria afetar uma alma. porque é espírito. Tudo o que sabemos
duas horas depois da morte aparente. para o caso de a alma ainda é que no inferno há uma "pena de sentido", segundo a expressão
estar presente. No entanto, uma vez que o sangue começa a coa dos tc('1logos. e que tem tal natureza que não há melhor maneira de
gular c apanxe o rigor mortis, sabemos com certt'za que a alma dr..'screv0�la em linguagem humana que com a palavra "fogo".
dci\ou o n>rpo.
E o que acontece então? No exato momento em que a alma I Mas o mais importante não é a ''pena de sentido". mas a "pena
Ue dano". É esta pena - scparaçào eterna de Deus - a que cons
abandona o corpo. é julgada por Deus. Quando os que esti'ío junto
ao kitn do defunto se ocupam ainda de fechar seus olhos c cruzar
j titui o pior sofrimento do inferno. Imagino que, dentro do âmbito
das verdades reveladas, todo mundo imagina o · inferno a seu modo.
-lhe as miios, a alma já foi julgada: já sabe qual vai ser o seu des Para mim. o que mais me abala quando penso nele é a sua terrível
tino eterno. O juizo individual da alma imediatamente após a morte solidüo. Vejo-me de pé, despido c só, numa solidão imensa. cheia
chama�sc Juízo Particular. É um momento terrí\'el para todos, o exclusivamente de ódio, ódio a Deus e a mim mesmo, desejando
nwmcnto para o qual fomos vivendo todos estes anos na terra, o morrer e sabendo que é impossível, sabendo tambón que este é o
nlltmcnto pa.ra o qual toda a vida esteve orientada. É o dia da destino que cu escolhi livremente a troco de um prato de lentilhas,
!\. tri hu i\Jto p<l ra todos. ouvindo continuamente, cheia de escárnio, a voz da minha própria
Onde L' -l.JUc km lugar esse Juízo Particular? Prova\'elmcnte no L·onsciência: "É para sempre . sem descanso . sem alívio para
m-:-.mo l()l·:il l-'lll que morremos, para falar humanamente. Depois sempre para sempre ". Mas n:io existem palavras nu pincel que
lh.·sta \'i\.b. n ;-i n hú "espaço" ou "lugar" no sentido ordinário destas possam descn:vcr o horror do inferno na sua realidade. Dele nos
pa\avr;ts. :\ alma JÜo tem que "ir" a nenhum lugar para ser j!1lgada. l i vre Deus a todos.
Quallto à forma em que se realiza este Juízo Particular, só podemos
f;::zn conjeturas: a única coisa que Deus nos revelou é que haverá Certamente, há muito poucos tào otimistas que esperem que o
J uízo Particular. Sua d�scrição como um juízo terreno, em que a Juíto Particular os apanhe livres de todo vestígio de pecado. o que
alma se acha de pé ante o trono de Deus, com o diabo de um significaria estarem limpos nüo só de pecados mortais, mas tamb�m
lado como acusador c o anjo da guarda do outro como defensor, de toda pena temporal ainda por satisfazer, de toda dívida de repa
nüo é sen:io uma imagem poética, é claro. Os teólogos con jcturam ra�·:io ainda n:io paga a Deus pelos pecados perdoados. Custa-nos
que provavelmente o que ocorre é que a alma se vê como Deus a [Knsar que possamos morrer com a alma imaculadamente pura, e, não
vê, em estado d� graça ou em pecado, com amor a Deus ou rejei obstante. nfto há ra?ão que nos impeça de confiar nisso. pois foi
tando�o, e, consequenternente, sahe qual será o seu destino segundo para isso que se instituiu o sacramento da Extrema Unção: limpar a
a infinita justiça divina. Este destino é irrevogável. O· tempo de alma das relíquias do pecado: é para isso que se concedem as indul
prova e de preparação terminou. A misericórdia divina fez tudo gl'ncias, especialmente a plenária para o momento da morte. que a
quanto podia: agora prevalece a justiça de Deus. Igreja concede aos moribundos com a última Benção.
Suponhamos que morremos assim: confortados pelos últimos sa
E que acontece depois? Bem, consideremos primeiro o caso r: ramcntos e com uma indulgência plenária bem ganha no momento
mais desagradável. Vejamos a sorte da alma que se escolheu a si Ua morte. Suponhamos que morremos sem a menor mancha nem
mesma em vez de escolher Deus, c morr�u sem se reconciliar com \'estígio de pecado em nossa alma. O que nos espera? Se for assim,
Ek: por outras palavras, a sorte da alma que morre em pecado a morte, que o instinto de conservação nos faz parecer tão temível,
mortal. Tendo-se afastado deliberadamente de Deus nesta vida, ten scrú o momento da nossa mais brilhante vitória. Enquanto o corpo
do morrido sem o vínculo de uniào com Ele que é a graça santi re�istirá a desatar o vínculo que o une ao espírito que lhe deu a vida
ficante. fica sem possibilidade de restabelecer a comunicação com c a dignidade, o juízo da alma será a imediata visüo de Deus.
Deus. Perdeu�o para sempre. Está no inferno. Para esta alma, "Visão beatífica" é o g�lido termo teológico que designa a res
morte. juízo e condenação sàn simultâneos. plandecente realidade que significa. uma realidade que u ltrapassa qual
Como é o inferno? Ninguém o sabe com certeza. porque nin quer imaginaçfto nu descrição humana. Nüo é apenas uma "visão"
guém de lá voltou para no-lo contar. Sabemos que há nele fogo no ser:tido de "ver" a Deus: designa tamhém a nossa união com Ele:
inextinguível, porque Jesus no-lo disse. Sabemos também que não Deus que torna posse da alma, e a alma que rc�ssui a Deus. numa
é o fogo que vemos em nossos fornos e caldeiras: esse fogo não unidade tüo inteiramente arrebatadora que supera sem medida a do
139
d�..1 ic� a dar a absolvição c a unção dos enfermos condicionais até pndcria afetar uma alma. porque é espírito. Tudo o que sabemos
duas horas depois da morte aparente. para o caso de a alma ainda é que no inferno há uma "pena de sentido", segundo a expressão
estar presente. No entanto, uma vez que o sangue começa a coa dos tc('1logos. e que tem tal natureza que não há melhor maneira de
gular c apanxe o rigor mortis, sabemos com certt'za que a alma dr..'screv0�la em linguagem humana que com a palavra "fogo".
dci\ou o n>rpo.
E o que acontece então? No exato momento em que a alma I Mas o mais importante não é a ''pena de sentido". mas a "pena
Ue dano". É esta pena - scparaçào eterna de Deus - a que cons
abandona o corpo. é julgada por Deus. Quando os que esti'ío junto
ao kitn do defunto se ocupam ainda de fechar seus olhos c cruzar
j titui o pior sofrimento do inferno. Imagino que, dentro do âmbito
das verdades reveladas, todo mundo imagina o · inferno a seu modo.
-lhe as miios, a alma já foi julgada: já sabe qual vai ser o seu des Para mim. o que mais me abala quando penso nele é a sua terrível
tino eterno. O juizo individual da alma imediatamente após a morte solidüo. Vejo-me de pé, despido c só, numa solidão imensa. cheia
chama�sc Juízo Particular. É um momento terrí\'el para todos, o exclusivamente de ódio, ódio a Deus e a mim mesmo, desejando
nwmcnto para o qual fomos vivendo todos estes anos na terra, o morrer e sabendo que é impossível, sabendo tambón que este é o
nlltmcnto pa.ra o qual toda a vida esteve orientada. É o dia da destino que cu escolhi livremente a troco de um prato de lentilhas,
!\. tri hu i\Jto p<l ra todos. ouvindo continuamente, cheia de escárnio, a voz da minha própria
Onde L' -l.JUc km lugar esse Juízo Particular? Prova\'elmcnte no L·onsciência: "É para sempre . sem descanso . sem alívio para
m-:-.mo l()l·:il l-'lll que morremos, para falar humanamente. Depois sempre para sempre ". Mas n:io existem palavras nu pincel que
lh.·sta \'i\.b. n ;-i n hú "espaço" ou "lugar" no sentido ordinário destas possam descn:vcr o horror do inferno na sua realidade. Dele nos
pa\avr;ts. :\ alma JÜo tem que "ir" a nenhum lugar para ser j!1lgada. l i vre Deus a todos.
Quallto à forma em que se realiza este Juízo Particular, só podemos
f;::zn conjeturas: a única coisa que Deus nos revelou é que haverá Certamente, há muito poucos tào otimistas que esperem que o
J uízo Particular. Sua d�scrição como um juízo terreno, em que a Juíto Particular os apanhe livres de todo vestígio de pecado. o que
alma se acha de pé ante o trono de Deus, com o diabo de um significaria estarem limpos nüo só de pecados mortais, mas tamb�m
lado como acusador c o anjo da guarda do outro como defensor, de toda pena temporal ainda por satisfazer, de toda dívida de repa
nüo é sen:io uma imagem poética, é claro. Os teólogos con jcturam ra�·:io ainda n:io paga a Deus pelos pecados perdoados. Custa-nos
que provavelmente o que ocorre é que a alma se vê como Deus a [Knsar que possamos morrer com a alma imaculadamente pura, e, não
vê, em estado d� graça ou em pecado, com amor a Deus ou rejei obstante. nfto há ra?ão que nos impeça de confiar nisso. pois foi
tando�o, e, consequenternente, sahe qual será o seu destino segundo para isso que se instituiu o sacramento da Extrema Unção: limpar a
a infinita justiça divina. Este destino é irrevogável. O· tempo de alma das relíquias do pecado: é para isso que se concedem as indul
prova e de preparação terminou. A misericórdia divina fez tudo gl'ncias, especialmente a plenária para o momento da morte. que a
quanto podia: agora prevalece a justiça de Deus. Igreja concede aos moribundos com a última Benção.
Suponhamos que morremos assim: confortados pelos últimos sa
E que acontece depois? Bem, consideremos primeiro o caso r: ramcntos e com uma indulgência plenária bem ganha no momento
mais desagradável. Vejamos a sorte da alma que se escolheu a si Ua morte. Suponhamos que morremos sem a menor mancha nem
mesma em vez de escolher Deus, c morr�u sem se reconciliar com \'estígio de pecado em nossa alma. O que nos espera? Se for assim,
Ek: por outras palavras, a sorte da alma que morre em pecado a morte, que o instinto de conservação nos faz parecer tão temível,
mortal. Tendo-se afastado deliberadamente de Deus nesta vida, ten scrú o momento da nossa mais brilhante vitória. Enquanto o corpo
do morrido sem o vínculo de uniào com Ele que é a graça santi re�istirá a desatar o vínculo que o une ao espírito que lhe deu a vida
ficante. fica sem possibilidade de restabelecer a comunicação com c a dignidade, o juízo da alma será a imediata visüo de Deus.
Deus. Perdeu�o para sempre. Está no inferno. Para esta alma, "Visão beatífica" é o g�lido termo teológico que designa a res
morte. juízo e condenação sàn simultâneos. plandecente realidade que significa. uma realidade que u ltrapassa qual
Como é o inferno? Ninguém o sabe com certeza. porque nin quer imaginaçfto nu descrição humana. Nüo é apenas uma "visão"
guém de lá voltou para no-lo contar. Sabemos que há nele fogo no ser:tido de "ver" a Deus: designa tamhém a nossa união com Ele:
inextinguível, porque Jesus no-lo disse. Sabemos também que não Deus que torna posse da alma, e a alma que rc�ssui a Deus. numa
é o fogo que vemos em nossos fornos e caldeiras: esse fogo não unidade tüo inteiramente arrebatadora que supera sem medida a do
1 -10
.\ HES Sl'H RE IÇ\0 ]) \
C\R'\E O FI\f DO .\ I L '" \ IJO
141
amo r hum ano mai s perf
eito. Enq uan to a alma ··entra
imp acto do Amor Infi nito " no céu, o .rcita para Deu s. Como o n)fpo a t u a nest
que L· Deus � uma saL·u a vida . diga mos ass im,
q u e a1! i uila ria a alm a didc- la tãn forte umw isola nte da alm a, esta
� se ll pr<.1prin Ocu s nün não sent e a trem end a atra
lhe lkssl' :t for�·a Alg uns santos a exp erim enta çüo de Deus.
necessana par a sust er m ligei ram ente . mas a
o peso da fl'i icid ade qul' mai oria de nós
capazes de afas tar por 0 Ek. Se fússcmos nJn a sente ou sent e-a pou
um inst ante o nosso pen co. N:1o obst ante . no mom ento
sam ento de Deus. alm a aban don a o cnrp n, em que a
os sofrimentos e as pro enco ntra -se expo sta à forç
vas da terra nos parecui a plen a deste
preço pago por essa felic idad am insi gnif ican tes; o imp ulso . c exp erim enta uma
fome tfw i n tensa de Deu
e arre bata dor a. des lum nmt ra a barr eira de suas s que se lanç a
tável, infi nita . que ridí bra nte, i n esgo im perfe i<;ões aind a presentes.
culo nos panx·l'ri a! É. até que. com
além disso. uma feli a ago nia da separação. purg
cida de que nad a poderá arre a as imperfeiçôcs. que bra
bata r-no s. É um inst ante de ven tura enco ntra -se com Deus. a barr eira e
a bso lu ta. que jam ais krm
inar ú. É a felic idad e para sem pre: :t:: cnn sola dor reco rdar que
é a essê ncia da glór ia eter na. assi m o sofrimento das alm as do
é um sofr imen to gozoso. purg atór io
Hav erá tarn bJm out ras aind a que seja tão inten so
aleg rias . outr os gozos que não poss a
derramarü sobre nós. Ter acid enta is que se mos ima giná -lo deste bdo
�. emos a ven tura de goz do Juíz o. A gran de d ifercnça que
ar da presença do entr e o sofr imen to do infe exis te
nosso glonfH..:ado Red ento r rno e o do purg atc-1r io é
Jes us Cris to e de nos sa que no infe rno
cujo doce amo r tant o adm Mü c San ta Ma ria h á a certeza da separaçã
iram os à dist ânc ia. ' o eter na e no r u rt':ih )rio
Teremos a dita d e taçã o.
a certeza da l i ber
ver-nos em comRan hia dos A alm a do purg atór io não
anjos e dos santos. entr quer ap:t J cccr dian te de
e os qua is esta rão seu esta do de im perfeição , mas Deus no
mem bro s da nossa fam , n a sua ago nia, tem a felic
ília c ami gos que nos idade de
Ma s este s gozos serão com prec ederam n a glúr ia. sabe r que no fim se reunirá
o o tilin tar de uma s cam a Ele.
fon ia esmagadora que pain has ant e a sin E evidente que ning uém sabe qua
será o amo r de Deus derr
ama ndo -se sob re n ós.
nto "tempo" dura o purgatório
para uma alm a. Pus a palavra temp
o entre aspas porque, embora
Mas o que acontecerá haja duraçâo depois da
se. ao morrerm o�. o J u ízo Par ticu lar morte, não há "tempo" no sent
nos enc ontr ar separados de n ão o conhecemos: não há dias ou ido em que
Deus pelo pec (ldo mor
tal. mas tam bém noites, horas ou min utos . No
não com a perfeita pur eza se medinnos o purgatório que entanto,
de alm a que a uniü o
com o San to dos r por duração ou por intensida
santos requer? O mais pro instante de tortura pode ser pior de (um
vúv cl t- q ue seja cc;te o que um ano de ligeiros incô
nos conformamos com um nosso caso . se o certo é que a alma do mod os),
níve l esp iritu al medíocre: purgatório não pode dim inui r
oração, pou co generosos calc ulist as n a tar os seus snfrimentos. ou encu r
na mor tificação, e m barg Nós, os que ainda vivemos na
anh as com o mun terra, sim,
do. Nossos pecados mor tais. podemos ajud ar essas alma
se os cometemos. foram s, pela misericórdia divin a: a freq
pelo sacramento da Pen perdoados c a inte: 1sida dc da nossa uência
itên cia (não dizemos no
Sím holo dos Após oração, seja por uma determinada
tolos: creio na remissüo por todos os fiéis defunto s, alma ou
dos pecados? ) : mas se nos dará a medida do nosso amo
a nossa relig ião foi r.
cômoda, nüo será mai s
lógico que. no últim o mom
ento. n:-to sejamos Se de alguma coisa estamos certo
capazes de fazer esse perf
eito c desin teressado ato s, é de desconhecer quando
que a indu lgên cia plen ária exig de amnr a Deus acabará o mun do.
e? Poderá ser amanhü ou dent
E eis-n os no Juíz o: n;io
merece ro de um milhão de
mos o céu nem o inferno; ano s. O próp rio Jesu s.
que será de nós? segundo lemos no capí tulo X X I
gelh o de São Mat eus, desc V do Eva n
A q u i se püe de man ifest reveu alguns dos prodígios que prec
o como é r�•:o>:o úvel a dou ederão
purg atór io. trin a sobre o o fim do mundo. Haverá guerras, fome
J\1e�mo que esta dor.!�ti'l
a � ... o t i vesse sido tran smi Anticristo: . o sol e a lua se o bscu
e pestes: virá o reino do
pela Tradi�ão desde Cris to c os tida
Apóstolos. a simp les razã recerão c as estrdas cairã o
o nos diria aparecerá a cruz n o firm ame nto. do céu;
que dev e ha vt'r um proc Só depo is dest es acontecimentos
esso de puri fica çUo fina
l que lave até a ' " veremos o Filho do Homem
men or llllpcrfei�·;to LJLH: se vir sobre as nuve ns do !..'tu com
inte rpon ha entr e a alma grande
�
a unç üo do estado de sofr
ime nto tcmpor<írio que
e Deus. Essa é pode r c majestade" (Mt 24,
30) Mas tudo isto nos d i z bem pouc
_
o;
tón o. No purgatório. como no
cha mam os pur ga
•
j:i houv e guerras e pestes. A dor
tl inaçâ n com unist a facil men te po
infe rno . hú uma ··pe na deria ser o reino do Anti crist
mas , assi m com o o sofr de sen tido '". o. e os espe tácul os celes tiais t->Ode
imento esse ncia l do infe riam
separação de Deus. o rno é a perpétua :tcon tecer em qual quer mom
sofri men to csseiKial do entn. Por outro lado. as :::: �!erras. J.s
purgatório será a pe fn mcs c a� f1L'-"ks LJUL'
nosíssima agonia que a alm a n mund o conhe ceu pndL'rfto nJo ser nada - .:1
_ tem que sofrer ao \'lT adia comparação cnm as que prcce
um mst da. mesmo por dcr<-H l o final do mund o.
ante , a sua uniã o com J\i;1o o sa
Devs. Re,_crckmo� que a alm a ht?mos S(i f1t1,_k mn:-. prL';-' 'lrar -nn�
foi
.
1 -10
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amo r hum ano mai s perf
eito. Enq uan to a alma ··entra
imp acto do Amor Infi nito " no céu, o .rcita para Deu s. Como o n)fpo a t u a nest
que L· Deus � uma saL·u a vida . diga mos ass im,
q u e a1! i uila ria a alm a didc- la tãn forte umw isola nte da alm a, esta
� se ll pr<.1prin Ocu s nün não sent e a trem end a atra
lhe lkssl' :t for�·a Alg uns santos a exp erim enta çüo de Deus.
necessana par a sust er m ligei ram ente . mas a
o peso da fl'i icid ade qul' mai oria de nós
capazes de afas tar por 0 Ek. Se fússcmos nJn a sente ou sent e-a pou
um inst ante o nosso pen co. N:1o obst ante . no mom ento
sam ento de Deus. alm a aban don a o cnrp n, em que a
os sofrimentos e as pro enco ntra -se expo sta à forç
vas da terra nos parecui a plen a deste
preço pago por essa felic idad am insi gnif ican tes; o imp ulso . c exp erim enta uma
fome tfw i n tensa de Deu
e arre bata dor a. des lum nmt ra a barr eira de suas s que se lanç a
tável, infi nita . que ridí bra nte, i n esgo im perfe i<;ões aind a presentes.
culo nos panx·l'ri a! É. até que. com
além disso. uma feli a ago nia da separação. purg
cida de que nad a poderá arre a as imperfeiçôcs. que bra
bata r-no s. É um inst ante de ven tura enco ntra -se com Deus. a barr eira e
a bso lu ta. que jam ais krm
inar ú. É a felic idad e para sem pre: :t:: cnn sola dor reco rdar que
é a essê ncia da glór ia eter na. assi m o sofrimento das alm as do
é um sofr imen to gozoso. purg atór io
Hav erá tarn bJm out ras aind a que seja tão inten so
aleg rias . outr os gozos que não poss a
derramarü sobre nós. Ter acid enta is que se mos ima giná -lo deste bdo
�. emos a ven tura de goz do Juíz o. A gran de d ifercnça que
ar da presença do entr e o sofr imen to do infe exis te
nosso glonfH..:ado Red ento r rno e o do purg atc-1r io é
Jes us Cris to e de nos sa que no infe rno
cujo doce amo r tant o adm Mü c San ta Ma ria h á a certeza da separaçã
iram os à dist ânc ia. ' o eter na e no r u rt':ih )rio
Teremos a dita d e taçã o.
a certeza da l i ber
ver-nos em comRan hia dos A alm a do purg atór io não
anjos e dos santos. entr quer ap:t J cccr dian te de
e os qua is esta rão seu esta do de im perfeição , mas Deus no
mem bro s da nossa fam , n a sua ago nia, tem a felic
ília c ami gos que nos idade de
Ma s este s gozos serão com prec ederam n a glúr ia. sabe r que no fim se reunirá
o o tilin tar de uma s cam a Ele.
fon ia esmagadora que pain has ant e a sin E evidente que ning uém sabe qua
será o amo r de Deus derr
ama ndo -se sob re n ós.
nto "tempo" dura o purgatório
para uma alm a. Pus a palavra temp
o entre aspas porque, embora
Mas o que acontecerá haja duraçâo depois da
se. ao morrerm o�. o J u ízo Par ticu lar morte, não há "tempo" no sent
nos enc ontr ar separados de n ão o conhecemos: não há dias ou ido em que
Deus pelo pec (ldo mor
tal. mas tam bém noites, horas ou min utos . No
não com a perfeita pur eza se medinnos o purgatório que entanto,
de alm a que a uniü o
com o San to dos r por duração ou por intensida
santos requer? O mais pro instante de tortura pode ser pior de (um
vúv cl t- q ue seja cc;te o que um ano de ligeiros incô
nos conformamos com um nosso caso . se o certo é que a alma do mod os),
níve l esp iritu al medíocre: purgatório não pode dim inui r
oração, pou co generosos calc ulist as n a tar os seus snfrimentos. ou encu r
na mor tificação, e m barg Nós, os que ainda vivemos na
anh as com o mun terra, sim,
do. Nossos pecados mor tais. podemos ajud ar essas alma
se os cometemos. foram s, pela misericórdia divin a: a freq
pelo sacramento da Pen perdoados c a inte: 1sida dc da nossa uência
itên cia (não dizemos no
Sím holo dos Após oração, seja por uma determinada
tolos: creio na remissüo por todos os fiéis defunto s, alma ou
dos pecados? ) : mas se nos dará a medida do nosso amo
a nossa relig ião foi r.
cômoda, nüo será mai s
lógico que. no últim o mom
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capazes de fazer esse perf
eito c desin teressado ato s, é de desconhecer quando
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e? Poderá ser amanhü ou dent
E eis-n os no Juíz o: n;io
merece ro de um milhão de
mos o céu nem o inferno; ano s. O próp rio Jesu s.
que será de nós? segundo lemos no capí tulo X X I
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o como é r�•:o>:o úvel a dou ederão
purg atór io. trin a sobre o o fim do mundo. Haverá guerras, fome
J\1e�mo que esta dor.!�ti'l
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Apóstolos. a simp les razã recerão c as estrdas cairã o
o nos diria aparecerá a cruz n o firm ame nto. do céu;
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l que lave até a ' " veremos o Filho do Homem
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inte rpon ha entr e a alma grande
�
a unç üo do estado de sofr
ime nto tcmpor<írio que
e Deus. Essa é pode r c majestade" (Mt 24,
30) Mas tudo isto nos d i z bem pouc
_
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tón o. No purgatório. como no
cha mam os pur ga
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j:i houv e guerras e pestes. A dor
tl inaçâ n com unist a facil men te po
infe rno . hú uma ··pe na deria ser o reino do Anti crist
mas , assi m com o o sofr de sen tido '". o. e os espe tácul os celes tiais t->Ode
imento esse ncia l do infe riam
separação de Deus. o rno é a perpétua :tcon tecer em qual quer mom
sofri men to csseiKial do entn. Por outro lado. as :::: �!erras. J.s
purgatório será a pe fn mcs c a� f1L'-"ks LJUL'
nosíssima agonia que a alm a n mund o conhe ceu pndL'rfto nJo ser nada - .:1
_ tem que sofrer ao \'lT adia comparação cnm as que prcce
um mst da. mesmo por dcr<-H l o final do mund o.
ante , a sua uniã o com J\i;1o o sa
Devs. Re,_crckmo� que a alm a ht?mos S(i f1t1,_k mn:-. prL';-' 'lrar -nn�
foi
.
!42 A RESSURREIÇÃO DA CARKE 143
I
Durante séculos, o capitulo X X do Apocalipse de São João (Li Conw o corpo da pessoa em que morou a graça foi í.X r l ;l !n-:!ntc
vro d a Revelação para os protestantes) foi para os estudiosos da tcmpiLJ de Deus. a Igreja sempre mostrou uma grande r�Y;.;r0nciz:
Bíblia uma fonte de material fascinante. Nele. SElo João descreve pelos corpos dos fi0is defuntos: sepulta-os com oraçôt..:s cheias de
u m a visão profética e nos diz que o diabo será acorrentado e ficará afeto e revcrêJKia, em túmulos bentos especialmente para este fim.
preso durante mil anos, e que nesse tempo os mortos rcssus...:itarão c A única pessoa dispensada d a corrupção do túmulo foi a I\Ete de
reinarão com Cristo; ao fim desses mil anos, o diabo será solto e Deus. Pelo especial privil�gio de sua A ssunç·llo, o corJ)(' da Bem
definitivamente vencido; então virá a segunda ressurreição. Alguns. -arcn wrada Virgem Maria, unido à sua alma imaculada, foi glorili
como as Testemunhas de Jehová. interpretam esta passagem literal cmlo c assunto ao céu. Seu divino Filho. que dela tt�mnu a �. ila
mente, o que é um modo sempre perigoso de interpretar as imagens carne, levou-a consigo para o céu. Este acontecim�._.'ntn 0 ,_·lmL'mnradí.)
que tanto abundam no estilo profético. Os que tomam esta passagem 110 dia 15 de agosto - ou no domingo seguinte a esta data -. L.'sta
literalmente e pensam que Jesus virá reinar na terra durante mil da Assunção de Maria.
anos antes do fim do mundo, chamam-se "milcnaristas", do latim
"millenium", que significa "mil anos". Esta interpretação, no en O mundo acaba. os mortos ressuscitam, c dcrnb vem o .J u izu
tanto, não se harmoniza com a s profecias de Cristo, e o milen arismo Universal. Esse Juízo verá Jesus no trono da justiça divinCl , que
é rejeitado pela Igreja Católica como herético. substitui a cruz, trono de sua infinita m i sericórdia. O Juí7n Final n�to
Alguns exegetas católicos acham que "mil anos" é um modo de oferecerá surpresas em relação ao nosso eterno destino. .I ú teremos
falar que indica um longo período anterior ao fim do mundo. em que passado pelo Juízo Particular; a nossa alma já estará no céu ou no
a Igreja gozará de grande paz e Cristo reinará nas almas dos homens. inferno. O escopo do Juízo Final é, em primeiro lugar, dar gLlria
Mas a interpretação mais comum dos peritos híhlicos católicos é yuc a Deus, manifestando a toda a humanidade a sua justiça, sabedoria
esse milênio representa todo o tempo que se segue ao nascimento e misericórdia. O conjunto da vida - que com tanta frequência
de Cristo, em que Satanás foi certamente acorrento.do. Os justos que nos parece um emaranhado esquema de acontecimentos sem rdaçCto
tenham vivido nesse tempo terüo urna primeira ressurrciçfto, reinarão entre si, às vezes duros e cruéis, às vezes mesmo estúpidos e injustos
com Cristo enquanto permanecerem em estado de graça, c terão uma - desenrL1lar-se-á ante os nossos olhos. Veremos que a hesitante
segunda ressurre1çao no fim do mundo . Paralelamente. a primeira parte da vida que conhecemos se encaixa no mngno c�.1nj Litltn do
morte é o pecado, e a segunda é o infernn. plano magnífico de Deus para os homens. Veremos que o pl1der e
a sabedoria de Deus, seu amor e sua misericórdia, foram sempre o
Detivemo-nos neste breve comentúrio sobre o mil�nio porque é motor do conjunto. "Por que Deus permite que isto aconteça?'', quei
um ponto que poderá surgir em nossas conversas com amigos nf1o xamo-nos frequentemente. "Por que Deus faz isto ou aquilo?". per
católicos. Mas têm mais interesse prático as coisas que conl1ccemos guntamo-nos. Agora conheceremos as respostas. A sentença que
com certeza sobre o fim do mundo. Uma delas é que. quando a recebemos no Juízo Particular será agora confirmada publicamente.
história dos home-ns acabar. os corpos de todos os que viveram se Todos os nossos pecados - e todas as nossas v i rtudes - serão ex
levantarão dos mortos para unir-se novamente às suas almas. 1 á que postos diante de todos. O sentimental superficial que afirmava "eu
foi o homem completo, corpo c alma. quem amou a Deus c o serviu, não creio no inferno" ou ''Deus é demasiado bom para permitir
mesmo à custa de dor e de sacrifício. é justo que seja o homem yue uma alma sofra eternamente", verá agora que. depois de tudo,
completo, alma e corpo, quem goze da uniüo eterna com D-:us, que Deus não é um vovôzinho complacente. A justiça de Deus é tão
é a recompensa do amor. E já que é o homem completo quem infinita como a sua misericórdia. As almas dm- condenados, ape
rejeita a Deus ao morrer em pecado, impcniknte, é justo que o corpo sar deles mesmos, glorificarfw eternamente a justiça de Deus. assim
partilhe com a alma a separação eterna de D�us, que todo o hom�m como as almas dos justos glorificarão para sempre a sua misericórdia.
t.:: scolhcu.Nosso corpo ressuscitado scr�1 constituído ele tal mane�ra Quanto ao resto, abramos o Evangelho de São Mateus no capítulo
que ficará livre das l i mitações físicas que o caracteri ...: a m neste mundo. XXV (versículos 34, 36) e deixemos que o próprio Jesus nos diga
Já nüo mais necessitará de alimento ou bchiclJ. e. de certo modo. como preparar-nos para esse dia terrível.
� �
será '·cspiritual izado". Além disso, o corpo c os b;.m-av� ntura t�s sc:ú
_ ao
"glorificado"; possuirá u m a beleza e pcrfe1çao que sera partte�paç E assim termina a história da salva<,:ão do homem, essa história
r..1 beleza e perfeição da alma unida a Deus. que a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. o Espírito Santo. es-
!42 A RESSURREIÇÃO DA CARKE 143
I
Durante séculos, o capitulo X X do Apocalipse de São João (Li Conw o corpo da pessoa em que morou a graça foi í.X r l ;l !n-:!ntc
vro d a Revelação para os protestantes) foi para os estudiosos da tcmpiLJ de Deus. a Igreja sempre mostrou uma grande r�Y;.;r0nciz:
Bíblia uma fonte de material fascinante. Nele. SElo João descreve pelos corpos dos fi0is defuntos: sepulta-os com oraçôt..:s cheias de
u m a visão profética e nos diz que o diabo será acorrentado e ficará afeto e revcrêJKia, em túmulos bentos especialmente para este fim.
preso durante mil anos, e que nesse tempo os mortos rcssus...:itarão c A única pessoa dispensada d a corrupção do túmulo foi a I\Ete de
reinarão com Cristo; ao fim desses mil anos, o diabo será solto e Deus. Pelo especial privil�gio de sua A ssunç·llo, o corJ)(' da Bem
definitivamente vencido; então virá a segunda ressurreição. Alguns. -arcn wrada Virgem Maria, unido à sua alma imaculada, foi glorili
como as Testemunhas de Jehová. interpretam esta passagem literal cmlo c assunto ao céu. Seu divino Filho. que dela tt�mnu a �. ila
mente, o que é um modo sempre perigoso de interpretar as imagens carne, levou-a consigo para o céu. Este acontecim�._.'ntn 0 ,_·lmL'mnradí.)
que tanto abundam no estilo profético. Os que tomam esta passagem 110 dia 15 de agosto - ou no domingo seguinte a esta data -. L.'sta
literalmente e pensam que Jesus virá reinar na terra durante mil da Assunção de Maria.
anos antes do fim do mundo, chamam-se "milcnaristas", do latim
"millenium", que significa "mil anos". Esta interpretação, no en O mundo acaba. os mortos ressuscitam, c dcrnb vem o .J u izu
tanto, não se harmoniza com a s profecias de Cristo, e o milen arismo Universal. Esse Juízo verá Jesus no trono da justiça divinCl , que
é rejeitado pela Igreja Católica como herético. substitui a cruz, trono de sua infinita m i sericórdia. O Juí7n Final n�to
Alguns exegetas católicos acham que "mil anos" é um modo de oferecerá surpresas em relação ao nosso eterno destino. .I ú teremos
falar que indica um longo período anterior ao fim do mundo. em que passado pelo Juízo Particular; a nossa alma já estará no céu ou no
a Igreja gozará de grande paz e Cristo reinará nas almas dos homens. inferno. O escopo do Juízo Final é, em primeiro lugar, dar gLlria
Mas a interpretação mais comum dos peritos híhlicos católicos é yuc a Deus, manifestando a toda a humanidade a sua justiça, sabedoria
esse milênio representa todo o tempo que se segue ao nascimento e misericórdia. O conjunto da vida - que com tanta frequência
de Cristo, em que Satanás foi certamente acorrento.do. Os justos que nos parece um emaranhado esquema de acontecimentos sem rdaçCto
tenham vivido nesse tempo terüo urna primeira ressurrciçfto, reinarão entre si, às vezes duros e cruéis, às vezes mesmo estúpidos e injustos
com Cristo enquanto permanecerem em estado de graça, c terão uma - desenrL1lar-se-á ante os nossos olhos. Veremos que a hesitante
segunda ressurre1çao no fim do mundo . Paralelamente. a primeira parte da vida que conhecemos se encaixa no mngno c�.1nj Litltn do
morte é o pecado, e a segunda é o infernn. plano magnífico de Deus para os homens. Veremos que o pl1der e
a sabedoria de Deus, seu amor e sua misericórdia, foram sempre o
Detivemo-nos neste breve comentúrio sobre o mil�nio porque é motor do conjunto. "Por que Deus permite que isto aconteça?'', quei
um ponto que poderá surgir em nossas conversas com amigos nf1o xamo-nos frequentemente. "Por que Deus faz isto ou aquilo?". per
católicos. Mas têm mais interesse prático as coisas que conl1ccemos guntamo-nos. Agora conheceremos as respostas. A sentença que
com certeza sobre o fim do mundo. Uma delas é que. quando a recebemos no Juízo Particular será agora confirmada publicamente.
história dos home-ns acabar. os corpos de todos os que viveram se Todos os nossos pecados - e todas as nossas v i rtudes - serão ex
levantarão dos mortos para unir-se novamente às suas almas. 1 á que postos diante de todos. O sentimental superficial que afirmava "eu
foi o homem completo, corpo c alma. quem amou a Deus c o serviu, não creio no inferno" ou ''Deus é demasiado bom para permitir
mesmo à custa de dor e de sacrifício. é justo que seja o homem yue uma alma sofra eternamente", verá agora que. depois de tudo,
completo, alma e corpo, quem goze da uniüo eterna com D-:us, que Deus não é um vovôzinho complacente. A justiça de Deus é tão
é a recompensa do amor. E já que é o homem completo quem infinita como a sua misericórdia. As almas dm- condenados, ape
rejeita a Deus ao morrer em pecado, impcniknte, é justo que o corpo sar deles mesmos, glorificarfw eternamente a justiça de Deus. assim
partilhe com a alma a separação eterna de D�us, que todo o hom�m como as almas dos justos glorificarão para sempre a sua misericórdia.
t.:: scolhcu.Nosso corpo ressuscitado scr�1 constituído ele tal mane�ra Quanto ao resto, abramos o Evangelho de São Mateus no capítulo
que ficará livre das l i mitações físicas que o caracteri ...: a m neste mundo. XXV (versículos 34, 36) e deixemos que o próprio Jesus nos diga
Já nüo mais necessitará de alimento ou bchiclJ. e. de certo modo. como preparar-nos para esse dia terrível.
� �
será '·cspiritual izado". Além disso, o corpo c os b;.m-av� ntura t�s sc:ú
_ ao
"glorificado"; possuirá u m a beleza e pcrfe1çao que sera partte�paç E assim termina a história da salva<,:ão do homem, essa história
r..1 beleza e perfeição da alma unida a Deus. que a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. o Espírito Santo. es-
IH A RESSURREIÇÃO D A CAR!'-;E
SEGUNDA PARTE
OS MANDAMENTOS
, I
IH A RESSURREIÇÃO D A CAR!'-;E
SEGUNDA PARTE
OS MANDAMENTOS
, I
CAPÍTULO XV
e dure. Também. se temos senso comum. confiaremos em que Deus ciência do homem (seu juizo guiado pela justa razão) aplaude, cha
conhece muito melhor do que nós o que é mais apropriado à nossa ma-se lei natural. Comportar-se assim seria bom, e o eontrário, mau,
fdicidade pessoal e à da humanidade. Poderiamos dizer que a lei ainda que Deus não no-lo tivesse declarado expressamente. Mesmo
de Deus é simplesmente um folheto de instruções que acompa· que não existisse o sexto mandamento, o adultério seria mau. Uma
nha o nobre produto de Deus, que é o homem. Mais estritamente, violação da lei natural é má intrinsecamente, quer dizer, má por sua
diremos que a lei de Deus é a expressão da divina sabedoria diri própria natureza. Já era má antes de que Deus desse a Moisés os
gida ao homem, para que este alcance o seu fim e a sua perfeição. Dez Mandamentos no Monte SinaL
A lei de Deus regula "o uso" que o homem há de fazer de si mesmo, Além da lei natural, existe a lei divina positiva, que agrupa to·
tanto nas suas relações com Deus como com o próximo. das aquelas ações que são boas porque Deus as mandou, e más
Se consideramos como seria o mundo se todos obedcccsst:m i:J
_ porque Ele as proibiu. São as ações cuja bondade não está na pró
ki de Deus, fica daro que esta se destina a promover a felicidade pria raiz da natureza humana, mas que foi imposta por Deus para
c o bem-estar do homem. Não haveria delitos e, em conscquência, aperfeiçoar o homem segundo os seus desígnios. Um exemplo sim
nfto haveria necessidade de juízes, polícia e cadeias. Não haveria ples da lei divina positiva é a obrigação que temos de receber a
cobiça ou ambição, c, em consequência, não haveria necessidade Sagrada Eucaristia por indicação explícita de Cristo.
de guerras, exércitos ou armadas. Não haveria lares desman Quer consideremos uma ou outra lei, a nossa felicidade depende
chados, nem delinquência juvenil, nem hospitais para alcoólatras. da obediência a Deus. "Se queres entrar n a vida", disse Jesus, "cum
Sabemos que, como conscquência do pecado original. este mundo i pre os mandamentos" (Mt 19, 17).
helo e feliz jamais existirá. Mas, individualmente. podl:' existir para t Amar significa não ter em conta o que as coisas custam. Uma
cada um de nós. Nós, como a humanidade no seu conjunto. encontra
ríamos a verdadeira felicidade. inclusive neste mundo, se identificásse mãe jamais pensa em medir os esforços e desvelos que dedica a seus
mos a nossa vontade com a de Deus. Fomos feitos para amar a filhos. Um esposo não leva em conta a fadiga que lhe causa velar
Deus aqui e na eternidade. Este é o fim da nossa existência, nisso pela esposa • doente. Amor e sacrifício são termos quase sinônimos.
encontramos a nossa felicidade. E Jesus nos dá as instruções para Por essa razão, obedecer à lei de Deus não é um sacrifício para quem
conseguirmos essa felicidade com simplicidade absoluta: "Se me o ama. Por essa razão, Jesus resumiu toda a Lei de Deus em dois
amais, guardai os meus mandamentos" (Jo 14, 15) . grandes mandamentos de amor.
"E perguntou-lhe um deles, que era doutor, tentando-o: Mestre,
A lei de Deus que rege a conduta humana chama-se lei moral, qual · é o maior mandamento da lei? Ele lhe disse: Amarás o Se
do latim "mores", que significa modo de agir. A lei moral é dife nhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com
rente das leis físicas, pelas quais Deus governa o resto do universo. toda a tua mente. Este é o maior e o primeiro mandamento. O
As leis da astronomia, da física, da reprodução e do crescimento, segundo é semelhante a este: Amarás O próximo como a ti mesmo.
obrigam necessariamente a natureza criada. Não há modo de iludi · Desses dois preceitos dependem toda a Lei e os Profetas (Mt 22 '
e dure. Também. se temos senso comum. confiaremos em que Deus ciência do homem (seu juizo guiado pela justa razão) aplaude, cha
conhece muito melhor do que nós o que é mais apropriado à nossa ma-se lei natural. Comportar-se assim seria bom, e o eontrário, mau,
fdicidade pessoal e à da humanidade. Poderiamos dizer que a lei ainda que Deus não no-lo tivesse declarado expressamente. Mesmo
de Deus é simplesmente um folheto de instruções que acompa· que não existisse o sexto mandamento, o adultério seria mau. Uma
nha o nobre produto de Deus, que é o homem. Mais estritamente, violação da lei natural é má intrinsecamente, quer dizer, má por sua
diremos que a lei de Deus é a expressão da divina sabedoria diri própria natureza. Já era má antes de que Deus desse a Moisés os
gida ao homem, para que este alcance o seu fim e a sua perfeição. Dez Mandamentos no Monte SinaL
A lei de Deus regula "o uso" que o homem há de fazer de si mesmo, Além da lei natural, existe a lei divina positiva, que agrupa to·
tanto nas suas relações com Deus como com o próximo. das aquelas ações que são boas porque Deus as mandou, e más
Se consideramos como seria o mundo se todos obedcccsst:m i:J
_ porque Ele as proibiu. São as ações cuja bondade não está na pró
ki de Deus, fica daro que esta se destina a promover a felicidade pria raiz da natureza humana, mas que foi imposta por Deus para
c o bem-estar do homem. Não haveria delitos e, em conscquência, aperfeiçoar o homem segundo os seus desígnios. Um exemplo sim
nfto haveria necessidade de juízes, polícia e cadeias. Não haveria ples da lei divina positiva é a obrigação que temos de receber a
cobiça ou ambição, c, em consequência, não haveria necessidade Sagrada Eucaristia por indicação explícita de Cristo.
de guerras, exércitos ou armadas. Não haveria lares desman Quer consideremos uma ou outra lei, a nossa felicidade depende
chados, nem delinquência juvenil, nem hospitais para alcoólatras. da obediência a Deus. "Se queres entrar n a vida", disse Jesus, "cum
Sabemos que, como conscquência do pecado original. este mundo i pre os mandamentos" (Mt 19, 17).
helo e feliz jamais existirá. Mas, individualmente. podl:' existir para t Amar significa não ter em conta o que as coisas custam. Uma
cada um de nós. Nós, como a humanidade no seu conjunto. encontra
ríamos a verdadeira felicidade. inclusive neste mundo, se identificásse mãe jamais pensa em medir os esforços e desvelos que dedica a seus
mos a nossa vontade com a de Deus. Fomos feitos para amar a filhos. Um esposo não leva em conta a fadiga que lhe causa velar
Deus aqui e na eternidade. Este é o fim da nossa existência, nisso pela esposa • doente. Amor e sacrifício são termos quase sinônimos.
encontramos a nossa felicidade. E Jesus nos dá as instruções para Por essa razão, obedecer à lei de Deus não é um sacrifício para quem
conseguirmos essa felicidade com simplicidade absoluta: "Se me o ama. Por essa razão, Jesus resumiu toda a Lei de Deus em dois
amais, guardai os meus mandamentos" (Jo 14, 15) . grandes mandamentos de amor.
"E perguntou-lhe um deles, que era doutor, tentando-o: Mestre,
A lei de Deus que rege a conduta humana chama-se lei moral, qual · é o maior mandamento da lei? Ele lhe disse: Amarás o Se
do latim "mores", que significa modo de agir. A lei moral é dife nhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com
rente das leis físicas, pelas quais Deus governa o resto do universo. toda a tua mente. Este é o maior e o primeiro mandamento. O
As leis da astronomia, da física, da reprodução e do crescimento, segundo é semelhante a este: Amarás O próximo como a ti mesmo.
obrigam necessariamente a natureza criada. Não há modo de iludi · Desses dois preceitos dependem toda a Lei e os Profetas (Mt 22 '
mo cresça em amor a Deus, que cresça em santidade. Quereremos santidade: fJzer a vontade de Deus em matérias obrigatórias. Mas
também que alcance a felicidade eterna para a qual Deus o criou. 11flo deveríamos pôr limites. ntio há limites no nosso crescimento em
Isto significa, por sua vez, que teremos que odiar qualquer coisa santidade. O autêntico amor a Deus supera a letra da lei, indo
<.10 seu espírito. Devemos esforçar·nos por fazer não só o que é
que separe o próximo de Deus. Odiaremos as injustiças e os males
fcit\)S pelo homem. que podem ser obstáculos para o seu crescimento bom, mas o que é perfeito. Aos que não têm medo de voar alto, o
em santidade. Odiaremos a injustiça social, as moradias inadequa Senhor propõe a observância dos chamados conselhos evangélicos:
das, os salários insuficientes, a exploração dos fracos e ignorantes. pnhr,__'La voluntária, castidade perpétua e obediência perfeita.
Amaremos e procuraremos tudo o 4ue contribua para a bondade, Falaremos de cada um deles - dos :t\.1andamentos de Deus e
felicidade e perfeição do nosso próximo. Ja sua Igreja, das obras de misericórdia e dos conselhos evangélicos
- a seu devido tempo. E, dado que o lado positivo é menos CO·
Deus facilitou-nos o trabalho ao apontar-nos nos Dez Manda nhccido que as proibiçôes, comecemos com as obras de misericórdia.
mentos os nossos principais deveres para com Ele, para com o nosso
próximo e para conosco próprios. Os três primeiros mandamentos
declaram os nossos deveres para com Deus; os outros sete indicam SUBLINHAR O POSITIVO
os principais deveres para com o nosso próximo e, indiretamente,
para conosco próprios. Os Dez Mandamentos foram dados original· É pena que, para muita gente, levar uma vida cristã não signi�
mente por Deus a Moisés no Monte Sinai, gravados em duas tábuas fique senão "guardar-se do pecado". De fato, "guardar-se do pe�
de pedra, e foram ratificados por Jesus Cristo. Nosso Senhor: "Não cacto" é apenas um lado da moeda da virtude. É algo necessário,
penseis que vim revogar a Lei ou os profetas; não vim revogá·la, mas não suficiente. Talvez essa visão negativa da religião, que se
mas aperfeiçoá-la" (Mt. 5. 1 7 ) . Jesus aperfeiçoa a Lei de duas ma contempla como uma série de proibições, explique a falta de alegria
neiras. de muitas almas bem intencionadas. Guardar-se do pecado é o co�
Em rrimeiro lugar, fixa-nos alguns deveres concretos para com meço básico, mas o amor a Deus e ao próximo vai muito mais
Deus e para com o próximo. Estes deveres, dispersos nos Evange longe.
lhos e nas Epístolas, são os que se relacionam nas obras de mi� Para começar, temos as obras de misericórdia corporais. Cha
sericórdia corporais c espirituais. Em segundo lugar, Jesus esclarece mam·se assim porque dizem respeito ao bem·estar físico e temporal
esses deveres dando à sua Igreja o direito e o dever de interpretar do próximo. Respigadas das Sagradas Escrituras, são sete: ( I) vi
e aplicar na prática a lei divina, o que se concretiza nos denomi sitar e cuidar dos enfermos; (2) dar de comer a quem tem fome;
nados mandamentos da Igreja. (3) dar de beber a quem tem sede; (4) dar pousada aos peregrinos;
Devemos ter em conta que os mandamentos da Igreja não são (5) vestir os nus; (6) redimir os cativos, e (7) enterrar os mortos.
novas cargas adicionais que nos obriguem por cima e para além Na sua descrição do Juízo Final (Mateus 25, 34-40) , Nosso Senhor
dos mandamentos divinos. As leis da Igreja não são mais do que estabelece o seu cumprimento como prova do nosso amor por Ele.
interpretações e aplicações concretas da lei de Deus. Por exemplo,
Deus ordena que dediquemos algum tempo ao seu culto. Nós pode Quando nos detemos a examinar a maneira de cumprir as obras
ríamos dizer: "Sim, quero fazê·lo, mas como?" E a Igreja responde: de misericórdia corporais, vemos que são três as vias pelas quais
''Indo à Missa aos domingos e dias. de guarda". Este fato, o fato rodemos dirigir os nossos esforços. Primeiro, temos o que se pode·
.
de as leis da Igreja não serem senão aplicações práticas das leis divi· na chamar a "caridade organizada". Em nossas cidades modernas,
nas, é um ponto que merece ser destacado. Há pessoas. até cató· é muito fácil esquecer o pobre e desgraçado, perdido entre a multi
licas, que · raciocinam distinguindo as leis de Deus das kis da Igreja, dão. _Mais ainda, algumas necessidades são demasiado grandes para
como se Deus pudesse estar em oposição consigo mesmo. que possam ser remediadas por urna só pessoa. E assim contamos
Aqui temos, pois, as diretrizes divinas que nos dizem como aper· com muitos tipos de organizações para as mais diversas atenções
feiçoar a nossa natureza, como cumprir a nossa vocação de almas sociais, a que os necessitados podem recorrer. Temos hospitais, or·
redimidas: os Dez Mandamentos de Deus, as sete obras de miseri� fanatos, asilos, instituições para crianças abandonadas e subnormaís,
córdia corporais e as sete espirituais, e os mandamentos da Igreja para mencionar algumas. Quando as ajudamos, quer d iretamente,
de Deus. Todos eles, é claro, prescrevem somente um mínimo de quer por meio de coletas ou campanhas, cumprimos uma parte de
OS DOIS GRA�DES MAr-:DA�IEVI'OS 151
mo cresça em amor a Deus, que cresça em santidade. Quereremos santidade: fJzer a vontade de Deus em matérias obrigatórias. Mas
também que alcance a felicidade eterna para a qual Deus o criou. 11flo deveríamos pôr limites. ntio há limites no nosso crescimento em
Isto significa, por sua vez, que teremos que odiar qualquer coisa santidade. O autêntico amor a Deus supera a letra da lei, indo
<.10 seu espírito. Devemos esforçar·nos por fazer não só o que é
que separe o próximo de Deus. Odiaremos as injustiças e os males
fcit\)S pelo homem. que podem ser obstáculos para o seu crescimento bom, mas o que é perfeito. Aos que não têm medo de voar alto, o
em santidade. Odiaremos a injustiça social, as moradias inadequa Senhor propõe a observância dos chamados conselhos evangélicos:
das, os salários insuficientes, a exploração dos fracos e ignorantes. pnhr,__'La voluntária, castidade perpétua e obediência perfeita.
Amaremos e procuraremos tudo o 4ue contribua para a bondade, Falaremos de cada um deles - dos :t\.1andamentos de Deus e
felicidade e perfeição do nosso próximo. Ja sua Igreja, das obras de misericórdia e dos conselhos evangélicos
- a seu devido tempo. E, dado que o lado positivo é menos CO·
Deus facilitou-nos o trabalho ao apontar-nos nos Dez Manda nhccido que as proibiçôes, comecemos com as obras de misericórdia.
mentos os nossos principais deveres para com Ele, para com o nosso
próximo e para conosco próprios. Os três primeiros mandamentos
declaram os nossos deveres para com Deus; os outros sete indicam SUBLINHAR O POSITIVO
os principais deveres para com o nosso próximo e, indiretamente,
para conosco próprios. Os Dez Mandamentos foram dados original· É pena que, para muita gente, levar uma vida cristã não signi�
mente por Deus a Moisés no Monte Sinai, gravados em duas tábuas fique senão "guardar-se do pecado". De fato, "guardar-se do pe�
de pedra, e foram ratificados por Jesus Cristo. Nosso Senhor: "Não cacto" é apenas um lado da moeda da virtude. É algo necessário,
penseis que vim revogar a Lei ou os profetas; não vim revogá·la, mas não suficiente. Talvez essa visão negativa da religião, que se
mas aperfeiçoá-la" (Mt. 5. 1 7 ) . Jesus aperfeiçoa a Lei de duas ma contempla como uma série de proibições, explique a falta de alegria
neiras. de muitas almas bem intencionadas. Guardar-se do pecado é o co�
Em rrimeiro lugar, fixa-nos alguns deveres concretos para com meço básico, mas o amor a Deus e ao próximo vai muito mais
Deus e para com o próximo. Estes deveres, dispersos nos Evange longe.
lhos e nas Epístolas, são os que se relacionam nas obras de mi� Para começar, temos as obras de misericórdia corporais. Cha
sericórdia corporais c espirituais. Em segundo lugar, Jesus esclarece mam·se assim porque dizem respeito ao bem·estar físico e temporal
esses deveres dando à sua Igreja o direito e o dever de interpretar do próximo. Respigadas das Sagradas Escrituras, são sete: ( I) vi
e aplicar na prática a lei divina, o que se concretiza nos denomi sitar e cuidar dos enfermos; (2) dar de comer a quem tem fome;
nados mandamentos da Igreja. (3) dar de beber a quem tem sede; (4) dar pousada aos peregrinos;
Devemos ter em conta que os mandamentos da Igreja não são (5) vestir os nus; (6) redimir os cativos, e (7) enterrar os mortos.
novas cargas adicionais que nos obriguem por cima e para além Na sua descrição do Juízo Final (Mateus 25, 34-40) , Nosso Senhor
dos mandamentos divinos. As leis da Igreja não são mais do que estabelece o seu cumprimento como prova do nosso amor por Ele.
interpretações e aplicações concretas da lei de Deus. Por exemplo,
Deus ordena que dediquemos algum tempo ao seu culto. Nós pode Quando nos detemos a examinar a maneira de cumprir as obras
ríamos dizer: "Sim, quero fazê·lo, mas como?" E a Igreja responde: de misericórdia corporais, vemos que são três as vias pelas quais
''Indo à Missa aos domingos e dias. de guarda". Este fato, o fato rodemos dirigir os nossos esforços. Primeiro, temos o que se pode·
.
de as leis da Igreja não serem senão aplicações práticas das leis divi· na chamar a "caridade organizada". Em nossas cidades modernas,
nas, é um ponto que merece ser destacado. Há pessoas. até cató· é muito fácil esquecer o pobre e desgraçado, perdido entre a multi
licas, que · raciocinam distinguindo as leis de Deus das kis da Igreja, dão. _Mais ainda, algumas necessidades são demasiado grandes para
como se Deus pudesse estar em oposição consigo mesmo. que possam ser remediadas por urna só pessoa. E assim contamos
Aqui temos, pois, as diretrizes divinas que nos dizem como aper· com muitos tipos de organizações para as mais diversas atenções
feiçoar a nossa natureza, como cumprir a nossa vocação de almas sociais, a que os necessitados podem recorrer. Temos hospitais, or·
redimidas: os Dez Mandamentos de Deus, as sete obras de miseri� fanatos, asilos, instituições para crianças abandonadas e subnormaís,
córdia corporais e as sete espirituais, e os mandamentos da Igreja para mencionar algumas. Quando as ajudamos, quer d iretamente,
de Deus. Todos eles, é claro, prescrevem somente um mínimo de quer por meio de coletas ou campanhas, cumprimos uma parte de
152 OS DOIS GRANDES MANDA�IE NTOS SllBLl :--> HAR O POSITIVO 153
nossas obrigações para com o próximo, mas não todas. por motivos "humanitários" ou econômicos) . Mas a enfermidade do
Outro modo de praticar as obras de misericórdia corporais é irmão é um repto nistão para todos sem exceção. Cristo nos acom
colaborar em movimentos pela promoção cívica e social. Se nos panha de cada vez que visitamos um dos seus membros doentes;
preocupamos de melhorar a habitação das famílias pobres; se traba são visitas que não curam, mas que confortam e animam. O tempo
lhamos para atenuar as injustiças que pesam sobre os migrantes do que empreguemos em ler alguma coisa a um convalescente ou a um
campo; se apoiamos os justos esforços dos operários para obter um cego, em aliviar por umas horas o trabalho de uma dona de casa,
salário adequado e segurança econômica; se prestamos a nossa substituindo-a na atenção ao marido ou ao filho doente, tem um
cooperação ativa a organizações cujo objetivo é tornar a vida do mérito muito grande. Mesmo um bilhete expressando o nosso de
próximo um pouco menos pesada, estamos praticando as obras de sejo de que o doente melhore. enviado por amor de Deus, nos ga
misericórdia corporais. nhará o sorriso divino.
Mas, evidentemente, tudo isto não nos livra da obrigação de "Enterrar os mortos". Já ninguém no nosso país tem que cons
prestar ajuda direta e pessoal aos nossos irmãos sempre que se apre truir um caixão ou cavar uma sepultura a serviço do próximo. Mas,
sente a oportunidade - ou, melhor dito, o privilégio. Não posso quando vamos a um velório, honramos Cristo, cuja graça santi
dizer ao necessitado que conheço : "Já dei a tal associação de cari ficou o corpo a que oferecemos nossos últimos respeitos. Quem
dade; procure-a". Tenhamos presente que Cristo se apresenta de acompanha um enterro pode dizer com razão que, na pessoa do pró
baixo de muitos disfarces. Se somos demasiado "prudentes" em ximo, está acompanhando Cristo à sepullura.
nossa generosidade, avaliando cientificamente o "mérito" d.e uma ne
cessidade, chegará necessariamente um momento em que Cristo nos Quando, por amor de Cristo, nos ocup�mos em suavizar os
encontrará adormecidos. Jesus falou muitas vezes dos pobres, mas dissabores de um nosso irmão, estamos agradando a Deus. Quando
nem uma só mencionou "os pobres meritórios". Damos por amor a nos empenhamos, por meio das obras de misericórdia corporais, em
Cristo, e o mérito ou demérito do pobre não nos deve preocupar diminuir as necessidades do próximo - doença, pobreza, tribulação -,
excessivamente. Não podemos fomentar a vadiagem dando com o céu nos sorri. Mas a sua felicidade eterna tem uma imporUI.ncia
imprudência; mas devemos ter em conta que negar a nossa ajuda a infinitamente maior que o bem-estar físico e temporaL Por isso, as
uma família necessitada por ser uma coleção de inúteis, porque o obras de misericórdia espirituais são mais urgentes para o cristão que
pai bebe ou a mãe não é boa dona de casa (o que equivale a castigar as corporais.
as crianças pelos defeitos dos pais ) , é pôr em perigo a salvação da As obras de misericórdia espirituais são tradicionalmente sete:
nossa alma. A verdade não é menos exigente que isso. ( I ) ensinar a quem não sabe; (2) dar bom conselho a quem dele
Além de proporcionar alimentos, roupas ou meios econômicos necessita; (3) corrigir a querr erra; (4) perdoar as injúrias; (5)
urgentes aos necessitados, existem, evidentemente, outras maneiras de consolar o triste; (6) sofrer com paciência os defeitos do próximo;
praticar as obras de misericórdia. No mundo de hoje, não é tão (7) rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos.
fácil "visitar os presos" como o era nos tempos do Senhor. Muitos "Ensinar a quem não sabe.'' O intelecto humano é um dom
presos têm as visitas limitadas aos parentes próximos. Mas podemos de Deus, e Ele quer que o utilizemos. Toda verdade, tanto humana
comunicar-nos com os capelães das prisões ou das penitenciárias e como sobren atural, reflete a infinita perfeição de Deus. Em conse
perguntar-lhes como poderíamos ser úteis aos presos. Cigarros, ma quência,, todo aquele que contribui para o desenvolvimento da mente,
terial de leitura ou de recreio? Terços, devocionários, escapulários? formando-a na verdade, realiza uma obra autenticamente cristã, se o
(Facilmente podíamos ser tu e eu quem estivesse atrás das grades!) faz por amor a Deus e ao próximo. Aqui os pais têm o papel mais
Muito melhor que visitar os presos é procurar que não cheguem a importante, c logo a seguir os mestres. incluídos os que ensinam ma
essa situação. Tudo o que possamos fazer para melhorar a nossa térias profa nas, porque toda a verdade é de Deus. Não é difícil ver
vizinhança - proporcionando fustalações para que a juventude tenha a razão pela qual o ensino se torna uma vocação tão nobre, uma
diversões sãs e atividades formativas; estendendo a mão ao jovem vocação que pode ser estrada real para a santidade.
que vacila à beira da delinquência, etc. - nos assemelha a Cristo. Naturalmente, o conhecimento de maior dignidade é o conheci
"Visitar os enfermos". Como são afortunados os médicos e as mento religioso. Os que dão aulas de catecismo praticam essa obra
enfermeiras que dedicam toda a sua vida à sexta obra de misericórdia de misericórdia na sua forma mais plena. Inclusive os que ajudam
corpora l ! (sempre que o façam movidos pelo amor a Deus, e não a l:onstruir e a sustentar escolas católil:as e centros catiquéticos, tanto
152 OS DOIS GRANDES MANDA�IE NTOS SllBLl :--> HAR O POSITIVO 153
nossas obrigações para com o próximo, mas não todas. por motivos "humanitários" ou econômicos) . Mas a enfermidade do
Outro modo de praticar as obras de misericórdia corporais é irmão é um repto nistão para todos sem exceção. Cristo nos acom
colaborar em movimentos pela promoção cívica e social. Se nos panha de cada vez que visitamos um dos seus membros doentes;
preocupamos de melhorar a habitação das famílias pobres; se traba são visitas que não curam, mas que confortam e animam. O tempo
lhamos para atenuar as injustiças que pesam sobre os migrantes do que empreguemos em ler alguma coisa a um convalescente ou a um
campo; se apoiamos os justos esforços dos operários para obter um cego, em aliviar por umas horas o trabalho de uma dona de casa,
salário adequado e segurança econômica; se prestamos a nossa substituindo-a na atenção ao marido ou ao filho doente, tem um
cooperação ativa a organizações cujo objetivo é tornar a vida do mérito muito grande. Mesmo um bilhete expressando o nosso de
próximo um pouco menos pesada, estamos praticando as obras de sejo de que o doente melhore. enviado por amor de Deus, nos ga
misericórdia corporais. nhará o sorriso divino.
Mas, evidentemente, tudo isto não nos livra da obrigação de "Enterrar os mortos". Já ninguém no nosso país tem que cons
prestar ajuda direta e pessoal aos nossos irmãos sempre que se apre truir um caixão ou cavar uma sepultura a serviço do próximo. Mas,
sente a oportunidade - ou, melhor dito, o privilégio. Não posso quando vamos a um velório, honramos Cristo, cuja graça santi
dizer ao necessitado que conheço : "Já dei a tal associação de cari ficou o corpo a que oferecemos nossos últimos respeitos. Quem
dade; procure-a". Tenhamos presente que Cristo se apresenta de acompanha um enterro pode dizer com razão que, na pessoa do pró
baixo de muitos disfarces. Se somos demasiado "prudentes" em ximo, está acompanhando Cristo à sepullura.
nossa generosidade, avaliando cientificamente o "mérito" d.e uma ne
cessidade, chegará necessariamente um momento em que Cristo nos Quando, por amor de Cristo, nos ocup�mos em suavizar os
encontrará adormecidos. Jesus falou muitas vezes dos pobres, mas dissabores de um nosso irmão, estamos agradando a Deus. Quando
nem uma só mencionou "os pobres meritórios". Damos por amor a nos empenhamos, por meio das obras de misericórdia corporais, em
Cristo, e o mérito ou demérito do pobre não nos deve preocupar diminuir as necessidades do próximo - doença, pobreza, tribulação -,
excessivamente. Não podemos fomentar a vadiagem dando com o céu nos sorri. Mas a sua felicidade eterna tem uma imporUI.ncia
imprudência; mas devemos ter em conta que negar a nossa ajuda a infinitamente maior que o bem-estar físico e temporaL Por isso, as
uma família necessitada por ser uma coleção de inúteis, porque o obras de misericórdia espirituais são mais urgentes para o cristão que
pai bebe ou a mãe não é boa dona de casa (o que equivale a castigar as corporais.
as crianças pelos defeitos dos pais ) , é pôr em perigo a salvação da As obras de misericórdia espirituais são tradicionalmente sete:
nossa alma. A verdade não é menos exigente que isso. ( I ) ensinar a quem não sabe; (2) dar bom conselho a quem dele
Além de proporcionar alimentos, roupas ou meios econômicos necessita; (3) corrigir a querr erra; (4) perdoar as injúrias; (5)
urgentes aos necessitados, existem, evidentemente, outras maneiras de consolar o triste; (6) sofrer com paciência os defeitos do próximo;
praticar as obras de misericórdia. No mundo de hoje, não é tão (7) rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos.
fácil "visitar os presos" como o era nos tempos do Senhor. Muitos "Ensinar a quem não sabe.'' O intelecto humano é um dom
presos têm as visitas limitadas aos parentes próximos. Mas podemos de Deus, e Ele quer que o utilizemos. Toda verdade, tanto humana
comunicar-nos com os capelães das prisões ou das penitenciárias e como sobren atural, reflete a infinita perfeição de Deus. Em conse
perguntar-lhes como poderíamos ser úteis aos presos. Cigarros, ma quência,, todo aquele que contribui para o desenvolvimento da mente,
terial de leitura ou de recreio? Terços, devocionários, escapulários? formando-a na verdade, realiza uma obra autenticamente cristã, se o
(Facilmente podíamos ser tu e eu quem estivesse atrás das grades!) faz por amor a Deus e ao próximo. Aqui os pais têm o papel mais
Muito melhor que visitar os presos é procurar que não cheguem a importante, c logo a seguir os mestres. incluídos os que ensinam ma
essa situação. Tudo o que possamos fazer para melhorar a nossa térias profa nas, porque toda a verdade é de Deus. Não é difícil ver
vizinhança - proporcionando fustalações para que a juventude tenha a razão pela qual o ensino se torna uma vocação tão nobre, uma
diversões sãs e atividades formativas; estendendo a mão ao jovem vocação que pode ser estrada real para a santidade.
que vacila à beira da delinquência, etc. - nos assemelha a Cristo. Naturalmente, o conhecimento de maior dignidade é o conheci
"Visitar os enfermos". Como são afortunados os médicos e as mento religioso. Os que dão aulas de catecismo praticam essa obra
enfermeiras que dedicam toda a sua vida à sexta obra de misericórdia de misericórdia na sua forma mais plena. Inclusive os que ajudam
corpora l ! (sempre que o façam movidos pelo amor a Deus, e não a l:onstruir e a sustentar escolas católil:as e centros catiquéticos, tanto
O \ 1 :\ l O H H E .\ 1 1 .5.')
l .'H OS DOIS GRA:-.JDES i\IANDAMENTOS
na nossa pátria como em centros de missão, compartilham o mérito .. Meus irmãos, se algum de vós se extraviar da verda
pensa:
que deriva de "ensinar a · quem não sabe". de e outro conseguir convertê-lo, saiba que aquele que reconduz
'"Dar bom conselho a quem dele necessita" é uma obra de mi um pecaJor do erro do seu caminho salvará a sua própria alma da
sericórdia que dispensa comentários. A maioria das pessoas gosta morte c cobrirá a multidão de seus pecados" (Tiago 5, 19-20) .
. . Perdoar as injúrias" e '·sofrer com paciência os defeitos do
Je dar a sua opinião. Quando tivermos que aconselhar, estejamos
ct:rtos de que o nosso conselho é cem por cento sincero, desinteres proxuno Ah� Aqui é que as coisas ficam pretas. Tudo o que
sado e baseado nos princípios da fé. Tenhamos a certeza de não temos de humano, tudo o que nos é natural se subleva contra o
escolher o caminho fácil de dar a quem nos escuta o conselho que mot('rista imprudente que nos fecha a passagem, contra o amigo que
quer ouvir, sem ter em conta o seu valor; também não devemos cair atraiçoa. contra o vizinho que espalha mentiras sobre nós, contra
no extremo contrário de dar um conselho que se baseie nos nossos o U)merdante que nos engana. É aqui que tocamos o nervo mais
interesses egoístas. �endvel do amor próprio. Custa tanto dizer com Cristo na sua cruz:
"Corrigir a quem erra" é um dever que recai principalmente "Pai, . perdoa-os porque não sabem o que fazem"! Mas temos que
sobre os pais e só um pouco abaixo sobre os mestres e demais edu fazê-lo, se de verdade somos de Cristo. É aqui que o nosso amor
cadores da juventude. Este dever é muito claro; o que nem sempre a o��us passa pela prova máxima e se vê se o nosso amor ao próximo
enxergamos com a mesma clareza é que o exemplo é sempre mais é aL lcnticamcnte sobrenatural.
convincente que as admoestações. Se no lar há intemperança ou "Consolar os tristes" é algo que, para muitos, surge espontanea
uma preocupação excessiva pelo dinheiro ou pelos êxitos mundanos; mente. Se somos seres humanos normais, sentimo-nos naturalmente
se há críticas maliciosas ou os pais brigam diante dos filhos; se compadecidos dos aflitos. Mas é essencial que o consolo que ofere
papai fanfarroneia e mamãe mente sem escrúpulos ao telefone, en cezr.os seja mais do que meras palavras e gestos sentimentais. Se
tão, que Deus se compadeça desses filhos a quem os pais educam pudemos fazer alguma coisa para confortar o que sofre, não podemos
no pecado. deixar de fazê-lo por nos causar aborrecimentos ou. sacrifícios. Nossas
"Corrigir a quem erra" não é uma obrigação exclusiva de pais palavras de consolo serão mil vezes mais eficazeS' se forem acompa
� mestres. A responsabilidade de conduzir os outros para a virtude nhudas de obras.
e algo que nos toca a todos, de acordo com a nossa maior ou me Fil:almente, "rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos" é algo
nor autoridade. É um dever que temos que exercer com prudência que certamente todos fazemos, conscientes do que significa ser mem
e inteligência. Às vezes, ao ser corrigido, um pecador obstina-se bro do Corpo Místico de Cristo e da Comunhão dos Santos. Mas
mais no seu pecado, especialmente se a correção é feita em tom aqui também pode meter-se o egoísmo, se as nossas orações se limi
santarrão ou paternalista. (Não estou bêbado; deixe-me em paz. tarem às necessidades da nossa familia e dos amigos mais íntimos.
Garçom, lraga-me outro copo " ) . É essencial que façamos a nossa A nossa oração, como o amor de Deus, deve abarcar o mundo.
correção com delicadeza e com carinho, tendo bem presentes as nos·
sas próprias faltas e fraquezas.
O MAIOR BEM
Mas prudência não quer dizer covardia. Se sei que u m amigo
m �u usa contraceptivos, ou comete infidelidades conjugais, ou pla
"Se me amas", diz Deus, "o que deves fazer é isto": e nos dá
neJa casar-se fora da Igreja, ou de outro modo põe em perigo a
su � salvaçüo eterna, o amor a Deus me exige que faça tudo o que os seus maiidamentos. "Se me amas muito", acrescenta Ele, "isto é
o que poderias fazer'', e nos dá os conselhos evangélicos, um convite
esta ao meu alcance para dissuadi-lo do seu suicídio espiritual. É
à prática da pobreza voluntária, da castidade perpétua e da obe
uma covardia da pior espécie procurar eximir-se dizendo: "Bem,
ele s ? bc tão bem como eu o que está certo e o que está errado; já I
di0ncia perfeita. Chamam-se "evangélicos" porque é nos Evangelhos
<'
que enconlramos o convite que Jesus nos dirige para que os prati
tem Idade rara saber o que faz; não é assunto meu dizer-lhe o que
. quemos.
h.'m qu.: fazer." Se eu o visse apontando uma pistola à cabeça.
ou chegando uma faca ao pescoço, certamente consideraria assunto Vale a pena recordar na sua totalidade o patético incidente que
Süo Mateus nos conta no capítulo XIX do seu Evangelho (versículo
meu dct0-lo, por muito que essa pessoa protestasse pela minha in
. í 6-20) : "Aproximou-se de Jesus um jovem e perguntou-lhe: Mestre,
tro ?ussão. E é evidente que a sua vida espiritual deve preocupar-me
que devo fazer de bom para alcançar a vida eterna? Disse-lhe Jesus:
mais do que a sua vida física. Ouçamos qual será a nossa recom-
O \ 1 :\ l O H H E .\ 1 1 .5.')
l .'H OS DOIS GRA:-.JDES i\IANDAMENTOS
na nossa pátria como em centros de missão, compartilham o mérito .. Meus irmãos, se algum de vós se extraviar da verda
pensa:
que deriva de "ensinar a · quem não sabe". de e outro conseguir convertê-lo, saiba que aquele que reconduz
'"Dar bom conselho a quem dele necessita" é uma obra de mi um pecaJor do erro do seu caminho salvará a sua própria alma da
sericórdia que dispensa comentários. A maioria das pessoas gosta morte c cobrirá a multidão de seus pecados" (Tiago 5, 19-20) .
. . Perdoar as injúrias" e '·sofrer com paciência os defeitos do
Je dar a sua opinião. Quando tivermos que aconselhar, estejamos
ct:rtos de que o nosso conselho é cem por cento sincero, desinteres proxuno Ah� Aqui é que as coisas ficam pretas. Tudo o que
sado e baseado nos princípios da fé. Tenhamos a certeza de não temos de humano, tudo o que nos é natural se subleva contra o
escolher o caminho fácil de dar a quem nos escuta o conselho que mot('rista imprudente que nos fecha a passagem, contra o amigo que
quer ouvir, sem ter em conta o seu valor; também não devemos cair atraiçoa. contra o vizinho que espalha mentiras sobre nós, contra
no extremo contrário de dar um conselho que se baseie nos nossos o U)merdante que nos engana. É aqui que tocamos o nervo mais
interesses egoístas. �endvel do amor próprio. Custa tanto dizer com Cristo na sua cruz:
"Corrigir a quem erra" é um dever que recai principalmente "Pai, . perdoa-os porque não sabem o que fazem"! Mas temos que
sobre os pais e só um pouco abaixo sobre os mestres e demais edu fazê-lo, se de verdade somos de Cristo. É aqui que o nosso amor
cadores da juventude. Este dever é muito claro; o que nem sempre a o��us passa pela prova máxima e se vê se o nosso amor ao próximo
enxergamos com a mesma clareza é que o exemplo é sempre mais é aL lcnticamcnte sobrenatural.
convincente que as admoestações. Se no lar há intemperança ou "Consolar os tristes" é algo que, para muitos, surge espontanea
uma preocupação excessiva pelo dinheiro ou pelos êxitos mundanos; mente. Se somos seres humanos normais, sentimo-nos naturalmente
se há críticas maliciosas ou os pais brigam diante dos filhos; se compadecidos dos aflitos. Mas é essencial que o consolo que ofere
papai fanfarroneia e mamãe mente sem escrúpulos ao telefone, en cezr.os seja mais do que meras palavras e gestos sentimentais. Se
tão, que Deus se compadeça desses filhos a quem os pais educam pudemos fazer alguma coisa para confortar o que sofre, não podemos
no pecado. deixar de fazê-lo por nos causar aborrecimentos ou. sacrifícios. Nossas
"Corrigir a quem erra" não é uma obrigação exclusiva de pais palavras de consolo serão mil vezes mais eficazeS' se forem acompa
� mestres. A responsabilidade de conduzir os outros para a virtude nhudas de obras.
e algo que nos toca a todos, de acordo com a nossa maior ou me Fil:almente, "rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos" é algo
nor autoridade. É um dever que temos que exercer com prudência que certamente todos fazemos, conscientes do que significa ser mem
e inteligência. Às vezes, ao ser corrigido, um pecador obstina-se bro do Corpo Místico de Cristo e da Comunhão dos Santos. Mas
mais no seu pecado, especialmente se a correção é feita em tom aqui também pode meter-se o egoísmo, se as nossas orações se limi
santarrão ou paternalista. (Não estou bêbado; deixe-me em paz. tarem às necessidades da nossa familia e dos amigos mais íntimos.
Garçom, lraga-me outro copo " ) . É essencial que façamos a nossa A nossa oração, como o amor de Deus, deve abarcar o mundo.
correção com delicadeza e com carinho, tendo bem presentes as nos·
sas próprias faltas e fraquezas.
O MAIOR BEM
Mas prudência não quer dizer covardia. Se sei que u m amigo
m �u usa contraceptivos, ou comete infidelidades conjugais, ou pla
"Se me amas", diz Deus, "o que deves fazer é isto": e nos dá
neJa casar-se fora da Igreja, ou de outro modo põe em perigo a
su � salvaçüo eterna, o amor a Deus me exige que faça tudo o que os seus maiidamentos. "Se me amas muito", acrescenta Ele, "isto é
o que poderias fazer'', e nos dá os conselhos evangélicos, um convite
esta ao meu alcance para dissuadi-lo do seu suicídio espiritual. É
à prática da pobreza voluntária, da castidade perpétua e da obe
uma covardia da pior espécie procurar eximir-se dizendo: "Bem,
ele s ? bc tão bem como eu o que está certo e o que está errado; já I
di0ncia perfeita. Chamam-se "evangélicos" porque é nos Evangelhos
<'
que enconlramos o convite que Jesus nos dirige para que os prati
tem Idade rara saber o que faz; não é assunto meu dizer-lhe o que
. quemos.
h.'m qu.: fazer." Se eu o visse apontando uma pistola à cabeça.
ou chegando uma faca ao pescoço, certamente consideraria assunto Vale a pena recordar na sua totalidade o patético incidente que
Süo Mateus nos conta no capítulo XIX do seu Evangelho (versículo
meu dct0-lo, por muito que essa pessoa protestasse pela minha in
. í 6-20) : "Aproximou-se de Jesus um jovem e perguntou-lhe: Mestre,
tro ?ussão. E é evidente que a sua vida espiritual deve preocupar-me
que devo fazer de bom para alcançar a vida eterna? Disse-lhe Jesus:
mais do que a sua vida física. Ouçamos qual será a nossa recom-
1.56 OS DOIS CRA:\DES \L\ \;D.\ � I E YrüS O MAIOR BE�! !57
Por que me interrogas a respeito do que se deve fazer de bom? Só dos bens deste mundo, a sobriedade na satisfação dos gostos e ne
Deus é bom. Se queres entrar na vida. guarda os mandamentos. cessidades, a partilha generosa dos bens com outros menos afortuna
Quais? perguntou· ele. E Jesus disse: Nào matarás, não cometerás dos, em atitude de agradecimento a Deus pelo que nos dá, ao mesmo
adultério, não furtarás. não levantarás falso testemunho. honra teu tempo que nos desprendemos de tudo isso para o caso de Ele nos pedir
pai e tua mãe e ama o teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o que lho devolvamos.
jovem: T\..:nhn observado tudo isso desde :l minha infância. Que Para cada um segundo o seu estado, a castidade é imprescin
me resta ainda? Disse-lhe Jesus: Se qu.eres ser perfeito. vai. vende dível. Para o solteiro, a castidade deve ser absoluta, com voto ou
o que tens. dá-o aos pobres. e terás um tl'souro nos céus. Depois. sem voto. Certamente, é uma das glórias da nossa religião que tan
vem e segue-me. Ao ouvir estas palavras, o jovem retirou-se triste, tos vivam a castidade perfeita, fora e dentro de um mundo cujas
porque possuía muitos bens". seduções são tão abundantes e onde as ocasiões são tão frequentes.
Sentimos uma grande compaixão por esse jovem que esteve tão Há heroísmo autêntico na pureza dos jovens que dominam o impe
perto de ser um dos primeiros discípulos do Senhor, mas perdeu a rioso instinto sexual até que a idade e as circunstâncias os permitam
sua gloriosa oportunidade porque não teve generosidade. Não há casar-se. Há um heroísmo menos chamativo, mas não menos real,
dúvida de que hoje também Jesus está chamando uma multidão de nos solteiros de m::tis idade cuja situação é tal que não os permite
almas. Falta tanto da sua ohra por realizar, süo precisos tantos ope casar-se, talvez para sempre. Há um nobre heroísmo na continência
rários! Se o número de opcdrios é insuficiente (e sempre o é), daqueles que fizeram a opção de permanecer· solteiros no mundo,
não é porque Jesus não chame. Pode acontecer que não se queira para poderem dar-se mais plenamente ao serviço dos outros. Há
ouvir a sua voz, ou que. como ao jovem do Evangelho. falte gene nestes leigos ·que preferiram o celibato uma profunda reverência pela
rosidade para segui-lo. Por isso é c�sencial que todos, pais e filhos, faculdade sexual, que encaram como um maravilhoso dom de Deus,
compreendam a natureza dos conselhos evangélicos e a natureza da reservado para os fins que Ele designou, e que deve manter-se impa
vocação para a vida religiosa. luto enquanto esses fins não sejam possíveis. E também dentro da
vida conjugal se deve viver a castidade, a formosíssima castidade
De todos os conselhos e diretrizes que se dão no Evangelho, os dos esposos cristãos. para os quais a união física não é uma diversão
chamados conselhos evangélicos são os mais perfeitos. Sua obser ou um meio de satisfação egoísta, mas a feliz expressão da união
vância nos liberta - na medida em que a natureza humana pode interior e espiritual de um com o outro c com Deus, para cumprir
ser livre - dos obstáculos que se opõem ao nosso crescimento em a sua Vontade, sem pôr limites aos filhos que Ele queira enviar,
santidade, em amor a Deus. Quem abraça esses conselhos renuncia abstendo-se de usar do sexo sempre que isso sirva melhor aos fins
a uns bens valiosos, mas menores, que, no quadro da nossa n atureza de Deus.
decaída, competem frequentemente com o amor a Deus. Ao despo� Por último, há a obediência no mundo, a submissão da von
sarmos voluntariamente a pobreza, manietamos a cobiça e a ambição, tade, ao que o verdadeiro amor a Deus c ao próximo reclamam, mui
que são as instigadoras de tantos pecados contra Deus e contra o tas vezes obrigatoriamente. Esta obediência não implica somente a
proxtmo. Ao oferecermos a Deus a castidade perfeita, subjugamos submissão à voz de Deus na sua Igreja e à vontade de Deus nas
a carne para que o espírito possa elevar-se sem amarras nem divi circunstâncias da vida que muitas vezes são fonte de contrariedades.
sões até Deus. Ao aderirmos à obediência perfeita, fazemos a mais Implica a submissão diária da vontade e o controle dos. desejos para
custosa das renúncias. entregamos o que é mais caro ao homem, todos os que querem viver em paz c caridade com os outros, seja o
mais que a ambição de possuir ou o poder de procriar: renunciamos esposo com a esposa, ou o vizinho com o vizinho.
ao domínio da nossa própria vontade. Esvaziados de n6s mesmos
tão completamente quanto possa sê-lo um homem - sem proprie Sim, não há dúvida de que o espírito dos conselhos evangélicos
dade, sem família, sem vontade própria -. ficamos livres ao máximo pobreza, castidade e obediência - não se encerra entre os muros
dos nossos condicionalismos, para abrir-nos à ação da graça; esta dos conventos e mosteiros. Esse espírito é essencial a toda vida
mos no caminho da perfeição. autenticamente cristã. A maioria dos cristãos é chamada a viver
Se queremos progredir em santidade, o espírito dos conselhos este espírito, embora a sua observánda absoluta só se peça a uns
evangélicos é imprescindível a todos nós. A todos, casados ou poucos. O Corpo Místico de Cristo é um corpo, c não apenas alma.
solteiros, religiosos ou fiéis comuns, é necessário o desprendimento Por isso tem que haver pais cristãos que perpetuem os membros
1.56 OS DOIS CRA:\DES \L\ \;D.\ � I E YrüS O MAIOR BE�! !57
Por que me interrogas a respeito do que se deve fazer de bom? Só dos bens deste mundo, a sobriedade na satisfação dos gostos e ne
Deus é bom. Se queres entrar na vida. guarda os mandamentos. cessidades, a partilha generosa dos bens com outros menos afortuna
Quais? perguntou· ele. E Jesus disse: Nào matarás, não cometerás dos, em atitude de agradecimento a Deus pelo que nos dá, ao mesmo
adultério, não furtarás. não levantarás falso testemunho. honra teu tempo que nos desprendemos de tudo isso para o caso de Ele nos pedir
pai e tua mãe e ama o teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o que lho devolvamos.
jovem: T\..:nhn observado tudo isso desde :l minha infância. Que Para cada um segundo o seu estado, a castidade é imprescin
me resta ainda? Disse-lhe Jesus: Se qu.eres ser perfeito. vai. vende dível. Para o solteiro, a castidade deve ser absoluta, com voto ou
o que tens. dá-o aos pobres. e terás um tl'souro nos céus. Depois. sem voto. Certamente, é uma das glórias da nossa religião que tan
vem e segue-me. Ao ouvir estas palavras, o jovem retirou-se triste, tos vivam a castidade perfeita, fora e dentro de um mundo cujas
porque possuía muitos bens". seduções são tão abundantes e onde as ocasiões são tão frequentes.
Sentimos uma grande compaixão por esse jovem que esteve tão Há heroísmo autêntico na pureza dos jovens que dominam o impe
perto de ser um dos primeiros discípulos do Senhor, mas perdeu a rioso instinto sexual até que a idade e as circunstâncias os permitam
sua gloriosa oportunidade porque não teve generosidade. Não há casar-se. Há um heroísmo menos chamativo, mas não menos real,
dúvida de que hoje também Jesus está chamando uma multidão de nos solteiros de m::tis idade cuja situação é tal que não os permite
almas. Falta tanto da sua ohra por realizar, süo precisos tantos ope casar-se, talvez para sempre. Há um nobre heroísmo na continência
rários! Se o número de opcdrios é insuficiente (e sempre o é), daqueles que fizeram a opção de permanecer· solteiros no mundo,
não é porque Jesus não chame. Pode acontecer que não se queira para poderem dar-se mais plenamente ao serviço dos outros. Há
ouvir a sua voz, ou que. como ao jovem do Evangelho. falte gene nestes leigos ·que preferiram o celibato uma profunda reverência pela
rosidade para segui-lo. Por isso é c�sencial que todos, pais e filhos, faculdade sexual, que encaram como um maravilhoso dom de Deus,
compreendam a natureza dos conselhos evangélicos e a natureza da reservado para os fins que Ele designou, e que deve manter-se impa
vocação para a vida religiosa. luto enquanto esses fins não sejam possíveis. E também dentro da
vida conjugal se deve viver a castidade, a formosíssima castidade
De todos os conselhos e diretrizes que se dão no Evangelho, os dos esposos cristãos. para os quais a união física não é uma diversão
chamados conselhos evangélicos são os mais perfeitos. Sua obser ou um meio de satisfação egoísta, mas a feliz expressão da união
vância nos liberta - na medida em que a natureza humana pode interior e espiritual de um com o outro c com Deus, para cumprir
ser livre - dos obstáculos que se opõem ao nosso crescimento em a sua Vontade, sem pôr limites aos filhos que Ele queira enviar,
santidade, em amor a Deus. Quem abraça esses conselhos renuncia abstendo-se de usar do sexo sempre que isso sirva melhor aos fins
a uns bens valiosos, mas menores, que, no quadro da nossa n atureza de Deus.
decaída, competem frequentemente com o amor a Deus. Ao despo� Por último, há a obediência no mundo, a submissão da von
sarmos voluntariamente a pobreza, manietamos a cobiça e a ambição, tade, ao que o verdadeiro amor a Deus c ao próximo reclamam, mui
que são as instigadoras de tantos pecados contra Deus e contra o tas vezes obrigatoriamente. Esta obediência não implica somente a
proxtmo. Ao oferecermos a Deus a castidade perfeita, subjugamos submissão à voz de Deus na sua Igreja e à vontade de Deus nas
a carne para que o espírito possa elevar-se sem amarras nem divi circunstâncias da vida que muitas vezes são fonte de contrariedades.
sões até Deus. Ao aderirmos à obediência perfeita, fazemos a mais Implica a submissão diária da vontade e o controle dos. desejos para
custosa das renúncias. entregamos o que é mais caro ao homem, todos os que querem viver em paz c caridade com os outros, seja o
mais que a ambição de possuir ou o poder de procriar: renunciamos esposo com a esposa, ou o vizinho com o vizinho.
ao domínio da nossa própria vontade. Esvaziados de n6s mesmos
tão completamente quanto possa sê-lo um homem - sem proprie Sim, não há dúvida de que o espírito dos conselhos evangélicos
dade, sem família, sem vontade própria -. ficamos livres ao máximo pobreza, castidade e obediência - não se encerra entre os muros
dos nossos condicionalismos, para abrir-nos à ação da graça; esta dos conventos e mosteiros. Esse espírito é essencial a toda vida
mos no caminho da perfeição. autenticamente cristã. A maioria dos cristãos é chamada a viver
Se queremos progredir em santidade, o espírito dos conselhos este espírito, embora a sua observánda absoluta só se peça a uns
evangélicos é imprescindível a todos nós. A todos, casados ou poucos. O Corpo Místico de Cristo é um corpo, c não apenas alma.
solteiros, religiosos ou fiéis comuns, é necessário o desprendimento Por isso tem que haver pais cristãos que perpetuem os membros
!58 OS DOIS GRA'\DES \IA'\IJ 1\IE'\TOS O MAIOR BE\l 159
de�se Corpo. Mais ainda, se o espírito d� Cristo deve impregnar o Os que entram para a vida religiosa obrigam-se à observância
mundo, deve haver exemplos de Cristo em todas as circunstâncias da pobreza, castidade e obediência. Os votos podem ser feitos por
da vida, deve haver homens e m ulheres cristãos em todos os oficios, toda a vida ou por um determinado número de anos. Mas antes
profissões e estados. de se fazer qualquer voto, há um tempo de formação e de prova
É . evidente que há muita gente que vive "no mundo" e é muito espirituais, que se chama ''noviciado" e que pode durar um ou àois
mais santa que outros que vivem ''em religião". É igualmente evi anos, a que se seguem os votos temporários, que proporcionam um
dente que ninguém deve pensar que está condenado a uma vida novo tempo de prova, até se pronunciarem os votos finais.
'"imperfeita'' porque não se tornou frade ou freira. Para cada indi A vida dos religiosos está aherta a qualquer pessoa solteira e
viduo, a vida mais perfeita é aquela para a qual Deus o chama. Há maior de quinze anos, que não esteja impedida por obrigações ou
santas na cozinha como as há no claustro: no mercado como no responsabilidades que a tornem incompatível com a vida religiosa,
convento. como, por exemplo, a obrigação de cuidar de um parente doente.
Mas não há dúvida de que. indt.'pendentcmente da vocação Se alguém tem saúde física e meilial normais, não precisa senão de
particular de um determinado indivíduo, a vida religiosa é vida ter uma intenção reta para dar esse passo: o desejo de agradar a
de perfeição, não porque uma pessoa se faça automaticamente per Deus, de salvar a alma, de ajudar o próximo. Tendo em conta as
feita ao pronunciar os três votos religiosos. mas porque tomou p� prementes necessidades atuais, podemos ter a certeza de que Deus
numa senda de perfeição ao renunciar a tudo o que poderia em chama muitas almas, que não aceitam o seu convite. Talvez não
baraçá-la no seu propósito de consagrar-se a Deus. Suas origc1 1S são sigam a sua voz - Ele fala sempre com suavidade -; talvez a
tão antigas como a própria Igreja. A vida religiosa que hoje conhe ouçam, mas se assustem com a dificuldade, sem levarem em conta
cemos - um belo mosaico composto de muitas ordens c congrega que quem as chama é Deus e Ele dará a fortaleza necessária; talvez
ções - tem a sua origem nas "Virgens" c "Confessores" da primi ouçam e tenham a suficiente generosidade, mas são dissuadidas pelos
tiva cristandade. pais, que, com boa intenção, aconselham cautela e demoram a deci
são, até que conseguem calar a voz de Deus e malograr a vocação.
Além da IJecessidade que tem o mundo de testemunhos vivos Como se poderia ter "cautela" com Deus! Uma das intenções cons
que mostrem que o amor de Deus pode preencher o vazio de outros tantes de nossas orações deveria ser pedir para que todos aqueles
amores menores, há outra razão para a promoção da vida religiosa. a quem Deus chama escutem sua voz e respondam; e para que aque
O preciosíssimo Sangue de Cristo chama as almas pelas quais Ele les que responderam tenham a graça da perseverança.
morreu com uma urgência que não se pode ignorar; seu número é tão
grande e o trabalho tüo vasto que há necessidade de uma hoste de
almas generosas c abnegadas que se entregue, sem nada que as possa
distrair, às obras de misericórdia corporais e espirituais. Há necessi
dade de centrais de luz e energia espiritual, de oraçüo, que consigam
as graças necessárias para os insensatos que não querem rezar, c
assim temos as ordens de monges e monjas de clausura. cujas vidas
estão inteiramente dedicadas à oração e à penitência em favor do
Corpo Místico de Cristo.
Süo necessários braços c corações sem conta para o cuidado dos
enfermos. dos aflitos. dos �em br: para buscar em seu domicílio e
trazer ao redil as ovelhas perdidas; para ensin<.tr nas escolas e colé
gios, a fim dc que se fale de Deus e não sú de Júlio César e de
Shakespcare: para ensinar o catecismo. E assim temos as cnngre�
gaçõcs de homens c mulheres que se dedicam a estas obras de cari
dade'. não por dinheiro. prL·stígio ou satisfaçãLl. mas sim por amor
a Deus c às almas. S(1 Deus �ahc q u a n to trah;1lho fic:ni<-l por f<lzcr
se não existissem essas <limas.
!58 OS DOIS GRA'\DES \IA'\IJ 1\IE'\TOS O MAIOR BE\l 159
de�se Corpo. Mais ainda, se o espírito d� Cristo deve impregnar o Os que entram para a vida religiosa obrigam-se à observância
mundo, deve haver exemplos de Cristo em todas as circunstâncias da pobreza, castidade e obediência. Os votos podem ser feitos por
da vida, deve haver homens e m ulheres cristãos em todos os oficios, toda a vida ou por um determinado número de anos. Mas antes
profissões e estados. de se fazer qualquer voto, há um tempo de formação e de prova
É . evidente que há muita gente que vive "no mundo" e é muito espirituais, que se chama ''noviciado" e que pode durar um ou àois
mais santa que outros que vivem ''em religião". É igualmente evi anos, a que se seguem os votos temporários, que proporcionam um
dente que ninguém deve pensar que está condenado a uma vida novo tempo de prova, até se pronunciarem os votos finais.
'"imperfeita'' porque não se tornou frade ou freira. Para cada indi A vida dos religiosos está aherta a qualquer pessoa solteira e
viduo, a vida mais perfeita é aquela para a qual Deus o chama. Há maior de quinze anos, que não esteja impedida por obrigações ou
santas na cozinha como as há no claustro: no mercado como no responsabilidades que a tornem incompatível com a vida religiosa,
convento. como, por exemplo, a obrigação de cuidar de um parente doente.
Mas não há dúvida de que. indt.'pendentcmente da vocação Se alguém tem saúde física e meilial normais, não precisa senão de
particular de um determinado indivíduo, a vida religiosa é vida ter uma intenção reta para dar esse passo: o desejo de agradar a
de perfeição, não porque uma pessoa se faça automaticamente per Deus, de salvar a alma, de ajudar o próximo. Tendo em conta as
feita ao pronunciar os três votos religiosos. mas porque tomou p� prementes necessidades atuais, podemos ter a certeza de que Deus
numa senda de perfeição ao renunciar a tudo o que poderia em chama muitas almas, que não aceitam o seu convite. Talvez não
baraçá-la no seu propósito de consagrar-se a Deus. Suas origc1 1S são sigam a sua voz - Ele fala sempre com suavidade -; talvez a
tão antigas como a própria Igreja. A vida religiosa que hoje conhe ouçam, mas se assustem com a dificuldade, sem levarem em conta
cemos - um belo mosaico composto de muitas ordens c congrega que quem as chama é Deus e Ele dará a fortaleza necessária; talvez
ções - tem a sua origem nas "Virgens" c "Confessores" da primi ouçam e tenham a suficiente generosidade, mas são dissuadidas pelos
tiva cristandade. pais, que, com boa intenção, aconselham cautela e demoram a deci
são, até que conseguem calar a voz de Deus e malograr a vocação.
Além da IJecessidade que tem o mundo de testemunhos vivos Como se poderia ter "cautela" com Deus! Uma das intenções cons
que mostrem que o amor de Deus pode preencher o vazio de outros tantes de nossas orações deveria ser pedir para que todos aqueles
amores menores, há outra razão para a promoção da vida religiosa. a quem Deus chama escutem sua voz e respondam; e para que aque
O preciosíssimo Sangue de Cristo chama as almas pelas quais Ele les que responderam tenham a graça da perseverança.
morreu com uma urgência que não se pode ignorar; seu número é tão
grande e o trabalho tüo vasto que há necessidade de uma hoste de
almas generosas c abnegadas que se entregue, sem nada que as possa
distrair, às obras de misericórdia corporais e espirituais. Há necessi
dade de centrais de luz e energia espiritual, de oraçüo, que consigam
as graças necessárias para os insensatos que não querem rezar, c
assim temos as ordens de monges e monjas de clausura. cujas vidas
estão inteiramente dedicadas à oração e à penitência em favor do
Corpo Místico de Cristo.
Süo necessários braços c corações sem conta para o cuidado dos
enfermos. dos aflitos. dos �em br: para buscar em seu domicílio e
trazer ao redil as ovelhas perdidas; para ensin<.tr nas escolas e colé
gios, a fim dc que se fale de Deus e não sú de Júlio César e de
Shakespcare: para ensinar o catecismo. E assim temos as cnngre�
gaçõcs de homens c mulheres que se dedicam a estas obras de cari
dade'. não por dinheiro. prL·stígio ou satisfaçãLl. mas sim por amor
a Deus c às almas. S(1 Deus �ahc q u a n to trah;1lho fic:ni<-l por f<lzcr
se não existissem essas <limas.
O �OSSO PRI\IEIRO DEVF.R
CAPÍTULO XVI terás outros deuses diante de Mim". era o primeiro mandamento.
O segundo era: "Não farás para ti escultura nem imagem alguma
Não te prostrarás diante dessas coisas nem lhes prestarás culto" .
O PRIMEIRO MANDAMENTO Depois, para manter exatamente o número de dez. os dois últimos
mandamentos - "Não cobiçarás a casa do teu próximo" e "Não
desejarás a mulher do teu próximo nem nada do que lhe per
tence" - se juntaram em um só. Quando Martinho Lutero deu
origem à primeira confissão protestante, escolheu este sistema de
numeração. O outro sistema, que nos é tão familiar, fez-se comum
na Igreja Católica. Esta circunstância fez com que o nosso se
gundo mandamento seja para muitos protestantes o terceiro, o
nosso terceiro o quarto, e assim sucessivamente. Num catecismo
protestante, e o sétimo mandamento e não o sexto que proíbe o
O NOSSO PRIMEIRO DEVER adultério. Em ambos os casos, os mandamentos são os mesmos;
há apenas diferentes sistemas de numeração.
� supremo de?tino do homem é dar honra e glória a Deus. Já mencionamos que o número dez não é senão uma ajuda
�ara .ISS? fomos feitos·. Qualquer outro motivo para nos criar teria mnemônica. Vale a pena recordar que os mandamentos em si são
�Ido mdtgno de Deus . . É, pois, correto dizer que Deus nos fez para também ajudas que Deus proporciona à memória, seja qual for o
�ermos eternamente felizes com Ele. Mas a nossa felicidade é uma sistema de numeração. No Monte Sinai, Deus - à exceção de ter
r�zão �ec��dária do nosso existir; é a consequência de cumprirmos o destinado um dia específico para Ele - não impôs novas obriga
f1m pnmano para que fomos destinados: glorificar a Deus. ções à humanidade. Desde Adão a lei natural exigia do homem a
'
Não é de surpreender, pois, que o primeiro dos Dez Manda prática do culto a Deus, da justiça, da veracidade, da castidade e
mentos nos recorde essa obrigação. "Eu sou o Senhor teu Deus" das demais virtudes morais. Deus apenas gravou em tábuas de pe
escreveu Deus nas tábuas de pedra de Moisés, "não terás outro � dra o que a lei natural já exigia do homem. Mas, no Monte Sinai,
deuses diante de Mim". É uma forma resumida do primeiro man Deus também não nos entregou um tratado exaustivo de lei moral.
damento. Tal como aparece no livro do Êxodo, no Velho Testa Limitou-se a proporcionar uma lista do_s pecados mais graves contra
mento (capítulo XX, versículos 2 a 6) , é muito mais comprido: "Eu as virtudes mais importantes: idolatria contra religião, profanação
sou o Senhor teu Deus. que te tirei da terra do Egito, d a casa da contra reverência, homicídio e roubo contra justiça, perjúrio contra
s�rvidão. Não te�ás outros deuses diante de Mim. Não farás para veracidade e caridade; e deixou ao homem essas virtudes como guias
ti esct�ltura nem tmagem alguma do que está no alto dos t.:éus, ou onde enquadrar os deveres de natureza similar. Poderíamos dizer
?
em a1x? sobre a terra ou nas águas, debaixo da terra. Não te pros
:
que os Dez Mandamentos são como dez cabides onde podemos pen
traras dtante dessas cOisas nem lhes prestarás culto; porque eu sou o durar ordenadamente as nossas obrigações morais .
Senhor teu Deus, um Deus zeloso, que vinga a iniquidade dos pais
Mas voltemos agora à consideração particular do primeiro man
nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam;
damento. Podemos dizer que poucos de nós se acham em situação
c que usa de misericórdia até mil gerações com aqueles que me amam
e guardam os meus mandamentos". de cometer um pecado de idolatria em sentido literal. Mas já se
poderia falar figurativamente daqueles que rendem culto ao falso
Es�e é o primeiro mandamento na sua forma completa. Pode
ser de mteresse mencionar aqui que os mandamentos, segundo Deus deus de si mesmo: aos que colocam as riquezas, os negócios, o êxito
social, o prazer mundano ou o bem-estar físico acima dos seus de
os deu, nüo estào claramente numerados de um a dez. A sua dis
veres para com Deus. No entanto. esses pecados de auto-idolatria
posição em dez divisões, para ajudar a memorizá-los, é coisa dos
enquadram-se, em geral, em mandamentos diferentes do primeiro.
homei.lS. Antes que a invenção da imprensa tendesse a normRlizar
Admitindo que o pecadeo dP. idolatria não é problema para nós,
as cOisas, os mandamentos se numeravam umas vezes de uma ma
�
neira, outr �� e outra. Frequentemente, o primeiro mandamento, tão
poderemos dirigir a nossa atenção para o significado positivo do
primeiro mandamento. Dele se pode afirmar - como de quase to-
extenso, dtvidJa-se em dois: "Eu sou o Senhor teu Deus , não
O �OSSO PRI\IEIRO DEVF.R
CAPÍTULO XVI terás outros deuses diante de Mim". era o primeiro mandamento.
O segundo era: "Não farás para ti escultura nem imagem alguma
Não te prostrarás diante dessas coisas nem lhes prestarás culto" .
O PRIMEIRO MANDAMENTO Depois, para manter exatamente o número de dez. os dois últimos
mandamentos - "Não cobiçarás a casa do teu próximo" e "Não
desejarás a mulher do teu próximo nem nada do que lhe per
tence" - se juntaram em um só. Quando Martinho Lutero deu
origem à primeira confissão protestante, escolheu este sistema de
numeração. O outro sistema, que nos é tão familiar, fez-se comum
na Igreja Católica. Esta circunstância fez com que o nosso se
gundo mandamento seja para muitos protestantes o terceiro, o
nosso terceiro o quarto, e assim sucessivamente. Num catecismo
protestante, e o sétimo mandamento e não o sexto que proíbe o
O NOSSO PRIMEIRO DEVER adultério. Em ambos os casos, os mandamentos são os mesmos;
há apenas diferentes sistemas de numeração.
� supremo de?tino do homem é dar honra e glória a Deus. Já mencionamos que o número dez não é senão uma ajuda
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�ermos eternamente felizes com Ele. Mas a nossa felicidade é uma sistema de numeração. No Monte Sinai, Deus - à exceção de ter
r�zão �ec��dária do nosso existir; é a consequência de cumprirmos o destinado um dia específico para Ele - não impôs novas obriga
f1m pnmano para que fomos destinados: glorificar a Deus. ções à humanidade. Desde Adão a lei natural exigia do homem a
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Não é de surpreender, pois, que o primeiro dos Dez Manda prática do culto a Deus, da justiça, da veracidade, da castidade e
mentos nos recorde essa obrigação. "Eu sou o Senhor teu Deus" das demais virtudes morais. Deus apenas gravou em tábuas de pe
escreveu Deus nas tábuas de pedra de Moisés, "não terás outro � dra o que a lei natural já exigia do homem. Mas, no Monte Sinai,
deuses diante de Mim". É uma forma resumida do primeiro man Deus também não nos entregou um tratado exaustivo de lei moral.
damento. Tal como aparece no livro do Êxodo, no Velho Testa Limitou-se a proporcionar uma lista do_s pecados mais graves contra
mento (capítulo XX, versículos 2 a 6) , é muito mais comprido: "Eu as virtudes mais importantes: idolatria contra religião, profanação
sou o Senhor teu Deus. que te tirei da terra do Egito, d a casa da contra reverência, homicídio e roubo contra justiça, perjúrio contra
s�rvidão. Não te�ás outros deuses diante de Mim. Não farás para veracidade e caridade; e deixou ao homem essas virtudes como guias
ti esct�ltura nem tmagem alguma do que está no alto dos t.:éus, ou onde enquadrar os deveres de natureza similar. Poderíamos dizer
?
em a1x? sobre a terra ou nas águas, debaixo da terra. Não te pros
:
que os Dez Mandamentos são como dez cabides onde podemos pen
traras dtante dessas cOisas nem lhes prestarás culto; porque eu sou o durar ordenadamente as nossas obrigações morais .
Senhor teu Deus, um Deus zeloso, que vinga a iniquidade dos pais
Mas voltemos agora à consideração particular do primeiro man
nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam;
damento. Podemos dizer que poucos de nós se acham em situação
c que usa de misericórdia até mil gerações com aqueles que me amam
e guardam os meus mandamentos". de cometer um pecado de idolatria em sentido literal. Mas já se
poderia falar figurativamente daqueles que rendem culto ao falso
Es�e é o primeiro mandamento na sua forma completa. Pode
ser de mteresse mencionar aqui que os mandamentos, segundo Deus deus de si mesmo: aos que colocam as riquezas, os negócios, o êxito
social, o prazer mundano ou o bem-estar físico acima dos seus de
os deu, nüo estào claramente numerados de um a dez. A sua dis
veres para com Deus. No entanto. esses pecados de auto-idolatria
posição em dez divisões, para ajudar a memorizá-los, é coisa dos
enquadram-se, em geral, em mandamentos diferentes do primeiro.
homei.lS. Antes que a invenção da imprensa tendesse a normRlizar
Admitindo que o pecadeo dP. idolatria não é problema para nós,
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neira, outr �� e outra. Frequentemente, o primeiro mandamento, tão
poderemos dirigir a nossa atenção para o significado positivo do
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que �c c.\prc�sa nüo
de um a ft1rm ula l i il' rá ri a para ress alta r sint passa
\'l'fl's pl�s iti \'l)S. Ass im.
etic ame nte os nossos dc Para um n;lo católico. isto significa que, mal
o prim ..:-irn mandamento começa a suspeitar
,_;amos u n i L'<lll lCJll ç ordena que nfere que não possui a verdadeira religião revelada por
a Deus o u!lt o �ur remo. Deus, está obri
cult o gado imed iatament.: a pro<.:urá-la. <;> uand a enco
a?o
quç lhc 0 dev ido
como Criador e fim no�so.
c L'ssa obr iga</ JO pos _o ntra, est�_ obng _
mai s coisas do q u e a mer itiva Jbrangc mu ito a abraçá-la. a fazer o seu ato de fe. Nos nao _ podemos
a ah� tenç üo ela ido latr ia. Julgar mn
gu�m. pois só Deus lê os corações, mas todo
Nun cJ se insi stirü suficicn do seu mini stéri o, enco sacerdote, no dec rso
tcmcnte na id0ia de que ntra pessoas que parecem estar �
viJa virt uos a é mui h) llldi levar uma convenci das
s que a sim pks ahs de que a fé católica é a verdadeira e, con tudo
virtude, como a� moedas. tcn�:w elo pccc-1do. A . não entram na IgreJ_ a.
tem am·crso c rcvnso. E como se o preço lhes parecesse exce _
0 ape nas uma face da moc Abster-se do mal ssivamente elevado; perda de
dn. A out ra 15 a necessidad amigos, de negócios ou de prestígio.
boas obras. que süo o e de fa?ei Às vezes, o obstáculo é o
con tr�írio das más a qw.: renu temor de desgostar os pais segundo
pois, não has ta passar dian ncia mo s. Assim. a carne, como se a I aldade
te dl' um ídolo pagüo c nüo para com eles tivesse precedência sobre :
péu. Devemos prestar ativame tira r o cha essa lealdade supenor que
nte ao verdadeiro Deus o cult devemos ao nosso Pai Deus.
é devido. O catecismo resu o que lhe
me os deveres a esse respeito Nós, que já possuímos a fé, tem
palavras: ''Prestamos culto a Deus com estas os que ver se não dormim
por meio de atos de fé, esp sobre os louros. Não podemos os
rança c caridade, adorando- e estar tranquilos pensando que
o e dirigindo-lhe as nossas termos frequen tado um colégio , por
Em reli gião , tud o se bas eia oraçlk s". onde nos ensinaram o catecism
na fé. Sem ela, nào há nad juventude, já sabemos tudo o o na
isso devemos começar por a. Por que precisamos sobre religião.
concentrar a atenção na virt mente adulta necessita de uma Uma
ude da fé. compreensão de adulto das
divinas. Ouvir com atenção verdades
Sabemos que a virt ude da sermões e práticas, ler livros
fé é infu ndid a em no�sa alm tas de doutrina cristã, particip e revis
mente com a gruça san tific a. jun ta ar de círculos de estudo, não
antc, no momento do bati simples que stüo de gos to, cois são
virt ude da fé ficaria anquilo smo . J\1as a as em que nos ocu pam os se
sada em nossa alma se não níl veneta. Nüo são práticas nos dá
semos mediante atus de fé. a vita lizá s "piedosas" para "almas dev
Fazemos um ato de fé de um dever essencial procurarmo otas". É
assentimos conscientemente às cada vez que s um adequado grau de con
verdades reveladas por Deus: da nossa fé, e esse dever resu hec imento
cisamente por as compree não pre lta do primeiro dos mandamento
ndermos plen ame nte: não podemos fazer atos de fé sobr s. Não
por nos terem sido demons precisamente e uma verdade ou verdades
tradas, c a prova nos kr sequer conhecemos. Mui tas que nem
cientificamente: mas sim, prim convencido tentações sobre a fé, se as tem
ordialmente, porque Deus as pareceriam se nos déssemos os, desa
Deus, por ser infinitamente revelou. ao trabalho de estu dar um pou
sábio, não pode enganar-se as verdades da nossa fé. co maio;;
ser infinitamente verdadeiro, . Deus, por
não pode mentir. Em con
quando Deus diz que uma cois scqu0ncia.
a é assim e não de outra man O primeiro mandamento não
se pode pedir certeza maior. eira. não nos obriga apenas a procura
A palavra divina contém mai conhecer as verdades divi r e a
que todos os tubo s de ensaio s certeza nas e a aceitá-las. Também
e arrazoados lógicos do mun do. façamos atos de fé, que nos pede que
É fácil ver a razã o por prestemos cult o a Deus pela
que um ato de fé é um ato da nossa mente às suas adesão explícita
a Deu s. Qua ndo digo "Me de cult o verdades, uma vez alcançado
u Deus, creio nestas verdades Quando devo fazer atos de o uso da razão.
as revelastes, e Vós não podeis porque Vós fé? Com frequência, mas sobr
enganar-vos nem enganar-me" qua ndo cheg a ao
meu conhecimento uma verdade etudo
mos honrando a sabedoria e a . esta de fé que ignorava
veracidade infinitas de Deus do anteriormente. Devo faze
mai s prático possível, aceitand modo r um ato de fé quando se apre
o-as baseados na sua palavra. tcntaçi'io contra esta virtu senta uma
Este dever de dar culto a Deu de ou contra outra qualque em
s pela fé impõe-nos umas obri esteja imp licad a. Dev r que a fé
o fazer um ato de fé
gações concretas. Deus não faz rara que a virtu de n.:ío fiqu mui tas vezes na vida ,
as coisas sem mot ivo. É evidente e inat iva por falt a de exercício
que, se nos deu a conhecer certa tica hab itua l do hom . A prá
elas nos seriam úteis para alca
s verdades, é porque de algum mo
nçarmos o nosso fim, que é dar glón
�o parte das oraçôes da
cristão é fazer atos de fé diar
iamente, como
a manhã e da noi te.
a Deus pelo conhecimento, pelo Nüo 0 sufi cien te pro cura
amor e pelo servü;o. Assim, saber r conhecer a verdade, nem pod
que verdades são essas converte- ! J ll l i l < -H-nn -, a emos
se numa responsabilidade para nós. prestar-lhe o nosso asse
segundo a nossa capacidade e nll'l f(l tll.i l l d d J nl'n ntimento ink rior . O pri
oportunidades. ! o rcqu �·r que .
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nte ao verdadeiro Deus o cult devemos ao nosso Pai Deus.
é devido. O catecismo resu o que lhe
me os deveres a esse respeito Nós, que já possuímos a fé, tem
palavras: ''Prestamos culto a Deus com estas os que ver se não dormim
por meio de atos de fé, esp sobre os louros. Não podemos os
rança c caridade, adorando- e estar tranquilos pensando que
o e dirigindo-lhe as nossas termos frequen tado um colégio , por
Em reli gião , tud o se bas eia oraçlk s". onde nos ensinaram o catecism
na fé. Sem ela, nào há nad juventude, já sabemos tudo o o na
isso devemos começar por a. Por que precisamos sobre religião.
concentrar a atenção na virt mente adulta necessita de uma Uma
ude da fé. compreensão de adulto das
divinas. Ouvir com atenção verdades
Sabemos que a virt ude da sermões e práticas, ler livros
fé é infu ndid a em no�sa alm tas de doutrina cristã, particip e revis
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assentimos conscientemente às cada vez que s um adequado grau de con
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cientificamente: mas sim, prim convencido tentações sobre a fé, se as tem
ordialmente, porque Deus as pareceriam se nos déssemos os, desa
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É fácil ver a razã o por prestemos cult o a Deus pela
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veracidade infinitas de Deus do anteriormente. Devo faze
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Este dever de dar culto a Deu de ou contra outra qualque em
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gações concretas. Deus não faz rara que a virtu de n.:ío fiqu mui tas vezes na vida ,
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nçarmos o nosso fim, que é dar glón
�o parte das oraçôes da
cristão é fazer atos de fé diar
iamente, como
a manhã e da noi te.
a Deus pelo conhecimento, pelo Nüo 0 sufi cien te pro cura
amor e pelo servü;o. Assim, saber r conhecer a verdade, nem pod
que verdades são essas converte- ! J ll l i l < -H-nn -, a emos
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1 64 FE: lfl5
O PRIMEJRO MA:\DA�IE�TO l'EC ADO S CO' iTR A A
que a honra de Deus ou o bem·estar do próximo o requeiram. A é a sua religião, responderá: "Católico, naturalmente". Em geral,
honra de Deus o requer quando omitir essa profissão de té equiva ddender·se·á dizendo que é melhor católico do que "muitos que vão
leria a negá-la. E esta obrigação não se aplica somente aos casos à Missa todos os domingos''. É uma desculpa típica, que todo sacer
ex trCmos, em que nos é exigida a negação expressa da nossa fé, como dote tem de ouvir uma vez por outra.
na antiga Roma ou nos atuais países comunistas, mas também à Um católico relaxado não é ainda um apóstata. De forma vaga,
vida ordinária de cada um. Podemos ter reparos em expressar a pretende voltar num futuro impreciso à prática da sua religião.Se
nossa fé por medo de que prejudique os nossos negócios, por medo morre antes de fazê-lo, não lhe será necessariamente negado o en
de chamar a atenção, por medo às ironias ou ao ridículo. O cató terro cristão, se o pároco puder encontrar nele qualquer sinal de
lico que assiste a um congresso, o católico que estuda na Universi que ainda conservava a fé e de que se arrependeu à hora da morte.
dade, a católica que participa em reuniões sociais, pode encontrar-se É uma idéia errônea supor que a Igreja nega enterro cristão aos
em situações em que ocultar a sua fé equivalha a negá-la, em pre que não cumprem o chamado dever pascal.
juízo da honra devida a Deus. É verdade que a Igreja toma este fato como evidência de que
uma pessoa possui a verdadeira fé: se consta que comunga pela
E muitas vezes, quando fugimos de professar a nossa fé por
Páscoa, não será preciso mais nada. Mas, como Mãe amorosa que é
covardia, o próximo sofre tatnbém. Muitas vezes um irmão ou irmã
para os seus filhos extraviados, basta à Igreja a menor prova para
de fé mais fraca observa a nossa conduta antes de decidir a sua
que conceda o enterro cristão ao defunto, supondo que este conser
forma de agir. Realmente, enfrentaremos muitas &ituações em que
va va a fé e se arrepe.pdcu de seus pecados, quer dizer, sempre que
a necessidade concreta de dar testemunho da nossa fé surgirá da
não tenha morrido excomungado ou publicamente impenitente. Um
obrigação de fortalecermos com o nosso exemplo a fé dos outros.
enterro cristão não garante, de modo algum, que determinada alma
vá para o céu, mas a Igreja não quer aumentar a dor dos parentes
PECADOS CONTRA A FÉ negando o enterro cristão, contanto que possa encontrar uma des
I
culpa válida para o autorizar.
O primeiro mandamento obriga-nos a conhecer o que Deus re Um católico relaxado não é necessariamente um católico apóstata,
velou e a crer nessas verdades firmemente. Isto é o que significa se bem que, muito frequentemente, o relaxamento conduza à heresia.
praticar a
·
virtude da fé. Sempre que deixamos de cumprir estas Ninguém pode ir vivendo de costas para Deus, mês apús mês, ano
obrigações, pecamos contra a fé. após ano; ninguém pode viver indefinidamente em pecado mortal,
Mas há certos pecados graves e concretos contra esta virtude rejeitando constantemente a graça de Deus, sem que afinal se en
que merecem uma menção especial, e o primeiro de todos é o pe contre sem fé. A fé é um dom de Deus, e tem que chegar um
cado de apostasia. A palavra "apóstata" soa de modo parecido a momento em que Deus, que é infinitamente justo como é infinita�
"apóstolo", mas significa quase o contrário. Apóstolo é aquele que mente misericordioso, não possa permitir que seu dom continue a
propaga a fé. Apóstata é aquele que a abandona completamente. ser desprezado e se continue abusando do seu amor. Quando a mão
Encontram-se apóstatas em quase todas as paróquias: pessoas que de Deus se retira, a fé morre.
dirão que foram católicas, mas que já não crêem em nada. Com fre
quência, a apostasia é consequência de um mau casamento. Começa Outra causa de apostasia, além do relaxamento, é a soberba
com u m casamento realizado fora da Igreja ou com uma pessoa intelectual. É um perigo a que se expõe quem se aventura impru
que não pratica. Excluindo-se do fluxo da graça divina, a fé do dentemente a ultrapassar os seus limites intelectuais e espirituais. É
católico definha e morre, e no final do processo a pessoa se vê sem o caso do jovem que entra na Universidade e começa a descurar a
fé nenhuma. oraçüo, a missa e os sacramentos. Assim que abandona a sua vida
espiritual, vê-se deslumbrado pela atitude de desdenhosa superiori
Não são a mesma coisa apostasia e relaxamento. Pode haver dade deste ou daquele professor para com "as superstições supera
um católico relaxado que não Vá à Missa nem comungue há dez anos. uas", entre as quais inclui a religião. Em vez de aceitar o repto da
Ordinariamente, a raiz desta negligência é simplesmente a preguiça. irreligião superficialóide com que tropeça nas aulas - e estudar as
"Trabalho muito toda a semana e tenho o direito de descansar aos respostas -, o jovem estudante troca a autoridade de Deus e da
domingos", dirá certamente esse homem. Se lhe perguntarmos qual sua Igreja pela autoridade do professor. Isto não quer dizer que
, ,
1 64 FE: lfl5
O PRIMEJRO MA:\DA�IE�TO l'EC ADO S CO' iTR A A
que a honra de Deus ou o bem·estar do próximo o requeiram. A é a sua religião, responderá: "Católico, naturalmente". Em geral,
honra de Deus o requer quando omitir essa profissão de té equiva ddender·se·á dizendo que é melhor católico do que "muitos que vão
leria a negá-la. E esta obrigação não se aplica somente aos casos à Missa todos os domingos''. É uma desculpa típica, que todo sacer
ex trCmos, em que nos é exigida a negação expressa da nossa fé, como dote tem de ouvir uma vez por outra.
na antiga Roma ou nos atuais países comunistas, mas também à Um católico relaxado não é ainda um apóstata. De forma vaga,
vida ordinária de cada um. Podemos ter reparos em expressar a pretende voltar num futuro impreciso à prática da sua religião.Se
nossa fé por medo de que prejudique os nossos negócios, por medo morre antes de fazê-lo, não lhe será necessariamente negado o en
de chamar a atenção, por medo às ironias ou ao ridículo. O cató terro cristão, se o pároco puder encontrar nele qualquer sinal de
lico que assiste a um congresso, o católico que estuda na Universi que ainda conservava a fé e de que se arrependeu à hora da morte.
dade, a católica que participa em reuniões sociais, pode encontrar-se É uma idéia errônea supor que a Igreja nega enterro cristão aos
em situações em que ocultar a sua fé equivalha a negá-la, em pre que não cumprem o chamado dever pascal.
juízo da honra devida a Deus. É verdade que a Igreja toma este fato como evidência de que
uma pessoa possui a verdadeira fé: se consta que comunga pela
E muitas vezes, quando fugimos de professar a nossa fé por
Páscoa, não será preciso mais nada. Mas, como Mãe amorosa que é
covardia, o próximo sofre tatnbém. Muitas vezes um irmão ou irmã
para os seus filhos extraviados, basta à Igreja a menor prova para
de fé mais fraca observa a nossa conduta antes de decidir a sua
que conceda o enterro cristão ao defunto, supondo que este conser
forma de agir. Realmente, enfrentaremos muitas &ituações em que
va va a fé e se arrepe.pdcu de seus pecados, quer dizer, sempre que
a necessidade concreta de dar testemunho da nossa fé surgirá da
não tenha morrido excomungado ou publicamente impenitente. Um
obrigação de fortalecermos com o nosso exemplo a fé dos outros.
enterro cristão não garante, de modo algum, que determinada alma
vá para o céu, mas a Igreja não quer aumentar a dor dos parentes
PECADOS CONTRA A FÉ negando o enterro cristão, contanto que possa encontrar uma des
I
culpa válida para o autorizar.
O primeiro mandamento obriga-nos a conhecer o que Deus re Um católico relaxado não é necessariamente um católico apóstata,
velou e a crer nessas verdades firmemente. Isto é o que significa se bem que, muito frequentemente, o relaxamento conduza à heresia.
praticar a
·
virtude da fé. Sempre que deixamos de cumprir estas Ninguém pode ir vivendo de costas para Deus, mês apús mês, ano
obrigações, pecamos contra a fé. após ano; ninguém pode viver indefinidamente em pecado mortal,
Mas há certos pecados graves e concretos contra esta virtude rejeitando constantemente a graça de Deus, sem que afinal se en
que merecem uma menção especial, e o primeiro de todos é o pe contre sem fé. A fé é um dom de Deus, e tem que chegar um
cado de apostasia. A palavra "apóstata" soa de modo parecido a momento em que Deus, que é infinitamente justo como é infinita�
"apóstolo", mas significa quase o contrário. Apóstolo é aquele que mente misericordioso, não possa permitir que seu dom continue a
propaga a fé. Apóstata é aquele que a abandona completamente. ser desprezado e se continue abusando do seu amor. Quando a mão
Encontram-se apóstatas em quase todas as paróquias: pessoas que de Deus se retira, a fé morre.
dirão que foram católicas, mas que já não crêem em nada. Com fre
quência, a apostasia é consequência de um mau casamento. Começa Outra causa de apostasia, além do relaxamento, é a soberba
com u m casamento realizado fora da Igreja ou com uma pessoa intelectual. É um perigo a que se expõe quem se aventura impru
que não pratica. Excluindo-se do fluxo da graça divina, a fé do dentemente a ultrapassar os seus limites intelectuais e espirituais. É
católico definha e morre, e no final do processo a pessoa se vê sem o caso do jovem que entra na Universidade e começa a descurar a
fé nenhuma. oraçüo, a missa e os sacramentos. Assim que abandona a sua vida
espiritual, vê-se deslumbrado pela atitude de desdenhosa superiori
Não são a mesma coisa apostasia e relaxamento. Pode haver dade deste ou daquele professor para com "as superstições supera
um católico relaxado que não Vá à Missa nem comungue há dez anos. uas", entre as quais inclui a religião. Em vez de aceitar o repto da
Ordinariamente, a raiz desta negligência é simplesmente a preguiça. irreligião superficialóide com que tropeça nas aulas - e estudar as
"Trabalho muito toda a semana e tenho o direito de descansar aos respostas -, o jovem estudante troca a autoridade de Deus e da
domingos", dirá certamente esse homem. Se lhe perguntarmos qual sua Igreja pela autoridade do professor. Isto não quer dizer que
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166 O l'Hl\IEIHO \ L \ '\ 1 >.\ \ I E '\ Tu ! ' H \ ! H h ( . ( ) :\ l H.-\ :\ Ff:
pt.:cammoso fazl?�lo segundo formas criadas pelos homens, em vez hca assim muito fácil de ver por que um ato de esperança é um
de observarmos as que Ek mesmo ditou. a to de culto a Deus: expressa a nossa t:onfiança total nAquele que
É evidente que isto não significa que os católicos não possam � Pai amoroso, omnisciente e todo�poderoso. Quer se trate de u m
l)rar com pessoas de outra fé. Mas, quando se trata de cerimônias ato d e esperança interior o u d e sua exteriorização por meio d e pala
públicas ecumênicas ou sem denominação específica, os católicos de� vras, com ele louvamos o poder, a fidelidade e a misericórdia infi�
vem seguir as diretrizes que forem dadas pelo seu bispo a esse res� nitos de Deus. Realizamos um ato de verdadeiro culto. Cumprimos
peito. um dos deveres do primeiro mandamento.
Um católico pode, naturalmente, assistir (sem participar ativa Quando fazemos um ato de esperança. afirmamos a nossa con�
mente) a um serviço religioso não católico, sempre que haja razão vicção de que o amor de Deus é tão grande que Ele se obrigou por
suficiente. Por exemplo, a caridade justifica a nossa assistência às promessa solene a levar-nos para o céu ( . "confiando no vosso
exéquias ou ao casamento de um parente, de um amigo ou vizinho poder e misericórdia infinitos e em vossas promessas") . Afirmamos
não católico. Em ocasiões assim, todos sabem a razão da nossa também a nossa convicção de que a sua misericórdia sem limites
presença. ultrapassa as fraquezas e extravios humanos ("Com a ajuda da vossa
Para muitos, torna-se difícil entender a firme atitude que nós, graça, confio obter o perdão de meus pecados e a vida eterna") .
católicos, adotamos nesta questão da não participação. Não 1.! raro Para isso, uma só condição é necessária. uma condição que se pres�
que os ministros protestantes de diferentes denominações se revezem supõe, ainda que f!ão se chegue a expressar num ato de fé formal:
entre si no culto. A recusa do sacerdote católico em participar, por "sempre que, de minha parte, faça razoavelmente tudo o que possa".
exemplo, nas celebrações ou cultos eucarísticos de algumas igrejas Não tenho que fazer tudo o que possa absolutamente, coisa que
protestantes, é muito provável que a tomem como uma espécie de muito poucos - para não dizer ninguém - conseguem. Mas é ne
intolerância. Ou que o vizinho não católico diga: "Acompanhei cessário que eu faça razoavelmente tudo o que esteja ao meu alcance.
você à Missa do Galo no Natal; por que não pode vir agora co Por outras palavras, ao fazer um ato de esperança, reconheço
migo ao meu serviço de Páscoa?" A nossa recusa, por delicada c recordo que não perderei o céu a não ser por culpa minha. Se
que seja, pode levá-los a pensar que não jogamos limpo, que somos for para o inferno, nüo será por "má sorte", não será por acidente,
intolerantes. E não é fácil explicar a nossa posição a críticos assim, não será porque Deus me falte. Se perco a minha alma, será por ter
c fazê-los ver a coerência da nossa atitude. Se alguém está preferido a minha vontade à de Deus. Se me vejo separado dEle
convencido de possuir a verdade religiosa, não pode em consciência por toda a eternidade, será por me ter separado de Deus deliberada
transigir com um erro religioso. Quando um protestante, um judeu mente, de olhos bem abertos, aqui e agora.
ou um maometano presta culto a Deus no seu. templo, cumpre o
que ele acha que é vontade de Deus. e, por mais errado que esteja, Com o conhecimento do que é um ato de esperança, torna-se
faz uma coisa agradável a Deus. Mas nós não podemos agradar a fácil deduzir quais são os pecados contra essa virtude. Podemos
Deus se com a nossa participação proclamamos que o erro não tem pecar contra ela esquecendo a "cláusula silenciosa" do ato de espe
a menor importância. ran�a. quer dizer. esperando de Deus tudo, em vez de quase tudo.
Deus dá a cada um as graças de que necessita para ir para o céu,
mas espera que cooperemos com a sua graça. Como o bom pai
ESPERANÇA E CARIDADE provê seus filhos de alimento, casa e cuidados médicos, mas espera
que ao menos kvem a colher à boca e comam, que vistam a roupa
"Papai dará um jeito; ele pode fazer tudo". "Perguntarei a pa que lhe� proporciona, que voltem para casa quando chove e se man
pai; ele sabe tudo". Quantas vezes os pais se comovem ante a con tenham longe de lugares perigosos - como um lamaçal profundo ou
fiança absoluta do filho no poder e saber ilimitados de seus papais! um inc2ndio -, Deus também espera de cada um que utilize a graça
Ainda que, às vezes, essa confiança seja causa de apuros, quando os que lhe concede e se mantenha longe de perigos desnecessários.
pais não sabem como estar à altura do que deles se espera. Mas Se nri.o fazemos o que está ao nosso alcance, se assumimos a
o pai que não se sente interio:mente alegre com os manifestos atos cllmoJa posh;ão de evitar t:sforços. pensando que. como Deus quer
de confiança absoluta de seus filhos, é realmente um pai muito es que vamos para o · céu, é assunto seu conduzir-nos até lá, indepen�
tranho. dentemcme de que a nossa conduta seja esta ou aquela. então somos
! BS O PRI\IF:IRO \IA:'>:DA\IE:'>:TO ESI'ERAO:ÇA E CARIDADE 169
pt.:cammoso fazl?�lo segundo formas criadas pelos homens, em vez hca assim muito fácil de ver por que um ato de esperança é um
de observarmos as que Ek mesmo ditou. a to de culto a Deus: expressa a nossa t:onfiança total nAquele que
É evidente que isto não significa que os católicos não possam � Pai amoroso, omnisciente e todo�poderoso. Quer se trate de u m
l)rar com pessoas de outra fé. Mas, quando se trata de cerimônias ato d e esperança interior o u d e sua exteriorização por meio d e pala
públicas ecumênicas ou sem denominação específica, os católicos de� vras, com ele louvamos o poder, a fidelidade e a misericórdia infi�
vem seguir as diretrizes que forem dadas pelo seu bispo a esse res� nitos de Deus. Realizamos um ato de verdadeiro culto. Cumprimos
peito. um dos deveres do primeiro mandamento.
Um católico pode, naturalmente, assistir (sem participar ativa Quando fazemos um ato de esperança. afirmamos a nossa con�
mente) a um serviço religioso não católico, sempre que haja razão vicção de que o amor de Deus é tão grande que Ele se obrigou por
suficiente. Por exemplo, a caridade justifica a nossa assistência às promessa solene a levar-nos para o céu ( . "confiando no vosso
exéquias ou ao casamento de um parente, de um amigo ou vizinho poder e misericórdia infinitos e em vossas promessas") . Afirmamos
não católico. Em ocasiões assim, todos sabem a razão da nossa também a nossa convicção de que a sua misericórdia sem limites
presença. ultrapassa as fraquezas e extravios humanos ("Com a ajuda da vossa
Para muitos, torna-se difícil entender a firme atitude que nós, graça, confio obter o perdão de meus pecados e a vida eterna") .
católicos, adotamos nesta questão da não participação. Não 1.! raro Para isso, uma só condição é necessária. uma condição que se pres�
que os ministros protestantes de diferentes denominações se revezem supõe, ainda que f!ão se chegue a expressar num ato de fé formal:
entre si no culto. A recusa do sacerdote católico em participar, por "sempre que, de minha parte, faça razoavelmente tudo o que possa".
exemplo, nas celebrações ou cultos eucarísticos de algumas igrejas Não tenho que fazer tudo o que possa absolutamente, coisa que
protestantes, é muito provável que a tomem como uma espécie de muito poucos - para não dizer ninguém - conseguem. Mas é ne
intolerância. Ou que o vizinho não católico diga: "Acompanhei cessário que eu faça razoavelmente tudo o que esteja ao meu alcance.
você à Missa do Galo no Natal; por que não pode vir agora co Por outras palavras, ao fazer um ato de esperança, reconheço
migo ao meu serviço de Páscoa?" A nossa recusa, por delicada c recordo que não perderei o céu a não ser por culpa minha. Se
que seja, pode levá-los a pensar que não jogamos limpo, que somos for para o inferno, nüo será por "má sorte", não será por acidente,
intolerantes. E não é fácil explicar a nossa posição a críticos assim, não será porque Deus me falte. Se perco a minha alma, será por ter
c fazê-los ver a coerência da nossa atitude. Se alguém está preferido a minha vontade à de Deus. Se me vejo separado dEle
convencido de possuir a verdade religiosa, não pode em consciência por toda a eternidade, será por me ter separado de Deus deliberada
transigir com um erro religioso. Quando um protestante, um judeu mente, de olhos bem abertos, aqui e agora.
ou um maometano presta culto a Deus no seu. templo, cumpre o
que ele acha que é vontade de Deus. e, por mais errado que esteja, Com o conhecimento do que é um ato de esperança, torna-se
faz uma coisa agradável a Deus. Mas nós não podemos agradar a fácil deduzir quais são os pecados contra essa virtude. Podemos
Deus se com a nossa participação proclamamos que o erro não tem pecar contra ela esquecendo a "cláusula silenciosa" do ato de espe
a menor importância. ran�a. quer dizer. esperando de Deus tudo, em vez de quase tudo.
Deus dá a cada um as graças de que necessita para ir para o céu,
mas espera que cooperemos com a sua graça. Como o bom pai
ESPERANÇA E CARIDADE provê seus filhos de alimento, casa e cuidados médicos, mas espera
que ao menos kvem a colher à boca e comam, que vistam a roupa
"Papai dará um jeito; ele pode fazer tudo". "Perguntarei a pa que lhe� proporciona, que voltem para casa quando chove e se man
pai; ele sabe tudo". Quantas vezes os pais se comovem ante a con tenham longe de lugares perigosos - como um lamaçal profundo ou
fiança absoluta do filho no poder e saber ilimitados de seus papais! um inc2ndio -, Deus também espera de cada um que utilize a graça
Ainda que, às vezes, essa confiança seja causa de apuros, quando os que lhe concede e se mantenha longe de perigos desnecessários.
pais não sabem como estar à altura do que deles se espera. Mas Se nri.o fazemos o que está ao nosso alcance, se assumimos a
o pai que não se sente interio:mente alegre com os manifestos atos cllmoJa posh;ão de evitar t:sforços. pensando que. como Deus quer
de confiança absoluta de seus filhos, é realmente um pai muito es que vamos para o · céu, é assunto seu conduzir-nos até lá, indepen�
tranho. dentemcme de que a nossa conduta seja esta ou aquela. então somos
O P R I \ I E I R O \ I A :'< D A \ 1 E:\TO 171
culpado� do pecado d e preswzriío, um dos dois pecados contra a Fazemos um ato de amor de Deus sempre 4ue manifestamos - m
esse l u ga r é. pois, para ele ocasião de pecado, e ele está consciente "Por Ele mesmo"" é uma frase chave. A verdadeira caridade ou
de que deve afast�H·sc dali. Mas, ao passar em frente, diz: "Entra amor de Deus não tem por motivo o que Ele possa fazer por nós.
rei st'l pnr um momento. só para cumprimentar os companheiros e. A caridade autêntica consiste em amar a Deus somente (ou, ao me
se fo r o caso, tomarei uma dose e nada mais. Desta vez não me nos, principalmente) porque Ele é bom c infinitamente amável em
cmbebedarei". Pdo simples fato de se pôr desnecessariamente em s i me�mo. O genuíno amor a Deus, como o amor de um filho por
m:asiüo Jc pecado. procura arrancar de Deus uma graça a que não seus pais, não é mercenário ou egoísta.
tem di rei to : não faz o que depende de si. E mesmo que nessa oca É certo que um filho deve muito a seus pais e espera muito
siüo mio acabe bêbado, é culpado de um pecado de presunç:1o, por deles. Mas o verdadeiro amor filial ultrapassa essas razões interes
que se expôs imprudentemente ao perigo. Outro exemplo seria o da seiras. Um filho normal continua amando seus pais, mesmo que
jovem que sabe que, sempre que sai com certo rapaz. peca. Mas estes percam todos os seus bens e nada possam fazer por ele mate
pensa: ''Bem, hoje sairei com ele, mas farei com que desta vez se rialmente. De igual maneira, o nosso amor a Deus se eleva por cima
porte hem". Mais um perigo desnecessário, mais um pecado de pre de suas dádivas e mercês (ainda que estas sejam o ponto de partida)
�unção. Um último exemplo poderia ser o da pessoa que, submetida e dirige-se à amabilidade infinita de Deus em si mesmo.
a for tes tentações. sabe que deve orar mais e receber os sacramentos Convém fazer notar que o amor a Deus reside primariamente
com mais frequência, pois essas são as ajudas que Deus nos dá para na vontade e não nas emoções. É perfeitamente natural que alguém
\·cncermns as tentaçôes. rvtas essa pessoa desleixa culposamente as se sinta frio para com Deus num nível puramente emotivo e, no en
suas orações e é muito irregular na recepçüo dos sacramentos. De tanto, possua um amor profundo por Ele. O que constitui o verda
novo um pecado de presunçfto. agora por nmissün. deiro amor a Deus é a firmeza da vontade. Se temos o desejo habi
tual de fazer tudo o que Ele nos pede (simplesmente porque Ele o
Al�m da presunção, há outro tipo de pecado contra a virtude quer), e a determinação de evitar tudo o que Ele não quer (simples
da esperança: o desespero, que é o oposto da presunçüo. Enquanto mente porque não o quer), temos então amor a Deus independente
neste caso se espera demasiado de Deus, naquele espera-se demasiado mente de que sintamos . ou não.
pouco. O exemplo clássico do pecado de desespero é o daquele que
Se o nosso amor a Deus é sincero e ven:h!.deiro, é natural que
diz: "Pequei excessivamente toda a minha vida para pretender que
amemos todos os que Ele ama. Isto quer dizer que amamos todas
Deus me perdoe agora. Não pode perdoar os que são como :.:u. É
as almas que Ele criou e peias quais Cristo morreu, com a única
Ü1 ú t il pedir-lho". A gravidade desse pecado está no insulto que se
exceção dos condenados.
faz à infinita misericórdia e ao amor ilimitado de Deus. Judas Isca
Se amamos o nosso próximo (quer dizer, a todos) por amor de
riotcs, balançando com uma corda no pescoço, é a imagem perfeita
Deus, não tem especial importância que esse próximo seja natural
do pecador desesperado, que tem remorsos, mas não contriçüo.
Para a maioria das pessoas, o desespero constitui um perigo re
mente amável ou não. Ajuda, e muito, se o é, mas então o nosso
amor tem menos mérito. Sejam simpáticos ou não, mesquinhos ou
moto; é-nos mais fúcil cair no pecado de pre�;unçüo. Mas. de cada
vez que pecamos para evitar um mal real ou imaginúrio - dizer ?obres, atraentes ou repulsivos, o nosso amor a Deus nos leva a dese
Jar que todos alcancem o céu, porque é isso o que Deus quer. E nós'
uma mentira para sair de uma situaçüo emharaçnsa, usar anticon
temos que fazer tudo o que pudermos para ajudá-los a consegui-lo.
cepcionais para evitar ter outro filho -. está implícita' niss0 certa
É fácil ver que o amor sobrenatural ao próximo, tal como o
dose de falta de esperança. Não estamos cnm p lc ta mc nt c con\·cncidos
amor a Deus, não reside nas emoções. Podemos sentir naturalmente
de que, se fazemos o que Deus quer, tudo scrú para hem, que pode
uma forte antipatia por uma pessoa determinada, e, no entanto, ter
mos confiar em que Ele cuidará das consequências.
por ela um sincero amor sobrenatural. Esse amor sobrenatural ou
Honramos a Deus com a nossa f� nEle. honramo-lo com a nossa caridade se manifesta em desejar-lhe o bem, especialmente a sua
esperança nEle. Mas, acima de tudo. honramo-lo com n nosso amor. salvação eterna, em recomendá-la ao Senhor em nossas orações, em
O P R I \ I E I R O \ I A :'< D A \ 1 E:\TO 171
culpado� do pecado d e preswzriío, um dos dois pecados contra a Fazemos um ato de amor de Deus sempre 4ue manifestamos - m
esse l u ga r é. pois, para ele ocasião de pecado, e ele está consciente "Por Ele mesmo"" é uma frase chave. A verdadeira caridade ou
de que deve afast�H·sc dali. Mas, ao passar em frente, diz: "Entra amor de Deus não tem por motivo o que Ele possa fazer por nós.
rei st'l pnr um momento. só para cumprimentar os companheiros e. A caridade autêntica consiste em amar a Deus somente (ou, ao me
se fo r o caso, tomarei uma dose e nada mais. Desta vez não me nos, principalmente) porque Ele é bom c infinitamente amável em
cmbebedarei". Pdo simples fato de se pôr desnecessariamente em s i me�mo. O genuíno amor a Deus, como o amor de um filho por
m:asiüo Jc pecado. procura arrancar de Deus uma graça a que não seus pais, não é mercenário ou egoísta.
tem di rei to : não faz o que depende de si. E mesmo que nessa oca É certo que um filho deve muito a seus pais e espera muito
siüo mio acabe bêbado, é culpado de um pecado de presunç:1o, por deles. Mas o verdadeiro amor filial ultrapassa essas razões interes
que se expôs imprudentemente ao perigo. Outro exemplo seria o da seiras. Um filho normal continua amando seus pais, mesmo que
jovem que sabe que, sempre que sai com certo rapaz. peca. Mas estes percam todos os seus bens e nada possam fazer por ele mate
pensa: ''Bem, hoje sairei com ele, mas farei com que desta vez se rialmente. De igual maneira, o nosso amor a Deus se eleva por cima
porte hem". Mais um perigo desnecessário, mais um pecado de pre de suas dádivas e mercês (ainda que estas sejam o ponto de partida)
�unção. Um último exemplo poderia ser o da pessoa que, submetida e dirige-se à amabilidade infinita de Deus em si mesmo.
a for tes tentações. sabe que deve orar mais e receber os sacramentos Convém fazer notar que o amor a Deus reside primariamente
com mais frequência, pois essas são as ajudas que Deus nos dá para na vontade e não nas emoções. É perfeitamente natural que alguém
\·cncermns as tentaçôes. rvtas essa pessoa desleixa culposamente as se sinta frio para com Deus num nível puramente emotivo e, no en
suas orações e é muito irregular na recepçüo dos sacramentos. De tanto, possua um amor profundo por Ele. O que constitui o verda
novo um pecado de presunçfto. agora por nmissün. deiro amor a Deus é a firmeza da vontade. Se temos o desejo habi
tual de fazer tudo o que Ele nos pede (simplesmente porque Ele o
Al�m da presunção, há outro tipo de pecado contra a virtude quer), e a determinação de evitar tudo o que Ele não quer (simples
da esperança: o desespero, que é o oposto da presunçüo. Enquanto mente porque não o quer), temos então amor a Deus independente
neste caso se espera demasiado de Deus, naquele espera-se demasiado mente de que sintamos . ou não.
pouco. O exemplo clássico do pecado de desespero é o daquele que
Se o nosso amor a Deus é sincero e ven:h!.deiro, é natural que
diz: "Pequei excessivamente toda a minha vida para pretender que
amemos todos os que Ele ama. Isto quer dizer que amamos todas
Deus me perdoe agora. Não pode perdoar os que são como :.:u. É
as almas que Ele criou e peias quais Cristo morreu, com a única
Ü1 ú t il pedir-lho". A gravidade desse pecado está no insulto que se
exceção dos condenados.
faz à infinita misericórdia e ao amor ilimitado de Deus. Judas Isca
Se amamos o nosso próximo (quer dizer, a todos) por amor de
riotcs, balançando com uma corda no pescoço, é a imagem perfeita
Deus, não tem especial importância que esse próximo seja natural
do pecador desesperado, que tem remorsos, mas não contriçüo.
Para a maioria das pessoas, o desespero constitui um perigo re
mente amável ou não. Ajuda, e muito, se o é, mas então o nosso
amor tem menos mérito. Sejam simpáticos ou não, mesquinhos ou
moto; é-nos mais fúcil cair no pecado de pre�;unçüo. Mas. de cada
vez que pecamos para evitar um mal real ou imaginúrio - dizer ?obres, atraentes ou repulsivos, o nosso amor a Deus nos leva a dese
Jar que todos alcancem o céu, porque é isso o que Deus quer. E nós'
uma mentira para sair de uma situaçüo emharaçnsa, usar anticon
temos que fazer tudo o que pudermos para ajudá-los a consegui-lo.
cepcionais para evitar ter outro filho -. está implícita' niss0 certa
É fácil ver que o amor sobrenatural ao próximo, tal como o
dose de falta de esperança. Não estamos cnm p lc ta mc nt c con\·cncidos
amor a Deus, não reside nas emoções. Podemos sentir naturalmente
de que, se fazemos o que Deus quer, tudo scrú para hem, que pode
uma forte antipatia por uma pessoa determinada, e, no entanto, ter
mos confiar em que Ele cuidará das consequências.
por ela um sincero amor sobrenatural. Esse amor sobrenatural ou
Honramos a Deus com a nossa f� nEle. honramo-lo com a nossa caridade se manifesta em desejar-lhe o bem, especialmente a sua
esperança nEle. Mas, acima de tudo. honramo-lo com n nosso amor. salvação eterna, em recomendá-la ao Senhor em nossas orações, em
WR O PHJ\!E!RO \1ANOA\1E'-:TO ESI'ERA;\ÇA E CARIDADE 169
p\:..:amino�o faz�-lo segundo formas niadas pelos homens, em vez fica assim muito fácil de ver por que um ato de esperança é um
de observarmos as que Ele mesmo ditou. ato d� culto a Deus: expressa a nossa confiança total nAquele que
É evidente que isto não significa que os católicos não possam c: Pai amoroso, omnisci�nte e todo-poderoso. Quer se trate de um
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orar com pessoas de outra fé. Mas, quando se trata de cerimônias ato de esperança interior ou de sua exteriorização por meio de pala
públicas ecumênicas ou sem denominação específica, os católicos de \Tas, com ele louvamos o poder, a fidelidade e a misericórdia infi
vem seguir as diretrizes que forem dadas pelo seu bispo a esse res nitos de Deus. Realizamos um ato de verdadeiro culto. Cumprimos
I
pt.:ito. um dos deveres do primeiro mandamento.
Um católico pode. naturalmente, assistir (sem participar ativa Quando fazemos um ato de esperança. afirmamos a nossa con
mente) a um serviço religioso não católico, sempre que haja razão vicção de que o amor de Deus é tão grande que Ele se obrigou por
suficiente.
não católico.
presença.
Por exemplo, a caridade justifica a nossa assistência às
exéquias ou ao casamento de um parente, de u m amigo ou vizinho
Em ocasiões assim, todos sabem a razão da nossa
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!
promessa solene a levar-nos para o céu (. "confiando no vosso
poder e misericórdia infinitos e em vossas promessas" ) . Afirmamos
também a nossa convicção de que a sua misericórdia sem limites
uitrapassa as fraquezas e extravios humanos ("Com a ajuda da vossa
Para muitos, torna-se difícil entender a firme atitude que nós, graça. confio obter o perdão de meus pecados e a vida eterna") .
católicos, adotamos nesta questão da não participação. Não é raro Para isso, uma só condição é necessária, uma condição que se pres
que os ministros protestantes de diferentes denominações se revezem supôe, ainda que J"!ãO se chegue a expressar num ato de fé formal:
entre si no culto. A recusa do sacerdote católico em participar, por ' ' sempre que, de minha parte, faça razoavelmente tudo o que possa".
exemplo, nas celebrações ou cultos eucarísticos de algumas igrejas Nüo tenho que fazer tudo o que possa absolutamente, coisa que
protestantes, é muito provável que a tomem como uma espécie de
) muito poucos - para não dizer ninguém - conseguem. Mas é ne
I
intolerância.· Ou que o vizinho não católico diga: "Acompanhei c�ssário que eu faça razoavelmente tudo o que esteja ao meu alcance.
você à Missa do Galo no Natal: por que não pode vir agora co Por outras palavras, ao fazer um ato de esperança, reconheço
migo ao meu serviço de Páscoa?" A nossa recusa, por delicada c recordo que não perderei o céu a não ser por culpa minha. Se
que seja, pode levá-los a pensar que não jogamos limpo, que somos for para o inferno, não será por "má sorte", não será por acidente.
intolerantes. E não é fácil explicar a nossa posição a críticos assim, nito será porque Deus me falte. Se perco a minha alma. será por ter
e fazê-los ver a coerência da nossa atitude. Se alguém está preferido a minha vontade à de Deus. Se me vejo separado dElt
convencido de possuir a verdade religiosa, não pode em consciência por toda a eternidade, será por me ter separado de Deus deliberada
transigir com um erro religioso. Quando um protestante. um judeu mente, de olhos hem abertos, aqui e agora.
ou um maometano presta culto a Deus no seu . templo, cumpre o
que ele acha que é vontade de Deus, e, por mais errado que esteja, Com o conhecimento do que é um ato de esperança, torna-se
faz uma coisa agradável a Deus. Mas nós não podemos agradar a fó.cil deduzir quais são os pecados contra essa virtude. Podemos
Deus se com a nossa participação proclamamos que o erro não tem pecar contra ela esquecendo a "cláusula silenciosa" do ato de espe
a menor importância. rança, 4uer dizer, esperando de Deus tudo, em vez de quase tudo.
Deus dá a cada um as graças de que necessita para i r para o céu,
ma s espera que cooperemos com a sua graça. Como o bom pai
ESPERANÇA E CARIDADE provê seus filhos de alimento, casa e cuidados médicos, mas espera
que ao menos levem a colher à boca e comam, que vistam a roupa
"Papai dará um jeito: ele pode fazer tudo". "Perguntarei a pa que lhes proporciona, que voltem para casa quando chove e se man
pai; ele sabe tudo". Quantas vezes os pais se comovem ante a con tenham longe de lugares perigosos - como um lamaçal profundo ou
fiança absoluta do filho no poder e saber ilimitados de seus papais! u m incêndio -, Deus também espera de cada um que utilize a graça
Ainda que, às vezes, essa confiança seja causa de apuros, quando os 4ue lhe concede e se mantenha longe de perigos desnecessários.
pais não sabem como estar à altura do que deles se espera. Mas Se mio fazemos o que está ao nosso alcance, se assumimos a
o pai que não se sente interioimente alegre com os manifestos atos córnoU.a posi\·ão de evitar esforços, pensando que, como Deus qm:r
de confiança absoluta de seus filhos, é realmente um pai muito es que vamos para o céu, é assunto seu conduzir-nos até lá, indepcn
tranho. dçntemcntc de que a nossa conduta seja esta ou aquela. então somos
WR O PHJ\!E!RO \1ANOA\1E'-:TO ESI'ERA;\ÇA E CARIDADE 169
p\:..:amino�o faz�-lo segundo formas niadas pelos homens, em vez fica assim muito fácil de ver por que um ato de esperança é um
de observarmos as que Ele mesmo ditou. ato d� culto a Deus: expressa a nossa confiança total nAquele que
É evidente que isto não significa que os católicos não possam c: Pai amoroso, omnisci�nte e todo-poderoso. Quer se trate de um
�·
orar com pessoas de outra fé. Mas, quando se trata de cerimônias ato de esperança interior ou de sua exteriorização por meio de pala
públicas ecumênicas ou sem denominação específica, os católicos de \Tas, com ele louvamos o poder, a fidelidade e a misericórdia infi
vem seguir as diretrizes que forem dadas pelo seu bispo a esse res nitos de Deus. Realizamos um ato de verdadeiro culto. Cumprimos
I
pt.:ito. um dos deveres do primeiro mandamento.
Um católico pode. naturalmente, assistir (sem participar ativa Quando fazemos um ato de esperança. afirmamos a nossa con
mente) a um serviço religioso não católico, sempre que haja razão vicção de que o amor de Deus é tão grande que Ele se obrigou por
suficiente.
não católico.
presença.
Por exemplo, a caridade justifica a nossa assistência às
exéquias ou ao casamento de um parente, de u m amigo ou vizinho
Em ocasiões assim, todos sabem a razão da nossa
'
!
promessa solene a levar-nos para o céu (. "confiando no vosso
poder e misericórdia infinitos e em vossas promessas" ) . Afirmamos
também a nossa convicção de que a sua misericórdia sem limites
uitrapassa as fraquezas e extravios humanos ("Com a ajuda da vossa
Para muitos, torna-se difícil entender a firme atitude que nós, graça. confio obter o perdão de meus pecados e a vida eterna") .
católicos, adotamos nesta questão da não participação. Não é raro Para isso, uma só condição é necessária, uma condição que se pres
que os ministros protestantes de diferentes denominações se revezem supôe, ainda que J"!ãO se chegue a expressar num ato de fé formal:
entre si no culto. A recusa do sacerdote católico em participar, por ' ' sempre que, de minha parte, faça razoavelmente tudo o que possa".
exemplo, nas celebrações ou cultos eucarísticos de algumas igrejas Nüo tenho que fazer tudo o que possa absolutamente, coisa que
protestantes, é muito provável que a tomem como uma espécie de
) muito poucos - para não dizer ninguém - conseguem. Mas é ne
I
intolerância.· Ou que o vizinho não católico diga: "Acompanhei c�ssário que eu faça razoavelmente tudo o que esteja ao meu alcance.
você à Missa do Galo no Natal: por que não pode vir agora co Por outras palavras, ao fazer um ato de esperança, reconheço
migo ao meu serviço de Páscoa?" A nossa recusa, por delicada c recordo que não perderei o céu a não ser por culpa minha. Se
que seja, pode levá-los a pensar que não jogamos limpo, que somos for para o inferno, não será por "má sorte", não será por acidente.
intolerantes. E não é fácil explicar a nossa posição a críticos assim, nito será porque Deus me falte. Se perco a minha alma. será por ter
e fazê-los ver a coerência da nossa atitude. Se alguém está preferido a minha vontade à de Deus. Se me vejo separado dElt
convencido de possuir a verdade religiosa, não pode em consciência por toda a eternidade, será por me ter separado de Deus deliberada
transigir com um erro religioso. Quando um protestante. um judeu mente, de olhos hem abertos, aqui e agora.
ou um maometano presta culto a Deus no seu . templo, cumpre o
que ele acha que é vontade de Deus, e, por mais errado que esteja, Com o conhecimento do que é um ato de esperança, torna-se
faz uma coisa agradável a Deus. Mas nós não podemos agradar a fó.cil deduzir quais são os pecados contra essa virtude. Podemos
Deus se com a nossa participação proclamamos que o erro não tem pecar contra ela esquecendo a "cláusula silenciosa" do ato de espe
a menor importância. rança, 4uer dizer, esperando de Deus tudo, em vez de quase tudo.
Deus dá a cada um as graças de que necessita para i r para o céu,
ma s espera que cooperemos com a sua graça. Como o bom pai
ESPERANÇA E CARIDADE provê seus filhos de alimento, casa e cuidados médicos, mas espera
que ao menos levem a colher à boca e comam, que vistam a roupa
"Papai dará um jeito: ele pode fazer tudo". "Perguntarei a pa que lhes proporciona, que voltem para casa quando chove e se man
pai; ele sabe tudo". Quantas vezes os pais se comovem ante a con tenham longe de lugares perigosos - como um lamaçal profundo ou
fiança absoluta do filho no poder e saber ilimitados de seus papais! u m incêndio -, Deus também espera de cada um que utilize a graça
Ainda que, às vezes, essa confiança seja causa de apuros, quando os 4ue lhe concede e se mantenha longe de perigos desnecessários.
pais não sabem como estar à altura do que deles se espera. Mas Se mio fazemos o que está ao nosso alcance, se assumimos a
o pai que não se sente interioimente alegre com os manifestos atos córnoU.a posi\·ão de evitar esforços, pensando que, como Deus qm:r
de confiança absoluta de seus filhos, é realmente um pai muito es que vamos para o céu, é assunto seu conduzir-nos até lá, indepcn
tranho. dçntemcntc de que a nossa conduta seja esta ou aquela. então somos
O PRI\IEIRO \f..\ :\DA\IE:\TO líl
-.ulpaJos Jo pecado J� presunç'àv, um dos dois pecados contra " Fazemos um ato de amor de Deus sempre que manifestamos - in·
L':..p cralli_.'<L tcrionnente com a mente c o coração, ou externamente com palavras
Vejamos uns exemplos simples do pecado de presunçf1o. Um uu obras - o fato de amarmos a Deus sobre todas as coisas e
homcr�1 sahc que. de cada vez que entra em certo bar, acaba bêbado� pnr Ele mesmo.
esse lugar é. pois, para ele ocasião de pecado, e ele está consciente ''Por Ele mesmo" é uma frase chave. A verdadeira caridade ou
de que deve nfastar·se dali. Mas, ao passar em frente, diz: "Entra amor de Deus _!lã ? tem por motivo o que Ele possa fazer por nós.
. .
rei só por um momento. só para cumprimentar os companheiros e, A cand ad � autentica consiste em amar a Deus somente (ou, ao me
_
se for o caso. tomnrci uma dose e nada mais. Desta vez nüo me nos, prmc1palmente) porque Ele é bom e infinitamente amável em
cmhebcdarei". Pelo simples fato de se pôr desnecessariamente em �i mes� o. ? g,enuíno a�?r a Deus, como o amor de um filho por
ocasi:10 Je pecado. procura arrancar de Deus uma graça a que não s l' U S pais, nao e mercenano ou egoísta.
tem direito: nüo faz o que depende de si. E mesmo que nessa oca É certo que um filho deve muito a seus pais e espera muito
siüo mio acahe bêbado, é culpado de um pecado de prcsunçüo, por deles. Mas o verdadeiro amor filial ultrapassa essas razões interes
que se expôs imprudentemente ao perigo. Outro exemplo seria o da seiras. Um filho normal continua amando seus pais, mesmo que
jovem que sabe que, sempre que sai com certo rapaz. peca. Mas c�tcs percam todos os seus bens e nada possam fazer por ele mate
.
pensa: "Bem, hoje sairei com ele, mas farei com que desta vez se nalmente. , � e Igual m�neir�, o nosso amor a Deus se eleva por cima
porte bem". Mais um perigo desnecessário, mais um pecado de pre de suas dadtvas e rnerces (amda que estas sejam o ponto de partida)
sunção. Um último exemplo poderia ser o da pessoa que. submetida e dmge·sc a amabilidade mfimta de Deus em si mesmo.
a fortes tentações, sabe que deve orar mais e receber os sacramentos Convém fazer notar que o amor a Deus reside primariamente
com mais frequência. pois essas são as ajudas que Deus nos dá para na �ontad � e não nas emoções. É perfeitamente natural que alguém
\ Cnccrmos as tentaçôes. :rvtas essa pessoa desleixa culposamente as se smta fno para com Deus num nível puramente emotivo e, no en·
suas orações e é muito irregular na recepçüo dos sacramentos. De tanto, possua um amor profundo por Ele. O que constitui o verda
novo um pecado de presunção, agora por omissfín. deiro amor a Deus é a firmeza da vontade. Se temos o desejo habi·
tua! de fazer tudo o que Ele nos pede (simplesmente porque Ele 0
Al�m da presunção, há outro tipo de pecado contra a virtude quer) , e a determinação de evitar tudo o que Ele não quer (simples
da esperança: o desespero, que é o oposto da prcsunçfío. Enquanto mente porque não o quer), temos então amor a Deus independente
neste caso se espera demasiado de Deus, naquele espcra·se demasiado mente de que sintamos . ou não.
pouco. O exemplo clássico do pecado de desespero é o daquele que
diz: '·Pequei excessivamente toda a minha vida para pretender que
Se o nosso amor a Deus é sincero e verdadeiro, é natural que
Deus me perdoe agora. Nüo pode perdoar os que são (Omo tu. É amemos todos os que Ele ama. Isto quer dizer que amamos todas
inútil pedir·lho". A gravidade desse pecado está no insulto que se as almas que Ele criou e peias quais Cristo morreu, com a única
faz à infinita misericórdia e ao amor ilimitado de Deus. Judas Isca exceção dos condenados.
riotes, balançando com uma corda no pescoço, é a imagem perfeita Se amamos o nosso próximo ( quer dizer, a todos) por amor de
'
do pecador desesperado, que tem remorsos, mas não contriçflo. Deus, não tem especial importância que esse �róximo seja natura/.
I
Para a maioria das pessoas. o desespero constitui um perigo re men te amável ou não. Ajuda, e muito, se o e, mas então o nosso
moto; é·nns mais f<'t cil cair no pecado de pre�;unç:1o. M3s. de cada amor tem menos mérito. Sejam simpáticos ou não, mesquinhos ou
vez que pecamos para evitar um mal real ou imaginário - dizer �1obres, atraentes ou repulsivos, o nosso amor a Deus nos leva a dese
uma mentira para sair de uma situação embaraçosa. usar anticon Jar que todos alcancem o céu, porque é isso o que Deus quer. E nós'
cepcionais para evitar ter outro filho -. está implícita' nisso certa
'
temos q e fazer tudo o que pudermos para ajudá-los a consegui-lo.
' �
dose de falta de esperança. Não estamos completamenk convencidos É factl ver que o amor sobrenatural ao próximo, tal como o
de que, se fazemos o que Deus quer, tudo será para hem, que pode amor a Deus, não reside nas emoções. Podemos sentir naturalmente
mos confiar em que Ele cuidará das consequências. uma forte antipatia por uma pessoa determinada, e, no entanto, ter
por ela um sincero amor sobrenatural. Esse amor sobrenatural ou
Honramos a Deus com a nossa f� nEle. honramo·lo com a nossa caridade se manifesta em desejar-lhe o bem, especialmente a sua
esperança nEle. Mas. acima de tudo, honramo·lo com o nosso amor. �alvação eterna, em recomendá·la ao Senhor em nossas orações, em
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Vejamos uns exemplos simples do pecado de presunçf1o. Um uu obras - o fato de amarmos a Deus sobre todas as coisas e
homcr�1 sahc que. de cada vez que entra em certo bar, acaba bêbado� pnr Ele mesmo.
esse lugar é. pois, para ele ocasião de pecado, e ele está consciente ''Por Ele mesmo" é uma frase chave. A verdadeira caridade ou
de que deve nfastar·se dali. Mas, ao passar em frente, diz: "Entra amor de Deus _!lã ? tem por motivo o que Ele possa fazer por nós.
. .
rei só por um momento. só para cumprimentar os companheiros e, A cand ad � autentica consiste em amar a Deus somente (ou, ao me
_
se for o caso. tomnrci uma dose e nada mais. Desta vez nüo me nos, prmc1palmente) porque Ele é bom e infinitamente amável em
cmhebcdarei". Pelo simples fato de se pôr desnecessariamente em �i mes� o. ? g,enuíno a�?r a Deus, como o amor de um filho por
ocasi:10 Je pecado. procura arrancar de Deus uma graça a que não s l' U S pais, nao e mercenano ou egoísta.
tem direito: nüo faz o que depende de si. E mesmo que nessa oca É certo que um filho deve muito a seus pais e espera muito
siüo mio acahe bêbado, é culpado de um pecado de prcsunçüo, por deles. Mas o verdadeiro amor filial ultrapassa essas razões interes
que se expôs imprudentemente ao perigo. Outro exemplo seria o da seiras. Um filho normal continua amando seus pais, mesmo que
jovem que sabe que, sempre que sai com certo rapaz. peca. Mas c�tcs percam todos os seus bens e nada possam fazer por ele mate
.
pensa: "Bem, hoje sairei com ele, mas farei com que desta vez se nalmente. , � e Igual m�neir�, o nosso amor a Deus se eleva por cima
porte bem". Mais um perigo desnecessário, mais um pecado de pre de suas dadtvas e rnerces (amda que estas sejam o ponto de partida)
sunção. Um último exemplo poderia ser o da pessoa que. submetida e dmge·sc a amabilidade mfimta de Deus em si mesmo.
a fortes tentações, sabe que deve orar mais e receber os sacramentos Convém fazer notar que o amor a Deus reside primariamente
com mais frequência. pois essas são as ajudas que Deus nos dá para na �ontad � e não nas emoções. É perfeitamente natural que alguém
\ Cnccrmos as tentaçôes. :rvtas essa pessoa desleixa culposamente as se smta fno para com Deus num nível puramente emotivo e, no en·
suas orações e é muito irregular na recepçüo dos sacramentos. De tanto, possua um amor profundo por Ele. O que constitui o verda
novo um pecado de presunção, agora por omissfín. deiro amor a Deus é a firmeza da vontade. Se temos o desejo habi·
tua! de fazer tudo o que Ele nos pede (simplesmente porque Ele 0
Al�m da presunção, há outro tipo de pecado contra a virtude quer) , e a determinação de evitar tudo o que Ele não quer (simples
da esperança: o desespero, que é o oposto da prcsunçfío. Enquanto mente porque não o quer), temos então amor a Deus independente
neste caso se espera demasiado de Deus, naquele espcra·se demasiado mente de que sintamos . ou não.
pouco. O exemplo clássico do pecado de desespero é o daquele que
diz: '·Pequei excessivamente toda a minha vida para pretender que
Se o nosso amor a Deus é sincero e verdadeiro, é natural que
Deus me perdoe agora. Nüo pode perdoar os que são (Omo tu. É amemos todos os que Ele ama. Isto quer dizer que amamos todas
inútil pedir·lho". A gravidade desse pecado está no insulto que se as almas que Ele criou e peias quais Cristo morreu, com a única
faz à infinita misericórdia e ao amor ilimitado de Deus. Judas Isca exceção dos condenados.
riotes, balançando com uma corda no pescoço, é a imagem perfeita Se amamos o nosso próximo ( quer dizer, a todos) por amor de
'
do pecador desesperado, que tem remorsos, mas não contriçflo. Deus, não tem especial importância que esse �róximo seja natura/.
I
Para a maioria das pessoas. o desespero constitui um perigo re men te amável ou não. Ajuda, e muito, se o e, mas então o nosso
moto; é·nns mais f<'t cil cair no pecado de pre�;unç:1o. M3s. de cada amor tem menos mérito. Sejam simpáticos ou não, mesquinhos ou
vez que pecamos para evitar um mal real ou imaginário - dizer �1obres, atraentes ou repulsivos, o nosso amor a Deus nos leva a dese
uma mentira para sair de uma situação embaraçosa. usar anticon Jar que todos alcancem o céu, porque é isso o que Deus quer. E nós'
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'
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dose de falta de esperança. Não estamos completamenk convencidos É factl ver que o amor sobrenatural ao próximo, tal como o
de que, se fazemos o que Deus quer, tudo será para hem, que pode amor a Deus, não reside nas emoções. Podemos sentir naturalmente
mos confiar em que Ele cuidará das consequências. uma forte antipatia por uma pessoa determinada, e, no entanto, ter
por ela um sincero amor sobrenatural. Esse amor sobrenatural ou
Honramos a Deus com a nossa f� nEle. honramo·lo com a nossa caridade se manifesta em desejar-lhe o bem, especialmente a sua
esperança nEle. Mas. acima de tudo, honramo·lo com o nosso amor. �alvação eterna, em recomendá·la ao Senhor em nossas orações, em
172 O PR!�IE!RO \1.\�DMIENTO SACR!Lf:GIO E SUPERSTIÇÃO 173
padoar-lhe as injúrias que possa infligir-nos, em repelir qualquer Outro pecado contra a caridade é a inveja. Consiste num ressen
pensamento de rancor ou vingança contra ela. timento contra a boa sorte do próximo, como se esta fosse uma
Ninguém sente prazer quando abusam dele, quando o enganam forma de nos roubar. Mais grave ainda é o pecado de escândalo,
ou lhe mentem. e Deus não pede isso. Mas pede que. seguindo c pelo qual, com as nossas palavras ou o nosso exemplo. induzimos
seu exemplo, desejemos a salvação do pecador, embora sintamos des uma pessoa a pecar ou a colocamos em ocasião de pecado, mesmo
gosto pelos seus pecados. que este não se siga necessariamente. Trata-se de um pecado de que
Quais são, pois, os principais pecados contra a caridade? Um os pais, corno modelos de seus filhos, devem guardar-se a qualquer
deles é omitir o ato de caridade conscientemente, sempre que tenha preço.
mos o dever de fazê-lo. O dever de fazer atos de caridade nasce, Finalmente, temos o pecado de acedia, um pecado contra o amor
em primeiro lugar, quando se nos apresenta a obrigação de amar a sobrenatural que devemos a nós mesmos. A acedia é uma preguiça
Deus por Ele mesmo, e o nosso próximo por amor a Deus. Temos espiritual pela qual desprezamos os bens espirituais (corno a oração
também o dever de fazer um ato de caridade quando nos assaltam ou os sacramentos) pelo esforço que acarretam .
tentações que só podem ser vencidas com um ato de caridade, como,
por exemplo, as tentações de ódio. Ternos obrigação de fazer fre
quentes atos de caridade ao longo da nossa vida (porque são parte SACRILÉGIO E SUPERSTIÇÃO
do culto devido a D,:-:us) e sobretudo na hora da nossa · morte, quan
do nos preparnmc", para ver Deus face a face. Não é fácil perder a fé. Se apreciamos e cultivamos o dom da
fé que Deus nos outorgou, não cairemos na apostasia ou na heresia.
Vejamos agora alguns pecados concretos contra a caridade e, em Apreciar e cultivar esse dom significa, entre outras coisas, fazer fre�
primeiro lugar, o pecado de ódio. Como já vimos, odiar não é o quentes atos de fé, manifestando assim o nosso agradecido reconhe
'"
mesmo que sentir desgosto por uma pessoa, nem sentir-nos magoados cimento a Deus por crermos nEle e em tudo o que Ele nos revelou
qu>.ndo abusam de nós de uma forma ou de outra. O ódio é um Deveríamos incluir um ato de fé em nossas orações diárias.
espírito de rancor, de vingança. Odiar é desejar mal a outrem, é Apreciar e cultivar a fé significa, além disso, não interromper
sentir prazer com a desgraça alheia. a formação doutrinária - de modo a termos uma melhor compreen·
A pior espécie de ódio é, evidentemente, o ódio a Deus; o de süo daquilo que cremos - e, por conseguinte, prestar atenção a prá�
sejo (certamente absurdo) de fazer-lhe mal, a disposição de frustrar ticas e instruções, ler livros e revistas de sã doutrina para aumentar
a sua vontade, o prazer diabólico em pecar por ser um insulto a o conhecimento da fé. Sempre que houvesse ocasião, deveríamos
Deus. Os demônios e os condenados odeiam a Deus, mas, feliz participar em algum circulo de estudos sobre ternas religiosos.
mente, não acontece assim habitualmente com os homens, já que se Apreciar e cultivar a fé significa, sobretudo, vivê-la. quer dizer,
trata do pior d e todos os pecados: embora, às vezes, tudo leve a que a nossa vida esteja de acordo com os ptincípios que professa
suspeitar que certos ateus declarados, mais do que não crer em Deus, mos. Um ato de fé se toma mero ruido de palavras sem sentido na
o que fazem é odiá-lo. boca de quem proclama com a sua conduta diária: "Não há Deus:
O ódio ao próximo é muito mais frequente. É desejar-lhe o mal ou. se há, pouco me importa".
e alegrar-se com qualquer desgraça que caia sobre ele. Se chegásse Consequenternente, no seu aspecto negativo, apreciar e cultivar
mos a desejar a alguém um mal grave, como a doença ou a falta de a fé exige que evitemos as companhias que constituam um perigo
trabalho, o nosso pecado seria mortal. Desejar-lhe um mal leve, para ela. Não é o anticatólico declarado quem nós devemos temer,
corno, por exemplo, que perca o ônibus ou que a mulher grite com ror mais amargos que sejam os seus ataques à fé. O maior perigo
ele, é um pecado venial. Não é pecado, no entanto, desejar a alguém provém sobretudo do descrente culto e refinado, de sua condescen
um mal para que obtenha um bem maior. Podemos retarnente de dência amável para com as nossas "ingênuas" crenças, de suas iro·
sejar que o vizinho bêbado tenha tal ressaca que nunca mais volte nias sorridentes. Preocupamo-nos ' tanto com o que a:s pessoas pen
a beber, que o delinquente seja preso para que deixe de fazer o mal, sam de nós e com a possibilidade de nos tomarem por antiquados.
que o tirano morra para que o seu povo viva em paz. Sempre que, que as suas insinuações podem acovardar-nos.
como é lógico, o nosso desejo inclua o bem espiritual e a salvação O apreço que ternos pela nossa fé nos levará também a afastar
eterna dessa pessoa. para longe a literatura que possa ameaçá -la. Por muito que os cri-
1,,
172 O PR!�IE!RO \1.\�DMIENTO SACR!Lf:GIO E SUPERSTIÇÃO 173
padoar-lhe as injúrias que possa infligir-nos, em repelir qualquer Outro pecado contra a caridade é a inveja. Consiste num ressen
pensamento de rancor ou vingança contra ela. timento contra a boa sorte do próximo, como se esta fosse uma
Ninguém sente prazer quando abusam dele, quando o enganam forma de nos roubar. Mais grave ainda é o pecado de escândalo,
ou lhe mentem. e Deus não pede isso. Mas pede que. seguindo c pelo qual, com as nossas palavras ou o nosso exemplo. induzimos
seu exemplo, desejemos a salvação do pecador, embora sintamos des uma pessoa a pecar ou a colocamos em ocasião de pecado, mesmo
gosto pelos seus pecados. que este não se siga necessariamente. Trata-se de um pecado de que
Quais são, pois, os principais pecados contra a caridade? Um os pais, corno modelos de seus filhos, devem guardar-se a qualquer
deles é omitir o ato de caridade conscientemente, sempre que tenha preço.
mos o dever de fazê-lo. O dever de fazer atos de caridade nasce, Finalmente, temos o pecado de acedia, um pecado contra o amor
em primeiro lugar, quando se nos apresenta a obrigação de amar a sobrenatural que devemos a nós mesmos. A acedia é uma preguiça
Deus por Ele mesmo, e o nosso próximo por amor a Deus. Temos espiritual pela qual desprezamos os bens espirituais (corno a oração
também o dever de fazer um ato de caridade quando nos assaltam ou os sacramentos) pelo esforço que acarretam .
tentações que só podem ser vencidas com um ato de caridade, como,
por exemplo, as tentações de ódio. Ternos obrigação de fazer fre
quentes atos de caridade ao longo da nossa vida (porque são parte SACRILÉGIO E SUPERSTIÇÃO
do culto devido a D,:-:us) e sobretudo na hora da nossa · morte, quan
do nos preparnmc", para ver Deus face a face. Não é fácil perder a fé. Se apreciamos e cultivamos o dom da
fé que Deus nos outorgou, não cairemos na apostasia ou na heresia.
Vejamos agora alguns pecados concretos contra a caridade e, em Apreciar e cultivar esse dom significa, entre outras coisas, fazer fre�
primeiro lugar, o pecado de ódio. Como já vimos, odiar não é o quentes atos de fé, manifestando assim o nosso agradecido reconhe
'"
mesmo que sentir desgosto por uma pessoa, nem sentir-nos magoados cimento a Deus por crermos nEle e em tudo o que Ele nos revelou
qu>.ndo abusam de nós de uma forma ou de outra. O ódio é um Deveríamos incluir um ato de fé em nossas orações diárias.
espírito de rancor, de vingança. Odiar é desejar mal a outrem, é Apreciar e cultivar a fé significa, além disso, não interromper
sentir prazer com a desgraça alheia. a formação doutrinária - de modo a termos uma melhor compreen·
A pior espécie de ódio é, evidentemente, o ódio a Deus; o de süo daquilo que cremos - e, por conseguinte, prestar atenção a prá�
sejo (certamente absurdo) de fazer-lhe mal, a disposição de frustrar ticas e instruções, ler livros e revistas de sã doutrina para aumentar
a sua vontade, o prazer diabólico em pecar por ser um insulto a o conhecimento da fé. Sempre que houvesse ocasião, deveríamos
Deus. Os demônios e os condenados odeiam a Deus, mas, feliz participar em algum circulo de estudos sobre ternas religiosos.
mente, não acontece assim habitualmente com os homens, já que se Apreciar e cultivar a fé significa, sobretudo, vivê-la. quer dizer,
trata do pior d e todos os pecados: embora, às vezes, tudo leve a que a nossa vida esteja de acordo com os ptincípios que professa
suspeitar que certos ateus declarados, mais do que não crer em Deus, mos. Um ato de fé se toma mero ruido de palavras sem sentido na
o que fazem é odiá-lo. boca de quem proclama com a sua conduta diária: "Não há Deus:
O ódio ao próximo é muito mais frequente. É desejar-lhe o mal ou. se há, pouco me importa".
e alegrar-se com qualquer desgraça que caia sobre ele. Se chegásse Consequenternente, no seu aspecto negativo, apreciar e cultivar
mos a desejar a alguém um mal grave, como a doença ou a falta de a fé exige que evitemos as companhias que constituam um perigo
trabalho, o nosso pecado seria mortal. Desejar-lhe um mal leve, para ela. Não é o anticatólico declarado quem nós devemos temer,
corno, por exemplo, que perca o ônibus ou que a mulher grite com ror mais amargos que sejam os seus ataques à fé. O maior perigo
ele, é um pecado venial. Não é pecado, no entanto, desejar a alguém provém sobretudo do descrente culto e refinado, de sua condescen
um mal para que obtenha um bem maior. Podemos retarnente de dência amável para com as nossas "ingênuas" crenças, de suas iro·
sejar que o vizinho bêbado tenha tal ressaca que nunca mais volte nias sorridentes. Preocupamo-nos ' tanto com o que a:s pessoas pen
a beber, que o delinquente seja preso para que deixe de fazer o mal, sam de nós e com a possibilidade de nos tomarem por antiquados.
que o tirano morra para que o seu povo viva em paz. Sempre que, que as suas insinuações podem acovardar-nos.
como é lógico, o nosso desejo inclua o bem espiritual e a salvação O apreço que ternos pela nossa fé nos levará também a afastar
eterna dessa pessoa. para longe a literatura que possa ameaçá -la. Por muito que os cri-
1,,
O P H I .\ I E I H O .\L\:\. DA � I E _\ - 1 0
uco� elogiem deter mi n ad a obra. por muito culta que uma revista nos \ aSl)S c par<tllll:l ll\l� � �tgr a d �)..,. �nfiilL dc Ludn o que c c on sagrad o
pareça. se se opl'lcm à f0 católica, não süo para nós. Uma consciên � bç n t o para o culto d iv i : w on para a dcvnção rc l i g i n s a. 0 u m sacri
cia bem formada não sentirá a falta do lndice de Livros Proibidos, k!lin rcu! ( d o lc u i m "realis". que si gn i fi ca "pcncnL·çntc üs coisas" ) .
hoje suprimido, como guia de suas leituras. Bastará a sua consciência �Se o nto s::h:;·ik·gll ftu pk n a m�..· n te deliberadl) c (.' m matéria gra
para alertá-lo e mantê-lo longe de muitas publicações. n�. cnmo r�.xe b..: r indignarnente um r n t o . 0 p;.:cado mortal
S<K o:lln c
Algumas pessoas que se julgam intelectuais podem estranhar Fazl:L pl�r cxcmpll�. t!nn nü confi s�:to nu a Eucaristia em
rece ber
e�tas restriçôes que os católicos fazem às leituras. "Por que é que pcL·ado m n rt :J l 0 um sa c r l ! �gio de n atu re za gr<t\·e. Este sa cr i légio
\·ocês têm medo?". dizem. "Temem por acaso que façam ver que no '-'nlanto. 0 < t p -·tw� v�..·tlial se n ;-to tiver havido cOJbCntimento o u
vocês estavam enganados? Não tenham uma mente tão estreita. ddihcr�J�-:ln plc:lll�. L ·m sacrikgio pode :-.c r ta m b é- m 1xcado venial
Vocês têm que ver sempre os dois lados de uma questão. Se a fé pe l a irrc\LT.:nL·i�t que i mp l ica . como seria o (asn do lei go que, levado
que vocês têm é firme, podem ler tudo sem medo de que lhes faça pela curiosidade, pegasse um cálice consagrado.
mal.'' Cnnluclo. se a nos�;a fl: 0 sü. o pecado ck s acri l égio não nos
A estas objeções devemos responder, com toda a sinceridade, causarú prnhklll;::-.. Para a maioria de nt·· s. o que mais nos afeta
que sim, que temos medo. Não é o medo de que nos demonstrem é m an i fe s t a r a (�cviJa re\·crência p..:los obj;:tos religiosos que usamos
que a nossa fé é errfmea; é medo da nossa fraqueza. O pecado hahitualmcnte: guardar a água benta em u m rcl'ipicntt limpo e em
original obscureceu a nos� razão e debilitou a nossa vontade. Viver l uga r apropricH..! o : m <J n u se a r os evangelhos com r\?vcrência c tê-los
a fé implica sacrifício, e um sacrifício muitas vezes heróico. Com ;.'111 lugar ele honra llJ casa: queimar os csc a pulú r ios c terços estra
frequência, o que Deus quer é algo que, humanamente, nós não que gados, em vez de jogú -los na lata do lixo: passar por alto as fraque
remos, qt1e nos custa. O diabinho do amor próprio sussurra que ��s e d efei tos dos sau�rdotcs c religiosos que nos desagradam. c falar
a vida seria mais agradável se não tivéssemos fé. Sim, com toda a deles com respeito po r ver neles alguém que pertence a Deus: co n
sinceridade, temos medo de topar com algum escritor engenhoso que duzir-nos com respeito na igreja, especial men te nos casamentos c ba·
a tal ponlo inche o nosso eu, que, como Adão, decidamos ser os tizados, quando o asp.:Llo social pode levar-nos a dcs'..: urá-lo. Esta
nossos próprios deuses. E sabemos que. quer a censura venha da rcvcr0Jll'Ja é :1 r·_ n t pag'-'111 ex t e rn a da fl·.
Igreja ou da nossa consciência, não nega a liberdade. Re..:usar o
veneno para a mente não é uma limitação, exatamente como não o é Você le\'a uma figa no pescoço? Trata de tocar em madeira
recusar o veneno para o estômago. Para provarmos que o nosso apa quando ocorre al go que "dá" nü sorte? Incomoda-se quando são
relho digestivo é bom. não é preciso beber u m copo de ácido t rcz:c à mesa? Se se cruza com um ga to preto no '-ICU (aminho, anda
sulfúrico. depois L'OJll m a i s (LJidado que n orm a lmcn t c ? Se \'OC� pode respon
d�.:r nã() a estas perguntas c tamh0m nfto li ga para superstições po
Se a nossa fé é profunda, viva e cultivada, nüo há o perigo de pulares sem e l ha n te s . entüo pode ter a ccrlcza de ser uma pessoa bem
cairmos em outro pecado contra o primeiro mandamento que emana equilihratla. c�lm a fé c a razfto em firme co:ltrnlc de suas emoções.
da falta de fé: o pecado de sacrilégio. É sacrilégio maltratar pessoas. A su pnst i çfto 0 um pecado contra o prinh:iro mandamento por
lugares ou coisas sagradas. Na sua forma mais leve, procede de uma que atribui a pessoas ou coisas criadas uns pndcres que só pertencem
falta de rever�ncia para o que é de Deus. Na sua gravidade máxima. a Deus. A honra C!Ue dev i a d i ri gir- se a Ele (lcs v i : t · :-.� p<lra uma de
vem do ódio a Deus e a tudo o que é dEle. O nosso tempo viu deso suas criaturas.
ladores exemplos dos piores sacrilégios na conduta dos comunistas: Por exemplo. tudo o que é bom l11lS \ 1..'1ll de D,__" t :--: nf1(1 lk u m a
gado �.:st a h ulad o \..'lll igrejas. religiosos e sacerdotes encarcerados e pata de coelho ou de uma ferradura. F H<tlb Lk nL: tl :-- tt;xde se
torturados. a Sagrada Eucaristia pisoteada. Este-s exemplos. dire Dn�..., n �to o permite. c s..:mprc que de a lgu m lllí)lhl l"P i l t l i l • . t a r a ra n
mo:-.. :-.:-to � 1�. l t �s t ip�� :-. tk sa(ril.:gio que o� teúlogus disti ngL J L· m . Os :1osso úhimu f i m : nem derramar saL n�m quc h rar um e:--pd1HI, nem
ll1:lli.., lr:thh infligido:-. ;� uma fJessoa c o n sagr a d a a D::us. por pcr tc n · u m n um c ru trc7c a t r a i r�i a mú snr tc sobre a n ossa l';d1c1.;a. DL'us nrto
'--'-'�' ;111 ,·-., t . t d ( l ...· 1...-r í�..· ;tl uu J ( l i � úoso. (hamam -s� sa(rikgio fJ('.\.üWI. dorm�.: llL'm deixa o (�Illpo li v re ao d c m\m il 1 _
Prof;I IJ:II n u :t \ ih��� unt l t q!;tr lkdi�..-.tdo ao .:ui to divi J h J pd:t lgr(ja
� um �anikguJ lui ul I do l a t i 1 1 1 "lo�.:u:-.". lJUl: sígttifi�..·a "lu)-!ar" ) . O Dt: igual rnan�.:ira, só D�.:us conhece d e modo ab�oluto o futuro
lll:tu uso dL: \.'OJ:-.as U)tl:-.agrJda:-.. UlrllO u� �<tlT:tllh:lllll:-.. �� Díhlia. o:-. contingente. s�m n: ssa lva s nem acasos. Todos somos çapazes de
O P H I .\ I E I H O .\L\:\. DA � I E _\ - 1 0
uco� elogiem deter mi n ad a obra. por muito culta que uma revista nos \ aSl)S c par<tllll:l ll\l� � �tgr a d �)..,. �nfiilL dc Ludn o que c c on sagrad o
pareça. se se opl'lcm à f0 católica, não süo para nós. Uma consciên � bç n t o para o culto d iv i : w on para a dcvnção rc l i g i n s a. 0 u m sacri
cia bem formada não sentirá a falta do lndice de Livros Proibidos, k!lin rcu! ( d o lc u i m "realis". que si gn i fi ca "pcncnL·çntc üs coisas" ) .
hoje suprimido, como guia de suas leituras. Bastará a sua consciência �Se o nto s::h:;·ik·gll ftu pk n a m�..· n te deliberadl) c (.' m matéria gra
para alertá-lo e mantê-lo longe de muitas publicações. n�. cnmo r�.xe b..: r indignarnente um r n t o . 0 p;.:cado mortal
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Algumas pessoas que se julgam intelectuais podem estranhar Fazl:L pl�r cxcmpll�. t!nn nü confi s�:to nu a Eucaristia em
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e�tas restriçôes que os católicos fazem às leituras. "Por que é que pcL·ado m n rt :J l 0 um sa c r l ! �gio de n atu re za gr<t\·e. Este sa cr i légio
\·ocês têm medo?". dizem. "Temem por acaso que façam ver que no '-'nlanto. 0 < t p -·tw� v�..·tlial se n ;-to tiver havido cOJbCntimento o u
vocês estavam enganados? Não tenham uma mente tão estreita. ddihcr�J�-:ln plc:lll�. L ·m sacrikgio pode :-.c r ta m b é- m 1xcado venial
Vocês têm que ver sempre os dois lados de uma questão. Se a fé pe l a irrc\LT.:nL·i�t que i mp l ica . como seria o (asn do lei go que, levado
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mal.'' Cnnluclo. se a nos�;a fl: 0 sü. o pecado ck s acri l égio não nos
A estas objeções devemos responder, com toda a sinceridade, causarú prnhklll;::-.. Para a maioria de nt·· s. o que mais nos afeta
que sim, que temos medo. Não é o medo de que nos demonstrem é m an i fe s t a r a (�cviJa re\·crência p..:los obj;:tos religiosos que usamos
que a nossa fé é errfmea; é medo da nossa fraqueza. O pecado hahitualmcnte: guardar a água benta em u m rcl'ipicntt limpo e em
original obscureceu a nos� razão e debilitou a nossa vontade. Viver l uga r apropricH..! o : m <J n u se a r os evangelhos com r\?vcrência c tê-los
a fé implica sacrifício, e um sacrifício muitas vezes heróico. Com ;.'111 lugar ele honra llJ casa: queimar os csc a pulú r ios c terços estra
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remos, qt1e nos custa. O diabinho do amor próprio sussurra que ��s e d efei tos dos sau�rdotcs c religiosos que nos desagradam. c falar
a vida seria mais agradável se não tivéssemos fé. Sim, com toda a deles com respeito po r ver neles alguém que pertence a Deus: co n
sinceridade, temos medo de topar com algum escritor engenhoso que duzir-nos com respeito na igreja, especial men te nos casamentos c ba·
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nossos próprios deuses. E sabemos que. quer a censura venha da rcvcr0Jll'Ja é :1 r·_ n t pag'-'111 ex t e rn a da fl·.
Igreja ou da nossa consciência, não nega a liberdade. Re..:usar o
veneno para a mente não é uma limitação, exatamente como não o é Você le\'a uma figa no pescoço? Trata de tocar em madeira
recusar o veneno para o estômago. Para provarmos que o nosso apa quando ocorre al go que "dá" nü sorte? Incomoda-se quando são
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cairmos em outro pecado contra o primeiro mandamento que emana equilihratla. c�lm a fé c a razfto em firme co:ltrnlc de suas emoções.
da falta de fé: o pecado de sacrilégio. É sacrilégio maltratar pessoas. A su pnst i çfto 0 um pecado contra o prinh:iro mandamento por
lugares ou coisas sagradas. Na sua forma mais leve, procede de uma que atribui a pessoas ou coisas criadas uns pndcres que só pertencem
falta de rever�ncia para o que é de Deus. Na sua gravidade máxima. a Deus. A honra C!Ue dev i a d i ri gir- se a Ele (lcs v i : t · :-.� p<lra uma de
vem do ódio a Deus e a tudo o que é dEle. O nosso tempo viu deso suas criaturas.
ladores exemplos dos piores sacrilégios na conduta dos comunistas: Por exemplo. tudo o que é bom l11lS \ 1..'1ll de D,__" t :--: nf1(1 lk u m a
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l7ó O PRI\IEIRO \IA"DA\IE"TO
,.\CRILCGIO E Sl'l'ERSTIÇAO
Invocar Deus por testemunha de u m a mentira é uma deson ra grave de pecadLl. ou n:10 é voto n enhu m. VIolar um voto será
!.!a �o h DCna
'
que lhe fazemos. É o pecado de pe rjú ri o, c n perj úrio del i berado
J�cc;.do morL!l 11'! � �nial co n fnrme a i ntenç � o de quem o faz .c a im
0 sempre pecado mortal. a uma cmsa sem
ou rt .t nci a d a matéria ( ni ng u ém pode o bn gar-se
Para que um j u ra mento sej a meritório e um ato agradável a
i m port â nc ia sob pena de reca do mortal) .
_ Mas ainda que es�e ai�
Deus, deve ter um tercei ro elemento, se se trata do q u e chamamos _
euém queira obri ga r-se umcamente sob pena de pecado vemal, e uma
um j u ra men t o promissário. Se no� ohriga m ns a fazer a lg u ma coisa �h r igação demasiado séria para ser tomada levianamente. Ninguém
sob j u ramen to . devemos ter a certeza de que o qu-: p rnm cte mo s é deveria fazer voto privado a lg um sem a n tes consultar o confessor.
bom, útil c poss ível . Se alguém jura. por exemplo. vingar�sc de uma Vo to pú blico é o que se faz perante um representante oficia]
inj úri a recebióa. é evidente que t a l ju ra mento é mau c é mau c um � da Igrej a, como um hispo ou um super ior rel igio so, que o aceita
pri�l o. É o brigat ório ntio cumpr i lo . M as �c o juramentn prom i ssó
� � em nome d a Igreja . Os votos p úb l icos mais conhecidos são os que
rio é bom, então devo ter a si nL·era dctermi naçito de fazer o que obrigam uma pessoa à pl ena observftncia dos conselhos evangélicos
ju rei . de pobreza, castidade c obedi0ncia, dentro de uma comunidade reli�
Podem s u rgi r circunstâncias que anulem a ohrigaç:tn contraída giosa. Daquele que faz estes três votos p u bl ic amen t e, diz�se que
por um j u ra men t o . Por ex emp l o, se o fi lh o mais velho jura diante "entra em rel igiüo" , que abra ço u o estado religi oso. É assim que
do pai gravemente doente que cuidará do irmão pey u c n o c n pai se uma mulher se torna freira, monja ou irmã leiga, c um homem frade,
rcstahc!ccc. o juramento fica anulado (o motivo deixou de ex is t ir) ; monge ou i rmão l ei go. Se um religioso recebe, além disso, o sacra�
ou, se esse i rm:to mais velho fica doente e perde todos os .:-ccursos menta da Ordem, será um reli gi oso sacerdote.
econúmicos, a ob ..igaçfto cessa (porque cessam as con di çôes em que
fez o juramento, a sua poss ibilidade ) ; se o irmüo me no r ch eg a à Um ponto em que, às vezes, nem os próprios. católicos têm idéias
maioridade c tem com que su sten ta r-se. a obri ga ção cessa também cl aras éa distinção entre um irmão leigo e um sacerdote. Há muitos
(o objeto da promessa mudou substancialmente) . Outros fatores jovens q ue sen te m o generoso impulso de dedicar a sua vida ao serviço
ainda po de m desl ig a r da o brigaçã o contraída. como a d ispen sa con de Deus c das almas no estado religioso e que, não obstante, estão
cedida por aq ue le a quem se fez a promessa: ou descobrir que o convencidos de não ter vocação para o sacerdócio. Esses jovens
objeto úo j u ra me n to (quer dizer, a coisa a fazer) é inútil ou até podem fazer uma de duas coisas.
pecaminosa; ou a anulaç5.o do juramento (ou sua d ispe nsa ) por uma A primeira. entrar em alguma das ordens ou congregações reli
autoridade competente, como o confessor. giosas compqstas de irmãos leigos e sacerdotes, como os francisca:
nos, os passionistas, os jesuítas. Farão o noviciado religioso e os
Qu e dife ren ça há entre ju ra mento e voto? Quando ju ra mos. i n três votos, mas não receberão o sacramento da Ordem. Dedicarão
vocamos Deus co rn o tcskmunha de q u e di zemo s a verdade tal como a sua vida a ajudar com solicitude os sacerdotes, talvez como secre
a conh ecemo s. Se jura mos como testemunhas. temos t1rn j ura ment o tários, cozinheiros ou bibliotecários. Serão o que se chama irmãos
de afirma�ão. Se juramos fazer a lgum a coisa para alguém no fu. auxiliares. Todas as ordens religiosas que conheço têm · premente
turo, temos um j uram en to pro mi s só ria. Em amhos os casos. a pen as necessidade destes irmãos; cada um deles libera um sacerdote para
pedimos a Deus. Senhor da \ C rcla d c . que SL'ja te s te m u nh a ela nossa que possa dedicar-se completamente ao trabalho que só u m sacer
v er a c id ad e c do IW."So propósito ck fi de l i d a d e . N;Jn lhe prometemos dote pode realizar.
nada que seja d i retamente pa ra Ele . Outra possibilidade é que esse jovem que sente a chamada para
Mas. se o que falemos é u m voto, prorm: t c mos a lgo a Deus com a vida religiosa, mas não para o sacerdócio, solicite o ingresso em
i n tenção de nos n h ri ga rmos . Prometemos algo especialmente grato alguma das congregações compostas unicamente de irmãos, como a
a Deus soh pena de pec a do . Neste caso. Deus não é me ra testemu das Escolas Cristãs, a dos maristas, etc. Estas congregações de reli�
nha, é também o destinatário do q u e prometemos fazer. giosos dedicam-se a levar avante escolas, hospitais, asilos e outras
180 O SEG\Jt\DO E O TERCEIRO \!At\DA\IE :\TOS SEI' 'iü\IE É SA:\TO 181
Invocar Deus por testemunha de u m a mentira é uma deson ra grave de pecadLl. ou n:10 é voto n enhu m. VIolar um voto será
!.!a �o h DCna
'
que lhe fazemos. É o pecado de pe rjú ri o, c n perj úrio del i berado
J�cc;.do morL!l 11'! � �nial co n fnrme a i ntenç � o de quem o faz .c a im
0 sempre pecado mortal. a uma cmsa sem
ou rt .t nci a d a matéria ( ni ng u ém pode o bn gar-se
Para que um j u ra mento sej a meritório e um ato agradável a
i m port â nc ia sob pena de reca do mortal) .
_ Mas ainda que es�e ai�
Deus, deve ter um tercei ro elemento, se se trata do q u e chamamos _
euém queira obri ga r-se umcamente sob pena de pecado vemal, e uma
um j u ra men t o promissário. Se no� ohriga m ns a fazer a lg u ma coisa �h r igação demasiado séria para ser tomada levianamente. Ninguém
sob j u ramen to . devemos ter a certeza de que o qu-: p rnm cte mo s é deveria fazer voto privado a lg um sem a n tes consultar o confessor.
bom, útil c poss ível . Se alguém jura. por exemplo. vingar�sc de uma Vo to pú blico é o que se faz perante um representante oficia]
inj úri a recebióa. é evidente que t a l ju ra mento é mau c é mau c um � da Igrej a, como um hispo ou um super ior rel igio so, que o aceita
pri�l o. É o brigat ório ntio cumpr i lo . M as �c o juramentn prom i ssó
� � em nome d a Igreja . Os votos p úb l icos mais conhecidos são os que
rio é bom, então devo ter a si nL·era dctermi naçito de fazer o que obrigam uma pessoa à pl ena observftncia dos conselhos evangélicos
ju rei . de pobreza, castidade c obedi0ncia, dentro de uma comunidade reli�
Podem s u rgi r circunstâncias que anulem a ohrigaç:tn contraída giosa. Daquele que faz estes três votos p u bl ic amen t e, diz�se que
por um j u ra men t o . Por ex emp l o, se o fi lh o mais velho jura diante "entra em rel igiüo" , que abra ço u o estado religi oso. É assim que
do pai gravemente doente que cuidará do irmão pey u c n o c n pai se uma mulher se torna freira, monja ou irmã leiga, c um homem frade,
rcstahc!ccc. o juramento fica anulado (o motivo deixou de ex is t ir) ; monge ou i rmão l ei go. Se um religioso recebe, além disso, o sacra�
ou, se esse i rm:to mais velho fica doente e perde todos os .:-ccursos menta da Ordem, será um reli gi oso sacerdote.
econúmicos, a ob ..igaçfto cessa (porque cessam as con di çôes em que
fez o juramento, a sua poss ibilidade ) ; se o irmüo me no r ch eg a à Um ponto em que, às vezes, nem os próprios. católicos têm idéias
maioridade c tem com que su sten ta r-se. a obri ga ção cessa também cl aras éa distinção entre um irmão leigo e um sacerdote. Há muitos
(o objeto da promessa mudou substancialmente) . Outros fatores jovens q ue sen te m o generoso impulso de dedicar a sua vida ao serviço
ainda po de m desl ig a r da o brigaçã o contraída. como a d ispen sa con de Deus c das almas no estado religioso e que, não obstante, estão
cedida por aq ue le a quem se fez a promessa: ou descobrir que o convencidos de não ter vocação para o sacerdócio. Esses jovens
objeto úo j u ra me n to (quer dizer, a coisa a fazer) é inútil ou até podem fazer uma de duas coisas.
pecaminosa; ou a anulaç5.o do juramento (ou sua d ispe nsa ) por uma A primeira. entrar em alguma das ordens ou congregações reli
autoridade competente, como o confessor. giosas compqstas de irmãos leigos e sacerdotes, como os francisca:
nos, os passionistas, os jesuítas. Farão o noviciado religioso e os
Qu e dife ren ça há entre ju ra mento e voto? Quando ju ra mos. i n três votos, mas não receberão o sacramento da Ordem. Dedicarão
vocamos Deus co rn o tcskmunha de q u e di zemo s a verdade tal como a sua vida a ajudar com solicitude os sacerdotes, talvez como secre
a conh ecemo s. Se jura mos como testemunhas. temos t1rn j ura ment o tários, cozinheiros ou bibliotecários. Serão o que se chama irmãos
de afirma�ão. Se juramos fazer a lgum a coisa para alguém no fu. auxiliares. Todas as ordens religiosas que conheço têm · premente
turo, temos um j uram en to pro mi s só ria. Em amhos os casos. a pen as necessidade destes irmãos; cada um deles libera um sacerdote para
pedimos a Deus. Senhor da \ C rcla d c . que SL'ja te s te m u nh a ela nossa que possa dedicar-se completamente ao trabalho que só u m sacer
v er a c id ad e c do IW."So propósito ck fi de l i d a d e . N;Jn lhe prometemos dote pode realizar.
nada que seja d i retamente pa ra Ele . Outra possibilidade é que esse jovem que sente a chamada para
Mas. se o que falemos é u m voto, prorm: t c mos a lgo a Deus com a vida religiosa, mas não para o sacerdócio, solicite o ingresso em
i n tenção de nos n h ri ga rmos . Prometemos algo especialmente grato alguma das congregações compostas unicamente de irmãos, como a
a Deus soh pena de pec a do . Neste caso. Deus não é me ra testemu das Escolas Cristãs, a dos maristas, etc. Estas congregações de reli�
nha, é também o destinatário do q u e prometemos fazer. giosos dedicam-se a levar avante escolas, hospitais, asilos e outras
BE :-- DIZEI E :-- AO A\IALDIÇOEIS
ins titu ições dedicadas lH,J
a obras de misericórd
o nov icia do religioso. ia . Seus membros fazem
professam os tr�s vot "Deus te amaldiçoe··, que é a mesma coisa ue dizer ''De s te
e obe diê nci a. ma s nüo os de pobreza. cas tida � _
vJ:o a um sem iná rio teo de � �ande
sacramento da Ordem lógico nem recebem o para o inferno". É evidente que uma maldiçao desse est1lo sena pc-
. São irm ãos . não sacerd . . .
pm ais ser á excessivo otes. e seu nüm ero ca do morta l se fosse profenda a st:no. ped 1r " a oeus que
condene
porque jam ais hav crú uma a Jma que Ele criou e pela qual Cnsto morreu, e. a t o gra\e
ativ ida des a que se exc ess o de bra ços nas . . de
consagram. .
É ta � -
·
?
bém um pecado grave contra a caridade. que nos obnga
Ou tra distinção que a deseJar
_
as pessoas confundt'm e a pedir a sahaçúu de todas as almas. e não a sua conden
que exi ste entre os sac oca si{l nal mc nte é a
erdotes religiosos e os Normalmente, uma maldi ção assim surge da Ira, . � çao e.t�rn � .
não é preciso dizer scculan:s. Obvirtmente d a Impactencm
que essa distinç<io nJo ,
religiosos e os outros significa que uns sej ou do ódio, e não a sangue frio: quem a diz não a
irrelit::iosos. Signif am diz a sério . Se
ica que os sacerdote não fosse assim, seria pecado morta l, mesmo com .
sos, além de scmire s rcligio. a desculp� da I a.
m um a chamada par Ao considerar os abusos para com o nome de Deus �
a vocação para o sac a a vida religiosa, sen , convem, pots,
erdócio. Entraram tiram
para um a ordem reli ter presente que, mais do que as palav ras ditas,
como a dos beneditino giosa, o �ecado real é o
s, do s dominicanos ódio, a ira ou a impaciência. Ao confessar-nos, .
o noviciado religioso ou redentorista s: fize é mms correto diZer
e pro nun cia ram os trO:s ram "Irritei-me e, levado pela irritação, amal :
dad e e ob edi ênc ia. votos de pnhrcz.1, cas diçoei alguém" ou "Irritei-me
De po is de se ter em ti e fui irreverente com o nome de Deus", do
ram teologia e recebe torn ado rcli11iosos, est que simplesmente confes
ram o sacramento da uda sar·nos de ter amaldiçoado ou blasfemado
�iosos sacerdotes por Ordem. cl1um am-se .
que abr aça ram o est reli
ado religioso c vivt'm com Além dos exemplos mencionados, há,
membros de uma ord o certamente, outras man ei�
em ou congregação ras de amal diço ar. Cada vez que desej
Há jovens que se sen de religiosos. o mal a algu ém. sou culp ado
tem chamados por de ter ama ldiçoado. "Mo rra e
mas não a uma vida Deus ao sacerdócio, me deix e em paz" , "Ox alá você
!' religiosos. Um jovem
em religião, como me
mbros de uma ordem bre a cabe ça!", "Que vão para
o diab o que os carregue, ele e
que�
assim ma nifesta seu des de os seus''. Nest as ou em outr as todos
cese, e. se pos sui as ejo ao bispo da dio frases parecidas (geralmente prof
condiçôes necessárias, das sem deliberação) , falta·se cont eri�
nário diocesano, onde o bis po o env ia ao sem ra a caridade e a honra de Deu
fará estudos de grau i O princípio geral é que, se o s.
dará teologia. médio. e. a seguir, est mal que desejamos é grave,
A seu tempo, se per u desejamos a sério, o pecado e o
ordenação, far-se-á sac severa e é idôneo. rec é mor tal. Se desejamos um mal
erdote, e será unl sac eberá a ("gostaria que lhe amassassem pequeno
deriva da pal avr a lati erdote secular (secular o carro e lhe dessem uma 1içã
na "saeeulum", que sig pecado será ven ial. E, com o"), o
não viverá numa com nifica "m und o") , por o já se disse, um mal grav
unidade religiosa, ma que a alguém. é apen as pecado e desejado
pessoas que serve. Ta s no mundo, ent re veni al quan do falta premedita
mb ém se cha ma sacerd as Se nos recordarmos de que ção.
pertence a um a dioces ote diocesano, porque Deus ama tudo o que saiu de
e e não a um a ordem mão s, compreenderemos suas
é o bispo da diocese e de rc1igiosos. Seu "ch que é uma desonra a Deus ama
não o superior de um efe" quer de suas , criaturas, ldiç oar qua l
Quando é ordenado, a comunidade religiosa. aind a que não sejam seres
promete obediência ao entanto, os anim ais e as hum ano s. No
enq uan to viver, a sua bispo e, normalmente coisas inan ima das têm um
ativ ida de se desenvolv , I ave lme ntc inft:rior valo r incompa
erá dentro dos limites , pois não possuem alma
da sua diocese. E faz o compromisso das corridas de cavalos imortal. E assim, o fã
ordenar-se com o diácon de castidade perpétua, que grit a: "Oxalá esse cav
ao ou o encanador que alo se estraçalhe!",
o, que é o primeiro amaldiçoa com um "o diab
o altar . pas so importante par o que te leve" o
a cano entupido que não
consegue consertar, não com
men te um pecado. ete necessaria
É ta � -
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bém um pecado grave contra a caridade. que nos obnga
Ou tra distinção que a deseJar
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as pessoas confundt'm e a pedir a sahaçúu de todas as almas. e não a sua conden
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para um a ordem reli ter presente que, mais do que as palav ras ditas,
como a dos beneditino giosa, o �ecado real é o
s, do s dominicanos ódio, a ira ou a impaciência. Ao confessar-nos, .
o noviciado religioso ou redentorista s: fize é mms correto diZer
e pro nun cia ram os trO:s ram "Irritei-me e, levado pela irritação, amal :
dad e e ob edi ênc ia. votos de pnhrcz.1, cas diçoei alguém" ou "Irritei-me
De po is de se ter em ti e fui irreverente com o nome de Deus", do
ram teologia e recebe torn ado rcli11iosos, est que simplesmente confes
ram o sacramento da uda sar·nos de ter amaldiçoado ou blasfemado
�iosos sacerdotes por Ordem. cl1um am-se .
que abr aça ram o est reli
ado religioso c vivt'm com Além dos exemplos mencionados, há,
membros de uma ord o certamente, outras man ei�
em ou congregação ras de amal diço ar. Cada vez que desej
Há jovens que se sen de religiosos. o mal a algu ém. sou culp ado
tem chamados por de ter ama ldiçoado. "Mo rra e
mas não a uma vida Deus ao sacerdócio, me deix e em paz" , "Ox alá você
!' religiosos. Um jovem
em religião, como me
mbros de uma ordem bre a cabe ça!", "Que vão para
o diab o que os carregue, ele e
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assim ma nifesta seu des de os seus''. Nest as ou em outr as todos
cese, e. se pos sui as ejo ao bispo da dio frases parecidas (geralmente prof
condiçôes necessárias, das sem deliberação) , falta·se cont eri�
nário diocesano, onde o bis po o env ia ao sem ra a caridade e a honra de Deu
fará estudos de grau i O princípio geral é que, se o s.
dará teologia. médio. e. a seguir, est mal que desejamos é grave,
A seu tempo, se per u desejamos a sério, o pecado e o
ordenação, far-se-á sac severa e é idôneo. rec é mor tal. Se desejamos um mal
erdote, e será unl sac eberá a ("gostaria que lhe amassassem pequeno
deriva da pal avr a lati erdote secular (secular o carro e lhe dessem uma 1içã
na "saeeulum", que sig pecado será ven ial. E, com o"), o
não viverá numa com nifica "m und o") , por o já se disse, um mal grav
unidade religiosa, ma que a alguém. é apen as pecado e desejado
pessoas que serve. Ta s no mundo, ent re veni al quan do falta premedita
mb ém se cha ma sacerd as Se nos recordarmos de que ção.
pertence a um a dioces ote diocesano, porque Deus ama tudo o que saiu de
e e não a um a ordem mão s, compreenderemos suas
é o bispo da diocese e de rc1igiosos. Seu "ch que é uma desonra a Deus ama
não o superior de um efe" quer de suas , criaturas, ldiç oar qua l
Quando é ordenado, a comunidade religiosa. aind a que não sejam seres
promete obediência ao entanto, os anim ais e as hum ano s. No
enq uan to viver, a sua bispo e, normalmente coisas inan ima das têm um
ativ ida de se desenvolv , I ave lme ntc inft:rior valo r incompa
erá dentro dos limites , pois não possuem alma
da sua diocese. E faz o compromisso das corridas de cavalos imortal. E assim, o fã
ordenar-se com o diácon de castidade perpétua, que grit a: "Oxalá esse cav
ao ou o encanador que alo se estraçalhe!",
o, que é o primeiro amaldiçoa com um "o diab
o altar . pas so importante par o que te leve" o
a cano entupido que não
consegue consertar, não com
men te um pecado. ete necessaria
Davi \.:anta repetidas vt.:zcs seus louvores a Deus. conw o Salmo 1 1 2. ·olheu para nos enviar o Espírito Santo, o dia do nascimento da Igreja.
que começa assim: � também muito provável que a Igreja tenha mudado o dia do Sá
''Aleluia! Louvai, servos do Senhor. bado por uma razão psicológica: para sublinhar que o culto dos
louvai o nome do Senhor. hebreus do Velho Testamento, que era preparação para o advento do
Seja bendito o nome do Senhor. Messias, havia caducado. A religião cristft não havia de ser uma
desde agora e para sempre. simples "revisão" ào culto da sinagoga; a religião cristã era o plano
Desde o nascer do sol até o seu ncaso, definitivo de Deus para a salvação do mundo, e o pano final caiu
seja louvado o nome do Senhor". sobre o "Sabat". Os cristãos não seriam uma "seita" mais dos ju
deus: seriam um povo novo, com uma Lei nova e um novo Sacrifício.
No Novo Testamento, não se diz nada da mudança do dia do
POR QUE I R À MISSA AOS DOMINGOS0 Senhor de sábado para domingo. Sabemo-lo exclusivamente pela tra
dição da Igreja, pelo fato de no-lo ter sido transmitido desde os tem
Uma canção muito popular durante a I Guerra Mundial dizia pos primitivos pela viva. voz da Igreja. Por essa razão, eQcontramos
em seu estribilho: "Que agradável levantar-se de manhü, mas mais muito pouca lógica na atitude de muitos não católicos que afirmam
agradável ainda ficar na cama", ou algo parecido. Raro é o católico não aceitar nada que não esteja na Bíblia, e, no entanto, continuam
que não tenha experimentado uma vez por outra sentimentos pare mantendo o domingo como dia do Senhor, baseados na tradição da
cidos, enquanto se aconchega entre os lençóis num domingo de Igreja Católica.
manhã, e que, ao deixar a cama em obediência ao terceiro manda
mento de Deus: "Santificarás o dia do Senhor", não o faça com a "Santificarás o dia do Senhor". "Sim", dizemos, ''mas como?"
sensação de realizar uma proeza. Na sua função legisladora divinamente instituída, a Igreja responde
Que haja um dia do Senhor é uma consequência lógica da lei à nossa pergunta dizendo que santificaremos o dia do Senhor sobre
natural (quer dizer, da obrigação de nos comportarmos de acordo tudo assistindo ao santo Sacrifício da Missa. A Missa é o ato de
com a nossa natureza de criaturas de Deus), que exige que reconhe culto perfeito que Jesus nos deu para que, com Ele, pudéssemos ofe
i· çamos a nossa absoluta: dependência de Deus e agradeçamos a sua recer a Deus a honra adequada.
bondade para conosco. Sabemos que, na prática, é impossível ao Em sentido religioso, sacrifício é ' a oferenda a Deus de algo que
'
homem médio manter-se em constante atitude de adoraçào, e por de algum modo se destrói, ofertado em benefício de um grupo por
isso é natural que se determine o tempo ou tempos de cumpiir esse alguém que tem o direito de representá-lo. Desde o começo da hu
dever absolutamente necessário. De acordo com essa necessidade, manidade e entre todos os povos, o sacrifício foi a maneira natural
,i
estabeleceu-se um dia em cada sete para que todos os homens, em que o homem achou para prestar culto a Deus. O grupo pode ser
i todos os lugares, rendam a Deus essa homenagem consciente e de uma família, uma tribu, uma nação. O sacerdote pode ser o pai,
liberada que lhe cabe por direito. o patriarca ou o rei; ou, como indicou Deus aos hebreus, os descen
Sabemos que, nos tempos do Antigo Testamento, esse dia do dentes de Aarão. A vítima (o dom oferecido) pode ser pão, vinho,
Senhor era o sétimo da semana, o "Sabat". Deus assim ordenou a trigo, frutos ou animais. Mas todos esses sacrifícios têm um grande
Moisés no Monte Sinai: "Santificarás o dia do Senhor" ( Êxodo 20-8) . defeito: nenhum é digno de Deus, porque foi Ele mesmo que os fez.
No entanto, quando Cristo estabeleceu a Nova Aliança, a velha lei Mas, com o sacrifício da Missa, Jesus nos deu uma oferenda
litúrgica caducou. A Igreja primitiva determinou que o dia do Senhor realmente digna de Deus, um dom perfeito de valor adequado a Deus:
fosse o primeiro da semana, o nosso domingo. Que a Igreja tenha o dom do próprio Filho de Deus, igual ao Pai. Jesus, o Grande
o direito de estabelecer essa lti. é verdade por muitas passagens do Sacerdote, ofereceu-se a Si mesmo como Vítima no Calvário, de uma
•
Evangelho em que Jesus lhe confere o rodcr de prescrever leis em vez para sempre. ao ser justiçado pelos seus verdugos. No entanto,
seu nome. você e eu não podíamos estar ao pé da cruz, para nos unirmos a
A razão desta mudança do dia do Senhor do sábado para o Jesus em sua oferenda a Deus. Por isso Jesus nos proporcionou o
domingo reside em que, para a Igreja, o primeiro dia da semana é santo Sacrifício da Missa, no qual o pão c o vinho se transformam
duplamente santo. É o dia em que Jesus venceu o pecado c a morte no seu próprio corpo e sangue, separados ao morrer no Calvário, e
c nos assegurou a glória futura. É, além disso. o dia que Jesus es- pelo qual Jesus renova incessantemente o dom de Si mesmo ao Pai,
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Davi \.:anta repetidas vt.:zcs seus louvores a Deus. conw o Salmo 1 1 2. ·olheu para nos enviar o Espírito Santo, o dia do nascimento da Igreja.
que começa assim: � também muito provável que a Igreja tenha mudado o dia do Sá
''Aleluia! Louvai, servos do Senhor. bado por uma razão psicológica: para sublinhar que o culto dos
louvai o nome do Senhor. hebreus do Velho Testamento, que era preparação para o advento do
Seja bendito o nome do Senhor. Messias, havia caducado. A religião cristft não havia de ser uma
desde agora e para sempre. simples "revisão" ào culto da sinagoga; a religião cristã era o plano
Desde o nascer do sol até o seu ncaso, definitivo de Deus para a salvação do mundo, e o pano final caiu
seja louvado o nome do Senhor". sobre o "Sabat". Os cristãos não seriam uma "seita" mais dos ju
deus: seriam um povo novo, com uma Lei nova e um novo Sacrifício.
No Novo Testamento, não se diz nada da mudança do dia do
POR QUE I R À MISSA AOS DOMINGOS0 Senhor de sábado para domingo. Sabemo-lo exclusivamente pela tra
dição da Igreja, pelo fato de no-lo ter sido transmitido desde os tem
Uma canção muito popular durante a I Guerra Mundial dizia pos primitivos pela viva. voz da Igreja. Por essa razão, eQcontramos
em seu estribilho: "Que agradável levantar-se de manhü, mas mais muito pouca lógica na atitude de muitos não católicos que afirmam
agradável ainda ficar na cama", ou algo parecido. Raro é o católico não aceitar nada que não esteja na Bíblia, e, no entanto, continuam
que não tenha experimentado uma vez por outra sentimentos pare mantendo o domingo como dia do Senhor, baseados na tradição da
cidos, enquanto se aconchega entre os lençóis num domingo de Igreja Católica.
manhã, e que, ao deixar a cama em obediência ao terceiro manda
mento de Deus: "Santificarás o dia do Senhor", não o faça com a "Santificarás o dia do Senhor". "Sim", dizemos, ''mas como?"
sensação de realizar uma proeza. Na sua função legisladora divinamente instituída, a Igreja responde
Que haja um dia do Senhor é uma consequência lógica da lei à nossa pergunta dizendo que santificaremos o dia do Senhor sobre
natural (quer dizer, da obrigação de nos comportarmos de acordo tudo assistindo ao santo Sacrifício da Missa. A Missa é o ato de
com a nossa natureza de criaturas de Deus), que exige que reconhe culto perfeito que Jesus nos deu para que, com Ele, pudéssemos ofe
i· çamos a nossa absoluta: dependência de Deus e agradeçamos a sua recer a Deus a honra adequada.
bondade para conosco. Sabemos que, na prática, é impossível ao Em sentido religioso, sacrifício é ' a oferenda a Deus de algo que
'
homem médio manter-se em constante atitude de adoraçào, e por de algum modo se destrói, ofertado em benefício de um grupo por
isso é natural que se determine o tempo ou tempos de cumpiir esse alguém que tem o direito de representá-lo. Desde o começo da hu
dever absolutamente necessário. De acordo com essa necessidade, manidade e entre todos os povos, o sacrifício foi a maneira natural
,i
estabeleceu-se um dia em cada sete para que todos os homens, em que o homem achou para prestar culto a Deus. O grupo pode ser
i todos os lugares, rendam a Deus essa homenagem consciente e de uma família, uma tribu, uma nação. O sacerdote pode ser o pai,
liberada que lhe cabe por direito. o patriarca ou o rei; ou, como indicou Deus aos hebreus, os descen
Sabemos que, nos tempos do Antigo Testamento, esse dia do dentes de Aarão. A vítima (o dom oferecido) pode ser pão, vinho,
Senhor era o sétimo da semana, o "Sabat". Deus assim ordenou a trigo, frutos ou animais. Mas todos esses sacrifícios têm um grande
Moisés no Monte Sinai: "Santificarás o dia do Senhor" ( Êxodo 20-8) . defeito: nenhum é digno de Deus, porque foi Ele mesmo que os fez.
No entanto, quando Cristo estabeleceu a Nova Aliança, a velha lei Mas, com o sacrifício da Missa, Jesus nos deu uma oferenda
litúrgica caducou. A Igreja primitiva determinou que o dia do Senhor realmente digna de Deus, um dom perfeito de valor adequado a Deus:
fosse o primeiro da semana, o nosso domingo. Que a Igreja tenha o dom do próprio Filho de Deus, igual ao Pai. Jesus, o Grande
o direito de estabelecer essa lti. é verdade por muitas passagens do Sacerdote, ofereceu-se a Si mesmo como Vítima no Calvário, de uma
•
Evangelho em que Jesus lhe confere o rodcr de prescrever leis em vez para sempre. ao ser justiçado pelos seus verdugos. No entanto,
seu nome. você e eu não podíamos estar ao pé da cruz, para nos unirmos a
A razão desta mudança do dia do Senhor do sábado para o Jesus em sua oferenda a Deus. Por isso Jesus nos proporcionou o
domingo reside em que, para a Igreja, o primeiro dia da semana é santo Sacrifício da Missa, no qual o pão c o vinho se transformam
duplamente santo. É o dia em que Jesus venceu o pecado c a morte no seu próprio corpo e sangue, separados ao morrer no Calvário, e
c nos assegurou a glória futura. É, além disso. o dia que Jesus es- pelo qual Jesus renova incessantemente o dom de Si mesmo ao Pai,
O SEGUNDO E O TERCEIHO �!ANDAME:\TOS 1'01\ <JUE IR A �!ISSA AOS DOMI:\GOS? 18D
188
cita de assistir à Missa, e ter também certa id�ia elo que se cst<'t
requer para assistir ao santo Sacrifício da Missa. As outras 23, Deus
-
i,
O SEGUNDO E O TERCEIHO �!ANDAME:\TOS 1'01\ <JUE IR A �!ISSA AOS DOMI:\GOS? 18D
188
cita de assistir à Missa, e ter também certa id�ia elo que se cst<'t
requer para assistir ao santo Sacrifício da Missa. As outras 23, Deus
-
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1 90
O SEC WW O
E O TERC EIRO
.\ IA� DA�lEC\TOS
é um trabalho
realmente neces
_ sário, algo que não
sabado e q u e não pode ser feito no
pode ser adia do para a
menta r o gado, faz segun da -feira, com CAPÍT ULO X V I I I
:r as camas ou lavar o ali�
a estas p rgunt _ os pratos ? Para
� as, nao e necessário responder
ser� os smceros:
e se a resposta
que sejamos perito
s em 1eis· basta O QL\BTO E O Q n :\TO �L\ XDA �LEX TOS
às duas pergu
cntao esse trabal
ho é perm itido
aos domi ngos.
ntas for afir � ativa '
LTian�as a c�pnsa já t..: n ha m a i s trahalho que o que pode realizar? é a nossa f a m í l i a em ma i n r escala l . de i ntc ressar · nos sinc�ramcnk
�
L'
]\.-to é u n u qucstüo que possa ser rcsolvida com u m s i m pl es sim ou pela sua prospl..'ridack. de respei tar e n bc de�c r üs autori � dc� legí ��-
_
JL-tn. I\.' un.:a há dois casos iguais, e o filho ou a fi l ha que en mas. Tnlva tenhamos que suhlinhar aqm a palavra lcglltmas _
fr�..' n l c e ss e Jikma deve aconselhar·se com o seu diretor espiritual porque ns c i da d:í os têm o direito de se defender da tirania. quando
l'LI ulm um ca t\ J li co d e n;to critério.
. Mas devemos fazer notar que esta a mea ça os direitos humanos fundamentais. Nenhum governo
,;,1 lon g:�..1 d e toda a história do homem se observa que Deus a bençoa, pode interferir cnm suas leis no direito do indivíduo (ou da família)
nHn uma h C n ç:io espec i a l, os filhos c as filhas que provam o seu de amar c prestar c u l to a Deus. de receber a instruçfí.n e os scrviçm:
:nn. \f filial c desinteressado com a abnegação. A obrigação dos fi da Igreja. Um governo - como um pai - não tem o direito de
lho-. de manter os pais in di gentes ou impossibilitados é muito clara: mandar o que Deus proíbe ou de proibir o que Deus ordena.
ohriga em con sciência 11as que esse dever deva ser cumprido no
. Mas. excetuados estes casos. um bom católico será necessaria
br dos filhos ou num asilo ou em outra instituição semelhante, é mente um bom cidadJo. Consciente de que a reta razfl.o exige que
Ullsa que dependerá das circunstâncias pessoais. O que realmente trahalhc pelo hem de sua na�·üo. cumprirá exemplarmente todos os
conta é- a sinceridade do amor com que se toma a decisão. seus deveres cívicos; nhedecerá às le is do seu país e pagará os im·
postos como justa cn n t r ihu içfí. o para os gastos de um bom governo;
O respeito que devemos aos pais converte-se espontaneamente defenderá a pátria em caso de guerra justa (como defenderia a sua
em amur num lar vndackiramente cristão: tratamo-los com reve própria família se fosse atacada injustamente) , mediante o serviço
rC:ncia, procuramos satisfazer seus desejos, aceitar suas correções sem das armas se a isso for chamado, considerando justa a causa da sua
insolência, c procuramos seu conselho em decisões importantes. como naçüo, a não ser que haja evidência adequada e indiscutível do con
a escolha do estado de vida ou a idoneidade de um possível casa trário. E fará tudo isso nüo somente por motivos de patriotismo
mento. Em assuntos que concernen;I aos direitos naturais dos filhos, JJatural, mas porque a sua consciência de catúlico lhe diz que o res
os pais podem aconselhar, mas não mandar. Por exemplo, os pais peito c a obediência à legítima autoridade do seu governo são serviço
não podem ohrigar um filho a casar-se, se prefere ficar solteiro; tam· prestado a Deus, de quem procede toda a autoridade.
bém não podem obrigá-lo a casar·se com determinada pessoa, nem
proihir que se faça sacerdote ou abtacc a vida religiosa.
Quanto ao dever de respeitar os pais, o período mais difícil na A VIDA É DE DEUS
vida de um filho é a adolescência. São os anos do "esticão", quando
um rapaz se encontra dividido entre a necessidade de depender dos Só Deus dá a vida; só Deus pode tomá-la. Cada alma é indi
pais e o nascente impulso para a independência. Os pais prudentes vidual e pessoalmente criada por Deus, e só Deus tem o direito de
devem temperar a sua firmeza com a compreensão e a paciência. decidir quando o seu tempo de permanência na terra terminou.
Nem vale a pena lembrar que odiar os pais, bater-lhes, amea O quinto mandamento, "não matarás", refere-se exclusivamente
çá-los, insultá-los, ridicularizá-los seriamente, amaldiçoá-los ou re à vida humana. Os animais foram dados por Deus ao homem para
cusar-lhes ajuda, se estão em grave necessidade, ou fazer qualquer seu uso e conveniência. Não é pecado matar animais por causa jus�
outra coisa que lhes cause grande dor ou ira, é pecado mortaL Estas tificada, como, por exemplo, eliminar pragas, prover de alimentos a
coisas já o são se feitas a um e�tranho; feitas aos pais, são pecados população ou fazer experiências científicas. Seria injusto ferir ou
de dupla malícia. Mas, em geral, a desobediência de um filho é pe matar animais sem razão: no entanto, se houvesse pecado. não seria
cado venial (ou talvez nem seja pecado) , a não ser que a matéria seja contra o quinto mandamento, mas de abuso dos dons de Deus.
grave, como evitar más companhias, ou a desobediência se deva ao O fato de a vida humana pertencer a Deus é tão evidente que
desprezo pela autoridade paterna. A maior parte das desobediências a gravidade do homicídio - que é tirar injustamente a vida a OU·
filiais se dev<2m a esquecimento, descuido ou indelicadeza e, portanto, trem - é universalmente reconhecido pela simples lei da razão entre
não atingem o grau de consciência e deliberação necessário para haver os homens de boa vontade. A gravidade do pecado de suicidio -
pecado, ou, pelo menos, pecado grave. que é tirar a vida própria deliberadamente - é igualmente evidente.
E como o suicida morre no preciso momento em que está cometendo
Não se pode terminar u m estudo sobre o quarto mandamento um pecado mortal. não pode receber sepultura cristã. Na prática,
sem mencionar a obrigação que nos impõe de amar a pátria (que é muito raro que um católico tire a sua própria vida em pleno uso
l l) l :\ \'lUA É DE D E l ' �
LTian�as a c�pnsa já t..: n ha m a i s trahalho que o que pode realizar? é a nossa f a m í l i a em ma i n r escala l . de i ntc ressar · nos sinc�ramcnk
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]\.-to é u n u qucstüo que possa ser rcsolvida com u m s i m pl es sim ou pela sua prospl..'ridack. de respei tar e n bc de�c r üs autori � dc� legí ��-
_
JL-tn. I\.' un.:a há dois casos iguais, e o filho ou a fi l ha que en mas. Tnlva tenhamos que suhlinhar aqm a palavra lcglltmas _
fr�..' n l c e ss e Jikma deve aconselhar·se com o seu diretor espiritual porque ns c i da d:í os têm o direito de se defender da tirania. quando
l'LI ulm um ca t\ J li co d e n;to critério.
. Mas devemos fazer notar que esta a mea ça os direitos humanos fundamentais. Nenhum governo
,;,1 lon g:�..1 d e toda a história do homem se observa que Deus a bençoa, pode interferir cnm suas leis no direito do indivíduo (ou da família)
nHn uma h C n ç:io espec i a l, os filhos c as filhas que provam o seu de amar c prestar c u l to a Deus. de receber a instruçfí.n e os scrviçm:
:nn. \f filial c desinteressado com a abnegação. A obrigação dos fi da Igreja. Um governo - como um pai - não tem o direito de
lho-. de manter os pais in di gentes ou impossibilitados é muito clara: mandar o que Deus proíbe ou de proibir o que Deus ordena.
ohriga em con sciência 11as que esse dever deva ser cumprido no
. Mas. excetuados estes casos. um bom católico será necessaria
br dos filhos ou num asilo ou em outra instituição semelhante, é mente um bom cidadJo. Consciente de que a reta razfl.o exige que
Ullsa que dependerá das circunstâncias pessoais. O que realmente trahalhc pelo hem de sua na�·üo. cumprirá exemplarmente todos os
conta é- a sinceridade do amor com que se toma a decisão. seus deveres cívicos; nhedecerá às le is do seu país e pagará os im·
postos como justa cn n t r ihu içfí. o para os gastos de um bom governo;
O respeito que devemos aos pais converte-se espontaneamente defenderá a pátria em caso de guerra justa (como defenderia a sua
em amur num lar vndackiramente cristão: tratamo-los com reve própria família se fosse atacada injustamente) , mediante o serviço
rC:ncia, procuramos satisfazer seus desejos, aceitar suas correções sem das armas se a isso for chamado, considerando justa a causa da sua
insolência, c procuramos seu conselho em decisões importantes. como naçüo, a não ser que haja evidência adequada e indiscutível do con
a escolha do estado de vida ou a idoneidade de um possível casa trário. E fará tudo isso nüo somente por motivos de patriotismo
mento. Em assuntos que concernen;I aos direitos naturais dos filhos, JJatural, mas porque a sua consciência de catúlico lhe diz que o res
os pais podem aconselhar, mas não mandar. Por exemplo, os pais peito c a obediência à legítima autoridade do seu governo são serviço
não podem ohrigar um filho a casar-se, se prefere ficar solteiro; tam· prestado a Deus, de quem procede toda a autoridade.
bém não podem obrigá-lo a casar·se com determinada pessoa, nem
proihir que se faça sacerdote ou abtacc a vida religiosa.
Quanto ao dever de respeitar os pais, o período mais difícil na A VIDA É DE DEUS
vida de um filho é a adolescência. São os anos do "esticão", quando
um rapaz se encontra dividido entre a necessidade de depender dos Só Deus dá a vida; só Deus pode tomá-la. Cada alma é indi
pais e o nascente impulso para a independência. Os pais prudentes vidual e pessoalmente criada por Deus, e só Deus tem o direito de
devem temperar a sua firmeza com a compreensão e a paciência. decidir quando o seu tempo de permanência na terra terminou.
Nem vale a pena lembrar que odiar os pais, bater-lhes, amea O quinto mandamento, "não matarás", refere-se exclusivamente
çá-los, insultá-los, ridicularizá-los seriamente, amaldiçoá-los ou re à vida humana. Os animais foram dados por Deus ao homem para
cusar-lhes ajuda, se estão em grave necessidade, ou fazer qualquer seu uso e conveniência. Não é pecado matar animais por causa jus�
outra coisa que lhes cause grande dor ou ira, é pecado mortaL Estas tificada, como, por exemplo, eliminar pragas, prover de alimentos a
coisas já o são se feitas a um e�tranho; feitas aos pais, são pecados população ou fazer experiências científicas. Seria injusto ferir ou
de dupla malícia. Mas, em geral, a desobediência de um filho é pe matar animais sem razão: no entanto, se houvesse pecado. não seria
cado venial (ou talvez nem seja pecado) , a não ser que a matéria seja contra o quinto mandamento, mas de abuso dos dons de Deus.
grave, como evitar más companhias, ou a desobediência se deva ao O fato de a vida humana pertencer a Deus é tão evidente que
desprezo pela autoridade paterna. A maior parte das desobediências a gravidade do homicídio - que é tirar injustamente a vida a OU·
filiais se dev<2m a esquecimento, descuido ou indelicadeza e, portanto, trem - é universalmente reconhecido pela simples lei da razão entre
não atingem o grau de consciência e deliberação necessário para haver os homens de boa vontade. A gravidade do pecado de suicidio -
pecado, ou, pelo menos, pecado grave. que é tirar a vida própria deliberadamente - é igualmente evidente.
E como o suicida morre no preciso momento em que está cometendo
Não se pode terminar u m estudo sobre o quarto mandamento um pecado mortal. não pode receber sepultura cristã. Na prática,
sem mencionar a obrigação que nos impõe de amar a pátria (que é muito raro que um católico tire a sua própria vida em pleno uso
196 O (JUARTO E O QUII'TO MANDAME�TOS
.-\ \"IDA É DE DEliS
I
. Deve-se ter em conta que o princípio de defesa própria só se
aphca quando se é vítima de uma agresSão injusta. Nunca é licito serem pecados contra a caridade. Quando se tem que defender um
tirar a vida a um inocente para salvar a própria. Se naufrago com castelo (a vida, neste caso ) , devemos defender também os seus aces
r outra pessoa e só há alimentos para uma, não Jh1SSO matá-la para sos. E� co�s�quência, o quinto mandamento proscreve tudo o que
�salvar a minha vida. Também não se pode matar· ®;etatueQS,e a leve a tirar InJUStamente a vida ou a causar injustamente um mal
físico.
cna �ça gestante para salvar a vida da mãe. A criança ainda não
nascida não é agressora injusta da mãe, e tem o direito de viver
,' Daqui se deduzem algumas consequencias práticas. É evidente
todo o tempo que Deus lhe conceda. Destruir direta e deliberada
�ue quem deliberadamente . dirige o seu carro de forma imprudente
mente a sua vida é um pecado de suma gravidade, um assassinato, , de pecado grave, pOis expõe a sua vida c a de outros a um
e reu
e ten:, além disso, a malícia redobrada de enviar uma alma para a
perigo desnecessário. Isto também se aplica ao condutor cujas fa·
etermdade sem lhe dar oportunidade de ser batizada. É outro pe
culdad�" estejam diminuídas pelo álcool. O condutor que hebeu é
cado que a Igreja procura conter impondo a excomunhão a todos . ,
um cnrnmoso, alem de pecador. Mais ainda; a própria embriaguês
os que tomam parte nele voluntariamente: não só à mãe, mas tam
e um pecado contra o quinto mandamento, mesmo que não haja a
bém ao pai que dê o seu consentimento e aos médicos ou enfermei
agravante de se estar conduzindo um carro nesse estado. Beber em
ras que o realizem.
exces�o, como comer �xcessivamente, é um pecado porque prejudica
O princípio de defesa própria estende-se às nações, tanto como a saude e porque a mtemperança produz facilmente outros efeitos
aos indivíduos. Em consequência, o soldado que combate pelo seu nocivos. O pecado de embriaguês torna-se mortal quando afeta de
país numa guerra justa não peca se mata. Uma guerra é insta: a) tal modo o bebedor que este já não sabe o que faz. Mas heber um
se se torna necessária para que uma nação defenda seus direitos em pouco mais da conta também pode ser um pecado mortal, se traz
matéria grave; b) se se recorre a ela em último extremo, uma vez más consequências: se prejudica a saúde, se causa escândalo ou se
esgotados todos os demais meios de dirimir a disputa; c) se se leva leva a des�urar os deveres para com Deus ou para com o próximo.
a cabo se.gundo os ditames das leis natural e internacional, e d) se Quem habitualmente bebe em excesso e se julga livre de pecado por
se suspende tão logo a nação a.gressora ofereça a satisfação devida. que amda conserva a noção do tempo, em geral engana-se a si mes
Na prática, toma-se às vezes muito difícil para o cidadão médio dizer mo; raras vezes a bebida habitual deixa de produzir um mal grave
à própria pessoa ou aos outros.
196 O (JUARTO E O QUII'TO MANDAME�TOS
.-\ \"IDA É DE DEliS
I
. Deve-se ter em conta que o princípio de defesa própria só se
aphca quando se é vítima de uma agresSão injusta. Nunca é licito serem pecados contra a caridade. Quando se tem que defender um
tirar a vida a um inocente para salvar a própria. Se naufrago com castelo (a vida, neste caso ) , devemos defender também os seus aces
r outra pessoa e só há alimentos para uma, não Jh1SSO matá-la para sos. E� co�s�quência, o quinto mandamento proscreve tudo o que
�salvar a minha vida. Também não se pode matar· ®;etatueQS,e a leve a tirar InJUStamente a vida ou a causar injustamente um mal
físico.
cna �ça gestante para salvar a vida da mãe. A criança ainda não
nascida não é agressora injusta da mãe, e tem o direito de viver
,' Daqui se deduzem algumas consequencias práticas. É evidente
todo o tempo que Deus lhe conceda. Destruir direta e deliberada
�ue quem deliberadamente . dirige o seu carro de forma imprudente
mente a sua vida é um pecado de suma gravidade, um assassinato, , de pecado grave, pOis expõe a sua vida c a de outros a um
e reu
e ten:, além disso, a malícia redobrada de enviar uma alma para a
perigo desnecessário. Isto também se aplica ao condutor cujas fa·
etermdade sem lhe dar oportunidade de ser batizada. É outro pe
culdad�" estejam diminuídas pelo álcool. O condutor que hebeu é
cado que a Igreja procura conter impondo a excomunhão a todos . ,
um cnrnmoso, alem de pecador. Mais ainda; a própria embriaguês
os que tomam parte nele voluntariamente: não só à mãe, mas tam
e um pecado contra o quinto mandamento, mesmo que não haja a
bém ao pai que dê o seu consentimento e aos médicos ou enfermei
agravante de se estar conduzindo um carro nesse estado. Beber em
ras que o realizem.
exces�o, como comer �xcessivamente, é um pecado porque prejudica
O princípio de defesa própria estende-se às nações, tanto como a saude e porque a mtemperança produz facilmente outros efeitos
aos indivíduos. Em consequência, o soldado que combate pelo seu nocivos. O pecado de embriaguês torna-se mortal quando afeta de
país numa guerra justa não peca se mata. Uma guerra é insta: a) tal modo o bebedor que este já não sabe o que faz. Mas heber um
se se torna necessária para que uma nação defenda seus direitos em pouco mais da conta também pode ser um pecado mortal, se traz
matéria grave; b) se se recorre a ela em último extremo, uma vez más consequências: se prejudica a saúde, se causa escândalo ou se
esgotados todos os demais meios de dirimir a disputa; c) se se leva leva a des�urar os deveres para com Deus ou para com o próximo.
a cabo se.gundo os ditames das leis natural e internacional, e d) se Quem habitualmente bebe em excesso e se julga livre de pecado por
se suspende tão logo a nação a.gressora ofereça a satisfação devida. que amda conserva a noção do tempo, em geral engana-se a si mes
Na prática, toma-se às vezes muito difícil para o cidadão médio dizer mo; raras vezes a bebida habitual deixa de produzir um mal grave
à própria pessoa ou aos outros.
O QL\RTO E O Ql'I'>TO �1.\'\;DA�IE'\;TOS \ I'ID.\ f: DE DEUS 199
108
Somos responsáveis diante d(: D(:us t,da vida 4ue Ele nos deu, raçj o - ferveu-nos o sangue - e, portanto, pecado grave. Mas se
e por isso temos obrigação de cuidar da nossa saúde dentro de limi p.:rcebemos que a nossa ira é pecaminosa e a alentamo<;; e atiçamos
'
tes razoáveis. Expor-se a perigos deliberados ou desnecessários, não deliberadamente. o nosso pecado torna-se grave. Ou, se temos um
consultar o médico quando sabemos ou suspeitamos de uma doença carúta irascível, e o sabemos, e não fazemos nenhum esforço para
que tem cura, é faltarmos aos nossos deveres como administradores cnntrolá-lo, é muito fácil que cometamos um pecado mortal.
de Deus. Evidentemente, há pessoas que se preocupam demasiado Há um último ponto nos atentados ao quinto mandamento: o
com a sua saúde, que não se sentem felizes se nüo tomam algum mau exemplo. Se é pecado matar ou ferir o corpo do próximo,
remédio. São os hipocondríacos. O mal destas pcssoJs está na men matar ou ferir a sua alma é um pecado maior. Cada vez que mi
te, mais do que no corpo. e temos que compadecer-nos delas. pois nhas más palavras ou ações incitam alguém ao pecado, faço-me réu
seus males são muito reais para elas. de um pecado de escândalo, e o pecado de dar mau exemplo torna-se
A vida de tudo o corpo é mais importanl(: que a de qualquer mortal se o mal que dele se segue for grave. Tanto espiritual como
de suas partes; em consequência, é lícito extirpar um l')rgão para con fisicamente, sou o guardião de meu irmào.
servar a vida. Não há dúvida, pois, de que a amputaÇto de uma
perna gangrenada ou de um ovário canceroso � moralmente reta.
F. pecado, no entanto, mutilar o corpo desnecessariamente: e será
pecado mortal se a mutilaçào for séria em si ou nos seus efeitos.
O homem ou mulher que se submete voluntariamente a uma opera·
çüo dirigida diretamente a causar a esterilidade, comete um pecado
mortal, bem como o cirurgiüo que a re;J.Iiza. Alguns Estados têm
leis para a esterilização dos loucos ou débeis mentais. Tais leis
opõem-se à lei de Deus. já que nenhum governo tem o direito de
mutilar um inocente. A chamada "eutanásia'' - matar um do�.:: nte
incurável para pôr termo aos seus sofrimentos - é pecado grave. mes
mo que o próprio doente o peça. A vida L; de Dt'Us. Se uma doen
ça incurável é parte da provid�ncia de Deus para mtm. nem cu nem
ninguém tem o direito de distorcer esse plann.
Somos responsáveis diante d(: D(:us t,da vida 4ue Ele nos deu, raçj o - ferveu-nos o sangue - e, portanto, pecado grave. Mas se
e por isso temos obrigação de cuidar da nossa saúde dentro de limi p.:rcebemos que a nossa ira é pecaminosa e a alentamo<;; e atiçamos
'
tes razoáveis. Expor-se a perigos deliberados ou desnecessários, não deliberadamente. o nosso pecado torna-se grave. Ou, se temos um
consultar o médico quando sabemos ou suspeitamos de uma doença carúta irascível, e o sabemos, e não fazemos nenhum esforço para
que tem cura, é faltarmos aos nossos deveres como administradores cnntrolá-lo, é muito fácil que cometamos um pecado mortal.
de Deus. Evidentemente, há pessoas que se preocupam demasiado Há um último ponto nos atentados ao quinto mandamento: o
com a sua saúde, que não se sentem felizes se nüo tomam algum mau exemplo. Se é pecado matar ou ferir o corpo do próximo,
remédio. São os hipocondríacos. O mal destas pcssoJs está na men matar ou ferir a sua alma é um pecado maior. Cada vez que mi
te, mais do que no corpo. e temos que compadecer-nos delas. pois nhas más palavras ou ações incitam alguém ao pecado, faço-me réu
seus males são muito reais para elas. de um pecado de escândalo, e o pecado de dar mau exemplo torna-se
A vida de tudo o corpo é mais importanl(: que a de qualquer mortal se o mal que dele se segue for grave. Tanto espiritual como
de suas partes; em consequência, é lícito extirpar um l')rgão para con fisicamente, sou o guardião de meu irmào.
servar a vida. Não há dúvida, pois, de que a amputaÇto de uma
perna gangrenada ou de um ovário canceroso � moralmente reta.
F. pecado, no entanto, mutilar o corpo desnecessariamente: e será
pecado mortal se a mutilaçào for séria em si ou nos seus efeitos.
O homem ou mulher que se submete voluntariamente a uma opera·
çüo dirigida diretamente a causar a esterilidade, comete um pecado
mortal, bem como o cirurgiüo que a re;J.Iiza. Alguns Estados têm
leis para a esterilização dos loucos ou débeis mentais. Tais leis
opõem-se à lei de Deus. já que nenhum governo tem o direito de
mutilar um inocente. A chamada "eutanásia'' - matar um do�.:: nte
incurável para pôr termo aos seus sofrimentos - é pecado grave. mes
mo que o próprio doente o peça. A vida L; de Dt'Us. Se uma doen
ça incurável é parte da provid�ncia de Deus para mtm. nem cu nem
ninguém tem o direito de distorcer esse plann.
CAPÍTULO XIX
O certo é que o poder de procriar é um dom maravilhoso com
' que Deus dotou a humanidade. Deus não era obrigado a dividi-la
O SEXTO E O NONO �IANDAMEN'rOS em homens e mulheres. Podia tê-la formado com seres assexuados,
dando origem a cada corpo (como faz com a alma) por um ato
direto da sua vontade. Em vez disto, na sua bondade, dignou-se
fazer com que a humanidade participasse do seu poder criador, para
que pudessem existir as belas instituições do matrimônio e da pater
nidade; para que através da paternidade humana pudéssemos com
preender melhor a paternidade divina, sua justiça e sua providência,
e através da maternidade humana compreendêssemos melhor a ter
nura maternal de Deus, sua misericórdia e compaixão; desse modo
preparava também o caminho para a santa maternidade de Maria e
para que no futuro entendêssemos melhor a união entre Cristo e sua
Esposa, a Igreja.
O SEXTO E O NONO MANDAMENTOS Todas estas razões e muitas outras ocultas na profundidade da
sabedoria de Deus levaram-no a criar a humanidade dividida em
homens e mulheres. Situando-se como vértice, Deus estabeleceu uma
Há duas atitudes errôneas sobre o sexo, as duas bastante co
trindade criadora composta de esposo, esposa e Ele mesmo; os es
muns. Uma é a do moderno hedonista, daquele cuja máxima aspi
posos atuam como instrumentos de Deus na formação de um novo
Iação na vida é o prazer. O hedonista vê a capacidade sexual como
corpo humano, e Ele próprio se coloca de certa maneira à disposi
um objeto pessoal, de que não tem que prestar contas a ninguém.
ção de marido e mulher para criar a alma imortal desse minúsculo
Para ele (ou ela) a finalidade dos órgãos genitais é a sua satisfação
corpo que, debaixo de Deus, eles geram pelo amor.
pessoal e a sua gratificação física, e nada mais. Essa atitude é a
do solteiro farrista ou a da solteira fácil, que têm ligações amorosas, Assim é o sexo, assim é o matrimônio. s ndo obra de Deus,
I mas jamais amor. É também uma atitude que se encontra com fre
:
o sexo é por natureza bom, santo, sagrado. Nao é uma coisa má,
I quência entre os separados e os divorciados. sempre em busca de não é uma coisa vil e sórdida. O sexo torna-se mau e turvo so
novos mundos de prazer a conquistar. mente quando é arrancado do marco divino da paternidade potencia 1
A outra atitude errõnea é a daquele que pensa que tudo o que e do matrimônio. O poder de procriar e os órgãos genitais não
é sexual é baixo e feio, um mal necessário que manchou a raça trazem o estigma do mal; o mal provém da vontade pervertida,
humana. Sabe, é claro, que a faculdade de procriar deve ser usada que os desvia dos seus fins, que os usa como mero instrumento de
para perpetuar a humanidade, · mas, para ele, a união física entre prazer e satisfação, como um bêbado que se empanturra de cerveja,
marido e mulher continua sendo algo sujo, algo que mesmo em pen sorvendo-a de um cálice consagrado para o altar.
samento mal pode ser tolerado. Esta infeliz atitude mental é adqui O exercício da faculdade de procriar pelos esposos (os umcos
rida geralmente na infância, por uma educação errada dos país e a quem cabe esse exerdcio) não é pecado, como também não o é
mestres. Na sua ânsia de formá-los na pureza, os adultos incutem procurar e gozar o prazer do abraço conjugal. Pelo contrâri<'. Deus
nas crianças a idéia de que as partes íntimas do corpo são em essên .. uniu um grande prazer físico a esse ato para garantir a perpetuação
cia más e vergonhosas, em vez de ensinar-lhes que são dons de Deus,
do gênero humano. Se não surgisse esse impulso de desejo fi�ico
dons uue elas devem apreciar e reverenciar. A criança adquire assim nem houvesse a gratificação do prazer imediato, os esposos podenam
a noção turva de que o sexo é algo que as pessoas bem educadas mostrar-se renitentes em usar essa faculdade dada por Deus, ante a
jamais mencionam, nem �equer em casa e aos próprios pais. A pior perspectiva de terem que enfrentar as cargas de uma possível pate:
característica deste estado mental é que tende a perpetuar-se: a crian· nidade. O mandamento divino "crescei e multiplicai-vos" podena
ça assim deformada transmitirá por sua vez a idéia aos seus. Esta frustrar-se. Sendo um prazer dado por Deus, gozar dele não é pe
idéia errada do sexo derruba muitos casamentos que, de outros pon cado para o esposo e para a esposa, sempre que não se exclua dele,
tos de vista, seriam felizes. voluntariamente, o fim divino.
O SEXTO E O NONO MANDAMENTOS 201
CAPÍTULO XIX
O certo é que o poder de procriar é um dom maravilhoso com
' que Deus dotou a humanidade. Deus não era obrigado a dividi-la
O SEXTO E O NONO �IANDAMEN'rOS em homens e mulheres. Podia tê-la formado com seres assexuados,
dando origem a cada corpo (como faz com a alma) por um ato
direto da sua vontade. Em vez disto, na sua bondade, dignou-se
fazer com que a humanidade participasse do seu poder criador, para
que pudessem existir as belas instituições do matrimônio e da pater
nidade; para que através da paternidade humana pudéssemos com
preender melhor a paternidade divina, sua justiça e sua providência,
e através da maternidade humana compreendêssemos melhor a ter
nura maternal de Deus, sua misericórdia e compaixão; desse modo
preparava também o caminho para a santa maternidade de Maria e
para que no futuro entendêssemos melhor a união entre Cristo e sua
Esposa, a Igreja.
O SEXTO E O NONO MANDAMENTOS Todas estas razões e muitas outras ocultas na profundidade da
sabedoria de Deus levaram-no a criar a humanidade dividida em
homens e mulheres. Situando-se como vértice, Deus estabeleceu uma
Há duas atitudes errôneas sobre o sexo, as duas bastante co
trindade criadora composta de esposo, esposa e Ele mesmo; os es
muns. Uma é a do moderno hedonista, daquele cuja máxima aspi
posos atuam como instrumentos de Deus na formação de um novo
Iação na vida é o prazer. O hedonista vê a capacidade sexual como
corpo humano, e Ele próprio se coloca de certa maneira à disposi
um objeto pessoal, de que não tem que prestar contas a ninguém.
ção de marido e mulher para criar a alma imortal desse minúsculo
Para ele (ou ela) a finalidade dos órgãos genitais é a sua satisfação
corpo que, debaixo de Deus, eles geram pelo amor.
pessoal e a sua gratificação física, e nada mais. Essa atitude é a
do solteiro farrista ou a da solteira fácil, que têm ligações amorosas, Assim é o sexo, assim é o matrimônio. s ndo obra de Deus,
I mas jamais amor. É também uma atitude que se encontra com fre
:
o sexo é por natureza bom, santo, sagrado. Nao é uma coisa má,
I quência entre os separados e os divorciados. sempre em busca de não é uma coisa vil e sórdida. O sexo torna-se mau e turvo so
novos mundos de prazer a conquistar. mente quando é arrancado do marco divino da paternidade potencia 1
A outra atitude errõnea é a daquele que pensa que tudo o que e do matrimônio. O poder de procriar e os órgãos genitais não
é sexual é baixo e feio, um mal necessário que manchou a raça trazem o estigma do mal; o mal provém da vontade pervertida,
humana. Sabe, é claro, que a faculdade de procriar deve ser usada que os desvia dos seus fins, que os usa como mero instrumento de
para perpetuar a humanidade, · mas, para ele, a união física entre prazer e satisfação, como um bêbado que se empanturra de cerveja,
marido e mulher continua sendo algo sujo, algo que mesmo em pen sorvendo-a de um cálice consagrado para o altar.
samento mal pode ser tolerado. Esta infeliz atitude mental é adqui O exercício da faculdade de procriar pelos esposos (os umcos
rida geralmente na infância, por uma educação errada dos país e a quem cabe esse exerdcio) não é pecado, como também não o é
mestres. Na sua ânsia de formá-los na pureza, os adultos incutem procurar e gozar o prazer do abraço conjugal. Pelo contrâri<'. Deus
nas crianças a idéia de que as partes íntimas do corpo são em essên .. uniu um grande prazer físico a esse ato para garantir a perpetuação
cia más e vergonhosas, em vez de ensinar-lhes que são dons de Deus,
do gênero humano. Se não surgisse esse impulso de desejo fi�ico
dons uue elas devem apreciar e reverenciar. A criança adquire assim nem houvesse a gratificação do prazer imediato, os esposos podenam
a noção turva de que o sexo é algo que as pessoas bem educadas mostrar-se renitentes em usar essa faculdade dada por Deus, ante a
jamais mencionam, nem �equer em casa e aos próprios pais. A pior perspectiva de terem que enfrentar as cargas de uma possível pate:
característica deste estado mental é que tende a perpetuar-se: a crian· nidade. O mandamento divino "crescei e multiplicai-vos" podena
ça assim deformada transmitirá por sua vez a idéia aos seus. Esta frustrar-se. Sendo um prazer dado por Deus, gozar dele não é pe
idéia errada do sexo derruba muitos casamentos que, de outros pon cado para o esposo e para a esposa, sempre que não se exclua dele,
tos de vista, seriam felizes. voluntariamente, o fim divino.
202 U SEXTO E O XOXO \l.-1'\IJ.\\JEXIOS ,) SEXTO E O 1\or-.:o MAXDA�fENTOS 20.3
Mas, para muita gente - 1..! em algumas ocasiões para a maio A razão é muito clara. O poder de procriar ê o mais sagrado
na -, esse prazer dado por Dc:us pode <.:onverter-se em peo:ha de dos dons físicos do homem, o que mais diretamente se liga a Deus.
tropeço. Por causa do pecado original, o controle perfeito que a Este caráter sagrado faz que sua transgressão tenha maior malícia.
razão deveria exercei sobre o corpo c seus des�.?jos. está gravemente Se a isso acrescentamos que o ato sexual é a fonte da vida humana,
debilitado. Sob o impulso veemente da carne rebelde, surge uma compreenderemos que, se se envenena a fonte, envenena-se a huma
�lnsia de prazer sexual que prescinde dos fins de Deus e das estritas nidade. Este é o motivo por que Deus rodeou o ato sexual de uma
limitaçües que Ele estabeleceu (dentro do matrimCmio cristão) para muralha alta e sólida, com cartazes bem visíveis para todos: Proibida
o ato sexual. Em outra� palavras, somos tentados contra a virtude a passagem! Deus empenha-se em que o seu plano para a criação
da castidade. de novas vidas humanas não lhe seja tirado das mãos e se degrade
ao nível de instrumento de prazer e de excitação perversos. A única
Esta virtude é a que Deus nos pede no sexto c no nono manda ocasião em que um pecado contra a castidade pode ser venial é quan
mentos: ''Não cometerás adultério" e "não desejarás a mulher do do falta plena deliberação ou pleno consentimento.
teu próximo". Rcmemoremos que nos foi dada uma lista de man
dnmentos como ajuda para a memória: uns compartimentos pelos A matéria desta virtude difere da que é própria da virtude da
quais distribuir os diferentes deveres para com Deus. Cada manda modéstia. A modéstia não é a castidade, mas sua guardiã, a senti
mento menL·!nqa especificamente apenas um dos pecados mais graves nela que protege os acessos à fortaleza. A modéstia é uma virtude
contra a ., irtudc a pratk:ar ("não matarás", "não furtarás"), e sob que nos leva a abster-nos de açôes. palavras ou olhares que possam
esse cncabL\amento são agrupados todos os pecados e todos os de despertar o apetite sexual ilícito em nós mesmos ou em outros. As
vcn::s d�.:: natureza semelhante. Assim, é pecado nüo sú matar, como ações podem ser beijos, abraços ou carícias imprudentes; podem ser
também travar um dudo ou odiar; é pecado nüo só furtar, como tam formas de vestir atrevidas ou a leitura de escabrosos romances "mo
hém danificar a propriedade alheia ou cometer fraude. Do mesmo dernos". As palavras podem ser relatos sugestivos de cores fortes.
modo, é pecado não só cometer adultério - a rela-;J.o carnal quando cantar ou deleitar-se com canções obscenas ou de duplo sentido. Os
um ou os dois participantes são casados com terceiras pessoas -, olhares podem ser os que seguem banhistas de uma praia ou os que
como também cometer fornicação - a relaç;Io carnal entre duas se concentram numa janela indiscreta, a contemplação mórbida de
pesoas solteiras -: é pecado prati<:ar qualquer ação ddiberada, como fotografias ou desenhos em revistas ou folhi.nhas. É certo que "tudo
tocar-se a si mesmo ou tocar outra pessoa, com o propósito de des é limpo para os limpos", mas também quem é limpo deve evitar
pertar o apetite sexual fora da relação conjugal. É pecado não só tudo aquilo que ameace a sua pureza.
desejar a mulher do próximo, como também alimentar pensamentos Diferentemente dos pecados contra a castidade, os pecados con
ou desejos desonestos sobre qualquer pessoa. tra a modéstia podem ser veniais. Os atentados contra esta virtude,
que se proponham diretamente despertar um apetite sexual ilícito,
A castidade - ou pureza - é definida como a virtude moral �üo sempre pecado mortal. Excluindo esses, a gravidade dos peca
que regula rctamente toda expressão voluntária de prazer sexual den dos contra a modéstia depende da intenção do pecador, do grau em
tro do casamento e a exclui totalmenk fora do estado matrimonial. que a sua imodéstia excite movimentos sexuais, da gravidade do
Os pecados contra esta virtude diferem dos que atentam contra a escândalo causado.
maioria das demais virtudes num ponto muito importante: os pen Um aspecto da questão que todos devemos ter muito em con
samentos, palavras e ações contra a virtude da castidade, se forem ta é que Deus, ao estabelecer os meios para perpetuar a espécie
plenamente deliberados, são sempre pecado mortal. Uma pessoa pode humana, fez do homem varão o princípio ativo do ato procriador.
violar outras virtudes. inclusive deliberadamente. e. no entanto. pecar Por essa razão, os desejos masculinos acendem-se normalmente com
venialmente, se se trata de matéria leve. Uma pessoa pode ser ligei muito mais facilidade do que na mulher. Pode acontecer que uma
ramente intemperante. insincera ou desonesta. Mas ninguém pode moça, com toda a inocênda, faça umas meiguices carinhosas que
cometer um pecado leve contra a castidade se violar a virtude da rnra ela n:lo ser:w mais do que uma expansão romântica à luz da
pureza com pleno consentimento. Tanto nos pensamentos como nas lua. mas que para seu jovem companheiro serão ocasião de pecado
palavras ou ações, não há "matéria leve"; não há matéria irrelevante mortal . Na mesma linha de ignorante ino<.:ência, uma mulher pode
yuanto a esta virtude. atl'ntnr sem mú intenção contra a modéstia no vestir, simplesmente
202 U SEXTO E O XOXO \l.-1'\IJ.\\JEXIOS ,) SEXTO E O 1\or-.:o MAXDA�fENTOS 20.3
Mas, para muita gente - 1..! em algumas ocasiões para a maio A razão é muito clara. O poder de procriar ê o mais sagrado
na -, esse prazer dado por Dc:us pode <.:onverter-se em peo:ha de dos dons físicos do homem, o que mais diretamente se liga a Deus.
tropeço. Por causa do pecado original, o controle perfeito que a Este caráter sagrado faz que sua transgressão tenha maior malícia.
razão deveria exercei sobre o corpo c seus des�.?jos. está gravemente Se a isso acrescentamos que o ato sexual é a fonte da vida humana,
debilitado. Sob o impulso veemente da carne rebelde, surge uma compreenderemos que, se se envenena a fonte, envenena-se a huma
�lnsia de prazer sexual que prescinde dos fins de Deus e das estritas nidade. Este é o motivo por que Deus rodeou o ato sexual de uma
limitaçües que Ele estabeleceu (dentro do matrimCmio cristão) para muralha alta e sólida, com cartazes bem visíveis para todos: Proibida
o ato sexual. Em outra� palavras, somos tentados contra a virtude a passagem! Deus empenha-se em que o seu plano para a criação
da castidade. de novas vidas humanas não lhe seja tirado das mãos e se degrade
ao nível de instrumento de prazer e de excitação perversos. A única
Esta virtude é a que Deus nos pede no sexto c no nono manda ocasião em que um pecado contra a castidade pode ser venial é quan
mentos: ''Não cometerás adultério" e "não desejarás a mulher do do falta plena deliberação ou pleno consentimento.
teu próximo". Rcmemoremos que nos foi dada uma lista de man
dnmentos como ajuda para a memória: uns compartimentos pelos A matéria desta virtude difere da que é própria da virtude da
quais distribuir os diferentes deveres para com Deus. Cada manda modéstia. A modéstia não é a castidade, mas sua guardiã, a senti
mento menL·!nqa especificamente apenas um dos pecados mais graves nela que protege os acessos à fortaleza. A modéstia é uma virtude
contra a ., irtudc a pratk:ar ("não matarás", "não furtarás"), e sob que nos leva a abster-nos de açôes. palavras ou olhares que possam
esse cncabL\amento são agrupados todos os pecados e todos os de despertar o apetite sexual ilícito em nós mesmos ou em outros. As
vcn::s d�.:: natureza semelhante. Assim, é pecado nüo sú matar, como ações podem ser beijos, abraços ou carícias imprudentes; podem ser
também travar um dudo ou odiar; é pecado nüo só furtar, como tam formas de vestir atrevidas ou a leitura de escabrosos romances "mo
hém danificar a propriedade alheia ou cometer fraude. Do mesmo dernos". As palavras podem ser relatos sugestivos de cores fortes.
modo, é pecado não só cometer adultério - a rela-;J.o carnal quando cantar ou deleitar-se com canções obscenas ou de duplo sentido. Os
um ou os dois participantes são casados com terceiras pessoas -, olhares podem ser os que seguem banhistas de uma praia ou os que
como também cometer fornicação - a relaç;Io carnal entre duas se concentram numa janela indiscreta, a contemplação mórbida de
pesoas solteiras -: é pecado prati<:ar qualquer ação ddiberada, como fotografias ou desenhos em revistas ou folhi.nhas. É certo que "tudo
tocar-se a si mesmo ou tocar outra pessoa, com o propósito de des é limpo para os limpos", mas também quem é limpo deve evitar
pertar o apetite sexual fora da relação conjugal. É pecado não só tudo aquilo que ameace a sua pureza.
desejar a mulher do próximo, como também alimentar pensamentos Diferentemente dos pecados contra a castidade, os pecados con
ou desejos desonestos sobre qualquer pessoa. tra a modéstia podem ser veniais. Os atentados contra esta virtude,
que se proponham diretamente despertar um apetite sexual ilícito,
A castidade - ou pureza - é definida como a virtude moral �üo sempre pecado mortal. Excluindo esses, a gravidade dos peca
que regula rctamente toda expressão voluntária de prazer sexual den dos contra a modéstia depende da intenção do pecador, do grau em
tro do casamento e a exclui totalmenk fora do estado matrimonial. que a sua imodéstia excite movimentos sexuais, da gravidade do
Os pecados contra esta virtude diferem dos que atentam contra a escândalo causado.
maioria das demais virtudes num ponto muito importante: os pen Um aspecto da questão que todos devemos ter muito em con
samentos, palavras e ações contra a virtude da castidade, se forem ta é que Deus, ao estabelecer os meios para perpetuar a espécie
plenamente deliberados, são sempre pecado mortal. Uma pessoa pode humana, fez do homem varão o princípio ativo do ato procriador.
violar outras virtudes. inclusive deliberadamente. e. no entanto. pecar Por essa razão, os desejos masculinos acendem-se normalmente com
venialmente, se se trata de matéria leve. Uma pessoa pode ser ligei muito mais facilidade do que na mulher. Pode acontecer que uma
ramente intemperante. insincera ou desonesta. Mas ninguém pode moça, com toda a inocênda, faça umas meiguices carinhosas que
cometer um pecado leve contra a castidade se violar a virtude da rnra ela n:lo ser:w mais do que uma expansão romântica à luz da
pureza com pleno consentimento. Tanto nos pensamentos como nas lua. mas que para seu jovem companheiro serão ocasião de pecado
palavras ou ações, não há "matéria leve"; não há matéria irrelevante mortal . Na mesma linha de ignorante ino<.:ência, uma mulher pode
yuanto a esta virtude. atl'ntnr sem mú intenção contra a modéstia no vestir, simplesmente
204 O SEXTO E O NONO MA!\DAMENTOS
CAPÍTULO XX
por medir a força dos instintos sexuais masculinos pela sua própria.
Na nossa cultura contemporânea. há dois pontos fracos que nos O S.i'�TL\10 E O DtCDJO �L\-:-.;Dx�rE-:-.;TOS
devem chamar a atenção em se tratando da virtude da castidade.
Um é a prática - cada vez mais frequente - de saírem habitual
mente "bandos" de moços e moças. Inclusive nos primeiros anos
do ensino médio, formam-se pares que costumam sair juntos regu
larmente, trocam presentinhos, estudam e divertem-se juntos. Estas
situações prolongadas (sair frequentemente com a mesma pessoa do
sexo contrário por períodos de tempo consideráveis) são sempre um
perigo para a pureza. Para aqueles que têm.· idade suficiente para
contrair casamento, esse perigo está justificado; um noivado razoável
é necessário para se encontrar o companheiro idôneo para o casa I
mento. Mas, para os adolescentes, que ainda não têm condições
para casar-se, essa constaflle companhia é pecado, porque proporciona
I
j
ocasiões de pecado injustificadas, umas ocasiões que alguns pais O MEU E O TEU
"bobos" até fomentam, pensando que essa relação tem "graça".
Outra forma de companhia constante que, por sua própria natu Í'. pecado que um faminto furte um pão, mesmo que tenha de
reza, é pecaminosa é a de avistar-se com pessoas separadas ou quebrar uma vitrina para o fazer? É pecado que um operário furte
divorciadas. Um encontro com um divorciado (ou uma divorciada) ferramentas da oficina ern que trabalha, se todo mundo o faz? Se
pode ser suficiente para que o coração se apegue e se chegue facil urna mulher encontra um anel de diamantes e ninguém o reclama,
mente a um pecado de adultério ou, pior ainda, a uma vida de pode ficar com ele? É imoral comprar pneus a um preço de pe·
permanente adultério ou a um "casamento" fora da Igreja. chincha, se se suspeita que são roubados? O sétimo mandamento
ela lei de Deus diz: "Não roubarás", e parece um mandamento muito
Às vezes, em momentos de grave tentação, podemos pensar que claro à primeira vista. Mas logo começam a chegar os ''mas" e os
este dom maravilhoso de procriar que Deus nos deu é uma bênção "ainda que", e já nada parece tão claro.
discutível. Em momentos assim, temos que recordar duas coisas: Antes de começarmos a examinar este mandamento, podemos
primeiro, que não há virtude autêntica nem hondade verdadeira tratar do décimo - "Não cobiçarás os bens alheios" - muito rapi
sem esforço. Uma pessoa que nunca sofresse tentações não poderia damente. O décimo mandamento é companheiro do sétimo, como
jamais ser chamada virtuosa no sentido comum (não no teológico) o nono o é do sexto. Em ambos os casos se nos proíbe fazer em
da palavra. Deus pode, naturalmente, conceder a alguém um grau pensamento o que nos é proibido na ação. Assim, não só é pecado
excelso de virtude sem a prova da tentação, como foi o caso de roubar corno também é pecado querer roubar, desejar tirar e con
Nossa Mãe Santa Maria. Mas o normal é que, precisamente por . .
servar o que pertence ao próximo .
I Tudo o que digamos sobre a natureza e a gravidade das ações
suas vitórias sobre fortes tentações, uma pessoa se torne virtuosa e
adquira méritos para o céu. contra este mandamento aplica-se também ao desejo correspondente,
Também devemos lembrar-nos de que, quanto maior for a ten exceto que neste caso não se nos exige restituição. Este ponto deve
tação, maior será a graça que Deus nos dará se a pedirmos e acei ser tido em conta em todos os mandamentos: que o pecado se
tarmos. se lutarmos· por todos os meios ao nosso alcance. Deus nunca comete no momento em que deliberadamente se deseja ou se decide
permite que sejamos tentados acima da nossa força de resistência cometê-lo. Realizar a ação agrava a culpa, mas o pecado já foi
(com a sua graça). Ninguém pode dizer: "Pequei porque não pude cometido no instante em que se tomou a de>:isão (fu se consentiu no
desejo. Por exemplo, se decido roubar uma coisa assim que se apre
resistir". O que está ao nosso alcance é evitar os perigos desnecessá
se nte a ocasião, e esta nunca aparece, impedindo-me de levar avante
rios; sermos constantes na oração, especialmente nos momentos de fra
queza; frequentar a Missa e a Sagrada Comunhão; ter urna profunda o meu propósito, esse pecado de intenção de roubar gravará a minha
r, sincera devoção por Maria. Mãe Puríssima.
consciência.
204 O SEXTO E O NONO MA!\DAMENTOS
CAPÍTULO XX
por medir a força dos instintos sexuais masculinos pela sua própria.
Na nossa cultura contemporânea. há dois pontos fracos que nos O S.i'�TL\10 E O DtCDJO �L\-:-.;Dx�rE-:-.;TOS
devem chamar a atenção em se tratando da virtude da castidade.
Um é a prática - cada vez mais frequente - de saírem habitual
mente "bandos" de moços e moças. Inclusive nos primeiros anos
do ensino médio, formam-se pares que costumam sair juntos regu
larmente, trocam presentinhos, estudam e divertem-se juntos. Estas
situações prolongadas (sair frequentemente com a mesma pessoa do
sexo contrário por períodos de tempo consideráveis) são sempre um
perigo para a pureza. Para aqueles que têm.· idade suficiente para
contrair casamento, esse perigo está justificado; um noivado razoável
é necessário para se encontrar o companheiro idôneo para o casa I
mento. Mas, para os adolescentes, que ainda não têm condições
para casar-se, essa constaflle companhia é pecado, porque proporciona
I
j
ocasiões de pecado injustificadas, umas ocasiões que alguns pais O MEU E O TEU
"bobos" até fomentam, pensando que essa relação tem "graça".
Outra forma de companhia constante que, por sua própria natu Í'. pecado que um faminto furte um pão, mesmo que tenha de
reza, é pecaminosa é a de avistar-se com pessoas separadas ou quebrar uma vitrina para o fazer? É pecado que um operário furte
divorciadas. Um encontro com um divorciado (ou uma divorciada) ferramentas da oficina ern que trabalha, se todo mundo o faz? Se
pode ser suficiente para que o coração se apegue e se chegue facil urna mulher encontra um anel de diamantes e ninguém o reclama,
mente a um pecado de adultério ou, pior ainda, a uma vida de pode ficar com ele? É imoral comprar pneus a um preço de pe·
permanente adultério ou a um "casamento" fora da Igreja. chincha, se se suspeita que são roubados? O sétimo mandamento
ela lei de Deus diz: "Não roubarás", e parece um mandamento muito
Às vezes, em momentos de grave tentação, podemos pensar que claro à primeira vista. Mas logo começam a chegar os ''mas" e os
este dom maravilhoso de procriar que Deus nos deu é uma bênção "ainda que", e já nada parece tão claro.
discutível. Em momentos assim, temos que recordar duas coisas: Antes de começarmos a examinar este mandamento, podemos
primeiro, que não há virtude autêntica nem hondade verdadeira tratar do décimo - "Não cobiçarás os bens alheios" - muito rapi
sem esforço. Uma pessoa que nunca sofresse tentações não poderia damente. O décimo mandamento é companheiro do sétimo, como
jamais ser chamada virtuosa no sentido comum (não no teológico) o nono o é do sexto. Em ambos os casos se nos proíbe fazer em
da palavra. Deus pode, naturalmente, conceder a alguém um grau pensamento o que nos é proibido na ação. Assim, não só é pecado
excelso de virtude sem a prova da tentação, como foi o caso de roubar corno também é pecado querer roubar, desejar tirar e con
Nossa Mãe Santa Maria. Mas o normal é que, precisamente por . .
servar o que pertence ao próximo .
I Tudo o que digamos sobre a natureza e a gravidade das ações
suas vitórias sobre fortes tentações, uma pessoa se torne virtuosa e
adquira méritos para o céu. contra este mandamento aplica-se também ao desejo correspondente,
Também devemos lembrar-nos de que, quanto maior for a ten exceto que neste caso não se nos exige restituição. Este ponto deve
tação, maior será a graça que Deus nos dará se a pedirmos e acei ser tido em conta em todos os mandamentos: que o pecado se
tarmos. se lutarmos· por todos os meios ao nosso alcance. Deus nunca comete no momento em que deliberadamente se deseja ou se decide
permite que sejamos tentados acima da nossa força de resistência cometê-lo. Realizar a ação agrava a culpa, mas o pecado já foi
(com a sua graça). Ninguém pode dizer: "Pequei porque não pude cometido no instante em que se tomou a de>:isão (fu se consentiu no
desejo. Por exemplo, se decido roubar uma coisa assim que se apre
resistir". O que está ao nosso alcance é evitar os perigos desnecessá
se nte a ocasião, e esta nunca aparece, impedindo-me de levar avante
rios; sermos constantes na oração, especialmente nos momentos de fra
queza; frequentar a Missa e a Sagrada Comunhão; ter urna profunda o meu propósito, esse pecado de intenção de roubar gravará a minha
r, sincera devoção por Maria. Mãe Puríssima.
consciência.
206 O Sf:TJ\10 E O Df:CJ\10 \IA:\DA\I
E'.TOS
(J \JFl F U TEl
Portanto. a que obnga :?.07
<-!LJLÚ. dc.., apar....\'3...
o sétimo mandamento
F tn m hém pecam
·
pral!quemos a 'lrttJde da JUS ? Exige-nos que
(�e�rawlmn
v
lL'Illpll d a �..·mprc:-.a.
o que é seu. o que pcrdlí.;
(llJ nilo rendem um
Pode-se vio lar esta virt lhe é devido. o
ju:-.to saUrio que rece
ude de mu itas maneira iusto dia de trabal
pelo pecado de roubo. s. Em primeiro lugar, ho pelo
hem.
on!ltarnente. ou rapina
que é furto quando
se se tomam com VJO _
.
�
s: t1 :am os ens alhe _
iOs Os L'mprcga(hl,.., púhlic
os são outra cat
iencia e mamf st� men L'cssitam de prL'cau�.;.-tn r:goria de pes
soas que ne
Rouhar é tirar ou � te. Hc.'. te mandament
reter voluntariamente,
co lhiU n s c pag ns par a
contra o dtretto e a o. Estes empregad
ra?oável vontade do os sJ.o es
próximo. aquilo que executar as lt:i s e
direito c a razoável von
lhe pertence. "Contra o hlico_.., L\lf1l imparcia adm ini str ar os 3ss
untos pú
tade do próximo" é um lidade e prudência
a cláusula importante , para o hem com
A vida é ma is importa . os cidad�!Ps. Lm em um de todos
nte que a propriedad pregado público que
e. Não é razoável re to habilmemc qu e o aceite subornos-
cusanno-nos a dar a s disfarce - em por mu i
�'o:t (1,., l'lliJcida
alguém algo de que tro ca de favores políticos
vida. Assim, o fam precisa para salv ar a
. atr ai
into que toma um pão . s.ua d:'to'> que o ele
geram ou dçsign
cue , não rouba. O fug1ttvo (l s0tinw manda aram. e peca co
1 se apossa de um car mento . Também fJLTa que ntra
ro ou de um barco
guidorc> que lhe am para escapar dos per prcgadns inferiores m exige presen tes
eaçam a vida ou a libe se . de em
rdade, não rouba.
Esta cláusula disüngu
e também roubar de
o me u vizinho não tomar emprestado . Se Duas no \ as dens
está em casa e pego as contra a justú;
da sua garagem um a pecados mais comuns a comp letam o
mentas par a rep ara r � fer�a contra o s�timn quadro dos
me u automóvel, sabend
ção, é claro que não o que ele não fa �1 obj hcns que sabemos mandamento. Uma é aceit a r
roubo. � e serem roubados,
Mas é igualmente clar quer os receba mos
tomar emprestada um o que e 1moral pagando. Nesta matéria. uma de graça ou
a coisa quando sei que suspeita funda da
dificuldades nisso. O o seu propnetár JO po L'imcntn. Aos equiv ale ao conhe
empregado que toma :ta olhos de DetJs,
quem recebe bens
da que pense devolv emprestado da cmx .
a, am pado como o l a roub ados é tão
-"L·rn fazer um
er algum dia esse "em d rüo. Também é pecado cul
Seguindo o princípio
de que tudo o que
préstimo" é réu de
: peca o·? f'sfon;o razoável
ficar com objeto s
para encontrar o
achados
contra a sua vontad seja pnvar a l guem, dida deste csfon;o proprietário. A
e, do que lhe perten (perguntar e anun me
ce, se for fe1to deh da coisa; e o ciar) dcpendaá.
mente, é pecado, berada proprietárüJ, se é claro. do valor
já vemos que, alé m . apar ecer. tem
de roubar, há mu itas quem encontrou obriga ção de reem
de vio lar o sétimo maneuas o objet o. de bolsar
mandamento. Não todos os gastos
cumprir um contrat lhe tenham ocasi que suas dil igê
acordo de negócios, o ou um onado. ncias
se causa prejuízos
pecado. Também à outra parte contrat
o é assumir dívida ante, é
s sabendo que não
pagar: é pecado muito com se poderão Não s� pode
um nestes tempos medir o dano moral
vive acima de sua em que tanta <•ht..:r o seu total com uma fita
s possibilidades. Igu ?�nte numa máqui na métrka, nem
almente é pecado pergun ta: "A partir de somar. Assim,
ou destruir deliberad damftcar de quanto um quan do alguém
amente a proprieda pecado é mortal
de alh eia . resposta preparada ?", não há uma
e insta
ntânea . Não podemos
A seguir, vêm os bo só chega a
pecados de fra cd e: 2.999 cruzeiros . é peca dizer: "Se o rou
pertence, usando de pri var alguém do que
lhe jü é peca do mortal do veni al: de
3.000 para cima,
.I
engano. Incluem- ". Só se pode
meio das qua is se se neste grupo as de algo de pouc falar em geral e
práticas por dizer que o roubo
rouba no peso, nas o valor será peca
vendem produtos
ocultam defeitos da
de qua lida de inferio
r
medidas ou no tro
sem reduzir o pre
co, ou se
ço, ou se
I será pecado mort
Isto . como é natu
al (que r esse
do venial. e que rouba
gran de valor seja
r algo valio so
relativo
nu ahso/utn).
mercadoria (os ven ral, aplica -se tanto
mão, bem como tod dedores de carros ao furto propr iamen
de segunda oos demais peca te dito como
os os vendedores, do> contra a propr
ou se vende com devem precaver-se iedade : rapin a,
margens de lucro contra isto), de bens rouba fraude , receptação
exo dos. ck.
falsa, ou se vendem rbitantes, ou se pas
relativo
produtos adulterado sa moeda Quando falamos
s: numa palavra, do valor
sistemas de tornar todos os �eu valor consid de uma coisa,
-se rico do dia par erada s as circu referi mo-rws ao
na sociedade modern a a noite, que tan nstân cias. Para um operário
to abu nda m mília a manter. a
a. Ou tra forma perda de um com fa
justo, recusando de fra ud e é não pag uma perda consid dia de traba lho
aos trabalhadores ar o sal ári o será normalmente
e em erftve l . Roubá-lo ou enga
para viverem, pregados o salário suf deria ser facilmente ná-lo no equivalente
aproveitando-se de iciente po
que o excesso de mã pecado morta l.
mercado permit o de obra no tra a propriedade A grav idade de
e ao patrão diz mede-se, pois , tanto um pecado con
er: "Se você não gosta pelo dano que caus
de trabalhar prietário como a ao pro
pelo valor real do
objeto em quest
ão.
206 O Sf:TJ\10 E O Df:CJ\10 \IA:\DA\I
E'.TOS
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o me u vizinho não tomar emprestado . Se Duas no \ as dens
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Mas é igualmente clar quer os receba mos
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préstimo" é réu de
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mente, é pecado, berada proprietárüJ, se é claro. do valor
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de vio lar o sétimo maneuas o objet o. de bolsar
mandamento. Não todos os gastos
cumprir um contrat lhe tenham ocasi que suas dil igê
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A seguir, vêm os bo só chega a
pecados de fra cd e: 2.999 cruzeiros . é peca dizer: "Se o rou
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lhe jü é peca do mortal do veni al: de
3.000 para cima,
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do venial. e que rouba
gran de valor seja
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mercadoria (os ven ral, aplica -se tanto
mão, bem como tod dedores de carros ao furto propr iamen
de segunda oos demais peca te dito como
os os vendedores, do> contra a propr
ou se vende com devem precaver-se iedade : rapin a,
margens de lucro contra isto), de bens rouba fraude , receptação
exo dos. ck.
falsa, ou se vendem rbitantes, ou se pas
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produtos adulterado sa moeda Quando falamos
s: numa palavra, do valor
sistemas de tornar todos os �eu valor consid de uma coisa,
-se rico do dia par erada s as circu referi mo-rws ao
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justo, recusando de fra ud e é não pag uma perda consid dia de traba lho
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para viverem, pregados o salário suf deria ser facilmente ná-lo no equivalente
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que o excesso de mã pecado morta l.
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e ao patrão diz mede-se, pois , tanto um pecado con
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de trabalhar prietário como a ao pro
pelo valor real do
objeto em quest
ão.
O Sf:TL\10 E O Df:Cl\10 \1:\ '\DA\IE:'<TUS o �!EU E O TEU 209
Mas. ao aprcL·iJrmos o valor de um objeto (ou de uma soma a importância total chegar a ser, somadas todas as parcelas, matéria
tk dinheiro). chegaremos a um ponto em que toda pessoa razoável pet:aminosa grave.
L·nnu1rdará no que 0 um valor considerável. quer seja pobre ou rica Há certos princípios fundamentais que regem as questões de res
c1 pesso a que sofre a perda. Este valor é o que denominaremos tituição. O primeiro deles é que a restituição deve ser feita à pessoa
ahso/utu, um valor que não depende das circunstâncias. E neste lJIU! sofreu a perda ou aos seus herdeiros, se aquela faleceu. E, su
ponto a fronteira entre pecado mortal e pecado venial é conhecida pondo que não se pôde encontrar a pessoa e que seus herdeiros
somente por Deus. Nós podemos dizer com certeza que roubar dez s�.:jam desconhecidos, aplica-se outro princípio: ninguém pode bene
cruzeiros é pecado venial. e que roubar dez mil, ainda que o proprie ficiar-se com a injustiça. Se o proprietário é desconhecido ou não
tário seja a General Motors. é pecado mortal. Mas ninguém pode púde ser encontrado, a restituição deverá ser feita doando os bene
dixer exatamente onde traçar a linha divisória. Há uns dez anos, fícios ilícitos a instituiçôes beneficentes, apostólicas, etc. Não se exi�
os teólogos estavam de acordo em afirmar que o rouho de três ou ge que quem restitui dê a conhecer a sua injustiça e com isso arruíne
quatro mil cruzeiros era matéria grave absoluta. e que uma InJUstiça a sua reputação: pode restituir anonimamente, pelo correio, por
por essa importância era geralmente pecado mortal. No entanto, um meio de um terceiro ou por qualquer outro sistema que proteja o
cruzeiro de hoje nüo vale a mesma coisa que um cruzeiro de há seu hom nome. Também não se exige que, para efetuar essa resti
dez anos, e os livros de teologia não podem ser revisados cada seis tuição, a pessoa se prive a si mesma ou prive a família dos meios
meSes segundo os índices do "custo de vida". A conclusão evidente para atender às necessidades ordinárias da vida. Seria uma péssima
e que, se formos escrupulosamente honrados no nosso relacionamento conduta esbanjar dinheiro em luxos ou caprichos, e não fazer a
com o próximo, nunca teremos que perguntar: "Isto é pecado mor restituição. Mas isto também não quer dizer que sejamos obrigados
tal ou venial?" Para quem peque contra a justiça, outra conclusão a viver do ar e a dormir debaixo de uma ponte até que tenhamos
também evidente é que deve arrepender-se do seu pecado, confessá-lo, feito a restituição.
reparar a injustiça e não tornar a cometê-lo. Outro princípio é que, se se roubou um objeto, é esse mesmo
objeto que deve ser devolvido ao proprietário, junto com qualquer
E isto traz a lume a questão da restituição, quer dizer, a neces outro ganho natural que dele tiver resultado: os bezerros, por exem
sidade de ressarcir os prejuízos causados pelo que adquirimos ou
plo, se o que se roubou foi uma vaca. Só se esse objeto não existir
danificamos injustamente. O verdadeiro arrependimento doo pecados
mais ou estiver estragado e não fôr possível repará-lo, é que se pode
cometidos contra o sétimo mandamento deve incluir sempre a inten fazer a restituição entregando o seu valor em dinheiro.
ção de reparar táo logo seja possível (aqui e agora, se se pode) todas Talvez se tenha dito já o suficiente para fazermos uma idéia des
as consequências da nossa injustiça. Sem essa sincera intenção por
tas questões de justiça e direitos, que às vezes podem tomar-se com
parte do penitente, o sacramento da Penitência é impotente para per
plicadas. Por isso não nos devemos surpreender se até o sacerdote
doar um pecado de injustiça. Se o pecado foi mortal e o ladrão ou
tiver que consultar seus livros de teologia nestas matérias.
aproveitador morre sem ter feito nenhuma tentativa de restituir o
alheio, embora pudesse fazê-lo, morre em estado de pecado mortal.
Malbaratou a sua felicidade eterna, trocando-a pelos seus lucros in
justos.
Mesmo os pecados veniais de injustiça não podem ser perdoados
se não se restitui ou não se faz o propósito sincero de restituir.
Quem morre sem reparar os seus pequenos furtos ou fraudes, verifi
cará que o preço que as suas velhacarias lhe custarão no purgatório
excede de longe os benefícios ilícitos que teve na vida. E, a este pro
pósito, será bom mencionar de passagem que mesmo os pequenos
furtos podem constituir um pecado mortal, se se cometem numa sé-·
rie contínua durante um período curto de tempo, de modo que o
total seja consideráveL Uma pessoa que se apodera injustamente de
50 a 100 cruzeiros cada semana, será réu de pecado mortal quando
O Sf:TL\10 E O Df:Cl\10 \1:\ '\DA\IE:'<TUS o �!EU E O TEU 209
Mas. ao aprcL·iJrmos o valor de um objeto (ou de uma soma a importância total chegar a ser, somadas todas as parcelas, matéria
tk dinheiro). chegaremos a um ponto em que toda pessoa razoável pet:aminosa grave.
L·nnu1rdará no que 0 um valor considerável. quer seja pobre ou rica Há certos princípios fundamentais que regem as questões de res
c1 pesso a que sofre a perda. Este valor é o que denominaremos tituição. O primeiro deles é que a restituição deve ser feita à pessoa
ahso/utu, um valor que não depende das circunstâncias. E neste lJIU! sofreu a perda ou aos seus herdeiros, se aquela faleceu. E, su
ponto a fronteira entre pecado mortal e pecado venial é conhecida pondo que não se pôde encontrar a pessoa e que seus herdeiros
somente por Deus. Nós podemos dizer com certeza que roubar dez s�.:jam desconhecidos, aplica-se outro princípio: ninguém pode bene
cruzeiros é pecado venial. e que roubar dez mil, ainda que o proprie ficiar-se com a injustiça. Se o proprietário é desconhecido ou não
tário seja a General Motors. é pecado mortal. Mas ninguém pode púde ser encontrado, a restituição deverá ser feita doando os bene
dixer exatamente onde traçar a linha divisória. Há uns dez anos, fícios ilícitos a instituiçôes beneficentes, apostólicas, etc. Não se exi�
os teólogos estavam de acordo em afirmar que o rouho de três ou ge que quem restitui dê a conhecer a sua injustiça e com isso arruíne
quatro mil cruzeiros era matéria grave absoluta. e que uma InJUstiça a sua reputação: pode restituir anonimamente, pelo correio, por
por essa importância era geralmente pecado mortal. No entanto, um meio de um terceiro ou por qualquer outro sistema que proteja o
cruzeiro de hoje nüo vale a mesma coisa que um cruzeiro de há seu hom nome. Também não se exige que, para efetuar essa resti
dez anos, e os livros de teologia não podem ser revisados cada seis tuição, a pessoa se prive a si mesma ou prive a família dos meios
meSes segundo os índices do "custo de vida". A conclusão evidente para atender às necessidades ordinárias da vida. Seria uma péssima
e que, se formos escrupulosamente honrados no nosso relacionamento conduta esbanjar dinheiro em luxos ou caprichos, e não fazer a
com o próximo, nunca teremos que perguntar: "Isto é pecado mor restituição. Mas isto também não quer dizer que sejamos obrigados
tal ou venial?" Para quem peque contra a justiça, outra conclusão a viver do ar e a dormir debaixo de uma ponte até que tenhamos
também evidente é que deve arrepender-se do seu pecado, confessá-lo, feito a restituição.
reparar a injustiça e não tornar a cometê-lo. Outro princípio é que, se se roubou um objeto, é esse mesmo
objeto que deve ser devolvido ao proprietário, junto com qualquer
E isto traz a lume a questão da restituição, quer dizer, a neces outro ganho natural que dele tiver resultado: os bezerros, por exem
sidade de ressarcir os prejuízos causados pelo que adquirimos ou
plo, se o que se roubou foi uma vaca. Só se esse objeto não existir
danificamos injustamente. O verdadeiro arrependimento doo pecados
mais ou estiver estragado e não fôr possível repará-lo, é que se pode
cometidos contra o sétimo mandamento deve incluir sempre a inten fazer a restituição entregando o seu valor em dinheiro.
ção de reparar táo logo seja possível (aqui e agora, se se pode) todas Talvez se tenha dito já o suficiente para fazermos uma idéia des
as consequências da nossa injustiça. Sem essa sincera intenção por
tas questões de justiça e direitos, que às vezes podem tomar-se com
parte do penitente, o sacramento da Penitência é impotente para per
plicadas. Por isso não nos devemos surpreender se até o sacerdote
doar um pecado de injustiça. Se o pecado foi mortal e o ladrão ou
tiver que consultar seus livros de teologia nestas matérias.
aproveitador morre sem ter feito nenhuma tentativa de restituir o
alheio, embora pudesse fazê-lo, morre em estado de pecado mortal.
Malbaratou a sua felicidade eterna, trocando-a pelos seus lucros in
justos.
Mesmo os pecados veniais de injustiça não podem ser perdoados
se não se restitui ou não se faz o propósito sincero de restituir.
Quem morre sem reparar os seus pequenos furtos ou fraudes, verifi
cará que o preço que as suas velhacarias lhe custarão no purgatório
excede de longe os benefícios ilícitos que teve na vida. E, a este pro
pósito, será bom mencionar de passagem que mesmo os pequenos
furtos podem constituir um pecado mortal, se se cometem numa sé-·
rie contínua durante um período curto de tempo, de modo que o
total seja consideráveL Uma pessoa que se apodera injustamente de
50 a 100 cruzeiros cada semana, será réu de pecado mortal quando
SO A \'ERDADE 211
fôr por ódio à pessoa difamada, o pecado será mortal. Se se ataca caso poderá ser falso. mas não é uma mentira: é um meio lícito de
a fama de alguém na nossa presença, nosso dever é cortar a con� auto-defesa quando não resta alternativa.
'
versa, ou, pelo menos, mostrar pela nossa atitude que o tema nào Também niío há obrigação de dizer sempre toda a verdade. In
nos interessa. fdizmcnte. há muitos xaetas neste mundo, que perguntam o que
rüo têm o direito de saber. É perfeita'l1cnte legítimo dar a tais pes
O insulto pessoal (os teólogos preferem chamá-lo "contumélia") soas uma resposta evasiva. Se alguém me pergunta quanto dinheiro
c outro pecado contra o oitavo mandamento, que se comete contra trago comigo (e suspeito de que se trata de uma "facada"), e eu
o próximo na sua presença, e que se reveste de muitas formas. Por lhe respondo que trago mil cruzeiros quando na realidade tenho dez
palavras ou obras, podemos recusar-lhe as manifestações de respeito e mil, não minto. Tenho mil cruzeiros, mas não menciono os outros
amizade que lhe são devidas. como, por exemplo, voltar-lhe as costas nove mil que também tenho. Mas seria uma mentira, é claro, afir
ou ignorar-lhe a mão estendida, falar-lhe de modo grosseiro ou mar que tenho dez mil cruzeiros quando só tenho mil.
desconsiderado, dirigir-lhe apelidos pejorativos. Um pecado pa
recido de grau menor é esse criticismo depreciativo, que encontra Há frases convencionais que aparentemente são mentiras, mas
faltas em tudo e que, para muitas pessoas, parece constituir um hábito não o são na realidade porque toda pessoa inteligente sabe o que
profundamente arraigado. significam. "Não sei" é um exemplo dessas frases. Qualquer pes
soa de inteligência média sabe que dizer "não sei" pode significar
A intriga é também um pecado contra o oitavo mandamento. duas coisas: que realmente desconheço aquilo que me perguntam, ou
É o pecado do mexeriqueiro que semeia discórdia, que corre a dizer que não estou em condições de revelá-lo. É a resposta do sacerdote
a Pedro o que João comentou dele. Também neste caso a intriga - do médico, do advogado ou do parente -, quando alguém pro
se faz preceder geralmente de um "acho que te conviria saber ... ", cura tirar-lhe uma informação confidencial. Outra frase similar é:
quando, muito pelo contrário, seria melhor que Pedro ignorasse essa "não está em casa". "Não estar em casa" pode significar que a pessoa
alusão que João fez acerca dele, uma alusão que talvez lhe tenha saiu efetivamente, ou que não recebe visitas. Se a menina, ao abrir
rscapado por descuido ou num momento de irritação. "Bem-aven- a porta, diz ao visitante que mamãe não está em casa, não mente:
1urados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus": eis não há por que dizer que mamãe está no banho ou corando a roupa.
uma boa citação para recordar nestas ocasiões. Quem se engana com frases como esta (ou outras parecidas de uso
corrente) não é enganado: engana-se a si mesmo.
Uma mentira simples, que não causa prejuízo nem se diz sob O mesmo princípio se aplica a quem aceita como verídica uma
juramento, é pecado veniaL Deste tipo costumam ser as que se ou· história contada como piada, que qualquer pessoa com um pouco de
vem aos fanfarrões (e, muitas vezes, aos apaixonados pela pesca). talento percebe imediatamente. Por exemplo, se afirmo que na minha
Como também as mentira& que se dizem para evitar uma situação terra o milho cresce tanto que a colheita tem que ser feita de heli
embaraçosa para a própria pessoa ou para outros. Também se in cóptero, quem o tome literalmente está-se enganando a si mesmo.
cluem aqui as que são contadas pelos brincalhões zombeteiros. Mas, No entanto, essas mentiras jocosas podem tornar-se verdadeiras men�
seja qual for a motivação de uma mentira, não dizer a verdade é tiras se não fica claro para as pessoas que a história contada é uma
sempre pecado. Deus nos deu o dom de podermos comunicar nos brincadeira.
sos pensamentos para que manifestemos sempre a verdade. De cada
vez que, por palavras ou obras, divulgamos uma falsidade, abusamos Outro possível pecado contra o oitavo mandamento é revelar
de um dom divino e pecamos. os segredos que nos foram confiados. A obrigação de guardar um
Daí se segue que não existem as "mentirinhas brancas" nem as segredo pode surgir de uma promessa feita, da própria profiss ão (mé
mentiras inócuas. Um mal moral, mesmo o mal moral de um pe dicos, advogados, jornalistas, etc) ou simplesmente porque a caridade
cado venial, é maior que qualquer mal físico. Não é lícito cometer profbe que eu divulgue o que pode ofender ou ferir o próximo. AJJ
um pecado venial, nem mesmo para salvar da destruição o mundo únicas circunstâncias que permitem revelar segredos sem pecar são
i nteiro. No entanto, deve-se também mencionar que posso não dizer aquelas que tornam nocessârio fazê-lo para prevenir um mal maior
a verdade sem pecar quando injustamente procuram averiguar por à comunidade. a um terceiro inocente ou à próp ria pessoa que me
meu intermédio alguma coisa sobre mim. O que venha a dizer neste comunicou o segredo. Inclui-se neste tipo de pecados ler a corres-
212 O OITAVO MANDAMENTO SO A VERDADE 213
fôr por ódio à pessoa difamada, o pecado será mortal. Se se ataca caso poderá ser falso. mas não é uma mentira: é um meio lícito de
a fama de alguém na nossa presença, nosso dever é cortar a con� auto-defesa quando não resta alternativa.
'
versa, ou, pelo menos, mostrar pela nossa atitude que o tema nào Também niío há obrigação de dizer sempre toda a verdade. In
nos interessa. fdizmcnte. há muitos xaetas neste mundo, que perguntam o que
rüo têm o direito de saber. É perfeita'l1cnte legítimo dar a tais pes
O insulto pessoal (os teólogos preferem chamá-lo "contumélia") soas uma resposta evasiva. Se alguém me pergunta quanto dinheiro
c outro pecado contra o oitavo mandamento, que se comete contra trago comigo (e suspeito de que se trata de uma "facada"), e eu
o próximo na sua presença, e que se reveste de muitas formas. Por lhe respondo que trago mil cruzeiros quando na realidade tenho dez
palavras ou obras, podemos recusar-lhe as manifestações de respeito e mil, não minto. Tenho mil cruzeiros, mas não menciono os outros
amizade que lhe são devidas. como, por exemplo, voltar-lhe as costas nove mil que também tenho. Mas seria uma mentira, é claro, afir
ou ignorar-lhe a mão estendida, falar-lhe de modo grosseiro ou mar que tenho dez mil cruzeiros quando só tenho mil.
desconsiderado, dirigir-lhe apelidos pejorativos. Um pecado pa
recido de grau menor é esse criticismo depreciativo, que encontra Há frases convencionais que aparentemente são mentiras, mas
faltas em tudo e que, para muitas pessoas, parece constituir um hábito não o são na realidade porque toda pessoa inteligente sabe o que
profundamente arraigado. significam. "Não sei" é um exemplo dessas frases. Qualquer pes
soa de inteligência média sabe que dizer "não sei" pode significar
A intriga é também um pecado contra o oitavo mandamento. duas coisas: que realmente desconheço aquilo que me perguntam, ou
É o pecado do mexeriqueiro que semeia discórdia, que corre a dizer que não estou em condições de revelá-lo. É a resposta do sacerdote
a Pedro o que João comentou dele. Também neste caso a intriga - do médico, do advogado ou do parente -, quando alguém pro
se faz preceder geralmente de um "acho que te conviria saber ... ", cura tirar-lhe uma informação confidencial. Outra frase similar é:
quando, muito pelo contrário, seria melhor que Pedro ignorasse essa "não está em casa". "Não estar em casa" pode significar que a pessoa
alusão que João fez acerca dele, uma alusão que talvez lhe tenha saiu efetivamente, ou que não recebe visitas. Se a menina, ao abrir
rscapado por descuido ou num momento de irritação. "Bem-aven- a porta, diz ao visitante que mamãe não está em casa, não mente:
1urados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus": eis não há por que dizer que mamãe está no banho ou corando a roupa.
uma boa citação para recordar nestas ocasiões. Quem se engana com frases como esta (ou outras parecidas de uso
corrente) não é enganado: engana-se a si mesmo.
Uma mentira simples, que não causa prejuízo nem se diz sob O mesmo princípio se aplica a quem aceita como verídica uma
juramento, é pecado veniaL Deste tipo costumam ser as que se ou· história contada como piada, que qualquer pessoa com um pouco de
vem aos fanfarrões (e, muitas vezes, aos apaixonados pela pesca). talento percebe imediatamente. Por exemplo, se afirmo que na minha
Como também as mentira& que se dizem para evitar uma situação terra o milho cresce tanto que a colheita tem que ser feita de heli
embaraçosa para a própria pessoa ou para outros. Também se in cóptero, quem o tome literalmente está-se enganando a si mesmo.
cluem aqui as que são contadas pelos brincalhões zombeteiros. Mas, No entanto, essas mentiras jocosas podem tornar-se verdadeiras men�
seja qual for a motivação de uma mentira, não dizer a verdade é tiras se não fica claro para as pessoas que a história contada é uma
sempre pecado. Deus nos deu o dom de podermos comunicar nos brincadeira.
sos pensamentos para que manifestemos sempre a verdade. De cada
vez que, por palavras ou obras, divulgamos uma falsidade, abusamos Outro possível pecado contra o oitavo mandamento é revelar
de um dom divino e pecamos. os segredos que nos foram confiados. A obrigação de guardar um
Daí se segue que não existem as "mentirinhas brancas" nem as segredo pode surgir de uma promessa feita, da própria profiss ão (mé
mentiras inócuas. Um mal moral, mesmo o mal moral de um pe dicos, advogados, jornalistas, etc) ou simplesmente porque a caridade
cado venial, é maior que qualquer mal físico. Não é lícito cometer profbe que eu divulgue o que pode ofender ou ferir o próximo. AJJ
um pecado venial, nem mesmo para salvar da destruição o mundo únicas circunstâncias que permitem revelar segredos sem pecar são
i nteiro. No entanto, deve-se também mencionar que posso não dizer aquelas que tornam nocessârio fazê-lo para prevenir um mal maior
a verdade sem pecar quando injustamente procuram averiguar por à comunidade. a um terceiro inocente ou à próp ria pessoa que me
meu intermédio alguma coisa sobre mim. O que venha a dizer neste comunicou o segredo. Inclui-se neste tipo de pecados ler a corres-
214 O OITAVO �!A!\'DA�!E:\TO
pondência alhc:ia sem licença ou procurar ouvir conversas privadas. CAPÍTULO XXII
Nestes casos, a gravidade do pecado será proporcional ao mal ou
'
ofensa causados. OS :\L\XDA:\IEXTOS DA lGHEJA
Antes de en<.:errarmos o tema do oitavo mandamento, devemos
ter presente que este mandamento, como o sétimo, nos ohriga a res
tituir. Se prejudiquei um terceiro por calúnia, difamação, insulto ou
n:vela,üo de segredos a mim confiados, meu pecado nào será per
doado se não procuro reparar o melhor que possa o mal causado.
E isto é assim mesmo que essa reparação exija que me humilhe ou
cause prejuízos a mim próprio. Se caluniei, devo proclamar que
me tinha enganado redondamente; se murmurei, tenho que compen
sar a minha difamação com elogios justos que movam à caridade;
se insultei, devo pedir desculpas, publicamente, se o insulto foi pú
blico; se violei um segredo, devo reparar o mal causado da forma AS LEIS DA IGREJA
que puder e o mais depressa possível.
Tudo isto deve levar-nos a renovar a determinação sobre os
propósitos que, sem dúvida, fizemos há tempo: não abrir a boca Às vezes, tropeçamos com pessoas que dão a impressão de ima
senão para dizer o que estritamente pensamos ser verdade; nunca ginar que as leis da Igreja obrigam menos que as de Deus. "Bem,
falar do próximo - ainda que digamos verdades sobre ele -, a não é senão uma lei da Igreja", dizem talvez. ·'Não é senão uma
nüo ser para elogiá-lo; e, se temos que dizer de certa pessoa algo lei da Igreja" é uma frase tola. As leis da Igreja são praticamente
pejorativo para ela, que o façamos obrigados por uma grave razão. o mesmo que as leis de Deus, porque são suas aplicações. Uma
das razões pelas quais Jesus estabeleceu a sua Igreja foi precisamente
esta: a promulgação de todas as leis necessárias para corroborar seus
ensinamentos, para o bem das almas. Para comprová�lo, basta re�
cordar as palavras do Senhor: ''Aquele que a vós ouve, a mim ouve,
c aquele que a vós despreza, a mim despreza" (Lc. 10, 16). Cristo
falava à Igreja na pessoa de seus Apóstolos. Assim, pois, as leis
da Igreja têm toda a autoridade de Cristo. Violar deliberadamente
uma lei da Igreja é tão pecado como violar um dos Dez Manda
mentos.
Quantas leis da Igreja há? A maioria responderá Hcinco" ou
"seis", porque esse é o número que nos dá o Catecismo. Mas o
certo é que são mais de duas mil. São as contidas no Código de
Direito Canônico. Muitas delas foram revogadas pelos recentes pa
pas (por exemplo, as relativas ao jejum eucarístico) e por decretos
do Concílio Vaticano li. Agora está-se procedendo a uma revisão
completa do Código de Direito Canônico. Não obstante, por muito
que varie a sua aplicação, as seis leis básicas enumeradas no Cate
cismo não serão abolidas. São as ..!l:_I e chamamos habitualmente os
Mandamentos da Igreja, a saber: ·w_ Ouvir . Missa inteira todos os
dommgos e festas de guarda; O} Confessar os pecados mortais ao
menos um� vez ao ano e em perigo de morte ou se se tem de co
mungar; Qj, Comungar pela Páscoa da Ressurreição: (4) Jejuar
214 O OITAVO �!A!\'DA�!E:\TO
pondência alhc:ia sem licença ou procurar ouvir conversas privadas. CAPÍTULO XXII
Nestes casos, a gravidade do pecado será proporcional ao mal ou
'
ofensa causados. OS :\L\XDA:\IEXTOS DA lGHEJA
Antes de en<.:errarmos o tema do oitavo mandamento, devemos
ter presente que este mandamento, como o sétimo, nos ohriga a res
tituir. Se prejudiquei um terceiro por calúnia, difamação, insulto ou
n:vela,üo de segredos a mim confiados, meu pecado nào será per
doado se não procuro reparar o melhor que possa o mal causado.
E isto é assim mesmo que essa reparação exija que me humilhe ou
cause prejuízos a mim próprio. Se caluniei, devo proclamar que
me tinha enganado redondamente; se murmurei, tenho que compen
sar a minha difamação com elogios justos que movam à caridade;
se insultei, devo pedir desculpas, publicamente, se o insulto foi pú
blico; se violei um segredo, devo reparar o mal causado da forma AS LEIS DA IGREJA
que puder e o mais depressa possível.
Tudo isto deve levar-nos a renovar a determinação sobre os
propósitos que, sem dúvida, fizemos há tempo: não abrir a boca Às vezes, tropeçamos com pessoas que dão a impressão de ima
senão para dizer o que estritamente pensamos ser verdade; nunca ginar que as leis da Igreja obrigam menos que as de Deus. "Bem,
falar do próximo - ainda que digamos verdades sobre ele -, a não é senão uma lei da Igreja", dizem talvez. ·'Não é senão uma
nüo ser para elogiá-lo; e, se temos que dizer de certa pessoa algo lei da Igreja" é uma frase tola. As leis da Igreja são praticamente
pejorativo para ela, que o façamos obrigados por uma grave razão. o mesmo que as leis de Deus, porque são suas aplicações. Uma
das razões pelas quais Jesus estabeleceu a sua Igreja foi precisamente
esta: a promulgação de todas as leis necessárias para corroborar seus
ensinamentos, para o bem das almas. Para comprová�lo, basta re�
cordar as palavras do Senhor: ''Aquele que a vós ouve, a mim ouve,
c aquele que a vós despreza, a mim despreza" (Lc. 10, 16). Cristo
falava à Igreja na pessoa de seus Apóstolos. Assim, pois, as leis
da Igreja têm toda a autoridade de Cristo. Violar deliberadamente
uma lei da Igreja é tão pecado como violar um dos Dez Manda
mentos.
Quantas leis da Igreja há? A maioria responderá Hcinco" ou
"seis", porque esse é o número que nos dá o Catecismo. Mas o
certo é que são mais de duas mil. São as contidas no Código de
Direito Canônico. Muitas delas foram revogadas pelos recentes pa
pas (por exemplo, as relativas ao jejum eucarístico) e por decretos
do Concílio Vaticano li. Agora está-se procedendo a uma revisão
completa do Código de Direito Canônico. Não obstante, por muito
que varie a sua aplicação, as seis leis básicas enumeradas no Cate
cismo não serão abolidas. São as ..!l:_I e chamamos habitualmente os
Mandamentos da Igreja, a saber: ·w_ Ouvir . Missa inteira todos os
dommgos e festas de guarda; O} Confessar os pecados mortais ao
menos um� vez ao ano e em perigo de morte ou se se tem de co
mungar; Qj, Comungar pela Páscoa da Ressurreição: (4) Jejuar
216 OS �!A:-.:DAMENTOS DA IGREJA AS LETS DA IGREJA 217
e abster-se de comer carne quando manda a Santa Madre Igreja: com a entrada de nossa Mãe em corpo e alma na glória; o dia de
{3j Ajudar a Igreja em suas necessidades: e (6) Observar as leis Todos os Santos (antes no dia 1.0 de novembro), quando honramos
da Igreja sobre o matrimônio. ' wdos os santos do céu, incluídos os nossos entes queridos que já se
encontram gozando de Deus. Além disso, há outros dois dias que.
A obrigação de assistir à Missa aos domingos e festas de guar no calendário geral da Igreja, são de guarda, mas não o são no Brasil
da - obrigação que começa para cada católico quando completa os nem foram transferidos para o domingo: a solenidade de São José
sete anos - já foi aqui tratada ao comentarmos o terceiro manda (19 de março), em que honramos o glorioso Patriarca, esposo da
mento do Decálogo. Não vamos repetir aqui o que já se disse, mas Virgem Maria, pai nutrício de Jesus e padroeiro da Igreja universal:
pode ser oportuno mencionar alguns aspectos sobre os dias de pre c a solenidade dos apóstolos São Pedro c São Paulo (29 de junho) .
ceito. dedicada especialmente a Sào Pedro, príncipe dos Apóstolos, consti
Na sua função de guia espiritual, a Igreja tem o dever de pro tuído por Cristo caheça de toda a Igreja e o primeiro dos Papas.
curar que a nossa fé seja uma fé viva, de tornar vivas e reais para
nós as pessoas e os eventos que constituem o Corpo Místico de Além destas festas, há outros dias de especial relevo para os
Cristo. Por essa razão, a Igreja marca uns dias por ano e os de catúlicos: são os dias de jejum c os ,dias de abstinência. Ao lermos
clara dias sagrados. Neles recorda-nos acontecimentos importantes os Evangelhos, teremos notado a frequência com que Nosso Senhor
da vida de Jesus, de sua Mãe e dos santos. A Igreja realça essas recomenda que façamos penitência. E podemos perguntar-nos: "Sim,
festas periódicas equiparando-as ao dia do Senhor e obrigando-nos, mas como?" A Igreja, cumprindo a sua obrigação de ser guia e
sob pena de pecado mortal, a ouvir Missa e abster-nos do trabalho mestra, fixou um mínimo para todos, uma penitência que todos -
quotidiano na medida em que nos seja possíveL com certos limites - devemos fazer. Este mínimo estabelece uns
O calendário da Igreja fixou dez desses dias, que são guardados dias de abstinência (em que não podemos comer carne) e outros
na maioria dos países católicos. Em alguns países não· oficialmente de jejum e abstinência (em que devemos abster-nos de carne e tomar
católicos - em que o calendário de trabalho não reconhece essas uma sú refeição completa).
festas -, estes dias, além dos domingos, reduzem-se a uns poucos. Como Cristo Nosso Salvador morreu numa Sexta-feira, a Igreja
Assim, por exemplo, no Brasil são dias santos de guarda: a soleni estabeleceu todas as sextas.:f�iras do ano - e também a Quarta-feira
dade da Santíssima Mãe de Deus· (L 0 de janeiro), que comemora de Cinzas corilo di-as obrigatóriOs de penitência. O preceito geral
o dogma da Maternidade divina de Maria, fonte de todos os seus da Igreja obriga a abster-se de carne todos as sextas-feiras do ano.
privilégios; o dia do Corpus Christi, solenidade do Santíssimo Corpo Mas o Papa Paulo VI, na constituição Paenitemini, deu às Confe
e Sangue de Cristo (quinta-feira depois do domingo da Santíssima rências episcopais dos diversos países a faculdade de trocar a absti
Trindade), em que a Igreja adora a Presen-;a Real de Cristo no nência de carne por outras práticas de penitência cristã, como a ora
sacramento da Eucaristia; a Imaculada Conceição de Maria (8 de ção, a esmola, outras mortificações, etc. De acordo com essa facul
dezembro), que celebra a criação da alma de Maria livre do pecado dade, os bispos do Brasil determinaram que nas sexta-feiras do ano,
original, o primeiro dos passos da nossa redenção; e o dia de Natal indusive nas da Quaresma - exceto a Sexta-feira Santa -. a absti
(25 de dezembro), em que comemoramos o nascimento de Nosso nência de carne pode ser substituída, à escolha de cada um, por ou
Senhor. tras formas de penitência. principalmente por obras de caridade e
Algumas solenidades que, no calendário geral da Igreja, têm uma exercícios de piedade, isto é, por algumas orações.
data que não costuma coincidir com um feriado, foram transferidas Mas na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa fica de
para o domingo mais próximo, normalmente o domingo seguinte. pé a obrigação de fazer jejum e abstinência. Nesses dias, só se pode
Encontram-se neste caso: a solenidade da Epifania ou Manifestação fazer uma refeição completa, podendo tomar-se alimento duas vezes
do Senhor (antigamente no dia 6 de janeiro), que, na vocação dos mais no dia desde que, juntas, não formem uma refeição completa.
Magos, os primeiros pagãos chamados ao conhecimento de Jesus, Nenhuma dessas refeições pode incluir carne.
comemora as primícias da nossa vocação para a fé; a Ascensão Tomar deliberadamente carne ou caldo de carne num dia de
do Senhor (antigamente na quinta-feira, 40 dias depois da Páscoa), abstinência é pecado grave, se envolve desprezo do preceito e a quan
que comemora a subida gloriosa de Jesus aos céus; a Assunção de tidade que se toma é considerável. Mesmo uma quantidade pequena,
Maria (antigamente no dia 15 de agosto), em que nos alegramos tomada de modo deliberado, seria um pecado veniaL Também seria
216 OS �!A:-.:DAMENTOS DA IGREJA AS LETS DA IGREJA 217
e abster-se de comer carne quando manda a Santa Madre Igreja: com a entrada de nossa Mãe em corpo e alma na glória; o dia de
{3j Ajudar a Igreja em suas necessidades: e (6) Observar as leis Todos os Santos (antes no dia 1.0 de novembro), quando honramos
da Igreja sobre o matrimônio. ' wdos os santos do céu, incluídos os nossos entes queridos que já se
encontram gozando de Deus. Além disso, há outros dois dias que.
A obrigação de assistir à Missa aos domingos e festas de guar no calendário geral da Igreja, são de guarda, mas não o são no Brasil
da - obrigação que começa para cada católico quando completa os nem foram transferidos para o domingo: a solenidade de São José
sete anos - já foi aqui tratada ao comentarmos o terceiro manda (19 de março), em que honramos o glorioso Patriarca, esposo da
mento do Decálogo. Não vamos repetir aqui o que já se disse, mas Virgem Maria, pai nutrício de Jesus e padroeiro da Igreja universal:
pode ser oportuno mencionar alguns aspectos sobre os dias de pre c a solenidade dos apóstolos São Pedro c São Paulo (29 de junho) .
ceito. dedicada especialmente a Sào Pedro, príncipe dos Apóstolos, consti
Na sua função de guia espiritual, a Igreja tem o dever de pro tuído por Cristo caheça de toda a Igreja e o primeiro dos Papas.
curar que a nossa fé seja uma fé viva, de tornar vivas e reais para
nós as pessoas e os eventos que constituem o Corpo Místico de Além destas festas, há outros dias de especial relevo para os
Cristo. Por essa razão, a Igreja marca uns dias por ano e os de catúlicos: são os dias de jejum c os ,dias de abstinência. Ao lermos
clara dias sagrados. Neles recorda-nos acontecimentos importantes os Evangelhos, teremos notado a frequência com que Nosso Senhor
da vida de Jesus, de sua Mãe e dos santos. A Igreja realça essas recomenda que façamos penitência. E podemos perguntar-nos: "Sim,
festas periódicas equiparando-as ao dia do Senhor e obrigando-nos, mas como?" A Igreja, cumprindo a sua obrigação de ser guia e
sob pena de pecado mortal, a ouvir Missa e abster-nos do trabalho mestra, fixou um mínimo para todos, uma penitência que todos -
quotidiano na medida em que nos seja possíveL com certos limites - devemos fazer. Este mínimo estabelece uns
O calendário da Igreja fixou dez desses dias, que são guardados dias de abstinência (em que não podemos comer carne) e outros
na maioria dos países católicos. Em alguns países não· oficialmente de jejum e abstinência (em que devemos abster-nos de carne e tomar
católicos - em que o calendário de trabalho não reconhece essas uma sú refeição completa).
festas -, estes dias, além dos domingos, reduzem-se a uns poucos. Como Cristo Nosso Salvador morreu numa Sexta-feira, a Igreja
Assim, por exemplo, no Brasil são dias santos de guarda: a soleni estabeleceu todas as sextas.:f�iras do ano - e também a Quarta-feira
dade da Santíssima Mãe de Deus· (L 0 de janeiro), que comemora de Cinzas corilo di-as obrigatóriOs de penitência. O preceito geral
o dogma da Maternidade divina de Maria, fonte de todos os seus da Igreja obriga a abster-se de carne todos as sextas-feiras do ano.
privilégios; o dia do Corpus Christi, solenidade do Santíssimo Corpo Mas o Papa Paulo VI, na constituição Paenitemini, deu às Confe
e Sangue de Cristo (quinta-feira depois do domingo da Santíssima rências episcopais dos diversos países a faculdade de trocar a absti
Trindade), em que a Igreja adora a Presen-;a Real de Cristo no nência de carne por outras práticas de penitência cristã, como a ora
sacramento da Eucaristia; a Imaculada Conceição de Maria (8 de ção, a esmola, outras mortificações, etc. De acordo com essa facul
dezembro), que celebra a criação da alma de Maria livre do pecado dade, os bispos do Brasil determinaram que nas sexta-feiras do ano,
original, o primeiro dos passos da nossa redenção; e o dia de Natal indusive nas da Quaresma - exceto a Sexta-feira Santa -. a absti
(25 de dezembro), em que comemoramos o nascimento de Nosso nência de carne pode ser substituída, à escolha de cada um, por ou
Senhor. tras formas de penitência. principalmente por obras de caridade e
Algumas solenidades que, no calendário geral da Igreja, têm uma exercícios de piedade, isto é, por algumas orações.
data que não costuma coincidir com um feriado, foram transferidas Mas na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa fica de
para o domingo mais próximo, normalmente o domingo seguinte. pé a obrigação de fazer jejum e abstinência. Nesses dias, só se pode
Encontram-se neste caso: a solenidade da Epifania ou Manifestação fazer uma refeição completa, podendo tomar-se alimento duas vezes
do Senhor (antigamente no dia 6 de janeiro), que, na vocação dos mais no dia desde que, juntas, não formem uma refeição completa.
Magos, os primeiros pagãos chamados ao conhecimento de Jesus, Nenhuma dessas refeições pode incluir carne.
comemora as primícias da nossa vocação para a fé; a Ascensão Tomar deliberadamente carne ou caldo de carne num dia de
do Senhor (antigamente na quinta-feira, 40 dias depois da Páscoa), abstinência é pecado grave, se envolve desprezo do preceito e a quan
que comemora a subida gloriosa de Jesus aos céus; a Assunção de tidade que se toma é considerável. Mesmo uma quantidade pequena,
Maria (antigamente no dia 15 de agosto), em que nos alegramos tomada de modo deliberado, seria um pecado veniaL Também seria
OS \1.\'\DA\IE'\TOS IJ\ !(;REJA 2!9
.\.S LEIS DA IGREJA
1!H
pecado quebrar vcduntariamente o jejum. fazendo - nos dias em micos tanto como com obras e orações - a levar a cabo a sua
que deve guardar-se - duas ou mais refciçôes cnmpktas. missão. Normalmente, atendemos a esta obrigação de ajuda mate
Os doentes que precisam de alimento. os que se ocupam em tra rial pr�stando nossa colaboração às diversas coletas organizadas pela
.
, ma ou pela dJOcese,
balhos pesados ou os que comem o que podem ou quando podem paro q com a generosidade que os nossos meios
(os muito pobres) estão dispensados das leis de jejum e abstinência. permitam . . E devemos ajudar não só a nossa diocese ou paróquia,
Aqueles para q uem jejuar ou abster-se de carne possa constituir um mas lambem o Papa, para que atenda às necessidades da Igreja uni
_ � obras de beneficência.
versal, e � m1ssoes
problema sério. podem obter dispensa do seu pároco. A lei da absti Se perguntamos: "Quanto
nência obriga os que tenham completado catorze anos. c dura toda devo dar ., nao_ ha resposta nenhuma além de recordar que Deus
.
a vida: a obrigação d� jejuar começa quando se f::l7em vinte c un1 Jamais se de1xa vencer em generosidade.
anos e termina quando se entra nos sessenta.
1 esus, para poder permanecer sempre conosco com a força da
A lei relativa à confis5ão anual significa que todo aquele que sua graça, entregou�nos os se!e sacramentos, cuja guarda confiou à
.
deva confessar explicitamente um pe(.:ado mortal . torna-se réu de um IgreJa e a quem deu a autondade e o poder de estabelecer as leis
novo pecado mortal se deixa passar mais de um ano sem receber necessárias para regulamentar a recepção e a concessão dos sacra
outra vez o sacramento da Penitência. Evidentcmentt:. a Igreja não mentos. O Matrimônio é um deles. É importante que nos demos
quer dizer-nos com isso que seja suficiente uma confissão por ano conta de que as leis da Igreja que governam a recepção do sacra
para os católicos praticantes. O sacramento da Penitência reforça a mento do Matrimônio não são leis' meramente humanas: são pre
nossa resistência à tentaçüo e nos faz crescer em virtude, se o rece ceitos do próprio Cristo, dados por sua Igreja.
bemos com frequência. É um sacramento tanto para os santos como A lei básica que rege o sacramento do Matrimônio é que se deve
para os pecadores. recebê-lo na presença de um sacerdote autorizado e de duas tes
No entanto, a Igreja quer garantir que ninguém viva i ndefinidaw t�munhas. Por sacerdote "autorizado" entendemos o superior da pa
.
mente em estado de pecado mortal, com perigo para sua salvação roqma em que se celebra o casamento, ou o sacerdote a quem o
eterna. Por isso exige de todos aqueles que tenham consciência de bispo da paróquia delega poder para tanto. Um sacerdote qualquer
ter cometido um pecado mortal, que o confessem explicitamente (ainw não pode oficiar um casamento católico. O matrimônio é um com
da que esse pecado já tenha sido perdoado por um ato de contrição promisso demasiado sério para que se possa contraí-lo batendo à
perfeita), recebendo o sacramento da Penitência dentro do ano. porta de qualquer sacristia. O sacramento do Matrimônio pode ser
A mesma preocupação pelas almas faz com que a Igreja esta celebrado em qualquer tempo litúrgico, mas a Igreja admoesta os
beleça um mínimo absoluto de uma vez por ano para receber a esposos a evitarem demasiada pompa quando se celebra nos tempos
Sagrado Eucaristia. O próprio Jesus disse: "Se não comerdes a de Advento e Quaresma, que não são os mais apropriados para
carne do Filho do homem e não beberdes seu sangue, não tereis a receber este sacramento.
vida em vós" (lo, 6, 54), e disse-o sem paliativos: ou nós, os mem Para a recepção válida do sacramento do Matrimônio. o esposo
bros do Corpo Místico de Cristo, recebemos a Sagrada Comunhão, deve ter pelo menos dezesseis anos de idade e a esposa catorze. No
ou não iremos para o céu. Naturalmente, vem logo a pergunta: entan to, s � as leis civis estabelecem uma idade superior, a Igreja as
.
"Com que frequência devo comungar?", e Cristo, por meio da sua respe1ta, amda que não esteja estritamente obrigada a fazê-lo. A pre
Igreja, nos responde: "Com a frequência que você puder; semanal paração dos jovens que vão assumir a responsabilidade de uma fa
ou diariamente. Mas a obrigação absoluta é receber a Comunhão mília tem o maior interesse tanto civil como espiritualmente. Quanto
uma vez por ano, na Páscoa" . Se faltarmos em dar a Jesus esse aos efeitos civis do casamento, a Igreja reconhece o direito do Estado
mínimo de amor, tornamo-nos culpados de pecado mortaL de estabelecer a necessária legislação.
Além de contar com a idade suficiente, os futuros esposos não
devem ser parentes com laços de sangue mais próximos que os de
Contribuir para a sustentação da Igreja é outra das obrigações
p �imos terceiros. No entanto, se há graves razões, a Igreja concede
que surgem da nossa natureza de membros do Corpo Místico de
dispensa para t:tue primos irmãos ou primos segundos possam con�
t:a! r matrimônio. A Igreja também dispensa, quando há razão su�
Cristo. No Batismo, e de novo na Crisma, Jesus nos associa à sua
tarefa de salvar almas. Não seríamos verdadeiramente de Cristo se
não tratássemos com sinceridade de ajudá-lo - com meios econôw Ílciente, dos impedimentos resultantes do Batismo (casamento en-
OS \1.\'\DA\IE'\TOS IJ\ !(;REJA 2!9
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1!H
pecado quebrar vcduntariamente o jejum. fazendo - nos dias em micos tanto como com obras e orações - a levar a cabo a sua
que deve guardar-se - duas ou mais refciçôes cnmpktas. missão. Normalmente, atendemos a esta obrigação de ajuda mate
Os doentes que precisam de alimento. os que se ocupam em tra rial pr�stando nossa colaboração às diversas coletas organizadas pela
.
, ma ou pela dJOcese,
balhos pesados ou os que comem o que podem ou quando podem paro q com a generosidade que os nossos meios
(os muito pobres) estão dispensados das leis de jejum e abstinência. permitam . . E devemos ajudar não só a nossa diocese ou paróquia,
Aqueles para q uem jejuar ou abster-se de carne possa constituir um mas lambem o Papa, para que atenda às necessidades da Igreja uni
_ � obras de beneficência.
versal, e � m1ssoes
problema sério. podem obter dispensa do seu pároco. A lei da absti Se perguntamos: "Quanto
nência obriga os que tenham completado catorze anos. c dura toda devo dar ., nao_ ha resposta nenhuma além de recordar que Deus
.
a vida: a obrigação d� jejuar começa quando se f::l7em vinte c un1 Jamais se de1xa vencer em generosidade.
anos e termina quando se entra nos sessenta.
1 esus, para poder permanecer sempre conosco com a força da
A lei relativa à confis5ão anual significa que todo aquele que sua graça, entregou�nos os se!e sacramentos, cuja guarda confiou à
.
deva confessar explicitamente um pe(.:ado mortal . torna-se réu de um IgreJa e a quem deu a autondade e o poder de estabelecer as leis
novo pecado mortal se deixa passar mais de um ano sem receber necessárias para regulamentar a recepção e a concessão dos sacra
outra vez o sacramento da Penitência. Evidentcmentt:. a Igreja não mentos. O Matrimônio é um deles. É importante que nos demos
quer dizer-nos com isso que seja suficiente uma confissão por ano conta de que as leis da Igreja que governam a recepção do sacra
para os católicos praticantes. O sacramento da Penitência reforça a mento do Matrimônio não são leis' meramente humanas: são pre
nossa resistência à tentaçüo e nos faz crescer em virtude, se o rece ceitos do próprio Cristo, dados por sua Igreja.
bemos com frequência. É um sacramento tanto para os santos como A lei básica que rege o sacramento do Matrimônio é que se deve
para os pecadores. recebê-lo na presença de um sacerdote autorizado e de duas tes
No entanto, a Igreja quer garantir que ninguém viva i ndefinidaw t�munhas. Por sacerdote "autorizado" entendemos o superior da pa
.
mente em estado de pecado mortal, com perigo para sua salvação roqma em que se celebra o casamento, ou o sacerdote a quem o
eterna. Por isso exige de todos aqueles que tenham consciência de bispo da paróquia delega poder para tanto. Um sacerdote qualquer
ter cometido um pecado mortal, que o confessem explicitamente (ainw não pode oficiar um casamento católico. O matrimônio é um com
da que esse pecado já tenha sido perdoado por um ato de contrição promisso demasiado sério para que se possa contraí-lo batendo à
perfeita), recebendo o sacramento da Penitência dentro do ano. porta de qualquer sacristia. O sacramento do Matrimônio pode ser
A mesma preocupação pelas almas faz com que a Igreja esta celebrado em qualquer tempo litúrgico, mas a Igreja admoesta os
beleça um mínimo absoluto de uma vez por ano para receber a esposos a evitarem demasiada pompa quando se celebra nos tempos
Sagrado Eucaristia. O próprio Jesus disse: "Se não comerdes a de Advento e Quaresma, que não são os mais apropriados para
carne do Filho do homem e não beberdes seu sangue, não tereis a receber este sacramento.
vida em vós" (lo, 6, 54), e disse-o sem paliativos: ou nós, os mem Para a recepção válida do sacramento do Matrimônio. o esposo
bros do Corpo Místico de Cristo, recebemos a Sagrada Comunhão, deve ter pelo menos dezesseis anos de idade e a esposa catorze. No
ou não iremos para o céu. Naturalmente, vem logo a pergunta: entan to, s � as leis civis estabelecem uma idade superior, a Igreja as
.
"Com que frequência devo comungar?", e Cristo, por meio da sua respe1ta, amda que não esteja estritamente obrigada a fazê-lo. A pre
Igreja, nos responde: "Com a frequência que você puder; semanal paração dos jovens que vão assumir a responsabilidade de uma fa
ou diariamente. Mas a obrigação absoluta é receber a Comunhão mília tem o maior interesse tanto civil como espiritualmente. Quanto
uma vez por ano, na Páscoa" . Se faltarmos em dar a Jesus esse aos efeitos civis do casamento, a Igreja reconhece o direito do Estado
mínimo de amor, tornamo-nos culpados de pecado mortaL de estabelecer a necessária legislação.
Além de contar com a idade suficiente, os futuros esposos não
devem ser parentes com laços de sangue mais próximos que os de
Contribuir para a sustentação da Igreja é outra das obrigações
p �imos terceiros. No entanto, se há graves razões, a Igreja concede
que surgem da nossa natureza de membros do Corpo Místico de
dispensa para t:tue primos irmãos ou primos segundos possam con�
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Cristo. No Batismo, e de novo na Crisma, Jesus nos associa à sua
tarefa de salvar almas. Não seríamos verdadeiramente de Cristo se
não tratássemos com sinceridade de ajudá-lo - com meios econôw Ílciente, dos impedimentos resultantes do Batismo (casamento en-
220 OS MANDAMENTOS DA IGREJA
OS S.ACRAMENTOS
OS S.ACRAMENTOS
que ir para o Céu, querendo ou não. Não quer dizer que Deus nos smais externos e graça interna que Cristo estahdeL\-'U. a Igr�ja dá
.
tirará a nossa liberdade, de modo a termos que ser bons contra a o nome latmo de "sacramentum" ou coisa saerada. Terminado este
IJOssa vontade. preâmbulo, podemos começar a nossa incursà ; pelo reino da teol Jgia
O que a morte de Jesus na Cruz significa é que foi oferecida dos sacramentos.
a infinita reparação pelo mal infinito da rebelião do homem contra
Deus; e que foi pago um preço infinito para assegurar o fluxo ilimi Às vezes, podemos chegar a compreender melhor uma coisa se
tado da graça que permite ao homem retornar a Deus e permanecer parando-lhe as partes e examinando-as uma por uma . E. um pro
t'm união com Ele durante toda esta vida e a eterna. cesso pouco aconselhável para relógios ou automóveis. se não somos
O problema que se levanta é, pois, o dos meios a utilizar. Como mecânicos experientes, mas . no que diz respeito aos sacramentos.
é que Jesus aplicaria às almas individuais essa superahundância de temos a certeza de poder colocar depois todas as peças no seu lugar:
graças que nos reconcilia com Deus e nos mantém unidos a Ele A definição exata de sacramento é: "um sinal sensível e eficaz
apesar da fraqueza humana? Seria por um sistema totalmente invi da graça, instituído por Jesus Cristo para santificar as nossas almas".
sível? Daria Ele a cada pessoa de boa vontade uma simples con Vemos imediatamente que essa breve definição contém três idéias
vicção silenciosa e interna da sua salvação? E, cada vez que sentís distintas. "Um sinal sensível" é a primeira delas; "instituído por
semos a necessidade da ajuda divina, bastaria pedi-la para imediata Jesus Cristo"', a segunda; e "da graça", a terceira . Para o nosso
mente a sentirmos brotar em nós como uma fonte de força espiritual? exame por separado, comecemos com a pergunta: "Há nos sinais
Deus, é claro, podia ter estabelecido desse modo o seu plano sensíveis algo de especial que devamos conhecer?"
se tivesse querido, pois ninguém é capaz de limitar o poder divino. Os sinais sensíveis - recordemos - são a forma escolhida por
Mas neste ponto cluis atuar no interior do homem em coerência com Deus p� ra nos tratar de acordo com a natureza humana que temos:
a maneira pela qual o havia criado: unindo o material e o espiritual, proporciOna a sua graça invisível à nossa alma espiritual por meio
o corpo e a alma. Somos cidadãos de dois mundos, vivemos agora de síD?-bolos materiais que os nossos corpos materiais podem perceber
no mundo das coisas visíveis , pelas quais nos vem todo o conheci - . cmsas, palavras , gestos. Nos sinais que constituem a parte ma
mento, inclusive o conhecimento de Deus; e, no entanto, somos tam renal de um sacramento, os teólogos distinguem dois elementos. O
bém cidadãos de um mundo invisível, que é onde temos a nossa primeiro é a "coisa" que se utiliza , que denominam matéria do sa
morada permanente. Jesus estabeleceJ.J o seu sistema de aplicação da cramento; por exemplo, derramar água na cabeça daquele que é bati
graça de acordo com esse duplo aspecto da nossa natureza. A graça zado.
seria invisível, como corresponde à sua natureza; mas viria a nós Logo se vê que esta ação. em si, não teria significado se o
por meio das coisas visíveis de uso corrente. seu propósito não se manifestasse de algum modo. Seria o mesmo
Há outra razão � de fato, são duas - para que Deus, na sua q �e dar um banho no batizado, molhar-lhe o cabelo antes de pen
sabedoria, tivesse decidido conceder-nos a sua graça de modo visí tea-lo ou pregar-lhe uma boa peça. Têm que acompanhá-la algumas
veL Por um lado, protegia-nos contra a ilusão de pensar que rece palavras ou gestos que lhe dêem significado. Este segundo elemento
bíamos a sua graça, quando realmente isso não acontecesse; por do sacramel!to - as palavras ou gestos que dão significado à ação
outro lado, proporcionava-nos a certeza tranquilizadora de que rece que se reahza - chama-se "a forma" do sacramento. No sacra
bíamos a graça quando no-la tivesse concedido realmente. Podemos mento do Batismo, a aplicação da água é a matéria; as palavras
imaginar a tortura que seria caminharmos pela vida sempre com "Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" são
uma dúvida asfixiante sobre o estado das nossas relações com Deus a sua forma. E as duas juntas constituem o "sinal sensível".
c as nossas pers�ctivas quanto à eternidade.
Por isso, Deu� tomou as coisas ordinárias do nosso mundo - Sabemos que não há poder humano � nem sequer o poder da
.
IgreJa que, embora humanamente exercido, é divinamente guiado -
coisas que podemos tocar, saborear e sentir; palavras que podemos
que possa ligar a graça interior a um sinal externo. Isso é algo que
ouvir; gestos que podemos entender - e as fez veículos da sua
somente Deus pode fazer, c que nos leva ao segundo elemento da
graça. Deus nos dá nelas inclusive um sinal do fim para o qual
definição �e sacramento: "instituído por Jesus C;isto". No período
nos confere a sua graça: a água, para a graça que limpa; as apa
compreendido entre o começo da sua vida pública e a suà ascensão
rências de pão e vinho, para a graça que nos alimenta e faz crescer;
aos céus, Jesus instituiu os sete sacramentos. A asccrrsão do Senhor
o azeite, para a graça que nos fortalece. A essa combinação de
22.5
22-1
l '- TRODLTÇÃO AOS SACRA�!E:-.JTOS
OS SACRAMENTOS
que ir para o Céu, querendo ou não. Não quer dizer que Deus nos smais externos e graça interna que Cristo estahdeL\-'U. a Igr�ja dá
.
tirará a nossa liberdade, de modo a termos que ser bons contra a o nome latmo de "sacramentum" ou coisa saerada. Terminado este
IJOssa vontade. preâmbulo, podemos começar a nossa incursà ; pelo reino da teol Jgia
O que a morte de Jesus na Cruz significa é que foi oferecida dos sacramentos.
a infinita reparação pelo mal infinito da rebelião do homem contra
Deus; e que foi pago um preço infinito para assegurar o fluxo ilimi Às vezes, podemos chegar a compreender melhor uma coisa se
tado da graça que permite ao homem retornar a Deus e permanecer parando-lhe as partes e examinando-as uma por uma . E. um pro
t'm união com Ele durante toda esta vida e a eterna. cesso pouco aconselhável para relógios ou automóveis. se não somos
O problema que se levanta é, pois, o dos meios a utilizar. Como mecânicos experientes, mas . no que diz respeito aos sacramentos.
é que Jesus aplicaria às almas individuais essa superahundância de temos a certeza de poder colocar depois todas as peças no seu lugar:
graças que nos reconcilia com Deus e nos mantém unidos a Ele A definição exata de sacramento é: "um sinal sensível e eficaz
apesar da fraqueza humana? Seria por um sistema totalmente invi da graça, instituído por Jesus Cristo para santificar as nossas almas".
sível? Daria Ele a cada pessoa de boa vontade uma simples con Vemos imediatamente que essa breve definição contém três idéias
vicção silenciosa e interna da sua salvação? E, cada vez que sentís distintas. "Um sinal sensível" é a primeira delas; "instituído por
semos a necessidade da ajuda divina, bastaria pedi-la para imediata Jesus Cristo"', a segunda; e "da graça", a terceira . Para o nosso
mente a sentirmos brotar em nós como uma fonte de força espiritual? exame por separado, comecemos com a pergunta: "Há nos sinais
Deus, é claro, podia ter estabelecido desse modo o seu plano sensíveis algo de especial que devamos conhecer?"
se tivesse querido, pois ninguém é capaz de limitar o poder divino. Os sinais sensíveis - recordemos - são a forma escolhida por
Mas neste ponto cluis atuar no interior do homem em coerência com Deus p� ra nos tratar de acordo com a natureza humana que temos:
a maneira pela qual o havia criado: unindo o material e o espiritual, proporciOna a sua graça invisível à nossa alma espiritual por meio
o corpo e a alma. Somos cidadãos de dois mundos, vivemos agora de síD?-bolos materiais que os nossos corpos materiais podem perceber
no mundo das coisas visíveis , pelas quais nos vem todo o conheci - . cmsas, palavras , gestos. Nos sinais que constituem a parte ma
mento, inclusive o conhecimento de Deus; e, no entanto, somos tam renal de um sacramento, os teólogos distinguem dois elementos. O
bém cidadãos de um mundo invisível, que é onde temos a nossa primeiro é a "coisa" que se utiliza , que denominam matéria do sa
morada permanente. Jesus estabeleceJ.J o seu sistema de aplicação da cramento; por exemplo, derramar água na cabeça daquele que é bati
graça de acordo com esse duplo aspecto da nossa natureza. A graça zado.
seria invisível, como corresponde à sua natureza; mas viria a nós Logo se vê que esta ação. em si, não teria significado se o
por meio das coisas visíveis de uso corrente. seu propósito não se manifestasse de algum modo. Seria o mesmo
Há outra razão � de fato, são duas - para que Deus, na sua q �e dar um banho no batizado, molhar-lhe o cabelo antes de pen
sabedoria, tivesse decidido conceder-nos a sua graça de modo visí tea-lo ou pregar-lhe uma boa peça. Têm que acompanhá-la algumas
veL Por um lado, protegia-nos contra a ilusão de pensar que rece palavras ou gestos que lhe dêem significado. Este segundo elemento
bíamos a sua graça, quando realmente isso não acontecesse; por do sacramel!to - as palavras ou gestos que dão significado à ação
outro lado, proporcionava-nos a certeza tranquilizadora de que rece que se reahza - chama-se "a forma" do sacramento. No sacra
bíamos a graça quando no-la tivesse concedido realmente. Podemos mento do Batismo, a aplicação da água é a matéria; as palavras
imaginar a tortura que seria caminharmos pela vida sempre com "Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" são
uma dúvida asfixiante sobre o estado das nossas relações com Deus a sua forma. E as duas juntas constituem o "sinal sensível".
c as nossas pers�ctivas quanto à eternidade.
Por isso, Deu� tomou as coisas ordinárias do nosso mundo - Sabemos que não há poder humano � nem sequer o poder da
.
IgreJa que, embora humanamente exercido, é divinamente guiado -
coisas que podemos tocar, saborear e sentir; palavras que podemos
que possa ligar a graça interior a um sinal externo. Isso é algo que
ouvir; gestos que podemos entender - e as fez veículos da sua
somente Deus pode fazer, c que nos leva ao segundo elemento da
graça. Deus nos dá nelas inclusive um sinal do fim para o qual
definição �e sacramento: "instituído por Jesus C;isto". No período
nos confere a sua graça: a água, para a graça que limpa; as apa
compreendido entre o começo da sua vida pública e a suà ascensão
rências de pão e vinho, para a graça que nos alimenta e faz crescer;
aos céus, Jesus instituiu os sete sacramentos. A asccrrsão do Senhor
o azeite, para a graça que nos fortalece. A essa combinação de
SETE SACRA.;\fE'\'TOS. !'OH
OS S A C H A \ ! G '. ! U S
fJFf:? 227
p[1s ponhl
pode
final
cr i ar nnvns
:1 i nst i tui <./t n dos s�h..Tamentns. Assim. a lgre
s :J. c ram c nto s : e IÚO p�1de ha\'t'T n �mca nem
llll...'n os que sete. os sete q u e Jesus nos de u :
fa nüo
n� a1s n :m
Batismo. Conf1rmaçao,
J'
lidade de umu. crian\a aumenta com cada alimento que assimila.
Estes cincn sacramentos. u m a vez que só podem ser recebidos com
d i.e_ nid adc e proveito pela alma que já estiver na posse d0- estado
I
Eucari�tia. Penitência. Cnç:w elos Enfermos (dantes chamada Ex-
de gra ça sant ificante. de n(lm in a m -se ' sacramentos de vivos".
. .
trema-Lih/10 ) . Ordem e :Matrimônio.
Ainda q u e Jesus tenha espec i fic a do compktamentc a m at en a e
a forma de a l g u n s sacramentos - em particular. os do Batismo e
SETE SACRAMENTOS. POR QUi'?
da Eucaristia -. isso não qun dizer que Ele tivesse fixado neces
sariamente a matéria c a forma de todos os s3cramcntos até os úl ti Se c ad a sacramento dá
�
mos dda lhcs . Provavelmente. em a lg u ns dcks ddxou à sua Igreja -
(ou aumenta) a graça santificante à
<.kposi tár ia c dispcnseira dos sacranKntos - a tarda de f i xa r os
alma, por que J es us instituiu sete? Não teria bastado instituir um
ti
s<1. que receberíamos conforme necessitássemos?
detalhes da matéria c forma que lht:s marcou.
Assim seria se a graça santificante fosse a única espécie de graça
que Deus tivesse querido dar-nos, e se a vida espiritual que a graça
Voltando a nos�a atenção para o terceiro dos elementos da defi
I
de �acramcnto, vemos que se u escopo esse nci al . é dar graça.
santificanle institui fosse a única ajuda que Deus tivesse querido
da r- nos. Mas Deus, de quem p rocede toda a paternidade, não de
niçüo
Se nào dessem graça por si. como csc ol h tdos pe lo po
instrumentos
tt:rminou prover-nos de vida espiritual e depois deixar-nos e·ntregues
der d i vino, esses sinais sensíveis não seriam sacramentos, amda que
à n ossa sorte. Os pais não dizem ao filho recém-nascido: "Nós te
tivessem sido instituídos por Jesus Cristo em pessoa. Um exemplo
demos a vida, mas não haverá alimento quando tiveres fome, nem
disso está no chamado "mandatum", o lava-pés da Quinta-Feira '
remédios quando adoeceres, nem o apoio de um braço quando te
Santa. É u m a cerimônia i nsti t uíd a pelo próprio Cristo na última
sentires fraco. Portanto, arranja-te e vive como puderes".
Ceia, mas nào dá graça por si; c, por isso. é um sacramental, mas
Deus nos dá a vida espiritual, que é a graça santificante; e,
não um sacramento.
depois. nos provê de tudo aquilo de que necessitamos para que essa
i
vida seja atuante em nós - sem nos privar da nossa liberdade -,
Que espécie de graça nos dào os sacramentos? E m primeiro
p[1s ponhl
pode
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cr i ar nnvns
:1 i nst i tui <./t n dos s�h..Tamentns. Assim. a lgre
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Batismo. Conf1rmaçao,
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lidade de umu. crian\a aumenta com cada alimento que assimila.
Estes cincn sacramentos. u m a vez que só podem ser recebidos com
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Eucari�tia. Penitência. Cnç:w elos Enfermos (dantes chamada Ex-
de gra ça sant ificante. de n(lm in a m -se ' sacramentos de vivos".
. .
trema-Lih/10 ) . Ordem e :Matrimônio.
Ainda q u e Jesus tenha espec i fic a do compktamentc a m at en a e
a forma de a l g u n s sacramentos - em particular. os do Batismo e
SETE SACRAMENTOS. POR QUi'?
da Eucaristia -. isso não qun dizer que Ele tivesse fixado neces
sariamente a matéria c a forma de todos os s3cramcntos até os úl ti Se c ad a sacramento dá
�
mos dda lhcs . Provavelmente. em a lg u ns dcks ddxou à sua Igreja -
(ou aumenta) a graça santificante à
<.kposi tár ia c dispcnseira dos sacranKntos - a tarda de f i xa r os
alma, por que J es us instituiu sete? Não teria bastado instituir um
ti
s<1. que receberíamos conforme necessitássemos?
detalhes da matéria c forma que lht:s marcou.
Assim seria se a graça santificante fosse a única espécie de graça
que Deus tivesse querido dar-nos, e se a vida espiritual que a graça
Voltando a nos�a atenção para o terceiro dos elementos da defi
I
de �acramcnto, vemos que se u escopo esse nci al . é dar graça.
santificanle institui fosse a única ajuda que Deus tivesse querido
da r- nos. Mas Deus, de quem p rocede toda a paternidade, não de
niçüo
Se nào dessem graça por si. como csc ol h tdos pe lo po
instrumentos
tt:rminou prover-nos de vida espiritual e depois deixar-nos e·ntregues
der d i vino, esses sinais sensíveis não seriam sacramentos, amda que
à n ossa sorte. Os pais não dizem ao filho recém-nascido: "Nós te
tivessem sido instituídos por Jesus Cristo em pessoa. Um exemplo
demos a vida, mas não haverá alimento quando tiveres fome, nem
disso está no chamado "mandatum", o lava-pés da Quinta-Feira '
remédios quando adoeceres, nem o apoio de um braço quando te
Santa. É u m a cerimônia i nsti t uíd a pelo próprio Cristo na última
sentires fraco. Portanto, arranja-te e vive como puderes".
Ceia, mas nào dá graça por si; c, por isso. é um sacramental, mas
Deus nos dá a vida espiritual, que é a graça santificante; e,
não um sacramento.
depois. nos provê de tudo aquilo de que necessitamos para que essa
i
vida seja atuante em nós - sem nos privar da nossa liberdade -,
Que espécie de graça nos dào os sacramentos? E m primeiro
vez de preferir Deus. Aceitou a sugestão diabólica: "sereis como deu. tam formalmente a vida sobrenatural. Mas, quer se trate da acei
\
, tação passiva da criança, quer da explícita do adulto, em sendo
ses . . Cometeu o primeiro pecado da humanidade, o pecado original.
Rechaçando Deus, rechaçou a sua união com Ele. Extinguiu na administrado o sacramento do Batismo. esse vazio espiritual a que
alma a vida sobrenatural com que Deus o havia dotado; perdeu chamamos pecado original desaparece, e Deus se torna preser.te na
a graça santificante, não só para si, mas também para os seus des· alma. A alma passa a participar da própria vida de Deus, e a essa
cendentes e para sempre. Como Adão era o gênero humano quando participação chamamos graça santificante.
o pecado foi cometido, todos os homens estavam presentes nele. E
a graça santificante - recordemo�lo - é algo a que o homem, por As vezes, um casal que não pode ter filhos adota uma ou mais
natureza, nào tem direito. Era (e é) um dom absolutamente imere crianças. Quando a autoridade competente autentica os papéis de
cido, um espantoso presente que Deus oferecia à humanidade por adoção, a criança torna-se - real e verdadeiramente, para todos
meio de Adão, um presente que este desprezou, dando um safanão os efeitos legais - um filho da própria carne e sangue dos pais
à mão que Deus lhe estendia. adotivos. De fato, se estes pudessem, dariam com gosto a sua carne
No seu amor sem medida. Deus dignou-se conceder a cada indi e sangue a cada um dos filhos adotados. Se encontrassem maneira
víduo a oportunidade de recuperar o dom que Adão havia falhado de fazê-lo, fá-los-iam partilhar da sua própria natureza, para que pu
em conseguir para o gênero humano como um todo. O próprio dessem ser uma verdadeira imagem deles mesmos.
Deus, na Pessoa de Jesus Cristo, ofereceu a reparação infinita pela Mas, infelizmente, isso não é possível. Por pequeno que seja o
infinita malícia da iugratidão de Adão. Sendo Deus e Homem, Jesus filho adotado, não podem metê-lo no seio da sua nova mãe para
eliminou o abismo entre a humanidade e a divindade. Conseguiu que ali adquira as características físicas da mãe e do pai adotivos.
(como só Deus poderia fazê-lo) pagar uma satisfação adequada por Tampouco a ciência médica achou o modo de injetar os genes dos
uma dívida humana que era impagável: reparou o pecado original. pais legais no corpo da criança para modelá-lo física e mentalmente
(Aqui nos vem à mente a figura de um pai bom, que tira dinheiro da segundo as características dos novos pais.
i sua própria conta no banco para pagar a dívida do filho transviado) . Mas o que os homens não podem fazer pelos seus filhos ado
tivos, Deus pode fazê-lo pelos seus e o faz. O sacramento do Ba
Mas, voltando ao nosso recém-nascido, podemos agora com
preender por que vem ao mundo apenas com as faculdades naturais '· tismo, como aprendemos na escola e facilmente recordaremos, "con
próprias da natureza humana. A vida sobrenatural, efeito da habi fere a primeira graça santificante, pela qual é . perdoado o pecado
tação pessoal e íntima de Deus na alma, está ausente dessa alma. original e também os atuais. se os há: redime toda a pena por
De um menino assim, dizemos que está em "estado de pecado ori eles devida: imprime o caráter de cristão; faz-nos filhos de Deus,
ginal". O pecado original não é, em sentido estrito, uma "mancha�' membros da Igreja e herdeiros da glória; e habilita-nos a receber
na alma. nem, para falar com propriedade, uma "coisa". É a ausência os demais sacramentos". Quando Deus desce à nossa alma no
Batismo, a nova vida (a chamada graça santificante) que Deus im
de algo que devia estar ali. É a escuridão onde devia haver luz.
prime à alma é real e verdadeiramente uma participação na própria
Para restaurar na alma da criança (uma alma saída das mãos vida di v in a. Agora, como nunca antes, Deus pode amar essa alma,
do se� Pai e objeto do amor do Pai) a herança perdida, Jesus porque apresenta pela primeira vez um aspecto realmente digno do
mstttmu o sacramento do Batismo. O Batismo é o meio instituído seu amor: o reflexo, corno num espelho, dEle mesmo.
Há também uma diferença entre os direitos de herança dos
PC:r Jesus para aplicar a cada alma individual a reparação do pecado .
ongmal que Ele nos obteve na cruz. Jesus não nos força a receber fdhos adotivos de Deus e os da adoção humana. Legalmente, um
filho adotivo converte-se em herdeiro dos seus pais legais. E a não
o seu dom, esse dom de vida sobrenatural que Ele nos conseguiu.
• ser que seja expressa �ente deserdado por um testamento desfavorável,
<?ferece-o a nós com todo o interesse, mas cada um tem que aceitá-lo
sera, chamado à aceitação do legado ao falecerem os pais, mas não
livremente. E essa aceitação se realiza quando recebemos o sacra
antes do seu falecimento. Ora, o filho adotivo de Deus recebe a
mento do Batismo.
herança no próprio momento da sua adoção, no instante do seu
Para quem "nasceu na fé" e foi batizado em criança, a aceita
ba tismn. A sua heran�a é a· união eterna com Deus, que recebe já.
pode despojá-lo dela, nem mesmo Deus, pois Ele se liga
ção foi passiva. Poderíamos dizer que Deus, movido pelo seu ardente .
Nmgu�m
i rrevogavelmente üs suas promessas e jamais se desdiz. Só o herdeiro
desejo de morar na nossa alma, presume essa aceitação; se bem que,
quando se podem achar padrinhos, estes, em nome da criança, acei-
O l:\ICIO DA VIDA 233
o
vez de preferir Deus. Aceitou a sugestão diabólica: "sereis como deu. tam formalmente a vida sobrenatural. Mas, quer se trate da acei
\
, tação passiva da criança, quer da explícita do adulto, em sendo
ses . . Cometeu o primeiro pecado da humanidade, o pecado original.
Rechaçando Deus, rechaçou a sua união com Ele. Extinguiu na administrado o sacramento do Batismo. esse vazio espiritual a que
alma a vida sobrenatural com que Deus o havia dotado; perdeu chamamos pecado original desaparece, e Deus se torna preser.te na
a graça santificante, não só para si, mas também para os seus des· alma. A alma passa a participar da própria vida de Deus, e a essa
cendentes e para sempre. Como Adão era o gênero humano quando participação chamamos graça santificante.
o pecado foi cometido, todos os homens estavam presentes nele. E
a graça santificante - recordemo�lo - é algo a que o homem, por As vezes, um casal que não pode ter filhos adota uma ou mais
natureza, nào tem direito. Era (e é) um dom absolutamente imere crianças. Quando a autoridade competente autentica os papéis de
cido, um espantoso presente que Deus oferecia à humanidade por adoção, a criança torna-se - real e verdadeiramente, para todos
meio de Adão, um presente que este desprezou, dando um safanão os efeitos legais - um filho da própria carne e sangue dos pais
à mão que Deus lhe estendia. adotivos. De fato, se estes pudessem, dariam com gosto a sua carne
No seu amor sem medida. Deus dignou-se conceder a cada indi e sangue a cada um dos filhos adotados. Se encontrassem maneira
víduo a oportunidade de recuperar o dom que Adão havia falhado de fazê-lo, fá-los-iam partilhar da sua própria natureza, para que pu
em conseguir para o gênero humano como um todo. O próprio dessem ser uma verdadeira imagem deles mesmos.
Deus, na Pessoa de Jesus Cristo, ofereceu a reparação infinita pela Mas, infelizmente, isso não é possível. Por pequeno que seja o
infinita malícia da iugratidão de Adão. Sendo Deus e Homem, Jesus filho adotado, não podem metê-lo no seio da sua nova mãe para
eliminou o abismo entre a humanidade e a divindade. Conseguiu que ali adquira as características físicas da mãe e do pai adotivos.
(como só Deus poderia fazê-lo) pagar uma satisfação adequada por Tampouco a ciência médica achou o modo de injetar os genes dos
uma dívida humana que era impagável: reparou o pecado original. pais legais no corpo da criança para modelá-lo física e mentalmente
(Aqui nos vem à mente a figura de um pai bom, que tira dinheiro da segundo as características dos novos pais.
i sua própria conta no banco para pagar a dívida do filho transviado) . Mas o que os homens não podem fazer pelos seus filhos ado
tivos, Deus pode fazê-lo pelos seus e o faz. O sacramento do Ba
Mas, voltando ao nosso recém-nascido, podemos agora com
preender por que vem ao mundo apenas com as faculdades naturais '· tismo, como aprendemos na escola e facilmente recordaremos, "con
próprias da natureza humana. A vida sobrenatural, efeito da habi fere a primeira graça santificante, pela qual é . perdoado o pecado
tação pessoal e íntima de Deus na alma, está ausente dessa alma. original e também os atuais. se os há: redime toda a pena por
De um menino assim, dizemos que está em "estado de pecado ori eles devida: imprime o caráter de cristão; faz-nos filhos de Deus,
ginal". O pecado original não é, em sentido estrito, uma "mancha�' membros da Igreja e herdeiros da glória; e habilita-nos a receber
na alma. nem, para falar com propriedade, uma "coisa". É a ausência os demais sacramentos". Quando Deus desce à nossa alma no
Batismo, a nova vida (a chamada graça santificante) que Deus im
de algo que devia estar ali. É a escuridão onde devia haver luz.
prime à alma é real e verdadeiramente uma participação na própria
Para restaurar na alma da criança (uma alma saída das mãos vida di v in a. Agora, como nunca antes, Deus pode amar essa alma,
do se� Pai e objeto do amor do Pai) a herança perdida, Jesus porque apresenta pela primeira vez um aspecto realmente digno do
mstttmu o sacramento do Batismo. O Batismo é o meio instituído seu amor: o reflexo, corno num espelho, dEle mesmo.
Há também uma diferença entre os direitos de herança dos
PC:r Jesus para aplicar a cada alma individual a reparação do pecado .
ongmal que Ele nos obteve na cruz. Jesus não nos força a receber fdhos adotivos de Deus e os da adoção humana. Legalmente, um
filho adotivo converte-se em herdeiro dos seus pais legais. E a não
o seu dom, esse dom de vida sobrenatural que Ele nos conseguiu.
• ser que seja expressa �ente deserdado por um testamento desfavorável,
<?ferece-o a nós com todo o interesse, mas cada um tem que aceitá-lo
sera, chamado à aceitação do legado ao falecerem os pais, mas não
livremente. E essa aceitação se realiza quando recebemos o sacra
antes do seu falecimento. Ora, o filho adotivo de Deus recebe a
mento do Batismo.
herança no próprio momento da sua adoção, no instante do seu
Para quem "nasceu na fé" e foi batizado em criança, a aceita
ba tismn. A sua heran�a é a· união eterna com Deus, que recebe já.
pode despojá-lo dela, nem mesmo Deus, pois Ele se liga
ção foi passiva. Poderíamos dizer que Deus, movido pelo seu ardente .
Nmgu�m
i rrevogavelmente üs suas promessas e jamais se desdiz. Só o herdeiro
desejo de morar na nossa alma, presume essa aceitação; se bem que,
quando se podem achar padrinhos, estes, em nome da criança, acei-
O BATIS\!0 \ \L\RCA DO CRISTAO
da sua participação pessoal na Missa em si. batizado, entra na vida eterna. A morte física é um mal, mas prin
Isto se deve ao fato de o caráter atual do Batismo nos "revestir" dpalmente para os que continuam vivos. Para o que morre, signi
de Cristo, segundo a expressão de São Paulo. É esse caráter que, fica simplesmente que chegou antes ao céu, supondo que não tenha
segundo São Tomás, nos faz participar do seu sacerdócio eterno. cometido o suicídio espiritual de morrer em pecado mortal.
O Batismo nos dá o poder - e o dever - de participar com Cristo Por outro lado, uma pessoa pode viver um século inteiro, cheia
de tudo o que pertence ao culto de Deus: da Missa e dos sacra de saúde. riquezas e triunfos; mas. se morre sem Batismo. desper
mentos. Fazemo-nos co-ofertantes com Cristo do Santo Sacrifício. diçou os seus cem anos de vida. De que lhe serviu tudo isso, se
Não do mesmo modo, certamente, de quem recebeu a Ordem Sa não alcançou o único fim da sua existência, se perde a união eterna
grada: só o sacerdote ordenado pode celebrar Missa, pode consagrar. com Deus?
Mas, como membros do Corpo Místico de Cristo e partícipes do Nüo há como fugir a esta necessidade absoluta do Batismo.
seu sacerdócio, compartilhamos a sua oferenda na Missa; pomos "Quem não nascer da água e do Espírito. não pode entrar no reino
"algo" nessa Missa, algo impossível para quem não foi batizado. dos céus", disse Jesus a Nicodemos (Jo 3, 5) . E ordenou aos seus
E participamos de um modo especial das graças de cada Missa que Apóstolos: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda
se celebra, até daquelas em que não estamos fisicamente presentes. criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer
( c , por indiferença, não se batizar) será condenado" (Me 16, 1 5- 1 6) .
O que acabamos de ver é apenas uma pequena parte do que A afirmação é absoluta, sem paliativos. Não há modo de mitigá-la.
significa ter recebido a "marca" batismal. Além do aspecto confi
gurativo desse caráter, acima mencionado, os teólogos falam do seu Torna-se pois, muito fácil ver a razão da insistência da Igreja
efeito distintivo, que distingue os membros da Igreja - do Corpo em que se hatizem as crianças quanto antes. logo que seja possível
Místico de Cristo - daqueles que não o são. É sem dúvida a im levá-las à Igreja sem riscos É dogma de fé que quem morre em
. .
pressão desse caráter na alma que nos faz membros da Igreja. estado de pecado original não pode entrar no céu, não pode ver
a Deus.
Por último, o caráter batismal é sinal obrigatório, impõe-nos
No entanto, a Igreja nunca ensinou oficialmente que as almas
a obrigação de cumprir os deveres que decorrem do fato de sermos
das crianças que morrem sem batismo não possam alcançar a visão
cristãos, de pertencermos à Igreja de Cristo. Isto siguifica que deve
beatífica; pode ser que Deus tenha previsto alguma maneira de com
mos levar uma vida de acordo com o modelo que Cristo nos deixou,
pensá-las do fato de não terem sido balizadas. Mas, se assim é,
que temos que obedecer aos representantes de Cristo, ao nosso bispo
Ele não no-lo revelou. A maioria dos teólogos pensa que as almas
e, especialmente, ao Santo Padre, o Papa.
das crianças não balizadas gozam de um alto grau de felicidade
Convém frisar que todos os batizados são membros d a Igreja
natural (a que dão o nome de "Jimbo" ) , mas não a felicidade su
enquanto não romperem o vínculo de união pela heresia, pelo cisma
prema e sobrenatural da visão de Deus. Em qualquer caso, a nossa
ou pelas formas extremas da excomunhão. Mas mesmo neste caso
obrigação é seguir a via mais segura e jamais permitir que por culpa
continuam a ser súditos de Cristo (como todos os homens) e da
nossa uma alma entre na eternidade sem ter sido batizada.
sua Igreja (como todos os batizados) . A menos que sejam expres
Isto significa que os pais nunca devem adiar indevidamente o
samente dispensados disso (como a Igreja pode fazer com os bati
batismo do filho recém-nascido: os laços que o prendem à vida
zados não católicos em relação a certas leis), continuam sujeitos às
são demasiado frágeis, o risco de uma doença e morte súbita dema
leis da Igreja. Para um católico excomungado, por exemplo, conti
siado sério, para arriscar o seu batismo desnecessariamente.
nua a ser pecado mortal comer carne em dia de abstinência.
Os pais que demoram ou descuram injustificadamente o batismo
de um filho por muito tempo - e alguns teólogos sustentam que,
Se alguém lbe pergunta: "Qual é a coisa mais importante da
neste caso, um mês é "muito tempo" - tornam-se culpados de pe
vida para todos sem exceção?", fico na dúvida de saber se você
c�do mortal. Seria um grave erro, por exemplo, adiar o batismo
responderia adequadamente, imediatamente, sem vacilar. Se a sua Simplesmente porque o tio Jorge virá visitar-nos no próximo mês e
formação católica for sólida, não terá problemas. Responderá ime nós gostaríamos muito de que fosse ele o padrinho da criatura. A
diatamente: "O Batismo!" criança necessita agora do Batismo muito mais que do tio Jorge,
Sabemos que, se um ser humano é privado de alimento, bebida
que, aliás, pode ser padrinho por meio de um representante. Muito
ou oxigênio por um certo tempo, morre fisicamente. Mas, se está
O BATISMO A \!ARCA DO CRISTAO
236
da sua participação pessoal na Missa em si. batizado, entra na vida eterna. A morte física é um mal, mas prin
Isto se deve ao fato de o caráter atual do Batismo nos "revestir" dpalmente para os que continuam vivos. Para o que morre, signi
de Cristo, segundo a expressão de São Paulo. É esse caráter que, fica simplesmente que chegou antes ao céu, supondo que não tenha
segundo São Tomás, nos faz participar do seu sacerdócio eterno. cometido o suicídio espiritual de morrer em pecado mortal.
O Batismo nos dá o poder - e o dever - de participar com Cristo Por outro lado, uma pessoa pode viver um século inteiro, cheia
de tudo o que pertence ao culto de Deus: da Missa e dos sacra de saúde. riquezas e triunfos; mas. se morre sem Batismo. desper
mentos. Fazemo-nos co-ofertantes com Cristo do Santo Sacrifício. diçou os seus cem anos de vida. De que lhe serviu tudo isso, se
Não do mesmo modo, certamente, de quem recebeu a Ordem Sa não alcançou o único fim da sua existência, se perde a união eterna
grada: só o sacerdote ordenado pode celebrar Missa, pode consagrar. com Deus?
Mas, como membros do Corpo Místico de Cristo e partícipes do Nüo há como fugir a esta necessidade absoluta do Batismo.
seu sacerdócio, compartilhamos a sua oferenda na Missa; pomos "Quem não nascer da água e do Espírito. não pode entrar no reino
"algo" nessa Missa, algo impossível para quem não foi batizado. dos céus", disse Jesus a Nicodemos (Jo 3, 5) . E ordenou aos seus
E participamos de um modo especial das graças de cada Missa que Apóstolos: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda
se celebra, até daquelas em que não estamos fisicamente presentes. criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer
( c , por indiferença, não se batizar) será condenado" (Me 16, 1 5- 1 6) .
O que acabamos de ver é apenas uma pequena parte do que A afirmação é absoluta, sem paliativos. Não há modo de mitigá-la.
significa ter recebido a "marca" batismal. Além do aspecto confi
gurativo desse caráter, acima mencionado, os teólogos falam do seu Torna-se pois, muito fácil ver a razão da insistência da Igreja
efeito distintivo, que distingue os membros da Igreja - do Corpo em que se hatizem as crianças quanto antes. logo que seja possível
Místico de Cristo - daqueles que não o são. É sem dúvida a im levá-las à Igreja sem riscos É dogma de fé que quem morre em
. .
pressão desse caráter na alma que nos faz membros da Igreja. estado de pecado original não pode entrar no céu, não pode ver
a Deus.
Por último, o caráter batismal é sinal obrigatório, impõe-nos
No entanto, a Igreja nunca ensinou oficialmente que as almas
a obrigação de cumprir os deveres que decorrem do fato de sermos
das crianças que morrem sem batismo não possam alcançar a visão
cristãos, de pertencermos à Igreja de Cristo. Isto siguifica que deve
beatífica; pode ser que Deus tenha previsto alguma maneira de com
mos levar uma vida de acordo com o modelo que Cristo nos deixou,
pensá-las do fato de não terem sido balizadas. Mas, se assim é,
que temos que obedecer aos representantes de Cristo, ao nosso bispo
Ele não no-lo revelou. A maioria dos teólogos pensa que as almas
e, especialmente, ao Santo Padre, o Papa.
das crianças não balizadas gozam de um alto grau de felicidade
Convém frisar que todos os batizados são membros d a Igreja
natural (a que dão o nome de "Jimbo" ) , mas não a felicidade su
enquanto não romperem o vínculo de união pela heresia, pelo cisma
prema e sobrenatural da visão de Deus. Em qualquer caso, a nossa
ou pelas formas extremas da excomunhão. Mas mesmo neste caso
obrigação é seguir a via mais segura e jamais permitir que por culpa
continuam a ser súditos de Cristo (como todos os homens) e da
nossa uma alma entre na eternidade sem ter sido batizada.
sua Igreja (como todos os batizados) . A menos que sejam expres
Isto significa que os pais nunca devem adiar indevidamente o
samente dispensados disso (como a Igreja pode fazer com os bati
batismo do filho recém-nascido: os laços que o prendem à vida
zados não católicos em relação a certas leis), continuam sujeitos às
são demasiado frágeis, o risco de uma doença e morte súbita dema
leis da Igreja. Para um católico excomungado, por exemplo, conti
siado sério, para arriscar o seu batismo desnecessariamente.
nua a ser pecado mortal comer carne em dia de abstinência.
Os pais que demoram ou descuram injustificadamente o batismo
de um filho por muito tempo - e alguns teólogos sustentam que,
Se alguém lbe pergunta: "Qual é a coisa mais importante da
neste caso, um mês é "muito tempo" - tornam-se culpados de pe
vida para todos sem exceção?", fico na dúvida de saber se você
c�do mortal. Seria um grave erro, por exemplo, adiar o batismo
responderia adequadamente, imediatamente, sem vacilar. Se a sua Simplesmente porque o tio Jorge virá visitar-nos no próximo mês e
formação católica for sólida, não terá problemas. Responderá ime nós gostaríamos muito de que fosse ele o padrinho da criatura. A
diatamente: "O Batismo!" criança necessita agora do Batismo muito mais que do tio Jorge,
Sabemos que, se um ser humano é privado de alimento, bebida
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O IL\TIS \ 1 0 o H.\T!/.\! lO ! l.\ CHL\:\(,: \
r1·s_,01Jo tw futuro dcs�nn1h imL'llln da :.ua \ id:t L·:ttt.l l iL·a. I.'. p;1ra i ::.�. n .
m a i s g r a Y c seria d i l a t a r o pra/\' d e um hatismo até o prl)xnno " B . o
,, rL'\.!Í�trn batismal é c:.. SL'IKi:d. Uma \'CZ <.J UL' llL'nhum dns (kmai :..
salúrin''. pnn poder dar u m a festa. A grande festa da criança é
:.<ILT:7me n1tt:-. é \ úlidn si.' n :-t tl :--c r;..-cchcu prL'Yiam·�·nte t' hatisnw. u m
!..: t Hn n:us. L't.llll llS a n_itlS c ns �antos na pia batismal. c nenhum deles
c�ttt\l iL'll dL'\.1.' prtl\'�H ��SI.' f:ltn em Gtda dn Sl.'ll pftlgi\?SSO
�.. :-.
�-.· stú i ntc r · sad n em n.·khr{t - k t <.._' tllll um barril de vinho.
l.'�(.'�lifln
e-.. p iritual.
Pode-se hatizar u m a LTÍalh.·a nasl'ida fora do casan11:nto canú Quando htr f.:m.: r a primeira comunhfttl. 5L'r-lhe-ú pedidn qu:..·
nw�trc uma et'1pia da certi d:-to hatisnw.l. Q u :lll cltt cheuar a htna d:..·
nicn? 1\ resposta 0 s i m . A ig reja não penaliza o filho pelos pe
ser crismadt). dc\·er;'! apre5L'ntú-1a outra vo. Qua ndo fn� com a noiva
l�ados de seus pais. Toda crian-;a pndl' st.:r batizada na Igreja Catú
hca soh uma S() cundição: o saccrdnk dcYc ter provas razoúveis de \ u n pÚrPL\l para cnntrair matrimônio. os dnis ter::ío que voltar a
que scrá educada na fé. Corno se trata de u m assunto d e critério L' \ihi-la. Se um jnvl.'m resolve ingressar n u m scminúritt e u m a jnvem
o p�troco deve avaliar cada caso particular c as suas circunstfmcias : n u m cnm�1ltu. lllll e outra dcverftn apresentar-se providos da cnr
Se a situ�H,:üo anúmala dos pais pode ser corrigida facilmente
I l-:.Jllllllknte ccrt idflo de batismo. O Batismn km
uma importünda
o púrou) provavdmcnte in�istirú �m qu� seja regu i <I� izada anks d � t :- • t l ah:.tlluta. '.Jlle a Igrl.'ja o cornfmwa eiíi c.tcld et,!fHl -�---vig-_;_r p[tr a -
<wlorizar o batismo da cri�HH;a . O moti\ o é que as prohahilidadcs tcr a L'l.'rlL'Llt J� que nao hom·c falhas nessa questão :..·apitai.
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Pode-se hatizar u m a LTÍalh.·a nasl'ida fora do casan11:nto canú Quando htr f.:m.: r a primeira comunhfttl. 5L'r-lhe-ú pedidn qu:..·
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que scrá educada na fé. Corno se trata de u m assunto d e critério L' \ihi-la. Se um jnvl.'m resolve ingressar n u m scminúritt e u m a jnvem
o p�troco deve avaliar cada caso particular c as suas circunstfmcias : n u m cnm�1ltu. lllll e outra dcverftn apresentar-se providos da cnr
Se a situ�H,:üo anúmala dos pais pode ser corrigida facilmente
I l-:.Jllllllknte ccrt idflo de batismo. O Batismn km
uma importünda
o púrou) provavdmcnte in�istirú �m qu� seja regu i <I� izada anks d � t :- • t l ah:.tlluta. '.Jlle a Igrl.'ja o cornfmwa eiíi c.tcld et,!fHl -�---vig-_;_r p[tr a -
<wlorizar o batismo da cri�HH;a . O moti\ o é que as prohahilidadcs tcr a L'l.'rlL'Llt J� que nao hom·c falhas nessa questão :..·apitai.
:·
imb nliz n 0 fato de
o bat izad o se ter ves . _ l�. i.jue é a port
a de i n gresso
lldo de Cn sto. de s O sacerdo na
i l cn ti fica do com Cri sto. e t er te (ou o
De agora em dian te, di:ícono). que
kv ar;'1 Cristll consigo p a r_a onde que r que va, dirige-se entã vai administ
. v i verá n E le c fala rá o ao encontr rar o batis
s i e n i ficam as pal avr as
de São Pau lo: ' ' po r
e agir a por �
le. E _
o qt�e
loca l da i
g reja ond e
este s
o dos pais e
se
dos padrinho
s, à porta ou
mo,
u e tod os -los, rec enco ntram reuni no
h;�t izad lls em Cristo. 9 vos , que fostes orda -lhes a dos, e, depois
.. aleg ria de acol
(Ga l 3. 27) .
fostes revestidos de Cn sto desse Deu s her de sau dá
Lstc m; tum c faz -no que é a font os filho s como dom
e de toda
. ._ de Deu s.
?
s rec uar a os próprio a sua p vida e quer
c < ' n v c-r,. ,s eram ba s começos da l g rep nip ria Vida dar agora ao
ti za dos na véspera do s : a gra,·a novo ser
Dom ingo O c·cJc hra san tifica nte e
Vcs ti�1m um a t ú n ica da R e ss u rre r ça o ntc inici a a filia ção
bat ism al. que conserv lhes perg u cntü o o rito divina .
nitn dia s. avam co 1 alcg rra dur : nta, a l ém com u m brev
!'.'o c.1k ndü rio ant igo � ank do nom e esco e diálogo, e m
ii Pós cna cha ma
da Igreja, o Dmmn a Igreja
para ela. lhido para a que
go q u e se segue A criança, o que
re
�
va- se
"D om inic a in a! bis "a fé", " spos ta dos pedem
hra nca s -. por " - o domi ngo das a grn<;a de pais pode ser: "O
qne nesse dta os cns v cs t s Cris to", "a Bati smo", o u
_
��a b � ttsm �
tao s !tra _ Qua l q uer entra da n a Igr
do mo
Tu do isin n o s vam a tun dessa ., res eja", "a v i d a
b a i1 sug cst ün que · posta s expr ime etern a " .
p;n ;J q u e tl hc h bem a consc
ê n;\o LL'>c um a
que ria fazer. /';a o ha raza o men to e dos iência d a gran
vc:-. tc ha l i � ma l ; dc.-.sc
fru tos snhr deza
A seg uir, enat urais do
sant o Batism o.
nho s as.,
modo se frrs an a o celc hran tc
lem bra o co
rcl a 1·ií o ii
u mcm em m promis so que
c ri a n ça . e con
pais e padri
vida-os a traça
r, junta -
O BAT IS�! O
O .\ .-I,C J\! E.'-:TO m:
,\ tH!l r:t b(· n \·fto. jú m l \LI .\L \J..I
1 Lllll "- n � t t l l l l L que foi mã e deeois do pmt
a i s fam iliar . é a da
mm to pop ula r em o. 2 13
SLI!.! \.' I Js�e l- L i t .\ s Lon ota out ros tempos, em bor
a 0 sim bol is mo da cc·n m o
o. por exempl o,
ções abo rrec idas . com ni a . 1\os mes
1 1 1 ,';,- t i v """ q ue pur � u c a a müc poderi a fa zer es que prec ede
m o nasc ime
ific ar-s e para poder ou manda r faze
1 - s t · t id0i;1 lií!ada ü
vol wr a freq uen �ar
a tgrq_ a_ r nto,
hê n ç ft o após o parto L"fÍJil\;' a. esse vestido
para o batis
r,-1;1 ,,-" , fl " u:- 0 a ver c pro fun da , ada. mo da
com o ant igo ri to jud �� nte _ nr Imediatam ente
aico da pu flft caç ao depois do rito da
da mJ. c l.:om o a pia leg al t,;a ou os padrin hos veste batismal,
de águ a ben ta. à por ta de nos sas acendem uma os pais da cria
"a tgreJa , com vela n a cham n
<"t!2u a de pur ific a�,;· Jo' � que o cclchra nte a do cirio
' q u e cos tum ava
han:r nos tcm plo s lhes apres enta pasca l,
ra h :z exi sta um a
lige ira rela ção de orig JUd eus . Esta vel a é sim hol o dizen do: " Recebei a luz
em _
. ma s nad a m a t s . da fé. a luz de Cristo".
\ CZ que bra das Um a e os padri nhos se de Cristo, e
pda mo rte de Cristo as responsabi liza m signi fica q ue
cadeias do pecado . por ajudar as os pais
a pur ific açã o da mã on grn al, rem na vida como cria nças a cam
e dei xou de ter sen _ "filhos da luz" inha
tido . , como cristãos.
Se a m ãe se adw poderi a ser oport
para unt r-se a. com
suf icie nte me nte hem . uno que os pais Também aqui
bat ism al. ela e 0 itiv a cionar a vela para adq uirissem o cost ume
filh o pod em recebe essa ceri môni a. de propor
da c efl
r ess a bê111;ão dep ois casa c g ua rdú - l a . com o fim de
llh.J nia . Ca�o con trür io, pod levá -la depois
e ped i-la ma is lard E m algu ns país para
L·ondi�l-lL's dL' ir aié �..:. qua ndo est ive r em preen de c aprecia es, n os lares
à i g rej a com o filh o. a importân cia católicos onde
do B se com
r i t u a l . essa data atismo como
é celebrada nascimento espi
versa rio do nasci com m u i to
Todos nós estivemos men to. mais alegri a
presentes num batizad Em cada que o ani
nos so. A não ser o pel o me nos : o dam- se os padrin aniversário de
que nos ten ham os hos a a l m o<;a r batism o, conv
batizado jü adu ltos ou janta r e, i
pro vú v él é que fôs
semos dem asia do jov , o mm s aces a, a cham
a da vela no centro da
ens par a sab er o que batis mal. mesa brilha,
\ a pas san do. Ma s 0 ma is cer to é se est �
su1 1·ia do alg um bat
nhn . am 1e0 ou par
ente.
que a ma 1on � de nos
ism o. a l ém do nos so,
.
t er� ha PI
na qua lida de de par
�
. pad n () NASCI
MEN TO
·� -
DE UM A A L M
r t m i l i a ri z ; dos com
No ent ant o. am da
0 rito bat ism al, pen
que estejanH s mll lto A
�
so que nos pode ser
,1', rc.,pc·c t i v a s
ccrim <> n i as com alg u!Jl rever O rito do Bat
iSm o está chei
si l'l I j fjL· adP .
um com ent ürio oca sion Sem pre q u e o de riqu eza
al so h re o seu possivel, é e simbolismo
espiritua l .
A nks . l)OfL� IIl. eo � t a
com emora o celeb rado n o
domingo, dia
.._
- ria c.k faz�..: r um a sug
cst;lo aos pa i s q u e
. m u i to ap
mistério da Res
surreição de
e m q ue a
Cris to e que,
IgreJa
·
veja m alg um bat izad prc- ropri ado par
me nos· p ro. ' x rm
o n u m fut uro ma is ou a o nascime portanto, é
mo men to do rito b . o· A cert o nas ügua s
bati sma is. vai
n t o espiritual
de u m a alma
C)i_�t..o. _�-
_
at ism a l . o nfJc rant e - como diz que,
coloca na .n.a n�
bra nca . se a C fJ· a JH,;a
nao- · ··
a tra:1 1a Ja ao ser· leva
� � u n� a ves
' da ''t tg, rcJ ,". . E o que
, _
te. a
J!_ ,�er para !!m
Acompa n h a
a vida I1.Q...v..a..._
São Paulo -
ressuscita r com
rest ou do co stu me dos pelos padr
de ves tir o neófito
com um a tum. ca bat filh o à Igr
.
inhos, o pai
c om o sím bol o da ino tsm al eja e solic ita e a mãe apre
cên cia que reco bnu IgrL'ja . m o batis mo, sentam o
a sua alm a._ Ma ts at.m :
:·
imb nliz n 0 fato de
o bat izad o se ter ves . _ l�. i.jue é a port
a de i n gresso
lldo de Cn sto. de s O sacerdo na
i l cn ti fica do com Cri sto. e t er te (ou o
De agora em dian te, di:ícono). que
kv ar;'1 Cristll consigo p a r_a onde que r que va, dirige-se entã vai administ
. v i verá n E le c fala rá o ao encontr rar o batis
s i e n i ficam as pal avr as
de São Pau lo: ' ' po r
e agir a por �
le. E _
o qt�e
loca l da i
g reja ond e
este s
o dos pais e
se
dos padrinho
s, à porta ou
mo,
u e tod os -los, rec enco ntram reuni no
h;�t izad lls em Cristo. 9 vos , que fostes orda -lhes a dos, e, depois
.. aleg ria de acol
(Ga l 3. 27) .
fostes revestidos de Cn sto desse Deu s her de sau dá
Lstc m; tum c faz -no que é a font os filho s como dom
e de toda
. ._ de Deu s.
?
s rec uar a os próprio a sua p vida e quer
c < ' n v c-r,. ,s eram ba s começos da l g rep nip ria Vida dar agora ao
ti za dos na véspera do s : a gra,·a novo ser
Dom ingo O c·cJc hra san tifica nte e
Vcs ti�1m um a t ú n ica da R e ss u rre r ça o ntc inici a a filia ção
bat ism al. que conserv lhes perg u cntü o o rito divina .
nitn dia s. avam co 1 alcg rra dur : nta, a l ém com u m brev
!'.'o c.1k ndü rio ant igo � ank do nom e esco e diálogo, e m
ii Pós cna cha ma
da Igreja, o Dmmn a Igreja
para ela. lhido para a que
go q u e se segue A criança, o que
re
�
va- se
"D om inic a in a! bis "a fé", " spos ta dos pedem
hra nca s -. por " - o domi ngo das a grn<;a de pais pode ser: "O
qne nesse dta os cns v cs t s Cris to", "a Bati smo", o u
_
��a b � ttsm �
tao s !tra _ Qua l q uer entra da n a Igr
do mo
Tu do isin n o s vam a tun dessa ., res eja", "a v i d a
b a i1 sug cst ün que · posta s expr ime etern a " .
p;n ;J q u e tl hc h bem a consc
ê n;\o LL'>c um a
que ria fazer. /';a o ha raza o men to e dos iência d a gran
vc:-. tc ha l i � ma l ; dc.-.sc
fru tos snhr deza
A seg uir, enat urais do
sant o Batism o.
nho s as.,
modo se frrs an a o celc hran tc
lem bra o co
rcl a 1·ií o ii
u mcm em m promis so que
c ri a n ça . e con
pais e padri
vida-os a traça
r, junta -
O XASCI.\fE'-..TO DE F\L\ AL\1.\ 245
244 O BATIS�!O
completa. Mas o batismo por infusftn conserva também o mesmo plHtáncia de saher cnmo batizar em caso de necessidade. Ordina
significado. ria mc.· ntc. quem adm inist ra n hat!smo L' o sacerdote (ou o diácono) .
Uma vez transcorrido este mumento nilminank. a cerimllnia vai c Sl'ria muito mau que um leigo o fizcsst: em seu lt1gar sem uma
chegando rapidamente ao fim. A crian\a é agora um filho de Deus, razào grave. Por sua vez, é essencial não permitir que ninguém cem
um príncipe da família real dos céus. A criança participa tamhl:m con di çôes para receber o batismo morra sem ele: é um requisito im
do sacerdócio eterno de Cristo. E é!Ssim como ns reis e sacerdotes prc�cindível para se entrar no céu.
dos tempos antigos eram ungidos. a criança é agora ungida também. Por esta razão. Nosso Senhor Jesus Cristo deixou as portas
na cabeça. com o óleo santo. Antes da unçüo, n cclehrantc pede desse sacramento abertas de par em par em caso de necessidade ur
a Deus: "Que Ele te <.:onsagre com o ()ko santo para que. como gente. Quando um nào batizado está. pois, em perigo de morte, e
membro de Cristo, sa<.:adote. profeta c rei. continues no seu Povo reúne as condi�ôes para receber o sacramento. não havendo sacerdote
até à vida eterna". ou diácono disponível. qualquer pessoa pode batizá-lo. Mesmo um
É agora que tem ]ugar o breve rito da veste branca: se a nüo católico ou um ateu pode administrar validamente o batismn.
criança não estiver de branco. é revestida com uma pequena túnica desde que tenha a intenção pelo menos de "fazer o que faz a lgrcja"
ou véu branco. O celehrante recorda: "Agora nasceste de novo c nessa ccrimtmia c empregue a forma corretamente.
t� revestiste de Cristo; por isso trazes esta veste hranc a. Que teus O que se tem a fazer é extremamente simples. Rasta derramar
pais e amigos te ajudem por sua palavra c exemplo a cnnservar a :ígua da torneira na fronte do batizado e, ao mesmo tempo. pro
dignidade de filho de Deus até à vida eterna". nunciar audi velmente (enquanto a água escorre) as palavras: "Eu
Acabada esta oração, o sacerdote apresenta n círio pascal c diz: l•' hatizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo." Estas
"Recebe a luz de Cristo". E os pais ou os padrinho" acendem no palavras deveriam ser tão familiares a um batizado como o seu pró
círio pasca} a vela da criança, que tem um belo simholi�mo. expri prio nome. Pode apresentar-se uma ocasião em que a salvação
mido nas palavras que o celehrante lhes dirige: "Pais c padrinhos. eterna de uma alma dependa de conhecê-las. No batismo solene.
esta luz vos é entregue para que a alimenteis. Por isso. c�rorçai-vos que se administra na igreja , a água que se utiliza é a batismal, es
para que esta criança caminhe na vida iluminada por Cristo. como pecialmente benta na Vigilia Pascal. Mas, num batismo privado.
filho da iuz. Perseverando na fé. pnssa com todos os santos ir ao basta a flgua corrente, que é até preferível à água benta.
encontro do Senhor quando Ele vier". A seguir. o n:lehrante pode Muito frequentemente administra-se o batismo privado em ma
tocar os ouvidos e a hoca da criança. dizendo: "O Senhor Jesus, ternidades. quando se torna duvidosa a sobrevivência do recém-nas
que fez os surdos ouvir c os mudos falar, te conceda que possas cid,). Se o hospital é hem atendido por pessoal católico, os pais
logo ouvir a sua palavra c prnfessar a fé para louvor e glória de não têm razão para preocupar-se: uma freira ou enfermeira se en
Deus Pai". carregará de administrar o batismo se a vida da criança estiver em
Vem agora a conclusão do rito do Batismo. De pé, diante do perigo. Mas se a futura mãe vai para tJm hospital que não oferece
altar, o celebrante dirige aos presentes uma e\ortaç:'to. para que pre ga rantias nesse aspecto. deve tomar as medidas nccessúrias para que
parem os novos batizados para a recepção do� Sacramentos da Cris s�u filho seja batizado em caso de necessidade, inclusive levando a
ma e da Eucaristia, quando for o momento; e todos juntos rezam f('lrmu la do batismo escrita num papel. Chegada n hora do parto,
o Pai Nosso. Dá uma bênção às mães, aos pais e a todos os pre� dar;í n papel no médico (ou ü enfermeira) c dirú: "Doutor. se a
sentes, e encerra o rito com uma bênção final e a despedida. � id a de meu filho correr perigo. por favor. derrame um pouco de
·
Os pais ofereceram seu filho a Deus. Deus lhes devolve um ;Jgua snbrc a sua cabeça c diga ao mesmo tempo essas palavras
santo. crn vo 7 alta. com a intenção de fazer n que a lgreja Católica quer
fa7er no batismo··.
QUEM PODE BATIZAR? Se a criança estiver em casa e adoecer repentinamente antes de
ser batizad a. qualquer membro da família pode (e deve) batizá-la.
Em caso de emergência, você saberia administrar o sacramento Os laços que prendem um bebê à vida são frágeis. c. às vezes,
do Batismo? Provavelmente sim . Hú poucos catôlicvs que, tendo _a_ m�rgcm entre a vida c a morte t: muito tl'nuc. Nesses casos, não
recebido aulas de catecismo. ainda que sejam apenas as preparató� �c deve es-perar pelo Sãi..·crdon:. -o 'f=>3fiSITú1tcf.<l-·a mesma eficácia,
·
completa. Mas o batismo por infusftn conserva também o mesmo plHtáncia de saher cnmo batizar em caso de necessidade. Ordina
significado. ria mc.· ntc. quem adm inist ra n hat!smo L' o sacerdote (ou o diácono) .
Uma vez transcorrido este mumento nilminank. a cerimllnia vai c Sl'ria muito mau que um leigo o fizcsst: em seu lt1gar sem uma
chegando rapidamente ao fim. A crian\a é agora um filho de Deus, razào grave. Por sua vez, é essencial não permitir que ninguém cem
um príncipe da família real dos céus. A criança participa tamhl:m con di çôes para receber o batismo morra sem ele: é um requisito im
do sacerdócio eterno de Cristo. E é!Ssim como ns reis e sacerdotes prc�cindível para se entrar no céu.
dos tempos antigos eram ungidos. a criança é agora ungida também. Por esta razão. Nosso Senhor Jesus Cristo deixou as portas
na cabeça. com o óleo santo. Antes da unçüo, n cclehrantc pede desse sacramento abertas de par em par em caso de necessidade ur
a Deus: "Que Ele te <.:onsagre com o ()ko santo para que. como gente. Quando um nào batizado está. pois, em perigo de morte, e
membro de Cristo, sa<.:adote. profeta c rei. continues no seu Povo reúne as condi�ôes para receber o sacramento. não havendo sacerdote
até à vida eterna". ou diácono disponível. qualquer pessoa pode batizá-lo. Mesmo um
É agora que tem ]ugar o breve rito da veste branca: se a nüo católico ou um ateu pode administrar validamente o batismn.
criança não estiver de branco. é revestida com uma pequena túnica desde que tenha a intenção pelo menos de "fazer o que faz a lgrcja"
ou véu branco. O celehrante recorda: "Agora nasceste de novo c nessa ccrimtmia c empregue a forma corretamente.
t� revestiste de Cristo; por isso trazes esta veste hranc a. Que teus O que se tem a fazer é extremamente simples. Rasta derramar
pais e amigos te ajudem por sua palavra c exemplo a cnnservar a :ígua da torneira na fronte do batizado e, ao mesmo tempo. pro
dignidade de filho de Deus até à vida eterna". nunciar audi velmente (enquanto a água escorre) as palavras: "Eu
Acabada esta oração, o sacerdote apresenta n círio pascal c diz: l•' hatizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo." Estas
"Recebe a luz de Cristo". E os pais ou os padrinho" acendem no palavras deveriam ser tão familiares a um batizado como o seu pró
círio pasca} a vela da criança, que tem um belo simholi�mo. expri prio nome. Pode apresentar-se uma ocasião em que a salvação
mido nas palavras que o celehrante lhes dirige: "Pais c padrinhos. eterna de uma alma dependa de conhecê-las. No batismo solene.
esta luz vos é entregue para que a alimenteis. Por isso. c�rorçai-vos que se administra na igreja , a água que se utiliza é a batismal, es
para que esta criança caminhe na vida iluminada por Cristo. como pecialmente benta na Vigilia Pascal. Mas, num batismo privado.
filho da iuz. Perseverando na fé. pnssa com todos os santos ir ao basta a flgua corrente, que é até preferível à água benta.
encontro do Senhor quando Ele vier". A seguir. o n:lehrante pode Muito frequentemente administra-se o batismo privado em ma
tocar os ouvidos e a hoca da criança. dizendo: "O Senhor Jesus, ternidades. quando se torna duvidosa a sobrevivência do recém-nas
que fez os surdos ouvir c os mudos falar, te conceda que possas cid,). Se o hospital é hem atendido por pessoal católico, os pais
logo ouvir a sua palavra c prnfessar a fé para louvor e glória de não têm razão para preocupar-se: uma freira ou enfermeira se en
Deus Pai". carregará de administrar o batismo se a vida da criança estiver em
Vem agora a conclusão do rito do Batismo. De pé, diante do perigo. Mas se a futura mãe vai para tJm hospital que não oferece
altar, o celebrante dirige aos presentes uma e\ortaç:'to. para que pre ga rantias nesse aspecto. deve tomar as medidas nccessúrias para que
parem os novos batizados para a recepção do� Sacramentos da Cris s�u filho seja batizado em caso de necessidade, inclusive levando a
ma e da Eucaristia, quando for o momento; e todos juntos rezam f('lrmu la do batismo escrita num papel. Chegada n hora do parto,
o Pai Nosso. Dá uma bênção às mães, aos pais e a todos os pre� dar;í n papel no médico (ou ü enfermeira) c dirú: "Doutor. se a
sentes, e encerra o rito com uma bênção final e a despedida. � id a de meu filho correr perigo. por favor. derrame um pouco de
·
Os pais ofereceram seu filho a Deus. Deus lhes devolve um ;Jgua snbrc a sua cabeça c diga ao mesmo tempo essas palavras
santo. crn vo 7 alta. com a intenção de fazer n que a lgreja Católica quer
fa7er no batismo··.
QUEM PODE BATIZAR? Se a criança estiver em casa e adoecer repentinamente antes de
ser batizad a. qualquer membro da família pode (e deve) batizá-la.
Em caso de emergência, você saberia administrar o sacramento Os laços que prendem um bebê à vida são frágeis. c. às vezes,
do Batismo? Provavelmente sim . Hú poucos catôlicvs que, tendo _a_ m�rgcm entre a vida c a morte t: muito tl'nuc. Nesses casos, não
recebido aulas de catecismo. ainda que sejam apenas as preparató� �c deve es-perar pelo Sãi..·crdon:. -o 'f=>3fiSITú1tcf.<l-·a mesma eficácia,
·
trado incondicionalmente. quer dizer, st:m restnç·oes nem acréscimos. até Dcus é um caminho dt: amor. Uma pessoa que ama a Deus
Quer sobreviva ou não, a crian�a foi batizada e não poderá voltar �;Jbre todas as cni�<b �..: quer lazer tudo o que Deus quer, tem o
a sê-lo. batismo de desçjo. Se as circunstâncias a impedem de receber o
Mas se a criança batiz&da pnvadamente sobrevive, deve-se dar batismo sacram�o:ntal, bastará o seu batismo de desejo para lhe serem
notkia do batismo ao pároco - informi-lo da data e de quem o abertas as portas do céu. Do mesmo modo que o supremo amor
administrou para que se possa inscrevê-lo no registro batismal. a Deus pt.:rdoa todos os pecados, mesmo mortais, à alma que não
Lembremo-nus de que essa criança necessitará mais tarde de uma pllde apresentar-se à Confissão, o supremo amor a Deus apagarã
certidão de batismo para poder fazer a primeira comunhão e rece todos os pecados, tanto o original como os atuais, da alma que nflo
ber os demais sacrar..1entos. Depois de a criança se recuperar, os pt)de receber o batismo.
pais devem combinar com o pároco a data para lhe serem adminis Quando alguém que ama a Deus conhece o Batismo e quer re
tradas as restantes cerimônias do rito batismal. Terão que kvá-la cebê-lo, chamamos a essa disposição batismo de desejo explicito.
à igreja, para receber as cerimônias do batismo solene, exceto a Quando alguém que desconhece o Batismo ama a Deus e quer fazer
infusão da água, a menos que haja motivos para suspeitar que isso a sua vontade em tudo, possui o batismo de desejo implicito. Por
não foi feito adequadamente. llUtra::; palavras, o desejo do batismo está contido implicitamente no
Quanào se batiza uma criança privadamente, é conveniente que dt.'St.:jo de cumprir a vontade de Deus. Se essa pessoa conhecesse
haja padrinhos (pelo menos um) , e escolhê-los talvez entre os vizi tl Batismo c souhcsse que Deus deseja que o receba, batizar-se-ia
nhos ou parentes que o queiram. A única coisa necessária é que porque quer o que Deus · quer.
tenham intençüo de ser vadrinhos. Em casos assim, esse mesmo Uma pessoa preparada para receber o batismo tem já o batismo
casal (se lhe for possível) deve acompanhar a críança à igreja para de desejo explícito. se a sua fé é acompanhada pelo amor a Deus
a administração das restantes cerimônias. Na prática, raras vezes por Deus mesmo. Um judeu piedoso. com supremo amor a Deus,
se podem conseguir padrinhos para um batismo piÍvado, especial pode muito hem estar de posse do batismo de desejo implfcito.
mente nos hospitais. Nesse caso, pode intervir como padrinho su
plente qualquer pessoa a quem os p&is o peçam. A forma mais elevada de substituir o batismo sacramental ou
É pouco provável que tenhamos ocasião de administrar priva o de desejo é aquela que chamamos batismo de sangue. "Ninguém
damcnte o batismo a um :Hlulto, mas pode acontecer. Um possível tem maior amor que aquek que dá a vida por seus amigos" (Jo
converso pode ficar gravemente doente antes de se� recebido na· 1 5 , 1 3 ) . Mesmo sem batismo, qualquer pessoa que sofra o martírio
Igreja. Ou um amigo não batizado pode manifestar o desejo de por Cristo tem a certeza de alcançar a recompensa eterna. Mártir
ser batizado no leito de morte e ter a fé necessária para isso : fé na é todo aquele que "sofre por motivo sobrenatural a morte ou uma
Santíssima Trindade, que premia os justos e castiga os pecadores, ferida mortal infligida por ()dio a Cristo. à sua religião ou a uma
c em Jesus Cristo, como Filho de Deus e nosso Redentor; e a von virtude cristã".
tade de aceitar tudo o que a Igreja Católica ensina. Talvez não se O termo ·'múrtir'' reserva-�e oficialmente para os que sofrem morte
apresente nunca semelhante ocasião. mas é de capital importância vi ultntd ou derramam o seu sangue vor Cristo. Nos dias em que
estarmos preparados para ela. a fgrcja formulava a sua definição de martírio, a morte às mãos dos
seus inimigos era geralmçnte rápida. Ficavam reservados para a
Se o Batismo é absolutamente necessano para ir para o céu nossa �poca, "civilizada" e moderna. os métodos de tortura em que
(e é ) , que acontece com toda a gente que morre sem oportunidade a morte pode f.JCr prolongada por muitos anos e se pode matar um
de recebê-lo e que talvez nem sequer saiba que existe? Perderão o homem sem deixar sinais em seu corpo. Há hoje muitas almas em
céu, sem culpa alguma de sua parte? prisões e campos de trabalho que sofrem o que Fulton Sheen
Ninguém que tenha chegado ao uso da razão perde o céu a não chamou ''um martírio seco". Não restam dúvidas sobre a realidade
ser por culpa própria. É um artigo da fé cristã - definido pela de tais martírios. A agonia de mente e corpo pode durar anos.
Igreja - que Deus dá a cada alma que cria a graça suficiente para Morram de desinteria ou de outra doença contraída nas prisões,
se salvar. Ninguém poderá jamais dizer: "Não pude alcançar o levarão a palma do martírio por toda a eternidade, e, sem dúvida,
céu porque não tive meios para isso". muitos deles süo catecúmenos que não tiveram oportunidade de re
Para os que não têm ocasião de receber o Batismo, o caminho ceber o batismo antes de serem presos.
248 O BATISMO 249
trado incondicionalmente. quer dizer, st:m restnç·oes nem acréscimos. até Dcus é um caminho dt: amor. Uma pessoa que ama a Deus
Quer sobreviva ou não, a crian�a foi batizada e não poderá voltar �;Jbre todas as cni�<b �..: quer lazer tudo o que Deus quer, tem o
a sê-lo. batismo de desçjo. Se as circunstâncias a impedem de receber o
Mas se a criança batiz&da pnvadamente sobrevive, deve-se dar batismo sacram�o:ntal, bastará o seu batismo de desejo para lhe serem
notkia do batismo ao pároco - informi-lo da data e de quem o abertas as portas do céu. Do mesmo modo que o supremo amor
administrou para que se possa inscrevê-lo no registro batismal. a Deus pt.:rdoa todos os pecados, mesmo mortais, à alma que não
Lembremo-nus de que essa criança necessitará mais tarde de uma pllde apresentar-se à Confissão, o supremo amor a Deus apagarã
certidão de batismo para poder fazer a primeira comunhão e rece todos os pecados, tanto o original como os atuais, da alma que nflo
ber os demais sacrar..1entos. Depois de a criança se recuperar, os pt)de receber o batismo.
pais devem combinar com o pároco a data para lhe serem adminis Quando alguém que ama a Deus conhece o Batismo e quer re
tradas as restantes cerimônias do rito batismal. Terão que kvá-la cebê-lo, chamamos a essa disposição batismo de desejo explicito.
à igreja, para receber as cerimônias do batismo solene, exceto a Quando alguém que desconhece o Batismo ama a Deus e quer fazer
infusão da água, a menos que haja motivos para suspeitar que isso a sua vontade em tudo, possui o batismo de desejo implicito. Por
não foi feito adequadamente. llUtra::; palavras, o desejo do batismo está contido implicitamente no
Quanào se batiza uma criança privadamente, é conveniente que dt.'St.:jo de cumprir a vontade de Deus. Se essa pessoa conhecesse
haja padrinhos (pelo menos um) , e escolhê-los talvez entre os vizi tl Batismo c souhcsse que Deus deseja que o receba, batizar-se-ia
nhos ou parentes que o queiram. A única coisa necessária é que porque quer o que Deus · quer.
tenham intençüo de ser vadrinhos. Em casos assim, esse mesmo Uma pessoa preparada para receber o batismo tem já o batismo
casal (se lhe for possível) deve acompanhar a críança à igreja para de desejo explícito. se a sua fé é acompanhada pelo amor a Deus
a administração das restantes cerimônias. Na prática, raras vezes por Deus mesmo. Um judeu piedoso. com supremo amor a Deus,
se podem conseguir padrinhos para um batismo piÍvado, especial pode muito hem estar de posse do batismo de desejo implfcito.
mente nos hospitais. Nesse caso, pode intervir como padrinho su
plente qualquer pessoa a quem os p&is o peçam. A forma mais elevada de substituir o batismo sacramental ou
É pouco provável que tenhamos ocasião de administrar priva o de desejo é aquela que chamamos batismo de sangue. "Ninguém
damcnte o batismo a um :Hlulto, mas pode acontecer. Um possível tem maior amor que aquek que dá a vida por seus amigos" (Jo
converso pode ficar gravemente doente antes de se� recebido na· 1 5 , 1 3 ) . Mesmo sem batismo, qualquer pessoa que sofra o martírio
Igreja. Ou um amigo não batizado pode manifestar o desejo de por Cristo tem a certeza de alcançar a recompensa eterna. Mártir
ser batizado no leito de morte e ter a fé necessária para isso : fé na é todo aquele que "sofre por motivo sobrenatural a morte ou uma
Santíssima Trindade, que premia os justos e castiga os pecadores, ferida mortal infligida por ()dio a Cristo. à sua religião ou a uma
c em Jesus Cristo, como Filho de Deus e nosso Redentor; e a von virtude cristã".
tade de aceitar tudo o que a Igreja Católica ensina. Talvez não se O termo ·'múrtir'' reserva-�e oficialmente para os que sofrem morte
apresente nunca semelhante ocasião. mas é de capital importância vi ultntd ou derramam o seu sangue vor Cristo. Nos dias em que
estarmos preparados para ela. a fgrcja formulava a sua definição de martírio, a morte às mãos dos
seus inimigos era geralmçnte rápida. Ficavam reservados para a
Se o Batismo é absolutamente necessano para ir para o céu nossa �poca, "civilizada" e moderna. os métodos de tortura em que
(e é ) , que acontece com toda a gente que morre sem oportunidade a morte pode f.JCr prolongada por muitos anos e se pode matar um
de recebê-lo e que talvez nem sequer saiba que existe? Perderão o homem sem deixar sinais em seu corpo. Há hoje muitas almas em
céu, sem culpa alguma de sua parte? prisões e campos de trabalho que sofrem o que Fulton Sheen
Ninguém que tenha chegado ao uso da razão perde o céu a não chamou ''um martírio seco". Não restam dúvidas sobre a realidade
ser por culpa própria. É um artigo da fé cristã - definido pela de tais martírios. A agonia de mente e corpo pode durar anos.
Igreja - que Deus dá a cada alma que cria a graça suficiente para Morram de desinteria ou de outra doença contraída nas prisões,
se salvar. Ninguém poderá jamais dizer: "Não pude alcançar o levarão a palma do martírio por toda a eternidade, e, sem dúvida,
céu porque não tive meios para isso". muitos deles süo catecúmenos que não tiveram oportunidade de re
Para os que não têm ocasião de receber o Batismo, o caminho ceber o batismo antes de serem presos.
O S.-\ CH.-\ \ I E \"TO D \ CO\ FIR\ f.-\Ç.\0 � -'l l
C\ PÍTno X X V :-. Sa !..! r ada Comunh�to como o lth.;n de u n i t-u1 u1m l1 nn��n pn)ximo.
�las.� em geral. a nn��a vida religiosa c-,u·t girandl1 em torno do
nossn cu .
.\ CO\' F J JDL\Ç.\.0 E recehcmos a Confirma\ãn nu Cri�ma. Cnm da. l'hega·nos
uma graça que aprnfunda e enr ijcct: a nossa f�. pma que seja sufi
cientemente fnrtc n;lo sú para a� lll'l"Cssidadcs pn'1prias, como
wrnh�m para as dos o u t ros. com os quais procuraremos u�m
rartilhú-la. Com n de�pcrtar da adolescência. uma criança começa
a assumir. paulatina t: progressivamente, as respon sabilidades da ida·
de adulta. Cnme�·a a ver o seu lugar 11(1 quadro completo da famíliJ.
c tamh�m no da sociedade. De forma parecid<1. n nistão crismado
l\llllt:Ça a ver cada vez l'Om maior cla rtza ( ou dt'l"eria fazê-lo) <1
•.,ua responsahilidade para com Cristo e o seu pn·1ximo. Compro
mcte·sc profundamente ( o u dn:eria faz�-lo) com o bem de Cristo-nn
O SACRAMENTO DA CONI'IR MAÇÃO ·mundo. que é a Igreja. com o bem de Cristo-no-prú\imo. Ness�
sentido, a ConfirmatJto � um crc�cimento espiritual.
N<1sccr c crescer sJo dois acontecimentos inconfundíveis na vida Para q u e possamos a��umir essa responsa bilidade para com a
de urna pcssna, n:conhecidos por todos. Também reconhecemos que I g reja c para com o próximo. tanto em obras como em sentimentos,
.
hú entn.: ele� uma depc ndência íntima: é evidente q u e ningué� pode P sacramento da Confirrna�·;to ou C'rism<t nos confere uma gra<;a c
crescer se antes não nasceu. É quase tfto evidente que o ftm do um poder csrcciais. Assim conw a "marca" do Batismo nos faz
nascimento se frustra até certo ponto se não é seguido pelo cre� ci 1.: no ., dú o poder de nos
participar na funçüo sau:rd o ! a l de Cri�to
.
mcnto. Um anão causa pena porque o seu desenvolvimento fístco unirmos a Cristo n a sua homcnagl'lll a Deus. a Confirmaí.Jto "vin
completo foi impedido por um defeito glandular. Compa(� ccemo-IH; s cula-nos mais pcrfcitamcll\c ú Igreja. enriquecidos de espec i a l for�a
d�: u m idiota cujo crescimento mental parou por um defeito nas cc do Espírito Santo. e no� torna mai� estreitamente obrigados à fé
.
lulas cerebra is. Nascemos para crescer e, ao crescer, aperfeiçoamos que. como verdadeiras te�tcmunhas dt: Cri�to. devemos defender e
o nosso nascimento. difundir tanto pnr palavras comn por obra�" ( " I .Hmcn Gctltium'',
Estes fatos patentes da vida física podem ajudar-nos a compreen n. I I ) .
der a íntima rcla<;üo que há na nossa vida espiritual entre os sacra Agora compartilhamo� com Cristo a sua mis<;;[ o d e l.''>tcndcr o
mentos do Batismo c da Confirmaçüo. Ainda que a Confirmação Reino. de adicionar novas almas ao rorpo Mí<.;tico de Cri�to. As
próprio um sacrament o (! iferentc e completo tem
scj<t por direito no�sas pala\Tas e atos jú n ü o .'. C diri!.!cm mcr�nncn ll' :1 santi ricac:ío
_ _ . . :
por fim aperfeiçoar o q u e o Bat1smo lllJCIOU em nos. Po? enamos pessoal. mas vão. al�m .di�so. fa;�,.·r l"n�n que a verdade ele Cristo' se
dizer que. de certo modo. somos batizados para sermos confirmados. Ll1rne real e viv'a para aqucks q u e nos l"l1Ckiam.
Nascemos espiritualm ...'ntc no Bati�mo: atrav0s dele. passamos a
p:u ticipar da vida divina da Santíssima Trind� de e come� amos a O catecismo define a Cnnfirm<ll.;üo l·omn " u m sacramento pelo
viver a \"ida sohrenatural.
_
Ao praticarmos as VIrtudes d a fe. da es n Espírito Santo. se imprime em nossa a l m a o caráter
q u a l �l' rccchc
perança e d a caridade. c ao u n irmo-nos a Cristo na sua Igreja para de soldados de Jcsu<.; Cristo c no:-. tornamos perfeitos cristãos". ;\
prestar culto a Deus. crescemos também em g�·aça e bondade. Mas analogia pela qual :-.t: compara P ni..,L-1 n confirmado 3 um soldado
pode ter perdido fnrça pdo SL' ! J brgn t t ..,n. mas. 'iC a �.·nmprccndcrmos
.
nessa etapa d a vida espiritual. como n a VIda de uma cnança,
concentramo-nos principalmente em nús mesmos. Tendemos a estar adequadamente. �.·st;í �.·heia d e " i !..! n i fil·a d n O nist;lo cnn finnJclo guar
preocupados com as nt:ccssidadcs da nossa própria alma, com os da uma lealdade inal ter;'t\\:1 p:;ra �..·nm t 1 R e i c u j a �..· Jusa serve: está
nossos csfon;os por ·'sermos hons". É claro que não podemos con d i�posto a suportar qualq tll'r \(�frinll'ntn a ser�'iço do seu R e i . a
centrar-nos exclusivamente em nós mt:smos: não, se entendemos o comhater o mal. inch1� iVL' <lt� �� morto..' . nndc q ul..' r qui.' ..,�_., encontre:
q u e significa ser membro do Corpo Mbtico de Cristo: não, se en a fnzer tudo o que e'ítiYlT a o �1..'ll ak<tlll"l..' para di l;tt;u n r�_· inn dt1
tendemos o :'-.ignificado da Missa como um ato comum de culto, e seu Soberano.
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nascimento se frustra até certo ponto se não é seguido pelo cre� ci 1.: no ., dú o poder de nos
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dizer que. de certo modo. somos batizados para sermos confirmados. Ll1rne real e viv'a para aqucks q u e nos l"l1Ckiam.
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Ao praticarmos as VIrtudes d a fe. da es n Espírito Santo. se imprime em nossa a l m a o caráter
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prestar culto a Deus. crescemos também em g�·aça e bondade. Mas analogia pela qual :-.t: compara P ni..,L-1 n confirmado 3 um soldado
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nessa etapa d a vida espiritual. como n a VIda de uma cnança,
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preocupados com as nt:ccssidadcs da nossa própria alma, com os da uma lealdade inal ter;'t\\:1 p:;ra �..·nm t 1 R e i c u j a �..· Jusa serve: está
nossos csfon;os por ·'sermos hons". É claro que não podemos con d i�posto a suportar qualq tll'r \(�frinll'ntn a ser�'iço do seu R e i . a
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tendemos o :'-.ignificado da Missa como um ato comum de culto, e seu Soberano.
252 A CONFIRMAÇÃO O SACRAMENTO DA CONFIRMAÇÃO 253
É, pois, de lamentar que muitos católicos encarem o seu papel zados em nome do Senhor Jesus. Então impusaam-lhes as mãos.
e eles receberam o Espírito Santo. E quando Simão, P mago, viu
de soldados de um ponto de vista negativo. Vêem-se na defensiva,
que o Espírito Santo lhes cr::t ...: omunicado por meio da imposição
dispostos a lutar pela sua fé se lhes trouxerem a luta à sua porta.
das mãos dos Apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro, dizendo: "Dai-:me
Ou vêem talvez o reino de Cristo - e a si mesmos - como que
também a mim esse poder, a fim de que todo aquele a quem eu
em estado de sitio, cercados pelo inimigo, lutando pela mera sobre
impuser as mãos receba o Espírito Santo" (At 8, 14-19).
vivência.
É desta passagem - que relata a tentativa de Simão. o mago,
Mas não é essa, de maneira nenhuma, a verdadeira e dinâmica
dt· comprar o poder de conferir a Confirmação - que veio a resul
tar a palavra "simonia", nome que se dá ao pecado de comprar ou
concepção da graça e do poder da Confirmação. O cristão confir
mado lança-se jubilosamente ao cumprimento da sua vocação. Forte
vender coisas sagradas. Mas trata-se de um ponto de menos impor
na fé e cheio de um amor ardente pelas almas - que nasce do seu lfincia. A verdadeira importância da passagem está no fato de nos
amor a Cristo -, sente uma preocupação constante pelos outros.
Experimenta uma inquieta insatisfação se n�o faz pelos outrps algo
falar do sacramento da Confirmação. Diz-nos que, embnra seja um
complemento do Batismo, que completa o que este iniciou, a Con
que valha a pena, algo que contribua para lhes aliviar as cargas da
firmação é um sacramento diferente do Batismo. Os samaritanos já
vida, algo que contribua para lhes assegurar a promessa da vida tinham sido batizados, mas ainda era necessário que "lhes impuses
eterna. Seus atos e palavras prodamam aos que o rodeiam: "Cristo
sem as mãos" A passagem conta ainda como se administrava a
vive e vive para ti". A graça para agir assim é a que Jesus prome Confirmação: pondo a mão de quem confirma sobre a cabeça da
teu aos seus Apóstolos (e a nós) quando disse: "Recebereis o poder quele que vai ser confirmado e dizendo ao mesmo tempo uma ora
do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemu- ção para que este receba o E'Jpírito Santo.
nhas. até os confins da terra" (At I , 8) .
De momento, estamos especialmente interessados nesse fato que
Não sabemos exatamente quando foi que Jesus, na sua vida a passagem nos conta claramente: que eram os Apóstolos - isto é,
pública, instituiu o sacramento da Confirmação. É uma das "muitas os hispos - quem confirmava. Fosse quem fosse que tivesse bati
coisas que Jesus fez" de que nos fala São João e que não estão zado os samaritanos, é evidente que não tinha poder para "'impor
escritas nos Evangelhos (ver Jo 2 1 , 25). Conhecemos o fato pela -lhes as mãos" e comunicar-lhes o Espírito Santo. Dois dos Após
Tradição da Igreja, isto é, pela doutrina da Igreja transmitida até tolos. Pedro e João, têm que deslocar-se de Jerusalém à Samaria
nós desde os tempos do Senhor por meio dos Apóstolos, inspi para administrar a Confirmação a esses novos cristãos.
rados pelo Espírito Santo. E a Tradição tem a mesma autoridade Como era no princípio, assim é agora. Geralmente, só o bispo
que a Sagrada Escritura, como fonte da verdade divina. Se um é que confirma. Em alguns casos, porém, pode fazê-lo um sacer
amigo nosso, partidário de que "unicamente a Bíblia é a fonte da dote. por concessão do direito geral - por exemplo, em perigo de
revelação", torce o nariz 'e nos diz: "Diga-me onde é que isso está morte - ou por indulto ou delegação especial. Desde tempos re
escrito na Bíblia para que eu creia", não cairemos na armadilha. motos, têm também esta autorização os sacerdotes da Igreja Católica
Bastará responder-lhe com toda a suavidade: "Mostre-me onde se grega . Nesse ramo da Igreja, o sacerdote que batiza uma criança
diz na· Bíblia que devemos crer só no que aparece ali escrito". confere-lhe também a Confirmação logo depois. No rito latino, como
Mas a Sagrada Escritura fala-nos da Confirmação. Não com sabemos, não se dá essa prática.
esse nome1 é claro, pois, à exceção do Batismo, os nomes dos sacra O Papa Pio XII, que tanto lutou por tornar os sacramentos
mentos foram inventados pelos primeiros teólogos da Igreja. O pri mais acessíveis ao povo, concedeu em 1 947 uma autorização muito
mitivo nome da Confirmação era "imposição das mãos". Esse é o paternal. Autorizou os párocos de qualquer lugar - sempre que
nome que a Sagrada Escritura utiliza nesta passagem dos Atos o bispo não estivesse disponível - a administrar dentro da su&
dos Apóstolos: "Quando os Apóstolos que estavam em Jerusalém pan·Jqui a o sacramento da Confirmação, como ministro extraordiná
souberam que havia sido recebida na Samaria a palavra de Deus, rio, a qualquer batizado que não estivesse confirmado e se encon
enviaram para lá Pedro e João, os quais, tendo chegado, fizeram trasse em perigo de morte por doença, acidente ou idade avançada.
oração por eles a fim de receberem o Espírito Santo, pois ainda não E isto é assim, mesmo que seja um bebê quem esteja em perigo
de morte. Ainda que a Confirmação na Igreja Católica de rito lati-
hJ.via descido sobre nenhum deles, mas somente tinham sido bati�
252 A CONFIRMAÇÃO O SACRAMENTO DA CONFIRMAÇÃO 253
É, pois, de lamentar que muitos católicos encarem o seu papel zados em nome do Senhor Jesus. Então impusaam-lhes as mãos.
e eles receberam o Espírito Santo. E quando Simão, P mago, viu
de soldados de um ponto de vista negativo. Vêem-se na defensiva,
que o Espírito Santo lhes cr::t ...: omunicado por meio da imposição
dispostos a lutar pela sua fé se lhes trouxerem a luta à sua porta.
das mãos dos Apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro, dizendo: "Dai-:me
Ou vêem talvez o reino de Cristo - e a si mesmos - como que
também a mim esse poder, a fim de que todo aquele a quem eu
em estado de sitio, cercados pelo inimigo, lutando pela mera sobre
impuser as mãos receba o Espírito Santo" (At 8, 14-19).
vivência.
É desta passagem - que relata a tentativa de Simão. o mago,
Mas não é essa, de maneira nenhuma, a verdadeira e dinâmica
dt· comprar o poder de conferir a Confirmação - que veio a resul
tar a palavra "simonia", nome que se dá ao pecado de comprar ou
concepção da graça e do poder da Confirmação. O cristão confir
mado lança-se jubilosamente ao cumprimento da sua vocação. Forte
vender coisas sagradas. Mas trata-se de um ponto de menos impor
na fé e cheio de um amor ardente pelas almas - que nasce do seu lfincia. A verdadeira importância da passagem está no fato de nos
amor a Cristo -, sente uma preocupação constante pelos outros.
Experimenta uma inquieta insatisfação se n�o faz pelos outrps algo
falar do sacramento da Confirmação. Diz-nos que, embnra seja um
complemento do Batismo, que completa o que este iniciou, a Con
que valha a pena, algo que contribua para lhes aliviar as cargas da
firmação é um sacramento diferente do Batismo. Os samaritanos já
vida, algo que contribua para lhes assegurar a promessa da vida tinham sido batizados, mas ainda era necessário que "lhes impuses
eterna. Seus atos e palavras prodamam aos que o rodeiam: "Cristo
sem as mãos" A passagem conta ainda como se administrava a
vive e vive para ti". A graça para agir assim é a que Jesus prome Confirmação: pondo a mão de quem confirma sobre a cabeça da
teu aos seus Apóstolos (e a nós) quando disse: "Recebereis o poder quele que vai ser confirmado e dizendo ao mesmo tempo uma ora
do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemu- ção para que este receba o E'Jpírito Santo.
nhas. até os confins da terra" (At I , 8) .
De momento, estamos especialmente interessados nesse fato que
Não sabemos exatamente quando foi que Jesus, na sua vida a passagem nos conta claramente: que eram os Apóstolos - isto é,
pública, instituiu o sacramento da Confirmação. É uma das "muitas os hispos - quem confirmava. Fosse quem fosse que tivesse bati
coisas que Jesus fez" de que nos fala São João e que não estão zado os samaritanos, é evidente que não tinha poder para "'impor
escritas nos Evangelhos (ver Jo 2 1 , 25). Conhecemos o fato pela -lhes as mãos" e comunicar-lhes o Espírito Santo. Dois dos Após
Tradição da Igreja, isto é, pela doutrina da Igreja transmitida até tolos. Pedro e João, têm que deslocar-se de Jerusalém à Samaria
nós desde os tempos do Senhor por meio dos Apóstolos, inspi para administrar a Confirmação a esses novos cristãos.
rados pelo Espírito Santo. E a Tradição tem a mesma autoridade Como era no princípio, assim é agora. Geralmente, só o bispo
que a Sagrada Escritura, como fonte da verdade divina. Se um é que confirma. Em alguns casos, porém, pode fazê-lo um sacer
amigo nosso, partidário de que "unicamente a Bíblia é a fonte da dote. por concessão do direito geral - por exemplo, em perigo de
revelação", torce o nariz 'e nos diz: "Diga-me onde é que isso está morte - ou por indulto ou delegação especial. Desde tempos re
escrito na Bíblia para que eu creia", não cairemos na armadilha. motos, têm também esta autorização os sacerdotes da Igreja Católica
Bastará responder-lhe com toda a suavidade: "Mostre-me onde se grega . Nesse ramo da Igreja, o sacerdote que batiza uma criança
diz na· Bíblia que devemos crer só no que aparece ali escrito". confere-lhe também a Confirmação logo depois. No rito latino, como
Mas a Sagrada Escritura fala-nos da Confirmação. Não com sabemos, não se dá essa prática.
esse nome1 é claro, pois, à exceção do Batismo, os nomes dos sacra O Papa Pio XII, que tanto lutou por tornar os sacramentos
mentos foram inventados pelos primeiros teólogos da Igreja. O pri mais acessíveis ao povo, concedeu em 1 947 uma autorização muito
mitivo nome da Confirmação era "imposição das mãos". Esse é o paternal. Autorizou os párocos de qualquer lugar - sempre que
nome que a Sagrada Escritura utiliza nesta passagem dos Atos o bispo não estivesse disponível - a administrar dentro da su&
dos Apóstolos: "Quando os Apóstolos que estavam em Jerusalém pan·Jqui a o sacramento da Confirmação, como ministro extraordiná
souberam que havia sido recebida na Samaria a palavra de Deus, rio, a qualquer batizado que não estivesse confirmado e se encon
enviaram para lá Pedro e João, os quais, tendo chegado, fizeram trasse em perigo de morte por doença, acidente ou idade avançada.
oração por eles a fim de receberem o Espírito Santo, pois ainda não E isto é assim, mesmo que seja um bebê quem esteja em perigo
de morte. Ainda que a Confirmação na Igreja Católica de rito lati-
hJ.via descido sobre nenhum deles, mas somente tinham sido bati�
A CO'(FIH\L\ÇAO O SIC:'\ I F I L ":\UO DA. CO'\ l -" I H \ 1:\Ç..\< J
nn scj:1 :t d m i n i st r a d a nnrmalmcnh.: sú aos hatizados que tenham c on fi rm a n d t1 na fwntt: L·om o si na l da cruz. dizendo: "N , recebe,
dk<uK;adtl n tJ S1 l da ra7::ín c possu a m suficiente maturidade. essa por este �inal. o Dom do Espí ri to Santo". E o confirmando responde:
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t;nlln que a ni a n \· a tenha sido hatizada. tem d i rei to à Confirmação
se <..:tliTC 11 r i :-.L· n d e morrer. Pn rt a n to. tlS pais devem informar o pá \'ak a jX'lla determtHlOS u m pouco a comentar o sign i fi c ado
nxn L"\ l lll prcstaa se st.' d::ín t'ssas c i n.: un st fmc i a s na família. Se lk�tc rito sacramentaL
Deus kY�\1' a lTÍ<trh_;<L esta cntrarú no c�u com o caráter d a Confir O LT ism a é u m dPs três ókos que o bispo ht:nzt: todo ano n a
ma\'ão - além lhl carútcr hatismal - im presso na alma. sua Missa de Quin ta-Feira Santa. Os outros dois süo: o óleo dos
..._· atecúmeno� ( usado no Batismo) e o óleo dos enfermos ( usado n a
Ln�JH1 do s Enfermos ) . Todos o � santos óleos são de azeite puro
O S I G N I I · I C A I JO I JA CON I I R M A(AO dt.· ol i v e i ra .
Desde a a n t igu id ade, o azeite de o l i ve ira é considerado
L'tlnlt) u rna � ub st ftncia fortificante. tanto que muitos atletas costu
Provavdmctl ll'. m u i tos de IH.lS jú presen c i a mos a a dmin i st ração mavam un t a r o corpo com ele. a n tes de participarem de um certame
:Jtll·tict""�. O � i gn i f icado dos santos óleos que sü o utilizados na admi
da Con fi rm �HJi o ou Crisma v;irias vezes. talvr:z como confirmandos,
pais ou padrinhos. nistra<.;fto elos sac ra m en tos é, pois. pate n te : o azeite si gni fic a o efeito
No rito a t u a L costuma havL·r junto d o hispo um ou vários sa�..:e r fmtificantc da g r aça de Deus. Além da bê nçào es pec i a l e diferente
d(Jtcs concek·hrante�. Dt?pois da sa u d at.;J o do hispo - "A paz estej a que L·ada óleo receh e. o crisma tem ou tra par t ic ul ari da de: é m i st u rad o
con vosco" - c dL' u m a or�ll/tn pedindo o dom do Espírito Santo, C(1l11 húlsamo. uma su h�tâ nc i a aromática que se extrai dessa árvore.
tcm lugar a cckh ra t.JHl da palavra Lk Deu s. com uma ou várias lei No cr ism a , o hálsamo simboliza a "fragrância" d a virtude. o bom odor,
tur;ts. ;\p(\s c��as kitur<l� da S<1gnub Esc rit u ra, os cnn fi rm andos a atrm,Jío que d eve rú desprender·sc da vida daquele que pôe em mo
s.:ío chamados pe lo 1wme. L' pe rm a necem diante d o b i spo. que lhes vimento as graças àa Co nfi rm a çü o .
d i r ige umas p<1lavras. comentando a grandeza e o significado do sa ;\ cruz que se traca sohre a fronte do confirmando é ou t ro sím
cr a ment o. hl1lll pnde ro so. �c rea l ment e n e n ten d emos e pomos em p rá t i ca . É
V i nca-�c a rcla�·:-to da Confirnw....:Jo com o Batismo. renovando m u i to fúcil �ahê-lo. Ra�ta perguntar-nos: "Vivo de verd a de como se
a s pronlL·ssas batbrnais. Vem c n t :io a parte essencial d a cerimônia, t l t l l l \ '-'s�c u m a cru; \·i�ível gravada na minha fronte. que me marca
q u e consta d a imposi,Jto das m:-t os c d a unção com o sa n to c r i sma. U1Jllt1 h n mcm ou mulher de Cristo? Na minha vida diária, dou
O hi.c.. po - como t a m h L;lll ( l <; " a c crd ot cs concelehrantes - impõe lcstcniunlw de Cri�to? Nas minhas atitudes c n o meu rclaciona
a s mãos sobre todos os cnnfirmandns. dizendo: Deus todo -poderoso , mcntn ..._· om os que me mdL·iam. em to d a s as m i n h a s ações . proc l a m o :
Pai de Nosso Se nho r Jesus Cristo. que. pda água e pelo Espírito hto é o quc s i gn i fic a �cr nistüo. bto é o que quer di ze r viver se
Santo. fizcstes renascer estes vossos servos. libertando-os do pecado, gu nd o n E v a ngelh o ? "' Se a rc�po�ta for n�to, é prova d e que des
enviai-lhes o E sp í ri to Santo Par ú c l i tn : dai-lhes. Senhor. o espí ri to de pcrd i ç<Hno s u m caudal de graças: a graça es pec i a l da Co n fi r m açüo.
sa be do ria c intelig0ncia, o es p í rito de con selho e fortaleza, o espirito E uma graça que tenho abundantemL"nlc �� minha dispos ição, se qui�
de ciência e pi ed a de. e enchei-os do c� p ír i to do vosso temor. Por �n u t i lizú-la: a grar,.a de vencer a m inh a m csqu i n ht.:z humana. a
Noss� Sen hor Jesus Cristo. vosso Filh<l. na unidade do E spíri to Jllinha (()\'ardia a n ll: os respeito-:_.. humanos, a minha rep ug n fl n L· t a e m
.
Sa n to . L t ..,; \.' d o sacrifk:io.
A u nçào com o cri sma. que �e faz a segu i r. é a pa rte essencial
do rito. É neste mom e n to . como dizia Pa u lo VI n a Constituição
Sem o B a ti�nw n:-to pm..! c mo� ir para tJ céu. Sem a Con f i rm a
'' Divinum consortium natmae". que se conkre o sacramento d a Co n �
<;-tn � i m . Ill:Js o nosso ..._· aminho at� ele �crá m a i s difícil. Na verdade,
�....· m a Ct1 n f i rma�..;· :i o. é m u i t o fácil �.:xtraviar-se por completo, muito
f irmaçã o . A própria unçãn com o crisma é a imp0sição de mãos
sacramental. l ;",c i ! perder a fl·. F:·.ta l· a raz�tn pela qua! todo o batizado tem a
Cada confirmando aprnxima·se do hispo. Co l oc a n do a mão di
( ·. h r ig a �.Jt u Jc rcceher t;1mhém a Confirma-;üo logo que tiver essa
reita so bre o omhro do confirmando. a pessoa que o apresentou diz
t1pt)f tunidadc. Sahcmo'l LJllL' Jesus n�10 i n s t i t u i u nenhum dos sacra
o seu n om e a o hispo. Tamht�m pode declará-lo o próprio confir·
mando. O bispo. tendo mergulhado o polegar n o crisma. marca o
l!lellt(l� sú '"peln go-, ln el e faz0-lo": Jesus instituiu ca d a s a crame n to
A CO'(FIH\L\ÇAO O SIC:'\ I F I L ":\UO DA. CO'\ l -" I H \ 1:\Ç..\< J
nn scj:1 :t d m i n i st r a d a nnrmalmcnh.: sú aos hatizados que tenham c on fi rm a n d t1 na fwntt: L·om o si na l da cruz. dizendo: "N , recebe,
dk<uK;adtl n tJ S1 l da ra7::ín c possu a m suficiente maturidade. essa por este �inal. o Dom do Espí ri to Santo". E o confirmando responde:
l i m i t a{<,-ttl n;-tn 0 \ ;'t lida p a ra os que cstüo em perigo de ITillrtc. Con ··Amém··.
t;nlln que a ni a n \· a tenha sido hatizada. tem d i rei to à Confirmação
se <..:tliTC 11 r i :-.L· n d e morrer. Pn rt a n to. tlS pais devem informar o pá \'ak a jX'lla determtHlOS u m pouco a comentar o sign i fi c ado
nxn L"\ l lll prcstaa se st.' d::ín t'ssas c i n.: un st fmc i a s na família. Se lk�tc rito sacramentaL
Deus kY�\1' a lTÍ<trh_;<L esta cntrarú no c�u com o caráter d a Confir O LT ism a é u m dPs três ókos que o bispo ht:nzt: todo ano n a
ma\'ão - além lhl carútcr hatismal - im presso na alma. sua Missa de Quin ta-Feira Santa. Os outros dois süo: o óleo dos
..._· atecúmeno� ( usado no Batismo) e o óleo dos enfermos ( usado n a
Ln�JH1 do s Enfermos ) . Todos o � santos óleos são de azeite puro
O S I G N I I · I C A I JO I JA CON I I R M A(AO dt.· ol i v e i ra .
Desde a a n t igu id ade, o azeite de o l i ve ira é considerado
L'tlnlt) u rna � ub st ftncia fortificante. tanto que muitos atletas costu
Provavdmctl ll'. m u i tos de IH.lS jú presen c i a mos a a dmin i st ração mavam un t a r o corpo com ele. a n tes de participarem de um certame
:Jtll·tict""�. O � i gn i f icado dos santos óleos que sü o utilizados na admi
da Con fi rm �HJi o ou Crisma v;irias vezes. talvr:z como confirmandos,
pais ou padrinhos. nistra<.;fto elos sac ra m en tos é, pois. pate n te : o azeite si gni fic a o efeito
No rito a t u a L costuma havL·r junto d o hispo um ou vários sa�..:e r fmtificantc da g r aça de Deus. Além da bê nçào es pec i a l e diferente
d(Jtcs concek·hrante�. Dt?pois da sa u d at.;J o do hispo - "A paz estej a que L·ada óleo receh e. o crisma tem ou tra par t ic ul ari da de: é m i st u rad o
con vosco" - c dL' u m a or�ll/tn pedindo o dom do Espírito Santo, C(1l11 húlsamo. uma su h�tâ nc i a aromática que se extrai dessa árvore.
tcm lugar a cckh ra t.JHl da palavra Lk Deu s. com uma ou várias lei No cr ism a , o hálsamo simboliza a "fragrância" d a virtude. o bom odor,
tur;ts. ;\p(\s c��as kitur<l� da S<1gnub Esc rit u ra, os cnn fi rm andos a atrm,Jío que d eve rú desprender·sc da vida daquele que pôe em mo
s.:ío chamados pe lo 1wme. L' pe rm a necem diante d o b i spo. que lhes vimento as graças àa Co nfi rm a çü o .
d i r ige umas p<1lavras. comentando a grandeza e o significado do sa ;\ cruz que se traca sohre a fronte do confirmando é ou t ro sím
cr a ment o. hl1lll pnde ro so. �c rea l ment e n e n ten d emos e pomos em p rá t i ca . É
V i nca-�c a rcla�·:-to da Confirnw....:Jo com o Batismo. renovando m u i to fúcil �ahê-lo. Ra�ta perguntar-nos: "Vivo de verd a de como se
a s pronlL·ssas batbrnais. Vem c n t :io a parte essencial d a cerimônia, t l t l l l \ '-'s�c u m a cru; \·i�ível gravada na minha fronte. que me marca
q u e consta d a imposi,Jto das m:-t os c d a unção com o sa n to c r i sma. U1Jllt1 h n mcm ou mulher de Cristo? Na minha vida diária, dou
O hi.c.. po - como t a m h L;lll ( l <; " a c crd ot cs concelehrantes - impõe lcstcniunlw de Cri�to? Nas minhas atitudes c n o meu rclaciona
a s mãos sobre todos os cnnfirmandns. dizendo: Deus todo -poderoso , mcntn ..._· om os que me mdL·iam. em to d a s as m i n h a s ações . proc l a m o :
Pai de Nosso Se nho r Jesus Cristo. que. pda água e pelo Espírito hto é o quc s i gn i fic a �cr nistüo. bto é o que quer di ze r viver se
Santo. fizcstes renascer estes vossos servos. libertando-os do pecado, gu nd o n E v a ngelh o ? "' Se a rc�po�ta for n�to, é prova d e que des
enviai-lhes o E sp í ri to Santo Par ú c l i tn : dai-lhes. Senhor. o espí ri to de pcrd i ç<Hno s u m caudal de graças: a graça es pec i a l da Co n fi r m açüo.
sa be do ria c intelig0ncia, o es p í rito de con selho e fortaleza, o espirito E uma graça que tenho abundantemL"nlc �� minha dispos ição, se qui�
de ciência e pi ed a de. e enchei-os do c� p ír i to do vosso temor. Por �n u t i lizú-la: a grar,.a de vencer a m inh a m csqu i n ht.:z humana. a
Noss� Sen hor Jesus Cristo. vosso Filh<l. na unidade do E spíri to Jllinha (()\'ardia a n ll: os respeito-:_.. humanos, a minha rep ug n fl n L· t a e m
.
Sa n to . L t ..,; \.' d o sacrifk:io.
A u nçào com o cri sma. que �e faz a segu i r. é a pa rte essencial
do rito. É neste mom e n to . como dizia Pa u lo VI n a Constituição
Sem o B a ti�nw n:-to pm..! c mo� ir para tJ céu. Sem a Con f i rm a
'' Divinum consortium natmae". que se conkre o sacramento d a Co n �
<;-tn � i m . Ill:Js o nosso ..._· aminho at� ele �crá m a i s difícil. Na verdade,
�....· m a Ct1 n f i rma�..;· :i o. é m u i t o fácil �.:xtraviar-se por completo, muito
f irmaçã o . A própria unçãn com o crisma é a imp0sição de mãos
sacramental. l ;",c i ! perder a fl·. F:·.ta l· a raz�tn pela qua! todo o batizado tem a
Cada confirmando aprnxima·se do hispo. Co l oc a n do a mão di
( ·. h r ig a �.Jt u Jc rcceher t;1mhém a Confirma-;üo logo que tiver essa
reita so bre o omhro do confirmando. a pessoa que o apresentou diz
t1pt)f tunidadc. Sahcmo'l LJllL' Jesus n�10 i n s t i t u i u nenhum dos sacra
o seu n om e a o hispo. Tamht�m pode declará-lo o próprio confir·
mando. O bispo. tendo mergulhado o polegar n o crisma. marca o
l!lellt(l� sú '"peln go-, ln el e faz0-lo": Jesus instituiu ca d a s a crame n to
O SIG:\IF ICADO DA CO:\F IR�IAÇAO
A CONFIH�IAÇAO
257
r�1rque. na sua infinita sabedoria, previu que careceríamos de graças
L.:spcciais para det.::rminadas circunstfwcias . de aman hã, ao passo que as verdades de
Deus permanecem inalte
ráveis. Forte na fé, ouve sem se pertu
Entre outras coisas, prc\'iU os perig0s a que estaria expllsta a rbar as explicações de tais
nossa fé. Alguns, inh:rnos, quando as paixões ou o egoísmo entram professores.
em choque com a nossa fé. Se desejamos seguir um caminho que � :
im, todos emos necessidade da graça
de Confirmação. Tanto
a noss3. fé nos proíhe, mas. por outro lado. não podemos v1ver em que e pecado � ao receber este sacrament
o se há ocasião disso . um
permanente conflito conosco, e queremos ter paz interior, algo tem pecado que sena m ?rta1 se a recusa se
devesse ao desprezo por esse
sacramento
que ceder. Se pudéssemos convencer-nos de que a nossa fé é errada, : Os pms que, por descuido, impedem que seus filhos
fk:aríamos de mãos livres para seguir os nossos desejos e conservar seJam confirmados, cometem um sério peca
do de negligência.
essa paz. É nessas circunstâncias que a graça da Confirmação vem
em nossa ajuda. se a deixamos agir, c faz retroceder de maneira Enq u� nto � a Igreja oriental é costu
me confirmar as crianças
irresistível os apetites do egoísmo para que triunfe a fé. A paz que quan do sao baliz adas , a tradieão
. _ � da IgreJ·a lati·na e admmt
· · · strar a
então encontramos é uma raz real. Conf1rmaçao quan do alcan çado
o uso da raza - 0 I· sto
e· em torno
dos sete anos de I· da de. Os adultos
·
257
r�1rque. na sua infinita sabedoria, previu que careceríamos de graças
L.:spcciais para det.::rminadas circunstfwcias . de aman hã, ao passo que as verdades de
Deus permanecem inalte
ráveis. Forte na fé, ouve sem se pertu
Entre outras coisas, prc\'iU os perig0s a que estaria expllsta a rbar as explicações de tais
nossa fé. Alguns, inh:rnos, quando as paixões ou o egoísmo entram professores.
em choque com a nossa fé. Se desejamos seguir um caminho que � :
im, todos emos necessidade da graça
de Confirmação. Tanto
a noss3. fé nos proíhe, mas. por outro lado. não podemos v1ver em que e pecado � ao receber este sacrament
o se há ocasião disso . um
permanente conflito conosco, e queremos ter paz interior, algo tem pecado que sena m ?rta1 se a recusa se
devesse ao desprezo por esse
sacramento
que ceder. Se pudéssemos convencer-nos de que a nossa fé é errada, : Os pms que, por descuido, impedem que seus filhos
fk:aríamos de mãos livres para seguir os nossos desejos e conservar seJam confirmados, cometem um sério peca
do de negligência.
essa paz. É nessas circunstâncias que a graça da Confirmação vem
em nossa ajuda. se a deixamos agir, c faz retroceder de maneira Enq u� nto � a Igreja oriental é costu
me confirmar as crianças
irresistível os apetites do egoísmo para que triunfe a fé. A paz que quan do sao baliz adas , a tradieão
. _ � da IgreJ·a lati·na e admmt
· · · strar a
então encontramos é uma raz real. Conf1rmaçao quan do alcan çado
o uso da raza - 0 I· sto
e· em torno
dos sete anos de I· da de. Os adultos
·
vós que não crêem Desde então. muitos dos seus discípulos se
do lago c juntou-se aos seus discípulos na barca, e assim chegou
com eles a Cafarnaum. retiraram c já não o segui am"
Na manhã seguinte. a turba não conseguia encontrar Jesus.
Quando chegaram �)utras barcas de Tiberíades, _ desi� tiram de pro
Este breve e.\.tratn do capilulo sexto de São Joüo contém os
curá-lo e embarcaram para Cafarnaum. Qual nao fm o seu assom dois pontos que mais n�Js . intercs� am agora: os dois ponto� � ue nos
bro ao encontrarem de novo Jesus. que havia chegado antes de dizem . meses antes da Ult1ma Ce1a, que na Sagrada Eucanst1a esta
les. sem ter subido à barca que partira na noite anterior! �oi outro
rüo presentes o verdad �iro Corpo e o verdadei :o Sangue de Jesus.
.
portento, outro milagre que Jesu � �ez para �ortalecer a fe daqu�l a Lu tero rejeitou a doutnna da presença verdadeira e substancial de
"
gente ( e d e seus discípulos), pOis ta po·la a prova pouco depms. Jesus na Eucaristia. doutrina que havia sido seguida firmemente por
Os discípulos e os que conseguiram entrar aglomeraram-se em todos os cristàos durante mil e quinhentos anos. Lutero aceitava
seu redor na sinagoga de Cafarnaum. Foi ali e então que Jesus fez certa espécie de presença de Cristo, ao menos no momento de se
receber a comunhão. Mas no terreno adubado por Lutero brota
a promessa que hoje nos enche de fortaleza e vida: prometeu a sua
ram nutras confissôcs protestantes que foram recusando mais e mais
carne e o seu sangue como alimento; prometeu a Sagrada Euca
a crença na presença real. Na maioria das confissôes protestantes
ristia.
de hoje. o "serviço da comunhão" não passa de um simples rito
Se tinha poder para multiplicar cinco pães e com eles alimentar comemorativo da morte do Senhor; o pào continua a sa pào c o
cinco mil homens, como não havia de tê-lo para alimentar toda a
vinho continua a ser vinho.
humanidade com um pfio celestial feito por Ele! Se tinha poder para
Em seus esforços por iludir a doutrina da presença real, teó
andar sobre as águas como se fosse terra firme, como não havia de logos protestantes procuraram mitigar as palavras de Jesus, afir
,• , tê-lo para ordenar aos elementos do pão e do vinho que lhe empres mando que Ele não pretendia que as tomassem no seu sentido literal,
I
tassem a sua aparência e para utilizá-la como capa para a sua Pes mas apenas espiritual ou simbolicamente. Mas é evidente que não
soa! Jesus tinha preparado bem os seus ouvintes e, como veremos, se podem diltlir as palavras de Cristo sem violentar o seu sentido
.I eles tinham necessidade disso. claro e rotundo. Jesus nào poderia ter sido mais enfático: "A minha
carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida".
Se você tem um exemplar do Novo Testamento à mão, será N;lo h;í forma de dizê-lo com mais clareza. No original grego, que
muito bom que leia inteiro o capítulo sexto do Evang�lho d� S�o t: a língua em que São Joào escreveu o seu Evangelho . a palavra
.
João. Só assim poderá captar todo o ambtente, as ctrcunstanctas do versículo 55 que traduzimo s por "comer" estaria mais próxima
c o desenrolar dos acontecimentos na sinagoga de Cafarnaum. Vou do seu sentido original se a traduzíssemos por "mastigar" ou "comer
citar somente as linhas mais pertinentes. que começam no versículo mastigando".
51 e acabam no 67. Tentar explicar as palavras de Jesus como simples modo de
"Eu sou o pão vivo que desci do céu", disse Jesus. "9u�m c\pres:-.ar-se levar-nos-ia a outro beco sem saída. Entre os judeus.
comer deste pão viverá para sempre, e o pão que eu Ih� da:e1 e a que eram aqueles a quem Jesus se dirigia. a umca ocas1ao em que
. .
minha carne para salvação do mundo. Discutiam entre SI os JUdeus, a frase "comer a carne de alguém" se utilizava figurativamente era
dizendo: Como pode este dar-nos a comer a sua carne? E Jesus JX!ra significar ódio a determinada pessoa ou perseguir alguém com
disse-lhes: Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a furor. De modo parecido, "beber o sangue de alguém" queria in
carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis dicar que e�;se alguém seria castigado com penas severas. Nenhum
a vida em vós. Aquele que come a minha carne e b�be o meu desses significados - os únicos que os judeus conheciam - se revela
sangue tem a vida eterna; e eu ressuscitarei no último dia. �arque coerente &e os aplicarmos às palavras de Jesus.
a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue verdadetra be
Outra prova de peso. que confirma que Jesus quis verdadei
bida Este é o pão que desceu do céu; não como o pão que ramen te dizer o que disse - que o seu corpo c o seu sangue es
vossos pais comeram e, não obstante, morreram. Quem co�e deste taria m realmente presentes na Eucaristia - está no fato de que
r;to viverá para sempre Muitos dos seus discípulos dtsseram: alguns dos seus discípulos o abandonaram por terem achadü a
Silo duras estas palavras! Quem as pode ouvir? Conhecendo Jesus id0ia de comê-lo demasiado repulsiva. Não tiveram fé suficiente
que os seus discípulos murmuravam por isso. disse-lhes: As pa par a compreender que, se Jesus lhes ia dar a sua carne e o seu
lavras que eu vos disse são espírito e são vida; mas há alguns de
O \1.\IOH DOS SACR.\\IE','TOS 261
:260 A EUCARISTIA
vós que não crêem Desde então. muitos dos seus discípulos se
do lago c juntou-se aos seus discípulos na barca, e assim chegou
com eles a Cafarnaum. retiraram c já não o segui am"
Na manhã seguinte. a turba não conseguia encontrar Jesus.
Quando chegaram �)utras barcas de Tiberíades, _ desi� tiram de pro
Este breve e.\.tratn do capilulo sexto de São Joüo contém os
curá-lo e embarcaram para Cafarnaum. Qual nao fm o seu assom dois pontos que mais n�Js . intercs� am agora: os dois ponto� � ue nos
bro ao encontrarem de novo Jesus. que havia chegado antes de dizem . meses antes da Ult1ma Ce1a, que na Sagrada Eucanst1a esta
les. sem ter subido à barca que partira na noite anterior! �oi outro
rüo presentes o verdad �iro Corpo e o verdadei :o Sangue de Jesus.
.
portento, outro milagre que Jesu � �ez para �ortalecer a fe daqu�l a Lu tero rejeitou a doutnna da presença verdadeira e substancial de
"
gente ( e d e seus discípulos), pOis ta po·la a prova pouco depms. Jesus na Eucaristia. doutrina que havia sido seguida firmemente por
Os discípulos e os que conseguiram entrar aglomeraram-se em todos os cristàos durante mil e quinhentos anos. Lutero aceitava
seu redor na sinagoga de Cafarnaum. Foi ali e então que Jesus fez certa espécie de presença de Cristo, ao menos no momento de se
receber a comunhão. Mas no terreno adubado por Lutero brota
a promessa que hoje nos enche de fortaleza e vida: prometeu a sua
ram nutras confissôcs protestantes que foram recusando mais e mais
carne e o seu sangue como alimento; prometeu a Sagrada Euca
a crença na presença real. Na maioria das confissôes protestantes
ristia.
de hoje. o "serviço da comunhão" não passa de um simples rito
Se tinha poder para multiplicar cinco pães e com eles alimentar comemorativo da morte do Senhor; o pào continua a sa pào c o
cinco mil homens, como não havia de tê-lo para alimentar toda a
vinho continua a ser vinho.
humanidade com um pfio celestial feito por Ele! Se tinha poder para
Em seus esforços por iludir a doutrina da presença real, teó
andar sobre as águas como se fosse terra firme, como não havia de logos protestantes procuraram mitigar as palavras de Jesus, afir
,• , tê-lo para ordenar aos elementos do pão e do vinho que lhe empres mando que Ele não pretendia que as tomassem no seu sentido literal,
I
tassem a sua aparência e para utilizá-la como capa para a sua Pes mas apenas espiritual ou simbolicamente. Mas é evidente que não
soa! Jesus tinha preparado bem os seus ouvintes e, como veremos, se podem diltlir as palavras de Cristo sem violentar o seu sentido
.I eles tinham necessidade disso. claro e rotundo. Jesus nào poderia ter sido mais enfático: "A minha
carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida".
Se você tem um exemplar do Novo Testamento à mão, será N;lo h;í forma de dizê-lo com mais clareza. No original grego, que
muito bom que leia inteiro o capítulo sexto do Evang�lho d� S�o t: a língua em que São Joào escreveu o seu Evangelho . a palavra
.
João. Só assim poderá captar todo o ambtente, as ctrcunstanctas do versículo 55 que traduzimo s por "comer" estaria mais próxima
c o desenrolar dos acontecimentos na sinagoga de Cafarnaum. Vou do seu sentido original se a traduzíssemos por "mastigar" ou "comer
citar somente as linhas mais pertinentes. que começam no versículo mastigando".
51 e acabam no 67. Tentar explicar as palavras de Jesus como simples modo de
"Eu sou o pão vivo que desci do céu", disse Jesus. "9u�m c\pres:-.ar-se levar-nos-ia a outro beco sem saída. Entre os judeus.
comer deste pão viverá para sempre, e o pão que eu Ih� da:e1 e a que eram aqueles a quem Jesus se dirigia. a umca ocas1ao em que
. .
minha carne para salvação do mundo. Discutiam entre SI os JUdeus, a frase "comer a carne de alguém" se utilizava figurativamente era
dizendo: Como pode este dar-nos a comer a sua carne? E Jesus JX!ra significar ódio a determinada pessoa ou perseguir alguém com
disse-lhes: Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a furor. De modo parecido, "beber o sangue de alguém" queria in
carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis dicar que e�;se alguém seria castigado com penas severas. Nenhum
a vida em vós. Aquele que come a minha carne e b�be o meu desses significados - os únicos que os judeus conheciam - se revela
sangue tem a vida eterna; e eu ressuscitarei no último dia. �arque coerente &e os aplicarmos às palavras de Jesus.
a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue verdadetra be
Outra prova de peso. que confirma que Jesus quis verdadei
bida Este é o pão que desceu do céu; não como o pão que ramen te dizer o que disse - que o seu corpo c o seu sangue es
vossos pais comeram e, não obstante, morreram. Quem co�e deste taria m realmente presentes na Eucaristia - está no fato de que
r;to viverá para sempre Muitos dos seus discípulos dtsseram: alguns dos seus discípulos o abandonaram por terem achadü a
Silo duras estas palavras! Quem as pode ouvir? Conhecendo Jesus id0ia de comê-lo demasiado repulsiva. Não tiveram fé suficiente
que os seus discípulos murmuravam por isso. disse-lhes: As pa par a compreender que, se Jesus lhes ia dar a sua carne e o seu
lavras que eu vos disse são espírito e são vida; mas há alguns de
162 A ECCARISTIA JESUS \!Aê'.:TE\1 A SUA PRO\!ESSA 263
sangue em alimento. o faria de forma a não causar repugnância à As suas palavras não podem ser mais claras. "Isto" quer dizer
natureza humana. Por isso o abandonaram. "� jú não o seguiam". ''esta substüncia que tenho em minhas müos e que agora que co
Jesus nunca os teria deixado ir·sc embora se a sua deserção meço a falar é püo. e ao tt?rminar nào será já püo, mas o meu próprio
fosse simples resultado de um mal·entendido. Muitas vezes antes corpo" "Este cálice'' quer dizer "este cálice que agora que co·
tinha-se dado ao trabalho de esclarecer as suas palavras quando eram meço a falar cont�m vinho, e ao terminar não scrú mais vinho. mas
mal compreendidas. Por exemplo. quando disse a Nicodemos que o meu próprio sangue".
era preciso nascer de novo. e este lhe perguntou como é que um "Isto é o meu corpo" e "este cálice é o meu sangue". Os
adulto podia entrar de novo no ventre de sua mãe (Jo 3. 3) . Pa Apóstolos tomaram as palavras de Jesus literalmente. Aceitaram
cientemente, Jesus esclareceu-lhe as suas palavras sobre o Batismo. como um fato (e que ato de fé, essa aceitação!) que a substância
Mas agora, em Cafarnaum, Jesus não esboça o menor gesto para que ainda parecia pão era agora o Corpo de Jesus: c que a subs�
impedir que os seus discípulos o abandonem nem para lhes dizer que tância que continuava a parecer vinho era agOra o Sangue de Cristo.
o haviam entendido mal. Nüo pode fazê-lo pela simples razão de que
ú tinham entendido perfeitamente e por isso o deixavam. O que lhes Esta foi a doutrina que os Apóstolos pregaram à Igreja nas
faltou foi fé, e Jesus, tristemente, tem que resignar-se a vê-los partir. cente. Esta foi a crença universal dos cristãos durante mil anos. N o
Tudo isto faz com que a afirmação da doutrina da presença século X I , um herege chamado Berengário pôs e m dúvida a verdade
real esteja iniludivelmente contida na promessa de Cristo, porque, se da presen<.;a real, e ensinava que Jesus falou apenas em sentido
não fosse assim. as suas palavras não teriam sentido. e Jesus não figurado e, assim, o pào e o vinho consagrados não eram realmente
falava por enigmas indecifráveis. seu corpo e seu sangue. A heresia de Berengário foi condenada
por três concílios, e Berengário retratou-se do seu erro e voltou ao
redil. A doutrina da presença real permaneceu indiscutida por ou
JESUS MANTÉM A SUA PROMESSA tios quinhentos anos.
No século XVI. chegaram Lutero e a reforma protestante . O
Na sinagoga de Cafarnaurn, quase um ano antes da sua morte, próprio Lutero não negou inteiramente a' prcs.ença real de Jesus n a
Jesus prometeu dar o seu próprio corpo e o seu próprio sangue Eucaristia. Admitia que as palavras d e Jesus eram demasiado ter
como alimento de salvação dos homens. Na última Ceia, na vés minantes para que fosse possível explicá-las de outro modo. M a s
pera da sua crucifixão, cumpriU a sua promessa. Legou à Igreja e Lutero queria abolir a Missa, bem como a adoração de Jesus pre�
a cada um de seus membros, não terras, casas ou dinheiro, m a s um sente no a�tar. Por isso, tratou de resolver o seu dilema ensinando
legado como só Deus nos podia dar: o dom da sua própria Pes que, embora o pão continuasse a ser pão e o vinho, vinho, Jesus
soa viva. se faz presente juntamente com as substâncias do pão e do vinho;
No Novo Testamento, há quatro relatos da instituição d a Euca- mas sustentava que Jesus está presente apenas no momento em que
ristia . Sf10 os de Mateus (26, 26-28) , Marcos ( 14. 22-24) , Lucas se recebe o pão e o vinho; não antes nem depois.
(22, 19-20) e Paulo ( I Cor 1 1 , 23, 29) . Sào Joào, que é quem nos Outros reformadores protestantes foram mais longe que Lutero
conta a promessa da Eucaristia, não se preocupou de répetir a his e acabaram por negar completamente a presença real. Tanto eles
tória da instituição deste sacramento. Foi o último Apóstolo a como os teólogos protestantes que lhes sucederam sustentam que,
escrever um Evangelho, e conhecia os outros relatos. Em seu lugar, quando Jesus disse: "Isto é o meu corpo" e "Isto é o meu sangue",
decide transmitir-nos as belíssimas palavras finais de Jesus aos seus lançou mão de u m recurso de linguagem. e que o que queria dizer
discípulos na última Ceia. era: "Isto representa o meu corpo" ou "Isto é um símholo do meu
I Eis aqui o relato da instituição da Sagrada Eucaristia segundo sangue". Na sua tentativa de alterar as palavras de Cristo, tiveram
nos conta São Paulo: "O Senhor Jesus, na noite em que foi entre que valer-se de todo tipo de interpretações inverossímeis, mas dcixa
gue. tomou o pão e. depois de dar graças, partiu-o e disse: Isto é r�m sem resposta as razões realmente sólidas que provam que Jesus
o meu corpo. que é dado por vós: fazei isto em minha memória. dtsse o que queria dizer e que quis dizer o que disse.
Do mesmo modo. depois de ter ceado, tomou o cálice, dizendo:
Este é o cúlice da Nova Aliança no meu sangue: fazei isto em A primeira delas Tcside na solenidade da ocasiüo: a noite ante
minha mem<Íria todas as vezes que o beberdes". nor à sua morte. Nela, Jesus faz o seu testamento, deixa-nos a sua
162 A ECCARISTIA JESUS \!Aê'.:TE\1 A SUA PRO\!ESSA 263
sangue em alimento. o faria de forma a não causar repugnância à As suas palavras não podem ser mais claras. "Isto" quer dizer
natureza humana. Por isso o abandonaram. "� jú não o seguiam". ''esta substüncia que tenho em minhas müos e que agora que co
Jesus nunca os teria deixado ir·sc embora se a sua deserção meço a falar é püo. e ao tt?rminar nào será já püo, mas o meu próprio
fosse simples resultado de um mal·entendido. Muitas vezes antes corpo" "Este cálice'' quer dizer "este cálice que agora que co·
tinha-se dado ao trabalho de esclarecer as suas palavras quando eram meço a falar cont�m vinho, e ao terminar não scrú mais vinho. mas
mal compreendidas. Por exemplo. quando disse a Nicodemos que o meu próprio sangue".
era preciso nascer de novo. e este lhe perguntou como é que um "Isto é o meu corpo" e "este cálice é o meu sangue". Os
adulto podia entrar de novo no ventre de sua mãe (Jo 3. 3) . Pa Apóstolos tomaram as palavras de Jesus literalmente. Aceitaram
cientemente, Jesus esclareceu-lhe as suas palavras sobre o Batismo. como um fato (e que ato de fé, essa aceitação!) que a substância
Mas agora, em Cafarnaum, Jesus não esboça o menor gesto para que ainda parecia pão era agora o Corpo de Jesus: c que a subs�
impedir que os seus discípulos o abandonem nem para lhes dizer que tância que continuava a parecer vinho era agOra o Sangue de Cristo.
o haviam entendido mal. Nüo pode fazê-lo pela simples razão de que
ú tinham entendido perfeitamente e por isso o deixavam. O que lhes Esta foi a doutrina que os Apóstolos pregaram à Igreja nas
faltou foi fé, e Jesus, tristemente, tem que resignar-se a vê-los partir. cente. Esta foi a crença universal dos cristãos durante mil anos. N o
Tudo isto faz com que a afirmação da doutrina da presença século X I , um herege chamado Berengário pôs e m dúvida a verdade
real esteja iniludivelmente contida na promessa de Cristo, porque, se da presen<.;a real, e ensinava que Jesus falou apenas em sentido
não fosse assim. as suas palavras não teriam sentido. e Jesus não figurado e, assim, o pào e o vinho consagrados não eram realmente
falava por enigmas indecifráveis. seu corpo e seu sangue. A heresia de Berengário foi condenada
por três concílios, e Berengário retratou-se do seu erro e voltou ao
redil. A doutrina da presença real permaneceu indiscutida por ou
JESUS MANTÉM A SUA PROMESSA tios quinhentos anos.
No século XVI. chegaram Lutero e a reforma protestante . O
Na sinagoga de Cafarnaurn, quase um ano antes da sua morte, próprio Lutero não negou inteiramente a' prcs.ença real de Jesus n a
Jesus prometeu dar o seu próprio corpo e o seu próprio sangue Eucaristia. Admitia que as palavras d e Jesus eram demasiado ter
como alimento de salvação dos homens. Na última Ceia, na vés minantes para que fosse possível explicá-las de outro modo. M a s
pera da sua crucifixão, cumpriU a sua promessa. Legou à Igreja e Lutero queria abolir a Missa, bem como a adoração de Jesus pre�
a cada um de seus membros, não terras, casas ou dinheiro, m a s um sente no a�tar. Por isso, tratou de resolver o seu dilema ensinando
legado como só Deus nos podia dar: o dom da sua própria Pes que, embora o pão continuasse a ser pão e o vinho, vinho, Jesus
soa viva. se faz presente juntamente com as substâncias do pão e do vinho;
No Novo Testamento, há quatro relatos da instituição d a Euca- mas sustentava que Jesus está presente apenas no momento em que
ristia . Sf10 os de Mateus (26, 26-28) , Marcos ( 14. 22-24) , Lucas se recebe o pão e o vinho; não antes nem depois.
(22, 19-20) e Paulo ( I Cor 1 1 , 23, 29) . Sào Joào, que é quem nos Outros reformadores protestantes foram mais longe que Lutero
conta a promessa da Eucaristia, não se preocupou de répetir a his e acabaram por negar completamente a presença real. Tanto eles
tória da instituição deste sacramento. Foi o último Apóstolo a como os teólogos protestantes que lhes sucederam sustentam que,
escrever um Evangelho, e conhecia os outros relatos. Em seu lugar, quando Jesus disse: "Isto é o meu corpo" e "Isto é o meu sangue",
decide transmitir-nos as belíssimas palavras finais de Jesus aos seus lançou mão de u m recurso de linguagem. e que o que queria dizer
discípulos na última Ceia. era: "Isto representa o meu corpo" ou "Isto é um símholo do meu
I Eis aqui o relato da instituição da Sagrada Eucaristia segundo sangue". Na sua tentativa de alterar as palavras de Cristo, tiveram
nos conta São Paulo: "O Senhor Jesus, na noite em que foi entre que valer-se de todo tipo de interpretações inverossímeis, mas dcixa
gue. tomou o pão e. depois de dar graças, partiu-o e disse: Isto é r�m sem resposta as razões realmente sólidas que provam que Jesus
o meu corpo. que é dado por vós: fazei isto em minha memória. dtsse o que queria dizer e que quis dizer o que disse.
Do mesmo modo. depois de ter ceado, tomou o cálice, dizendo:
Este é o cúlice da Nova Aliança no meu sangue: fazei isto em A primeira delas Tcside na solenidade da ocasiüo: a noite ante
minha mem<Íria todas as vezes que o beberdes". nor à sua morte. Nela, Jesus faz o seu testamento, deixa-nos a sua
264 A ECCARISTIA
JESl"S �IA]';T!l�l A SUA PRO�IESSA
2ti.S
última vontade. Um testamento não é lugar apropriado para empr� venidos contra o fermento dos fariseus e dos saduceus . Eles pensam
gar uma linguagem figurativa; mesmo �� b circunstâncias as mais que lhes está falando de pão real, e cochicham entre si que não têm
.
favoráveis, os tabeliães têm, às vezes, dificuldade em mterpretar as püo. Pacientemente, Jesus esclarece-lhes que está falando dos ensi
.
intenções do testador, quanto mais se este emprega uma lmgua- namentos dos fariseus e saduceus, não do pão que se come. Em
gem simbólica. . .. . outras ocasiões, quando Jesus se serve de metáforas. o próprio es
Mais ainda: sendo Deus, Jesus sabta que, em consequenc1a das critor sagrado nos esclarece o respectivo significado, como naquela
palavras que ia pronunciar naquela noite, milhões e milhões de pes ocasião em que Jesus disse: "Destruí este templo, e eu o reedifica
soas lhe prestariam culto sob a aparência de pão. Se não tivesse rei em três dias", e João explica imediatamente que Ele se referia
querido estar realmente sob essas aparências, os adoradores presta ao templo do seu corpo (2, 19-21 ) . Encontramos incidentes pare
riam culto a um simples pedaço de pão e incorreriam no pecado de cidos em grande abundância nos Evangelhos, e. no entanto, querEm
idolatria, e isto, certamente, não é coisa a que o próprio Deus qui agora fazer-nos crer que, no momento solene da última Ceia. Jesus
sesse induzir-nos, preparando o cenário e utilizando obscuros modos utilizou ffiü(�os de dizer novos e estranhos, sem se dar ao trabalho
de falar. de explicar qual era o seu significado .
Que os Apóstolos tomaram literalmente as palavras de Jesus, é Porque seio modos de dizer novos e estranhos. Nem o pão é
evidente, pois se baseia no fato de os cristãos ter�D?- crido desde os um símbolo natural do corpo humano, nem o vinho um símbolo
primórdios na presença real de Jesus na Eucanstm. De ninguém natural do sangue. Se alguém cortasse uma fatia de pão e a ofere
mais além dos Apóstolos, poderiam ter obtido tal crença. E quem cesse a outro comensal, dizendo-lhe: "Isto é o meu corpo", este
melh�r do que estes nos poderia dizer o que Cristo quis dizer? Os
I . pensaria logo que estava diante de um gozador ou de um louco
li J Apóstolos estavam lá; podiam ter perguntado a Jesus - e certa varrido. E é blasfemo tratar de aplicar a Jesus qualquer das duas
mente o fizeram - todas as questões que lhes ocorressem sobre o alternativas.
significado das palavras que acabavam de ouvir. Às vezes, tendemos
li a esquecer que os Evangelhos registram apenas uma pequena parte
Como recurso literário, só é válido lançar mão de um modo
de dizer quando o seu significado é claro. Esta clareza pode resul
do que se passou entre Jesus e os Apóstolos. Compilar três anos de tar da natureza da afirmação, como quando mostro uma fotografi
a
diálogo, de perguntas e respostas, de ensinamentos, requerena um e digo: "É a minha mãe", ou aponto um menino irrequieto e
digo:
bom montão de livros. "E uma máquina de movimento contínuo", ou digo de um cavalo
Quando, na noite da Quinta-Feira Santa, Jesus pronunciou as veloz: "É um raio"; ou quando me ponho a explicar o
sentido da
palavras: "Isto é o meu corpo" sobre o pão, e "Isto é o meu �an metáfora; por exemplo, quando coloco uns fósforos sobre
a mesa
gue" sobre o vinho, os Apóstolos tomaram essas palavras ao pe da e digo: "Esta é a minha casa, e aqui está a sala
de jantar". Mas,
letra, coisa que a sua conduta posterior nos prova �laramen te. Se nem pela natureza da afirmação, nem por explicaç
Jesus lançou mão de uma metáfora, se o que na realidade qms � tzer
. . ões dadas, as pa
lavras "Isto é o meu corpo" fazem sentido como
metáfora.
era: "Este pão é como que u m símbolo do meu corpo e este vmho A idéia de que Jesus teria falado em metáforas na última
_ Ceia
significa o meu sangue; portanto, cada vez que os meus segmdores torna-se ainda mais incrível se tivermos em conta
. que se dirigia a
se reunirem e participarem de um pão e um vmho como estes, hon h�rn e� s que, na sua maioria, eram uns
pobres e incultos pescadores.
rar-me-ão e representarão a minha morte"; se foi isto o que Jes�s Nao tmham sido educados nas subtilez
as da retórica. Mais ainda,
quis dizer, então todos os Apóstolos o entenderam mal. E, atr�ves antes de o Espírito Santo ter descido
sobre eles, assombram-nos pelo
da sua interpretação errônea, toda a cnstandade, durante mmtos seu lento entendimento das coisas.
Temos um exemplo na passa
séculos' esteve adorando um pedaço de pão como se fosse Deus. gem da ressurreição de Lázaro
. Lemos em São João ( l l , l l -14)
que, quando Jesus disse: "O
;
É totalmente insensato pensar que Jesus pudesse permitir que nosso amigo Lázaro dorme, mas eu
os seus discípulos caíssem num erro tão grave. Em �� tras o�asiões, ou despertá-lo", os discipulos
replicam: "Senhor, se Lázaro dorme,
em muitíssimas outras ocasiões, e tratando-se de matenas mmto me cara bom'' . Então Jesus disse-lh
es claramente: "Lázaro morreu".
nos importantes que esta, Jesus corrige os seus Apóstolos quan�o Eram mentalidade.
s difíceis para lhes falar em metáforas!
o interpretam mal. Para citar um só exemplo, no Evangelho de Sao . Outra indicação de que Jesus não falava em metáforas ao insti-
· ·
tutr a E ucanstia, ach amo-la
Mateus ( 16, 6- 1 2 ) . Jesus diz aos seus Apóstolos que estejam pre- nas palavras com que São Paulo con-
264 A ECCARISTIA
JESl"S �IA]';T!l�l A SUA PRO�IESSA
2ti.S
última vontade. Um testamento não é lugar apropriado para empr� venidos contra o fermento dos fariseus e dos saduceus . Eles pensam
gar uma linguagem figurativa; mesmo �� b circunstâncias as mais que lhes está falando de pão real, e cochicham entre si que não têm
.
favoráveis, os tabeliães têm, às vezes, dificuldade em mterpretar as püo. Pacientemente, Jesus esclarece-lhes que está falando dos ensi
.
intenções do testador, quanto mais se este emprega uma lmgua- namentos dos fariseus e saduceus, não do pão que se come. Em
gem simbólica. . .. . outras ocasiões, quando Jesus se serve de metáforas. o próprio es
Mais ainda: sendo Deus, Jesus sabta que, em consequenc1a das critor sagrado nos esclarece o respectivo significado, como naquela
palavras que ia pronunciar naquela noite, milhões e milhões de pes ocasião em que Jesus disse: "Destruí este templo, e eu o reedifica
soas lhe prestariam culto sob a aparência de pão. Se não tivesse rei em três dias", e João explica imediatamente que Ele se referia
querido estar realmente sob essas aparências, os adoradores presta ao templo do seu corpo (2, 19-21 ) . Encontramos incidentes pare
riam culto a um simples pedaço de pão e incorreriam no pecado de cidos em grande abundância nos Evangelhos, e. no entanto, querEm
idolatria, e isto, certamente, não é coisa a que o próprio Deus qui agora fazer-nos crer que, no momento solene da última Ceia. Jesus
sesse induzir-nos, preparando o cenário e utilizando obscuros modos utilizou ffiü(�os de dizer novos e estranhos, sem se dar ao trabalho
de falar. de explicar qual era o seu significado .
Que os Apóstolos tomaram literalmente as palavras de Jesus, é Porque seio modos de dizer novos e estranhos. Nem o pão é
evidente, pois se baseia no fato de os cristãos ter�D?- crido desde os um símbolo natural do corpo humano, nem o vinho um símbolo
primórdios na presença real de Jesus na Eucanstm. De ninguém natural do sangue. Se alguém cortasse uma fatia de pão e a ofere
mais além dos Apóstolos, poderiam ter obtido tal crença. E quem cesse a outro comensal, dizendo-lhe: "Isto é o meu corpo", este
melh�r do que estes nos poderia dizer o que Cristo quis dizer? Os
I . pensaria logo que estava diante de um gozador ou de um louco
li J Apóstolos estavam lá; podiam ter perguntado a Jesus - e certa varrido. E é blasfemo tratar de aplicar a Jesus qualquer das duas
mente o fizeram - todas as questões que lhes ocorressem sobre o alternativas.
significado das palavras que acabavam de ouvir. Às vezes, tendemos
li a esquecer que os Evangelhos registram apenas uma pequena parte
Como recurso literário, só é válido lançar mão de um modo
de dizer quando o seu significado é claro. Esta clareza pode resul
do que se passou entre Jesus e os Apóstolos. Compilar três anos de tar da natureza da afirmação, como quando mostro uma fotografi
a
diálogo, de perguntas e respostas, de ensinamentos, requerena um e digo: "É a minha mãe", ou aponto um menino irrequieto e
digo:
bom montão de livros. "E uma máquina de movimento contínuo", ou digo de um cavalo
Quando, na noite da Quinta-Feira Santa, Jesus pronunciou as veloz: "É um raio"; ou quando me ponho a explicar o
sentido da
palavras: "Isto é o meu corpo" sobre o pão, e "Isto é o meu �an metáfora; por exemplo, quando coloco uns fósforos sobre
a mesa
gue" sobre o vinho, os Apóstolos tomaram essas palavras ao pe da e digo: "Esta é a minha casa, e aqui está a sala
de jantar". Mas,
letra, coisa que a sua conduta posterior nos prova �laramen te. Se nem pela natureza da afirmação, nem por explicaç
Jesus lançou mão de uma metáfora, se o que na realidade qms � tzer
. . ões dadas, as pa
lavras "Isto é o meu corpo" fazem sentido como
metáfora.
era: "Este pão é como que u m símbolo do meu corpo e este vmho A idéia de que Jesus teria falado em metáforas na última
_ Ceia
significa o meu sangue; portanto, cada vez que os meus segmdores torna-se ainda mais incrível se tivermos em conta
. que se dirigia a
se reunirem e participarem de um pão e um vmho como estes, hon h�rn e� s que, na sua maioria, eram uns
pobres e incultos pescadores.
rar-me-ão e representarão a minha morte"; se foi isto o que Jes�s Nao tmham sido educados nas subtilez
as da retórica. Mais ainda,
quis dizer, então todos os Apóstolos o entenderam mal. E, atr�ves antes de o Espírito Santo ter descido
sobre eles, assombram-nos pelo
da sua interpretação errônea, toda a cnstandade, durante mmtos seu lento entendimento das coisas.
Temos um exemplo na passa
séculos' esteve adorando um pedaço de pão como se fosse Deus. gem da ressurreição de Lázaro
. Lemos em São João ( l l , l l -14)
que, quando Jesus disse: "O
;
É totalmente insensato pensar que Jesus pudesse permitir que nosso amigo Lázaro dorme, mas eu
os seus discípulos caíssem num erro tão grave. Em �� tras o�asiões, ou despertá-lo", os discipulos
replicam: "Senhor, se Lázaro dorme,
em muitíssimas outras ocasiões, e tratando-se de matenas mmto me cara bom'' . Então Jesus disse-lh
es claramente: "Lázaro morreu".
nos importantes que esta, Jesus corrige os seus Apóstolos quan�o Eram mentalidade.
s difíceis para lhes falar em metáforas!
o interpretam mal. Para citar um só exemplo, no Evangelho de Sao . Outra indicação de que Jesus não falava em metáforas ao insti-
· ·
tutr a E ucanstia, ach amo-la
Mateus ( 16, 6- 1 2 ) . Jesus diz aos seus Apóstolos que estejam pre- nas palavras com que São Paulo con-
266 A �AO I': PAO
JA 267
El:CARISTIA
clui o seu relato da última Ceia ( l Cor. l l , 27-30) : ' · Portanto, quem Por "aparências" de pão e de vinho entendemos todas as formas
comer este pão e beber o cálice do Senhor indignamente, será réu externas e acidentais que de um modo ou de outro podem ser perce
do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a bidas pelos sentidos da vista, do tato, do paladar, do ouvido e do
si mesmo, e então coma do pão e beba do cálice; pois aquele que olfato. A Sagrada Eucaristia ainda parece pão e vinho, ainda sabe
0 come e bebe indignamente, come e bebe a sua própria condena e cheira a pão e vinho, ainda é sensível ao tato como pão e
ção, não discernindo o corpo do Senhor" . É duro dizer que um vinho, e, se a partíssemos ou derramássemos, soariam a pão e
homem se torna réu do Corpo e do Sangue do Senhor, que come vinho. Inclusive se a submetêssemos a um exame microscópico.
c bebe a sua própria condenação. se o pão não é mais do que pão, eletrônico ou radiológico, só poderíamos perceber nela as qualidades
mesmo que seja pão bento, e o vinho não é senão vinho, mesmo do pão e do vinho. Com efeito, a observação humana só pode
que seja um vinho sobre o qual se pronunciaram umas orações. obter a aparência externa de qualquer coisa. A sua configuração,
a sua reação a determinadas circunstâncias, as leis físicas a que
Nós, certamente, não necessitamos de provas como as que aqui parece obedecer, são as únicas questões que a ciência pode investi
se esquematizaram para crer na presença real de Jesus Cri�to �a gar. Mas a substância de uma coisa, o que lhe está subjacente, a
Sagrada Eucaristia. Cremos nessa verdade não por provas ractonats, substância como substância, está fora do alcance dos sentidos e dos
mas, primordialmente, porque a Igreja de Cristo, que não pode errar instrumentos humanos.
em matérias Lk f� e moral, assim no-lo diz. Mas sempre é útil
Hoje em dia, a ciência da fisica nuclear teoriza que toda ma
conhecer as c.Lficuldades com que tropeçam os que procuram inter
téria é uma forma de energia; que toda matéria se compõe de par
pretações pessoais nas palavras de Nosso Senhor.
tículas em movimento, carregadas eletricamente. A diferença entre
Nós preferimos seguir a regra da sensatez que diz que, para
um pedaço de madeira e um pedaço de ferro é simplesmente a dife
II ' conhecer o significado de uma coisa que se disse, não há melhor
rença entre o número, a velocidade e a direção das partículas car�
caminho do que perguntar a quem a ouviu ou que estava lá. Os "
regadas eletricamente que compõem os dois materiais. Mas se o
Apóstolos estavam lá; os primeiros cristãos, os que escutaram a pre físico consegue fotografar com uma câmara eletrônica algumas dessas
gaçã� dos Apóstolos, em certo sentido, estavam lá. Mesmo nós, q�e partículas, ainda continua manejando aparências. A substância como
.
herdamos uma tradição ininterrupta, em certo sentido. estávamos la. substância, aquilo que faz uma coisa ser o que é c não outra coisa,
Independentemente de ser um dogma definido pela Igreja, preferi continua a estar fora do alcance dos cientistas.
mos crer nos ensinamentos dos Apóstolos e na crença unânime dos Todo este tema da relação da "substância" (o que uma coisa é)
cristãos durante mil e quinhentos anos, em vez de prestar ouvidos
com os "acidentes" (as qualidades perceptíveis de uma coisa) é uma
aos ensinamentos desencontrados dos reformadores protestantes.
questão filosófica, e não podemos estender�nos aqui na sua análise.
Homens como Lutero, Carlstadt, Zuinglio ou Calvino exigem dema
Basta-nos saber, como sabemos, que, pelas palavras da consagração,
siado quando nos pedem para crer que durante quinze séculos os
a substância do corpo de Cristo substitui a substância do pão, e que
cristãos permaneceram no erro e que, de repente, eles, os reformado a substância do sangue de Cristo substitui a substância do vinho.
res protestantes, encontraram a resposta certa.
ao mt:smo tempo que permanecem as aparências do pão e do vinho.
clui o seu relato da última Ceia ( l Cor. l l , 27-30) : ' · Portanto, quem Por "aparências" de pão e de vinho entendemos todas as formas
comer este pão e beber o cálice do Senhor indignamente, será réu externas e acidentais que de um modo ou de outro podem ser perce
do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a bidas pelos sentidos da vista, do tato, do paladar, do ouvido e do
si mesmo, e então coma do pão e beba do cálice; pois aquele que olfato. A Sagrada Eucaristia ainda parece pão e vinho, ainda sabe
0 come e bebe indignamente, come e bebe a sua própria condena e cheira a pão e vinho, ainda é sensível ao tato como pão e
ção, não discernindo o corpo do Senhor" . É duro dizer que um vinho, e, se a partíssemos ou derramássemos, soariam a pão e
homem se torna réu do Corpo e do Sangue do Senhor, que come vinho. Inclusive se a submetêssemos a um exame microscópico.
c bebe a sua própria condenação. se o pão não é mais do que pão, eletrônico ou radiológico, só poderíamos perceber nela as qualidades
mesmo que seja pão bento, e o vinho não é senão vinho, mesmo do pão e do vinho. Com efeito, a observação humana só pode
que seja um vinho sobre o qual se pronunciaram umas orações. obter a aparência externa de qualquer coisa. A sua configuração,
a sua reação a determinadas circunstâncias, as leis físicas a que
Nós, certamente, não necessitamos de provas como as que aqui parece obedecer, são as únicas questões que a ciência pode investi
se esquematizaram para crer na presença real de Jesus Cri�to �a gar. Mas a substância de uma coisa, o que lhe está subjacente, a
Sagrada Eucaristia. Cremos nessa verdade não por provas ractonats, substância como substância, está fora do alcance dos sentidos e dos
mas, primordialmente, porque a Igreja de Cristo, que não pode errar instrumentos humanos.
em matérias Lk f� e moral, assim no-lo diz. Mas sempre é útil
Hoje em dia, a ciência da fisica nuclear teoriza que toda ma
conhecer as c.Lficuldades com que tropeçam os que procuram inter
téria é uma forma de energia; que toda matéria se compõe de par
pretações pessoais nas palavras de Nosso Senhor.
tículas em movimento, carregadas eletricamente. A diferença entre
Nós preferimos seguir a regra da sensatez que diz que, para
um pedaço de madeira e um pedaço de ferro é simplesmente a dife
II ' conhecer o significado de uma coisa que se disse, não há melhor
rença entre o número, a velocidade e a direção das partículas car�
caminho do que perguntar a quem a ouviu ou que estava lá. Os "
regadas eletricamente que compõem os dois materiais. Mas se o
Apóstolos estavam lá; os primeiros cristãos, os que escutaram a pre físico consegue fotografar com uma câmara eletrônica algumas dessas
gaçã� dos Apóstolos, em certo sentido, estavam lá. Mesmo nós, q�e partículas, ainda continua manejando aparências. A substância como
.
herdamos uma tradição ininterrupta, em certo sentido. estávamos la. substância, aquilo que faz uma coisa ser o que é c não outra coisa,
Independentemente de ser um dogma definido pela Igreja, preferi continua a estar fora do alcance dos cientistas.
mos crer nos ensinamentos dos Apóstolos e na crença unânime dos Todo este tema da relação da "substância" (o que uma coisa é)
cristãos durante mil e quinhentos anos, em vez de prestar ouvidos
com os "acidentes" (as qualidades perceptíveis de uma coisa) é uma
aos ensinamentos desencontrados dos reformadores protestantes.
questão filosófica, e não podemos estender�nos aqui na sua análise.
Homens como Lutero, Carlstadt, Zuinglio ou Calvino exigem dema
Basta-nos saber, como sabemos, que, pelas palavras da consagração,
siado quando nos pedem para crer que durante quinze séculos os
a substância do corpo de Cristo substitui a substância do pão, e que
cristãos permaneceram no erro e que, de repente, eles, os reformado a substância do sangue de Cristo substitui a substância do vinho.
res protestantes, encontraram a resposta certa.
ao mt:smo tempo que permanecem as aparências do pão e do vinho.
Ainda que, pelas palavr as da consagração o corpo Na Sagrada Euc ri tia, Jesu s
de Jesus se � � está presente tal com o é no tem
torne presente sob as aparên cias do pão, e o seu
sangue sob as dessa presença. � a Ult ima Ceia, por po
aparên cias do vinho. sabem os que a Pessoa de Jesus, _ exemplo, foi o corpo "passível"
ressuscitado de Jesu (que r dize r. amd
dentre os mortos, não pode ser dividid a. Onde � a mor tal) que se tornou pres
está o seu corpo, pro nun ciOu as pala vras da con ente qua ndo
deve estar também o seu sangue ; e onde estão o seu sagração, pois aind a não tinh a
corpo e o seu Se os Apóstolos tivessem cele morrido
em qu�
sangue, devem estar també m a sua alma e a sua nature brado Mis sa naq uela s hor as
za divina , Jesu s permaneceu no sepulcro,
a que estão unido s o seu corpo e o seu sangue. o que se teria tornado presente
Do mesmo modo, o seu corpo morto; sob as seria
onde está o sangue de Jesus, deve estar Jesus inteiro aparências do pão teria estado
. Em consequên corpo sem o sangue, e sob o seu
cia, pelas palavras "Isto é o meu corpo", torna-se as aparências do vinh o, o seu
presente não só sem o corpo, pms _ este sangue
o corpo de Jesus, como também - pelo que _ esta va empapando o solo
!c� 13 es�a�o pre ente do Calvário.
os teólogos chama m � também a sua natu reza � ivin a,
"concomitância", quer dizer, por força da sua - �;-ue
e sdn u csta_ o mseparavelmente umd _ os visto que corpo
unida de de Pessoa - ao Filh o; mas teri a estado
o seu sangue, alma e divind ade. O mesmo ocorre ausente a alma, que se ach
na consagração ava no limb o.
do vinh o.
É por esta razão que não é necessário recebe A presença de Jes� s na Euc
r a Comu nhão sob aris tia - sob dimensões tão
as duas espécies de pão e vinho , embo ra se possa que nas e em tantos lugares pe
fazê-lo nos casos ao mes mo tempo - parece
previstos pelas normas litúrgicas. Se a recebemos
duas. seja pão, seja vinho , recebemos Jesus todo,
sob qualquer das
�ult c n um espaço
�
'1:a ,�cnt es difi culd a es:
Com o pod e um corpo hum
susc itar dua s
ano esta r pre
completo e i nteiro. tao pequeno? Como pode um
t.:m va. n_ os lugares ao mes corpo hum ano estar
mo tempo? Estas dificuldades
� re na s apa
Jesus Cristo. todo e inteiro , está presente na Sagrad
a Eucar istia � rentes. Deus assim o fez; por . é clar o são
tanto. pode ser feito. ' De
sob as aparências do pão e do vinho . Está \ c-se recorda
r que Deus é o aut or da natu
presente simultanea
mente em cada uma das hóstia s consagradas de da C'n_ a\àO. reza, o amo e o senhor
o mundo e em cada cálice consagrado onde quer
cada altar de todo
que se celebre a
� As leis físicas do universo fora
Ele �o�e suspender a sua m estabelecidas por Deus
que o se�
ação se assim o quiser, sem
l ode �, mfaHto tenha que fazer
Santa Missa . Mais ainda, Jesus todo e inteiro está .
presente em cada nenhum esforço.
partíc ula consagrada e em cada gota de vinho E ver? ade que. segu
consagrado. Se a ndo a experiência hum ana . um
sagrada hóstia se divide - como o sacerdote faz lt:r detcrmmada ''ex corpo deve
duran te a Missa -, tensão". isto é, deve ocupar
Jesus está totalmente presente em cada uma See: u ndo a nossa exp
�
"A • determinado espaço.
das partes. Se caísse ,.
<
enencJa, um corpo deve esta
ao chão uma partícula da hóstia consagrada l<td a vez. A mu ltilocação (est ar em r num só luga r de
gota do cálice, Jesus t:staria presente todo
ou se derramasse uma
�n) c algo desconhecido para nós. Pod
_ vários luea res ao mesmo tem
e nessa gota.
e inteiro nessa partícula
lnrpo sem extensão e-se. Pois. afir mar que um
no espaço, ou que ocupe vári
mo tempo, é um os luea res ao mes
impossível físico; isto é, impossí
vel p; ra as leis fí-
2fl8 :\ ElTCAR ISTI A.
1 \ \ \0 E PAO
Na vida ordiná ria, estamos acostumados a muitas espécie 269
s de
mudan �as. Às vezes. são mudan ças apenas aparentes. como quando
C por isso que os panos de
a água gela e se torna sólida. ou um pedaço de barro é model alta r têm que ser lava dos com
ado u�·r x i m a rn·erênc ia. porque poderia have a
e se torna um vaso. Vemos também mudanças que afetam r aderida a eles uma par
tanto a liL· u l a das Sagradas Esp �cic s.
0
Este s panos de altar compreendem
. ._ t 1 rpora l . sobre o qua
substâ ncia como os acidentes. como quando o vinho
se transforma l se coloca a pakna com a hóst
em vinagre. ou o carvão sob pressão se torna um diaman l·,1n; a g rados dura nte � Mis ia e o cálice
te. Tem sa; a pala . o pano quad rado que
havido mudanças m ilagrosas deste gênero. como a
que Jesus operou
_
t1 L·al1c c dura nte
a M1s sa; c o sanguíneo. o pano cobre 0
em Caná, mudan do a água em vinho.
dnte enxuga os lábios depois de consumir o precioso com que o sacer
ns de� os e o cálic e depois de lava
No entanto, em lugar nenhu m da ordem natura l Sangue e seca
e. pelo que r o cálic e com vinh o e água, ou
conhecemos, també m na ordem sobrenatural, se produz
ças semelhantes à que se opera no pão e no vinho
em mudan � L"nm agua . Jesus, evidentemente. nfto deixa o seu só
d 1 reita do Pai" , para se torn ar pres lmwr no céu "à
pelas palavr as ente na Sagrada E� cari stia. Per
da consagração: uma mudan ça de substâ ncia sem mudan
ça de apa n wncce 11�) céu e es� á no alta r. Que
rência s. Por essa razão, a palavr a "transubstanciação" _ m se faz presente sob as aparên
se aplica exclu� Cias do pao e do vmho é o corpo
sivamente a esse milagre quotid iano. glorificado de Jesus, o seu corp
tal como está no céu. o
Ainda que, pelas palavr as da consagração o corpo Na Sagrada Euc ri tia, Jesu s
de Jesus se � � está presente tal com o é no tem
torne presente sob as aparên cias do pão, e o seu
sangue sob as dessa presença. � a Ult ima Ceia, por po
aparên cias do vinho. sabem os que a Pessoa de Jesus, _ exemplo, foi o corpo "passível"
ressuscitado de Jesu (que r dize r. amd
dentre os mortos, não pode ser dividid a. Onde � a mor tal) que se tornou pres
está o seu corpo, pro nun ciOu as pala vras da con ente qua ndo
deve estar também o seu sangue ; e onde estão o seu sagração, pois aind a não tinh a
corpo e o seu Se os Apóstolos tivessem cele morrido
em qu�
sangue, devem estar també m a sua alma e a sua nature brado Mis sa naq uela s hor as
za divina , Jesu s permaneceu no sepulcro,
a que estão unido s o seu corpo e o seu sangue. o que se teria tornado presente
Do mesmo modo, o seu corpo morto; sob as seria
onde está o sangue de Jesus, deve estar Jesus inteiro aparências do pão teria estado
. Em consequên corpo sem o sangue, e sob o seu
cia, pelas palavras "Isto é o meu corpo", torna-se as aparências do vinh o, o seu
presente não só sem o corpo, pms _ este sangue
o corpo de Jesus, como também - pelo que _ esta va empapando o solo
!c� 13 es�a�o pre ente do Calvário.
os teólogos chama m � também a sua natu reza � ivin a,
"concomitância", quer dizer, por força da sua - �;-ue
e sdn u csta_ o mseparavelmente umd _ os visto que corpo
unida de de Pessoa - ao Filh o; mas teri a estado
o seu sangue, alma e divind ade. O mesmo ocorre ausente a alma, que se ach
na consagração ava no limb o.
do vinh o.
É por esta razão que não é necessário recebe A presença de Jes� s na Euc
r a Comu nhão sob aris tia - sob dimensões tão
as duas espécies de pão e vinho , embo ra se possa que nas e em tantos lugares pe
fazê-lo nos casos ao mes mo tempo - parece
previstos pelas normas litúrgicas. Se a recebemos
duas. seja pão, seja vinho , recebemos Jesus todo,
sob qualquer das
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�
'1:a ,�cnt es difi culd a es:
Com o pod e um corpo hum
susc itar dua s
ano esta r pre
completo e i nteiro. tao pequeno? Como pode um
t.:m va. n_ os lugares ao mes corpo hum ano estar
mo tempo? Estas dificuldades
� re na s apa
Jesus Cristo. todo e inteiro , está presente na Sagrad
a Eucar istia � rentes. Deus assim o fez; por . é clar o são
tanto. pode ser feito. ' De
sob as aparências do pão e do vinho . Está \ c-se recorda
r que Deus é o aut or da natu
presente simultanea
mente em cada uma das hóstia s consagradas de da C'n_ a\àO. reza, o amo e o senhor
o mundo e em cada cálice consagrado onde quer
cada altar de todo
que se celebre a
� As leis físicas do universo fora
Ele �o�e suspender a sua m estabelecidas por Deus
que o se�
ação se assim o quiser, sem
l ode �, mfaHto tenha que fazer
Santa Missa . Mais ainda, Jesus todo e inteiro está .
presente em cada nenhum esforço.
partíc ula consagrada e em cada gota de vinho E ver? ade que. segu
consagrado. Se a ndo a experiência hum ana . um
sagrada hóstia se divide - como o sacerdote faz lt:r detcrmmada ''ex corpo deve
duran te a Missa -, tensão". isto é, deve ocupar
Jesus está totalmente presente em cada uma See: u ndo a nossa exp
�
"A • determinado espaço.
das partes. Se caísse ,.
<
enencJa, um corpo deve esta
ao chão uma partícula da hóstia consagrada l<td a vez. A mu ltilocação (est ar em r num só luga r de
gota do cálice, Jesus t:staria presente todo
ou se derramasse uma
�n) c algo desconhecido para nós. Pod
_ vários luea res ao mesmo tem
e nessa gota.
e inteiro nessa partícula
lnrpo sem extensão e-se. Pois. afir mar que um
no espaço, ou que ocupe vári
mo tempo, é um os luea res ao mes
impossível físico; isto é, impossí
vel p; ra as leis fí-
A EUCARISTIA o NO, O \'11\HO E O SACERDOTE 271
270
sicas. Mas estes fenômenos não são impossíveis metafisicamente; cks se fossem embora. E estes, por sua vez, confeririam esse
quer dizer, não há contradição inerente na idéia de ui? corpo sem ex poder sacerdo�al a outros. E assim, de geração em geração, durante
: mtl anos, o poder do sacerdócio se foi transmitindo por
qu �se dots
tensão ou na idéia da multilocação. Uma contradição merente os
tornaria absolutamente impossíveis: estaria neste caso, por exemplo, mew do sacramento da Ordem Sagrada. De bispo em bispo, che
a idéia de um círculo quadrado, que é uma contradição nos seus gou até os sacerdotes de hoje.
próprios termos. A ação litúrgica pela qual se transforma o pão e o vinho no
. . corpo e no sangue do Senhor é a Santa Missa. A palavra �'Missa"
Talvez isto nos arraste excessivamente para o campo da filosofia.
:Mas os pontos que nos interessa deixar claro são: primeiro, que deriva do latim " r:ni �sa", q�e significa "despedida". Por força de
.
Jesus não está presente na Eucaristia em miniatura. Está ali na um costume da pnrmttva cnstandade, este vocábulo passou a ser o
plenitude da sua Pessoa glorificada, de uma maneira espiritualizada, nome da ação pela qual Jesus se torna presente na Eucaristia. A
sem extensão nem espaço. Não tem altura, largura ou espessura. exceção dos batizados, ninguém estava autorizado a assistir ao sacri�
O segundo ponto é que Jesus não se multiplica: não passa a fício cucarísti �o. Os f�turos conversos (chamados catecúmenos) ti
haver muitos Jesuses; também não se divide entre as diferentes hós nha � que detxar o recmto ao terminar a leitura do Evangelho e 0
tias. Há um só Jesus, completo e indiviso. A sua multilocação sermao. Tanto a estes após o sermão, como ao resto da assem
não é resultado de multiplicações ou divisões, mas da suspensão da bléia ao terminar a ação sagrada, o sacerdote dirigia a advertência
lei no espaço relativamente ao s.eu sagrado corpo. É como se esti oficial: HJde, é a despedida", em latim "Ite missa est". Pelo uso
vesse num lugar, e todas as partes do espaço fossem atraídas para a palavra "missa" chegou a designar o sacrifício eucarístico completo:
Ele. É fácil ver a razão pela qual a Eucaristia é chamada - e é -
o sacramento da unidade. Quando comungamos - nós e os nossos Teremos ocasião de estudar mais adiante a Missa como sacri
companheiros de comunhão do mundo inteiro -, estamos onde Ele f�cio. Aqui queremos apenas indicar que é nela que o pão e o vinho
está. O espaço se dissolveu para nós, e todos juntos somos um sao transformados no corpo e no sangue de Cristo, mudança que
em Cristo. tem lugar quando o sacerdote, fazendo-se instrumento livre e volun
Quanto tempo permanece Jesus na Sagrada Eucaristia? O tem tário de Cristo, pronuncia sobre as espécies as palavras do Senhor
po que permanecem as espécies do pão e do vinho. Se um fogo '·Isto é o meu Corpo" e "Este é o cálice do meu Sangue". De pé
no altar, como representante visível de Jesus, o sacerdote humano
repentino destruísse as hóstias consagradas do sacrário, Jesus não se .
queimaria. As aparências do pão e dn vinho se tra!lsformariam em "ac10na" o poder infinito de Cristo, e Cristo, pela força do Espírito
Santo, no mesmo Instante se torna presente sob as aparências do
cinzas, mas Jesus já não estaria lá. Quando, depms de comungar
pão e do vinho.
mos, o nosso processo digestivo destrói as aparências do pão, Jesus
N<;ssas pa}avras - que são chamadas palavras da consagração
já não permanece corporalmente em nós; só fica a sua graça.
- es.ta a essencta da Mtssa, e só elas, e não as demais orações
e cenmônias (à exceção da comunhão do sacerdote, que
sicas. Mas estes fenômenos não são impossíveis metafisicamente; cks se fossem embora. E estes, por sua vez, confeririam esse
quer dizer, não há contradição inerente na idéia de ui? corpo sem ex poder sacerdo�al a outros. E assim, de geração em geração, durante
: mtl anos, o poder do sacerdócio se foi transmitindo por
qu �se dots
tensão ou na idéia da multilocação. Uma contradição merente os
tornaria absolutamente impossíveis: estaria neste caso, por exemplo, mew do sacramento da Ordem Sagrada. De bispo em bispo, che
a idéia de um círculo quadrado, que é uma contradição nos seus gou até os sacerdotes de hoje.
próprios termos. A ação litúrgica pela qual se transforma o pão e o vinho no
. . corpo e no sangue do Senhor é a Santa Missa. A palavra �'Missa"
Talvez isto nos arraste excessivamente para o campo da filosofia.
:Mas os pontos que nos interessa deixar claro são: primeiro, que deriva do latim " r:ni �sa", q�e significa "despedida". Por força de
.
Jesus não está presente na Eucaristia em miniatura. Está ali na um costume da pnrmttva cnstandade, este vocábulo passou a ser o
plenitude da sua Pessoa glorificada, de uma maneira espiritualizada, nome da ação pela qual Jesus se torna presente na Eucaristia. A
sem extensão nem espaço. Não tem altura, largura ou espessura. exceção dos batizados, ninguém estava autorizado a assistir ao sacri�
O segundo ponto é que Jesus não se multiplica: não passa a fício cucarísti �o. Os f�turos conversos (chamados catecúmenos) ti
haver muitos Jesuses; também não se divide entre as diferentes hós nha � que detxar o recmto ao terminar a leitura do Evangelho e 0
tias. Há um só Jesus, completo e indiviso. A sua multilocação sermao. Tanto a estes após o sermão, como ao resto da assem
não é resultado de multiplicações ou divisões, mas da suspensão da bléia ao terminar a ação sagrada, o sacerdote dirigia a advertência
lei no espaço relativamente ao s.eu sagrado corpo. É como se esti oficial: HJde, é a despedida", em latim "Ite missa est". Pelo uso
vesse num lugar, e todas as partes do espaço fossem atraídas para a palavra "missa" chegou a designar o sacrifício eucarístico completo:
Ele. É fácil ver a razão pela qual a Eucaristia é chamada - e é -
o sacramento da unidade. Quando comungamos - nós e os nossos Teremos ocasião de estudar mais adiante a Missa como sacri
companheiros de comunhão do mundo inteiro -, estamos onde Ele f�cio. Aqui queremos apenas indicar que é nela que o pão e o vinho
está. O espaço se dissolveu para nós, e todos juntos somos um sao transformados no corpo e no sangue de Cristo, mudança que
em Cristo. tem lugar quando o sacerdote, fazendo-se instrumento livre e volun
Quanto tempo permanece Jesus na Sagrada Eucaristia? O tem tário de Cristo, pronuncia sobre as espécies as palavras do Senhor
po que permanecem as espécies do pão e do vinho. Se um fogo '·Isto é o meu Corpo" e "Este é o cálice do meu Sangue". De pé
no altar, como representante visível de Jesus, o sacerdote humano
repentino destruísse as hóstias consagradas do sacrário, Jesus não se .
queimaria. As aparências do pão e dn vinho se tra!lsformariam em "ac10na" o poder infinito de Cristo, e Cristo, pela força do Espírito
Santo, no mesmo Instante se torna presente sob as aparências do
cinzas, mas Jesus já não estaria lá. Quando, depms de comungar
pão e do vinho.
mos, o nosso processo digestivo destrói as aparências do pão, Jesus
N<;ssas pa}avras - que são chamadas palavras da consagração
já não permanece corporalmente em nós; só fica a sua graça.
- es.ta a essencta da Mtssa, e só elas, e não as demais orações
e cenmônias (à exceção da comunhão do sacerdote, que
gradualmente. Parece que os cristãos demoraram bastante . t:mpo � XVI. Originalmente, consistia em 40 horas ininterruptas de ádora
ção ao Santíssimo Sacramento exposto, em comemoração das 40
aperceber-se plenamente do tesouro que tinham na Eucansha. So
no século XII é que nasceu o costume de rese�var a Sagrada Eu?a horas em que o corpo de Jesus permaneceu no sepulcro. O
ristia para a adoração dos cristãos fora da Mtssa. A . partu dat, a bispo. se o julgar oportuno, pode fixar a cada paróquia e comu
devoção ao Santíssimo Sacramento desenvolveu-�e rapidamente .. . nidade religiosa certas datas para que cada semana, em algum
Hoje, em cada igreja católica, há um �abemac�lo, �m �acrar!?· lugar da diocese (a não ser que esta seja muito pequena), a devoção
_
Esse tabernáculo (do latim "tabernaculum. , que stgmftca . tenda ) das Quarenta Horas se mantenha, e assim se ofereça a Jesus sacra
é uma caixa coberta com um véu, que se identifica po� uma luz rnentado uma adoração perpétua. Esta devoção costuma começar
com o canto das Ladainhas dos santos e tenninar com a procissão
que arde na lamparina do sacrário. De?tr': dela, Jesus esta presente,
do Santíssimo Sacramento.
tanto na hóstia grande que se usa na bençao solene, e que se guarda
numa caixa de metal, como nas hóstias pequenas, g�ardadas nut?a
_
copa revestida de ouro - o cibório -. que é uhhzada para dis
tribuir a comunhão aos fiéis.
gradualmente. Parece que os cristãos demoraram bastante . t:mpo � XVI. Originalmente, consistia em 40 horas ininterruptas de ádora
ção ao Santíssimo Sacramento exposto, em comemoração das 40
aperceber-se plenamente do tesouro que tinham na Eucansha. So
no século XII é que nasceu o costume de rese�var a Sagrada Eu?a horas em que o corpo de Jesus permaneceu no sepulcro. O
ristia para a adoração dos cristãos fora da Mtssa. A . partu dat, a bispo. se o julgar oportuno, pode fixar a cada paróquia e comu
devoção ao Santíssimo Sacramento desenvolveu-�e rapidamente .. . nidade religiosa certas datas para que cada semana, em algum
Hoje, em cada igreja católica, há um �abemac�lo, �m �acrar!?· lugar da diocese (a não ser que esta seja muito pequena), a devoção
_
Esse tabernáculo (do latim "tabernaculum. , que stgmftca . tenda ) das Quarenta Horas se mantenha, e assim se ofereça a Jesus sacra
é uma caixa coberta com um véu, que se identifica po� uma luz rnentado uma adoração perpétua. Esta devoção costuma começar
com o canto das Ladainhas dos santos e tenninar com a procissão
que arde na lamparina do sacrário. De?tr': dela, Jesus esta presente,
do Santíssimo Sacramento.
tanto na hóstia grande que se usa na bençao solene, e que se guarda
numa caixa de metal, como nas hóstias pequenas, g�ardadas nut?a
_
copa revestida de ouro - o cibório -. que é uhhzada para dis
tribuir a comunhão aos fiéis.
Nos alvores da Igreja (quaiJdo as comunidades de fiéis eram muito Mas começaram
. _ _ a introduzir-se abusos nes
pequenas), era costume o sacerdote, logo após a Missa, levar a Sa cnstao se costume. Alguns
. s ncos começaram a comer a sua pro, . .
grada Comunhão aos que não tivessem podido estar presentes. A parti -la com os pna comtda sem re-
irmãos mais pobres, e
esses irmãos ausentes, a Sagrada Comunhão levava a graça sacra excesso. alguns chegaram a 'beber em
Por esses a b sos, s-
mental, mas estabelecia também um laço de união com Cristo n a rnei ra car ta � ao p aul o repreende os coríntios n
que lhes dm.ge ( l a pri-
Missa que havia sido oferecida. e com os irmãos que tinham co· é para com . i , 20-22) : "E quando
vos reunis' não
er a cem do S en
a su a pro, . hor, porque cada um se ante
mido do mesmo santo Pão. Quando as circunstâncias nos obriga- pna refeI"ç·ao, e, enquanto uns pas cipa a tomar
sam fome, outros estão
CO�IEÇA.\105 A �IISSA
275
CA�ÍTULO XXVII
rem a comungar fora da Missa, devemos ver a nossa
comunhão a
essa luz.
A MISS A Bem , se a Missa não é simplesmente a
cerimônia preparatória
da comunhão, que é a Missa?
Antes de mais nada, é um memorial de
Nosso Senhor. "Fazei
isto em minha memória", disse Jesus ao ordenar
sacerdotes os seus
Apóstolos. É inerente ?O coração humano
o desejo de conservar
viva a lembrança das pessoas a quem se amo
u ou se admirou. Quer
se trate de um retrato desbotado de nossos falec
idos pais, ou de um
monumento a um herói nacional, o mun
do está semeado de memo
riais. Nosso Senhor Jesus, que tanto
nos ama e que tant o deseja
o nosso amor, deixou-nos um memorial de
Si mesmo como só Deus
o podia conceber. Não é um quadro, um
monumento, uma estátua·
é a presença viva de Si mesmo, que vem
diariamente a nós na Missa'.
Na Missa, temos o próprio Corpo
COMEÇAMOS A MISSA e o próprio Sangue de Jesus
imolado na Cruz. Nela, Jesus con
tinua através do tempo o ofer
cimento de Si no Calvári9. aplicand e
No capitulo anterior, estudamos a Sagrada Eucaristia como sa o à nossa alma os méritos que
nos ganhou no Gólgota. Não é
cramento, o sacramento pelo qual Jesus Cristo nutre a nossa alma apenas a sua morte que· reco
mos na Missa, mas também a rda
com a sua própria carne e sangue. Nesse estudo, referimo-nos ligei sua ressurreição, pela qual Jesu
arrebatou das garras da morte s nos
ramente à Missa, mencionando apenas que é a ação sagrada pela .. de uma vez para sempre; e também
a sua A �cens8o aos céus, à
qual Jesus se torna presente sob as aparências do pão e do vinho. glória para a qual nos pred
que partilhará conosco, se estinou, e
De passagem, vimos que o nome que os primeiros cristãos davam nós o quisermos.
à Missa era "ação de graças" ou também "fração do pão", expres Alé m de ser uma recordação
sões tomadas da narração da última Ceia, em que se nos diz que de Nosso Senhor, a Missa é
hanquete sagrado. À sua mes um
Jesus, tendo tomado o pão, "deu graças, partiu-o e deu-o, dizendo: a, Jesus alimenta-nos com
prio corpo e san u . Já o seu pró
Isto é o meu corpo, fazei isto em minha memória" (Lc 22, 19). � : examinamos com certo vag
da Sagrada Eucanst1a, mas ar este aspecto
É o momento de considerarmos a Missa com mais detalhe. pode ter interesse histórico
o� primeiros cristãos verificar como
seguiam o exemplo de Jesu
Seria um grande erro pensar que a Missa não passa de um instru celebração da Eucaristi s ao inserirem a
a .nu ma ceia.
mento necessário para podermos receber a Sagrada Comunhão. A
. .
�ra um tipo especial de ceia, um "ágape", palavra greg
l\1issa é mais, muito mais do que isso. É verdade que é na Missa Sigmfica "festa da ami a que
zade". A comunidade cris
que o pão se transforma no corpo de Cristo, mas deveríamos vê-Ia de algum de seus tã reunia-se na casa
membros, pois, nat uralmente,
como um grande todo, do qual a nossa união com Jesus na comu templos. Cada um aind a não havia
trazia a sua própria com
nhão é uma parte maravilhosa. com as suas posses; ·
ida e bebida de acordo
. uns muita, outros pouca '
Mesmo quando recebemos a Sagrada Comunhão fora da Missa, mJda era reparti ou nenhum a. A co-
. da entre todos, como ma
nifestação de amor mútuo
deveríamos considerar essa comunhão como um prolongamento até
nós da Missa em que foi consagrada a hóstia que agora recebemos.
N o f1m da
. .
nst Ja, segu ndo
ceia , quem presi'd Ia,
o exemplo de Cristo.
'· Isto e, o btsp
, · o, celebrava a Euc a
·
Nos alvores da Igreja (quaiJdo as comunidades de fiéis eram muito Mas começaram
. _ _ a introduzir-se abusos nes
pequenas), era costume o sacerdote, logo após a Missa, levar a Sa cnstao se costume. Alguns
. s ncos começaram a comer a sua pro, . .
grada Comunhão aos que não tivessem podido estar presentes. A parti -la com os pna comtda sem re-
irmãos mais pobres, e
esses irmãos ausentes, a Sagrada Comunhão levava a graça sacra excesso. alguns chegaram a 'beber em
Por esses a b sos, s-
mental, mas estabelecia também um laço de união com Cristo n a rnei ra car ta � ao p aul o repreende os coríntios n
que lhes dm.ge ( l a pri-
Missa que havia sido oferecida. e com os irmãos que tinham co· é para com . i , 20-22) : "E quando
vos reunis' não
er a cem do S en
a su a pro, . hor, porque cada um se ante
mido do mesmo santo Pão. Quando as circunstâncias nos obriga- pna refeI"ç·ao, e, enquanto uns pas cipa a tomar
sam fome, outros estão
277
CO�IEÇA�IOS A MIS SA
vilhoso: pela primeira vez e todos os dias, a humanidade pode já Ofere�e-o t:m nome do grupo que representa, do qual ele é o porta
oferecer a Deus um Dom digno dEle: o dom do seu proprio Filho, -voz. Nos tempos pré-cristãos, o patriar..:a oferecia o sacrifício em
um dom de valor infinito, digno de Deus infinito. Aqui temos um nome da sua tribo oU família; o rei, em nome dos seus súditos;
dom que Deus não só se digna aceitar, mas ( atrevemo-nos dizer) os filhos de Aarão, em nome dos israelitas.
tem que aceitar, um dom que Deus não pode recusar, um dom E isto revela-nos o último requisito d..: um sacrifício genuíno:
precioso aos seus olhos porque é um dom de Deus a Deus. d�ve hm t:r um saL·erdote. Quem oferece um sa..:rificio deve ter o
A Missa é as três coisas: memorial, banquete, sacrifício, mas, direiw de representar o grupo em cujo nome faz a oferenda. Seja
acima de tudo. é sacrifício. É o sacrifício, que durará enquanto o parria rc1-sacerdote, td-sacerdote ou aaronita . sacerdote, deve ter o di
.
vilhoso: pela primeira vez e todos os dias, a humanidade pode já Ofere�e-o t:m nome do grupo que representa, do qual ele é o porta
oferecer a Deus um Dom digno dEle: o dom do seu proprio Filho, -voz. Nos tempos pré-cristãos, o patriar..:a oferecia o sacrifício em
um dom de valor infinito, digno de Deus infinito. Aqui temos um nome da sua tribo oU família; o rei, em nome dos seus súditos;
dom que Deus não só se digna aceitar, mas ( atrevemo-nos dizer) os filhos de Aarão, em nome dos israelitas.
tem que aceitar, um dom que Deus não pode recusar, um dom E isto revela-nos o último requisito d..: um sacrifício genuíno:
precioso aos seus olhos porque é um dom de Deus a Deus. d�ve hm t:r um saL·erdote. Quem oferece um sa..:rificio deve ter o
A Missa é as três coisas: memorial, banquete, sacrifício, mas, direiw de representar o grupo em cujo nome faz a oferenda. Seja
acima de tudo. é sacrifício. É o sacrifício, que durará enquanto o parria rc1-sacerdote, td-sacerdote ou aaronita . sacerdote, deve ter o di
.
é um novo sacrifício em que Jesus morre outra vez, mas a conti� que tudo o que somos, temos ou esperamos, vem de Deus. Nem
nuação e prolongamento - no tempo - da morte, de uma vez por sequer poderíamos continuar a existir se Ele nos deixasse fora da
\
todas, de Jesus na cruz. Usando uma expressão moderna, podería sua mente por um simples instante. A vida física e a vida espiri�
l
mos dizer que Jesus nos reativa o sacrifício do Calvário. A Missa tua!, as graças que continuamente recebemos todos os dias, o amor
nos torna presente e eficaz, aqui e agOra, a Vítima oferecida no altar e a amizade, as ondas da televisão e a água que sai da torneira:
da cruz. A morte de Jesus é muito mais que um fato histórico. tudo, absolutamente tudo, é de Deus e a Ele devemos agradecer.
É um sacrifício eterno. Não há ontem para Deus. Na sua mente Dar graças é, pois, o segundo elemento essencial de toda oração e
infinita, para a qual todas as coisas passadas são presente, Jesus sacrifício verdadeiros.
pende eternamente da cruz. É o segundo fim da Missa. Nela, Jesus Cristo oferece a Deus,
Não é uma verdade fácil de captar, mas é a verdade: na Missa, em nosso nome, uma ação de graças que sobrepuja os dons que
o tempo e a distância são aniquilados num sentido místico, e você recebemos, uma ação de graças infinita, que a própria infinita bon�
e eu nos encontramos ao pé da cruz na qual o Filho de Deus se dade de Deus não pode superar.
oferece em reparação pelos nossos pecados. Além de adorar e dar graças, a nossa relação com Deus impõe
�nos outro dever: o de pedir a Deus as graças de que nós e os
Na Missa, Jesus Cristo Sacerdote, Vítima perfeita e Dom infi· demais homens necessitamos para alcançar o céu. Dotando�nos de
nitamente precioso, se oferece a si próprio a Deus, por nós. Por uma vontade livre, Deus fez com que a nossa salvação dependesse
quê? Com que fim? da nossa livre cooperação: Ele não nos força a aceitar umas graças
A Missa tem um fim quádruplo, e esses quatro objetivos têm yuc nã o queremos. Mostramos a nossa disposição de cooperar quan�
um firme enraizamento n a relação que existe entre Deus e nós. Deus do pedimos a Deus as graças de que necessitamos.
I
I' é o Dono e Senhor de toda a criação. Tudo o que existe, foi Ele Deus fez também com que, em certo ·grau, a nossa salvação
que o fez. Somos criaturas de Deus, propriedade de Deus; perten· dependesse dos outros. Jesus Cristo dignou-se fazcr�nos participar
cemos-lhe em corpo e alma. Da própria natureza da relação de do seu trabalho redentor; as nossas orações beneficiam os outros,
criatura para Criador, surgem certas obrigações iniludíveis. do mesmo modo que as dos outros nos beneficiam. Posto que é
A primeira de todas é reconhecer essa própria relação: reconhe lei de Deus que amemos os outros como a nós mesmos, é lógico
cer o infinito poder, sabedoria e bondade de Deus, reconhecer que que tenhamos que rezar por eles - pelas graças de que necessi
Ele é tudo e nós não somos nada' comparados com Ele. O próprio tam -, como rezamos por nós. Naturalmente, rezamos pelos que
fim da nossa existência, a razão pela qual Deus nos fez, é dar-lhe estão ligados a nós por laços de sangue, de dever ou de afeto; mas
glória. Abaixo do nível humano, as coisas criadas dão glória a as nossas orações devem ir mais longe c abranger todos os homens.
Deus pelo simples fato de existirem. Os minerais, as plantas e os Se queremos, podemos pedir favores temporais - e Deus se compraz
ariimais dão testemunho da grandeza de Deus simplesmente sendo nos nossos pedidos -, mas devemos pedir pelas nossas necessidades
o que são. Mas o caso do homem é diferente, e dele se espera espirituais e pelas do próximo. A petição é o terceiro fim pelo
mais. Com a sua alma imortal, com o seu livre arbítrio e as suas qual se oferece a Missa, c é o próprio Jesus Cristo quem nela inter�
potências de ·pensar e falar, o homem não pode ser um mero teste� cede conosco e por n.ôs.
munho mudo da glória divina. Com a sua liberdade, que é seu Além de adorar, dar graças e pedir, devemos a Deus reparação
privilégio exclusivo, o homem deve dar glória a Deus livremente, pelos nossos pecados. Pela própria natureza da nossa relação
! deve cantar livremente os louvores divinos. Deus - a de uma criatura com o seu Criador -, devemos
com
obediên
cia absoluta à vontade divina Rebelar-nos pelo
.I '•
Em resumo, o homem deve adorar a Deus. Adorar a Deus é
o primeiro dos deveres do homem, o elemento mais essencial da
. pecado contra esse
Deus que nos fez é um ato de injustiça infinita, e ao mesmo
. tempo
oração, o fim primordial de todo sacrifício. Em consequência, a uma mgratidão monstruosa. Se assim nos rebelamos, é nossa obri
adoração é o fim primordial da Missa. Na Missa, pela primeira g�ção restaurar a balança da justiça reparando o nosso pecado. Mais
vez, a humanidade pôde adorar a Deus adequadamente, na pessoa 3 1Ilda. dada a unidade do gênero humano e a interdepend
ência entre
do próprio Filho de Deus, que nos representa. todos, é também necessário que ofereçamos reparação
. pelos pecados
Depois da adoração, o segundo dos nossos deveres para com alhe10 s. D�vemos recordar de novo que Deus
quer que participemos
Deus é a gratidão. Sendo Deus a fonte de todo o bem, sahemos da obra redentora de seu Filho.
280 A MISSA QUE CONSTITUI U�f SACRIFICIO? 281
é um novo sacrifício em que Jesus morre outra vez, mas a conti� que tudo o que somos, temos ou esperamos, vem de Deus. Nem
nuação e prolongamento - no tempo - da morte, de uma vez por sequer poderíamos continuar a existir se Ele nos deixasse fora da
\
todas, de Jesus na cruz. Usando uma expressão moderna, podería sua mente por um simples instante. A vida física e a vida espiri�
l
mos dizer que Jesus nos reativa o sacrifício do Calvário. A Missa tua!, as graças que continuamente recebemos todos os dias, o amor
nos torna presente e eficaz, aqui e agOra, a Vítima oferecida no altar e a amizade, as ondas da televisão e a água que sai da torneira:
da cruz. A morte de Jesus é muito mais que um fato histórico. tudo, absolutamente tudo, é de Deus e a Ele devemos agradecer.
É um sacrifício eterno. Não há ontem para Deus. Na sua mente Dar graças é, pois, o segundo elemento essencial de toda oração e
infinita, para a qual todas as coisas passadas são presente, Jesus sacrifício verdadeiros.
pende eternamente da cruz. É o segundo fim da Missa. Nela, Jesus Cristo oferece a Deus,
Não é uma verdade fácil de captar, mas é a verdade: na Missa, em nosso nome, uma ação de graças que sobrepuja os dons que
o tempo e a distância são aniquilados num sentido místico, e você recebemos, uma ação de graças infinita, que a própria infinita bon�
e eu nos encontramos ao pé da cruz na qual o Filho de Deus se dade de Deus não pode superar.
oferece em reparação pelos nossos pecados. Além de adorar e dar graças, a nossa relação com Deus impõe
�nos outro dever: o de pedir a Deus as graças de que nós e os
Na Missa, Jesus Cristo Sacerdote, Vítima perfeita e Dom infi· demais homens necessitamos para alcançar o céu. Dotando�nos de
nitamente precioso, se oferece a si próprio a Deus, por nós. Por uma vontade livre, Deus fez com que a nossa salvação dependesse
quê? Com que fim? da nossa livre cooperação: Ele não nos força a aceitar umas graças
A Missa tem um fim quádruplo, e esses quatro objetivos têm yuc nã o queremos. Mostramos a nossa disposição de cooperar quan�
um firme enraizamento n a relação que existe entre Deus e nós. Deus do pedimos a Deus as graças de que necessitamos.
I
I' é o Dono e Senhor de toda a criação. Tudo o que existe, foi Ele Deus fez também com que, em certo ·grau, a nossa salvação
que o fez. Somos criaturas de Deus, propriedade de Deus; perten· dependesse dos outros. Jesus Cristo dignou-se fazcr�nos participar
cemos-lhe em corpo e alma. Da própria natureza da relação de do seu trabalho redentor; as nossas orações beneficiam os outros,
criatura para Criador, surgem certas obrigações iniludíveis. do mesmo modo que as dos outros nos beneficiam. Posto que é
A primeira de todas é reconhecer essa própria relação: reconhe lei de Deus que amemos os outros como a nós mesmos, é lógico
cer o infinito poder, sabedoria e bondade de Deus, reconhecer que que tenhamos que rezar por eles - pelas graças de que necessi
Ele é tudo e nós não somos nada' comparados com Ele. O próprio tam -, como rezamos por nós. Naturalmente, rezamos pelos que
fim da nossa existência, a razão pela qual Deus nos fez, é dar-lhe estão ligados a nós por laços de sangue, de dever ou de afeto; mas
glória. Abaixo do nível humano, as coisas criadas dão glória a as nossas orações devem ir mais longe c abranger todos os homens.
Deus pelo simples fato de existirem. Os minerais, as plantas e os Se queremos, podemos pedir favores temporais - e Deus se compraz
ariimais dão testemunho da grandeza de Deus simplesmente sendo nos nossos pedidos -, mas devemos pedir pelas nossas necessidades
o que são. Mas o caso do homem é diferente, e dele se espera espirituais e pelas do próximo. A petição é o terceiro fim pelo
mais. Com a sua alma imortal, com o seu livre arbítrio e as suas qual se oferece a Missa, c é o próprio Jesus Cristo quem nela inter�
potências de ·pensar e falar, o homem não pode ser um mero teste� cede conosco e por n.ôs.
munho mudo da glória divina. Com a sua liberdade, que é seu Além de adorar, dar graças e pedir, devemos a Deus reparação
privilégio exclusivo, o homem deve dar glória a Deus livremente, pelos nossos pecados. Pela própria natureza da nossa relação
! deve cantar livremente os louvores divinos. Deus - a de uma criatura com o seu Criador -, devemos
com
obediên
cia absoluta à vontade divina Rebelar-nos pelo
.I '•
Em resumo, o homem deve adorar a Deus. Adorar a Deus é
o primeiro dos deveres do homem, o elemento mais essencial da
. pecado contra esse
Deus que nos fez é um ato de injustiça infinita, e ao mesmo
. tempo
oração, o fim primordial de todo sacrifício. Em consequência, a uma mgratidão monstruosa. Se assim nos rebelamos, é nossa obri
adoração é o fim primordial da Missa. Na Missa, pela primeira g�ção restaurar a balança da justiça reparando o nosso pecado. Mais
vez, a humanidade pôde adorar a Deus adequadamente, na pessoa 3 1Ilda. dada a unidade do gênero humano e a interdepend
ência entre
do próprio Filho de Deus, que nos representa. todos, é também necessário que ofereçamos reparação
. pelos pecados
Depois da adoração, o segundo dos nossos deveres para com alhe10 s. D�vemos recordar de novo que Deus
quer que participemos
Deus é a gratidão. Sendo Deus a fonte de todo o bem, sahemos da obra redentora de seu Filho.
282 A MISSA CADA \!ISSA ll A NOSSA MISSA 283
Nenhum de nós pode oferecer uma satisfação adequada pelo É evidente que a aplicação do fruto geral da Missa não depende
pecado; só Jesus podia, e na cruz o fez, e na Missa continua todos inteiramente das disposições daqueles por quem é oferecida. Se assim
os dias a fazê-lo, tirando-a daquele depósito inesgotáveL O valor fosse, a Missa nfto produziria efeito nos pecadores ou descrentes por
infinito da satisfação de Cristo pelo pecado não dispensa� evidente quem se oferece, A aplicação das graças da Missa depende da
mente, a nossa reparação pessoal. É precisamente pela i nfinita sa vontade de Deus. tanto corno das disposições pessoais. Que a Missa
t!sfação pelo pecado, que Jesus ofereceu na cruz, que os nossos atos causa a conversão de almas endurecidas e empedernidas, é urna ver
de reparação, oferecidos em união com os de Cristo, ganham valor dade que todos experimentamos.
aos olhos de Deus. Este é o quarto dos fins pelos quais se oferece
a Missa: reparação a Deus pelos pecados dos homens. Além do fruto geral da Missa, temo,; o fruto especial, que se
Adorar a Deus, dar-lhe graças, pedir a sua graça c reparar o aplica à pessoa ou pessoas (vivas ou mortas) por quem a Missa é
pecado: ao assistirmos à Missa, esses quatro fins devem ter prefe oferecida pelo celebrante, Quando damos uma espórtula para que
rência em nossas intenções quando oferecemos o Santo Sacrifício. se celebre uma Missa, este fruto especial aplica-se às pessoas por
No nosso apreço pela Missa, a glória de Deus deve ter precedência quem se oferece a intenção da Missa, isto é, a nós ou a terceiros.
sobre as graças que ela nos consegue, Todos, sem dúvida, sabemos que o antigo costume de dar uma es
pórtula ao solicitar uma Missa tem a sua origem nas palavras de
São Paulo ( l Cor 9, 1 3) que dizem que aquele que serve o altar
CADA MISSA É A NOSSA MISSA deve participar do altar. Não se deve perguntar nunca: "Quanto
custa uma Missa?" A Missa tem valor infinito e não se pode fixar
O fim primordial da Missa é dar honra e glória a Deus, No -lhe um preço, A espórtula não é um preço que pagamos, é uma
entanto, os efeitos da Missa não se detêm aí; oferecendo a sua infi oferenda que fazemos. E quando o sacerdote aceita recebê-la, é obri
nita homenagem a Deus, Jesus Cristo também alcança grandes gra gado em consciência, sob pena de pecado mortal, a procurar que
ças para nós, As graças que Deus, pelos méritos de seu Filho, nos essa Missa seja oferecida de acordo com as intenções do doador.
O costume de dar uma espórtula é, no fundo, uma grande van
concede na Missa chamam-se "frutos" da Missa.
tagem para os fiéis. Poderia um sacerdote prometer dizer uma Missa
por alguém c depois esquecer a sua promessa ou mudar de opinião.
Os teólogos distinguem três espécies de frutos na Missa, O pri
meiro é o fruto geral. Em consonância com a intenção de Nosso
Mas, uma vez que aceitou a espórtula, não se permitirá esquecê-la
Senhor e da sua Igreja, o sacerdote oferece em cada Missa o Santo
ou mudar de opinião.
Sacrifício pelos presentes; pela Igreja, pelo Papa e pelo bispo da Este fruto especial da Missa é simultaneamente - como dizem
diocese; por todos os fiéis cristãos, vivos e defuntos, e pela salva os teólogos - impetratório e propiciatório. "lmpetratório" (de "im
ção de todos os homens, Por vontade de Cristo e da sua Igreja, pctrarc". pedir ou alcançar) significa simplesmente o poder de con
estas intenções estão presentes em cada Missa, e o sacerdote que a s�gu i� Jc Deus as graças e benefícios que pedimos. "Propiciatório"
Slglllflca o poder de propiciar, de reparar pelos pecados. Como sa
oferece não pode excluí-las nem que queira, As graças que resultam .
dessa intenção são as que poderíamos chamar "graças comuns" da bemos. as almas do purgatório têm uma só necessidade: a de serem
Missa. libertadas do castigo temporal devido pelos seus pecados; compreen
O grau em que cada alma a recebe dependerá em grande parte d � - sc. pois. que o fruto especial da Missa seja inteiramente propicia
da união com que participe da Missa e das suas próprias disposições tono . quando é oferecida pelos mortos.
interiores. O altar irradia essas graças comuns como ondas que Não temos maneira de saber que parte do fruto propiciatório
abrangerão o mundo inteiro, mas elas encontram melhor acolhida de uma Missa se aplica a determinada alma; por isso, seguimos o
nos corações melhor dispostos. Essas graças crescem especialmente :cto ins �into de oferecer mais de uma Missa pela alma que dese
nas pessoas unidas em espírito a todas as Missas que se oferecem Jamos aJudar. Também não temos maneira de saber quando termina
�m toda a parte; aí está uma intenção que deveríamos fazer nossa 0 purgatório para certa alma; por conseguinte, é uma idéia boa ter
todos os dias, nas orações da manhã, Nalgum lugar, em qualquer uma intenção secundária ao oferecermos uma Missa por um defunto:
momento das vinte e quatro horas do dia, está-se oferecendo uma "Senhor, se esta alma já está no céu, rogo-te que apliques o fruto
Missa; deveríamos ter o desejo de participar em cada uma delas. desta Missa a esta ou àquela intenção."
282 A MISSA CADA \!ISSA ll A NOSSA MISSA 283
Nenhum de nós pode oferecer uma satisfação adequada pelo É evidente que a aplicação do fruto geral da Missa não depende
pecado; só Jesus podia, e na cruz o fez, e na Missa continua todos inteiramente das disposições daqueles por quem é oferecida. Se assim
os dias a fazê-lo, tirando-a daquele depósito inesgotáveL O valor fosse, a Missa nfto produziria efeito nos pecadores ou descrentes por
infinito da satisfação de Cristo pelo pecado não dispensa� evidente quem se oferece, A aplicação das graças da Missa depende da
mente, a nossa reparação pessoal. É precisamente pela i nfinita sa vontade de Deus. tanto corno das disposições pessoais. Que a Missa
t!sfação pelo pecado, que Jesus ofereceu na cruz, que os nossos atos causa a conversão de almas endurecidas e empedernidas, é urna ver
de reparação, oferecidos em união com os de Cristo, ganham valor dade que todos experimentamos.
aos olhos de Deus. Este é o quarto dos fins pelos quais se oferece
a Missa: reparação a Deus pelos pecados dos homens. Além do fruto geral da Missa, temo,; o fruto especial, que se
Adorar a Deus, dar-lhe graças, pedir a sua graça c reparar o aplica à pessoa ou pessoas (vivas ou mortas) por quem a Missa é
pecado: ao assistirmos à Missa, esses quatro fins devem ter prefe oferecida pelo celebrante, Quando damos uma espórtula para que
rência em nossas intenções quando oferecemos o Santo Sacrifício. se celebre uma Missa, este fruto especial aplica-se às pessoas por
No nosso apreço pela Missa, a glória de Deus deve ter precedência quem se oferece a intenção da Missa, isto é, a nós ou a terceiros.
sobre as graças que ela nos consegue, Todos, sem dúvida, sabemos que o antigo costume de dar uma es
pórtula ao solicitar uma Missa tem a sua origem nas palavras de
São Paulo ( l Cor 9, 1 3) que dizem que aquele que serve o altar
CADA MISSA É A NOSSA MISSA deve participar do altar. Não se deve perguntar nunca: "Quanto
custa uma Missa?" A Missa tem valor infinito e não se pode fixar
O fim primordial da Missa é dar honra e glória a Deus, No -lhe um preço, A espórtula não é um preço que pagamos, é uma
entanto, os efeitos da Missa não se detêm aí; oferecendo a sua infi oferenda que fazemos. E quando o sacerdote aceita recebê-la, é obri
nita homenagem a Deus, Jesus Cristo também alcança grandes gra gado em consciência, sob pena de pecado mortal, a procurar que
ças para nós, As graças que Deus, pelos méritos de seu Filho, nos essa Missa seja oferecida de acordo com as intenções do doador.
O costume de dar uma espórtula é, no fundo, uma grande van
concede na Missa chamam-se "frutos" da Missa.
tagem para os fiéis. Poderia um sacerdote prometer dizer uma Missa
por alguém c depois esquecer a sua promessa ou mudar de opinião.
Os teólogos distinguem três espécies de frutos na Missa, O pri
meiro é o fruto geral. Em consonância com a intenção de Nosso
Mas, uma vez que aceitou a espórtula, não se permitirá esquecê-la
Senhor e da sua Igreja, o sacerdote oferece em cada Missa o Santo
ou mudar de opinião.
Sacrifício pelos presentes; pela Igreja, pelo Papa e pelo bispo da Este fruto especial da Missa é simultaneamente - como dizem
diocese; por todos os fiéis cristãos, vivos e defuntos, e pela salva os teólogos - impetratório e propiciatório. "lmpetratório" (de "im
ção de todos os homens, Por vontade de Cristo e da sua Igreja, pctrarc". pedir ou alcançar) significa simplesmente o poder de con
estas intenções estão presentes em cada Missa, e o sacerdote que a s�gu i� Jc Deus as graças e benefícios que pedimos. "Propiciatório"
Slglllflca o poder de propiciar, de reparar pelos pecados. Como sa
oferece não pode excluí-las nem que queira, As graças que resultam .
dessa intenção são as que poderíamos chamar "graças comuns" da bemos. as almas do purgatório têm uma só necessidade: a de serem
Missa. libertadas do castigo temporal devido pelos seus pecados; compreen
O grau em que cada alma a recebe dependerá em grande parte d � - sc. pois. que o fruto especial da Missa seja inteiramente propicia
da união com que participe da Missa e das suas próprias disposições tono . quando é oferecida pelos mortos.
interiores. O altar irradia essas graças comuns como ondas que Não temos maneira de saber que parte do fruto propiciatório
abrangerão o mundo inteiro, mas elas encontram melhor acolhida de uma Missa se aplica a determinada alma; por isso, seguimos o
nos corações melhor dispostos. Essas graças crescem especialmente :cto ins �into de oferecer mais de uma Missa pela alma que dese
nas pessoas unidas em espírito a todas as Missas que se oferecem Jamos aJudar. Também não temos maneira de saber quando termina
�m toda a parte; aí está uma intenção que deveríamos fazer nossa 0 purgatório para certa alma; por conseguinte, é uma idéia boa ter
todos os dias, nas orações da manhã, Nalgum lugar, em qualquer uma intenção secundária ao oferecermos uma Missa por um defunto:
momento das vinte e quatro horas do dia, está-se oferecendo uma "Senhor, se esta alma já está no céu, rogo-te que apliques o fruto
Missa; deveríamos ter o desejo de participar em cada uma delas. desta Missa a esta ou àquela intenção."
A WSSA A �!ISS.-\ TE\1 IIISTOIUA 285
284
Além dos frutos geral e especial da Missa, há um terceiro: as crandeza c formosura ressaltassem aos olhos de todos. Não é de
g1 aças que resultam da participa15ão pessoal do sacerdote celebrante. �urprcendcr, pois, que a Igreja, ao longo dos séculos, tenha mode
e que contribuirão para a sua própria santificação e reparaçüo de lado e embelezado o engaste que é o cerimonial da Missa que hoje
seus pecados. Este fruto é chamado fruto pessoal da Missa. conhe(.;emos .
Eis aqui a dcscri-;üo da última Ceia segundo São Mateus (26,
Uma Missa que se oferece por uma pessoa falecida não tem =:6-28 ) : '" Enquanto comiam. Jesus tomou o pão. ábençoou-o, par
que ser necessariamente de defuntos. Normalmente, a Missa exequial tiu-o c, dando-o aos seus discípulos, disse: Tornai e comei, isto é
- de corpo presente. de sétimo dia - será de réquiem, e se o ca l1 meu corpo. E, tomando o cálice e dando graças, deu-lho, di-
lendário litúrgico o permite, a Missa de trigésimo dia e as de ani 7endo: Bchei dele todos vós. que este é o meu sangue da aliança,
versário serão também de defuntos. No entanto, há muitos dias de que será derramado por muitos para remissão dos pecados."
festa no calendário da Igreja que não permitem que se digam Missas Temos já o Santo Sacrifício em essência, em básica simplicidade:
de defuntos, mas isto não deve criar problemas àqueles que as soli a Consagração c a Comunhão. Além destes elementos essenciais do
citam. O fruto especial da Missa se aplicará igualmente à pessoa sacrifício, há outras circunstâncias incidentais que nos interessam. Ve
falecida, quer seja Missa de réquiem ou a própria do dia li túrgico. mos que Jesus "deu graças'' . As palavras da sua ação de graças
11ão foram recolhidas pelos evangelistas, mas está bem refletida na
Isto dá pé para outra questão que podemos comentar de passa Oraçüo Eucarística das Missas de hoje, e especialmente no Prefácio
gem: o costume de oferecer Missas em honra de nossa Mãe Santa com que se inicia. Sabemos também pelo Evangelho de São João
Maria e dos santos . É uma prática que remonta aos primeiros tem 1 1 3, 4-10) que Jesus colocou antes da última Ceia a lavagem dos
pos da Igreja, quando se ofereciam Missas pelos mártires, nos ani pés dos seus Apóstolos, um rito simbólico de purificação cujo eco
versários da sua morte. Sabemos perfeitamente que não se pode encontramos no ato penitenciai do começo da Missa. É também São
oferecer a Missa a um santo; só a Deus pode ser oferecida. Mas Jncro ( 1 3, 14-17) quem nos transmite as belíssimas palavras de Jesus
é grato a Deus que honremos os seus amigos, os santos, comemo aos seus Apóstolos na última Ceia, de que é reflexo o sermão ou
rando-os especialmente no dia da sua festa. O princípio é o mesmo homilia que integra a liturgia das nossas Missas, especialmente das
de qualquer devoção aos santos: dar glória a Deus honrando as Missas dominicais.
obras mestras de sua graça: os seus santos. Quando oferecemos a As primitivas comunidades cristãs, quando se reuniam para a
Missa em honra de um santo, pedimos a esse santo que se una a "fração do pão", seguiam muito de perto o singelo cerimonial da
nós para dar glória a Deus, e pedimos a Deus que nos conceda as lJltima Ceia. Mas os primeiros cristãos eram judeus, e, a princípio,
graças que solicitamos por intercessão daquele santo. Por canse� n:io perceberam como devia ser completa a ruptura com a antiga
guinte, podemos oferecer uma Missa em honra da Santíssima Virgem religião do Antigo Testamento (abolida por Deus) . Continuavam
ou de algum santo, e, ao mesmo tempo, aplicar o seu fruto especial a assistir e a participar das cerimônias da sinagoga, e reuniam-se
a uma alma ou almas do purgatório.
rrivadamente em grupos pequenos para a "fração do pão".
I Quando foram expulsos da sinagoga por seus irmãos judeus, os
I
.
cnstãos começaram a antepor à "fração do pão'' umas orações mol
i,
A MISSA TEM HISTóRIA
dadas segundo as cerimônias da sinagoga. Essas cerimônias con
sistiam basicamente em duas leituras, uma do livro de Moisés e
{llltra tomada dos demais profetas, seguidas de um sermão, e tudo
Ao lermos no Evangelho a descrição da última Ceia e compa
·' rarmos a sua simplicidade com as Missas que hoje se oferecem em
I entremeado de diferentes oraçõt:�. Ao adotarem o modelo das sina
nossas igrejas, percebemos que o cerimonial do Santo Sacrificio ex�
?ugas, os cristãos o "batizaram": começaram a usar leituras do Novo
r cstamcnto juntamente com outras do Antigo .
perimentou um grande desenvolvimento nestes quase dois mil anos.
E assim se originou
E um desenvolvimento que é muito fácil de entender.
�l. primeira parte da nossa Missa de hoje (leituras do Antigo e Novo
I eqamento, Evangelho, homilia c outras orações).
O sacrifício eucarístico que Jesus Cristo instituiu na noite de
Na realidade,
Quinta-feira Santa é uma pedra preciosa que Ele ofereceu à sua
Igreja. Era uma jóia perfeita, sem impureza nenhuma, mas. como l t atava-se de uma preparação para a Missa propriamente dita, que
se chama Liturgia da Palavra c outrora era designada com o nome
toda jóia, necessitava de um engaste apropriado para que a sua
A WSSA A �!ISS.-\ TE\1 IIISTOIUA 285
284
Além dos frutos geral e especial da Missa, há um terceiro: as crandeza c formosura ressaltassem aos olhos de todos. Não é de
g1 aças que resultam da participa15ão pessoal do sacerdote celebrante. �urprcendcr, pois, que a Igreja, ao longo dos séculos, tenha mode
e que contribuirão para a sua própria santificação e reparaçüo de lado e embelezado o engaste que é o cerimonial da Missa que hoje
seus pecados. Este fruto é chamado fruto pessoal da Missa. conhe(.;emos .
Eis aqui a dcscri-;üo da última Ceia segundo São Mateus (26,
Uma Missa que se oferece por uma pessoa falecida não tem =:6-28 ) : '" Enquanto comiam. Jesus tomou o pão. ábençoou-o, par
que ser necessariamente de defuntos. Normalmente, a Missa exequial tiu-o c, dando-o aos seus discípulos, disse: Tornai e comei, isto é
- de corpo presente. de sétimo dia - será de réquiem, e se o ca l1 meu corpo. E, tomando o cálice e dando graças, deu-lho, di-
lendário litúrgico o permite, a Missa de trigésimo dia e as de ani 7endo: Bchei dele todos vós. que este é o meu sangue da aliança,
versário serão também de defuntos. No entanto, há muitos dias de que será derramado por muitos para remissão dos pecados."
festa no calendário da Igreja que não permitem que se digam Missas Temos já o Santo Sacrifício em essência, em básica simplicidade:
de defuntos, mas isto não deve criar problemas àqueles que as soli a Consagração c a Comunhão. Além destes elementos essenciais do
citam. O fruto especial da Missa se aplicará igualmente à pessoa sacrifício, há outras circunstâncias incidentais que nos interessam. Ve
falecida, quer seja Missa de réquiem ou a própria do dia li túrgico. mos que Jesus "deu graças'' . As palavras da sua ação de graças
11ão foram recolhidas pelos evangelistas, mas está bem refletida na
Isto dá pé para outra questão que podemos comentar de passa Oraçüo Eucarística das Missas de hoje, e especialmente no Prefácio
gem: o costume de oferecer Missas em honra de nossa Mãe Santa com que se inicia. Sabemos também pelo Evangelho de São João
Maria e dos santos . É uma prática que remonta aos primeiros tem 1 1 3, 4-10) que Jesus colocou antes da última Ceia a lavagem dos
pos da Igreja, quando se ofereciam Missas pelos mártires, nos ani pés dos seus Apóstolos, um rito simbólico de purificação cujo eco
versários da sua morte. Sabemos perfeitamente que não se pode encontramos no ato penitenciai do começo da Missa. É também São
oferecer a Missa a um santo; só a Deus pode ser oferecida. Mas Jncro ( 1 3, 14-17) quem nos transmite as belíssimas palavras de Jesus
é grato a Deus que honremos os seus amigos, os santos, comemo aos seus Apóstolos na última Ceia, de que é reflexo o sermão ou
rando-os especialmente no dia da sua festa. O princípio é o mesmo homilia que integra a liturgia das nossas Missas, especialmente das
de qualquer devoção aos santos: dar glória a Deus honrando as Missas dominicais.
obras mestras de sua graça: os seus santos. Quando oferecemos a As primitivas comunidades cristãs, quando se reuniam para a
Missa em honra de um santo, pedimos a esse santo que se una a "fração do pão", seguiam muito de perto o singelo cerimonial da
nós para dar glória a Deus, e pedimos a Deus que nos conceda as lJltima Ceia. Mas os primeiros cristãos eram judeus, e, a princípio,
graças que solicitamos por intercessão daquele santo. Por canse� n:io perceberam como devia ser completa a ruptura com a antiga
guinte, podemos oferecer uma Missa em honra da Santíssima Virgem religião do Antigo Testamento (abolida por Deus) . Continuavam
ou de algum santo, e, ao mesmo tempo, aplicar o seu fruto especial a assistir e a participar das cerimônias da sinagoga, e reuniam-se
a uma alma ou almas do purgatório.
rrivadamente em grupos pequenos para a "fração do pão".
I Quando foram expulsos da sinagoga por seus irmãos judeus, os
I
.
cnstãos começaram a antepor à "fração do pão'' umas orações mol
i,
A MISSA TEM HISTóRIA
dadas segundo as cerimônias da sinagoga. Essas cerimônias con
sistiam basicamente em duas leituras, uma do livro de Moisés e
{llltra tomada dos demais profetas, seguidas de um sermão, e tudo
Ao lermos no Evangelho a descrição da última Ceia e compa
·' rarmos a sua simplicidade com as Missas que hoje se oferecem em
I entremeado de diferentes oraçõt:�. Ao adotarem o modelo das sina
nossas igrejas, percebemos que o cerimonial do Santo Sacrificio ex�
?ugas, os cristãos o "batizaram": começaram a usar leituras do Novo
r cstamcnto juntamente com outras do Antigo .
perimentou um grande desenvolvimento nestes quase dois mil anos.
E assim se originou
E um desenvolvimento que é muito fácil de entender.
�l. primeira parte da nossa Missa de hoje (leituras do Antigo e Novo
I eqamento, Evangelho, homilia c outras orações).
O sacrifício eucarístico que Jesus Cristo instituiu na noite de
Na realidade,
Quinta-feira Santa é uma pedra preciosa que Ele ofereceu à sua
Igreja. Era uma jóia perfeita, sem impureza nenhuma, mas. como l t atava-se de uma preparação para a Missa propriamente dita, que
se chama Liturgia da Palavra c outrora era designada com o nome
toda jóia, necessitava de um engaste apropriado para que a sua
A MISSA A �!ISSA TE�! HISTúRIA 287
de l\..1issa dos catecúmenos, porque, nos primeiros tempos da Igreja, Durante o período que vai de São Justino a São Gregório, foi
era essa a única parte a que podiam assistir os possíveis conversos: acrescentado um elemento de oração ao elemento de instrução que
enquanto não fossem batizados, não os deixavam assistir à Missa constituía a Missa dos catecúmenos, parte inicial da Missa. Nos
inteira. tempos de São Justino, havia duas leituras, uma do Velho Testa
mento e outra dos Evangellios, e a homilia (sermão ) . Nos de São
A elaboração das cenmomas da Missa desenvolveu-se muito ra Gregório, o Intróito ou canto de entrada, o Kyrie ou "Senhor, tende
pidamente. O esquema da Missa que hoje oferecemos ficou prati piedade de nós", o Glória e a oração (Coleta) , se incluíam nessa
camente estabelecido no ano 150. Um escritor cristão daquele tem parte, junto com as leituras e o sermão.
po, São Justino Mártir, descreve-nos assim a Missa que então se
oferecia: "Num dia cujo nome se toma do sol, os que moram na Já desde a sua origem, o Intróito foi um hino processiona1, que
cidade e os do campo se reúnem e então, quando há tempo, lêem-se consistia num salmo e.sco1hido para expressar o espírito da Missa do
as memórias dos Apóstolos (quer dizer, os Evangelhos) e os escritos dia, gozosa, penitente ou triunfante. Cantavam-no o povo e o coro,
dos profetas. Terminadas as leituras, o presidente (quer dizer, o sa enquanto o celebrante e seus ajudantes saíam da sacristia (situada
cerdote) dirige-nos um discurso (quer dizer, um sermão) , em que então perto da porta de entrada da igreja) , a caminho do altar.
nos pede encarecidamente que pratiquemos as belas lições que aca Vemos agora onde é que o Intróito (do latim "introitus", que signi
bamos de ouvir". Esta era a Liturgia da Palavra, como hoje a fica "entrada") obteve o seu nome. No começo, era um salmo
chamamos. São Justino descreve-nos em seguida a parte ·mais essen completo, mas, no século VIII, essas procissões solenes de entrada
cial da Missa, isto é, a Liturgia Eucarística. caíram pouco a pouco em ·desuso, e o Intróito tornou-se cada vez
"Então, leva-se pão e um cálice com água e vinho ao presidente mais curto.
dos irmãos, que os recebe e oferece louvores ao Pai de todos, em A procissão do Intróito é uma das quatro de que constava a
nome do Filho e do Espírito Santo, e depois prossegue com certa Missa já em tempos remotos. As outras três eram a procissão do
li I
detenção, recitando uma prece de ação de graças (a que hoje cha
mamOs Oração Eucarística ou Cânon da Missa, em que se inclui a
Evangelho, que atravessava a igreja até o "gradus" ou degrau em
que o diácono cantava o Evangelho; a procissão do Ofertório, em
consagração) , porque Ele nos fez dignos de participar desses dons. que alguns membros da comunidade dos fiéis traziam ao altar as
Quando termina as orações e a ação de graças, todo o povo pre oferendas de pão e vinho e outros dons; e a procissão da Comunhão,
sente responde: Amém". (Este é o grande Amém da nossa Missa, em que os presentes se aproximavam em filas ordenadas para receber
que se diz depois do "Por Cristo, com Cristo, em Cristo", logo antes a comunhão. Em cada uma dessas procissões, o coro e o povo
do Pai Nosso) . cantavam um salmo apropriado. Felizmente, três dessas procissões
"Depois da ação de graças do presidente e da resposta do povo, - a do Intróito, a do Ofertório e a da Comunhão - foram res
os diáconos, como se chamam entre nós, distribuem o pão e o vinho tauradas pela reforma litúrgica realizada pelo Concilio Vaticano II.
entre os que pronunciaram a ação de graças . . e não os tomamos
como alimento e bebida comuns; do mesmo modo como nos foi
Depois do Intróito vem o Kyrie, e/eison ("Senhor, tende piedade
ensinado que, pela palavra de Deus, Jesus Cristo Nosso Senhor se
de nós" ) . Esta súplica à misericórdia divina, que antes se dizia em
encarnou, assim também estes alimentos, para os que tenham pro� língua grega, vem dos dias (antes do século IV) em que o grego
nunciado as palavras de petição e ação de graças, são a verdadeira era a língua litúrgica de Roma. O Kyrie é um vestígio de um anti
carne e sangue daquele Jesus que se fez homem e que entra na qub�imo costume romano. O povo congregava-se numa igreja (a
nossa carne e sangue quando o recebemos" (Cap. 65-67 da "Primeira igreja da assembléia) onde se reunia com o Papa ou outro bispo
Apologia") . Vemos aqui a Missa já muito perto da sua forma final. c seu séquito. De lá iam todos em procissão a outra igreja (cha
No ano 150, a estrutura fundamental da Missa estava já esta mada estacionai) para a celebração da Missa. Durante essa procis�
belecida. No entanto, as orações nela contidas continuaram a de� sito, todos juntos entoavam uma ladainha de aclamações a Deus.
scnvolver-sc durante mais quatro séculos e meio. Nos tempos do Quando essas procissões caíram em desuso (por volta do sécu]o VI),
Papa São Gregório Magno, que morreu no ano 604, o desenvolvi conservou-se uma versão abreviada como parte da Missa: o "Senhor,
mento da Missa tinha chegado a um esquema muito parecido ao tende piedade de nós" e o "Cristo, tende piedade de nós", que se
atual. mantém no Missal atuaL
A MISSA A �!ISSA TE�! HISTúRIA 287
de l\..1issa dos catecúmenos, porque, nos primeiros tempos da Igreja, Durante o período que vai de São Justino a São Gregório, foi
era essa a única parte a que podiam assistir os possíveis conversos: acrescentado um elemento de oração ao elemento de instrução que
enquanto não fossem batizados, não os deixavam assistir à Missa constituía a Missa dos catecúmenos, parte inicial da Missa. Nos
inteira. tempos de São Justino, havia duas leituras, uma do Velho Testa
mento e outra dos Evangellios, e a homilia (sermão ) . Nos de São
A elaboração das cenmomas da Missa desenvolveu-se muito ra Gregório, o Intróito ou canto de entrada, o Kyrie ou "Senhor, tende
pidamente. O esquema da Missa que hoje oferecemos ficou prati piedade de nós", o Glória e a oração (Coleta) , se incluíam nessa
camente estabelecido no ano 150. Um escritor cristão daquele tem parte, junto com as leituras e o sermão.
po, São Justino Mártir, descreve-nos assim a Missa que então se
oferecia: "Num dia cujo nome se toma do sol, os que moram na Já desde a sua origem, o Intróito foi um hino processiona1, que
cidade e os do campo se reúnem e então, quando há tempo, lêem-se consistia num salmo e.sco1hido para expressar o espírito da Missa do
as memórias dos Apóstolos (quer dizer, os Evangelhos) e os escritos dia, gozosa, penitente ou triunfante. Cantavam-no o povo e o coro,
dos profetas. Terminadas as leituras, o presidente (quer dizer, o sa enquanto o celebrante e seus ajudantes saíam da sacristia (situada
cerdote) dirige-nos um discurso (quer dizer, um sermão) , em que então perto da porta de entrada da igreja) , a caminho do altar.
nos pede encarecidamente que pratiquemos as belas lições que aca Vemos agora onde é que o Intróito (do latim "introitus", que signi
bamos de ouvir". Esta era a Liturgia da Palavra, como hoje a fica "entrada") obteve o seu nome. No começo, era um salmo
chamamos. São Justino descreve-nos em seguida a parte ·mais essen completo, mas, no século VIII, essas procissões solenes de entrada
cial da Missa, isto é, a Liturgia Eucarística. caíram pouco a pouco em ·desuso, e o Intróito tornou-se cada vez
"Então, leva-se pão e um cálice com água e vinho ao presidente mais curto.
dos irmãos, que os recebe e oferece louvores ao Pai de todos, em A procissão do Intróito é uma das quatro de que constava a
nome do Filho e do Espírito Santo, e depois prossegue com certa Missa já em tempos remotos. As outras três eram a procissão do
li I
detenção, recitando uma prece de ação de graças (a que hoje cha
mamOs Oração Eucarística ou Cânon da Missa, em que se inclui a
Evangelho, que atravessava a igreja até o "gradus" ou degrau em
que o diácono cantava o Evangelho; a procissão do Ofertório, em
consagração) , porque Ele nos fez dignos de participar desses dons. que alguns membros da comunidade dos fiéis traziam ao altar as
Quando termina as orações e a ação de graças, todo o povo pre oferendas de pão e vinho e outros dons; e a procissão da Comunhão,
sente responde: Amém". (Este é o grande Amém da nossa Missa, em que os presentes se aproximavam em filas ordenadas para receber
que se diz depois do "Por Cristo, com Cristo, em Cristo", logo antes a comunhão. Em cada uma dessas procissões, o coro e o povo
do Pai Nosso) . cantavam um salmo apropriado. Felizmente, três dessas procissões
"Depois da ação de graças do presidente e da resposta do povo, - a do Intróito, a do Ofertório e a da Comunhão - foram res
os diáconos, como se chamam entre nós, distribuem o pão e o vinho tauradas pela reforma litúrgica realizada pelo Concilio Vaticano II.
entre os que pronunciaram a ação de graças . . e não os tomamos
como alimento e bebida comuns; do mesmo modo como nos foi
Depois do Intróito vem o Kyrie, e/eison ("Senhor, tende piedade
ensinado que, pela palavra de Deus, Jesus Cristo Nosso Senhor se
de nós" ) . Esta súplica à misericórdia divina, que antes se dizia em
encarnou, assim também estes alimentos, para os que tenham pro� língua grega, vem dos dias (antes do século IV) em que o grego
nunciado as palavras de petição e ação de graças, são a verdadeira era a língua litúrgica de Roma. O Kyrie é um vestígio de um anti
carne e sangue daquele Jesus que se fez homem e que entra na qub�imo costume romano. O povo congregava-se numa igreja (a
nossa carne e sangue quando o recebemos" (Cap. 65-67 da "Primeira igreja da assembléia) onde se reunia com o Papa ou outro bispo
Apologia") . Vemos aqui a Missa já muito perto da sua forma final. c seu séquito. De lá iam todos em procissão a outra igreja (cha
No ano 150, a estrutura fundamental da Missa estava já esta mada estacionai) para a celebração da Missa. Durante essa procis�
belecida. No entanto, as orações nela contidas continuaram a de� sito, todos juntos entoavam uma ladainha de aclamações a Deus.
scnvolver-sc durante mais quatro séculos e meio. Nos tempos do Quando essas procissões caíram em desuso (por volta do sécu]o VI),
Papa São Gregório Magno, que morreu no ano 604, o desenvolvi conservou-se uma versão abreviada como parte da Missa: o "Senhor,
mento da Missa tinha chegado a um esquema muito parecido ao tende piedade de nós" e o "Cristo, tende piedade de nós", que se
atual. mantém no Missal atuaL
A MISSA
2.S8 .\ LITL'HCIA El!CARISTICA 28!J
I
partes qnc compôem a Liturgia EucarístiCa. - Como as outras, esta
de louvor chamado Prefácio; um hino que canta a glória do Rei
t.::t mhém se desenvolveu gmdualmente através dos séculos. Deve-se
que está prestes a chegar e a subir ao seu trono. a cruz.
�otar que. nos templ1S antigos, até hem avançada a Idade Média,
A palavra "canon" - tradicional. na Igreja, para designar a
tmha-se p0r certo que t0dos os que assistiam à Missa receberiam
Oração Eucarística - significa regra. Na língua grega, canon signi
t�m��m a Sagrada ComunhJo. Durante os primeiros mil anos de
fica tanto régua de carpinteiro como regra de conduta. Esta parte .
�Istona cnstü, o pov0 tinha a plena compreensã0 de que cada Missa
central da Missa chamou-se Cânon porque é fixa - em seus diversos
c "a nossa M issa". Todos participavam da Missa da maneira mais
formulários - e imutável, no sentido de que o cclebrante não pode
completa possível. o que supunha partidpar na Vítima do Sacrifício,
ncrescentar-lhe ou tirar-lhe nada.
recebendo de Deus, transformado. o d0m que lhe haviam oferecido '·
Nos primeiros tempos da Igreja. não era assim. A Eucharistia
por outras palavras. indo comung:ar.
ou Ação de graças - que assim se chamava o Cânon - consistia
N � Idade Média, este sentido de participação ativa parece ter
numa oração improvisada na sua maior parte pelo sacerdote, em que . .
dJmintlldCl e, em consequência, o povo se desleixou em receber a
se agradecia em detalhe a Deus os seus muitos benefícios e bon
Sagrada Eucaristia. Desde os tempos dos papas São Pio X e Pio
dades; e alcançava o seu ponto culminante na descrição do maravi
XII, a Igreja empenhou-se sobremaneira em restaurar o conceito
lhoso dom da carne e do sangue de Cristo. da Comunhão como parte integrante do Santo Sacrifício animando-
Gradualmente, algumas dessas orações (provavelmente, as com -nos a todos a estar em .
'
I
partes qnc compôem a Liturgia EucarístiCa. - Como as outras, esta
de louvor chamado Prefácio; um hino que canta a glória do Rei
t.::t mhém se desenvolveu gmdualmente através dos séculos. Deve-se
que está prestes a chegar e a subir ao seu trono. a cruz.
�otar que. nos templ1S antigos, até hem avançada a Idade Média,
A palavra "canon" - tradicional. na Igreja, para designar a
tmha-se p0r certo que t0dos os que assistiam à Missa receberiam
Oração Eucarística - significa regra. Na língua grega, canon signi
t�m��m a Sagrada ComunhJo. Durante os primeiros mil anos de
fica tanto régua de carpinteiro como regra de conduta. Esta parte .
�Istona cnstü, o pov0 tinha a plena compreensã0 de que cada Missa
central da Missa chamou-se Cânon porque é fixa - em seus diversos
c "a nossa M issa". Todos participavam da Missa da maneira mais
formulários - e imutável, no sentido de que o cclebrante não pode
completa possível. o que supunha partidpar na Vítima do Sacrifício,
ncrescentar-lhe ou tirar-lhe nada.
recebendo de Deus, transformado. o d0m que lhe haviam oferecido '·
Nos primeiros tempos da Igreja. não era assim. A Eucharistia
por outras palavras. indo comung:ar.
ou Ação de graças - que assim se chamava o Cânon - consistia
N � Idade Média, este sentido de participação ativa parece ter
numa oração improvisada na sua maior parte pelo sacerdote, em que . .
dJmintlldCl e, em consequência, o povo se desleixou em receber a
se agradecia em detalhe a Deus os seus muitos benefícios e bon
Sagrada Eucaristia. Desde os tempos dos papas São Pio X e Pio
dades; e alcançava o seu ponto culminante na descrição do maravi
XII, a Igreja empenhou-se sobremaneira em restaurar o conceito
lhoso dom da carne e do sangue de Cristo. da Comunhão como parte integrante do Santo Sacrifício animando-
Gradualmente, algumas dessas orações (provavelmente, as com -nos a todos a estar em .
'
seis. Também vemos. nn altar ou junto dele. um crucifixo, que (l Pa pa . hto deu origem às igreJas L)rientais separadas, quer dizer,
n:ClJrda constantemente ao sacerdote que está a oferecer o Sacrifício igrejas que co rt a rJ m o vínculo de unidade com o bispo de Roma,
d0 Calvário. (l Papa.
N:tn podemos expor aqui em detalhe as razões históricas da
O MISSAL ROMANO ruptura com Roma. Basta observar que as igrejas orientais que
nJmperam com Roma são chamadas comumente Igrejas Ortodoxas.
Todas as orações fixas que se recitam ou se cantam nas Missas ao passo que aquelas que permaneceram fiéis se chamam Uniatas
de rito latino estüo contidas num livro chamado Missal romano. (quer dizer. unida s ) . Em consequência, deparamos com divisões tais
Este livro contém também as instruções detalhadas das cerimônias cnmn a fgrcja Cat<'1\ica de rito oriental, a Igreja Ortodoxa Grega,
que a Jgreja prescreve para a celebração da Missa. No Missal lati a l!!rcia Ca t l1 lic a de rito armênio e a Igreja Ortodoxa Annêma. etc.
_
no, os textos que devem ser lidos costumam estar impressos em () 1� l ti;l lt J Concílio. c dep oi s os Papas. têm-se esforçado por procurar
preto, ao passo que as instruções vão em vermelho. Por esta razão <;s cuninhos da uniüo das Igrejas orientais separadas com a Igreja
são chamadas ruhricas da Missa, do latim ruher, que significa "ver Catt'1 lica. Mas devemos sublinhar que. enquanto Deus nfto se dignar
melho". Note-se que as leituras estão reunidas em vários volumes conceder-nos a alegria desta nova união, os catâlicos dos ritos orien
independentes, chamados Lecionários. Depois da última reforma li tais s:ío tüo c a tóli cos como n0s. Reconhecem o Papa como cabeça
túrgica, a riqueza das leituras é muito grande. cspiritu:d suprema. têm vercl3deira Missa c vcrdaddros sacramentos,
O nosso livro de altar chama-se Missal Romano, para distin a i ncl a q u e a� ccrim('lnias da sua liturgia sejam diferentes e possuam
gui-lo dos utilizados pela Igreja Católica de ritos orientais. Devemos tracli-;:tn pn'l rria . E temos absoluta liberdade para assistir à Missa
recordar que, inclusive antes da reforma realizada pelo Concílio Va \i crn sua:-. i!:rcjas. como eles a têm para assistir às nossas.
i
ticano 11, que autoriza as Missas em l íngua vernácula. o latim não De f;; t ( l .· se tivermos oportunidade, não será má idéia compa
era a única língua em que se celebrava a Missa. nem as cerimônias recer ;J igu m a \· ez a 11 m a igreja católica de rito oriental. Servirá
: I de rito latino as únicas na sua celebração. O latim passou a ser p:1ra l'll lcntkrmos melhor o que significa a palavra católico, quer
I 1 a língua dominante na Igreja Católica devido ao que poderíamos
chamar uma circunstância histórica. Durante os primeiros trezentos
di?cr. universaL q ttL' abrat.;a todos os homens e se adapta a qual
quer �.._· tlltura. VcrL'nws tamb�m que o que de verdade importa é o
anos da história cristã, a língua oficial do culto, mesmo em Roma, lill'-' se p;;�:-.a na Mi s � a : a oferenda de cada um em união com
era a grega. No século IV. a Igreja adotou o latim, que tinha des C'ristn. a H('lstia pe rfe i t a . c n :t o a língua em que se celebra ou os gestos
locado o grego como língua do povo, para que este participasse mais (jlll" SL' L.t7t'lll.
ativamente do Santo Sacrifício. Por essa mesma razão, agora se em Podl'llH.,c encontrar igrejas católicas de rito oriental nas gran
pregam línguas vernáculas. des cidaJcs. mas. antes de entrarmns nelas, devemos certificar-nos
de que se trata de uma igreja catúlica, uniata. As igrejas ortodoxas
rt :-t o -,:to c at t'll ica s c, por isso, os catúlicos não devem ir a elas a
Enquanto em Roma as cerimomas da Missa se desenvolviam
segundo as linhas que nos são tão conhecidas. as comunidades cris n � n �,_· r l J Lll'. nn l! tgar onde se encontram, não haja uma igreja cató
tãs de Jerusalém, Antioquia (Síria), Alexandria (Egito), c Cons li c a ( l t J c.\ i ·.t:tm nutras razões para o fazer assim. De fato, as igrejas
tantinopla (Grécia) , desenvolviam outras orações e cerimônias para tlrtodu x a s � embora sc p; H a da s
� têm verdadeiro sacerdócio e ver
a Missa. Poderíamos dizer que estavam desenhando outros estilos dütkiro� �acramcntos.
de engaste para a jóia preciosa que Jesus nos doou na última Ceia. Di :-.scmo s q ue foi um simples acidente histórico o que fez do rito
Das liturgias dessas comunidades orientais nasceram as orações e latinn o m a i s estendido na Igreja. Mas esta afirmação, se cremos
1,
na rrm i d l: t11: i a de Deus. não ê estritamente certa.
, crrimônias da Missa que hoje conhecemos por ritos orientais. Diver Por inspiração
sos bispos adaptaram uma ou outra dessas l iturgias orientais à linguaw d i \ in a . é um fatu h i s t t', rk\l que a s nova s e vigorosas nat;ões pagãs
gem do seu povo, o que levou a uma diversidade ainda maior. Como <lo ()l'idl'll \....' fnL!Ill C \ a n gc\iz a da s por missionários de rito latino. que
resultado, temos os ritos bizantino (ou grego), o sírio, o caldeu, o Rlllll:t cm·ic!\·:l. c n:to por m i.;;�inn{trios de Cnnstantinopla. Devemos
arm0nio, para mencionar alguns. t! S a n t ( l'l L't'!lltl Pa tr k in . RoniLkio. ;\uostinho. Cirilo e Mctódio o
O que surpreende os católicos de rito latino é que alguns bispos l". l l t 1 de n f\ l i s-,; t l Rnmano kr si cl n o li\· ;o de Missa Ja gran de maioria
d11" �.._·:1t\'diu1 s atravé� dt'S kmpns.
�
seis. Também vemos. nn altar ou junto dele. um crucifixo, que (l Pa pa . hto deu origem às igreJas L)rientais separadas, quer dizer,
n:ClJrda constantemente ao sacerdote que está a oferecer o Sacrifício igrejas que co rt a rJ m o vínculo de unidade com o bispo de Roma,
d0 Calvário. (l Papa.
N:tn podemos expor aqui em detalhe as razões históricas da
O MISSAL ROMANO ruptura com Roma. Basta observar que as igrejas orientais que
nJmperam com Roma são chamadas comumente Igrejas Ortodoxas.
Todas as orações fixas que se recitam ou se cantam nas Missas ao passo que aquelas que permaneceram fiéis se chamam Uniatas
de rito latino estüo contidas num livro chamado Missal romano. (quer dizer. unida s ) . Em consequência, deparamos com divisões tais
Este livro contém também as instruções detalhadas das cerimônias cnmn a fgrcja Cat<'1\ica de rito oriental, a Igreja Ortodoxa Grega,
que a Jgreja prescreve para a celebração da Missa. No Missal lati a l!!rcia Ca t l1 lic a de rito armênio e a Igreja Ortodoxa Annêma. etc.
_
no, os textos que devem ser lidos costumam estar impressos em () 1� l ti;l lt J Concílio. c dep oi s os Papas. têm-se esforçado por procurar
preto, ao passo que as instruções vão em vermelho. Por esta razão <;s cuninhos da uniüo das Igrejas orientais separadas com a Igreja
são chamadas ruhricas da Missa, do latim ruher, que significa "ver Catt'1 lica. Mas devemos sublinhar que. enquanto Deus nfto se dignar
melho". Note-se que as leituras estão reunidas em vários volumes conceder-nos a alegria desta nova união, os catâlicos dos ritos orien
independentes, chamados Lecionários. Depois da última reforma li tais s:ío tüo c a tóli cos como n0s. Reconhecem o Papa como cabeça
túrgica, a riqueza das leituras é muito grande. cspiritu:d suprema. têm vercl3deira Missa c vcrdaddros sacramentos,
O nosso livro de altar chama-se Missal Romano, para distin a i ncl a q u e a� ccrim('lnias da sua liturgia sejam diferentes e possuam
gui-lo dos utilizados pela Igreja Católica de ritos orientais. Devemos tracli-;:tn pn'l rria . E temos absoluta liberdade para assistir à Missa
recordar que, inclusive antes da reforma realizada pelo Concílio Va \i crn sua:-. i!:rcjas. como eles a têm para assistir às nossas.
i
ticano 11, que autoriza as Missas em l íngua vernácula. o latim não De f;; t ( l .· se tivermos oportunidade, não será má idéia compa
era a única língua em que se celebrava a Missa. nem as cerimônias recer ;J igu m a \· ez a 11 m a igreja católica de rito oriental. Servirá
: I de rito latino as únicas na sua celebração. O latim passou a ser p:1ra l'll lcntkrmos melhor o que significa a palavra católico, quer
I 1 a língua dominante na Igreja Católica devido ao que poderíamos
chamar uma circunstância histórica. Durante os primeiros trezentos
di?cr. universaL q ttL' abrat.;a todos os homens e se adapta a qual
quer �.._· tlltura. VcrL'nws tamb�m que o que de verdade importa é o
anos da história cristã, a língua oficial do culto, mesmo em Roma, lill'-' se p;;�:-.a na Mi s � a : a oferenda de cada um em união com
era a grega. No século IV. a Igreja adotou o latim, que tinha des C'ristn. a H('lstia pe rfe i t a . c n :t o a língua em que se celebra ou os gestos
locado o grego como língua do povo, para que este participasse mais (jlll" SL' L.t7t'lll.
ativamente do Santo Sacrifício. Por essa mesma razão, agora se em Podl'llH.,c encontrar igrejas católicas de rito oriental nas gran
pregam línguas vernáculas. des cidaJcs. mas. antes de entrarmns nelas, devemos certificar-nos
de que se trata de uma igreja catúlica, uniata. As igrejas ortodoxas
rt :-t o -,:to c at t'll ica s c, por isso, os catúlicos não devem ir a elas a
Enquanto em Roma as cerimomas da Missa se desenvolviam
segundo as linhas que nos são tão conhecidas. as comunidades cris n � n �,_· r l J Lll'. nn l! tgar onde se encontram, não haja uma igreja cató
tãs de Jerusalém, Antioquia (Síria), Alexandria (Egito), c Cons li c a ( l t J c.\ i ·.t:tm nutras razões para o fazer assim. De fato, as igrejas
tantinopla (Grécia) , desenvolviam outras orações e cerimônias para tlrtodu x a s � embora sc p; H a da s
� têm verdadeiro sacerdócio e ver
a Missa. Poderíamos dizer que estavam desenhando outros estilos dütkiro� �acramcntos.
de engaste para a jóia preciosa que Jesus nos doou na última Ceia. Di :-.scmo s q ue foi um simples acidente histórico o que fez do rito
Das liturgias dessas comunidades orientais nasceram as orações e latinn o m a i s estendido na Igreja. Mas esta afirmação, se cremos
1,
na rrm i d l: t11: i a de Deus. não ê estritamente certa.
, crrimônias da Missa que hoje conhecemos por ritos orientais. Diver Por inspiração
sos bispos adaptaram uma ou outra dessas l iturgias orientais à linguaw d i \ in a . é um fatu h i s t t', rk\l que a s nova s e vigorosas nat;ões pagãs
gem do seu povo, o que levou a uma diversidade ainda maior. Como <lo ()l'idl'll \....' fnL!Ill C \ a n gc\iz a da s por missionários de rito latino. que
resultado, temos os ritos bizantino (ou grego), o sírio, o caldeu, o Rlllll:t cm·ic!\·:l. c n:to por m i.;;�inn{trios de Cnnstantinopla. Devemos
arm0nio, para mencionar alguns. t! S a n t ( l'l L't'!lltl Pa tr k in . RoniLkio. ;\uostinho. Cirilo e Mctódio o
O que surpreende os católicos de rito latino é que alguns bispos l". l l t 1 de n f\ l i s-,; t l Rnmano kr si cl n o li\· ;o de Missa Ja gran de maioria
d11" �.._·:1t\'diu1 s atravé� dt'S kmpns.
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A propos1to do Missal. queríamos. finalmente. observar que o uma só Vítima, uma só Hóstia. depositada ao pé do trono divino.
novo Mis sa l Romano se encontra em muitos países traduzido para Podemos ser dez ou dez mil, mas, olhe o Pai para onde olhar. é o
a� rcspú: ti\·a� línguas \'CrnúnJ!as. pelo mcnns Il<-lS partes relativas às seu Filho quem Ele vê. E, enquanto o amor de Deus flui para
Missas úns domingos c das solenidades. Embora ni"ío seja indispcn. Jesus, este amor do Pai pelo seu Filho derramaMse sobre cada um
sável. é muito útil possuir um. para acompanhar melhor todas as de nós.
orações e leituras da Missa. e para poder a qualquer momento me É, pois, evidente que a nossa atitude - a disposição e a atitude
ditar nos seus helos textos. da nossa mente e do nosso coração - é mais importante que todas
as palavras que possamos pronunciar. O sacerdote tem que falar.
porque deve realizar o sinal externo que tornará presente a ação
PARTICIPAR DA MISSA do Calvário, aqui e agora. Nós leríamos que falar ou cantar - nos
momentos apropriados -, para expressar a nossa identificação com
Qual é a melhor mandra de participarmos da ivl issa? No que o que está acontecendo. Mas não esqueçamos que cumpriríamos,
diz respeito à nossa atitude durante a Missa, não há discussão possí poderíamos cumprir a nossa parte na Missa, mesmo que fôssemos
vel desde a "Constitui�ão sobre liturgia" do Concílio Vaticano II, surdo�mudos. Cumprimo-la quando realmente nos fazemos um com
e as subsequentes Instruçôcs que aplicam a reforma litúrgica. A Jesus; um com Ele no seu ato de amor. Um com Ele na sua função
M issa é o sacrifício, o culto perfeito que tributa a Deus Pai o próprio de Vítima.
Cristo e, com Ele, a Igreja inteira. o Corpo Místico de Cri�to. Por
isso, todo o povo presente deve participar dela. de modo ativo c Que significa fazer-se vítima? Significa entregar-se no altar da
consciente. A Missa nfto é lugar apropriado para rccitnrmos ora vontade de Deus. Significa dizer ao Senhor do fundo do coraçüo:
i' ções privadas. por mais excelentes que sejam. corno o tcrçn. "Toma-me, Senhor, sou teu sem condições. Faz comigo o que qui
I Na Missa, cumprimos o nosso importante papel de membros do seres. Viver e trabalhar, sofrer ou morrer: o que Tu quiseres é o
\ Povo de Deus - incorporados ao Corpo Místico de Cristo pelo que eu quero; faça-se em mim a tua vontade. Faz-me instrumento
I Batismo - rezando ou cantando em comum. Escutamos Jesus que para estender o teu reino; ajusta-me ao teu plano sobre mim, ainda
que tenhas que golpear-me com força para que eu encaixe no meu
nos fala nas leituras, no Evangelho e na homilia da Missa. Nos
momentos de silêncio. unimo-nos ao sacerdote n;ts nr<H;ôes que re lugar".
cita. A participaçào ativa na Missa adquire uma �ignificaçJ.o reno O pensamento de nos entregarmos no altar tão incondicional�
vada como supremo ato de culto que nós e os nossos irmftos copar mente talvez nos cause um pouco de medo. Talvez tenhamos que
ticipantes oferecemos em uniüo com Cristo. O uso ela nossa prôpria admitir que não nos sentimos capazes de dizer, com sinceridade ab
língua na l\1issa ajuda-nos a ganhar uma consciêncw muito viva soluta, palavras de entrega tão completa. Então, que pelo menos
do que se passa no altar. queiramos poder dizê-las. Em vez de dizer: "Toma-me, Senhor,
Mas é essencial recordar que a nossa partil'ipaçJ.n na Mi�sa é sou teu sem condições", teremos que nos contentar com dizer: "To
muito mais que a mera conformidade externa com urn<1s orações c ma-me, Senhor, e dá-me a generosidade de querer ser teu sem con
cerimônias; a Missa é sobretudo o oferecimento do sacrifício do ' dições". Entregar-se parcialmente como vítima é melhor do que não
Calvário, que realizamos com Jesus.
Pelo ministério visível do seu sacerdote ordenado. Jesus oferece I se entregar absolutamente. Deus terá paciência com a nossa atual
frouxidão, descobrirá em nós algum traço do seu Filho e, com a
à Santíssima Trindade um ato de- adnraçüo qt1e é digno de Deus. sua graça, nos elevará ao nível de fortaleza que agora não temos.
porque é oferecido pdo próprio Filho de Deus. í-: um ato de ado
ração que se expressa num ato de anwr infinito. an1t1r que. por sua '
Além da nossa identificação com Cristo na sua função de Víti
<' ma, que temos de fazer sem reservas, há outro aspecto da nossa
vez, adquiriu o seu valor pela ohcdiêJ,l'ia infinitamente perfeita de
Jesus à vontade de seu Pai. participação na Santa Missa que é de capital importância. É con
Na Missa, Jesus congrega-nos em torno dEle. /\ceit<l do cnra tinuarmos no tempo, pelos laços da caridade, a identificação com Jesus
çüo de cada um de nós a oferenda do nosso amor a Deus c dú-1he que fizemos na Missa. A nossa entrega como vítimas seria um gesto
um valor eterno unindo-a ao seu pr1'1prio amor i n fi nito . J u ntos, Je vazio se a negássemos com as obras, se com a nossa conduta faltás�
sus e nós, aproximamo-nos de Deus em unidade. Constituímos :1�sim semos à caridade com os nossos irmãos, os homens.
A \IISSA PART!CIPAR DA \f!SSA
A propos1to do Missal. queríamos. finalmente. observar que o uma só Vítima, uma só Hóstia. depositada ao pé do trono divino.
novo Mis sa l Romano se encontra em muitos países traduzido para Podemos ser dez ou dez mil, mas, olhe o Pai para onde olhar. é o
a� rcspú: ti\·a� línguas \'CrnúnJ!as. pelo mcnns Il<-lS partes relativas às seu Filho quem Ele vê. E, enquanto o amor de Deus flui para
Missas úns domingos c das solenidades. Embora ni"ío seja indispcn. Jesus, este amor do Pai pelo seu Filho derramaMse sobre cada um
sável. é muito útil possuir um. para acompanhar melhor todas as de nós.
orações e leituras da Missa. e para poder a qualquer momento me É, pois, evidente que a nossa atitude - a disposição e a atitude
ditar nos seus helos textos. da nossa mente e do nosso coração - é mais importante que todas
as palavras que possamos pronunciar. O sacerdote tem que falar.
porque deve realizar o sinal externo que tornará presente a ação
PARTICIPAR DA MISSA do Calvário, aqui e agora. Nós leríamos que falar ou cantar - nos
momentos apropriados -, para expressar a nossa identificação com
Qual é a melhor mandra de participarmos da ivl issa? No que o que está acontecendo. Mas não esqueçamos que cumpriríamos,
diz respeito à nossa atitude durante a Missa, não há discussão possí poderíamos cumprir a nossa parte na Missa, mesmo que fôssemos
vel desde a "Constitui�ão sobre liturgia" do Concílio Vaticano II, surdo�mudos. Cumprimo-la quando realmente nos fazemos um com
e as subsequentes Instruçôcs que aplicam a reforma litúrgica. A Jesus; um com Ele no seu ato de amor. Um com Ele na sua função
M issa é o sacrifício, o culto perfeito que tributa a Deus Pai o próprio de Vítima.
Cristo e, com Ele, a Igreja inteira. o Corpo Místico de Cri�to. Por
isso, todo o povo presente deve participar dela. de modo ativo c Que significa fazer-se vítima? Significa entregar-se no altar da
consciente. A Missa nfto é lugar apropriado para rccitnrmos ora vontade de Deus. Significa dizer ao Senhor do fundo do coraçüo:
i' ções privadas. por mais excelentes que sejam. corno o tcrçn. "Toma-me, Senhor, sou teu sem condições. Faz comigo o que qui
I Na Missa, cumprimos o nosso importante papel de membros do seres. Viver e trabalhar, sofrer ou morrer: o que Tu quiseres é o
\ Povo de Deus - incorporados ao Corpo Místico de Cristo pelo que eu quero; faça-se em mim a tua vontade. Faz-me instrumento
I Batismo - rezando ou cantando em comum. Escutamos Jesus que para estender o teu reino; ajusta-me ao teu plano sobre mim, ainda
que tenhas que golpear-me com força para que eu encaixe no meu
nos fala nas leituras, no Evangelho e na homilia da Missa. Nos
momentos de silêncio. unimo-nos ao sacerdote n;ts nr<H;ôes que re lugar".
cita. A participaçào ativa na Missa adquire uma �ignificaçJ.o reno O pensamento de nos entregarmos no altar tão incondicional�
vada como supremo ato de culto que nós e os nossos irmftos copar mente talvez nos cause um pouco de medo. Talvez tenhamos que
ticipantes oferecemos em uniüo com Cristo. O uso ela nossa prôpria admitir que não nos sentimos capazes de dizer, com sinceridade ab
língua na l\1issa ajuda-nos a ganhar uma consciêncw muito viva soluta, palavras de entrega tão completa. Então, que pelo menos
do que se passa no altar. queiramos poder dizê-las. Em vez de dizer: "Toma-me, Senhor,
Mas é essencial recordar que a nossa partil'ipaçJ.n na Mi�sa é sou teu sem condições", teremos que nos contentar com dizer: "To
muito mais que a mera conformidade externa com urn<1s orações c ma-me, Senhor, e dá-me a generosidade de querer ser teu sem con
cerimônias; a Missa é sobretudo o oferecimento do sacrifício do ' dições". Entregar-se parcialmente como vítima é melhor do que não
Calvário, que realizamos com Jesus.
Pelo ministério visível do seu sacerdote ordenado. Jesus oferece I se entregar absolutamente. Deus terá paciência com a nossa atual
frouxidão, descobrirá em nós algum traço do seu Filho e, com a
à Santíssima Trindade um ato de- adnraçüo qt1e é digno de Deus. sua graça, nos elevará ao nível de fortaleza que agora não temos.
porque é oferecido pdo próprio Filho de Deus. í-: um ato de ado
ração que se expressa num ato de anwr infinito. an1t1r que. por sua '
Além da nossa identificação com Cristo na sua função de Víti
<' ma, que temos de fazer sem reservas, há outro aspecto da nossa
vez, adquiriu o seu valor pela ohcdiêJ,l'ia infinitamente perfeita de
Jesus à vontade de seu Pai. participação na Santa Missa que é de capital importância. É con
Na Missa, Jesus congrega-nos em torno dEle. /\ceit<l do cnra tinuarmos no tempo, pelos laços da caridade, a identificação com Jesus
çüo de cada um de nós a oferenda do nosso amor a Deus c dú-1he que fizemos na Missa. A nossa entrega como vítimas seria um gesto
um valor eterno unindo-a ao seu pr1'1prio amor i n fi nito . J u ntos, Je vazio se a negássemos com as obras, se com a nossa conduta faltás�
sus e nós, aproximamo-nos de Deus em unidade. Constituímos :1�sim semos à caridade com os nossos irmãos, os homens.
300
A \!IS S.\
nR TIC I!'.\R IH .\IIS SA
Se na verdade somos um em Cristo,
veremos os outros com os 30[
olho s de Cristo, vê-los-emas como alma
s que temos que ama r. que Cristo na sua Igreja : adorar a
salvar, por pouc o atraente que nos Deus e redimir o homem.
pareça o seu aspc to externo. qua ndo o povo dei xou de tom Ma s,
Se odiarmos de verdade uma só � ar par te ativ a na Missa,
alma, teremos dcstrll1do � . nos a grande parte do seu valor secund est a perdeu
uniã o com Jesus, ter-nos-emos � ário: do seu val or como
separado de qual quer partiCipaçao d a vida cristã e mo monitora
real na Missa. Se, sem chegar deladora da mente cristã.
ao ódio, abrigarmos algum rancor, cipava ativamente da Missa, esta Quando o povo parti
por menor que seja, ter-nos-cmos lhe recordava constantem
situado numa zona marginal. sepa unidade com Cristo e de uns ente a sua
rados dos muitos feitos um que têm com os outros.
o direito de aclamar na Mis _ sa: Enquanto recitavam ou can
"Santo, santo, santo, Senhor Deu tavam as orações da Mis
s do universo!" viviam com Cristo a sua pai sa, os fiéis
Dar-se a Deus sem reservas e xão, morte e ressurreição.
praticar a caridade com todos: gião estava impregnada de ale A sua reli
estas são as disposições que no'i gria, porque lhes record
fazem participar ativamente �a :Jue Cristo os hav
ia resgatado do pecado ava vivamente
Missa. Alegra-nos mui to que o e da morte e, por sua res
Concílio Vaticano I l tenha perm �urrcição, lhes havia dado
tido que a Missa se diga na noss o penhor da vida eterna
a língua, porque se tornou ma1� 11ma religião centrada em Cri . Era também
fáci l a nossa participação externa s sto; saíam da igreja con
e interna. Mas , sempre, o ssen ohrigação de participar da scientes da sua
'
cial na nossa participação na Mis . : obra redentora de Cristo
sa, diga-se em lat1m sahilidadc para com o pró e da sua respon
lji inglês, contimw -fi ser a sua raiz , portugues ou
no interior da nossa alma.
ximo.
!I Quando os fiéis deixar
Há mil e quinhentos anos, o latil;ll am de participar de for
era a língua vulgar do povo litu rgia ("Jiturgia" é uma ma inteligível na
no Império Romano. Quando palavra grega que signific
as pessoas iam à Missa, e1 tend fa") , a sua vida espirit a "obra", "tare
o que se fazia e, mais ainda, con � iam ual foi sofrendo uma mu
tribuíam para o ue se fazw . Ora um lado, centrava-se me dança gradual. Por
vnm com o sacerdote e com ele � nos em Cristo e mais
cantavam, e fazmm-no com plen preocupavam mais com nas pessoas, que se
I I,
compreensão porque a Missa se a a sua alma e menos com
_
dizia na sua língua habitua l. Nas com as suas necessidades a do próximo e
procissões do Ofertório e da . Em sua mente, pensav
Comunhão, dirigiam-se ao ah a divíduos que como memb am mais como in
levar seus dons e receber o
dom divi no. Com uma partJC!pa . : pa:a A religião perdeu parte
ros interdependentes do
único Corpo Místico.
tão ativa na Missa, era-lhes fáci çao do seu caráter gozoso à
l perceber que formavam uma tJos foram perden do medida que os cris
munidade, a comunidade cristã, co parte da alegre confian
consagrada com Cristo, sua Cab dcnçào de Cristo aplica ça na eficácia da re
à tarefa de ret:o nciliar o homem eça, da a si mesmos. Come
com Deus. preocupados com a inc çaram a ficar ma is
Mas das terras não civilizadas linação pessoal par a o
do norte da Europa irromperam quência. passaram a enc pecado e, em conse
as tribos bárbaras. Estes pagãos arar a "virtude" primo
invadiram o Império romano, servação do pecado. rdialmente como pre
zendo consigo as suas próprias tra Não há dúvida de que
�os
línguas, das quais surgiram mui é imprescindível, ma preservar-se do pecado
dos idiomas modernos da Eur s não é senão o começo
opa atual. Pouco a pouco, o çar-nos apenas por per . Não devemos esfor
sofreu transformações sucessivas, latim manecer sem pecado;
deixando de ser a língua do pov Jesus para aument devemos trabalhar com
Tornou-se uma língua "morta" o. ar a nossa caridade, o
nosso amor.
cu �
, que ninguém além das pessoas A perda da íntima par
las falava. Gradualmente, o pov ticipação do povo na
o foi ficando para trás no ofer conscquência. Com o liturgia teve outra
mento do Santo Sacrifício, até eci obscurecimento do sen
este se tornar uma trabalho excl çaram a florescer tido da Missa, come
usivo as devoções privadas de
do sacerdote do sacerdote assis sejo humano de todos os gêneros. O de
tido por uns poucos ajudantes participar do culto em
um coro pr�fissional. Já não e por nas e para outras purrou os fiéis para as
nove
era tão patente que a Missa é formas de piedade não
de todo o Corpo Místico de Cris a ação era má - qualqu litúrgicas. Nenhuma del
to. Para o povo mcuho, a Mis er forma de oração é as
converteu-se assim num espetácu sa mas, com mu ita fre bo a e agradável a Deus
lo: algo a que devia assistir e que quência, essas devoções -,
via ver, mas em que não tinh de importantes do que privadas tornaram-se ma
a parte. a própria Mi ssa ; e o qu is
Com isso, porém, a Missa deve ocupar o e está em primeiro lug ar
não perdeu nada dos seus valo primeiro lugar.
css.enctais. Nela Jesus Cristo res Devemos estar agrade
continuava a oferecer-se a Deu pelo cidos ao Concílio Vatica
ministério do sa�erdote, com s, Papa s por lerem
posto tanto empenho em no II e aos recentes
o Oferenda perfeita, como Sacrifíci que lhe correspon devolver à liturgia o lugar
feito. A Missa era - e o per de: como centro da vid
é - a Grande Ação, a Grande século X X passar a e do culto cristãos. O
Obra de á à história cristã com
esta renovação, o a era em que, graças
a liturgia reviveu com a
o ponto focal da piedad
e e
300
A \!IS S.\
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Se na verdade somos um em Cristo,
veremos os outros com os 30[
olho s de Cristo, vê-los-emas como alma
s que temos que ama r. que Cristo na sua Igreja : adorar a
salvar, por pouc o atraente que nos Deus e redimir o homem.
pareça o seu aspc to externo. qua ndo o povo dei xou de tom Ma s,
Se odiarmos de verdade uma só � ar par te ativ a na Missa,
alma, teremos dcstrll1do � . nos a grande parte do seu valor secund est a perdeu
uniã o com Jesus, ter-nos-emos � ário: do seu val or como
separado de qual quer partiCipaçao d a vida cristã e mo monitora
real na Missa. Se, sem chegar deladora da mente cristã.
ao ódio, abrigarmos algum rancor, cipava ativamente da Missa, esta Quando o povo parti
por menor que seja, ter-nos-cmos lhe recordava constantem
situado numa zona marginal. sepa unidade com Cristo e de uns ente a sua
rados dos muitos feitos um que têm com os outros.
o direito de aclamar na Mis _ sa: Enquanto recitavam ou can
"Santo, santo, santo, Senhor Deu tavam as orações da Mis
s do universo!" viviam com Cristo a sua pai sa, os fiéis
Dar-se a Deus sem reservas e xão, morte e ressurreição.
praticar a caridade com todos: gião estava impregnada de ale A sua reli
estas são as disposições que no'i gria, porque lhes record
fazem participar ativamente �a :Jue Cristo os hav
ia resgatado do pecado ava vivamente
Missa. Alegra-nos mui to que o e da morte e, por sua res
Concílio Vaticano I l tenha perm �urrcição, lhes havia dado
tido que a Missa se diga na noss o penhor da vida eterna
a língua, porque se tornou ma1� 11ma religião centrada em Cri . Era também
fáci l a nossa participação externa s sto; saíam da igreja con
e interna. Mas , sempre, o ssen ohrigação de participar da scientes da sua
'
cial na nossa participação na Mis . : obra redentora de Cristo
sa, diga-se em lat1m sahilidadc para com o pró e da sua respon
lji inglês, contimw -fi ser a sua raiz , portugues ou
no interior da nossa alma.
ximo.
!I Quando os fiéis deixar
Há mil e quinhentos anos, o latil;ll am de participar de for
era a língua vulgar do povo litu rgia ("Jiturgia" é uma ma inteligível na
no Império Romano. Quando palavra grega que signific
as pessoas iam à Missa, e1 tend fa") , a sua vida espirit a "obra", "tare
o que se fazia e, mais ainda, con � iam ual foi sofrendo uma mu
tribuíam para o ue se fazw . Ora um lado, centrava-se me dança gradual. Por
vnm com o sacerdote e com ele � nos em Cristo e mais
cantavam, e fazmm-no com plen preocupavam mais com nas pessoas, que se
I I,
compreensão porque a Missa se a a sua alma e menos com
_
dizia na sua língua habitua l. Nas com as suas necessidades a do próximo e
procissões do Ofertório e da . Em sua mente, pensav
Comunhão, dirigiam-se ao ah a divíduos que como memb am mais como in
levar seus dons e receber o
dom divi no. Com uma partJC!pa . : pa:a A religião perdeu parte
ros interdependentes do
único Corpo Místico.
tão ativa na Missa, era-lhes fáci çao do seu caráter gozoso à
l perceber que formavam uma tJos foram perden do medida que os cris
munidade, a comunidade cristã, co parte da alegre confian
consagrada com Cristo, sua Cab dcnçào de Cristo aplica ça na eficácia da re
à tarefa de ret:o nciliar o homem eça, da a si mesmos. Come
com Deus. preocupados com a inc çaram a ficar ma is
Mas das terras não civilizadas linação pessoal par a o
do norte da Europa irromperam quência. passaram a enc pecado e, em conse
as tribos bárbaras. Estes pagãos arar a "virtude" primo
invadiram o Império romano, servação do pecado. rdialmente como pre
zendo consigo as suas próprias tra Não há dúvida de que
�os
línguas, das quais surgiram mui é imprescindível, ma preservar-se do pecado
dos idiomas modernos da Eur s não é senão o começo
opa atual. Pouco a pouco, o çar-nos apenas por per . Não devemos esfor
sofreu transformações sucessivas, latim manecer sem pecado;
deixando de ser a língua do pov Jesus para aument devemos trabalhar com
Tornou-se uma língua "morta" o. ar a nossa caridade, o
nosso amor.
cu �
, que ninguém além das pessoas A perda da íntima par
las falava. Gradualmente, o pov ticipação do povo na
o foi ficando para trás no ofer conscquência. Com o liturgia teve outra
mento do Santo Sacrifício, até eci obscurecimento do sen
este se tornar uma trabalho excl çaram a florescer tido da Missa, come
usivo as devoções privadas de
do sacerdote do sacerdote assis sejo humano de todos os gêneros. O de
tido por uns poucos ajudantes participar do culto em
um coro pr�fissional. Já não e por nas e para outras purrou os fiéis para as
nove
era tão patente que a Missa é formas de piedade não
de todo o Corpo Místico de Cris a ação era má - qualqu litúrgicas. Nenhuma del
to. Para o povo mcuho, a Mis er forma de oração é as
converteu-se assim num espetácu sa mas, com mu ita fre bo a e agradável a Deus
lo: algo a que devia assistir e que quência, essas devoções -,
via ver, mas em que não tinh de importantes do que privadas tornaram-se ma
a parte. a própria Mi ssa ; e o qu is
Com isso, porém, a Missa deve ocupar o e está em primeiro lug ar
não perdeu nada dos seus valo primeiro lugar.
css.enctais. Nela Jesus Cristo res Devemos estar agrade
continuava a oferecer-se a Deu pelo cidos ao Concílio Vatica
ministério do sa�erdote, com s, Papa s por lerem
posto tanto empenho em no II e aos recentes
o Oferenda perfeita, como Sacrifíci que lhe correspon devolver à liturgia o lugar
feito. A Missa era - e o per de: como centro da vid
é - a Grande Ação, a Grande século X X passar a e do culto cristãos. O
Obra de á à história cristã com
esta renovação, o a era em que, graças
a liturgia reviveu com a
o ponto focal da piedad
e e
302 A MISSA
CAPÍTULO XXVII I
da vida cristãs. Por isso. é dever de cada um de nós aprofundar no
L'onhecimento do significado da Missa e aumentar o seu amor por
ela. Temos que tornar mais completa a entrega de nós mesmos que,
em unif10 com Cristo. fazemos na Santa Missa, unir-nos mais estrei
tamente aos nossos irmãos pelos laços da comum fraternidade . e viver
a Missa levando a nossa entrega pessoal e o amor fraterno a todas
as atividades de cada dia.
CAPÍTULO XXVII I
da vida cristãs. Por isso. é dever de cada um de nós aprofundar no
L'onhecimento do significado da Missa e aumentar o seu amor por
ela. Temos que tornar mais completa a entrega de nós mesmos que,
em unif10 com Cristo. fazemos na Santa Missa, unir-nos mais estrei
tamente aos nossos irmãos pelos laços da comum fraternidade . e viver
a Missa levando a nossa entrega pessoal e o amor fraterno a todas
as atividades de cada dia.
i\
no corpo. .Ta fizemos notar que o processo de união entre o ali
com Deus que o Espírito Santo estabelece em nos pela graça sanb4
�lento e Jquele que o toma atua em sentido contrário na Sagrada
ficante, mas é menos que a união final e da máxima intimidade de _ _
Eucanstta: neste caso, quem o toma une-se ao alimento. Dessa união
que gozaremos no céu com a visão beatífica. A união não é nem
única e íntima derivam outras consequências.
hipostática nem beatífica: é muito simplesmente Comunhão.
. A_ primeira é o crescimento espiritual que se produz pelos repe
e pessoal. uma união lidos I ncremcntos de graça santificante que a Sagrada Comunhão
Ao unirmo-nos a Cristo nessa união íntima cnm u � _Jca. É próprio de cada sacramento dar ou aumentar a graça
m a todos os que estão "em" Cristo,
tão particular, unimo-nos també _ _
s � ntlfiCante. No entanto, cada um dos outros sacramentos tem um
do seu Corpo Místic o. união com Cnsto n a
aos outros membros
A
f� m específico próprio, além de conferir a graça santificante. O Ba
que nos faz u m a s ó coisa
Sagrada Comunhão é o laço d e caridade tismo apaga o pecado original, a Penitência perdoa o pecado atual,
ar um cre�ctmento no
com o próximo . Não podemos experiment a <?onfirmaçao _ fortalece a
Deus nos comumca, sem ex fé, o Matrimônio santifica os esposos, e
amor a Deus, que a nossa união com assim por diante. _
cresci mento no amor ao J?róximo. Mas a Sagrada Eucaristia é um sacramento cujo
perimentar ao mesmo tempo um . _
suspe itO se conttnuamos fun especial é aumentar a graça santificante, repetida e frequente·
nhões torna� se
E o fruto das nossas comu mente, por meio da união pessoal com o próprio Autor da graça
raça, se guardamos rancor
a manter preconceitos de nação ou de Fsta a :azao pe1 a ua1 a Eucaristia é o sacramento por excelência
·
afabilidade, comp aixão ,
-
d-t� cre:cim_�
�nto es�Intual: aumenta·nos a estatura e a força espirituais.
I 1,,
paciência e compreensão para com os demai
O próprio sinal desse sacram ento simbo
s.
liza a nossa absoluta �
sta e t �J_U bem a razão pela qual devemos estar já em estado
d e �1 ça santificante ao recebermos
a Sagrada Comunhão. O alimento
juntaram no pão que �
n
e o pão é um só, e
centana uma nova d"•m-.-:nsao .
Porqu de culpa ao seu estado pecaminosn·
Cristo ? cn mt:te n. a o grav'ISSimo
-
· ·
. _
· · ·
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no corpo. .Ta fizemos notar que o processo de união entre o ali
com Deus que o Espírito Santo estabelece em nos pela graça sanb4
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ficante, mas é menos que a união final e da máxima intimidade de _ _
Eucanstta: neste caso, quem o toma une-se ao alimento. Dessa união
que gozaremos no céu com a visão beatífica. A união não é nem
única e íntima derivam outras consequências.
hipostática nem beatífica: é muito simplesmente Comunhão.
. A_ primeira é o crescimento espiritual que se produz pelos repe
e pessoal. uma união lidos I ncremcntos de graça santificante que a Sagrada Comunhão
Ao unirmo-nos a Cristo nessa união íntima cnm u � _Jca. É próprio de cada sacramento dar ou aumentar a graça
m a todos os que estão "em" Cristo,
tão particular, unimo-nos també _ _
s � ntlfiCante. No entanto, cada um dos outros sacramentos tem um
do seu Corpo Místic o. união com Cnsto n a
aos outros membros
A
f� m específico próprio, além de conferir a graça santificante. O Ba
que nos faz u m a s ó coisa
Sagrada Comunhão é o laço d e caridade tismo apaga o pecado original, a Penitência perdoa o pecado atual,
ar um cre�ctmento no
com o próximo . Não podemos experiment a <?onfirmaçao _ fortalece a
Deus nos comumca, sem ex fé, o Matrimônio santifica os esposos, e
amor a Deus, que a nossa união com assim por diante. _
cresci mento no amor ao J?róximo. Mas a Sagrada Eucaristia é um sacramento cujo
perimentar ao mesmo tempo um . _
suspe itO se conttnuamos fun especial é aumentar a graça santificante, repetida e frequente·
nhões torna� se
E o fruto das nossas comu mente, por meio da união pessoal com o próprio Autor da graça
raça, se guardamos rancor
a manter preconceitos de nação ou de Fsta a :azao pe1 a ua1 a Eucaristia é o sacramento por excelência
·
afabilidade, comp aixão ,
-
d-t� cre:cim_�
�nto es�Intual: aumenta·nos a estatura e a força espirituais.
I 1,,
paciência e compreensão para com os demai
O próprio sinal desse sacram ento simbo
s.
liza a nossa absoluta �
sta e t �J_U bem a razão pela qual devemos estar já em estado
d e �1 ça santificante ao recebermos
a Sagrada Comunhão. O alimento
juntaram no pão que �
n
e o pão é um só, e
centana uma nova d"•m-.-:nsao .
Porqu de culpa ao seu estado pecaminosn·
Cristo ? cn mt:te n. a o grav'ISSimo
-
· ·
. _
· · ·
I
ristia é o sacramento do crescimento espiritual, não o sacramento do conceito de dignidade em sen t i do relativo: falamos do mínimo grau
'I nascimento espiritual ou da medicina espiritual. Isto pressupõe que ck d i 0 . n id�ak· q u e .k�us Cristo c a :m a Igreja cs t a he l cceram como
!, quem o recebe possua já a vida da graça. A Sagrada Eucaristia é lll'L'l''"''"'�-� rin p;na �·lllllllllgarmus cum fruto. É o nível de disposição
I� o sacramento da união amorosa de Cristo com a alma; seria mons fora do q u a l o sa cramen to da Sagrada Eucaristia não pode infundir
truoso tentar essa união quando a alma está em inimizade com Deus a sua graça em nossa alma.
por um pecado grave não perdoado. Receber a comunhão sabendo I\'Jo devemos e x ig i r de nós mais condições que as que o próprio
que se está em pecado mortal é, em si, um novo pecado mortal: Jesus nos i mpõe . Sempre que se possuam os requisitos mínimos
é um grave pecado de sacrilégio, porque é um abuso do mais pre
li
para comungar dignamente, seria um grande erro abster-se da cq
I cioso dom de Deus aos homens, o dom de Si mesmo. munh:tu o u d a l' om un hü o frequente, por causa de um sentimento
Se cometemos um pecado mortal, não basta um ato de perfeita
I
exagerado de indignidade. Devemos ter presente que JesuJ:i rião nos
,
contrição para podermos receber a Sagrada Comunhão. É verdade pede que sej am o s santos para podermos comungar frequentemente.
que um ato de contrição perfeito (dor do pecado por amor a Deus) O que n o s peck � que comunguemos frequentemente para podermos
devolve à alma o estado de graça. No entanto, para nos protegermos sc>r santos.
do perigo de nos enganarmos a nós mesmos em matéria tão impor t reze ntos anos, surgiu na Igreja uma heresia chama
H ú ccrG1 de
tante, e para proteger a Sagrada Eucaristia do perigo da profanação, da janscn ism o nome de um bispo holandês, Jansen, que
. Tumou o
a Igreja exige explicitamente que, se sabemos ter cometido um pe escreveu um livro so bre o tema da graça. extremamente rigoroso
cado mortal, recorramos ao sacramento da Penitência antes de co nas suas exigências. A heresia jansenista sustentava que só os muito
mungar. E essa lei obriJ?a-nos mesmo que sinceramente jul{?uemos santos podiam receber a Sagrada Comunhão frequentemente, e que
ler uma contrição perfeita por esse pecado. ninguém deveria oq.sar aproximar-se da Santa Mesa sem uma pre
Isto não significa que, de cada vez que vamos comungar, tenha paração profunda e uma longa e intensa prática da virtude. E apesar
mos que passar antes pela confissão. A confissão regular e frequente de ter sido condenada por vários Papas, essa heresia difundiu-se por
é uma prática excelente e muito desejável. Mas, enquanto tivermos toda a Igreja e perdurou em certa medida até o nosso próprio século,
consciência de estar livres de pecado mortal, podemos continuar co Só recebeu o golpe de morte quando o Papa São Pio X promulgou
mungando todo o tempo que queiramos, sem necessidade de nos o seu famoso decreto sobre a Comunhão frequente.
confessarmos antes. O Papa São Pio disse muito claramente que, além de se estar
Devemos também esclarecer que a confissão antes da comunhão livre de pecado mortal, a outra única condição necessária para co
só é necessária quando temos toda a certeza de estar em pecado mungar diariamente é fazê-lo com intenção reta. A intenção mais
mortal. Pode acontecer que cometamos um pecado e depois tenha perfeita é um ardente desejo de nos unirmos a Jesus por causa do
mos sinceras dt'Jvidas sobre se foi mortal ou venial. Podemos. por nosso grande amor por Ele. Pode ser que não tenhamos alcançado
exemplo. deixar-nos levar por um ataque de ira e, depois, duvidar ainda esse grau de perfeição nas nossas disposições, o grau de termos
se foi plenamente consciente ou deliberado, ou suficientemente grave fome dEle. No entanto, mesmo que a disposição não seja perfeita,
para constituir 11m pecado mortal. Esta mesma dúvida pode assal continua a ser reta. co·mungar pelo desejo de vencer as tentações e
tar-nos no caso de fortes tentações contra a castidade ou outra vir�
309
308 A SAGRADA GO�!Ur\HÃO
I
ristia é o sacramento do crescimento espiritual, não o sacramento do conceito de dignidade em sen t i do relativo: falamos do mínimo grau
'I nascimento espiritual ou da medicina espiritual. Isto pressupõe que ck d i 0 . n id�ak· q u e .k�us Cristo c a :m a Igreja cs t a he l cceram como
!, quem o recebe possua já a vida da graça. A Sagrada Eucaristia é lll'L'l''"''"'�-� rin p;na �·lllllllllgarmus cum fruto. É o nível de disposição
I� o sacramento da união amorosa de Cristo com a alma; seria mons fora do q u a l o sa cramen to da Sagrada Eucaristia não pode infundir
truoso tentar essa união quando a alma está em inimizade com Deus a sua graça em nossa alma.
por um pecado grave não perdoado. Receber a comunhão sabendo I\'Jo devemos e x ig i r de nós mais condições que as que o próprio
que se está em pecado mortal é, em si, um novo pecado mortal: Jesus nos i mpõe . Sempre que se possuam os requisitos mínimos
é um grave pecado de sacrilégio, porque é um abuso do mais pre
li
para comungar dignamente, seria um grande erro abster-se da cq
I cioso dom de Deus aos homens, o dom de Si mesmo. munh:tu o u d a l' om un hü o frequente, por causa de um sentimento
Se cometemos um pecado mortal, não basta um ato de perfeita
I
exagerado de indignidade. Devemos ter presente que JesuJ:i rião nos
,
contrição para podermos receber a Sagrada Comunhão. É verdade pede que sej am o s santos para podermos comungar frequentemente.
que um ato de contrição perfeito (dor do pecado por amor a Deus) O que n o s peck � que comunguemos frequentemente para podermos
devolve à alma o estado de graça. No entanto, para nos protegermos sc>r santos.
do perigo de nos enganarmos a nós mesmos em matéria tão impor t reze ntos anos, surgiu na Igreja uma heresia chama
H ú ccrG1 de
tante, e para proteger a Sagrada Eucaristia do perigo da profanação, da janscn ism o nome de um bispo holandês, Jansen, que
. Tumou o
a Igreja exige explicitamente que, se sabemos ter cometido um pe escreveu um livro so bre o tema da graça. extremamente rigoroso
cado mortal, recorramos ao sacramento da Penitência antes de co nas suas exigências. A heresia jansenista sustentava que só os muito
mungar. E essa lei obriJ?a-nos mesmo que sinceramente jul{?uemos santos podiam receber a Sagrada Comunhão frequentemente, e que
ler uma contrição perfeita por esse pecado. ninguém deveria oq.sar aproximar-se da Santa Mesa sem uma pre
Isto não significa que, de cada vez que vamos comungar, tenha paração profunda e uma longa e intensa prática da virtude. E apesar
mos que passar antes pela confissão. A confissão regular e frequente de ter sido condenada por vários Papas, essa heresia difundiu-se por
é uma prática excelente e muito desejável. Mas, enquanto tivermos toda a Igreja e perdurou em certa medida até o nosso próprio século,
consciência de estar livres de pecado mortal, podemos continuar co Só recebeu o golpe de morte quando o Papa São Pio X promulgou
mungando todo o tempo que queiramos, sem necessidade de nos o seu famoso decreto sobre a Comunhão frequente.
confessarmos antes. O Papa São Pio disse muito claramente que, além de se estar
Devemos também esclarecer que a confissão antes da comunhão livre de pecado mortal, a outra única condição necessária para co
só é necessária quando temos toda a certeza de estar em pecado mungar diariamente é fazê-lo com intenção reta. A intenção mais
mortal. Pode acontecer que cometamos um pecado e depois tenha perfeita é um ardente desejo de nos unirmos a Jesus por causa do
mos sinceras dt'Jvidas sobre se foi mortal ou venial. Podemos. por nosso grande amor por Ele. Pode ser que não tenhamos alcançado
exemplo. deixar-nos levar por um ataque de ira e, depois, duvidar ainda esse grau de perfeição nas nossas disposições, o grau de termos
se foi plenamente consciente ou deliberado, ou suficientemente grave fome dEle. No entanto, mesmo que a disposição não seja perfeita,
para constituir 11m pecado mortal. Esta mesma dúvida pode assal continua a ser reta. co·mungar pelo desejo de vencer as tentações e
tar-nos no caso de fortes tentações contra a castidade ou outra vir�
,') !O
A SAGRMH CO\!C'\ IL\0
o JEJDI EL'CAR!STICO
31!
dL l i \Tar-se do pecado é uma inten�ão rl'ta. Comungar por querer
u<.·scer em gra�a: comungar pnrquc Jesus promete o céu aos que 0 JEJUM EUCARíSTICO
o comem no seu Sacramento, comungar ror espírito de obedi�ncia,
�implesmcnte por sabermos que Ele o quer. são naturalmente inten Durante muitas centenas de séculos, era lei ·da
Igreja que qual
-;ôes relas. Todas essas intenções - ou qualquer delas - nos tor quer pessoa que desejasse receber a Sagrada Comunhão dever
ia abster
IWm aptos para a Sagrada Comunh<1o. -se de todo alimento e bebida desde a me13 noite antenor.
Excetua
Já VL'mos. pois, que é uma solene idiotice abster-nos da Sagrada vam-se desta lei geral os enfermos e os moribundos.
Eucaristia com a desculpa de não estarmos de humor para as coisas As razôes dessa lei são as mesmas que ditam
as atuais leis do
espirituais ou de não sentirmos nada ao comungar. As nossas emo jejum eucarístico, e são tanto de índol espiritual
. � co�o prática. A
<;ões são um índice irrelevante das nossas disposições para a comu razão espiritual reside no desejo da Igreja de que
mamfestemos espe
nhão. Recebemos a Sagrada Eucaristia pelo menos porque Jesus o cial reverência a Jesus sacramentado, e que a mani
festemos por u m
quer, e isso basta para compreendermos que o estado atual das nossas ato de mortificação, abstendo-nos d e alimento
e bebi da por u m tempo
emoções não tem nada a ver com o assunto. Podemos alcançar um determinado antes de participarmos do Corp
o de Cristo. A razão
grau elevado de vida interior sem sentir palpitações cardíacas, sem prática consiste em guardarmo-nos de poss
íveis irreverências à Sagrada
lágrimas ou doces arroubos. A pedra de toque do nosso amor a Eucaristia, irreverências que poderiam
ocorrer se fôssemos comungar
Jesus Cristo é o que estamos dispostos a fazer por Ele, não o que com o estômago cheio de comida e bebi
da, especialmente de álcool.
sentimos por Ele. O Papa Pio XII deu o primeiro passo
na mitigação da lei mul
É evidente que alguns podem querer comungar por motivos tisecular que fixava o tempo de jejum
da meia noite em diante, e
indignos. Receber a Sagrada Comunhão simples e exclusivamente em 1 964 o Papa Paulo VI facilitou-a aind
a mais. A lei básica atual
porque toda a gente o faz (como na Páscoa ou numa Missa co é esta: quando vamos comungar (seja
numa Missa matutina, ves
munitária, por exemplo) e por ser o que toda a gente ·espera que pertina ou de meia noite) , devemos
abster-nos de qualquer alimento
façamos, quer dizer, comungar sem o desejo sincero de receber a e bebida uma hora antes de recebermo
s a Sagrada Comunhão. (A
graça, sem ter consciência do que fazemos, não é uma intenção reta. água natural não quebra o jejum, e
pode-se tomá-la sem limite de tem
Receber a Sagrada Comunhão resistindo interiormente, reccbê-]a só po). Deve-se notar que a lei espe
cifica que seja uma hora antes
porque alguém nos repreenderia se não comungássemos, não é uma de comungar, e não uma hora ante
s da Missa. Assim, se uma pes
intenção reta. Receber a Sagrada Comunhüo para causar boa im soa pensa comungar na Missa
das sete da tarde, e sabe que a
pressão em alguém (pais, mestres ou até a noiva ou o chefe) e por grada Comunhão não será distr
ibuída antes das sete e quinze, pode
Sa
nenhum outro motivo, é uma intenção claramente torta. Receber a comer c beber até as seis e
quinze.
Sagrada Comunhão para exibir uma piedade externa é um pecado Este tempo deve ser medido estri
tamente. Seria um grande erro
de hipocrisia. raciocinar: "Bom, faltam
apenas dois ou três minutos,
tem importância; portanto e isso não
!'1as deve-se notar que a ausência de uma intenção reta não , vou comungar". Não podemo
masiado indulgentes nesta s ser de
sie-nifica necessariamente um pecado de sacrilégio, a não ser, é claro, matéria do jejum eucarístico. Se
qt�e se comungue em estado de pecado mortal. A falta total de in dote acaba de dar a o sacer
Sagrada Comunhão quando aind
dois ou três minutos para a nos faltam
tenção reta faz com que não se receba a graça do Sacramento; ou, completar a hora desde que com
bebemos alguma cois emos ou
se a intenção é claramente indigna (como comungar para exibir uma a (excluída a água ), é melhor
comu ngar nessa altu abstermo-nos de
piedade externa) , não só não se receba a graça, como se cometa um ra. Evidentemente, neste tema
o princípio da dúv vigora também
pecado de irreverência. ida. Se nos esquecemos de olha
tomamo s o últim r o relógio qua ndo
Se comungamos movidos por uma intenção reta, de um tipo ou o pedaço e agora não temos
uma hor a exa ta, certeza de ter sido há
de outro, e com a alma livre d e pecado mortal, recebemos infalivel podemos conceder-nos o ben
1eceher a Sagrada efício da dúvida e
mente a graça do sacramento. A quantidade de graça recebida de Comunhão.
penderá da perfeição das nossas disposi<;ões. Quanto mais ard�n!e Ao re v isar a lei do jeju
m eucarístico, o Papa Paulo VI
ceu que
qualquer doente, mesmo não acam estabele
for o nosso amor por Jesus Cristo, quanto menos pecados vemats ado, pode tomar antes
da com u nhão
(sem arrependimento) tivermos, e quanto mais incondicional for a , sem limite de tempo, alim
remédio s. entos líquidos e quaisquer
nossa entrega a Deus, maior será a graça que receberemos. mesmo sólidos ou que contenha
m entos líqui m álcool; não, porém, ali
dos alcoólicos nem bebidas
alcoólicas. Em 1973, um
,') !O
A SAGRMH CO\!C'\ IL\0
o JEJDI EL'CAR!STICO
31!
dL l i \Tar-se do pecado é uma inten�ão rl'ta. Comungar por querer
u<.·scer em gra�a: comungar pnrquc Jesus promete o céu aos que 0 JEJUM EUCARíSTICO
o comem no seu Sacramento, comungar ror espírito de obedi�ncia,
�implesmcnte por sabermos que Ele o quer. são naturalmente inten Durante muitas centenas de séculos, era lei ·da
Igreja que qual
-;ôes relas. Todas essas intenções - ou qualquer delas - nos tor quer pessoa que desejasse receber a Sagrada Comunhão dever
ia abster
IWm aptos para a Sagrada Comunh<1o. -se de todo alimento e bebida desde a me13 noite antenor.
Excetua
Já VL'mos. pois, que é uma solene idiotice abster-nos da Sagrada vam-se desta lei geral os enfermos e os moribundos.
Eucaristia com a desculpa de não estarmos de humor para as coisas As razôes dessa lei são as mesmas que ditam
as atuais leis do
espirituais ou de não sentirmos nada ao comungar. As nossas emo jejum eucarístico, e são tanto de índol espiritual
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mamfestemos espe
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grau elevado de vida interior sem sentir palpitações cardíacas, sem prática consiste em guardarmo-nos de poss
íveis irreverências à Sagrada
lágrimas ou doces arroubos. A pedra de toque do nosso amor a Eucaristia, irreverências que poderiam
ocorrer se fôssemos comungar
Jesus Cristo é o que estamos dispostos a fazer por Ele, não o que com o estômago cheio de comida e bebi
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sentimos por Ele. O Papa Pio XII deu o primeiro passo
na mitigação da lei mul
É evidente que alguns podem querer comungar por motivos tisecular que fixava o tempo de jejum
da meia noite em diante, e
indignos. Receber a Sagrada Comunhão simples e exclusivamente em 1 964 o Papa Paulo VI facilitou-a aind
a mais. A lei básica atual
porque toda a gente o faz (como na Páscoa ou numa Missa co é esta: quando vamos comungar (seja
numa Missa matutina, ves
munitária, por exemplo) e por ser o que toda a gente ·espera que pertina ou de meia noite) , devemos
abster-nos de qualquer alimento
façamos, quer dizer, comungar sem o desejo sincero de receber a e bebida uma hora antes de recebermo
s a Sagrada Comunhão. (A
graça, sem ter consciência do que fazemos, não é uma intenção reta. água natural não quebra o jejum, e
pode-se tomá-la sem limite de tem
Receber a Sagrada Comunhão resistindo interiormente, reccbê-]a só po). Deve-se notar que a lei espe
cifica que seja uma hora antes
porque alguém nos repreenderia se não comungássemos, não é uma de comungar, e não uma hora ante
s da Missa. Assim, se uma pes
intenção reta. Receber a Sagrada Comunhüo para causar boa im soa pensa comungar na Missa
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pressão em alguém (pais, mestres ou até a noiva ou o chefe) e por grada Comunhão não será distr
ibuída antes das sete e quinze, pode
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nenhum outro motivo, é uma intenção claramente torta. Receber a comer c beber até as seis e
quinze.
Sagrada Comunhão para exibir uma piedade externa é um pecado Este tempo deve ser medido estri
tamente. Seria um grande erro
de hipocrisia. raciocinar: "Bom, faltam
apenas dois ou três minutos,
tem importância; portanto e isso não
!'1as deve-se notar que a ausência de uma intenção reta não , vou comungar". Não podemo
masiado indulgentes nesta s ser de
sie-nifica necessariamente um pecado de sacrilégio, a não ser, é claro, matéria do jejum eucarístico. Se
qt�e se comungue em estado de pecado mortal. A falta total de in dote acaba de dar a o sacer
Sagrada Comunhão quando aind
dois ou três minutos para a nos faltam
tenção reta faz com que não se receba a graça do Sacramento; ou, completar a hora desde que com
bebemos alguma cois emos ou
se a intenção é claramente indigna (como comungar para exibir uma a (excluída a água ), é melhor
comu ngar nessa altu abstermo-nos de
piedade externa) , não só não se receba a graça, como se cometa um ra. Evidentemente, neste tema
o princípio da dúv vigora também
pecado de irreverência. ida. Se nos esquecemos de olha
tomamo s o últim r o relógio qua ndo
Se comungamos movidos por uma intenção reta, de um tipo ou o pedaço e agora não temos
uma hor a exa ta, certeza de ter sido há
de outro, e com a alma livre d e pecado mortal, recebemos infalivel podemos conceder-nos o ben
1eceher a Sagrada efício da dúvida e
mente a graça do sacramento. A quantidade de graça recebida de Comunhão.
penderá da perfeição das nossas disposi<;ões. Quanto mais ard�n!e Ao re v isar a lei do jeju
m eucarístico, o Papa Paulo VI
ceu que
qualquer doente, mesmo não acam estabele
for o nosso amor por Jesus Cristo, quanto menos pecados vemats ado, pode tomar antes
da com u nhão
(sem arrependimento) tivermos, e quanto mais incondicional for a , sem limite de tempo, alim
remédio s. entos líquidos e quaisquer
nossa entrega a Deus, maior será a graça que receberemos. mesmo sólidos ou que contenha
m entos líqui m álcool; não, porém, ali
dos alcoólicos nem bebidas
alcoólicas. Em 1973, um
.3 1 2 A SAGRADA COMUNH.'\0 c o '\ S F T . HOS P R .-i.TICOS 1 ' -\ R A CO\f LT'\:CAR 313
novo decreto da Santa Sé introduziu outras mitiga�ões para os doen ;1 Missa e comungar com a roupa de trabalho; ou o pobre homem
tes e pessoas idosas. reduzindo para um quarto de hora o período que n:tn tem �1utro remCdiu sctúo us a r a sua roupa remendada c
de tempo suficknte para o jejum em:arístico. isto é, para a abstenção cerzida. M a s a limpeza e n a sse i o estão ao alcam:c de todos.
de comidas. mesmo sólidas, c de bebidas alcoólicas. Esta concessão O mesmo ocorre com a nwd�stia no vestir. Os que querem
foi dada em favor: dos doentes internados em casas de saúde ou \ i�itar a rainha da Inglaterra dc\' cm submeter-se a um protocolo
ret i d os em sua própria casa. mesmo que não estejam de cama: dos ríg ido: c ninguém sonharia. nem sequer no país mais democrático
fiéis de i d ade avançada que. por velhice. se achem retidos em casa dl) mundo. em entrevistar-se com o presidente da República vestido
ou internados nalguma i nst i tu i \üo; dos sacerdotes doentes e idosos de calças curtas c camisa esporte. O Rei dos reis tem incomparavel
que desejem celebrar a Missa ou n:ceher a comunhão; e, finalmente, mente mais direito às manifestações externas de reverência e respeito
daqueles que prestam serviços de assistência aos doentes ou a pes 4ue lhe devemos. Não é pedantice nem beatice, mas piedade da
soas i dosa s . c dos familiares dos mesmos, que desejem receber con ma1s elementar. a que proíbe as sumárias peças esportivas e os ves
juntanKntL' com eles a Santíssima Eucaristia. quando não puderem, tidns decotados para nos aproximarmos da Comunhão.
sem um certo incômodo. observar o jejum durante uma hora.
Quando se diz que uma pessoa doente pode tomar remédios Pode ser útil mencionar aqui o especial afeto e agradecimento
sçm limite de tempo. nJo se está pensando apenas em doenças gra que despertam no sacerdote aqueles que, ao comungarem - ajoe
n:s. Uma aguda dor de cabe\a justifica que tomemos uma aspirina lhados ou de pé -, inclinam a cabeça ligeiramente para trás, abrem
<Hiles de i J'I l h) S ü M i ss a : u m catarro rehelde autoriza que tomemos � ufi cic ntcmentc a boca c põem a língua por cima dos bordos do lábio
um xarope medicinal: uma afecção cardíaca crtmica permite o uso inferior. Fe l i zm e n t e, a maioria dos que comungam fazem isso. Mas
Jps com pr i m i do s prescritos. �ur preen dc ver com que frcquência o sacerdote tem que transpor
Para aplicarmos estas es pecia i s umccssões aos doentes, não é ( l bs túc u los tais como cabeças inclinadas para a frente, dentes semi
necessário ohll'r autori7<H./t(l de um sacerdote. O Santo Padre con cerrados ou línguas que nfto se decidem a sair. Se alguém tem dú
cedeu que ft.s sc nw s os nos sos prúprios juízes na matéria. Se esta \'ida� sobre o seu es pí ri to de colahoraçün nesta matéria, dê uma es�
mos doentes . rwdcmos utilizar sem outras condiçües os privilégios p ia d a no espelho c tire as conclusões.
concedido" aos l'tlfcrmos. E. visto a lei nflo estabelecer um especial Onde está autorizada a prática de receber a comunhão na mào,
grau de d l l C ll l,' a . podenw" utlli;ar esses privilégios me�mo que a nossa os que desejam recebê-la assim devem apresentar a mão esquerda
c n fc rmi cb d e seja l eve . .-\ l e i sobre a recepção da Sagrada Comunhão com a palma aberta sobre a palma da nüo direita. Ali será deposi
em pcrigl1 de mnrtc n:tn nnuJou. Uma pessoa em perigo de morte tada a Sagrada Hl)stia, que deverá ser tomada com a máxima reve
rnde comutl�:n �em necessidade de jejum de qualquer tipo. rência com o indicador c o polegar da mão direita, e levada à boca
antes de sair do lugar. As normas vigentes não permitem em caso
algum que o prt')prio fiel tome diretamente a Hóstia do cibório ou
CONSI I I lOS P R A T I COS PA R A COMUNGAR do altar ou que a receba com os dedos em pinça. E a Igreja esta
beleceu que. mesmo nos lugares onde se dá legitimamente a comu
o.., t\.'Lj t t i .... itl>-.. para rl·l·ebermns dignamente a Sagrada Eucaristia nhfln na müo, qualquer fiel tem o direito - que deve ser respeitado
i;'t I H l \ <H' ' l ' l t h �..Y id(ls· n:tn estar em pecado mortal, ter uma intenção pelo sacerdote - de receber a Sagrada Comunhão n a boca.
, �.._·Ia l' � u : m L t r 1 1 iL·j ulll l' lll'arístico aplicúvel ao nosso caso. Se cum�
["li i rtJ I < l '> ,·-.,t:t� �·t l l l d ; l,·(·w�. de L'<ld<t vez que comungarmos receberemos Alg un s preocupam-se desnecessariamente com a possibilidade de
t l it': d i , l· l n 1 ..._. , 1 ll' lllll �tlltlll'lltn de gra�a santificante. juntamente com mui � ue a Sagrada Hóstia lhes toque os dentes, coisa que é absolutamente
l . t -. � L t <-;·;t -.. : t t u ai-., trrdev antc. Pode-se até mastigar a Hóstia. como se mastigam os ali
'\ .t i ' l· ["lrcl·i-.,t' di;er q u e o nosso aspecto externo deve estar de m� ntos, pois afinal é alimento e.;; p iritual. Embora isto quase nunca
,,, , l l d1' , , 'lll ; , .... :td..._· q u �tda-; di�posições interiores. A mais elementar seJa necessário.
, · l ' l ll' .... i : t t i l ' ' d i ; q t l l'. quando nos aproximamos da Comunhão, deve- Quer mastiguemos a Sagrada Hóstia ou não, o que devemos
t l l \ h ...· ... t : t r l i t n ptl\ de l'lHpn e de rnupa. Não é necessário irmos sole� garantir é que a engulamos. já que a Sagrada Eucaristia é alimento
t t ;..·tnct l ! l' \ �·-.1 id1 1" · :"Jn-.-.n S e n ho r acolhcrú sem dúvida com carinho espi ritual. e, para recehê-lo, temos que comê-la. Se quiséssemos que
u tlpc r�·t rÍtl que se de t é m tw se u percurso até à fábrica para assistir a Sagrada Hóstia se dissolvesse completamente na boca, de modo que
.3 1 2 A SAGRADA COMUNH.'\0 c o '\ S F T . HOS P R .-i.TICOS 1 ' -\ R A CO\f LT'\:CAR 313
novo decreto da Santa Sé introduziu outras mitiga�ões para os doen ;1 Missa e comungar com a roupa de trabalho; ou o pobre homem
tes e pessoas idosas. reduzindo para um quarto de hora o período que n:tn tem �1utro remCdiu sctúo us a r a sua roupa remendada c
de tempo suficknte para o jejum em:arístico. isto é, para a abstenção cerzida. M a s a limpeza e n a sse i o estão ao alcam:c de todos.
de comidas. mesmo sólidas, c de bebidas alcoólicas. Esta concessão O mesmo ocorre com a nwd�stia no vestir. Os que querem
foi dada em favor: dos doentes internados em casas de saúde ou \ i�itar a rainha da Inglaterra dc\' cm submeter-se a um protocolo
ret i d os em sua própria casa. mesmo que não estejam de cama: dos ríg ido: c ninguém sonharia. nem sequer no país mais democrático
fiéis de i d ade avançada que. por velhice. se achem retidos em casa dl) mundo. em entrevistar-se com o presidente da República vestido
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que desejem celebrar a Missa ou n:ceher a comunhão; e, finalmente, mente mais direito às manifestações externas de reverência e respeito
daqueles que prestam serviços de assistência aos doentes ou a pes 4ue lhe devemos. Não é pedantice nem beatice, mas piedade da
soas i dosa s . c dos familiares dos mesmos, que desejem receber con ma1s elementar. a que proíbe as sumárias peças esportivas e os ves
juntanKntL' com eles a Santíssima Eucaristia. quando não puderem, tidns decotados para nos aproximarmos da Comunhão.
sem um certo incômodo. observar o jejum durante uma hora.
Quando se diz que uma pessoa doente pode tomar remédios Pode ser útil mencionar aqui o especial afeto e agradecimento
sçm limite de tempo. nJo se está pensando apenas em doenças gra que despertam no sacerdote aqueles que, ao comungarem - ajoe
n:s. Uma aguda dor de cabe\a justifica que tomemos uma aspirina lhados ou de pé -, inclinam a cabeça ligeiramente para trás, abrem
<Hiles de i J'I l h) S ü M i ss a : u m catarro rehelde autoriza que tomemos � ufi cic ntcmentc a boca c põem a língua por cima dos bordos do lábio
um xarope medicinal: uma afecção cardíaca crtmica permite o uso inferior. Fe l i zm e n t e, a maioria dos que comungam fazem isso. Mas
Jps com pr i m i do s prescritos. �ur preen dc ver com que frcquência o sacerdote tem que transpor
Para aplicarmos estas es pecia i s umccssões aos doentes, não é ( l bs túc u los tais como cabeças inclinadas para a frente, dentes semi
necessário ohll'r autori7<H./t(l de um sacerdote. O Santo Padre con cerrados ou línguas que nfto se decidem a sair. Se alguém tem dú
cedeu que ft.s sc nw s os nos sos prúprios juízes na matéria. Se esta \'ida� sobre o seu es pí ri to de colahoraçün nesta matéria, dê uma es�
mos doentes . rwdcmos utilizar sem outras condiçües os privilégios p ia d a no espelho c tire as conclusões.
concedido" aos l'tlfcrmos. E. visto a lei nflo estabelecer um especial Onde está autorizada a prática de receber a comunhão na mào,
grau de d l l C ll l,' a . podenw" utlli;ar esses privilégios me�mo que a nossa os que desejam recebê-la assim devem apresentar a mão esquerda
c n fc rmi cb d e seja l eve . .-\ l e i sobre a recepção da Sagrada Comunhão com a palma aberta sobre a palma da nüo direita. Ali será deposi
em pcrigl1 de mnrtc n:tn nnuJou. Uma pessoa em perigo de morte tada a Sagrada Hl)stia, que deverá ser tomada com a máxima reve
rnde comutl�:n �em necessidade de jejum de qualquer tipo. rência com o indicador c o polegar da mão direita, e levada à boca
antes de sair do lugar. As normas vigentes não permitem em caso
algum que o prt')prio fiel tome diretamente a Hóstia do cibório ou
CONSI I I lOS P R A T I COS PA R A COMUNGAR do altar ou que a receba com os dedos em pinça. E a Igreja esta
beleceu que. mesmo nos lugares onde se dá legitimamente a comu
o.., t\.'Lj t t i .... itl>-.. para rl·l·ebermns dignamente a Sagrada Eucaristia nhfln na müo, qualquer fiel tem o direito - que deve ser respeitado
i;'t I H l \ <H' ' l ' l t h �..Y id(ls· n:tn estar em pecado mortal, ter uma intenção pelo sacerdote - de receber a Sagrada Comunhão n a boca.
, �.._·Ia l' � u : m L t r 1 1 iL·j ulll l' lll'arístico aplicúvel ao nosso caso. Se cum�
["li i rtJ I < l '> ,·-.,t:t� �·t l l l d ; l,·(·w�. de L'<ld<t vez que comungarmos receberemos Alg un s preocupam-se desnecessariamente com a possibilidade de
t l it': d i , l· l n 1 ..._. , 1 ll' lllll �tlltlll'lltn de gra�a santificante. juntamente com mui � ue a Sagrada Hóstia lhes toque os dentes, coisa que é absolutamente
l . t -. � L t <-;·;t -.. : t t u ai-., trrdev antc. Pode-se até mastigar a Hóstia. como se mastigam os ali
'\ .t i ' l· ["lrcl·i-.,t' di;er q u e o nosso aspecto externo deve estar de m� ntos, pois afinal é alimento e.;; p iritual. Embora isto quase nunca
,,, , l l d1' , , 'lll ; , .... :td..._· q u �tda-; di�posições interiores. A mais elementar seJa necessário.
, · l ' l ll' .... i : t t i l ' ' d i ; q t l l'. quando nos aproximamos da Comunhão, deve- Quer mastiguemos a Sagrada Hóstia ou não, o que devemos
t l l \ h ...· ... t : t r l i t n ptl\ de l'lHpn e de rnupa. Não é necessário irmos sole� garantir é que a engulamos. já que a Sagrada Eucaristia é alimento
t t ;..·tnct l ! l' \ �·-.1 id1 1" · :"Jn-.-.n S e n ho r acolhcrú sem dúvida com carinho espi ritual. e, para recehê-lo, temos que comê-la. Se quiséssemos que
u tlpc r�·t rÍtl que se de t é m tw se u percurso até à fábrica para assistir a Sagrada Hóstia se dissolvesse completamente na boca, de modo que
.1 14 A SAGR ADA C0�1U:-.;HÃO
CONS ELHOS PRATICOS PARA Cm!U:\'GAR
315
já não conservasse as aparências de pão, nüo receberíamo
Comunhüo nem as graças que esse sacramento
s a Sagrada Carmo, 16 de julh o) e em perigo de morte.
nos confere. Deve Omitir deliberadamente
mos, pois, manter a Sagrada Hóstia na boca apena a comunhão em qualquer desses casos é peca
s o tempo sufi do grave.
ciente para que se umedeça e a possamos ingeri Deveria comungar com a frequên
r. cia que me fosse possível.
Sagrada Eucaristia é o nosso alimento espi A
Seria um erro sério recebermos a Sagrada ritual e, pelo menos, de�
Comunhão quan do
sofremos de indisposições digestivas que possa veríamos ter tanto interesse em alimentar
m facilmente produzir a nossa alm a como em
vômitos. Se alguém sofresse um ataque repen alimentar o nosso corpo; ura, ninguém omi
tino de náusea e vo te as suas refeições por
mitasse a Sagrada Hóst ia, deveria recolhê-la grandes temporadas. A Sagrada Eucaristia
num pano limpo e en é também garantia de feli
tregá-la ao sacerdote para que dispusesse cidade eterna, se a recebemos regularmente
dela. Se o sacerdote não e com razoável frequên
se encontra perto ou é duvidoso que as cia, todos os dias, se pudermos. Jesus prom
aparências de pão ainda eteu: "Aquele que comer
subsistem, os vômitos devem ser envolvidos deste pão viverá eternamente" (Jo 6, 59)
num pano e queimados. . Com os privilégios que
a Igreja concedeu aos que têm dificuldades
par a jejuar, deveríamos
Voltando a temas mais agradáveis e mais fazer o propósito de receber a Sagrada
a que assistamos, como fazi
práticos, propomos Comunhiio em todas as Missas
uma tríplice questão: "Com que frequência am os primeiros cristãos.
me é permitido comun
gar? Com que frequência tenho obrigação
de comungar? Com que Suponhamos que estamos prep
frequência deveria comungar?" arados por dentro e por fora par
A norma geral é que é permitido comungar fazer uma comunhão dign a. Podemo a
só uma vez por dia, s perguntar-nos: "Qu anta graça
e não é lícito desrespeitar esta norma poderei receber quando comunga
geral por simples devoção. r?"
Mas a Instrução lmmensae charitatis de Já ouvimos dizer que uma só
29 de Janeiro de 1973 esta inesgotável de graças, que uma
comunhão contém um depósito
beleceu: só comunhão seria suficiente para
"De acordo com a disciplina vigente, os tornar santa uma pessoa. Já ouv
fiéis podem aproximar�se imos estas e outras afirmações
da Sagrada Comunhão pela segunda vez recidas, e podemos sentir�nos pa�
no mesmo dia: na segunda um pouco desanimados ao ver
Missa do dia de Páscoa ou numa das apesar das nossas comunhões que,
Missas que são celebradas no frequentes, aind a parece que nos
dia de Natal, aind a que hajam comungad vemos em níveis de santidade mo�
o na missa da vigília pascal demasiado medíocres.
e na missa de meia noite do Natal, respe Não há dúv ida de que cada
ctivamente; igualmente, na comunhão contém um depósit
missa vespertina 'in Coena Domini' da inesgotável de graças: qtJem o
Quinta�Feira Santa, mesmo está presente na Sagrada Euc
que tenham comungado também na 'miss Jesus Cristo, e Jesus Cristo aristia é
a crismai ' ; do mesmo modo, é Deus, e Deus é infinito, e pod
no sábado à tarde ou na véspera de um de graças infinitas. Mas o e dispor
dia de preceito, se se quer total de graças que cad a indivídu
cumprir com a obrigação de ouvir numa comunhão depende o recebe
Missa, ainda que já se tenha da capacidade que esse individu
comungado no mesmo dia pela man hã". Há muita água no Oceano o tenha.
Podem apresentar-se outr as circunstân s ó poderá conter um litro dess Atlântico, mas uma garrafa de
litro
� �undo. De forma parecida, a
cias especiais em que é a água, mesmo que a mergulh
permitido receber pela segunda vez a Sagr emos até
casos mais normais estabelecidos na Instr
ada Comunhão (citamos os 11m1 tada para a graça. Com nossa alm a tem um a capacid
ade
em que se administram os sacrament
ução ) : nas missas "rituais" hu�1ana pode ter capa..:idade o criatura finita que é, nen
huma alm a
Unção dos Enfermos, Ordem, Matrimôn
os do Batismo, Confirmação, ;sta em condições de abs infinita para a gra ça, nenhum
a alm a
io, e na Miss a em que se orver tod a a graça que uma
a sua disposição. comunhão põe
dá a primeira comunhão; nas seguintes
Missas de defuntos: Missa
de exéquias, �<ao receber a notícia da . Mas isto não quer dizer que em cada uma de nos
dia do enterro e na do primeiro anive
morte", na missa celebrada no e�tCJam os conseguindo toda a graça sas comunhões
rsário; por ocasião da admi d�t-:cr que não pos que nos é possível. Nüo que
r
gra ça .
nistração do Viático, durante a qual samos aumentar a nossa cap
se pode dar a comunhão aos Se a garrafa que mergulh acidade de adquirir
familiares e a amigos do enfermo que amos no oceano não está
se acham presentes. Natural mas cheia de vazia.
areia
�las apenas um quaaté três quartos, não tiraremos um litro de água,
mente, a Instrução refere-se a pess
oas que já receberam a Sagrada
Comunhão nesse dia . rto da sua capacidade tota
c a capac l. Só Deus sabe qua l
idade má xim a de graça de um
Tenho obrigação de comungar
(desde a Quarta-Feira de Cinz
uma vez por ano pela Páscoa t.�r a cen�za de a alm a. Ma s todos podemos
as até o dia de Nossa Senhora do nüo havermos alcançado aind
.\J m a. a essa capacidade má
.1 14 A SAGR ADA C0�1U:-.;HÃO
CONS ELHOS PRATICOS PARA Cm!U:\'GAR
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já não conservasse as aparências de pão, nüo receberíamo
Comunhüo nem as graças que esse sacramento
s a Sagrada Carmo, 16 de julh o) e em perigo de morte.
nos confere. Deve Omitir deliberadamente
mos, pois, manter a Sagrada Hóstia na boca apena a comunhão em qualquer desses casos é peca
s o tempo sufi do grave.
ciente para que se umedeça e a possamos ingeri Deveria comungar com a frequên
r. cia que me fosse possível.
Sagrada Eucaristia é o nosso alimento espi A
Seria um erro sério recebermos a Sagrada ritual e, pelo menos, de�
Comunhão quan do
sofremos de indisposições digestivas que possa veríamos ter tanto interesse em alimentar
m facilmente produzir a nossa alm a como em
vômitos. Se alguém sofresse um ataque repen alimentar o nosso corpo; ura, ninguém omi
tino de náusea e vo te as suas refeições por
mitasse a Sagrada Hóst ia, deveria recolhê-la grandes temporadas. A Sagrada Eucaristia
num pano limpo e en é também garantia de feli
tregá-la ao sacerdote para que dispusesse cidade eterna, se a recebemos regularmente
dela. Se o sacerdote não e com razoável frequên
se encontra perto ou é duvidoso que as cia, todos os dias, se pudermos. Jesus prom
aparências de pão ainda eteu: "Aquele que comer
subsistem, os vômitos devem ser envolvidos deste pão viverá eternamente" (Jo 6, 59)
num pano e queimados. . Com os privilégios que
a Igreja concedeu aos que têm dificuldades
par a jejuar, deveríamos
Voltando a temas mais agradáveis e mais fazer o propósito de receber a Sagrada
a que assistamos, como fazi
práticos, propomos Comunhiio em todas as Missas
uma tríplice questão: "Com que frequência am os primeiros cristãos.
me é permitido comun
gar? Com que frequência tenho obrigação
de comungar? Com que Suponhamos que estamos prep
frequência deveria comungar?" arados por dentro e por fora par
A norma geral é que é permitido comungar fazer uma comunhão dign a. Podemo a
só uma vez por dia, s perguntar-nos: "Qu anta graça
e não é lícito desrespeitar esta norma poderei receber quando comunga
geral por simples devoção. r?"
Mas a Instrução lmmensae charitatis de Já ouvimos dizer que uma só
29 de Janeiro de 1973 esta inesgotável de graças, que uma
comunhão contém um depósito
beleceu: só comunhão seria suficiente para
"De acordo com a disciplina vigente, os tornar santa uma pessoa. Já ouv
fiéis podem aproximar�se imos estas e outras afirmações
da Sagrada Comunhão pela segunda vez recidas, e podemos sentir�nos pa�
no mesmo dia: na segunda um pouco desanimados ao ver
Missa do dia de Páscoa ou numa das apesar das nossas comunhões que,
Missas que são celebradas no frequentes, aind a parece que nos
dia de Natal, aind a que hajam comungad vemos em níveis de santidade mo�
o na missa da vigília pascal demasiado medíocres.
e na missa de meia noite do Natal, respe Não há dúv ida de que cada
ctivamente; igualmente, na comunhão contém um depósit
missa vespertina 'in Coena Domini' da inesgotável de graças: qtJem o
Quinta�Feira Santa, mesmo está presente na Sagrada Euc
que tenham comungado também na 'miss Jesus Cristo, e Jesus Cristo aristia é
a crismai ' ; do mesmo modo, é Deus, e Deus é infinito, e pod
no sábado à tarde ou na véspera de um de graças infinitas. Mas o e dispor
dia de preceito, se se quer total de graças que cad a indivídu
cumprir com a obrigação de ouvir numa comunhão depende o recebe
Missa, ainda que já se tenha da capacidade que esse individu
comungado no mesmo dia pela man hã". Há muita água no Oceano o tenha.
Podem apresentar-se outr as circunstân s ó poderá conter um litro dess Atlântico, mas uma garrafa de
litro
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cias especiais em que é a água, mesmo que a mergulh
permitido receber pela segunda vez a Sagr emos até
casos mais normais estabelecidos na Instr
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em que se administram os sacrament
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Unção dos Enfermos, Ordem, Matrimôn
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a sua disposição. comunhão põe
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Comunhão nesse dia . rto da sua capacidade tota
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(desde a Quarta-Feira de Cinz
uma vez por ano pela Páscoa t.�r a cen�za de a alm a. Ma s todos podemos
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.\J m a. a essa capacidade má
316 A SAGRADA COMU:-.IHÃO
cn'\SELIIOS I'RATICOS PAR,\ CO"\!UNGAR .3 1 7
Yenial (uma comunhão digna pressupõe ausência de pecado mortal) . l'l'S P(1�ta yue \ irá. Se a bênção final da Mis�a nos apanha já com
Enquanto houver um só pecado venial que não queiramos abandonar um pé no corredor, preparados para empreender uma veloz corridJ
(um rancor contra o chefe, a intemperança no uso do álcool, uns para casa em busca do nosso café com leite. é que estamos malba
comentários maliciosos com laivos de murmuração), estaremos redu ratando lastimavelmente muitas graças que Jesus ainda n5.o acabara
zindo a capacidade de graça da nossa alma. de nos dar. Fora alguma circunstância excepcional, deveríamos ter
Uma vez livres do pecado veniaL ainda resta a luta contra as p(1r norma permanecer na igreja por mais dez minutos. dando gra<;as
imperfeições, essas falhas que mostram que o nosso amor a Deus pda comunhão.
não é ainda de todo o coração. Pode haver desleixo ou desinteresse Há um ponto final (e muito consolador) que cnnvl'ln ter pre
na nossa oração, resistência egoísta em ajudarmos o próximo, falta sente: podemos comungar com muita frequência: podemos prcpa
de esforço para vencer a nossa irritabilidade ou impaciência, certa r<lr-nos adequadamente para a comunhão c depois dar graças com
.
vaidade infantil nas nossas atitudes ou nos nossos talentos. Sejam generosidade; podemos estar tratando sinceramente. de comunhão
quais forem, essas imperfeiçôes são provavelmente muitos grãos de l' nl comunhão, de pôr em prática os nossos propósitos e. apesar de
areia na nossa garrafa. tudo isso (ou talvez por causa disso), sentirmo-nos insatisfeitos co
Que podemos fazer com esses pecados e imperfeições? Pôr um l;osco próprios. Então, não nos limitemos a exclamar: �'Com tantas
pouco mais de esforço c receber a Sagrada Comunhão com maior comunhões, como devia ser melhor!" Perguntemo-nos também: "Sem
frequência. Um efeito maravilhoso da graça da comunhão é que tantas comunhões, que seria de mim?"
nos purifica e fortalece contra as mesmas coisas que a impedem
de agir. Com um pequeno esforço da nossa parte, cada Sagrada
Comunhão prepara o caminho para maiores graças na seguinte. Cada
comunhüo cdifica sobre a anterior.
Yenial (uma comunhão digna pressupõe ausência de pecado mortal) . l'l'S P(1�ta yue \ irá. Se a bênção final da Mis�a nos apanha já com
Enquanto houver um só pecado venial que não queiramos abandonar um pé no corredor, preparados para empreender uma veloz corridJ
(um rancor contra o chefe, a intemperança no uso do álcool, uns para casa em busca do nosso café com leite. é que estamos malba
comentários maliciosos com laivos de murmuração), estaremos redu ratando lastimavelmente muitas graças que Jesus ainda n5.o acabara
zindo a capacidade de graça da nossa alma. de nos dar. Fora alguma circunstância excepcional, deveríamos ter
Uma vez livres do pecado veniaL ainda resta a luta contra as p(1r norma permanecer na igreja por mais dez minutos. dando gra<;as
imperfeições, essas falhas que mostram que o nosso amor a Deus pda comunhão.
não é ainda de todo o coração. Pode haver desleixo ou desinteresse Há um ponto final (e muito consolador) que cnnvl'ln ter pre
na nossa oração, resistência egoísta em ajudarmos o próximo, falta sente: podemos comungar com muita frequência: podemos prcpa
de esforço para vencer a nossa irritabilidade ou impaciência, certa r<lr-nos adequadamente para a comunhão c depois dar graças com
.
vaidade infantil nas nossas atitudes ou nos nossos talentos. Sejam generosidade; podemos estar tratando sinceramente. de comunhão
quais forem, essas imperfeiçôes são provavelmente muitos grãos de l' nl comunhão, de pôr em prática os nossos propósitos e. apesar de
areia na nossa garrafa. tudo isso (ou talvez por causa disso), sentirmo-nos insatisfeitos co
Que podemos fazer com esses pecados e imperfeições? Pôr um l;osco próprios. Então, não nos limitemos a exclamar: �'Com tantas
pouco mais de esforço c receber a Sagrada Comunhão com maior comunhões, como devia ser melhor!" Perguntemo-nos também: "Sem
frequência. Um efeito maravilhoso da graça da comunhão é que tantas comunhões, que seria de mim?"
nos purifica e fortalece contra as mesmas coisas que a impedem
de agir. Com um pequeno esforço da nossa parte, cada Sagrada
Comunhão prepara o caminho para maiores graças na seguinte. Cada
comunhüo cdifica sobre a anterior.
� � . �
�
rar n�- sc vendo o Senh� r. Disse:lhes E e outra vez: A paz seja
O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA
� om osco. Com? meu Pat me envwu, ass1rn eu vos envio. Dizendo
Isto, soprou e d1sse-lhes: Recebei o Espírito Santo; àqueles a quem
É um estranho paradoxo. Frequentemente, os conversos dizem perdoardes os pecados, ser-lhes·ão perdoados; àqueles a quem os reti
que uma das coisas mais duras para se fazerem católicos é o pensa· vndes, scr-lhes-ão retidos".
menta de terem de "ir confessar-se". E, no entanto, para nós, que Parafraseando e�tas palavras de Jesus numa linguagem mais mo
crescemos na Igreja, o sacramento da Penitência é provavelmente o derna . o que Jesus disse foi: ''Como Deus, tenho o poder de perdoar
que, à parte o Batismo, menos quereríamos deixar. A paz de mente ns recados. Agora vos transmito o uso desse poder. Sereis meus
e de alma que o sacramento da Penitência nos dá não tem sucedâ n: :pr:�entantes. Quaisque! pecados que perdoardes, Eu os perdoarei.
neo. Ê uma paz que brota da certeza - não de uma esperança in Qu _� tsquer pecados 9 ue nao perdoardes, Eu não os perdoarei". Jesus
segura - de que os nossos pecados foram perdoados, de que estamos sab�a �
em que muitos de nós esqueceríamos as valentes promessas
em amizade com Deus. Evidentemente, também o converso aprende d(� B���s�o e �orneteríamos pecados graves depois. Sabia que muitos
rapidamente a amar o sacramento da Penitência, quando supera os de nos pcrdenamos a g �aça, a participação na própria vida divina
�
seus vagos temores, temores que nascem da ignorância do que este .
�
���� nos. fm dada no al1�mo. Sendo infinita e inesgotável a miseri
_
sacramento é na realidade. ��ll(!Ja de Deus, era mevJtável, digamos assim, que Ele desse uma
.
A palavra "penitência" tem dois significados. Em primeiro lu ?
segunda oportu�t adc (e uma terceira, e uma quarta, e uma centé
gar, temos a virtude da penitência, a virtude sobrenatural que nos Sima. se necessano) aos que recaíssem no pecado.
leva a detestar os nossos pecados, por um motivo que a fé nos dá a
conhecer, e ao propósito consequente de não ofender mais a Deus É lógico que, com a morte dos 'Apóstolos, não se interrompesse
e de desagravá-lo por isso. Neste sentido, o termo "penitência" é sinô�. u poder que Jesus lhes deu de perdoar os pecados' hem com,, ,, de
nimo de "arrependimento". Antes de Cristo. a virtude da penitência lllU(h r o pao e o VIn -
· ho no seu Corpo e
Sangue. Jesus não veio à
�
, . c '
era o único meio pelo qual os homens podiam alcançar o perdão �r d p� ra salvar apenas um minúsculo punhado de almas escolhidas
de seus pecados. Mesmo hoje, para os que estão fora da Igreja de ) \ C IO , para s� lvar unicamente os contemporàneos dos seus Após�
boa fé e não dispõem do sacramento da Penitência, ela é o único meio to �.��� Jc:us V�IO para salvar todos os homens que quisessem sal·
de alcançar o perdão dos pecados. var.. ·., ate o f1m dos tempos. Quando morria na cruz tinha-nos
S\..'
Além de ser uma virtude, a Penitência é um sacramento. Defi Pi ese�1tc s a vqcê c a mim. tanto como a Timóteo c a Tit�1.
.
ne-se como "o sacramento instituído por Jesus Cristo para perdoar ., l: evidente y_ue o poder de perdoar os pecados é parte do poder
os pecados cometidos depois do Batismo". Ou, para dar uma defi 1· · ·
Sdccrdotal e porlanto. m ha que se transm1t1r de geraç1o em gera-
•
nição mais longa e descritiva, podemos dizer que a Penitência é o \ U ( ) por meio do sacramento da Ordem Sagrada. É ur:. poder que
_ '
� � . �
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rar n�- sc vendo o Senh� r. Disse:lhes E e outra vez: A paz seja
O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA
� om osco. Com? meu Pat me envwu, ass1rn eu vos envio. Dizendo
Isto, soprou e d1sse-lhes: Recebei o Espírito Santo; àqueles a quem
É um estranho paradoxo. Frequentemente, os conversos dizem perdoardes os pecados, ser-lhes·ão perdoados; àqueles a quem os reti
que uma das coisas mais duras para se fazerem católicos é o pensa· vndes, scr-lhes-ão retidos".
menta de terem de "ir confessar-se". E, no entanto, para nós, que Parafraseando e�tas palavras de Jesus numa linguagem mais mo
crescemos na Igreja, o sacramento da Penitência é provavelmente o derna . o que Jesus disse foi: ''Como Deus, tenho o poder de perdoar
que, à parte o Batismo, menos quereríamos deixar. A paz de mente ns recados. Agora vos transmito o uso desse poder. Sereis meus
e de alma que o sacramento da Penitência nos dá não tem sucedâ n: :pr:�entantes. Quaisque! pecados que perdoardes, Eu os perdoarei.
neo. Ê uma paz que brota da certeza - não de uma esperança in Qu _� tsquer pecados 9 ue nao perdoardes, Eu não os perdoarei". Jesus
segura - de que os nossos pecados foram perdoados, de que estamos sab�a �
em que muitos de nós esqueceríamos as valentes promessas
em amizade com Deus. Evidentemente, também o converso aprende d(� B���s�o e �orneteríamos pecados graves depois. Sabia que muitos
rapidamente a amar o sacramento da Penitência, quando supera os de nos pcrdenamos a g �aça, a participação na própria vida divina
�
seus vagos temores, temores que nascem da ignorância do que este .
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���� nos. fm dada no al1�mo. Sendo infinita e inesgotável a miseri
_
sacramento é na realidade. ��ll(!Ja de Deus, era mevJtável, digamos assim, que Ele desse uma
.
A palavra "penitência" tem dois significados. Em primeiro lu ?
segunda oportu�t adc (e uma terceira, e uma quarta, e uma centé
gar, temos a virtude da penitência, a virtude sobrenatural que nos Sima. se necessano) aos que recaíssem no pecado.
leva a detestar os nossos pecados, por um motivo que a fé nos dá a
conhecer, e ao propósito consequente de não ofender mais a Deus É lógico que, com a morte dos 'Apóstolos, não se interrompesse
e de desagravá-lo por isso. Neste sentido, o termo "penitência" é sinô�. u poder que Jesus lhes deu de perdoar os pecados' hem com,, ,, de
nimo de "arrependimento". Antes de Cristo. a virtude da penitência lllU(h r o pao e o VIn -
· ho no seu Corpo e
Sangue. Jesus não veio à
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era o único meio pelo qual os homens podiam alcançar o perdão �r d p� ra salvar apenas um minúsculo punhado de almas escolhidas
de seus pecados. Mesmo hoje, para os que estão fora da Igreja de ) \ C IO , para s� lvar unicamente os contemporàneos dos seus Após�
boa fé e não dispõem do sacramento da Penitência, ela é o único meio to �.��� Jc:us V�IO para salvar todos os homens que quisessem sal·
de alcançar o perdão dos pecados. var.. ·., ate o f1m dos tempos. Quando morria na cruz tinha-nos
S\..'
Além de ser uma virtude, a Penitência é um sacramento. Defi Pi ese�1tc s a vqcê c a mim. tanto como a Timóteo c a Tit�1.
.
ne-se como "o sacramento instituído por Jesus Cristo para perdoar ., l: evidente y_ue o poder de perdoar os pecados é parte do poder
os pecados cometidos depois do Batismo". Ou, para dar uma defi 1· · ·
Sdccrdotal e porlanto. m ha que se transm1t1r de geraç1o em gera-
•
nição mais longa e descritiva, podemos dizer que a Penitência é o \ U ( ) por meio do sacramento da Ordem Sagrada. É ur:. poder que
_ '
mais comuns que não nos separam de Deus, mas dificultam a plena
l·aúa sacerdote exerce quando cstcndt:: as rnüos sohrc o pecador con� irradiaçã o da sua gra�a na nossa alma, como as nuvens dificultam
tritn e diz: "Fu te absolvo dos teus recados. em nnmc do Pai. e
a irradiação solar.
do Filhn, e do Espírito Santo". Temos ouvido esta� palavras muitas Além de restaurar ou 3L'mentar a graça santificante e de perdoar
vezes. São .. a fórmula da ahso\viçf\0.,. os pecados mortais e veniais. que outras vantagens nos proporciona
Todo sacerdote tem o poder de perdoar os pecados. Mas, na este sacramento?
prática, precisa de algo mais. Precisa do que se chama "jurisdição". Se se trata de pecados mortais, é cancelado pela Penitência o
O sacramento da Penitência assemelha-se a um processo judicial: o
castigo eterno que deles resulta inevitavelmente. Sabemos que quem
� acerdotc escuta a declara ção. e o saccrdnte pronuncia a sen ten ça . r�jt:ita Deus pelo pecad o mortal e entra na eternidade impenitente,
Sahcmos que, na ordem da l e i civil. o juiz de- uma comarca judicial
scpara�se dEle para sempre: vai para o inferno. Mas quando Deus,
nilo pode julgar as causas de outra cnmarl·a, a não ser que seja no sacramento da Penitência, une outra vez essa alma a Si e a absol
nomeado pela autoridade. Sem essa nomeação, nenhum juiz tem YC d o pecado mortal, elimina também o perigo de desastre eterno
jurisdição fora ela sua comarca. a que essa alma estava destinada.
Da mesma maneira. um sacerdote n:tn pode t:\crccr o :--c u poder
de juiz espi ritual no tribunal da Pen i t0 nc i a a n:tn �cr que. c- até que, Ao mesmo tempo que perdoa o castigo eterno devido pelo pe
o bispo da diocese lhe dê autn ri za <:Jt o para f:vê-lo. Sem essa liccn cado mortal, o sacramento da Penitência perdoa pelo menos parte
�a. o sacerdote carece de jurisdií.;f\0; nüo pode ah�nlvcr validamente da pena temporal devida pelo pecado. Esta pena temporal é sim
os pecados. Mais ainda. o seu poder limita-se à diocese pa ra a qual ple sm e nte a dívida de satisfél ção que devo a Deus pelos meus peca
tem licença. Um sacerdote da arquidinccse de Aracaju, por exem dos, inclusive depois de terem sido perdoados. É questão de "con
plo, não pode confessar validamente na diocese de Chapccó, a não sertar os estragos", poderíamos dizer.
ser que o bispo de Chapccó o autori1e a fazê-In. ou a não ser que, Vejamo-lo por um exemplo casei ro : um rapaz deixa-se arrebatar
encontrando-se - o sacerdote em Chapecó, um dos seus paroquianos por um momento de ira c dá um ponta-pé numa mesinha, derru
de Aracaju lhe peça que o confesse. bando e quebrando um objeto de cerâmica. "Sinto muito, mamãe -
diz de. arrependido -. Não deveria tê-lo feito". "Bem - diz a
Pode acontecer uma vez ou outra que o sacramento da Peni mãe -: se está arrependido, não o castigarei. Mas terá que reco
tênci a nos pareça urna carga. Talvez até tenhamos chcgado a ex lher os pedaços quebrados, e, além disso, espero que compre u m
clamar nalguma ocasifl.o: "Oxalú nüo tivesse qttc ir con fessar-me!" objeto novo com as suas economias." A m ã e perdoa a desobediên
Mas também não há d ú vida de que, em momentos de serenidade, cia e absolve o filho do castigo, mas espera que ele ofereça uma
teremos compreendido o amor que devemos a este sacramento e como satisfação pela sua rebeldia.
n.:ío quereríamos passar sem ele. Basta pensar um pouco em tudo Esta é a satisfação que devemos a Deus por havê�lo ofendido,
o que o sacramento da PenitC:ncia faz por nús! Em primeiro lugar, c a que chamamos "pena temporal devida pelo pecado". E ou pa
se uma pessoa se separou de Deus por um ato grave e deliberado gamos essa pena com orações, mortificações e outras boas ações
de desobediência (quer dizer, por um pecado mortal) , o sac ramento feitas em estado de graça nesta vida, ou teremos que pagá-Ia no
da Penitência reconcilia essa alma com Deus: a gra�a sa n t i ficante purgató rio. Esta é a dívida que o sacramento da Penitência reduz,
volta a essa alma. Ao mesmo tempo, os pecados são perdoados. ao menos em parte. proporcionalmente ao grau do nosso arrepen
Do mesmo modo que a escuridão desaparece de um quarto mal se dimen to. Quanto mais fervorosas forem as nossas disposições, mais
acende a luz, o pecado tem que d:.._·saparcccr da alma a�sim que chega �c reduz a satisfação temporal que devemos.
a graça santificante. Outro efeito do sacramento da Penitência é devolver-nos os mé
Se alguém vai confessar-se sem pecado mortal, nem por isso o rit os das boas obras que tenhamos feito e que se tenham perdid0
sacrament� é recebido em vflo. Neste caso. r� alma recebe u m incre� Pdo pecado mortal. Como sabemos, toda boa ação que realizamos
mento de graça santificante, o que significa que se aprofunda e s; em estado de graça santificantc, com a intenção de agradar a Deus, é
fortalece aquela participação na vida di v i na p�..·la qt131 a alma esta urn a ação meritúria, isto é, merece�nos um aumento de graça nesta
unida a Deus. E quer se esteja ou não em pcc:! do mortaL são sem \ ida e de glória no céu. Mesmo as ações mais simples - uma pa
pre perdoados todos os pecados veniais que o penitente tenh a come lavr a amável, um gesto de cortesia -, feitas com amor de Deus, cau-
tido e de que esteja arrependido. Trata�sc de�scs pecados leves e
O SACHA�lE:'>JTO DA PE:\ ITI'::-ICJA 321
A PE:'>IITI'::-.ICL\
mais comuns que não nos separam de Deus, mas dificultam a plena
l·aúa sacerdote exerce quando cstcndt:: as rnüos sohrc o pecador con� irradiaçã o da sua gra�a na nossa alma, como as nuvens dificultam
tritn e diz: "Fu te absolvo dos teus recados. em nnmc do Pai. e
a irradiação solar.
do Filhn, e do Espírito Santo". Temos ouvido esta� palavras muitas Além de restaurar ou 3L'mentar a graça santificante e de perdoar
vezes. São .. a fórmula da ahso\viçf\0.,. os pecados mortais e veniais. que outras vantagens nos proporciona
Todo sacerdote tem o poder de perdoar os pecados. Mas, na este sacramento?
prática, precisa de algo mais. Precisa do que se chama "jurisdição". Se se trata de pecados mortais, é cancelado pela Penitência o
O sacramento da Penitência assemelha-se a um processo judicial: o
castigo eterno que deles resulta inevitavelmente. Sabemos que quem
� acerdotc escuta a declara ção. e o saccrdnte pronuncia a sen ten ça . r�jt:ita Deus pelo pecad o mortal e entra na eternidade impenitente,
Sahcmos que, na ordem da l e i civil. o juiz de- uma comarca judicial
scpara�se dEle para sempre: vai para o inferno. Mas quando Deus,
nilo pode julgar as causas de outra cnmarl·a, a não ser que seja no sacramento da Penitência, une outra vez essa alma a Si e a absol
nomeado pela autoridade. Sem essa nomeação, nenhum juiz tem YC d o pecado mortal, elimina também o perigo de desastre eterno
jurisdição fora ela sua comarca. a que essa alma estava destinada.
Da mesma maneira. um sacerdote n:tn pode t:\crccr o :--c u poder
de juiz espi ritual no tribunal da Pen i t0 nc i a a n:tn �cr que. c- até que, Ao mesmo tempo que perdoa o castigo eterno devido pelo pe
o bispo da diocese lhe dê autn ri za <:Jt o para f:vê-lo. Sem essa liccn cado mortal, o sacramento da Penitência perdoa pelo menos parte
�a. o sacerdote carece de jurisdií.;f\0; nüo pode ah�nlvcr validamente da pena temporal devida pelo pecado. Esta pena temporal é sim
os pecados. Mais ainda. o seu poder limita-se à diocese pa ra a qual ple sm e nte a dívida de satisfél ção que devo a Deus pelos meus peca
tem licença. Um sacerdote da arquidinccse de Aracaju, por exem dos, inclusive depois de terem sido perdoados. É questão de "con
plo, não pode confessar validamente na diocese de Chapccó, a não sertar os estragos", poderíamos dizer.
ser que o bispo de Chapccó o autori1e a fazê-In. ou a não ser que, Vejamo-lo por um exemplo casei ro : um rapaz deixa-se arrebatar
encontrando-se - o sacerdote em Chapecó, um dos seus paroquianos por um momento de ira c dá um ponta-pé numa mesinha, derru
de Aracaju lhe peça que o confesse. bando e quebrando um objeto de cerâmica. "Sinto muito, mamãe -
diz de. arrependido -. Não deveria tê-lo feito". "Bem - diz a
Pode acontecer uma vez ou outra que o sacramento da Peni mãe -: se está arrependido, não o castigarei. Mas terá que reco
tênci a nos pareça urna carga. Talvez até tenhamos chcgado a ex lher os pedaços quebrados, e, além disso, espero que compre u m
clamar nalguma ocasifl.o: "Oxalú nüo tivesse qttc ir con fessar-me!" objeto novo com as suas economias." A m ã e perdoa a desobediên
Mas também não há d ú vida de que, em momentos de serenidade, cia e absolve o filho do castigo, mas espera que ele ofereça uma
teremos compreendido o amor que devemos a este sacramento e como satisfação pela sua rebeldia.
n.:ío quereríamos passar sem ele. Basta pensar um pouco em tudo Esta é a satisfação que devemos a Deus por havê�lo ofendido,
o que o sacramento da PenitC:ncia faz por nús! Em primeiro lugar, c a que chamamos "pena temporal devida pelo pecado". E ou pa
se uma pessoa se separou de Deus por um ato grave e deliberado gamos essa pena com orações, mortificações e outras boas ações
de desobediência (quer dizer, por um pecado mortal) , o sac ramento feitas em estado de graça nesta vida, ou teremos que pagá-Ia no
da Penitência reconcilia essa alma com Deus: a gra�a sa n t i ficante purgató rio. Esta é a dívida que o sacramento da Penitência reduz,
volta a essa alma. Ao mesmo tempo, os pecados são perdoados. ao menos em parte. proporcionalmente ao grau do nosso arrepen
Do mesmo modo que a escuridão desaparece de um quarto mal se dimen to. Quanto mais fervorosas forem as nossas disposições, mais
acende a luz, o pecado tem que d:.._·saparcccr da alma a�sim que chega �c reduz a satisfação temporal que devemos.
a graça santificante. Outro efeito do sacramento da Penitência é devolver-nos os mé
Se alguém vai confessar-se sem pecado mortal, nem por isso o rit os das boas obras que tenhamos feito e que se tenham perdid0
sacrament� é recebido em vflo. Neste caso. r� alma recebe u m incre� Pdo pecado mortal. Como sabemos, toda boa ação que realizamos
mento de graça santificante, o que significa que se aprofunda e s; em estado de graça santificantc, com a intenção de agradar a Deus, é
fortalece aquela participação na vida di v i na p�..·la qt131 a alma esta urn a ação meritúria, isto é, merece�nos um aumento de graça nesta
unida a Deus. E quer se esteja ou não em pcc:! do mortaL são sem \ ida e de glória no céu. Mesmo as ações mais simples - uma pa
pre perdoados todos os pecados veniais que o penitente tenh a come lavr a amável, um gesto de cortesia -, feitas com amor de Deus, cau-
tido e de que esteja arrependido. Trata�sc de�scs pecados leves e
322 ,\ l'E:\!TE:\C!A
l ' H E l':\R.-\Ç:\.0 D:\ Co:-; FISSAO 323
li
� c-se como o esforço sincero por recordar todos os pecados come
Todos estes efeitos do sacramento da Penitência - a restauração tidos desde a última confissão válida. Devemos cumprir essa tarefa
ou o aumento da graça santificante, o perdão dos pecados, a remis antes de nos aproximarmos do confessionário. Se alguém tem difi·
são da pena, a devolução do mérito c a graça para vencer as ten culdade em examinar a sua consciência - por exemplo, por estai
tações - são po-;síveis graças aos infinitos méritos de Jesus Cristo af�st ado da confissão há muito tempo ou por ter pouca formação
.
que este sacramento imprime na nossa alma. Jesus Cristo na cruz r� hg10sa -. o sacerdote o ajudará com gosto a fazê-lo, se lhe falar
realizou já a sua obra por nós: no sacramento da Penitência, damos dtsso. M.as o normal é ter os pecados antecipadamente preparados
a Deus simplesmente a oportunidade de partilhar conosco os infi para desfilarem em revista perante o sacerdote, logo que este nos
possa ouvir.
nitos méritos de seu Filho.
� questão é saher se o nosso exame de consciência tem a pro·
fund1dade e a seriedade que deveria ter. É fácil, especialmente se
PREPARAÇÃO DA CONFISSÃO nos confessamos com frequência. descurar este ponto. "O mesmo
ClUe da última vez", dizemos. "Descuidei as orações, usei o nome
Provavelmente. muitos de nós recehcmos o s?�cramento da Peni
de Deus com pouca reverência, perdi a paciência uma vez e disse
duas ou três mentiras pequenas." E com essa olhada rápida julga
tência com razoável frequência. E. sem dúvida. quando somos seve
mos estar preparados para a confissão. Parece que esquecemos que
ramente tentados. ou de algüm modo temos o espírito atribulado,
0 que vamos receber é nada menos que um sacramento, um sacra
encontramos nesse sacramento uma fonte abundante de fortaleza e
mento por cuja eficácia Cristo morreu em agonia. O nosso exame
pa7. Agradecemos a Deus por nos ter dado essa oportunidade tão de co� �ciência deveria ser uma preparação pausada e cuidadosa: caso
à müo de 0btermos orientação e conselho espiritual. além das graças contrano, não nos deve surpreender que a nossa quota de graça seja
quc a Penitência nos dá. Se somos sensatos. procuraremos o mesmo pequena.
confessor regularmente, para que possa conhecer melhor as nossas Antes de mais nada, o nosso exame deve começar com uma
necessidades. or�ç ão fervorosa. pedindo ao Espfrito Santo lu7es para podermos
Não obstante, pode ser que muitos de nôs - sem grandes ten- reco nhecer os nossos peca dos c 1aramente, confessá-los adequadamente
·
322 ,\ l'E:\!TE:\C!A
l ' H E l':\R.-\Ç:\.0 D:\ Co:-; FISSAO 323
li
� c-se como o esforço sincero por recordar todos os pecados come
Todos estes efeitos do sacramento da Penitência - a restauração tidos desde a última confissão válida. Devemos cumprir essa tarefa
ou o aumento da graça santificante, o perdão dos pecados, a remis antes de nos aproximarmos do confessionário. Se alguém tem difi·
são da pena, a devolução do mérito c a graça para vencer as ten culdade em examinar a sua consciência - por exemplo, por estai
tações - são po-;síveis graças aos infinitos méritos de Jesus Cristo af�st ado da confissão há muito tempo ou por ter pouca formação
.
que este sacramento imprime na nossa alma. Jesus Cristo na cruz r� hg10sa -. o sacerdote o ajudará com gosto a fazê-lo, se lhe falar
realizou já a sua obra por nós: no sacramento da Penitência, damos dtsso. M.as o normal é ter os pecados antecipadamente preparados
a Deus simplesmente a oportunidade de partilhar conosco os infi para desfilarem em revista perante o sacerdote, logo que este nos
possa ouvir.
nitos méritos de seu Filho.
� questão é saher se o nosso exame de consciência tem a pro·
fund1dade e a seriedade que deveria ter. É fácil, especialmente se
PREPARAÇÃO DA CONFISSÃO nos confessamos com frequência. descurar este ponto. "O mesmo
ClUe da última vez", dizemos. "Descuidei as orações, usei o nome
Provavelmente. muitos de nós recehcmos o s?�cramento da Peni
de Deus com pouca reverência, perdi a paciência uma vez e disse
duas ou três mentiras pequenas." E com essa olhada rápida julga
tência com razoável frequência. E. sem dúvida. quando somos seve
mos estar preparados para a confissão. Parece que esquecemos que
ramente tentados. ou de algüm modo temos o espírito atribulado,
0 que vamos receber é nada menos que um sacramento, um sacra
encontramos nesse sacramento uma fonte abundante de fortaleza e
mento por cuja eficácia Cristo morreu em agonia. O nosso exame
pa7. Agradecemos a Deus por nos ter dado essa oportunidade tão de co� �ciência deveria ser uma preparação pausada e cuidadosa: caso
à müo de 0btermos orientação e conselho espiritual. além das graças contrano, não nos deve surpreender que a nossa quota de graça seja
quc a Penitência nos dá. Se somos sensatos. procuraremos o mesmo pequena.
confessor regularmente, para que possa conhecer melhor as nossas Antes de mais nada, o nosso exame deve começar com uma
necessidades. or�ç ão fervorosa. pedindo ao Espfrito Santo lu7es para podermos
Não obstante, pode ser que muitos de nôs - sem grandes ten- reco nhecer os nossos peca dos c 1aramente, confessá-los adequadamente
·
324
A PEC\ ITE l'\CI A
l'HEl' \H\Ç.\0 D \ CO:'\FJSS\0
c arrep r.:: n dl'l"·l1t1S S lll\.:c ra rn c-n k 32.'5
Sú depois nos dedicaremos
.
do-o s à no�s a pessoa. Dev o. aplic an nossos pecados. Mas também podemos conf
emos preocupar-nos de reco essar todos os no s s
rdar os peca pc'cados com a máx ima precisão e. no entanto, _ _ � ?
dos mortais se. infelizmente, satr do confess10
existem. Cada pecado mor nano
doer-nos como a proverbial tal deveria cnm eles aind a em nossa alma . se nào . - .
pun hala da. Mas. como pret temos uma contnçao smcera.
zer uma confiss�io muito frutí ende mos fa Que é, pois. essa contrição tão essen _
fera, buscaremos também os noss cial para recebermos vahd a
os pe mcn te o sacramento da Penitência?
cados veniais. aquelas cois A palav ra "contrição" deriv
as que impedem o nosso a
Deus. pleno amo r a do latim e significa "moer", "pul veriz .
ar''. A idéia de reduzu o eu
a pú é a que nos leva a apresenta
Podemos sent ir a incli naçã r-nos dian te de Deus com pro
o de despachar um ou outr fund a hum ildad e. O Concilio de Tren
mento dem asia do depressa o man da to, que tratou amp lame nte do
. Di?emos: "O primeiro man dam ento sacramento da Penitência, diz que
Não adorei nenh um deus falso ? a contrição é "um pesa r de
". Não , evidentemente. Mas cora
que acon ção e dctestação do pecado com
tece com as irreverências etido, com o propósito de
n a igreja, com as distraçôe mais cometê-lo". nunc a
s n a oração, com
um pouco de superstição
talve z? "O quin to man dam
ento ? Não É fúcil compreender a necessidade
mat ei ning uém ". Não ; mas da contrição como condição
que acontece com as bron para o perdão. Se ofendem
quando c�meço a gritar cas e m casa, os alguém, seria uma loucura
e deixo todo o mundo que essa pessoa nos perdoará mesm . pensar
ressenti do? Que o que ao �
dizer sobre o rancor que ? smta mos dor da ofensa
guardo contra fula no e s1cra cometida nem lho façamos
sobre a min ha secreta espe no? Que d1zer saber. Não e de surpreender, _
rança de que fula no "se Deus, a quem ofendemos com pms , que
cada que andava procuran meta n a enras uma desobediência deliberad
do"? "O sexto? Não com mandamentos, exija que nos a aos seus
forni.caç ão" . Não, mas que eti adultério ou arrependamos das nossas ofen
dizer desse olho curioso sermos absolvidos da culp a. sas para
piadas marrom de escritóri na prai a, dessas Deus não perdoa nenhum peca
o? "O oitavo? Ah, sim! tal ou venial, se não estam do, mor
dua s men tirin has certa vez. Disse u m a ou os arrependidos.
" Sim? E que dizer daqu Mas também temos a outr
ela murmuração a cara da moeda, mui to mai
dan inha que soprei. dac.jucla s cons o
s reticências e preconceitos ladora. Nos assu ntos hum
pessoa de outro país ou raça contra essa anos , deparamos às vezes
? corosa e ving ativa , que com gente ran
Qua ndo de verdade com nunc a perd oa um insu lto,
examinar-nos sobre a virtu eçarmos a por mais que nos
de da caridade, surpreender- doa o mal com etid o e
necessitamos de mais temp nos-á ver que nos desculpemos. Deus
o do que pensávamos. perdoa toda ofensa, por não é assi m. Deus
odiosa que seja, se o peca
E que acontece com a hon dei ra contrição. dor tem verda
estid ade da nossa conduta
tos de dinh eiro , com a justi em assu n
ça com os subo rdin ados .
generosidade em repa rtir com a noss a
com os men os afortunados Temos que distinguir duas
mate riais ? Que acontece com os noss os bens espectes de contrição: a perf
a noss a plen a acei taçã o de imperfeita. eita e a
tudo o que A diferença entre elas base
a Igreja ensi na? E com ia-se nos mot ivos que as pro
a temperança e a sobrieda duze m. nos "porquê
de n a com ida e, s" do nosso arrependim
sobretudo, nas bebidas? (Ou ento. A contriçào per
teremos que embebedar-nos feita é a dor dos
para per pecados que nasce de um
ceber que não somos comedid Am a-se a Deus sobr perfeito amor a Deus.
os?) E com o exemplo de vida e todas as coisas por Ele
cristã
que dam os aos que nos
rodeiam? por ser infin itam ente mesmo, simplesmente
c essa consideração nos levae merecedor da nossa lealdade absoluta,
bom
Não é necessário continuar
aqui a lista. Uma fraqueza
nos incli nam os é compara a que ao pesa r de o termos ofen
é a contrição dido. Esta
te ou com a
r-nos com o vizin ho da fren perfeita.
vizin ha do lado, e conc luir
que. depois de tudo. não som Deve-se nota r que este
os tão mau s "am or a Deus sobre toda
assi m. Esquecemos que o
únic o com quem temos o Ek mesmo'' n5o imp s as cois as por
dire ito de com lica necessariamente um
parar-nos é Jesus Cristo. man eira hum an sentimento de amo r à
Ele {; o nosso modelo, ning a. emo cion al. É fúcil sent
uém mais . irmos um amor mai s ar
den te por cert
as pessoas que por Deu
Ant es de receber o sacrame s; mas i�to não que r dize que
nto da Penitência, é importan /)r('firamos essa s pessoas r
min armos bem a consciên te exa a Deus. San ta Bra nca
cia; mas é mai s importa (o rei Luí s IX , mãe de São Luí s
nte aind a assegu- de França ) , dú- nos um
pode t.luv idar bom exemplo disso. Não SI!
do ardente amo r mat erno
que sent ia por seu filho . e,
324
A PEC\ ITE l'\CI A
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c arrep r.:: n dl'l"·l1t1S S lll\.:c ra rn c-n k 32.'5
Sú depois nos dedicaremos
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do-o s à no�s a pessoa. Dev o. aplic an nossos pecados. Mas também podemos conf
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rdar os peca pc'cados com a máx ima precisão e. no entanto, _ _ � ?
dos mortais se. infelizmente, satr do confess10
existem. Cada pecado mor nano
doer-nos como a proverbial tal deveria cnm eles aind a em nossa alma . se nào . - .
pun hala da. Mas. como pret temos uma contnçao smcera.
zer uma confiss�io muito frutí ende mos fa Que é, pois. essa contrição tão essen _
fera, buscaremos também os noss cial para recebermos vahd a
os pe mcn te o sacramento da Penitência?
cados veniais. aquelas cois A palav ra "contrição" deriv
as que impedem o nosso a
Deus. pleno amo r a do latim e significa "moer", "pul veriz .
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a pú é a que nos leva a apresenta
Podemos sent ir a incli naçã r-nos dian te de Deus com pro
o de despachar um ou outr fund a hum ildad e. O Concilio de Tren
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. Di?emos: "O primeiro man dam ento sacramento da Penitência, diz que
Não adorei nenh um deus falso ? a contrição é "um pesa r de
". Não , evidentemente. Mas cora
que acon ção e dctestação do pecado com
tece com as irreverências etido, com o propósito de
n a igreja, com as distraçôe mais cometê-lo". nunc a
s n a oração, com
um pouco de superstição
talve z? "O quin to man dam
ento ? Não É fúcil compreender a necessidade
mat ei ning uém ". Não ; mas da contrição como condição
que acontece com as bron para o perdão. Se ofendem
quando c�meço a gritar cas e m casa, os alguém, seria uma loucura
e deixo todo o mundo que essa pessoa nos perdoará mesm . pensar
ressenti do? Que o que ao �
dizer sobre o rancor que ? smta mos dor da ofensa
guardo contra fula no e s1cra cometida nem lho façamos
sobre a min ha secreta espe no? Que d1zer saber. Não e de surpreender, _
rança de que fula no "se Deus, a quem ofendemos com pms , que
cada que andava procuran meta n a enras uma desobediência deliberad
do"? "O sexto? Não com mandamentos, exija que nos a aos seus
forni.caç ão" . Não, mas que eti adultério ou arrependamos das nossas ofen
dizer desse olho curioso sermos absolvidos da culp a. sas para
piadas marrom de escritóri na prai a, dessas Deus não perdoa nenhum peca
o? "O oitavo? Ah, sim! tal ou venial, se não estam do, mor
dua s men tirin has certa vez. Disse u m a ou os arrependidos.
" Sim? E que dizer daqu Mas também temos a outr
ela murmuração a cara da moeda, mui to mai
dan inha que soprei. dac.jucla s cons o
s reticências e preconceitos ladora. Nos assu ntos hum
pessoa de outro país ou raça contra essa anos , deparamos às vezes
? corosa e ving ativa , que com gente ran
Qua ndo de verdade com nunc a perd oa um insu lto,
examinar-nos sobre a virtu eçarmos a por mais que nos
de da caridade, surpreender- doa o mal com etid o e
necessitamos de mais temp nos-á ver que nos desculpemos. Deus
o do que pensávamos. perdoa toda ofensa, por não é assi m. Deus
odiosa que seja, se o peca
E que acontece com a hon dei ra contrição. dor tem verda
estid ade da nossa conduta
tos de dinh eiro , com a justi em assu n
ça com os subo rdin ados .
generosidade em repa rtir com a noss a
com os men os afortunados Temos que distinguir duas
mate riais ? Que acontece com os noss os bens espectes de contrição: a perf
a noss a plen a acei taçã o de imperfeita. eita e a
tudo o que A diferença entre elas base
a Igreja ensi na? E com ia-se nos mot ivos que as pro
a temperança e a sobrieda duze m. nos "porquê
de n a com ida e, s" do nosso arrependim
sobretudo, nas bebidas? (Ou ento. A contriçào per
teremos que embebedar-nos feita é a dor dos
para per pecados que nasce de um
ceber que não somos comedid Am a-se a Deus sobr perfeito amor a Deus.
os?) E com o exemplo de vida e todas as coisas por Ele
cristã
que dam os aos que nos
rodeiam? por ser infin itam ente mesmo, simplesmente
c essa consideração nos levae merecedor da nossa lealdade absoluta,
bom
Não é necessário continuar
aqui a lista. Uma fraqueza
nos incli nam os é compara a que ao pesa r de o termos ofen
é a contrição dido. Esta
te ou com a
r-nos com o vizin ho da fren perfeita.
vizin ha do lado, e conc luir
que. depois de tudo. não som Deve-se nota r que este
os tão mau s "am or a Deus sobre toda
assi m. Esquecemos que o
únic o com quem temos o Ek mesmo'' n5o imp s as cois as por
dire ito de com lica necessariamente um
parar-nos é Jesus Cristo. man eira hum an sentimento de amo r à
Ele {; o nosso modelo, ning a. emo cion al. É fúcil sent
uém mais . irmos um amor mai s ar
den te por cert
as pessoas que por Deu
Ant es de receber o sacrame s; mas i�to não que r dize que
nto da Penitência, é importan /)r('firamos essa s pessoas r
min armos bem a consciên te exa a Deus. San ta Bra nca
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nte aind a assegu- de França ) , dú- nos um
pode t.luv idar bom exemplo disso. Não SI!
do ardente amo r mat erno
que sent ia por seu filho . e,
.'326
A PE�ITENCIA
tinuamos dispostos a cometê-lo novamente, se tivermos ocasião. Este Os teólogos enumeram quatro condições.
propósito de não mais pecar deyr o::>.branger todos os pecados mor� O primeiro c o mais evidente dos requisitos é que a contrição
tais, não só os que se confessaram; e deve incluir todos os pecados seja illterior. Quando dizemos a Deus: "Sinto muito haver-te ofen
veniais que confiamos nos sejam perdoados. dido", não fazemos um mero ato de cortesia nem apresentamos a
Ao referirmo-nos à contrição perfeita, é conveniente fazer notar obrigatória desculpa cortês. O nosso coração deve estar nas nossas
que, embora apague o pecado mortal imediatamente, há o expresso palavras. Simplesmente devemos querer dizer o que dizemos. Mas
preceito que nos proíbe de receber a Sagrada Comunhão enquanto isto não significa necessariamente que devamos sentir uma dor emo�
não o tenhamos confessado no sacramento da Penitência. cional. Como o amor, a dor é um ato da vontade, não um go]pe
de emoção. Assim como podemos amar a Deus sem experimentar
.'326
A PE�ITENCIA
tinuamos dispostos a cometê-lo novamente, se tivermos ocasião. Este Os teólogos enumeram quatro condições.
propósito de não mais pecar deyr o::>.branger todos os pecados mor� O primeiro c o mais evidente dos requisitos é que a contrição
tais, não só os que se confessaram; e deve incluir todos os pecados seja illterior. Quando dizemos a Deus: "Sinto muito haver-te ofen
veniais que confiamos nos sejam perdoados. dido", não fazemos um mero ato de cortesia nem apresentamos a
Ao referirmo-nos à contrição perfeita, é conveniente fazer notar obrigatória desculpa cortês. O nosso coração deve estar nas nossas
que, embora apague o pecado mortal imediatamente, há o expresso palavras. Simplesmente devemos querer dizer o que dizemos. Mas
preceito que nos proíbe de receber a Sagrada Comunhão enquanto isto não significa necessariamente que devamos sentir uma dor emo�
não o tenhamos confessado no sacramento da Penitência. cional. Como o amor, a dor é um ato da vontade, não um go]pe
de emoção. Assim como podemos amar a Deus sem experimentar
3�S \ CO'\THI Ç_-\0 <,ll· \.\-UO �: REAL A DOR?
sensações. podemos tt:r u m a prnfunda cbr dn.., Jl\1:\•;(lS pcc;Jclns s em :1 TW'>S<l l'apacidacle de resistência: e se Ele permiti�"l' tl...' t tl;h ;<.1 es cx
sen tir reaçã o em o...: iona l J lgu ma. S�...· L'(l/ll h1da a � i n ccrid ad e lhls de I trat1fdinúrias. podem os ter a certeza ah�oluta de q u�..·. Ih'" daria todas
terminamos a e v i t a r tuch) o que pnssa Llfcndcr a Deus. com a ajud a as !2:r�h.;as c;-..tranrclinúrias Jc que neccss itaríamns para \ '-' t t �...'ê-las.
da s u a graça, então tcmns contrú;ãn intuior. � P(1r últinw. a JWssa dor - interior. sohrenatural c su pr�...·ma-
Além de in te rior, a nossa contriç:-to clc\·e ser sohrcnutural. A dn\? SLT t(lmhémwzi\·ersal. Isto significa que de\· crnos arrepender
razão se baseia no " po ryuê " d a nnssa cont ri-,·ãn. Se um homem se . nns de todos os pecados mortais sem exceção. Um só peca d o mortal
arrepende de embehedar-se porque de-po i s fica com urna ressal·a t re nns �cr�nana d e Deus e nos privaria da graça santificante. Ou nos
menda, essa dor é natural. Se u ma mulher se lamenta de ter falado arrql1...'JH.kmns de todos ou não poderemos recuperar a graça de Deus.
mal, murmurado maliciosamente, porqtlc isso lhe fez pe rd e r a sua Ou t(1dn� <to perdP<Jdos ou nenhum. Se déssemos quatro bofetadas
melhor amiga, essa dor é na l u ra l . Se um menino lamenta a sua a um am ign. Sl'ria ridículo dizer-lhe: " Arrepe n d o-me de três delas.
desobediência porque por isso lhe darão uns açoi t es . a sua dor é mas nito da LJL!arta."
n atur al . Essa dor natural não tem nada a ver com Deus, com a
alma ou com motivos sobrenaturais. Não é que essa dor seja má, Deve-se notar que cs... as quatro condiçôes se aplicam tanto à
mas é insuficiente em relação a Deus. co nt riçfto perfeita como ;'t imperfeita. Especialmente quanto à se
A nossa dor é sobrenatural quando nasce de con s ider a çôes so gunda condição. as pessoas têm às vezes uma noção errada, e con
brenaturais; quer dizer, quando o seu "porquê" se baseia na fé em fundem a dor natural com a cnntrição imperfeita, quando não são
algumas verdades que Deus ensinou. Por exemplo, Deus nos disse de maneira nenhuma a mesma co isa . Também a contrição imper
que devemos amá-lo sobre todas as coisas e que pecar é negar-lhe feita deve ser sohrenatural nos seus motivos; deve hasear-se num mo
esse amor. Deus nos disse que um pecado mortal causa a perda tivo conhecido pela fé. como a crença no céu e no inferno ou na
do céu e nos faz merecedores do inferno. e que o pecado venial deve fealdade essencial do pecado. Uma si mple s dor n at ura l não é con
I,
trição nenhuma. nem mesmo imperfe i t <:L
I
ser reparado no purgatório. Disse-nos que o pecado é a causa de
que Jesus tenha morrido na cruz e que é um a ofensa à bondade S uponhamos que ofendi um amigo espalhando uma calúnia acer
infinita de Deus. Disse-nos que o pecado é odioso por sua própria ca dele. Quero agora recuperar a sua am iza de c peço-lhe desculpas
natureza. Quando a nossa dor se baseia nestas verdades que Deus dizendo: "Arrependo-me do que fiz, Pedro. mas reservo-me o di
revelou, é dor sobrenaturaL Elevou-se acima de meras considerações reito de fazê-lo outra vez se m e d e r von ta de" . Não é preciso ser
naturais. professor de psicologia para adivinhar que Pedro continuará magoa
Em terceiro lugar, a nossa dor deve ser suprema. Quer dizer, do, e com razão. Minha pretensa desculpa não o é absolutamente.
devemos encarar realmente o mal moral do pecado como o máximo Se de verdade lamento havê-lo ofendido, propor-me-ei com toda a
mal que existe, maior que qualquer mal físico ou meramente natural firmeza não ofendê-lo outra vez.
que nos possa ocorrer. Significa que, quando dizemos a Deus que Passa-se o mesmo éom as ofensas a Deus. Não há ato de con
nos arrependemos dos nossos pecados. estamos dispostos, com a ajuda t ri çã o verdadeiro se não se fizer acompanhar do propósito de emenda.
da sua graça, a sofrer qualquer coisa antes que ofendê-lo outra vez. Este propósito não é outra coisa senão a simples e sincera determi
A frase "com a ajuda da sua graça" é muito importante. A dor nação de evitar o pecado no futuro, bem como as ocasiões próxi
suprema não exclui um sincero temor de pecar outra vez, se fazemos mas de pecado, tanto quanto nos seja possível. Sem esse propó
depender a vitória apenas das nossas forças humanas. Pelo contrá Sito, não pode haver perdão dos pecados, nem mesmo dos veniaís.
rio, devemos desconfiar de nós e da nossa auto-suficiência: devemos Ocasião próxima de pecado é qualquer circunstância que nos
possa levar a ele. Algumas ocasiões de pecado
reconhecer que dependemos da graça divina. são próximas por
sua própri a natureza: livros e revistas
Ao mesmo tempo, sabemos que nunca nos faltará a graça de declaradamente obscenos, por
Deus, se fizermos o que está ao nosso a1cance. Seria um grande �xe�plo. Outras podem ser ocasiões próximas só para determinados
l nd i vi d uos . Assim,
erro tentar verificar se a nossa dor é ou não suprema imaginando um bar pode ser ocasião de pecado para quem
ten ha . di fi cu l dade de
tentações extraordinárias. Por exemplo, não faz nenhum sentido que . beber com moderação: estaciona r o carro à
notte a luz d a lua
pode ser ocasiflo de pecado para os jovens namo-
um homem se pergunte: "Permaneceria casto se me fechassem num ra dos que VIaJam · ·
quarto com uma mulher nua e sedutora?" Sem culpa nossa, Deus ' ;- q _ nele. Ge ralmen te, as experiências do passado nos
dlrdo u a 1 s são para nós as ocasiôes prúximas
jamais permitirá que tenhamos que enfrentar tentações que superew de pecado . Ao fa-
3�S \ CO'\THI Ç_-\0 <,ll· \.\-UO �: REAL A DOR?
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melhor amiga, essa dor é na l u ra l . Se um menino lamenta a sua a um am ign. Sl'ria ridículo dizer-lhe: " Arrepe n d o-me de três delas.
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n atur al . Essa dor natural não tem nada a ver com Deus, com a
alma ou com motivos sobrenaturais. Não é que essa dor seja má, Deve-se notar que cs... as quatro condiçôes se aplicam tanto à
mas é insuficiente em relação a Deus. co nt riçfto perfeita como ;'t imperfeita. Especialmente quanto à se
A nossa dor é sobrenatural quando nasce de con s ider a çôes so gunda condição. as pessoas têm às vezes uma noção errada, e con
brenaturais; quer dizer, quando o seu "porquê" se baseia na fé em fundem a dor natural com a cnntrição imperfeita, quando não são
algumas verdades que Deus ensinou. Por exemplo, Deus nos disse de maneira nenhuma a mesma co isa . Também a contrição imper
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nos arrependemos dos nossos pecados. estamos dispostos, com a ajuda t ri çã o verdadeiro se não se fizer acompanhar do propósito de emenda.
da sua graça, a sofrer qualquer coisa antes que ofendê-lo outra vez. Este propósito não é outra coisa senão a simples e sincera determi
A frase "com a ajuda da sua graça" é muito importante. A dor nação de evitar o pecado no futuro, bem como as ocasiões próxi
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rio, devemos desconfiar de nós e da nossa auto-suficiência: devemos Ocasião próxima de pecado é qualquer circunstância que nos
possa levar a ele. Algumas ocasiões de pecado
reconhecer que dependemos da graça divina. são próximas por
sua própri a natureza: livros e revistas
Ao mesmo tempo, sabemos que nunca nos faltará a graça de declaradamente obscenos, por
Deus, se fizermos o que está ao nosso a1cance. Seria um grande �xe�plo. Outras podem ser ocasiões próximas só para determinados
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pode ser ocasiflo de pecado para os jovens namo-
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I
,I \ ( , J\ALJECEH .-\ LJE C S PELA CO:->FISS.\0
.).)1 J .-\ CU:\TH.lÇ...-\0 331
zcrmos o ato de contrú.;üo, devLmos rt!nunciar resolutamente a tmbs LJlhado doze vezes, cem vezes, isso não significa que estejamos con
cssJs ameaças ao nosso bem espiritual, quer provenham de pessoas, L\· nados a falhar sempre. Esta pode ser a vez em que saltemos o
de lu!!arcs, de coisas ou de certas atividades. ro�sn. Pn:cisamente esta pode ser a vez em que, com a paciente
Ücn�·sc notar que o nosso propósito de emenda - a nossa re -'-'�"<l\.1 Jc D(:US, alcancemos o triunfo.
snlw;:w Uc evitar o pecado e as ocasiões próximas de pecado - deve Ainda que seja um axioma avalizado por um longo uso, nüo �
abranger não só os pecados mortais que tenhamos cometido, mas \'(rdade que o inferno esteja cheio de boas intenções. O que está
rodos os pecados mortais possíveis sem exceção. Sem esta resolução d1cio de boas intenções é o caminho do céu; o do inferno está cheio
universal, nenhum pecado mortal pode ser perdoado. ck des â nimo s c desespero. Como podemos triunfar nalguma coisa
A situaç:10 é diferente com rcbç;}o ao pecado venial. O pecado �l' nüo tentamos uma vez, e outra, e outra ainda, sem desanimar?
venial não nos separa de Deus, não extingue a sua graça em nossa Quem escala uma montanha pode avançar tr�s passos e retroceder
alma. Por conseguinte, é possível obter o perdão de determinado l:ois: mas, se é bastante tenaz, bastante forte, chegará a alcançar
pecado venial, mesmo que os outros fiquem por perdoar. Isto significa l) cume.
que o nosso propósito de emenda deve estender-se a todos os peca l�ma pessoa que tenha a desgraça de cair mum háhito de pe�
dos veniais que esperamos nos sejam perdoados, mas não necessa c:tdo - �eja de impureza, de ira, contra a caridade ou qualquer
riamente a h�dP" (•.:> pecados veniais cometidos. Agarrar-se a algum (lu tra virtude - precisa de ter idéias ah�_;o]utamente claras acerca
pccaJo v�,_' niai �·w.! Ll:l!1tl.l se renuncia a outros, denota, evidentemente, dn \ C i·JaJeiro propósito de emenda: o que conta na confissiio é este
um nível mtÜ'.:� tla Í-.\0 de amor a Deus, mas aqui não estamos falan nwmcnfo de aJ.:ora e esta iníençúo de agora. Pode ser que depois
do do que é melhor, mas do mínimo necessário. haja mais t ropcçns e mais quedas, antes da vitória final. Mas o
Sem dor não pode haver perdão, e sem propósito de emenda único PL'C!dur que é derrotado é aquele que deixa de lutar.
não pode haver dor genuína. É um princípio evidente e, no entanto,
L- rossívcl que algumas pessoas, que se horrorizariam ante o pensa
mento de fazer uma má confissão ocultando um pecado mortal, não AC;Ri\DECER A DEUS PELA CONFISSÃO
scnlcm o mesmo horror ante uma confissão invJlida por falta de
um propósito firme de emenda. Se alguém é culpado de pecados Os (:lll' n;in cPmprccndcm a fé catúlica afirm�tm com certa frc
1_,
mortais, n:LO basta que os diga ao confessor ou recite um ato de LJUêiJci:t: " F u úunca poderei dcreditar na confissão. Se erro, direi
contrição rotineiro. Se o penitente não está sincera e firmemente a l);,_· us na i n ti mi d a d e da mi nh a alma que sinto muito, e Deus me
resolvido a não tornar a cometer um pecado mortal, a sua confissão pcrdoar<.Í. N <�to knlw por q ue dizer os meus pecados a um simples
é um ato de hipocrisia. É uma confissão tão má como a daquele h•1mcm pJra que Deus m;; perdoe." Parece uma afirmaçfto razoá
que ocultasse conscientemente um ou mais pecados mortais ao con YcL n:ln � v...·rdadc? E, no entanto, est:í t:io cheia Je falácias como
fessor. Jc hura�,_· os uma rede de pe::; cador.
L:.n1 primeiro lugar, a qucsCto não (: saber se cu gosto da con
No entanto, ao ganharmos consc1cncia da necessidade de fazer fi_,�:iD (1lJ �·..:: pn..·firn que se pcrdn c m os me us pecados de outro modo.
um propôsito de emenda sincero, não devemos cair no erro de con /\ qtk>;lit·,l é :;:tbcr c(!mo Deus (;ucr que se pcrdl1cm os pecados. Se
fundir o momento atual com as possibilidades do futuro. Uma pes J,_,�us Crist,l, \\:rdudciro Deu s. ao in s ti t u i r o sacramento da Peni
soa pode muito bem experimentar sentimentos como este: "Arrepen� tênci:J. como m1:io neccssúrio para o pcrd:to dos pc�,_' ados cometidos
do-me sinceramente dos meus pecados mortais, e real e verdadeira ckpt1is do Bati:.; mn, fez da conf!..;.-,;�to dn" rc,:ados au sac..: rdo tc parte
mente nfto quero cometer nenhum pecado mortal outra vez. Mas :..'�:-;:..'n�,_· i a l du s:J·.:r�·:mcnto, en t:1_ 0 ·�·ss,; 0 o modo de fJ70-lo. Nós não
conheço a minha fraqueza e sei como, sob pressão, tenho quebrado h_.lll\)'i J Jib-�·rlLHJ..: d� c :-.:.:o ! h c r C de rc:..·u;;Z�r. l]Uandtl f)�us jú SC pro
os meus bons propósitos no passado. 1 á antes me propus não cair n u nciou. :'\;lu pcd-:i�ln'; lliii..T '·Eu g(ls\aria ma i s qu:..· fosse de outra
outra vez, mas caí. Como posso, pois, estar certo de que o meu
propósito de agora é firme?" , .k��;-, lji..1IS que �l c!l..·u:-.�t..;:to d ,l s nn'i".l1S pc:..· adns fosse parte csscn
Podemos estar certos de ter um firme propósito de emenda agora. c:c;J dn sau·;_:mt..' ntu d:1 Pcnit:·n._: i a . At) Cl1:lfcrir <W'i s·:us sJ ccrdotc s
s� mantiv�rmos a nossa mente no agora, sem procurar complicações
no Do m i n g o da RcssmrciçJ.n o rwdn úc p.:rdoar o:.; pecad os , Ele
d i --,sc: · ·AliUClc'i a q u e m pc rd n a rcl \.' s os pcctdn-.. :-.cr-Jhcs-;io perdoa-
imaginando um futuro hipotético. Ainda que no passado tenhamos
I
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mente nfto quero cometer nenhum pecado mortal outra vez. Mas :..'�:-;:..'n�,_· i a l du s:J·.:r�·:mcnto, en t:1_ 0 ·�·ss,; 0 o modo de fJ70-lo. Nós não
conheço a minha fraqueza e sei como, sob pressão, tenho quebrado h_.lll\)'i J Jib-�·rlLHJ..: d� c :-.:.:o ! h c r C de rc:..·u;;Z�r. l]Uandtl f)�us jú SC pro
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propósito de agora é firme?" , .k��;-, lji..1IS que �l c!l..·u:-.�t..;:to d ,l s nn'i".l1S pc:..· adns fosse parte csscn
Podemos estar certos de ter um firme propósito de emenda agora. c:c;J dn sau·;_:mt..' ntu d:1 Pcnit:·n._: i a . At) Cl1:lfcrir <W'i s·:us sJ ccrdotc s
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imaginando um futuro hipotético. Ainda que no passado tenhamos
\Ll\.\PLCLH .-\. DEt'S PELA CO:'< FISSAO 333
,3.32 ,\ CO'>:TR!ÇAO
ou resistimos com a prontidão suficiente. como todo o mundo" ou "todos fazem coisas assim; não deve ser
Não é necessário 's ublinhar que devemos ter muito cuidado em um pecado tão terrível", seriam fatais para se fazer uma boa con�
nüo nos enganarmos nesta matéria. Devemos fugir de nos procurar fissüo.
mos convencer de que um pecado mortal é duvidoso quando há A sinceridade é outra das condições exigidas pelo sacramento
indícios razoáveis do contrário. da Penitência. Isto significa nada mais (e nada menos) que deve
Ao confessarmos os nossos pecados mortais, temos obrigação mos manifestar os nossos pecados com sinceridade e franqueza totais,
de dizer o número de vezes que cometemos cada pecado. Para um sem intenção alguma de ocultá�los ou desfigurá-los. A nossa con�
católico praticante que se confessa frequentemente, não há nenhum rissüo seria insincera se tentássemos fazê-la usando frases vagas ou
problema nisso. Quem não se tenha confessado há muito tempo o.mhíguas, na esperança de que o confessor não perceba de que é
pode ver-se em dificuldades. Deve lembrar-se então de que Deus que estamos falando: se andássemos por aí buscando um sacerdote
duro de ouvido a queni escapem as nossas palavras atropeladas ou
não pede a ninguém o impossível. Se não puder recordar o número
exato de vezes que cometeu certo pecado, basta que faça uma esti sussurradas; se intercalássemos desculpas e álibis com a intenção de
mativa sincera. Um modo prático de proceder nesses casos é fazer salvar o nosso amor próprio.
o cálculo com base no número de pecados cometidos por semana Mencionamos estes defeitos não porque sejam prática comum,
mas para que compreendamos melhor a essência de uma boa con
ou por mês.
fissão. A grande maioria dos católicos recebe frequentemente e com
Ao referirmos os nossos pecados na confissão, temos que indicar agradecimento o sacramento da Penitência: são um exemplo cons�
tante de como fazer uma boa confissão, e a sua sinceridade e hu
a espécie de pecados que cometemos. Não basta dizer: "Pequei
contra o se�undo mandamento". Devemos mencionar (supondo que mildade são fonte inesgotável de edificação para os sacerdotes que
os atendem.
o pecado foi mortal) se pecamos por blasfêmia, falso juramento,
maldição ou profanação. Não basta dizer: "Pequei contra a jus
tiça". Temos que distinguir se foi roubo, fraude, dano à proprie
dade ou à reputação alheia. A m�ioria dos devocionários propor
ciona uma relação de possíveis pecados, que podem ajudar o penitente
a enumerá-los e classificá-los.
Não convém sobrecarregar a confissão com pormenores desne
cessários das faltas cometidas. Os incidentes que nos tenham levado
a odiar o cunhado e as consequências que daí resultaram para a
,').)-1 A Cü:"TRIÇAO . \ l . l\ \ i i L C! � h .\ D L L .':J
. l ' E L\ C:O'\FlSS_·\0 _).).)
ou resistimos com a prontidão suficiente. como todo o mundo" ou "todos fazem coisas assim; não deve ser
Não é necessário 's ublinhar que devemos ter muito cuidado em um pecado tão terrível", seriam fatais para se fazer uma boa con�
nüo nos enganarmos nesta matéria. Devemos fugir de nos procurar fissüo.
mos convencer de que um pecado mortal é duvidoso quando há A sinceridade é outra das condições exigidas pelo sacramento
indícios razoáveis do contrário. da Penitência. Isto significa nada mais (e nada menos) que deve
Ao confessarmos os nossos pecados mortais, temos obrigação mos manifestar os nossos pecados com sinceridade e franqueza totais,
de dizer o número de vezes que cometemos cada pecado. Para um sem intenção alguma de ocultá�los ou desfigurá-los. A nossa con�
católico praticante que se confessa frequentemente, não há nenhum rissüo seria insincera se tentássemos fazê-la usando frases vagas ou
problema nisso. Quem não se tenha confessado há muito tempo o.mhíguas, na esperança de que o confessor não perceba de que é
pode ver-se em dificuldades. Deve lembrar-se então de que Deus que estamos falando: se andássemos por aí buscando um sacerdote
duro de ouvido a queni escapem as nossas palavras atropeladas ou
não pede a ninguém o impossível. Se não puder recordar o número
exato de vezes que cometeu certo pecado, basta que faça uma esti sussurradas; se intercalássemos desculpas e álibis com a intenção de
mativa sincera. Um modo prático de proceder nesses casos é fazer salvar o nosso amor próprio.
o cálculo com base no número de pecados cometidos por semana Mencionamos estes defeitos não porque sejam prática comum,
mas para que compreendamos melhor a essência de uma boa con
ou por mês.
fissão. A grande maioria dos católicos recebe frequentemente e com
Ao referirmos os nossos pecados na confissão, temos que indicar agradecimento o sacramento da Penitência: são um exemplo cons�
tante de como fazer uma boa confissão, e a sua sinceridade e hu
a espécie de pecados que cometemos. Não basta dizer: "Pequei
contra o se�undo mandamento". Devemos mencionar (supondo que mildade são fonte inesgotável de edificação para os sacerdotes que
os atendem.
o pecado foi mortal) se pecamos por blasfêmia, falso juramento,
maldição ou profanação. Não basta dizer: "Pequei contra a jus
tiça". Temos que distinguir se foi roubo, fraude, dano à proprie
dade ou à reputação alheia. A m�ioria dos devocionários propor
ciona uma relação de possíveis pecados, que podem ajudar o penitente
a enumerá-los e classificá-los.
Não convém sobrecarregar a confissão com pormenores desne
cessários das faltas cometidas. Os incidentes que nos tenham levado
a odiar o cunhado e as consequências que daí resultaram para a
ACUSAÇAO DOS PECADOS 337
CAPÍTULO XXXI
rctamente perdoado; fica apenas a obrigação de mencioná-lo, se o
recorda, na confissão seguinte, para que seja diretamente perdoado.
Seria de uma grande insensatez angustiar-se indevidamente à hora
de preparar a confissão ou inquietar·se por medo de esquecer aci
dentamente algum pecado, Mais insensato ainda seria deixar-se per
turbar por vagas inquietações acerca de confissões passadas. Deus é
justo juiz, mas não um juiz tirano. Tudo o que nos pede é que
usemos- dos meios razoáveis para fazer uma boa confissão. Não nos
pedirá contas das inevitáveis fragilidades humanas, tais como a má
memória.
Uma só coisa pode viciar a nossa confissão e torná-la "má" ou
sacrilega: omitir consciente e deliberadamente a manifestação de um
pecado que temos a certeza de ser mortal e que deveríamos confessar.
Proceder assim é não querer cumprir uma das condições que Deus
ACUSAÇÃO DOS PECADOS nos pede para nos conceder o seu perdão. Se não nos "abrimos" a
Deus, Deus não abrirá o seu tribunal ao perdão.
O trágico de uma má confissão é que produz uma reação em
cadeia de pecados. A não ser que - e até que - retifiquemos a
Nosso Senhor Jesus Cristo quis que o sacramento da Penitência
fosse também um ato de penitência, um ato de humildade; mas não
que se tornasse um peso intolerável para os membros do seu rehanho. confissão inválida, cada confissão e cada comunhão posteriores serão
tlm novo sacrilégio, e um novo pecado se acrescentará ao anterior .
. É verdade que tod?� os pecados mortais cometidos depois do
Com o passar do tempo, a consciência poderá insensibilizar-se, mas
�at1smo devem ser exphcJtamente confessados, e este princípio é vá
hd ? mesmo quando, por necessidade urgente, é prcdso adiar tempo nunca poderá ter verdadeira paz.
ranamente a confissão explícita. Felizmente, uma má confissão pode ser corrigida com facilidade,
Urna �e�soa gravemente doente. que esteja tão fraca que não desde que o penitente decida emendar-se. Basta que diga ao sacer
possa especificar os seus pecados. pode receber o sacramento da Peni dote: "Certa vez fiz uma má confissão e agora quero corrigi-la".
tência simples�ente manifestando que pecou e que se arrepende do� O confessor tomará esta declaração como ponto de partida e, inter
pecados cometidos. Pode-se absolver um grupo numeroso de solda rogando com compreensão, ajudará o pecador a descarregar-se do
dos, à hora de entrarem em combate, se manifestam em termos e-erais �cu pecado.
a sua culpa e, ao mesmo tempo, a sua contrição: mas, em cas� s de É necessário sublinhar a frase "interrogando com compreen
...
eme�gencta como estes ou outros análogos, previstos pelas leis da �ão." A nossa relutância em confessar uma ação vergonhosa será
IgreJa, o pecador continua obrigado a manifestar em detalhe os pe muito menor se tivermos presente que aquele a quem nos dirigimos
cados mortais d a p�óxima vez que for confessar-se. Se alguém está cheio de compreensão e afeto. O sacerdote sentado do outro
r�cebesse uma �bsolvtção coletiva - nos casos muito especiais pre lado da grade do confessionário não está cheio de si nem disposto
vistos pela IgreJa - e não tivesse o propósito de confessar indivi a franzir o sobrolho a cada falta que lhe comuniquemos, Ele tam
d � almente, num a próxim � confissão individual, os pecados mortais bém é humano, Ele também se confessa, Em vez de nos desprezar
nao acusados, nao_ recehena o sacramento da Penitência. Teria feito pelo que temos a dizer-lhe, admirará a humildade com que estaremos
um ato inválido. vencendo a nossa vergonha. Quanto maior for o nosso pecado, mais
. Aplica-se ? � esmo princípio quando alguém se esquece de men
alegria daremos ao sacerdote com o nosso arrependimento. Se o
CIOnar n � conf1ssao um ou mais pecados mortais que tenha cometido. sacerdote chegasse a saber quem é o penitente, seu apreço por ele
Se �epOis se recorda desse pecado, deve mencioná-lo na próxima não diminuiria; ao contrário, aumentaria pela sinceridade e confiança
conftssao,_ mas não é necessário que corra imediatamente ao confes depositada no confessor.
sor, e, entretanto, pode Ftproximar-se da comunhão. Devido à con
trição universal do penitente, o pecado por ele esquecido já foi indi- J\ parte estas considerações, sabemos - e é algo reconfortante
para todos - que os pecados que dizemos em confissão estão cobertos
ACUSAÇAO DOS PECADOS 337
CAPÍTULO XXXI
rctamente perdoado; fica apenas a obrigação de mencioná-lo, se o
recorda, na confissão seguinte, para que seja diretamente perdoado.
Seria de uma grande insensatez angustiar-se indevidamente à hora
de preparar a confissão ou inquietar·se por medo de esquecer aci
dentamente algum pecado, Mais insensato ainda seria deixar-se per
turbar por vagas inquietações acerca de confissões passadas. Deus é
justo juiz, mas não um juiz tirano. Tudo o que nos pede é que
usemos- dos meios razoáveis para fazer uma boa confissão. Não nos
pedirá contas das inevitáveis fragilidades humanas, tais como a má
memória.
Uma só coisa pode viciar a nossa confissão e torná-la "má" ou
sacrilega: omitir consciente e deliberadamente a manifestação de um
pecado que temos a certeza de ser mortal e que deveríamos confessar.
Proceder assim é não querer cumprir uma das condições que Deus
ACUSAÇÃO DOS PECADOS nos pede para nos conceder o seu perdão. Se não nos "abrimos" a
Deus, Deus não abrirá o seu tribunal ao perdão.
O trágico de uma má confissão é que produz uma reação em
cadeia de pecados. A não ser que - e até que - retifiquemos a
Nosso Senhor Jesus Cristo quis que o sacramento da Penitência
fosse também um ato de penitência, um ato de humildade; mas não
que se tornasse um peso intolerável para os membros do seu rehanho. confissão inválida, cada confissão e cada comunhão posteriores serão
tlm novo sacrilégio, e um novo pecado se acrescentará ao anterior .
. É verdade que tod?� os pecados mortais cometidos depois do
Com o passar do tempo, a consciência poderá insensibilizar-se, mas
�at1smo devem ser exphcJtamente confessados, e este princípio é vá
hd ? mesmo quando, por necessidade urgente, é prcdso adiar tempo nunca poderá ter verdadeira paz.
ranamente a confissão explícita. Felizmente, uma má confissão pode ser corrigida com facilidade,
Urna �e�soa gravemente doente. que esteja tão fraca que não desde que o penitente decida emendar-se. Basta que diga ao sacer
possa especificar os seus pecados. pode receber o sacramento da Peni dote: "Certa vez fiz uma má confissão e agora quero corrigi-la".
tência simples�ente manifestando que pecou e que se arrepende do� O confessor tomará esta declaração como ponto de partida e, inter
pecados cometidos. Pode-se absolver um grupo numeroso de solda rogando com compreensão, ajudará o pecador a descarregar-se do
dos, à hora de entrarem em combate, se manifestam em termos e-erais �cu pecado.
a sua culpa e, ao mesmo tempo, a sua contrição: mas, em cas� s de É necessário sublinhar a frase "interrogando com compreen
...
eme�gencta como estes ou outros análogos, previstos pelas leis da �ão." A nossa relutância em confessar uma ação vergonhosa será
IgreJa, o pecador continua obrigado a manifestar em detalhe os pe muito menor se tivermos presente que aquele a quem nos dirigimos
cados mortais d a p�óxima vez que for confessar-se. Se alguém está cheio de compreensão e afeto. O sacerdote sentado do outro
r�cebesse uma �bsolvtção coletiva - nos casos muito especiais pre lado da grade do confessionário não está cheio de si nem disposto
vistos pela IgreJa - e não tivesse o propósito de confessar indivi a franzir o sobrolho a cada falta que lhe comuniquemos, Ele tam
d � almente, num a próxim � confissão individual, os pecados mortais bém é humano, Ele também se confessa, Em vez de nos desprezar
nao acusados, nao_ recehena o sacramento da Penitência. Teria feito pelo que temos a dizer-lhe, admirará a humildade com que estaremos
um ato inválido. vencendo a nossa vergonha. Quanto maior for o nosso pecado, mais
. Aplica-se ? � esmo princípio quando alguém se esquece de men
alegria daremos ao sacerdote com o nosso arrependimento. Se o
CIOnar n � conf1ssao um ou mais pecados mortais que tenha cometido. sacerdote chegasse a saber quem é o penitente, seu apreço por ele
Se �epOis se recorda desse pecado, deve mencioná-lo na próxima não diminuiria; ao contrário, aumentaria pela sinceridade e confiança
conftssao,_ mas não é necessário que corra imediatamente ao confes depositada no confessor.
sor, e, entretanto, pode Ftproximar-se da comunhão. Devido à con
trição universal do penitente, o pecado por ele esquecido já foi indi- J\ parte estas considerações, sabemos - e é algo reconfortante
para todos - que os pecados que dizemos em confissão estão cobertos
338
A CO:\F ISS.\0
ACl'SAÇAO DOS I'EC.\DOS 339
pelo mais estrito vínculo de segredo que existe na terra.
Este vínculo
de segredo - "o sigilo sacramental" - proíbe o sacerd ·nstituído para perdoar os pecados cometidos depois do Batismo. A
por qualquer motivo, sem exceçüo alguma. o
ote de revelar
que lhe foi dito em �essoa que 1úo tivesse cometido abso�utamcnte ne thum pecado �ãe
:
confissão. O penitente é o único que pode
dispensar o sacerdote poderia receber o sacramento da Pcmtenc1a, �01s n:w havena matena
deste sigilo. Nem mesmo ao próprio penitente sobre a qual o sacramento pudesse atuar. e e cr<.:nça comum que so
pode o sacerdote men
cionar fora da confissão as faltas de que tomo mente a Virgem Maria foi o ser humano adulto que jJmais cometeu
u conhecimento, a não
sa que o penitente assim o deseje e declare.
Meno s ainda pode , pois, 0 mais leve pec1do venial. (Evidentem�nte, Jesus Cristo, como ho
o sacerdote aludi r a esses temas diant e de tercei mem, esteve tambón livre de pecado.)
ras pessoas, parentes,
amigos ou colegas. Se não temos pecados morta is a confessar, acusar-nos de um
O sacerdote está decidido a enfrentar a morte ou mais pecado� v.:niais - de que estejamos verdadeiramente
ou. o que é pior, arre
as acusações falsas e a desonra, antes que viola pendidos - dar-nos-á condir;õcs para receber o sacramento
r o sigilo da confissão. da Peni
No decorrer da histó ria. muitos sacerdotes tência e as graças correspondentes. Se não pudermos record
se viram obrigados a agir ar-nos
assim. Um sacerdote não pode revelar o sequer de um pecado venia l cometido depois da últim
que lhe disseram na con a confissão,
fissão sacramental nem mesmo para salvar então podemos voltar a confcssrtr algum pecado da nossa
o mundo inteiro da des vida pas
truição. Se porventura violasse o sigilo sacra sada.
mental, seria condenado
com o mais estrito tipo de excomunhão que Pode �er um pecado confessado c ahsolvido há
a Igreja pode infligir. muito tempo;
De passagem, diremos que esta obrigação afeta mas aqui e <:!gora tornanws a recordá-lo c renov
também os leigos. amos a nossa dor
Se alguém chega a ouvir algo que um penit de coraçüo por tê-lo comdidn. O pecado passa
ente c�teja dizendo na do mais a contriçiJo
confissão, é obrigado a não revelar jama is prc�cnte dar-nos-ão condi�/)'-'S para recch...< 'rmos
c em hipótese nenhuma a absolvição e as gra
aquilo que ouviu . Fazê-lo seria um pecad ças do sacramento.
o grave. Nem mesmo Neste caso, a nossa confissão será mais
pode mencioná-lo à pessoa a quem ouviu ou menos assim: "Aben
confessar-se. O penitente çoe-me, padre, porque pequei. Confessei
é o único que não está preso ao sigilo da -me há uma semana. Nüo
confissão: mas mesmo ele me recordo de ter cometido nenhum
deve abster-se de comentar com outros o pecado desde então, mas arre
que disse em confissão, a pendo-me dos pecados que possa ter
menos que seja necessário. esquecido e de todos os pecados
da minh a vida passJda. especialmente
dos meus pecados de ira" (por
É fácil ver que são raros os casos de exemplo) .
confissões sacrílegas, quer
por se ocultar um pecado mortal, quer
por não haver verdadeiro
arrependimento. É difícil que alguém se De fato, esta é a fórmula adequada
dedique a perder o tempo para qual quer confissão:
fazendo algo que sabe ser pior do que não começar com a saudação e o sinal
confessar-se, além de ser da cruz, e, depois de ter recebido
inútil . a bênção do sacerdote, mencion
ar o tempo transcorrido desde a noss
últim a confissão, e terminar a
Também é fácil verificar que a maio ria com a inclusão dos nossos pecados da
das pessoas que rece vida passada de que estejamo
bem com frequência o sacramento da Penit s part icula rmente contritos. Assim,
ência não costumam ter acontece que os pecados agor se
pecados mort ais a confessar. A graç a espec a mencionados não são realmente
ial deste sacramento for cados, mas apenas imperfe pe
talece-nos contra as tentações e cria as resist ições, a inclusão de algum pecado do
ências da alma ao peca sado hab ilita o sacerdot pas
do, muit o mais do que as vitaminas em relaç e a dar-nos a absolvição e nós pod
ão às infecções do corpo. ber as graças do sacr emos rece
Seria um grande erro negligenciar a confi amento. Se o penitente se conf
ssão frequente sob o pre esquecido as oraçôes essa de ter
texto de que não temos pecados mortais de da man hã dua s vezes. de ter per
que acusar�nos: precisa� d? domingo por doen dido a Missa
mente essa confissão frequente nos faz ça e de ter conversado três veze
receber as graças necessárias nao acrescenta mais s na igreja, e
para evitar o pecado mortal com maio r
sacramento da Penitência confere à alma
segurança. Mais ainda , o
que está livre de pecado
h lo e os
nad a, o sacerdote nào pode dar-lhe
� Il_l � sem fazer algumas pergunta
_
a absolvição,
s. N:1ma confissão assim, não
a evtdcncia real de pecado. Não é pec
mortal um aumento de graça santificant ado esquecer as orações da
e, um crescimento em vida man hã; mai s aind a.
interior que não podemos despreza é evid ente que não se pode com
r. gum se realmente eter pecado al
No entanto, para se poder receber houve esquecimento. Para que um
este sacramento, é necessário cado, é preciso que a coisa seja pe
confessar algum pecado atua ], porq
ue o sacramento da Penitência foi a má ação seja conhecida c intencio
não é pecado omi nal. Também
tir a Missa de domingo por doen
ça ou por outr a
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A CO:\F ISS.\0
ACl'SAÇAO DOS I'EC.\DOS 339
pelo mais estrito vínculo de segredo que existe na terra.
Este vínculo
de segredo - "o sigilo sacramental" - proíbe o sacerd ·nstituído para perdoar os pecados cometidos depois do Batismo. A
por qualquer motivo, sem exceçüo alguma. o
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que lhe foi dito em �essoa que 1úo tivesse cometido abso�utamcnte ne thum pecado �ãe
:
confissão. O penitente é o único que pode
dispensar o sacerdote poderia receber o sacramento da Pcmtenc1a, �01s n:w havena matena
deste sigilo. Nem mesmo ao próprio penitente sobre a qual o sacramento pudesse atuar. e e cr<.:nça comum que so
pode o sacerdote men
cionar fora da confissão as faltas de que tomo mente a Virgem Maria foi o ser humano adulto que jJmais cometeu
u conhecimento, a não
sa que o penitente assim o deseje e declare.
Meno s ainda pode , pois, 0 mais leve pec1do venial. (Evidentem�nte, Jesus Cristo, como ho
o sacerdote aludi r a esses temas diant e de tercei mem, esteve tambón livre de pecado.)
ras pessoas, parentes,
amigos ou colegas. Se não temos pecados morta is a confessar, acusar-nos de um
O sacerdote está decidido a enfrentar a morte ou mais pecado� v.:niais - de que estejamos verdadeiramente
ou. o que é pior, arre
as acusações falsas e a desonra, antes que viola pendidos - dar-nos-á condir;õcs para receber o sacramento
r o sigilo da confissão. da Peni
No decorrer da histó ria. muitos sacerdotes tência e as graças correspondentes. Se não pudermos record
se viram obrigados a agir ar-nos
assim. Um sacerdote não pode revelar o sequer de um pecado venia l cometido depois da últim
que lhe disseram na con a confissão,
fissão sacramental nem mesmo para salvar então podemos voltar a confcssrtr algum pecado da nossa
o mundo inteiro da des vida pas
truição. Se porventura violasse o sigilo sacra sada.
mental, seria condenado
com o mais estrito tipo de excomunhão que Pode �er um pecado confessado c ahsolvido há
a Igreja pode infligir. muito tempo;
De passagem, diremos que esta obrigação afeta mas aqui e <:!gora tornanws a recordá-lo c renov
também os leigos. amos a nossa dor
Se alguém chega a ouvir algo que um penit de coraçüo por tê-lo comdidn. O pecado passa
ente c�teja dizendo na do mais a contriçiJo
confissão, é obrigado a não revelar jama is prc�cnte dar-nos-ão condi�/)'-'S para recch...< 'rmos
c em hipótese nenhuma a absolvição e as gra
aquilo que ouviu . Fazê-lo seria um pecad ças do sacramento.
o grave. Nem mesmo Neste caso, a nossa confissão será mais
pode mencioná-lo à pessoa a quem ouviu ou menos assim: "Aben
confessar-se. O penitente çoe-me, padre, porque pequei. Confessei
é o único que não está preso ao sigilo da -me há uma semana. Nüo
confissão: mas mesmo ele me recordo de ter cometido nenhum
deve abster-se de comentar com outros o pecado desde então, mas arre
que disse em confissão, a pendo-me dos pecados que possa ter
menos que seja necessário. esquecido e de todos os pecados
da minh a vida passJda. especialmente
dos meus pecados de ira" (por
É fácil ver que são raros os casos de exemplo) .
confissões sacrílegas, quer
por se ocultar um pecado mortal, quer
por não haver verdadeiro
arrependimento. É difícil que alguém se De fato, esta é a fórmula adequada
dedique a perder o tempo para qual quer confissão:
fazendo algo que sabe ser pior do que não começar com a saudação e o sinal
confessar-se, além de ser da cruz, e, depois de ter recebido
inútil . a bênção do sacerdote, mencion
ar o tempo transcorrido desde a noss
últim a confissão, e terminar a
Também é fácil verificar que a maio ria com a inclusão dos nossos pecados da
das pessoas que rece vida passada de que estejamo
bem com frequência o sacramento da Penit s part icula rmente contritos. Assim,
ência não costumam ter acontece que os pecados agor se
pecados mort ais a confessar. A graç a espec a mencionados não são realmente
ial deste sacramento for cados, mas apenas imperfe pe
talece-nos contra as tentações e cria as resist ições, a inclusão de algum pecado do
ências da alma ao peca sado hab ilita o sacerdot pas
do, muit o mais do que as vitaminas em relaç e a dar-nos a absolvição e nós pod
ão às infecções do corpo. ber as graças do sacr emos rece
Seria um grande erro negligenciar a confi amento. Se o penitente se conf
ssão frequente sob o pre esquecido as oraçôes essa de ter
texto de que não temos pecados mortais de da man hã dua s vezes. de ter per
que acusar�nos: precisa� d? domingo por doen dido a Missa
mente essa confissão frequente nos faz ça e de ter conversado três veze
receber as graças necessárias nao acrescenta mais s na igreja, e
para evitar o pecado mortal com maio r
sacramento da Penitência confere à alma
segurança. Mais ainda , o
que está livre de pecado
h lo e os
nad a, o sacerdote nào pode dar-lhe
� Il_l � sem fazer algumas pergunta
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a absolvição,
s. N:1ma confissão assim, não
a evtdcncia real de pecado. Não é pec
mortal um aumento de graça santificant ado esquecer as orações da
e, um crescimento em vida man hã; mai s aind a.
interior que não podemos despreza é evid ente que não se pode com
r. gum se realmente eter pecado al
No entanto, para se poder receber houve esquecimento. Para que um
este sacramento, é necessário cado, é preciso que a coisa seja pe
confessar algum pecado atua ], porq
ue o sacramento da Penitência foi a má ação seja conhecida c intencio
não é pecado omi nal. Também
tir a Missa de domingo por doen
ça ou por outr a
340 A CONFISSÃO PECADO E CASTIGO 341
v�nial também merece. Este çastigo temporal e a reparação que de· Quanto mais intensa for a nossa dor ao confessar-nos, menos
vemos oferecer a Deus (pelos méritos de Cristo) por termos violado teremos que pagar a Deus depois, como castigo tet?poral. Mas nem
a sua justiça, mesmo depois de perdoado o pecado: é a satisfação nosso confessor nem nós mesmos podemos avaliar adequadamente
que oferecemos a Deus por nossas insuficiências na intensidade da �sta intensidade. Só Deus pode ver o coração humano e só Ele
dor por nossos pecados. Pagamos este débito com os sofrimentos sabe num determinado momento qual a nossa divida para com Ele.
do purgatório, a não ser que o cancelemos nesta vida (como facil Por isso o sacerdote impõe·nos sempre uma penitência para ser cum
mente está ao nosso alcance) mediante adequadas obras de peni· prida depois da confissão: rezar certas orações ou praticar certas
téncia. obras. Para que a nossa confissão seja boa, devemos aceitar a pe
nitência que o sacerdote nos prescreve e ter a intenção de cumpri-la
Há uma diferença notável entre os sacramentos do Batismo e no tempo que ele nos fixar.
da Penitência quanto aos respectivos efeitos sobre o castigo temporal. A medida da penitência dependerá da gravidade dos pecados
O Batismo é um renascimento espiritual, um começar a vida outra confessados; quanto maior for o número e a gravidade dos pecados
vez. Quando um adulto é batizado, não só se apagam os pecados cometidos, será lógico esperar uma penitência maior. Mas o con
mortais, juntamente com o pecado original e o castigo eterno por fessor não deseja impor uma penitência que supere a capacidade
eles. devido, como também todo o castigo temporal por eles mere· do penitente. Se alguma vez nos é prescrita uma penitência que nos
cido. Quem morresse imediatamente depois do batismo iria para o parece impossível de cumprir, seja por que motivo for, devemos di
céu nesse mesmo instante. E isto seria assim mesmo que a dor dos zê·lo ao sacerdote, -e ele a ajustará convenientemente.
pecados cometidos antes do batismo fosse imperfeita. Uma vez prescrita a penitência, temos obrigação em consciência
Mas a pessoa que morresse logo depois de se confessar, não de cumpri-la e de cumpri-la do modo que nos foi prescrita. Por
iria imediatamente para o céu necessariamente. Enquanto o castigo exemplo, se me foi dito que fizesse um ato de fé, esperança e caridade
eterno devido pelo pecado é perdoado por completo no sacramento uma vez ao dia durante uma sLmana, não seria correto "liquidar" o
da Penitência, a porção do castigo temporal cancelada dependerá da assunto rezando os sete atos de uma vez.
perfeição da dor que o penitente tiver tido. Quanto mais ardente Negligenciar deliberadamente o cumprimento da penitência seria
tenha sido a sua contrição, menor satisfação lhe restará por oferecer pecado mortal, se se tratasse de uma penitência grave imposta por
aqui ou no purgatório. pecados graves. Negligenciar uma penitência leve seria um pecado
Uma historieta (não da vida real, claro) ilustrará este ponto. venial. É claro que esquecer-se dela não é pecado, pois ninguém
Conta-se de um homem que foi confessar-se depois de viver muitos pode pecar por ter memória fraca. Se nos esquecemos de cumprir
anos afastado de Deus. Em penitência, o sacerdote prescreveu-lhe a penitência, acontece simplesmente que a dívida temporal, da qual
que rezasse um terço todos os dias durante um mês. O penitente a penitência nos teria absolvido, permanece ainda em nosso débito.
exclamou: "Como é possível, se fui ingrato com Deus tantos anos! Por es-ta razão, deveríamos acostumar-nos a cumpri-la imediatamente
Com certeza absoluta tenho que fazer muito mais do que isso!". após a confissão, a não ser oue o confessor rios indique outra oca
"Se você está tão arrependido - respondeu-lhe o sacerdote -, talvez sião para fazê-lo.
um terço diário durante uma semana seja suficiente". Então o pe·
nitente, comovido, corne�ou a chorar: "Quanto Deus me amou, Deve·-se recordar que a .penitência prescrita na confissão tem uma
quanto suportou a minha ingratidão e os meus pecados! Nüo há eficácia especial para pagar a dívida de castigo temporal, por ser
nada que eu não fizcs:-.e por Ele agora''. "Se está tclo arrependido parte do sacramento da Penitência. Devemos, claro está, fazer vo
replicou o sacerdote �. hasta que reze cinco pai·nossos e cinco ave l��t � riamente outros atos de penitência. Todas as nossas obras me
-marias uma só vez". ntonas podem ser oferecidas em satisfação dos nossos pecados, e é
.
Esta história realça a importância das nossas disposiçôcs intc· conve mente fazê�lo assim; e não somente as orações que rezamos,
riorcs na recepçüo do sacramento da Penitência. Quanto mais pro· as � .
1ssas que oferecemos, ou os atos de religião ou de caridade que
funda for a nossa dor c mais nos sentirmos movidos por um desin· praticamos, mas todas e cada uma de nossas ações praticadas n o
tcressado amor a Deus, menos "relíquias" do pecado restarão; menos decorrer d a nossa jornada centrada e m Cristo; quer dizer, todas
dívidas de castigo temporal nos ficarão, sem dúvida, por satisfazer as açoes � (exceto as más, evidentemente) realizadas em estado do;
com satisfação penitenciai. graça e com um sentido de oferenda a Deus. Estas acõcs ganham·
A CONF1SS.\U
!'E C.\DO E CAST!Cü 3�3
v�nial também merece. Este çastigo temporal e a reparação que de· Quanto mais intensa for a nossa dor ao confessar-nos, menos
vemos oferecer a Deus (pelos méritos de Cristo) por termos violado teremos que pagar a Deus depois, como castigo tet?poral. Mas nem
a sua justiça, mesmo depois de perdoado o pecado: é a satisfação nosso confessor nem nós mesmos podemos avaliar adequadamente
que oferecemos a Deus por nossas insuficiências na intensidade da �sta intensidade. Só Deus pode ver o coração humano e só Ele
dor por nossos pecados. Pagamos este débito com os sofrimentos sabe num determinado momento qual a nossa divida para com Ele.
do purgatório, a não ser que o cancelemos nesta vida (como facil Por isso o sacerdote impõe·nos sempre uma penitência para ser cum
mente está ao nosso alcance) mediante adequadas obras de peni· prida depois da confissão: rezar certas orações ou praticar certas
téncia. obras. Para que a nossa confissão seja boa, devemos aceitar a pe
nitência que o sacerdote nos prescreve e ter a intenção de cumpri-la
Há uma diferença notável entre os sacramentos do Batismo e no tempo que ele nos fixar.
da Penitência quanto aos respectivos efeitos sobre o castigo temporal. A medida da penitência dependerá da gravidade dos pecados
O Batismo é um renascimento espiritual, um começar a vida outra confessados; quanto maior for o número e a gravidade dos pecados
vez. Quando um adulto é batizado, não só se apagam os pecados cometidos, será lógico esperar uma penitência maior. Mas o con
mortais, juntamente com o pecado original e o castigo eterno por fessor não deseja impor uma penitência que supere a capacidade
eles. devido, como também todo o castigo temporal por eles mere· do penitente. Se alguma vez nos é prescrita uma penitência que nos
cido. Quem morresse imediatamente depois do batismo iria para o parece impossível de cumprir, seja por que motivo for, devemos di
céu nesse mesmo instante. E isto seria assim mesmo que a dor dos zê·lo ao sacerdote, -e ele a ajustará convenientemente.
pecados cometidos antes do batismo fosse imperfeita. Uma vez prescrita a penitência, temos obrigação em consciência
Mas a pessoa que morresse logo depois de se confessar, não de cumpri-la e de cumpri-la do modo que nos foi prescrita. Por
iria imediatamente para o céu necessariamente. Enquanto o castigo exemplo, se me foi dito que fizesse um ato de fé, esperança e caridade
eterno devido pelo pecado é perdoado por completo no sacramento uma vez ao dia durante uma sLmana, não seria correto "liquidar" o
da Penitência, a porção do castigo temporal cancelada dependerá da assunto rezando os sete atos de uma vez.
perfeição da dor que o penitente tiver tido. Quanto mais ardente Negligenciar deliberadamente o cumprimento da penitência seria
tenha sido a sua contrição, menor satisfação lhe restará por oferecer pecado mortal, se se tratasse de uma penitência grave imposta por
aqui ou no purgatório. pecados graves. Negligenciar uma penitência leve seria um pecado
Uma historieta (não da vida real, claro) ilustrará este ponto. venial. É claro que esquecer-se dela não é pecado, pois ninguém
Conta-se de um homem que foi confessar-se depois de viver muitos pode pecar por ter memória fraca. Se nos esquecemos de cumprir
anos afastado de Deus. Em penitência, o sacerdote prescreveu-lhe a penitência, acontece simplesmente que a dívida temporal, da qual
que rezasse um terço todos os dias durante um mês. O penitente a penitência nos teria absolvido, permanece ainda em nosso débito.
exclamou: "Como é possível, se fui ingrato com Deus tantos anos! Por es-ta razão, deveríamos acostumar-nos a cumpri-la imediatamente
Com certeza absoluta tenho que fazer muito mais do que isso!". após a confissão, a não ser oue o confessor rios indique outra oca
"Se você está tão arrependido - respondeu-lhe o sacerdote -, talvez sião para fazê-lo.
um terço diário durante uma semana seja suficiente". Então o pe·
nitente, comovido, corne�ou a chorar: "Quanto Deus me amou, Deve·-se recordar que a .penitência prescrita na confissão tem uma
quanto suportou a minha ingratidão e os meus pecados! Nüo há eficácia especial para pagar a dívida de castigo temporal, por ser
nada que eu não fizcs:-.e por Ele agora''. "Se está tclo arrependido parte do sacramento da Penitência. Devemos, claro está, fazer vo
replicou o sacerdote �. hasta que reze cinco pai·nossos e cinco ave l��t � riamente outros atos de penitência. Todas as nossas obras me
-marias uma só vez". ntonas podem ser oferecidas em satisfação dos nossos pecados, e é
.
Esta história realça a importância das nossas disposiçôcs intc· conve mente fazê�lo assim; e não somente as orações que rezamos,
riorcs na recepçüo do sacramento da Penitência. Quanto mais pro· as � .
1ssas que oferecemos, ou os atos de religião ou de caridade que
funda for a nossa dor c mais nos sentirmos movidos por um desin· praticamos, mas todas e cada uma de nossas ações praticadas n o
tcressado amor a Deus, menos "relíquias" do pecado restarão; menos decorrer d a nossa jornada centrada e m Cristo; quer dizer, todas
dívidas de castigo temporal nos ficarão, sem dúvida, por satisfazer as açoes � (exceto as más, evidentemente) realizadas em estado do;
com satisfação penitenciai. graça e com um sentido de oferenda a Deus. Estas acõcs ganham·
344 A CO:\FIS S.-\.0
-nos méritos para o céu e ao mesmo tempo são aceitas como satis· CAPÍTULO XXXII
fação pelos nossos pecados.
Não obstante, oração por oração e obra por obra, nada nos A PEXA 'l'E:\IPOlL\L E ,\S I�DULGÊNCIAS
pode dar maior certeza de satisfazermos por nossos pecados do que
a penitência que nos é imposta na confissão. Estas penitências ofi
ciais têm uma eficácia sacramental, um poder de reparação que ne
nhuma penitência espontânea pode igualar.
É oportuno recordar que nenhuma de nossas obras de penitên
I .
cia teria valor algum diante de Deus se Jesus Cristo já não tivesse
pago pelos nossos pecados. A reparação oferecida por Jesus Cristo
na Cruz é infinita, mais do que suficiente para pagar a totalidade
da dJvida espiritual de toda a humanidade. Mas Deus, por um de
sígnio expresso, quer que partilhemos com Cristo a sua obra de
satisfação pelos pecados. Deus aplica os méritos de Cristo à nossa
dívida de castig6 temporal na medida da nossa disposição de fazer
penitência. O valor real das nossas penitências pessoais é insignifi AS JNDULGf:NCIAS ..
I,
cante aos olhos de Deus, mas esse valor torna-se enorme quando
unido aos méritos de Jesus Cristo. As indulgências proporcionam-nos um modo acessível e provei
"' toso de podermos satisfazer pelo çastigo temporaL que ficamos de
Este motivo permite que as nossas orações, boas obras e sofri
mentos possam ser oferecidos em satisfação pelos pecados dos outros, vendo depois de os nossos pecados terem sido perdoados. Podemos
além dos nossos. Deus quer que participemos na obra de redenção. ganhar indulgências todos .as dias. Sabemos que abreviam o nosso
É parte do privilégio de sermos membros do Corpo Místico de Cristo purgatório. Talvez sejamos até capazes de citar de cor a sua defi
podermos satisfazer com Ele o castigo temporal devido pelos peca Jt
nição no catecismo: "Indulgência é a remissão da,_P!'na .. !mJLorãf
dos dos outros. Conscientes desta possibilidade, devemos aproveitar devida .!'.elos nossos pecaâos Ja perdoados qgarrto à culpa, quea
as oportunidades. Em cada doença (inclusive nessa ligeira dor de Igreja_conct:de _fora. do sacramento aa· Peilitência':.
cabeça de hoje), em cada frustração, em cada contrariedade, sabere Mas alguma vez você tentou explicar a doutrina das indulgên
mos ver a matéria prima da qual temos que tirar satisfação pelos cias a um amigo não católico? Saberá então por experiência que
pecados e salvar almas. E nunca nos assaltará a tentação (rara, não é tarefa fácil. Em primeiro lugar, há todo um emaranhado de
certamente) de pensar que o confessor nos impôs uma penitência mui mal-entendidos por esclarecer. A própria palavra "indulgência" veio
to grande. Se nós não necessitamos dela, em algum lugar existe a adquirir nos nossos tempos uma conotação ligeiramente desfavo
uma alma que dela precisa. rável. Uma mãe indulgénte parece ser aquela que deixa os filhos
fazerem o que lhes apetece; uma pessoa indulgente consigo própria
será aquela que se abandona aos instintos, que despreza as motiva
I
ções mais nobres. Em resumo, a palavra "indulgência" significa hoje
certo relaxamento moral, certa degradação dos ideais.
�or �sso, normalmente temos que começar por explicar as indul
,..
gencJas dizendo o que elas não são. E evidente que uma indulgência
mio é nenhuma licença para pecar, como não é nenhum perdão dos
.. l
pecados cometidos. Na verdade, as indulgências nada têm a ver com
os pecados enquanto tais. As indulgências dizem respeito unica
mente à pena temporal que devemos a Deus depois de os nossos
pecados terem sido perdoados no sacramento da Penitência (ou por
um ato de �ontrição perfeita). É preciso frisar, pois, que só pode ga
nhar uma mdulgência quem estiver em estado de graça santificante.
344 A CO:\FIS S.-\.0
-nos méritos para o céu e ao mesmo tempo são aceitas como satis· CAPÍTULO XXXII
fação pelos nossos pecados.
Não obstante, oração por oração e obra por obra, nada nos A PEXA 'l'E:\IPOlL\L E ,\S I�DULGÊNCIAS
pode dar maior certeza de satisfazermos por nossos pecados do que
a penitência que nos é imposta na confissão. Estas penitências ofi
ciais têm uma eficácia sacramental, um poder de reparação que ne
nhuma penitência espontânea pode igualar.
É oportuno recordar que nenhuma de nossas obras de penitên
I .
cia teria valor algum diante de Deus se Jesus Cristo já não tivesse
pago pelos nossos pecados. A reparação oferecida por Jesus Cristo
na Cruz é infinita, mais do que suficiente para pagar a totalidade
da dJvida espiritual de toda a humanidade. Mas Deus, por um de
sígnio expresso, quer que partilhemos com Cristo a sua obra de
satisfação pelos pecados. Deus aplica os méritos de Cristo à nossa
dívida de castig6 temporal na medida da nossa disposição de fazer
penitência. O valor real das nossas penitências pessoais é insignifi AS JNDULGf:NCIAS ..
I,
cante aos olhos de Deus, mas esse valor torna-se enorme quando
unido aos méritos de Jesus Cristo. As indulgências proporcionam-nos um modo acessível e provei
"' toso de podermos satisfazer pelo çastigo temporaL que ficamos de
Este motivo permite que as nossas orações, boas obras e sofri
mentos possam ser oferecidos em satisfação pelos pecados dos outros, vendo depois de os nossos pecados terem sido perdoados. Podemos
além dos nossos. Deus quer que participemos na obra de redenção. ganhar indulgências todos .as dias. Sabemos que abreviam o nosso
É parte do privilégio de sermos membros do Corpo Místico de Cristo purgatório. Talvez sejamos até capazes de citar de cor a sua defi
podermos satisfazer com Ele o castigo temporal devido pelos peca Jt
nição no catecismo: "Indulgência é a remissão da,_P!'na .. !mJLorãf
dos dos outros. Conscientes desta possibilidade, devemos aproveitar devida .!'.elos nossos pecaâos Ja perdoados qgarrto à culpa, quea
as oportunidades. Em cada doença (inclusive nessa ligeira dor de Igreja_conct:de _fora. do sacramento aa· Peilitência':.
cabeça de hoje), em cada frustração, em cada contrariedade, sabere Mas alguma vez você tentou explicar a doutrina das indulgên
mos ver a matéria prima da qual temos que tirar satisfação pelos cias a um amigo não católico? Saberá então por experiência que
pecados e salvar almas. E nunca nos assaltará a tentação (rara, não é tarefa fácil. Em primeiro lugar, há todo um emaranhado de
certamente) de pensar que o confessor nos impôs uma penitência mui mal-entendidos por esclarecer. A própria palavra "indulgência" veio
to grande. Se nós não necessitamos dela, em algum lugar existe a adquirir nos nossos tempos uma conotação ligeiramente desfavo
uma alma que dela precisa. rável. Uma mãe indulgénte parece ser aquela que deixa os filhos
fazerem o que lhes apetece; uma pessoa indulgente consigo própria
será aquela que se abandona aos instintos, que despreza as motiva
I
ções mais nobres. Em resumo, a palavra "indulgência" significa hoje
certo relaxamento moral, certa degradação dos ideais.
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,..
gencJas dizendo o que elas não são. E evidente que uma indulgência
mio é nenhuma licença para pecar, como não é nenhum perdão dos
.. l
pecados cometidos. Na verdade, as indulgências nada têm a ver com
os pecados enquanto tais. As indulgências dizem respeito unica
mente à pena temporal que devemos a Deus depois de os nossos
pecados terem sido perdoados no sacramento da Penitência (ou por
um ato de �ontrição perfeita). É preciso frisar, pois, que só pode ga
nhar uma mdulgência quem estiver em estado de graça santificante.
340 A PENA TEMPORAL
E AS IND ULG JlNC IAS
34i
D�pois de esclarec�r os mal-entendidos,
o nosso objetivo seguin
t� sera d�r uma exphc ç _ o positiva tituiçfto "Indulgentiarum doctrina", de Paulo VI) . Uma indulgência
\
de t rez�n tos dias. por exemplo, não queria dizer trezentos dias menos
. � � da natureza das indulgências.
Lm pnmetr passo ons1sttr ,
a em demonstrar o direito que a
1w purgatório.
? �
tem de remtr o casttgo te poral que Igreja Queria dizer que esse ato de piedade reduzia tanta
� devemos a Deus pelos nossos pena t;mporal quanta a que seria remida se a pessoa,
pcc�dos perdoados. Para Isso, basta segundo a
I
recordar as palavras de Cristo
3 Sa� Pedro e antiga disciplina da Igreja, fizesse trezentos dias de penitência pública.
aos sucessores de São Pedro, os
I
que hga �es na terra será �ig do nos Papas: "Tudo 0
. � céus, e tudo o que desligares na No plano salvífico de Deus, nem uma só oração, nem uma lá
terra sera desligad o nos ceus ' (Mt . 16, 19) ; e qua
vras repetidas numa ocasião pos se as mesmas pala orima de arrependimento, nem uma picada de dor se perdem: até o
como aos seus sucessores, aos bisp
terior a todos os Apóstolos bem �1cnor m�rito satisfatório que uma pessoa possa ganhar e de que
os da Igreja Católica (Mt 18, 18) não precise para os seus próprios pecados, junta-se ao tesouro de
T:sus pronun�wu essas palavras .
sem acrescentar condições ou exc méritos de que a Igreja pode dispor para atender
,oes, quer dizer, deu à sua Igre e- às necessidades
ja o poder de tirar da alma dos espirituais de seus filhos, unidos uns aos outros,
homens qualque impedimento intimamente, pelo
� que dificultasse a sua entrada no
\
vínculo da Comunhão dos Santos. Este grande depós
Este poder InclUI, portanto, não céu. ito de satisfa
só o de perdoar os pecados, que <;ão acumu lada está à nossa disposição para pagar
reahza pelo sacramento da Pen se mos as penas tem
itência, como também o de rem porais devidas pelos nossos pecados. É o chama
pena temporal, quê se obtém por ir a do tesouro espiritual
meio das indulgências. da Igreja, que a Igreja conserva e distribui.
....,____ A �greja exerc�u este po�er de A hasc deste tesouro espiritual da Igreja encontra-se nos mérito
infini tamen tL: satisfatórios do próprio Cristo.
s
OJ prtmordt�s da htstona .
cnsta. Nesses pnm
remir a pena temporal desde
. Sendo Deus7""" tudo o
_ _
os cnstaos tmham um horror ao eiros tempos, em que que Jesus fez e sofreu tinha um valor infinito. Com a sua
pecado muito maior do que atua vida e
l morte, constit uiu um depósito inesgotável
n;'ente, os pecadores arrependidos tinham de cum de méritos, suficiente para
tencms antes de serem readmiti. prir grandes peni atender às necessidades de toda a human
idade até o fim dos tempos.
dos na comunidade cristã. Hav A este tesouro somam-se os méritos de Maria, nossa
pecadores qu� podiam ter de faze ia Santíssima Mãe
r penitência pública durante qua (que não necessitou desses méritos para si) , os dos santos
renta d1as, tres anos, ou mesmo que fize
por toda a vida, conforme a gra ram boas obras muito além das suas necessidades, e
dade do pecado e do escânda l vi as satisfações
? ocasionado. As penitências podiam excedentes de todos os membros do Corpo Místico
�onststtr, por exemplo, �m vestir-se de saco e cob de Cristo.
juar, autoflag�lar-se, retirar-se par rir-se de cinzas, je A Igreja concede as indulgências tirando-as do tesour
a um convento, ajoelhar-se à por o espiritual
de uma Igreja para suplicar ta de méritos satisfatórios de Cristo e dos santo
as orações dos que nela entrasse s. Vejamos como atua
ou vagar pelos campos vivendo m' uma indulgência: a Igreja diz que conce
de indulgência parciªl a
de esmolas. qu alqu cr_ora5 ão lcgi tim a com que façam -
Na era dos mártires, quando
milhares e milhares de cristãos os um ato de fé (e também
eram presos e mo�to pela sua de esperança, caridade e contr
ição) . Com isso, a Igreja dec1ara: "Se
� fé, tornou-se costume entre os você está sem pc.:ado morta
I tentes recorrerem a mtercessão
desses mártires, isto é, dos cris
peni
ckvoçüo. eu , sua Mãe. a
l e recita um ato de fé com atenção c
que estavam encarcerados à esp tãos Igreja oferc\·o a Deus do meu tesouro
espiri t u a l , os m0ritos
que fo;em �leces &ários para ;ati sfazer o castigo
era do dia da execução. Um már
encarcerado redigia então um ped tir
o, e
ido de perdão dirigido ao bisp temporal devido pdos seus pecados, pelo
entregava-o ao perutente. Estes mesmo valor meritôrio que
escritos chamavam-se "cartas de
Quando o pe�I_ �ente apresentava paz". teria, independentemen
te da indu l gência o seu ato de
.
da ard � p mtenc a . a sua carta ao bispo, este absolvi
a-o C?
om efeito, na disci plina atu�l
i
fé"
�
da greja, "ao fiel qu , ao meno
� � . � publica que o confessor lhe impusera, c mt ·uo de cora ÜO. s
da pemtencia pub lica, mas também da dívida par e não só : � \ realiza uma obra enriquecid
a com uma indu
a com Deus, isto é, gt.:ncJ a parci al, é conce l
do cas t1 o tempora dida pela Igreja uma remissão de
? _l que a Penitência visava satisfazer. Conseguia-se poral igual à que pena tem
e�s�" efe1to transfermd o para o pecador arrependido ele mesmo obtém por sua ação". Isto quer dizer
tuno dos sofnm _ entos o valo r satisfa qut.: a Igreja, em virtude do pode
r dado a ela por Cristo, duplica o
do má . valor satisíatúriv da boa
�ssim começou na Igrertir obra realizada.
tam? .:m -� ongem do "sis
ja a prática das indulgências. � Qu lqucr oração
Esta é _ � ou boa obra a que foram concedidas indul
tema de medição das indulgên genc ias e como um cheque que a Igreja
Igreja Utilizou durante cias que a , nos põe nas mãos. Podemos
séculos (ultimamente simplif desconta-lo d a conta
icado pela Cons- do banco espi ritual das superabundantes satis-
340 A PENA TEMPORAL
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sem acrescentar condições ou exc méritos de que a Igreja pode dispor para atender
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idade até o fim dos tempos.
dos na comunidade cristã. Hav A este tesouro somam-se os méritos de Maria, nossa
pecadores qu� podiam ter de faze ia Santíssima Mãe
r penitência pública durante qua (que não necessitou desses méritos para si) , os dos santos
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por toda a vida, conforme a gra ram boas obras muito além das suas necessidades, e
dade do pecado e do escânda l vi as satisfações
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juar, autoflag�lar-se, retirar-se par rir-se de cinzas, je A Igreja concede as indulgências tirando-as do tesour
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tuno dos sofnm _ entos o valo r satisfa qut.: a Igreja, em virtude do pode
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ja a prática das indulgências. � Qu lqucr oração
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séculos (ultimamente simplif desconta-lo d a conta
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A PE:-IA TEMPORAL E AS I:-:DULGENC!AS 349
J:-:DL'LGE:-:CIAS PLE�AR!AS
.
fações de Cristo e dos santos, e assim pagar a nossa própria dívida
para com Deus. Esta dívida é paga em maior ou menor gra� - no Além disso, é necessário ter . ao ';?eno_s � nça- o_ .... :-
lillte
-
aceitá-la. Para
u•rJde lucrar -
caso das indulgências parciais - segundo o amor com que ftzermos - cia
· lgen
.-ndu vrsto que a IgreJa nao nos força a
.
'
-
1 basta a 'i ntenção geral. Assim, se cada dommg� f?fl!lU I? e�ta
a obra enriquecida com indulgências. �sso,
�
"Deus misericordioso, que_ro ganhar tod�s as_, !_ll�!Jlg�ncta �.
__
m nç
.
e o h u r__ II_!dl_!!:_
Às vezes, no entanto, a Igreja nos dá, por assim dizer, um _ �d�r nest.[.�e.IJlapa_-esep;pr�n� .��-ª _g�� �� --� �I��
t:
obras que
cheque em branco contra o seu tesouro espiritual: é o que chamamos <J;' J-
g:ncra �
s -q ue tenham sido concedrda s as . oraçoes e boas
.dtga ou fa� uuran ..
--= - -te. essa semana , mesmo que não me lembre disso
indulgência plenária. Neste caso, é como se a · Igreja nos dissesse:
"Cumpra estas condições que estabeleci - com todas as disposições no mo --�m-- ento de realizá-las e mesmo que ignore se taI açao - ou ora-
devidas - e eu, sua Mãe, a Igreja, tirarei do meu tesouro espiritual -
çao goza de m · d ulgências concedrdas pela
' . IgreJa.
· M eIh
.
or ·
amda que
toda a satisfação que for necessária para apagar inteiramente as suas expressar essa intenção uma vez por semana, e
. a pratica
. de faze-Io •
dívidas de pena temporal". Se ganhássemos uma indulgência ple cada di<J., como parte das nossas -
oraçoes d a m �n h-
. .
nária e morrêssemos logo após, reunir-nos-íamos a Deus no céu =-;: o é preciso dizer que, para ganhar determma a rnd u1gencra,
Nr,ãc:; ;· • e,
imediatamente, sem ter que satisfazer pelos nossos pecados no pur preciso, por último, realizar exatamente no tempo, lug? r e modo
gatório. prescritos todos os requtsitos que a Igreja tenha estabelecrdo para se
Na {2rátjca. é muito difícil ter a certeza de se ter ganho uma ganhar essa indulgência.
indulgência plenária. Para consegui-la, é necessário estar absoluta-
merite<resprendido de rodo pecado __deliberado, o que exige uma ãor
. ·
comunhão eucarística e oração pelas intencões do_::swn<l.l'ontífice.. A indulgência plenária só pode ser lucrada uma vez por dta. - \
As três condições podem -·ser preenchidas em dias diversos, antes ou Exceptua-se apenas a indulgência plenána que a IgreJa concede em
perigo de morte, que pode ser ganha mesmo que, nesse dra,. o mon-
após a realização da obra prescrita; mas convém que a comunhã.<J_ '< ·
. .
e a oração ECias intenções do Soberano Pontífic� se façam no mes bundo já tenha lucrado outra indulgência plenána. Nrsto dtferem
mo dia em que se pratica a obra. as plenárias das parciais, que podem ser ganhas tantas vezes quant!s
se realizem as obras prescritas. Assim, quando digo com devoçao
.
Já dissemos que o primeiro requisito essencial é possuir o estado a Salve-Rainha, ganho uma indulgência parcial, e, se a dtsser cem
de graça santificante no momento de ganhar a indulgência. Isto signi vezes ao dia, ganharei cem vezes essa indulgência. .
fica que uma pessoa pode começar a ganhar uma indulgência inclu Convém ter em conta que as indulgências plenánas que ganhe
sive com um pecado mortal na alma, mas deve estar em estado de mos não padem._ser__aplicadas a outras pessoas vi�as. .Nesta matéria,
graça ao terminar a obra a que se concederam indulgências. Por cada . qual tem que enfrentar o seu próprio débito. Mas podemos
exemplo, se se podem ganhar indulgências visitando um santuário, aplicar todas as' indulgências - plenárias ou parciais às almas
desde que também nos confessemos e comunguemos, podemos estar do purgatório.
em pecado mortal no momento de realizar a visita, e ainda ganhar
a indulgência se recebermos dignamente os sacramentos da Penitên Como a Igreja tem autoridade direta sobre os seus membros
cia e da Eucaris_tia_ e rezarmos pelas intenções. do Santo Pad � Para vivos, podemos ter a certeza dos efeitos das indulgêncjas que g�
este último ponto, é s ficiente rezar um Pai-nosso e uma Ave-M"rja. nhamos para nós, sempre que cumpramos as co�diçoes ne�essa
l! rias. Este é o ensinamento comum de um considerável numero
A PE:-IA TEMPORAL E AS I:-:DULGENC!AS 349
J:-:DL'LGE:-:CIAS PLE�AR!AS
.
fações de Cristo e dos santos, e assim pagar a nossa própria dívida
para com Deus. Esta dívida é paga em maior ou menor gra� - no Além disso, é necessário ter . ao ';?eno_s � nça- o_ .... :-
lillte
-
aceitá-la. Para
u•rJde lucrar -
caso das indulgências parciais - segundo o amor com que ftzermos - cia
· lgen
.-ndu vrsto que a IgreJa nao nos força a
.
'
-
1 basta a 'i ntenção geral. Assim, se cada dommg� f?fl!lU I? e�ta
a obra enriquecida com indulgências. �sso,
�
"Deus misericordioso, que_ro ganhar tod�s as_, !_ll�!Jlg�ncta �.
__
m nç
.
e o h u r__ II_!dl_!!:_
Às vezes, no entanto, a Igreja nos dá, por assim dizer, um _ �d�r nest.[.�e.IJlapa_-esep;pr�n� .��-ª _g�� �� --� �I��
t:
obras que
cheque em branco contra o seu tesouro espiritual: é o que chamamos <J;' J-
g:ncra �
s -q ue tenham sido concedrda s as . oraçoes e boas
.dtga ou fa� uuran ..
--= - -te. essa semana , mesmo que não me lembre disso
indulgência plenária. Neste caso, é como se a · Igreja nos dissesse:
"Cumpra estas condições que estabeleci - com todas as disposições no mo --�m-- ento de realizá-las e mesmo que ignore se taI açao - ou ora-
devidas - e eu, sua Mãe, a Igreja, tirarei do meu tesouro espiritual -
çao goza de m · d ulgências concedrdas pela
' . IgreJa.
· M eIh
.
or ·
amda que
toda a satisfação que for necessária para apagar inteiramente as suas expressar essa intenção uma vez por semana, e
. a pratica
. de faze-Io •
dívidas de pena temporal". Se ganhássemos uma indulgência ple cada di<J., como parte das nossas -
oraçoes d a m �n h-
. .
nária e morrêssemos logo após, reunir-nos-íamos a Deus no céu =-;: o é preciso dizer que, para ganhar determma a rnd u1gencra,
Nr,ãc:; ;· • e,
imediatamente, sem ter que satisfazer pelos nossos pecados no pur preciso, por último, realizar exatamente no tempo, lug? r e modo
gatório. prescritos todos os requtsitos que a Igreja tenha estabelecrdo para se
Na {2rátjca. é muito difícil ter a certeza de se ter ganho uma ganhar essa indulgência.
indulgência plenária. Para consegui-la, é necessário estar absoluta-
merite<resprendido de rodo pecado __deliberado, o que exige uma ãor
. ·
comunhão eucarística e oração pelas intencões do_::swn<l.l'ontífice.. A indulgência plenária só pode ser lucrada uma vez por dta. - \
As três condições podem -·ser preenchidas em dias diversos, antes ou Exceptua-se apenas a indulgência plenána que a IgreJa concede em
perigo de morte, que pode ser ganha mesmo que, nesse dra,. o mon-
após a realização da obra prescrita; mas convém que a comunhã.<J_ '< ·
. .
e a oração ECias intenções do Soberano Pontífic� se façam no mes bundo já tenha lucrado outra indulgência plenána. Nrsto dtferem
mo dia em que se pratica a obra. as plenárias das parciais, que podem ser ganhas tantas vezes quant!s
se realizem as obras prescritas. Assim, quando digo com devoçao
.
Já dissemos que o primeiro requisito essencial é possuir o estado a Salve-Rainha, ganho uma indulgência parcial, e, se a dtsser cem
de graça santificante no momento de ganhar a indulgência. Isto signi vezes ao dia, ganharei cem vezes essa indulgência. .
fica que uma pessoa pode começar a ganhar uma indulgência inclu Convém ter em conta que as indulgências plenánas que ganhe
sive com um pecado mortal na alma, mas deve estar em estado de mos não padem._ser__aplicadas a outras pessoas vi�as. .Nesta matéria,
graça ao terminar a obra a que se concederam indulgências. Por cada . qual tem que enfrentar o seu próprio débito. Mas podemos
exemplo, se se podem ganhar indulgências visitando um santuário, aplicar todas as' indulgências - plenárias ou parciais às almas
desde que também nos confessemos e comunguemos, podemos estar do purgatório.
em pecado mortal no momento de realizar a visita, e ainda ganhar
a indulgência se recebermos dignamente os sacramentos da Penitên Como a Igreja tem autoridade direta sobre os seus membros
cia e da Eucaris_tia_ e rezarmos pelas intenções. do Santo Pad � Para vivos, podemos ter a certeza dos efeitos das indulgêncjas que g�
este último ponto, é s ficiente rezar um Pai-nosso e uma Ave-M"rja. nhamos para nós, sempre que cumpramos as co�diçoes ne�essa
l! rias. Este é o ensinamento comum de um considerável numero
A PE:\A TE\l l'OR AL E AS 1:\D CLG E:\C lAS
I:\OULGE:\CIAS PLDIARIAS 351
de teólogos. Mas a Igreja não tem
autoridade dirt:ta sobre as alma
do purg atór io. As indulgt?ncias que s ·
oferecemos por elas são a títul suir sempre mats e d,"" 110ssa ce.!:!ucira em rcl.:v"J''ão às necessidades de
_
\
enriquecidas com ;
,� �s indulgên cias m1to�d as
rosas como seria de esperar
à reçh�q__do t��}O�� tií_o
__
__ .llY.Ule.:
indulgência parcial as seguintes rá cas Pie
p � . .
�
dosas : fazer ? sinal da
_<l_e�Jlma devos_ã_Q_ cujo cen1 Cruz, dizendo "Em nome do Pat . . ; a VISita . stmo
rg é Aquela_ ao Santis Sacra
que é "o _�rcfúg.i...a .do.s__p��do __
illeiiiõ para adorá,Jo (se se prolonga por
__
res". Ao recitarmos as cinc meia hora, a indulgência ,
do terço, a Igreja concedeU o dezenas '.; é plenária) ; dizer uma comunhão
ma i.!!_dulgência p_arc:L� mes espiritual; fazer oração ment al; !
contas do terço não estejam mo que as visitar um cemitério c lá rezar, pelo
bentas. Se esta recjtaçfio menos mentalmente, pelos de-
família ou nu_ma igreja. pod for feita em funtos .(esta indulgência aplica-se às
e-se gan har indulgênc@ plen almas do Purgatório. e é plená- \
que se rezem cinco dezenas ária. desde ria se a visita se faz entre os dias I
sem i nterrupção, em voz alta e 8 de novembro ) ; ler a Bíbli a 1
tando cada mistério. Também e medi (a indulgência é plenária se a leitur
foi concedida indu lgência par a se faz dura nte meia hora) ;
uso devoto de um terço dev ·
cial ao ensinar ou aprender a doutr ina cristã;
idamente bento_ participar de um recolhimento
.1 Via-Sacra é outro fácil atal ho para o céu. Tod mensaL etc.
que a fazemos dian te de esta as as vezes E, ao lado destas práticas espirituais
ções legitimamente erigidas, , há três concessões gerais
�ndul!!ência plen ária . Ê mui ganhamos de indu lgências, com as quai s
to fácil compreender por quê a Igreja quer ajudar os fiéis a im
que siga devotamente o Sen . Nin gué m pregnar de espírito cristão a vida
hor no seu cam inho de ago diár ia: J .a) concede-se indulgência
! ddxar de sentir urna dor mai
a cau sa desses sofrimentos,
s profunda de seus pecados,
nia poderá
que foram
parcial ao fiel cristão que, ao
cum prir os seus deveres e aceitar
os
e renovar os seus propósito sacrifícios da vida . levanta o
s de emenda. coração a Deus com confiança hum
Por isso, a Igreja concede acrescentando - mesmo que ilde,
também ipdulgência plenária seja só mentalmente - uma jacu
estando !!!!I?edidos de ir a aos que - tória: 2.a) tamhém se concede la
uma igreja ou capela para indulgência parcial ao fiel cristão
-Sacra - dedicam pelo men faze r a Via· com fé e espírito de carid que,
os mei a hora à leitura e med ade, se dedic a - com esforço pess
paixão e morte de Cnsto. itaç ão da com os seus hens mate oal ou
riais - a servir os irmJ os que pade
Para ganhar a indulg�ncia cessida de; 3.a) por últim cem ne
da Via-Sacra, o que se requ o, concede-se indulgência parcial
vamos de estação em esta er é que que, com espírito de peni àqueles
ção - costumam ser cruzes, tência, se ahstêm espontaneamente
relevos - meditando nos quadros ou ma coisa lícit a que lhes de algu
sofrimentos de Cristo. Isto seja agradáveL
<levemos considerar o sign quer dize r que
--- Y -----
ificado do que 1esus qui�
e tirar disso alguma con sofrer por nós
clusão prática. Por exemplo,
que Jesus foi despojad se meditarmos
'
--:) ""' t:;;� <-Cv.-
o da última coisa que lhe
rest ava - as sua s
vestes -� sentir�nos-emos envergonha
dos das nossas âns ias de pos- � I ........_..� r"J-:v- � \..-;:> :.-..U.. �_l..-0
..._ �-� i,... ....).._ . -\-
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idamente bento_ participar de um recolhimento
.1 Via-Sacra é outro fácil atal ho para o céu. Tod mensaL etc.
que a fazemos dian te de esta as as vezes E, ao lado destas práticas espirituais
ções legitimamente erigidas, , há três concessões gerais
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to fácil compreender por quê a Igreja quer ajudar os fiéis a im
que siga devotamente o Sen . Nin gué m pregnar de espírito cristão a vida
hor no seu cam inho de ago diár ia: J .a) concede-se indulgência
! ddxar de sentir urna dor mai
a cau sa desses sofrimentos,
s profunda de seus pecados,
nia poderá
que foram
parcial ao fiel cristão que, ao
cum prir os seus deveres e aceitar
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e renovar os seus propósito sacrifícios da vida . levanta o
s de emenda. coração a Deus com confiança hum
Por isso, a Igreja concede acrescentando - mesmo que ilde,
também ipdulgência plenária seja só mentalmente - uma jacu
estando !!!!I?edidos de ir a aos que - tória: 2.a) tamhém se concede la
uma igreja ou capela para indulgência parcial ao fiel cristão
-Sacra - dedicam pelo men faze r a Via· com fé e espírito de carid que,
os mei a hora à leitura e med ade, se dedic a - com esforço pess
paixão e morte de Cnsto. itaç ão da com os seus hens mate oal ou
riais - a servir os irmJ os que pade
Para ganhar a indulg�ncia cessida de; 3.a) por últim cem ne
da Via-Sacra, o que se requ o, concede-se indulgência parcial
vamos de estação em esta er é que que, com espírito de peni àqueles
ção - costumam ser cruzes, tência, se ahstêm espontaneamente
relevos - meditando nos quadros ou ma coisa lícit a que lhes de algu
sofrimentos de Cristo. Isto seja agradáveL
<levemos considerar o sign quer dize r que
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e tirar disso alguma con sofrer por nós
clusão prática. Por exemplo,
que Jesus foi despojad se meditarmos
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J . o �-· ,
u._
É um sacramento que nos confere a graça do Espírito Santo, neste fortalecida e preparada para repelir os últimos embates do mundo,
caso um aumenlo de graça santificante, pois o sacramento da Unção do demônio e da carne.
dos Enfermos requer que a pessoa que o recebe já esteja livre de Como a Penitência é o sacramento que Deus estabeleceu para
0 perdão dos pecados mortais, o enfe�o que estiver em pecado
�?
pecado mortal. Assim se robustece na alma essa vida sobrenatu�al,
deverá confessar-se antes de receber a Unçao d�s Enferrnos.
essa união com Deus, que é a raiz de toda a fortaleza e a medtda
en
da nossa capacidade para a felicidade do céu.
tanto, é consolador saber que a Extrema-0 nçao p�rd oa tam em o
A Unção dos Enfermos, além de aumentar em nós a graça san _ -
peL:-ado mortal' se o enfermo não estiver em cond1çoes de se con� ,
tificante, dá-nos a sua específica graça sacramental. O principal ob •
,I pena temporal devida pelos pecados. Qualquer católico que tenha atingido o uso da razão pode e
Os resíduos do pecado que este sacramento purifica incluem a deve receber o sacramento da Unção dos Enfermos quando estiver
fraqueza moral da alma que resulta dos pecados, tanto do original em perigo de morte por doença, acidente ou velhice. Este sacra
como dos pessoais. Esta fraqueza - que chega até à indiferença mento pode ser repetido se o doente convalescer após ter recebido
moral - pode assaltar facilmente na hora da morte quem foi um a Unção, ou também se, perdurando a mesma doença. vier a encon
pecador habitual. Mais uma vez, porém, a alma do enfermo é agora trar-se em situação mais grave. Também pode ser administrado an-
:3.54 A UC\ÇÃO DOS EKFER�IOS Qll.\C\DO DEVE�IOS CHA�IAR O SACERDOTE 355
É um sacramento que nos confere a graça do Espírito Santo, neste fortalecida e preparada para repelir os últimos embates do mundo,
caso um aumenlo de graça santificante, pois o sacramento da Unção do demônio e da carne.
dos Enfermos requer que a pessoa que o recebe já esteja livre de Como a Penitência é o sacramento que Deus estabeleceu para
0 perdão dos pecados mortais, o enfe�o que estiver em pecado
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pecado mortal. Assim se robustece na alma essa vida sobrenatu�al,
deverá confessar-se antes de receber a Unçao d�s Enferrnos.
essa união com Deus, que é a raiz de toda a fortaleza e a medtda
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da nossa capacidade para a felicidade do céu.
tanto, é consolador saber que a Extrema-0 nçao p�rd oa tam em o
A Unção dos Enfermos, além de aumentar em nós a graça san _ -
peL:-ado mortal' se o enfermo não estiver em cond1çoes de se con� ,
tificante, dá-nos a sua específica graça sacramental. O principal ob •
,I pena temporal devida pelos pecados. Qualquer católico que tenha atingido o uso da razão pode e
Os resíduos do pecado que este sacramento purifica incluem a deve receber o sacramento da Unção dos Enfermos quando estiver
fraqueza moral da alma que resulta dos pecados, tanto do original em perigo de morte por doença, acidente ou velhice. Este sacra
como dos pessoais. Esta fraqueza - que chega até à indiferença mento pode ser repetido se o doente convalescer após ter recebido
moral - pode assaltar facilmente na hora da morte quem foi um a Unção, ou também se, perdurando a mesma doença. vier a encon
pecador habitual. Mais uma vez, porém, a alma do enfermo é agora trar-se em situação mais grave. Também pode ser administrado an-
356 A UNÇAO DOS ENFERMOS
357
QL'A'.;DO DE\'E\!05 CHA�!AR O SACERDOTE
-·stc caso antes de sa1r ' faz o sma! da Cruz sobre o en-
O sacerdote ainda pode administ corp o. : gradas
rar o sacramento de forma con
di na teca. Ne. ' · •
cional.
fermo, com a bolsa que contém o Santíssimo Sacramento. .
A segmr,
Um membro da sua fam ília está é acompanhado em silên io até a porta.
�
doente. A doença par ece séri
ou, pelo menos, deix ará a
pess oa incapacitada por long
a, Em casos de enferm1dades longas, em que o sace �dote
levar os sacramentos com frequência, recomenda-se
:e.m que
(como uma fratura da bac ia). o tempo a f�mtha que
ihe diz que irá visitá-la. Que
Você informa o pároco e o
pároco adquira um exemplar do � itual dos Sacram:ntos. Este
preparativos são necessários? hvreto con
Eviden temente, se a visi ta não tém as orações que se utilizam na comunhao dos enfer
mos, e com
for senão urna visi ta de ami ele qualquer membro d� família o?e responder
porque a doença não parece
grave ("passarei por aí esta
go, p adeq � adamentc às
tarde para orações, em vez de obng ar o propno sacerdote .
ver a vovó"), não haverá nec
essidade de preparar nada. a l. azc-lo.
sacerdote disser: "Irei amanhã Mas se o
cedo, depois da Missa das oito Quando há grave perigo de mor�e, o doen
levar-lhe a Sagrada Comunh
ão", serão necessários algu
, para
. te recebe - a� ém d�
parativos. ns pre Penitência e da Unção - a E canstta ._
�o. É
em forma de Vmt1
útil recordar que, como á' greja ensina, todos
Neste caso, deve-se colocar os iéts em pengo de
uma mesinha junto à cama morte, seja qual for a causa, têm obrig
cadeira do enfermo. Se voc ou à ação de recebe! a Sagrada
ê não a tem, bas ta a parte Comunhão. Se o bispo autoriza, pode
cômoda. Cobre-se a mesinha superior da -se celebrar a Mtssa na casa
(ou o que fizer as sua s vez do doente e, dentro dela, administra-se-
um pano branco e limpo. es) com lhe o Viático.
Coloca-se em cima um crucifix "Viá tico" é uma palavra latina que
por duas velas de cera. Dev o ladeado significa "provisão de via
e haver também um aspersó e:em". O Santo Viático é, por isso,
benta ou, se não se dispõe dele rio de água
raminho, que o sacerdote
, um pratinho cheio de água
com um �hão administrada a quem está em perigo de morte. Ao
simplesmente, a Sagrada Comu
poderá usa r como aspersório o Santo Viático o sacerdote segue um administrar
benzer a águ a. Convém que depois de rito análogo ao da comunhão
torneira, par a o sacerdote
haj a também um copo com
água da dos doentes, m� s, ao dar a partícula
poder purificar os dedos apó consagrada, depois de dizer
"O Corpo de Cristo", acrescenta
nhão, e um pan inho ou gua s a comu imediatamente - o� depois de t�r
rdanapo limpo. dado a comunhão : "Que Ele te
As ve)as devem ser acesas guarde e te conduza a vtda eterna! , .
antes de o sacerdote entrar. Como Viático, a Sagrada Comunhã
trar, o sa derdote diz : "A Ao en o pode ser dada a qual
paz esteja nes ta casa e com quer hora do dia ou da noit
hab itan tes" ou outra fórmu todos os seus e, mesmo que - o enfermo já tenha
la litúrgica de saudação. bido a comunhão nesse dia rece
silêncio, ajoelha-se e coloca A seguir, em como ato de devoção, e sem leva
sobre a mesinha a bolsa que conta o tempo decorrido desd r em
Sagrada Hó stia; depois leva contém a e a últim a vez que tomou alimento
nta-se e asperge o quarto com Evidentemente, em casos de extr .
Os parentes e demais pessoa a água benta. ema urgência, não devemos de
s que esti verem no quarto ajoe morar-nos a chamar o sacerdot
entrada do sacerdote. Ap lham-se à e por não termos preparado o quar
ós a aspersão e a oração que do enfermo. A sua pres to
o sacerdote faz sinal às pes a acompanha, ença ime diat a é mais importante
soas que estão no quarto par velas e a água benta. do que as
se tiver que ouvir a con a que saiam, O sacerdote não se queixará por
fissão do enfermo. trar as coisas bem pre não encon
Terminada a confissão, o sace paradas.
rdote chama de novo a família,
que, ao entrar, se ajoelha outr
a vez. Se o doente não for con
sar-se ou se houver no qua fes
rto outras pessoas que desejam
recitará o ato penitenciai, comungar,
e, depois de uma leitura do
mento, rezará com todos Novo Testa
o Pai Nosso. Depois de dar
ao enfermo, limpa a teca a comunhão
(a caixinha metálica que con
gra da Hóstia) e purific tinha a Sa
a os ded os com água. Com
o ess a água não
358
A Ui\ÇAO DOS E�FEH.\lüs
.3.-j�)
I
c
J l ' _\ .'\ 1 ) ( ) U E \ " E .\IOS CIIA\I AR () SACERDOTE
f por isso que a Igreja autoriza
os sacerdotes a adm inist rar o sacr
mento se ainda houver dúv ida a
quanto à morte. Em caso de pode ser jLJgada na pia, agradecerá que haja �o quarto um vaso
repentina, como um acidente morte , de
ou um ataque cardíaco, tam flores p3ra derramar a agua na te� ra da plantd.
deve chamar o sacerdote. A não bém se
çado a decomposição, a alma
ser que e até que já tenha com
e Se tiver que levar a comunhao a outros do n �es, o sacer
dott:
não faz esta operaç:1o, porque a ! nda cons rva Host1as consa
ainda pode estar presente no �
-·stc caso antes de sa1r ' faz o sma! da Cruz sobre o en-
O sacerdote ainda pode administ corp o. : gradas
rar o sacramento de forma con
di na teca. Ne. ' · •
cional.
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ou, pelo menos, deix ará a
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a, Em casos de enferm1dades longas, em que o sace �dote
levar os sacramentos com frequência, recomenda-se
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ihe diz que irá visitá-la. Que
Você informa o pároco e o
pároco adquira um exemplar do � itual dos Sacram:ntos. Este
preparativos são necessários? hvreto con
Eviden temente, se a visi ta não tém as orações que se utilizam na comunhao dos enfer
mos, e com
for senão urna visi ta de ami ele qualquer membro d� família o?e responder
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grave ("passarei por aí esta
go, p adeq � adamentc às
tarde para orações, em vez de obng ar o propno sacerdote .
ver a vovó"), não haverá nec
essidade de preparar nada. a l. azc-lo.
sacerdote disser: "Irei amanhã Mas se o
cedo, depois da Missa das oito Quando há grave perigo de mor�e, o doen
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Neste caso, deve-se colocar os iéts em pengo de
uma mesinha junto à cama morte, seja qual for a causa, têm obrig
cadeira do enfermo. Se voc ou à ação de recebe! a Sagrada
ê não a tem, bas ta a parte Comunhão. Se o bispo autoriza, pode
cômoda. Cobre-se a mesinha superior da -se celebrar a Mtssa na casa
(ou o que fizer as sua s vez do doente e, dentro dela, administra-se-
um pano branco e limpo. es) com lhe o Viático.
Coloca-se em cima um crucifix "Viá tico" é uma palavra latina que
por duas velas de cera. Dev o ladeado significa "provisão de via
e haver também um aspersó e:em". O Santo Viático é, por isso,
benta ou, se não se dispõe dele rio de água
raminho, que o sacerdote
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com um �hão administrada a quem está em perigo de morte. Ao
simplesmente, a Sagrada Comu
poderá usa r como aspersório o Santo Viático o sacerdote segue um administrar
benzer a águ a. Convém que depois de rito análogo ao da comunhão
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haj a também um copo com
água da dos doentes, m� s, ao dar a partícula
poder purificar os dedos apó consagrada, depois de dizer
"O Corpo de Cristo", acrescenta
nhão, e um pan inho ou gua s a comu imediatamente - o� depois de t�r
rdanapo limpo. dado a comunhão : "Que Ele te
As ve)as devem ser acesas guarde e te conduza a vtda eterna! , .
antes de o sacerdote entrar. Como Viático, a Sagrada Comunhã
trar, o sa derdote diz : "A Ao en o pode ser dada a qual
paz esteja nes ta casa e com quer hora do dia ou da noit
hab itan tes" ou outra fórmu todos os seus e, mesmo que - o enfermo já tenha
la litúrgica de saudação. bido a comunhão nesse dia rece
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sobre a mesinha a bolsa que conta o tempo decorrido desd r em
Sagrada Hó stia; depois leva contém a e a últim a vez que tomou alimento
nta-se e asperge o quarto com Evidentemente, em casos de extr .
Os parentes e demais pessoa a água benta. ema urgência, não devemos de
s que esti verem no quarto ajoe morar-nos a chamar o sacerdot
entrada do sacerdote. Ap lham-se à e por não termos preparado o quar
ós a aspersão e a oração que do enfermo. A sua pres to
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soas que estão no quarto par velas e a água benta. do que as
se tiver que ouvir a con a que saiam, O sacerdote não se queixará por
fissão do enfermo. trar as coisas bem pre não encon
Terminada a confissão, o sace paradas.
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que, ao entrar, se ajoelha outr
a vez. Se o doente não for con
sar-se ou se houver no qua fes
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recitará o ato penitenciai, comungar,
e, depois de uma leitura do
mento, rezará com todos Novo Testa
o Pai Nosso. Depois de dar
ao enfermo, limpa a teca a comunhão
(a caixinha metálica que con
gra da Hóstia) e purific tinha a Sa
a os ded os com água. Com
o ess a água não
O (,li T t. L'\f SACERDOTE?
36!
CAPÍTULO XXXIV
E a'-1uele q ue oferet:e o sa<.:rifi'cio em nome do grupo - como minis-
AS ORD EN S SAGRADAS 1 n1 de Deus _ é o sa<.:erdote.
.
da ra<.;·a humana, desde o começo houve sacerdotes. No pnmet.ro
período da história bíblica - a era dos patna _ rcas �· o sacerd
ote
era <1 prt'1pritl chefe de família. Era ele quem oferec�a*os
"i! D�u� por si e pela família. Adão foi o sacerdote da sua fam1·1·Ia,
sacnb cws
ssim <.:orno Noé, Abraão e os demats patnarcas o foram das suas.
�as nos tempos de Moisés, Deus dispôs
que o sacerdote do seu
pov� escolhido, os judeus, pertencesse à família de Aarão, da tri�o
de Levi. O primogênito de cada geração dos descendentes de
seria o sumo sacerdote, e os demais levitas seus ajudantes. Aarao
Quando se estabeleceu a Nova Lei de Cristo, term
O QUE É UM SACERDOTE? inou a Lei
Antiga e <.:om ela o sacerdócio que lhe
era próprio. A Nova Lei
Para saber o que é um sacerdote, é preciso saber do a�or teria um sacrifício e um sacerdócio novos. Na últim
primeiro o que Jesus instit uiu o Santo Sacrifício da Miss
a Ceia,
é um sacrifício. Hoje em dia, a palavra "sac a, em que o dom oferecido
muitos sentidos. Mas, no seu significado estritorifício" é usada em a Deus nào seria mais uma simples oferenda
renda de um dom a Deus, feita por determinado e original, é a ofe ou bois, de pão ou vinho. Pela primeira vez simb e
ólica de ovelhas
para
um dom digno de Deus; seria o dom do próprio sempre, seria
...-ôiõC!e
- alguém que tenha o direito de representargrup
esse
o, por interme-
um dom de valor infinito, tanto como o próprio DeusFilho de Deus;
O propósito da oferenda é prestar culto coletivo grupo. Santa Missa, sob as aparências de pão e de vinh é infinito. Na
dizer, reconhecer o supremo domínio de Deus a Deus; quer
decer-lhe suas mercês, satisfazer pelos peca sobre os homens, agra incessantemente o oferecimento que, de uma vez o, Jesus renovaria
para sempre, fez
-lhe seus benefícios. Deus não necessita dosdos do homem e pedir
na cruz, imolando-se a Si próprio.
cada um de nós, seus membros batizNa Santa Missa dar-nos-ia a
o que existe, foi Ele que o fez. Mesmo que nossos dons, pois tudo unirmos a Ele neste oferecimento. ados, a oportunidade de nos
montanha de diamantes, estes em si não terialhe oferecêssemos uma
olhos de Deus. Antes de Jesus se ter dado m nenhum valor aos Mas quem seria o sacerdote humano que estar
perfeita no Sacrifício da Missa, o homem nada a nós como oferenda ia diante do altar,
tinha a oferecer a o homem cujos lábios e mãos Cris to
Deus que fosse realmente digno dEle. Quem seria o sacerdote humano a quem usar ia para a oferenda de Si?
Não obstante, desde o começo da to rn ar Deus-Homem
Cris to dari a o poder de
I
do de Deus que o homem lhe manifesthistó ria humana, foi do agra presente
de vinho? Para começar, havino altar, sob a aparências de pão e
I
asse os seus sentimentos por
meio de sacrifícios. De tudo o que Ele nos de que 1 udas estivesse presentea no onze sacerdotes (não hâ a certeza
melhor (fossem cordeiros, bois, frutas ou grão desse, tomaríamos o momento em que os Apóstolos
f
foram feitos sacerd
destruindo-o no altar como símbolo da noss s) , e lho restituiríamos, otes) . Na ·, ia como sabemos, Jesus con-
feriu o sacerdócio aos seus Ar_
rendas não podiam ser senão um gesto simba oferenda. Estas ofe mandá-lo, lhes deu o podera óstolos guando lhes man ,
que um joão-ninguém presenteia a seu tio rico ólico, como a gravata Disse-lhes: "Faze
e fazer o que Ele acabara de fazer.
i isto em min ha memória
Mas expressavam melhor que as palavras e generoso pelo Natal. Foi este poder, o poder de ofer " (Luc 22, 20) .
do coração humano para com Deu os profundos sentimentos e no do Co ecer saCrifÍcios em nome de Cristo
rpo Mís , a Igreja (o que significa
dizer o ofertante -, sei que Tu me s:dest"Deus onipotente - quereria estão unidos a Cristoticopelo em nome dos que
graças por tua bondade. Peço-te perd e tudo o que tenho. Dou-te que tornou os Apóstolos Batismo, isto é, no seu nome e no meu ),
Por favor, mostra-te bom e miserico ão por não te servir melhor. pão e o vinho no seu Cor sacerdotes. A este poder de mudar o
t:rifício é u ma oração em ação. É rdioso para comigo". Um sa do Domingo da Ressurr po c Sangue, Jesus acres<.:entou na noite
a oração em ação de um grupo. seu nome. quando disse: eição o poder de perdoar os pecados em
"Àqueles a quem perdoardes os pecados.
O (,li T t. L'\f SACERDOTE?
36!
CAPÍTULO XXXIV
E a'-1uele q ue oferet:e o sa<.:rifi'cio em nome do grupo - como minis-
AS ORD EN S SAGRADAS 1 n1 de Deus _ é o sa<.:erdote.
.
da ra<.;·a humana, desde o começo houve sacerdotes. No pnmet.ro
período da história bíblica - a era dos patna _ rcas �· o sacerd
ote
era <1 prt'1pritl chefe de família. Era ele quem oferec�a*os
"i! D�u� por si e pela família. Adão foi o sacerdote da sua fam1·1·Ia,
sacnb cws
ssim <.:orno Noé, Abraão e os demats patnarcas o foram das suas.
�as nos tempos de Moisés, Deus dispôs
que o sacerdote do seu
pov� escolhido, os judeus, pertencesse à família de Aarão, da tri�o
de Levi. O primogênito de cada geração dos descendentes de
seria o sumo sacerdote, e os demais levitas seus ajudantes. Aarao
Quando se estabeleceu a Nova Lei de Cristo, term
O QUE É UM SACERDOTE? inou a Lei
Antiga e <.:om ela o sacerdócio que lhe
era próprio. A Nova Lei
Para saber o que é um sacerdote, é preciso saber do a�or teria um sacrifício e um sacerdócio novos. Na últim
primeiro o que Jesus instit uiu o Santo Sacrifício da Miss
a Ceia,
é um sacrifício. Hoje em dia, a palavra "sac a, em que o dom oferecido
muitos sentidos. Mas, no seu significado estritorifício" é usada em a Deus nào seria mais uma simples oferenda
renda de um dom a Deus, feita por determinado e original, é a ofe ou bois, de pão ou vinho. Pela primeira vez simb e
ólica de ovelhas
para
um dom digno de Deus; seria o dom do próprio sempre, seria
...-ôiõC!e
- alguém que tenha o direito de representargrup
esse
o, por interme-
um dom de valor infinito, tanto como o próprio DeusFilho de Deus;
O propósito da oferenda é prestar culto coletivo grupo. Santa Missa, sob as aparências de pão e de vinh é infinito. Na
dizer, reconhecer o supremo domínio de Deus a Deus; quer
decer-lhe suas mercês, satisfazer pelos peca sobre os homens, agra incessantemente o oferecimento que, de uma vez o, Jesus renovaria
para sempre, fez
-lhe seus benefícios. Deus não necessita dosdos do homem e pedir
na cruz, imolando-se a Si próprio.
cada um de nós, seus membros batizNa Santa Missa dar-nos-ia a
o que existe, foi Ele que o fez. Mesmo que nossos dons, pois tudo unirmos a Ele neste oferecimento. ados, a oportunidade de nos
montanha de diamantes, estes em si não terialhe oferecêssemos uma
olhos de Deus. Antes de Jesus se ter dado m nenhum valor aos Mas quem seria o sacerdote humano que estar
perfeita no Sacrifício da Missa, o homem nada a nós como oferenda ia diante do altar,
tinha a oferecer a o homem cujos lábios e mãos Cris to
Deus que fosse realmente digno dEle. Quem seria o sacerdote humano a quem usar ia para a oferenda de Si?
Não obstante, desde o começo da to rn ar Deus-Homem
Cris to dari a o poder de
I
do de Deus que o homem lhe manifesthistó ria humana, foi do agra presente
de vinho? Para começar, havino altar, sob a aparências de pão e
I
asse os seus sentimentos por
meio de sacrifícios. De tudo o que Ele nos de que 1 udas estivesse presentea no onze sacerdotes (não hâ a certeza
melhor (fossem cordeiros, bois, frutas ou grão desse, tomaríamos o momento em que os Apóstolos
f
foram feitos sacerd
destruindo-o no altar como símbolo da noss s) , e lho restituiríamos, otes) . Na ·, ia como sabemos, Jesus con-
feriu o sacerdócio aos seus Ar_
rendas não podiam ser senão um gesto simba oferenda. Estas ofe mandá-lo, lhes deu o podera óstolos guando lhes man ,
que um joão-ninguém presenteia a seu tio rico ólico, como a gravata Disse-lhes: "Faze
e fazer o que Ele acabara de fazer.
i isto em min ha memória
Mas expressavam melhor que as palavras e generoso pelo Natal. Foi este poder, o poder de ofer " (Luc 22, 20) .
do coração humano para com Deu os profundos sentimentos e no do Co ecer saCrifÍcios em nome de Cristo
rpo Mís , a Igreja (o que significa
dizer o ofertante -, sei que Tu me s:dest"Deus onipotente - quereria estão unidos a Cristoticopelo em nome dos que
graças por tua bondade. Peço-te perd e tudo o que tenho. Dou-te que tornou os Apóstolos Batismo, isto é, no seu nome e no meu ),
Por favor, mostra-te bom e miserico ão por não te servir melhor. pão e o vinho no seu Cor sacerdotes. A este poder de mudar o
t:rifício é u ma oração em ação. É rdioso para comigo". Um sa do Domingo da Ressurr po c Sangue, Jesus acres<.:entou na noite
a oração em ação de um grupo. seu nome. quando disse: eição o poder de perdoar os pecados em
"Àqueles a quem perdoardes os pecados.
.-\S OH.UE:\ S Sc\l;H.\UAS 363
ser-lhcs-ão perdoados; àqudes a quem os retiverdes, scr-lhes-ão reti se perguntar: "Não será que Deus me qu-.T sacerdote?" Note-se
dos" (Jo 20, 22-23). Além desses poderes, Cristo conferiu aos Após que a pergunta não é: ' ·Gostaria eu de ser sacerdote?", mas sim:
tolos o poder de evangelizar - anunciando em nome de Cristo a Boa ··Deus quer que cu seja sacerdote?" É uma pergunta que se deveria
Nova - e o de reger como Pastores o povo de Deus. f1Hmu lar e ponderar na ora�Ho por um período de tempo razoavelmen
Este poder sacerdotal que Jesus conferiu aos seus Apóstolos te longo. É evidente que Deus não quer que todos os jovens se façam
não era para morrer com eles. Jesus veio salvar as almas de todos sacerd otes: há outras vocações a cumprir, especialmente a da pater
os homens, até o fim do mundo. Por conseguinte, os Apóstclos nidade. Mas todos os homens serão mais felizes no seu matrimônio
transmitiram esse poder a outros homens na cerimônia que hoje cha cristão e na sua paternidade se antes se certificarem de que não
mamos o sacramento da Ordem Sagrada. No livro dos Atos dos fecharam os ouvidos à chamada de Deus para uma paternidade es
Apóstolos, vemos relatada uma das primeiras (se não a primeira) piritual.
das ordenações conferidas pelos Apóstolos: "A proposta foi bem rece
bida por toda a assembléia e escolheram Estêvão, homem cheio de fe Quais são os sinais da vocação para o sacerd6Lio? Na verdade, a
e do Espírito Santo, e Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas vocação é uma chamada do bispo. Quando um bispo comunica a
e Nicolau, prosélito de Antioquia. Apresentaram-nos aos Apóstolos, um jovem, ao término dos estudos do seminário, que deve preparar-se
c estes. depois de terem orado, impuseram-lhes as mãos" (At 6, 5-6). para receber o sacramento da Ordem Sagrada, esse é o fator essen
Estes homens foram ordenados diúconos, nfío sacerdotes. Mas cial da vocação, Para responder a essa chamada, é necessário que
a cena permite-nos ver os Apóstolos compartilhando e transmitindo o jovem esteja em estado de graça e tenha um caráter excepcional·
o sagrado poder que Cristo lhes outorgara. Com o decorrer do tem mente sólido. É imprescindível que tenha concluído os necessários
po, os Apóstolos consagraram bispos, para que estes prosseguissem estudos de filosofia e teologia.
a sua mtssao. Estes bispos, por sua vez, ordenaram mais bispos e É necessário também que tenha 24 anos feitos; sem d ispensa,
presbíteros, e estes últimos bispos, por sua vez, outros mais. De tal não se pode administrar o sacramento da Ordem a jovens de menos
modo que o sacerdote católico de hoje pode dizer, na verdade, que idade. É necessário que seja filho de pais católicos validamente ca
o seu poder sacerdotal, recebido pelo sacramento da Sagrada Ordem, sados. A Igreja confia muito na formação que o candidato ao sa
lhe foi dado pelo próprio Cristo, numa cadeia ininterrupta que re cerdócio recebeu num lar cabalmente católico, no espírito de fé e
monta até Ele. amor a Deus em que cresceu, porque moldam decisivamente o ca
ráter do homem que virá depois. Mas a Igreja dispensa desta con
Mil novecentos e poucos anos transcorreram desde aquela oca·
dição o filho de u m matrimônio misto, inclusive u m filho ilegítimo,
sião em que Jesus Cristo elevou os onze Apt'l stolos ao sacerdócio,
se os demais fatores para o sacerdócio forem favoráveis. Finalmente,
n a noite da Páscoa, quando se reuniu com eles para celebrá-la. Desde o candidato à Ordem Sagrada deve ter reta intenção: a intenção de
então, talvez tenha havido alguma ocasião na história da Igreja em se dedicar ao serviço de Deus no sacerdócio, para santificar a sua
que se contasse com suficiente número de sacerdotes para atender às alma e santificar os outros. E m seu coração não deve haver nenhum
necessidades do Povo de Deus, mas esta ocasião nflo é certamente outro motivo além desse, quando se ajoelha para receber o sacramento
a nossa. São precisos sacerdotes, sacerdotes e mais sacerdotes; é uma da Ordem Sagrada.
das necessidades mais urgentes de hoje.
São precisos sacerdotes fiéis e piedosos no nosso próprio país, Estamos, porém, falando do fim do caminho para o sacerdócio.
onde tantas paróquias estão insuficientemente dotadas c muitas almas O que é que ocorre com o seu com�;.;n? Como é que um rapaz
são parcamente atendidas. A necessidade é ainda maior em terras pode conhecer esse caminho e começar a segui-lo? Em primeiro
de missão, onde povos inteiros clamam por um sacerdote, e não há lugar, não se deve esperar nenhuma revelação especial, pois, pelo
sacerdotes para enviar. Podemos estar certos de que Deus, cujo menos, não é isso o normal. Deus não dará um piparote no rapaz
interesse na salvação das almas é absoluto, não tem a culpa deste e lhe dirá: "Eh, você. Quero que seja sacerdote!" Deus nos deu
estado das coisas. Podemos estar certos de que Ele está chamando ca ?eça e quer que a utilizemos. Ele iluminará a nossa razão e
continuamente ao sacerdócio muitos jovens que, por uma razão ou gUJar-nos-á suavemente, se lhe dermos oportunidade na nossa oração
por outra, não prestam ouvidos à sua voz. pessoal, mas espera também que sigamos os sinais indicariores, já
Nenhum jovem deveria escolher o seu estado na vida sem antes que os pôs para isso.
.-\S OH.UE:\ S Sc\l;H.\UAS 363
ser-lhcs-ão perdoados; àqudes a quem os retiverdes, scr-lhes-ão reti se perguntar: "Não será que Deus me qu-.T sacerdote?" Note-se
dos" (Jo 20, 22-23). Além desses poderes, Cristo conferiu aos Após que a pergunta não é: ' ·Gostaria eu de ser sacerdote?", mas sim:
tolos o poder de evangelizar - anunciando em nome de Cristo a Boa ··Deus quer que cu seja sacerdote?" É uma pergunta que se deveria
Nova - e o de reger como Pastores o povo de Deus. f1Hmu lar e ponderar na ora�Ho por um período de tempo razoavelmen
Este poder sacerdotal que Jesus conferiu aos seus Apóstolos te longo. É evidente que Deus não quer que todos os jovens se façam
não era para morrer com eles. Jesus veio salvar as almas de todos sacerd otes: há outras vocações a cumprir, especialmente a da pater
os homens, até o fim do mundo. Por conseguinte, os Apóstclos nidade. Mas todos os homens serão mais felizes no seu matrimônio
transmitiram esse poder a outros homens na cerimônia que hoje cha cristão e na sua paternidade se antes se certificarem de que não
mamos o sacramento da Ordem Sagrada. No livro dos Atos dos fecharam os ouvidos à chamada de Deus para uma paternidade es
Apóstolos, vemos relatada uma das primeiras (se não a primeira) piritual.
das ordenações conferidas pelos Apóstolos: "A proposta foi bem rece
bida por toda a assembléia e escolheram Estêvão, homem cheio de fe Quais são os sinais da vocação para o sacerd6Lio? Na verdade, a
e do Espírito Santo, e Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas vocação é uma chamada do bispo. Quando um bispo comunica a
e Nicolau, prosélito de Antioquia. Apresentaram-nos aos Apóstolos, um jovem, ao término dos estudos do seminário, que deve preparar-se
c estes. depois de terem orado, impuseram-lhes as mãos" (At 6, 5-6). para receber o sacramento da Ordem Sagrada, esse é o fator essen
Estes homens foram ordenados diúconos, nfío sacerdotes. Mas cial da vocação, Para responder a essa chamada, é necessário que
a cena permite-nos ver os Apóstolos compartilhando e transmitindo o jovem esteja em estado de graça e tenha um caráter excepcional·
o sagrado poder que Cristo lhes outorgara. Com o decorrer do tem mente sólido. É imprescindível que tenha concluído os necessários
po, os Apóstolos consagraram bispos, para que estes prosseguissem estudos de filosofia e teologia.
a sua mtssao. Estes bispos, por sua vez, ordenaram mais bispos e É necessário também que tenha 24 anos feitos; sem d ispensa,
presbíteros, e estes últimos bispos, por sua vez, outros mais. De tal não se pode administrar o sacramento da Ordem a jovens de menos
modo que o sacerdote católico de hoje pode dizer, na verdade, que idade. É necessário que seja filho de pais católicos validamente ca
o seu poder sacerdotal, recebido pelo sacramento da Sagrada Ordem, sados. A Igreja confia muito na formação que o candidato ao sa
lhe foi dado pelo próprio Cristo, numa cadeia ininterrupta que re cerdócio recebeu num lar cabalmente católico, no espírito de fé e
monta até Ele. amor a Deus em que cresceu, porque moldam decisivamente o ca
ráter do homem que virá depois. Mas a Igreja dispensa desta con
Mil novecentos e poucos anos transcorreram desde aquela oca·
dição o filho de u m matrimônio misto, inclusive u m filho ilegítimo,
sião em que Jesus Cristo elevou os onze Apt'l stolos ao sacerdócio,
se os demais fatores para o sacerdócio forem favoráveis. Finalmente,
n a noite da Páscoa, quando se reuniu com eles para celebrá-la. Desde o candidato à Ordem Sagrada deve ter reta intenção: a intenção de
então, talvez tenha havido alguma ocasião na história da Igreja em se dedicar ao serviço de Deus no sacerdócio, para santificar a sua
que se contasse com suficiente número de sacerdotes para atender às alma e santificar os outros. E m seu coração não deve haver nenhum
necessidades do Povo de Deus, mas esta ocasião nflo é certamente outro motivo além desse, quando se ajoelha para receber o sacramento
a nossa. São precisos sacerdotes, sacerdotes e mais sacerdotes; é uma da Ordem Sagrada.
das necessidades mais urgentes de hoje.
São precisos sacerdotes fiéis e piedosos no nosso próprio país, Estamos, porém, falando do fim do caminho para o sacerdócio.
onde tantas paróquias estão insuficientemente dotadas c muitas almas O que é que ocorre com o seu com�;.;n? Como é que um rapaz
são parcamente atendidas. A necessidade é ainda maior em terras pode conhecer esse caminho e começar a segui-lo? Em primeiro
de missão, onde povos inteiros clamam por um sacerdote, e não há lugar, não se deve esperar nenhuma revelação especial, pois, pelo
sacerdotes para enviar. Podemos estar certos de que Deus, cujo menos, não é isso o normal. Deus não dará um piparote no rapaz
interesse na salvação das almas é absoluto, não tem a culpa deste e lhe dirá: "Eh, você. Quero que seja sacerdote!" Deus nos deu
estado das coisas. Podemos estar certos de que Ele está chamando ca ?eça e quer que a utilizemos. Ele iluminará a nossa razão e
continuamente ao sacerdócio muitos jovens que, por uma razão ou gUJar-nos-á suavemente, se lhe dermos oportunidade na nossa oração
por outra, não prestam ouvidos à sua voz. pessoal, mas espera também que sigamos os sinais indicariores, já
Nenhum jovem deveria escolher o seu estado na vida sem antes que os pôs para isso.
365
A S ORDENS SAGRADAS
I'
rigo de que o jovem seja coagido a perseverar no semmano. Pelo
contrário, até chegar ao final, deverá provar continuamente que pos ordenar, isto é, o de transmitir a outros o sacerdócio por meio do
sui as condi�ões necessárias. sacramento da Ordem Sagrada. E além do aumento da graça san
Isto é o que um jovem e seus pais podem fazer. Mas o que tJficante e do caráter sacerdotal, o ordenado recebe a graça especial
todos devemos fazer é pedir todos os dias em nossas ora�ões e em do sacramento, que clama a Deus em seu favor para que receba
nossas Missas pela santidade dos sacerdotes e dos seminaristas, com todas as graças atuais de que possa necessitar para o fiel cumpri
uma súplica especial para que muitos jovens ouçam a voz de Deus mento da sua missão.
c se encaminhem para o altar.
No� primeiros tempos do Cristianismo,
a ordem do diaconato
�ra 0 fmal; quer dizer, era uma meta em si, e os diáconos eram
Importantes auxiliares
OS GRAUS DA ORDEM SAGRADA dos bispos e dos sacerdotes. Em séculos mais
recentes 0 d'taconato ·
verteu�se em mero
O sacramento da Ordem difere dos outros sacramentos pelo fato passo para o sacerdócio. Assim, só se podiam
encontrar diácono
s nos semmános, e um tacono permanecta
.
I'
rigo de que o jovem seja coagido a perseverar no semmano. Pelo
contrário, até chegar ao final, deverá provar continuamente que pos ordenar, isto é, o de transmitir a outros o sacerdócio por meio do
sui as condi�ões necessárias. sacramento da Ordem Sagrada. E além do aumento da graça san
Isto é o que um jovem e seus pais podem fazer. Mas o que tJficante e do caráter sacerdotal, o ordenado recebe a graça especial
todos devemos fazer é pedir todos os dias em nossas ora�ões e em do sacramento, que clama a Deus em seu favor para que receba
nossas Missas pela santidade dos sacerdotes e dos seminaristas, com todas as graças atuais de que possa necessitar para o fiel cumpri
uma súplica especial para que muitos jovens ouçam a voz de Deus mento da sua missão.
c se encaminhem para o altar.
No� primeiros tempos do Cristianismo,
a ordem do diaconato
�ra 0 fmal; quer dizer, era uma meta em si, e os diáconos eram
Importantes auxiliares
OS GRAUS DA ORDEM SAGRADA dos bispos e dos sacerdotes. Em séculos mais
recentes 0 d'taconato ·
verteu�se em mero
O sacramento da Ordem difere dos outros sacramentos pelo fato passo para o sacerdócio. Assim, só se podiam
encontrar diácono
s nos semmános, e um tacono permanecta
.
0 propósito
sejam ordenados diá -...- Nao menciOnamos
conos com
de permanecerem
nes sa condição . Aj este L1t0 com esp1rito de altiv o desdém, mas
e os sacerdotes, bat udarão os bispos como um triste fato
izando, pregando, histórico; devemos sentir-nos mais motivado
nhão, ass isti ndo e distribuindo a Sag s a renovar a noss a ora�
rada Comu
abençoando o ma
trimônio, ins tru ind c.:Jo pelo s irnüos separados, para que volte
presidindo às oraçõe o o povo, � m ao autêntico e único
s dos fiéis e a cer 1 ehanhn de Cristo.
enterros e exéquias, tos atos de cul to,
dedicando-se a ofí oficiando
ção . De fato, far cios de caridade e
ão qua se tud o o adm inis tra
que faz um sacerd
celebrar a San ta Mi ote, a não ser
ssa e confessar. OS BISPOS E OUTRAS DIGNIDADES
No entanto, �a ma
ior ia dos que recebe O terceiro e o mais elevado
como passo par a m o diaconato, faz passo do sacramento da
se tornarem sacerd em-no Ordem
otes, presbíteros. Sagrada é o episcopal. Quando
pas so do sacram Este segundo se necessita de um novo
ento da Ordem Sag
rada será par a ele pr�sidi r uma diocese ou para bispo para
- exceto para os s o definitivo algu ma mis são importa
que venham a ser Igreja. o Papa, como sucessor nte dentro da
sonhar ou desejar bispos - e ningué de Pedro, designa o sace
uma dignidade ma m poderá rdote que
ior : ao inc lina r-s e deve ser elevado à ordem
sob re o pão e o cada ma nh ã episcopal. Este sacerdo
vin ho e pro nu nci terceira "im posição de te rece be então a
ar as pal avr as de mãos" de outro bispo
o meu Corpo . Cr isto : "Isto é (as duas anteriores
Isto é o meu San foram no diaconato e
gue", o sacerdote no presbiterato) c, por
qu ilad o pel o sentim se sentirá ani sua vez, converte-se
ento da sua própri em hispo. Ao poder de oferecer
cia da sua humana a indignidade, pe a Santa Mis sa e de
la consciên perdoar os
fraqueza. E, certam pecados. jun ta-se agora
fosse sustentado pel ente, seria aniquilad o de administrar a Con
a graça do sacram o se não próprio c o poder exc firmação por direito
Deus concede infaliv ento da Ordem Sag lusivo dos bispos de
rada, que administrar o sacrame
elmente a quem a da Ordem Sagrada, de nto
pede com hu mi lda poder ordenar outros
Evidentemente, est de. grar ou tros hispos. sacerdotes e de cansa.
e po der de oferecer
feita a Deus, com o sacrifício d a Hó
o instrumento vivo stia Per
de Cristo Sacerdote Com esta terceira imp
de todo o povo e osição de mãos do bisp
de Deus, é o que em nome tualmente acompanhado o consagrante (ha bi
mi nistro ou pastor distingue um sacerd por outros bispos, cha
protestante. Não ote de um tes) . o novo bispo mados co-consagran.
seria incorreto cha recebeu o Espírito San
ou pas tor a um sac ma r mi nistro to pela última vez
!I
erdote, pois é mi nis Esnírito Santo des . O
c do rebanho de tro do altar, servid ceu sobre ele pela prim
Cristo . É também or de Cristo o Batismo, e deu eira vez qua ndo rece
pregador, e poder-se -lhe o poder de partici beu
ass im , po is no s pre -ia cha má -lo par com Cristo na sua
ga a mensagem renda sacrificial ofe
d a salvação . e de receber a graça
Mas, se é co�reto Espírito Santo des dos demais sacrament
cha ma r a um sacerd ceu outra vez sobre os. O
é inc orreto cha ma ote ministro ou pre ele na Confirmação,
r sacerdote a um gador, riu. Jhe o poder e confe
I
mi nistro ou pregad de participar com Cri
O ministro protes or protestante. sto no seu ofíc io pro
tante não tem o poder de propag fético: o
poder de oferecer ar a fé com a pal avr
é precisamente o sacrifícios, qu e a e com as obras.
que torna sacerdote Santo veio ma O Espírito
poderes e graças, no
um sacerdote. is uma vez, com nov
nistros protestantes Ali ás, os mi nato e no pre os
- com exceção do sbiterato. E, agora, d iaco
glic ana ou Episc s membros da Al ta ao ser ordenado bisp
op alia na - nem Igreja An Santo desce sob o, o Espírito
sequer acreditam re ele pela últi ma
Alguns ministros nes se poder. que Deus pos vez: já não há nov
episcopalianos ou sa conferir a0 hom os poderes
mesmos sacerdote anglicanos consid em . Pela última vez, a
eram-se a si ficará marca sua alm a
s, mas infelizmente da com um caráter
quem lhes possa estão enganados. - o pleno e comple
conferir o poder Não têm sacrament o da to caráter do
sacerdotal. Ordem Sagrada -
A linha de suc , o caráter episcopal
essão pel a qual o A essência da .
poder sacerdotal ordem episcopal res
nós, de Cristo chegou até perpetu ar ide no poder de o
para os Apóstolo a si mesmo, no pod hispo se
brou-se há séc s, de bispo para er de ordenar sacerd
ulos, quando a bisoo, nel es que grar outros ote s e de consa
Igreja Anglicana hispos, isto é, no
a idé ia da San repudiou totalmente perpetu ar poder de ele, sucess
ta Missa e de esta sucessão apo stó or dos Apóstolos,
um sacerdote sacrifi
cia l. Em tempos lica . É um poder
derá perder. que jamais se po
Assim como um sace
rdote nunca pode per
der o poder
366
.,S ORDEI'\S SAGR
ADAS
367
condição por poucos
meses, até receber
Felizmente. o Concílio a ordenação sacerd .
otal.
Vaticano li restaurou
a primitiva concepção ll13IS Dll,J,·rnos, aJou
,. e ns membros da Alta Igreja
Ang lican a reviveram
do dia con ato . Os sem . .
ina rist as continuarã a 1·d eJa
·· da Missa · mas não têm btspos que sqam
- .
diaconato antes da o a receber a Ordem . verdadeiros
suces-
ordenação sacerdota . do �ores do,� Apó�tolos nem bispos que possuam qual quer
•
·
l Mas procura-se que
que 0 sacramen to da Ordem Sagrada confere.
outros homens (m haj a dos poderes
esmo casados) que . _
0 propósito
sejam ordenados diá -...- Nao menciOnamos
conos com
de permanecerem
nes sa condição . Aj este L1t0 com esp1rito de altiv o desdém, mas
e os sacerdotes, bat udarão os bispos como um triste fato
izando, pregando, histórico; devemos sentir-nos mais motivado
nhão, ass isti ndo e distribuindo a Sag s a renovar a noss a ora�
rada Comu
abençoando o ma
trimônio, ins tru ind c.:Jo pelo s irnüos separados, para que volte
presidindo às oraçõe o o povo, � m ao autêntico e único
s dos fiéis e a cer 1 ehanhn de Cristo.
enterros e exéquias, tos atos de cul to,
dedicando-se a ofí oficiando
ção . De fato, far cios de caridade e
ão qua se tud o o adm inis tra
que faz um sacerd
celebrar a San ta Mi ote, a não ser
ssa e confessar. OS BISPOS E OUTRAS DIGNIDADES
No entanto, �a ma
ior ia dos que recebe O terceiro e o mais elevado
como passo par a m o diaconato, faz passo do sacramento da
se tornarem sacerd em-no Ordem
otes, presbíteros. Sagrada é o episcopal. Quando
pas so do sacram Este segundo se necessita de um novo
ento da Ordem Sag
rada será par a ele pr�sidi r uma diocese ou para bispo para
- exceto para os s o definitivo algu ma mis são importa
que venham a ser Igreja. o Papa, como sucessor nte dentro da
sonhar ou desejar bispos - e ningué de Pedro, designa o sace
uma dignidade ma m poderá rdote que
ior : ao inc lina r-s e deve ser elevado à ordem
sob re o pão e o cada ma nh ã episcopal. Este sacerdo
vin ho e pro nu nci terceira "im posição de te rece be então a
ar as pal avr as de mãos" de outro bispo
o meu Corpo . Cr isto : "Isto é (as duas anteriores
Isto é o meu San foram no diaconato e
gue", o sacerdote no presbiterato) c, por
qu ilad o pel o sentim se sentirá ani sua vez, converte-se
ento da sua própri em hispo. Ao poder de oferecer
cia da sua humana a indignidade, pe a Santa Mis sa e de
la consciên perdoar os
fraqueza. E, certam pecados. jun ta-se agora
fosse sustentado pel ente, seria aniquilad o de administrar a Con
a graça do sacram o se não próprio c o poder exc firmação por direito
Deus concede infaliv ento da Ordem Sag lusivo dos bispos de
rada, que administrar o sacrame
elmente a quem a da Ordem Sagrada, de nto
pede com hu mi lda poder ordenar outros
Evidentemente, est de. grar ou tros hispos. sacerdotes e de cansa.
e po der de oferecer
feita a Deus, com o sacrifício d a Hó
o instrumento vivo stia Per
de Cristo Sacerdote Com esta terceira imp
de todo o povo e osição de mãos do bisp
de Deus, é o que em nome tualmente acompanhado o consagrante (ha bi
mi nistro ou pastor distingue um sacerd por outros bispos, cha
protestante. Não ote de um tes) . o novo bispo mados co-consagran.
seria incorreto cha recebeu o Espírito San
ou pas tor a um sac ma r mi nistro to pela última vez
!I
erdote, pois é mi nis Esnírito Santo des . O
c do rebanho de tro do altar, servid ceu sobre ele pela prim
Cristo . É também or de Cristo o Batismo, e deu eira vez qua ndo rece
pregador, e poder-se -lhe o poder de partici beu
ass im , po is no s pre -ia cha má -lo par com Cristo na sua
ga a mensagem renda sacrificial ofe
d a salvação . e de receber a graça
Mas, se é co�reto Espírito Santo des dos demais sacrament
cha ma r a um sacerd ceu outra vez sobre os. O
é inc orreto cha ma ote ministro ou pre ele na Confirmação,
r sacerdote a um gador, riu. Jhe o poder e confe
I
mi nistro ou pregad de participar com Cri
O ministro protes or protestante. sto no seu ofíc io pro
tante não tem o poder de propag fético: o
poder de oferecer ar a fé com a pal avr
é precisamente o sacrifícios, qu e a e com as obras.
que torna sacerdote Santo veio ma O Espírito
poderes e graças, no
um sacerdote. is uma vez, com nov
nistros protestantes Ali ás, os mi nato e no pre os
- com exceção do sbiterato. E, agora, d iaco
glic ana ou Episc s membros da Al ta ao ser ordenado bisp
op alia na - nem Igreja An Santo desce sob o, o Espírito
sequer acreditam re ele pela últi ma
Alguns ministros nes se poder. que Deus pos vez: já não há nov
episcopalianos ou sa conferir a0 hom os poderes
mesmos sacerdote anglicanos consid em . Pela última vez, a
eram-se a si ficará marca sua alm a
s, mas infelizmente da com um caráter
quem lhes possa estão enganados. - o pleno e comple
conferir o poder Não têm sacrament o da to caráter do
sacerdotal. Ordem Sagrada -
A linha de suc , o caráter episcopal
essão pel a qual o A essência da .
poder sacerdotal ordem episcopal res
nós, de Cristo chegou até perpetu ar ide no poder de o
para os Apóstolo a si mesmo, no pod hispo se
brou-se há séc s, de bispo para er de ordenar sacerd
ulos, quando a bisoo, nel es que grar outros ote s e de consa
Igreja Anglicana hispos, isto é, no
a idé ia da San repudiou totalmente perpetu ar poder de ele, sucess
ta Missa e de esta sucessão apo stó or dos Apóstolos,
um sacerdote sacrifi
cia l. Em tempos lica . É um poder
derá perder. que jamais se po
Assim como um sace
rdote nunca pode per
der o poder
AS 01\UE:\S SACIHDAS :J69
368 OS BISPOS E OUTRAS DIGNIDADES
\
sagrados se o sacerdote não teve a intenção de fazê-lo. Seja quem demais bispos. Tem mais autoridade, uma jurisdição mais extensa
for que administre um sacramento, deve ter a intenção de fazer o que a de qualquer outro bispo. Por ser bispo de Roma, sucessor
que o sacramento pretende fazer, ou então o sacramento será invá de São Pedro, tem autoridade sobre toda a Igreja. Estabelece leis
lido. Foi por isso que se extinguiram os bispos e os sacerdotes na para toda a Igreja. Designa os sacerdotes que serão bispos e atribui
Igreja Anglicana: ao suprimirem na cerimônia da ordenação a in dioceses a esses bispos. Goza também de um privilégio muito es
tenção de ordenar sacerdotes e bispos que oferecessem o Sacrifício, pecial, que Jesus deu a São Pedro e aos seus sucessores: o privilégio
suprimiram seus bispos e sacerdotes. da infalibilidade. Por este privilégio divino, Deus preserva o Papa de
erro quando se pronuncia definitivamente, para a Igreja universal,
As coisas são muito diferentes com as chamadas igrejas orto sobre matérias de fé ou de moral, usando da plenitude da sua auto·
doxas, como a Igreja Ortodoxa Grega, a Russa, a Romena, a Armê· ridade docente. Mas o poder essencial do Santo Padre, ao ser eleito
nia e demais. Há uns mil anos, quando todo o mundo cristão era Papa, não se torna maior do que quando o consagraram bispo.
" católico, os hierarcas eclesiásticos de alguns países separaram-se de O ofício de Cardeal não tem absolutamente nada a ver com o
! Roma, rompendo a sua comunhão hierárquica com o Papa. Não
obstante, continuaram a crer em todas as verdades que a Igreja Catá·
poder sacerdotaL O cardinalato é um posto honorífico, inteiramente
à margem do sacramento da Ordem Sagrada. Os cardeais não são
lica ensinava, como a Missa e os sacramentos. Seus bispos conti senão os conselheiros do Papa, colaboradores, especiais em altos car
nuàram a ser bispos. E estes bispos continuam a ordenar sacer· gos do governo da Igreja, e formam o colégio eleitoral que escolhe
dotes validamente e a consagrar outros bispos como seus sucessores. um novo Papa. Teoricamente, um cardeal nem sequer tinha que ser
Com o poder sacerdotal assim transmitido através dos séculos, as
sacerdote. Atualmente, não se costuma nomear cardeais que não
igrejas ortodoxas possuem ainda hoje a Missa e os sacramentos. E
sejam sacerdotes ou bispos, mas houve um tempo na Igreja em que
por isso, nos casos de necessidade previstos pelas leis da Igreja, UDl
também eram nomeados entre os leigos. O título de cardeal é muito
católico pode assistir a uroa Missa numa igreja ortodoxa, e - nos
antigo na Igreja, mas foi o Papa Nicolau II que no ano de 1059
lugares onde não há um sacerdote católico - poderia inclusive con·
organizou o colégio cardinalício de forma muito semelhante à que
fessar-se com um padre ortodoxo e receber a comunhão e a Unção
conhecemos hoje, e deu aos cardeais o direito de elegerem o novo
dos Enfermos. Em total, há dezesseis ramos da Igreja Ortodoxa.
Papa, quando a Santa Sé fica vacante.
AS 01\UE:\S SACIHDAS :J69
368 OS BISPOS E OUTRAS DIGNIDADES
\
sagrados se o sacerdote não teve a intenção de fazê-lo. Seja quem demais bispos. Tem mais autoridade, uma jurisdição mais extensa
for que administre um sacramento, deve ter a intenção de fazer o que a de qualquer outro bispo. Por ser bispo de Roma, sucessor
que o sacramento pretende fazer, ou então o sacramento será invá de São Pedro, tem autoridade sobre toda a Igreja. Estabelece leis
lido. Foi por isso que se extinguiram os bispos e os sacerdotes na para toda a Igreja. Designa os sacerdotes que serão bispos e atribui
Igreja Anglicana: ao suprimirem na cerimônia da ordenação a in dioceses a esses bispos. Goza também de um privilégio muito es
tenção de ordenar sacerdotes e bispos que oferecessem o Sacrifício, pecial, que Jesus deu a São Pedro e aos seus sucessores: o privilégio
suprimiram seus bispos e sacerdotes. da infalibilidade. Por este privilégio divino, Deus preserva o Papa de
erro quando se pronuncia definitivamente, para a Igreja universal,
As coisas são muito diferentes com as chamadas igrejas orto sobre matérias de fé ou de moral, usando da plenitude da sua auto·
doxas, como a Igreja Ortodoxa Grega, a Russa, a Romena, a Armê· ridade docente. Mas o poder essencial do Santo Padre, ao ser eleito
nia e demais. Há uns mil anos, quando todo o mundo cristão era Papa, não se torna maior do que quando o consagraram bispo.
" católico, os hierarcas eclesiásticos de alguns países separaram-se de O ofício de Cardeal não tem absolutamente nada a ver com o
! Roma, rompendo a sua comunhão hierárquica com o Papa. Não
obstante, continuaram a crer em todas as verdades que a Igreja Catá·
poder sacerdotaL O cardinalato é um posto honorífico, inteiramente
à margem do sacramento da Ordem Sagrada. Os cardeais não são
lica ensinava, como a Missa e os sacramentos. Seus bispos conti senão os conselheiros do Papa, colaboradores, especiais em altos car
nuàram a ser bispos. E estes bispos continuam a ordenar sacer· gos do governo da Igreja, e formam o colégio eleitoral que escolhe
dotes validamente e a consagrar outros bispos como seus sucessores. um novo Papa. Teoricamente, um cardeal nem sequer tinha que ser
Com o poder sacerdotal assim transmitido através dos séculos, as
sacerdote. Atualmente, não se costuma nomear cardeais que não
igrejas ortodoxas possuem ainda hoje a Missa e os sacramentos. E
sejam sacerdotes ou bispos, mas houve um tempo na Igreja em que
por isso, nos casos de necessidade previstos pelas leis da Igreja, UDl
também eram nomeados entre os leigos. O título de cardeal é muito
católico pode assistir a uroa Missa numa igreja ortodoxa, e - nos
antigo na Igreja, mas foi o Papa Nicolau II que no ano de 1059
lugares onde não há um sacerdote católico - poderia inclusive con·
organizou o colégio cardinalício de forma muito semelhante à que
fessar-se com um padre ortodoxo e receber a comunhão e a Unção
conhecemos hoje, e deu aos cardeais o direito de elegerem o novo
dos Enfermos. Em total, há dezesseis ramos da Igreja Ortodoxa.
Papa, quando a Santa Sé fica vacante.
O.':> Hl�l'O� F ol. TH:\S DIG:\IDADES
I 37 '
AS Ol\DE:\S S.,GHADAS
'I
;
Ção paroqu1.1 1 d 1 IureJa·
Para entendermos o ofício de arcebispo, devemos conhecer um 'o \'árias paróquias formam um arciprcstadt•
'
CAPÍTULO XXXV homem e ü mulht.:r os órgãos genitais. Foi Ele quem para
garantir a perpetuaÇto do gênero h_umano - uniu ao uso de3scs
0rgüos - \liú grau nuíiló-- devaUO-de . prazer físico. Do fato de ser
O �IATRDfü� TO Deus o autor do sexo c de ser bom tudo o que Ele faz, segue-se
que o sexo l: a\g(, bom. E assim é, realmente, pois pela relação
L''l':'eHcial ...: o m Deus. que participa no ato procriador, o sexo não é
<ll:!P :-impksmentc bom, mas santo e sagrado.
/--Tncam��� q
um ponto" ue merece ser sahentâilo: a :'lUiltidade bá
./sica do SL'XO. Quando se perde o sentido da sacralidade do sexo,
( a santidade do matrimônio é esquecida e o sexo se converte num
\ brinquedo, num instrumento excitante de prazer, deixando de ser
instrumento de Deus. A infidelidade conjugal e a prostituição, o
divón.:io fácil e as uniões casuais são alguns dos males que surgem
quandu se violenta o sexo, arrancando-o da ordem divina das coisas.
Há atl: pessoas boas que podem sofrer por uma concepção errônea
O MA TRIMóNIO FOI FEITO POR DEUS do sexo. A distorção produzida pelo pecado original cria frequen
temente dificuldades para manter o impulso sexual dentro do rumo
O ser vivo mais simples é a célula. Uma célula viva repro� �e D�us lhe tra�ou, que _ � o_ do matrimônio genuíno. Por outro
duz-se por um processo de fissão, de divisão. Começa a crescer de b�até mesmo _
pessoas piedosas podem cometer o êáo de confun
tamanho, depois comprime-se a si mesma pelo meio e divide-se em dir o ato procriador com o abuso do sexo e, por uma falsa lógica,
duas células vivas. À medida que as células crescem e se multipli considerar o ato sexual como algo sujo e degradante, quando na
cam, o processo repete-se continuamente. tealidade é um presente magnífico de Deus. Mais de um casal se
Ao planejar a raça humana, Deus poderia ter decretado que tem visto despojado da plena felicidade conjugal por esse errôneo
ela se propagasse de maneira semelhante. Snh tal desígnio, um ho� estado de consciência.
nem poderia começar a dilatar-se mais e mais, até formar gradual� '-- Deus, para assegurar o reto uso do poder procriador, fundou
mente um duplicado dos seus órgãos originais e, no momento preciso, .
a mstJttução matrimonial: a união indissolúvel, por toda a vida, de
separarem-se as duas metades e constituirem duas pessoas em vez
um homem com uma mulher. A necessidade dessa união é evi·
de uma.
de? te, pois nüo só é necessário que nasçam filhos,_ mas também que
Isto é uma quimera, é claro, mas serve para compreendermos
sejam cuidados e criados com amor pelo pai e pela mãe que os
que Deus ni1o tinha por que ter feito a humanidade composta de
trouxeram ao mundo. Os juizados de menores e os manicômios dão
homens e mulheres. Deus mio tinha por que ter compartilhado seu
testemunho diário dos males que se produzem quando se quebra a
poder criador com as criaturas e fazer depender o começo de uma nova
umdade e a permanência do · matrimônio.
vida da livre cooperação de um homem e uma mulher com Ele.
Mas Dcús não instituiu o matrimônio com o fim exclusivo de
Há um número ilimitado de maneiras diferentes que Deus poderia
povoar a terra. "Não é bom que o homem esteja só", disse Deus
�I
ter escolhido para a multiplicação dos seres humanos, se o tivesse
quando Adão dormia no Eden. "Dar-lhe-ei · uma companheira
se
querido.
Mas Deus quis precisamente como é: dividiu os ser � · ·
melhante a e1e" . É d estgmo d'tvmo que o homem e a mulher se
ompletem um a o outro, que se apoiem
·
�m homens e mu eres, e eu- cs o poder de produzirem um no outro, que contri·
, ua� para o mutuo .
crescimento espiritual. Nessa união por toda
I vidas humanas em união com Ele. Pela íntima união a a Vida de um hornem
!
produzem e uma mulher, tanto suas mentes e coraçoes
como seus co rpos se · . .
. fun dem numa umdade nova e mats nca' cum·
física deles mesmos. e neste novo corpo, p nn do assim
· o ftm estabelecido por Deus. Estabeleceu Deus
· esta
.
meçado, Deus infunde uma alma espiritual e imortal. Foi ._
.
umao umca .
e trrevogáveI do matnmomo. " .
quem concedeu aos homens a faculdade de procriar, que é como quando, no Paraíso, fez
de E va a compan
heira de Ad ão.
se chama a faculdade sexual. Foi Deus quem planejou e deu ao
0 \LHHI \l<):\!0 FOI FEITO l'OR DEUS 373
CAPÍTULO XXXV homem e ü mulht.:r os órgãos genitais. Foi Ele quem para
garantir a perpetuaÇto do gênero h_umano - uniu ao uso de3scs
0rgüos - \liú grau nuíiló-- devaUO-de . prazer físico. Do fato de ser
O �IATRDfü� TO Deus o autor do sexo c de ser bom tudo o que Ele faz, segue-se
que o sexo l: a\g(, bom. E assim é, realmente, pois pela relação
L''l':'eHcial ...: o m Deus. que participa no ato procriador, o sexo não é
<ll:!P :-impksmentc bom, mas santo e sagrado.
/--Tncam��� q
um ponto" ue merece ser sahentâilo: a :'lUiltidade bá
./sica do SL'XO. Quando se perde o sentido da sacralidade do sexo,
( a santidade do matrimônio é esquecida e o sexo se converte num
\ brinquedo, num instrumento excitante de prazer, deixando de ser
instrumento de Deus. A infidelidade conjugal e a prostituição, o
divón.:io fácil e as uniões casuais são alguns dos males que surgem
quandu se violenta o sexo, arrancando-o da ordem divina das coisas.
Há atl: pessoas boas que podem sofrer por uma concepção errônea
O MA TRIMóNIO FOI FEITO POR DEUS do sexo. A distorção produzida pelo pecado original cria frequen
temente dificuldades para manter o impulso sexual dentro do rumo
O ser vivo mais simples é a célula. Uma célula viva repro� �e D�us lhe tra�ou, que _ � o_ do matrimônio genuíno. Por outro
duz-se por um processo de fissão, de divisão. Começa a crescer de b�até mesmo _
pessoas piedosas podem cometer o êáo de confun
tamanho, depois comprime-se a si mesma pelo meio e divide-se em dir o ato procriador com o abuso do sexo e, por uma falsa lógica,
duas células vivas. À medida que as células crescem e se multipli considerar o ato sexual como algo sujo e degradante, quando na
cam, o processo repete-se continuamente. tealidade é um presente magnífico de Deus. Mais de um casal se
Ao planejar a raça humana, Deus poderia ter decretado que tem visto despojado da plena felicidade conjugal por esse errôneo
ela se propagasse de maneira semelhante. Snh tal desígnio, um ho� estado de consciência.
nem poderia começar a dilatar-se mais e mais, até formar gradual� '-- Deus, para assegurar o reto uso do poder procriador, fundou
mente um duplicado dos seus órgãos originais e, no momento preciso, .
a mstJttução matrimonial: a união indissolúvel, por toda a vida, de
separarem-se as duas metades e constituirem duas pessoas em vez
um homem com uma mulher. A necessidade dessa união é evi·
de uma.
de? te, pois nüo só é necessário que nasçam filhos,_ mas também que
Isto é uma quimera, é claro, mas serve para compreendermos
sejam cuidados e criados com amor pelo pai e pela mãe que os
que Deus ni1o tinha por que ter feito a humanidade composta de
trouxeram ao mundo. Os juizados de menores e os manicômios dão
homens e mulheres. Deus mio tinha por que ter compartilhado seu
testemunho diário dos males que se produzem quando se quebra a
poder criador com as criaturas e fazer depender o começo de uma nova
umdade e a permanência do · matrimônio.
vida da livre cooperação de um homem e uma mulher com Ele.
Mas Dcús não instituiu o matrimônio com o fim exclusivo de
Há um número ilimitado de maneiras diferentes que Deus poderia
povoar a terra. "Não é bom que o homem esteja só", disse Deus
�I
ter escolhido para a multiplicação dos seres humanos, se o tivesse
quando Adão dormia no Eden. "Dar-lhe-ei · uma companheira
se
querido.
Mas Deus quis precisamente como é: dividiu os ser � · ·
melhante a e1e" . É d estgmo d'tvmo que o homem e a mulher se
ompletem um a o outro, que se apoiem
·
�m homens e mu eres, e eu- cs o poder de produzirem um no outro, que contri·
, ua� para o mutuo .
crescimento espiritual. Nessa união por toda
I vidas humanas em união com Ele. Pela íntima união a a Vida de um hornem
!
produzem e uma mulher, tanto suas mentes e coraçoes
como seus co rpos se · . .
. fun dem numa umdade nova e mats nca' cum·
física deles mesmos. e neste novo corpo, p nn do assim
· o ftm estabelecido por Deus. Estabeleceu Deus
· esta
.
meçado, Deus infunde uma alma espiritual e imortal. Foi ._
.
umao umca .
e trrevogáveI do matnmomo. " .
quem concedeu aos homens a faculdade de procriar, que é como quando, no Paraíso, fez
de E va a compan
heira de Ad ão.
se chama a faculdade sexual. Foi Deus quem planejou e deu ao
J74 O �IATI\1�10:\10 (l \ I X fl\l�! 0:\10 FOI FEITO POH IJE: U S 375
Esta unidade e indissolubilidade foi estritamente confirmada por Não é de surpreender, pois, que Jesus Cristo elevasse o matri·
Deus ao longo de toda a história bíblica, com duas exceçôes. Depois mônio à categoria de sacramento. O momento preciso em que isso
do dilúvio, Deus permitiu aos ·patriarcas como Abraão c 1 acô que sucede u, não o sabemos. Alguns pensam que pode ler sido nas bodas
tomassem mais de uma esposa a fim de que a terra se repovoasse
. I
' I
de Caná. Outros dizem que foi quando esclarecia aos fariseus: "Não
mais rapidamente. Mais tarde, quando os judeus se libertaram da lestes que no princípio o Criador os fez homem e mulher? E disse:
escravidão do Egito, permitiu-lhes o divórcio e um novo matrimônio 'Por isso o homem deixará o pai e a mãe e unir-se-á à mulher, e
cn1 casos de adultério comprovado; ainda que, como lhes fez notar serão os dois uma só carne', Portanto, o que Deu� uniu, o homem
mais tarde, tenha afrouxado a lei estrita até esse ponto por causa não separe" (Mt 19, 4- 7) . Mas as especulações sobre o momento
da "dureza de seus corações". preciso em que Jesus Cristo converteu o matrimônio em sacramento
Com a vinda de Jesus, cessaram essas exceções à unidade e à sM inúteis. Basta-nos saber, pela constante e ininterrupta tradição
permanência do vínculo matrimonial. Até os tempos de Cristo, o da Igreja, que Jesus operou essa transformação do vínculo matri·
m atrimônio, ainda que união sagrada, era apenas um contrato civil monial.
entre um homem e uma mulher. Mas Jesus assumiu esse contrato -
a troca de consentimentos maritais entre um homem e uma mulher Como sabemos, um sacramento é um sinal externo que confere
- e fez dele canal da graça, transformou-o num sacramento para uma graça interna. No matrimônio, o sinal externo é a troca de
I os cristãos. � matrimônio como "um sacramento que esta. consentimentos maritais entre um homem e uma mulher batizados.
belece Uma Santa e indissolúvel união enfre Um llOtllen) e tÍma- ITIU• Por outras palavras, o homem e a mulher que vão c0ntrair matri
)her_e_ lheª_ diLgiaças para se. amarem ).)111 ao outro _J;antamente mônio administram o sacramento um ao outro. Não é correto dizer
_
-- e
(embora se diga frequentemente) que "João e Maria foram casados
-
Esta unidade e indissolubilidade foi estritamente confirmada por Não é de surpreender, pois, que Jesus Cristo elevasse o matri·
Deus ao longo de toda a história bíblica, com duas exceçôes. Depois mônio à categoria de sacramento. O momento preciso em que isso
do dilúvio, Deus permitiu aos ·patriarcas como Abraão c 1 acô que sucede u, não o sabemos. Alguns pensam que pode ler sido nas bodas
tomassem mais de uma esposa a fim de que a terra se repovoasse
. I
' I
de Caná. Outros dizem que foi quando esclarecia aos fariseus: "Não
mais rapidamente. Mais tarde, quando os judeus se libertaram da lestes que no princípio o Criador os fez homem e mulher? E disse:
escravidão do Egito, permitiu-lhes o divórcio e um novo matrimônio 'Por isso o homem deixará o pai e a mãe e unir-se-á à mulher, e
cn1 casos de adultério comprovado; ainda que, como lhes fez notar serão os dois uma só carne', Portanto, o que Deu� uniu, o homem
mais tarde, tenha afrouxado a lei estrita até esse ponto por causa não separe" (Mt 19, 4- 7) . Mas as especulações sobre o momento
da "dureza de seus corações". preciso em que Jesus Cristo converteu o matrimônio em sacramento
Com a vinda de Jesus, cessaram essas exceções à unidade e à sM inúteis. Basta-nos saber, pela constante e ininterrupta tradição
permanência do vínculo matrimonial. Até os tempos de Cristo, o da Igreja, que Jesus operou essa transformação do vínculo matri·
m atrimônio, ainda que união sagrada, era apenas um contrato civil monial.
entre um homem e uma mulher. Mas Jesus assumiu esse contrato -
a troca de consentimentos maritais entre um homem e uma mulher Como sabemos, um sacramento é um sinal externo que confere
- e fez dele canal da graça, transformou-o num sacramento para uma graça interna. No matrimônio, o sinal externo é a troca de
I os cristãos. � matrimônio como "um sacramento que esta. consentimentos maritais entre um homem e uma mulher batizados.
belece Uma Santa e indissolúvel união enfre Um llOtllen) e tÍma- ITIU• Por outras palavras, o homem e a mulher que vão c0ntrair matri
)her_e_ lheª_ diLgiaças para se. amarem ).)111 ao outro _J;antamente mônio administram o sacramento um ao outro. Não é correto dizer
_
-- e
(embora se diga frequentemente) que "João e Maria foram casados
-
à frente da paróquia em que se celebra a cerimônia, ou o bispo da Além do aumento da graça santificante - todos os sacramentos
diocese, ou o sacerdote delegado pelo pároco ou pelo bispo. O cató· de vivos a �onfcrem -, o m a t rimô nio confere também a sua própria
lico que pretenda casar-se perante um magistrado civil (um juiz civil e raça csp<.:cial. a graç a sacramental, que consiste no direito de rece
ou um juiz de paz) não estarã casado de maneira nenhuma, e come ber de Deus as graças atuais de que os esposos possam necessitar
terá um pecado mortal consentindo nessa cerimônia; o casal viverá através dos anos para assegurarem uma união feliz e frutuosa. Para
em pecado mortal habitual durante todo o tempo em que os dois que possa produz ir plenamente os seus efeitos, esta graça necessita
estiverem vivendo juntos. Dois não católicos que se casam perante da coope ração de ambos os cônjuges . destina�se a essa
A graça
um pastor protestante ou um magistrado civil estão autenticamente cntidadl.! singular, a esse "um em dois '" que
matr imôn io operou.
o
casados. Se não são batizados, o matrimônio é puramente "naturaln, Mas se uma d as partes falta ao cumprimento dos seus deveres cr is
como os que se davam antes de Jesus Cristo ter instituído o sacra tclos, o outro cônjuge poderá contar ainda com graças excepcionais
mento do Matrimônio. Mas se os dois não católicos são batizados, ck for tal ez a e sabedoria.
o seu matrimônio é sacramento. Para um católico, portanto, não Concretizando m ai s, a graça sa cramen tal do matrimônio aper
há outro modo de se casar validamente a não ser recebendo o sacra feiçoa o am or natural entre marido e mulher. elevando-o a um nível
mento do Matrimônio. Quando Jesus instituiu os sacramentos, foi sobrenatural que ultrapassa indizivelmente a mera compatibilidade
para que seus seguidores os utilizassem. mental e fisica. Dá ao amor conj ugal uma qualidade santificante
que ·o torna in st rumento e caminho para crescer e alcançar a san ti M
vez desanimado pela pressão de um problema doméstico sério, E tudo isto é apenas uma parte do que a graça do matrimônio pode
sentindo-se tentado a autocompadecer-se e a pensar que foi um erro fazer por aqueles que, com a sua cooperação, dão a Deus ocasião
casar-se, esse é o momento de recordar que o matrimônio é um de mostrar o seu poder.
sacramento. É o momento de recordar que tem absoluto direito a Há uns quatrocentos anos, ao propor a doutrina católica sobre
qualquer graça de que possa necessitar nessa situação; a qualquer o matrimônio, o Concilio de Trento dec larava : "A graça que aper
graça de que possa carecer para fortalecer a sua humana fraqueza feiçoa o a mor natural (de marido e mulher) , confirma a união in
e chegar à solução do problema. Aos esposos que fazem tudo dissolúvel e santifica os esposos, é a que o próprio Cristo nos mere
o que está em suas mãos para que seu matrimônio seja verda ceu por su a Paixão, como indica o Apóstolo São Paulo quando diz:
deiramente cristão, Deus comprometeu-se a dar todas as graças de que 'Espnsos, amai as vossas esposas, como Cristo amou a sua Igreja' ".
necessitam c quando as necessitem, e Deus é sempre fiel aos seus Considerar que Jesus Cristo, quando sofri a a s u a Paixão. pen
compromissos. sava nos esposos cri stãos aperceber·se de que um dos fi ns pelos
.
Sendo um sacramento, o matrimônio confere graça, e, como quais Jesus morreu na cruz foi ganhar as graça s de que eles neces·
qualquer sacramento, confere dois gêneros de graça. Em primeiro sitaria m no matrimônio, parece-me um pensamento maravilhosa
lugar, no próprio momento em que é recebido, infunde um aumento mente fecundo para os esposos católicos. Igualmente fecundo será
de graça santificante. Quando os noivos se voltam para descer os meditar que o Espírito Santo inspirou São Paulo a comparar o
degraus do altar, suas almas são espiritualmente mais fortes e mais estado ma tri mon ial à união e à comuniéação, repletas de frutos e
belas do que quando, minutos antes, subiram ao altar. de graça. que ex ist em entre Cristo e sua Esposa, a Igreja.
É essencial, claro está, que se apresentem a receber o sacramento
com a alma em estado de graça. O fim do sacramento do Matri· Além de conferir graça, o sacramento do Matrimônio é a forja
mônio não é perdoar os pecados, e a pessoa que o recebesse em do v inc ul o
matrimonial, desse intercâmbio moral que se efetua na
pecado mortal cometeria um sacrilégio, um pecado grave. O casa· alma dos côn juges Há apenas três sacramentos que, por terem por
.
mento seria real e válido, mas não se pode conceber um início mais ObJeto diretamente Deus e o seu culto - o Batismo, a Confirmação
infeliz do que esse para uma obra que supõe a mais íntima colabo· e a Ordem Sagrada -, impri mem na alma esse sinal espiritual
e
tn delevel a que chamamos
ração com Deus. "caráter" do sacramento. Estes três sa�
376 O MATRIMôNIO o �IATHl\lô�IO EKCERRA GRAÇAS ESPECIAIS �!77
à frente da paróquia em que se celebra a cerimônia, ou o bispo da Além do aumento da graça santificante - todos os sacramentos
diocese, ou o sacerdote delegado pelo pároco ou pelo bispo. O cató· de vivos a �onfcrem -, o m a t rimô nio confere também a sua própria
lico que pretenda casar-se perante um magistrado civil (um juiz civil e raça csp<.:cial. a graç a sacramental, que consiste no direito de rece
ou um juiz de paz) não estarã casado de maneira nenhuma, e come ber de Deus as graças atuais de que os esposos possam necessitar
terá um pecado mortal consentindo nessa cerimônia; o casal viverá através dos anos para assegurarem uma união feliz e frutuosa. Para
em pecado mortal habitual durante todo o tempo em que os dois que possa produz ir plenamente os seus efeitos, esta graça necessita
estiverem vivendo juntos. Dois não católicos que se casam perante da coope ração de ambos os cônjuges . destina�se a essa
A graça
um pastor protestante ou um magistrado civil estão autenticamente cntidadl.! singular, a esse "um em dois '" que
matr imôn io operou.
o
casados. Se não são batizados, o matrimônio é puramente "naturaln, Mas se uma d as partes falta ao cumprimento dos seus deveres cr is
como os que se davam antes de Jesus Cristo ter instituído o sacra tclos, o outro cônjuge poderá contar ainda com graças excepcionais
mento do Matrimônio. Mas se os dois não católicos são batizados, ck for tal ez a e sabedoria.
o seu matrimônio é sacramento. Para um católico, portanto, não Concretizando m ai s, a graça sa cramen tal do matrimônio aper
há outro modo de se casar validamente a não ser recebendo o sacra feiçoa o am or natural entre marido e mulher. elevando-o a um nível
mento do Matrimônio. Quando Jesus instituiu os sacramentos, foi sobrenatural que ultrapassa indizivelmente a mera compatibilidade
para que seus seguidores os utilizassem. mental e fisica. Dá ao amor conj ugal uma qualidade santificante
que ·o torna in st rumento e caminho para crescer e alcançar a san ti M
vez desanimado pela pressão de um problema doméstico sério, E tudo isto é apenas uma parte do que a graça do matrimônio pode
sentindo-se tentado a autocompadecer-se e a pensar que foi um erro fazer por aqueles que, com a sua cooperação, dão a Deus ocasião
casar-se, esse é o momento de recordar que o matrimônio é um de mostrar o seu poder.
sacramento. É o momento de recordar que tem absoluto direito a Há uns quatrocentos anos, ao propor a doutrina católica sobre
qualquer graça de que possa necessitar nessa situação; a qualquer o matrimônio, o Concilio de Trento dec larava : "A graça que aper
graça de que possa carecer para fortalecer a sua humana fraqueza feiçoa o a mor natural (de marido e mulher) , confirma a união in
e chegar à solução do problema. Aos esposos que fazem tudo dissolúvel e santifica os esposos, é a que o próprio Cristo nos mere
o que está em suas mãos para que seu matrimônio seja verda ceu por su a Paixão, como indica o Apóstolo São Paulo quando diz:
deiramente cristão, Deus comprometeu-se a dar todas as graças de que 'Espnsos, amai as vossas esposas, como Cristo amou a sua Igreja' ".
necessitam c quando as necessitem, e Deus é sempre fiel aos seus Considerar que Jesus Cristo, quando sofri a a s u a Paixão. pen
compromissos. sava nos esposos cri stãos aperceber·se de que um dos fi ns pelos
.
Sendo um sacramento, o matrimônio confere graça, e, como quais Jesus morreu na cruz foi ganhar as graça s de que eles neces·
qualquer sacramento, confere dois gêneros de graça. Em primeiro sitaria m no matrimônio, parece-me um pensamento maravilhosa
lugar, no próprio momento em que é recebido, infunde um aumento mente fecundo para os esposos católicos. Igualmente fecundo será
de graça santificante. Quando os noivos se voltam para descer os meditar que o Espírito Santo inspirou São Paulo a comparar o
degraus do altar, suas almas são espiritualmente mais fortes e mais estado ma tri mon ial à união e à comuniéação, repletas de frutos e
belas do que quando, minutos antes, subiram ao altar. de graça. que ex ist em entre Cristo e sua Esposa, a Igreja.
É essencial, claro está, que se apresentem a receber o sacramento
com a alma em estado de graça. O fim do sacramento do Matri· Além de conferir graça, o sacramento do Matrimônio é a forja
mônio não é perdoar os pecados, e a pessoa que o recebesse em do v inc ul o
matrimonial, desse intercâmbio moral que se efetua na
pecado mortal cometeria um sacrilégio, um pecado grave. O casa· alma dos côn juges Há apenas três sacramentos que, por terem por
.
mento seria real e válido, mas não se pode conceber um início mais ObJeto diretamente Deus e o seu culto - o Batismo, a Confirmação
infeliz do que esse para uma obra que supõe a mais íntima colabo· e a Ordem Sagrada -, impri mem na alma esse sinal espiritual
e
tn delevel a que chamamos
ração com Deus. "caráter" do sacramento. Estes três sa�
O \L\THJ\Iüi\10 1 l \L\THJ\ Jü.'\ilO E\.CEH H.-\ GHAÇAS ESl-'ECL-\ I S
cramentos fazem-nos parttctpar de divasns maneiras no sacerdó f, licito, evidentemente, obter a separação civil, s<J for ne�.:essário
cio de Cristo. Não ohstantc, os teólogos nüo vacilam em comparar ara o marido ou a mulher se protegerem do cônjuge malvado ou
o vínculo matrimonial a esses caracteres sacramentais. e inclusive a ( · · -1-tor
pjL�C •
�fas a separacão>
e O divórcio civis não poderão ,
quebrar
.
c:enominá-lo um quase-caráter. 0 vínculo matrimonia l. Se a pessoa em que � tão contra1sse matn-
Deste "quase-caráter", deste vínculo matrimonial, surgem as duas 1(\nio civil com um novo esposo, separar-se-m da graça de Deus
propriedades do matrimônio: a unidade c a indissoluhi/h!ade. :�ara viver em pecado habitual. Trocaria a sua felicidade eterna pelos
pouco s anos de consolo e companhia que
espera cn�ont r.ar no seu
A unidade do matrimônio significa que um homem só pode trimônio" . Mas mesmo esse consolo estana mmado pela
�ecundo '·ma
ter uma esposa, e uma mulher um só marido. A unidade do matri ; se ter afastado de Deus.
�c tc za de
mônio opõe-se à poligamia (várias esposas) e à poliandria (vários
Sentimos uma grande compaixão pelas pessoas que se vêem a
hra\os com essa alternativa, e tenta-nos a revolt,a: "Por q�e �eus
maridos) . Desde a vinda de Cristo, a monogamia (um marido com
uma mulher) tornou-se a regra sem exceção.
tem de ser tão intransigente em não desfazer o vmculo matnmomal?
Por que não prevê alguma saída para casos de injustiça
tão fla
A indissolubilidade do matrimônio significa que é uma união
perrnanente. Uma vez que um homem c urna mulher se tenham grante?".
unido em matrimônio cristão consumado, não há poder na terra, A resposta é que, tendo Deus decidido criar � gênero human.o
nem sequer o -do Papa, que possa dissolver esse vínculo. "O que composto de homem e mulher, e tendo esta ?elecJd� que os do�s
Deus uniu, o homem não separe" (Mt 19, 6) . Sob circunstâncias juntos cooperassem para povoar a terra e tambem o ceu, .vm-se obn
muito especiais, a Igreja tem poder para dissolver um matrimônio eado a fazer do matrimônio uma união permanente, a ftm de asse
que não seja o sacramental (por exemplo, o de duas pessoas não gurar o cumprimento dos seus fins (quando dizemos "decidido" e
batizadas, quando uma das partes recebe o batismo mais tarde), e "obrigado", estamos falando de Deus em termos puramente huma
para dissolver o matrimônio sacramental que nunca foi consumado. nos) . Se os filhos tinham de alcançar a idade adulta na plenitude
Mas mesmo o matrimônio entre dois protestantes validamente bati· da nohreza que Deus quis que tivessem - de filhos de Deus, feitos
z&dos é uma união sacramental e, uma vez consumado, nem a pró à sua imagem e semelhança -, era essencial que tivessem a estabili
pria Igreja pode dissolvê-lo. As leis civis poderão p"rmi!Í!_o divórcio dade emocional, mental e espiritual que só se pode alcançar cres
- -
e um novo casamentQ civi�, mas nem um nenl Outro valemaOsülti--
_
cendo junto dos pais.
�mente nada diante de D�us. A pessoa divorciada que se casa
Mais ainda. Mesmo que não houvesse filhos a levar em conta,
ouffa vez e seu novo companheiro vivem em adultério habitual, se o fim secundário do matrimônio continuaria a exigir uma união per
o matrimônio anterior foi válido; é um adultério legalizado, mas manente. Este fim secundário é a mútua complementação que um
adultério apesar de tudo. homem c uma mulher estão destinados a alcançar um no outro, o
Há ocasiões em que a indissolubilidade do vínculo matrimonial enriquecimento e o amadurecimento que resultam de fundirem suas
parece de uma dureza excessiva. Pensamos em casos como o do vidas numa unidade nova. É um fim que jamais se poderia alcançar
marido cuja esposa perde a razão. É declarada incurável, e nunca se o vínculo matrimonial fosse temporário ou rescindível.
sairá do manicômio em que foi internada. O marido fica com várias Estas razões nos levam a afirmar que a indissolubilidade do
crianças nas mãos e, não obstante, não poderá casar-se outra vez vínculo matrimonial está baseada na lei natural, a qual é obrigatória
enquanto a esposa viver. Ou podemos pensar também na esposa mesmo que não existisse nenhum decreto positivo da parte de Deus..
que, para garantir a segurança dos filhos e a sua própria, é obrigada porque nasce da própria natureza do homem tal como é.
a separar-se de um marido bêbado e brutal. As crianças necessitam Podia-se argumentar: "Sim, tudo isso está muito hem. Mas
de um pai, mas ela não pode contrair novo matrimônio enquanto o não poderia haver uma dispensa para os casos excepcionalmente difí
marido viver. Ou podemos pensar ainda no cônjuge cujo marido ou ceis?" Infelizmente, se os planos de Deus têm que se cumprir, não
mulher é claramente "um mau caráter" e a parte inocente é deixada pode haver exceções. Quando um homem e uma mulher sabem que
sozinha para levar adiante a família ou se vê condenada a viver uma tf!nz que aceitar-se um ao outro "até que a morte os separe'', então,
vida de solidão e frustração. Não pode haver novo matrimônio noventa e nove de cada cem casos conseguirão levar para a trente
enquanto o desertor viver. a sua vida matrimonial. Se o adultério, ou a brutalidade, ou a de-
O \L\THJ\Iüi\10 1 l \L\THJ\ Jü.'\ilO E\.CEH H.-\ GHAÇAS ESl-'ECL-\ I S
cramentos fazem-nos parttctpar de divasns maneiras no sacerdó f, licito, evidentemente, obter a separação civil, s<J for ne�.:essário
cio de Cristo. Não ohstantc, os teólogos nüo vacilam em comparar ara o marido ou a mulher se protegerem do cônjuge malvado ou
o vínculo matrimonial a esses caracteres sacramentais. e inclusive a ( · · -1-tor
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e O divórcio civis não poderão ,
quebrar
.
c:enominá-lo um quase-caráter. 0 vínculo matrimonia l. Se a pessoa em que � tão contra1sse matn-
Deste "quase-caráter", deste vínculo matrimonial, surgem as duas 1(\nio civil com um novo esposo, separar-se-m da graça de Deus
propriedades do matrimônio: a unidade c a indissoluhi/h!ade. :�ara viver em pecado habitual. Trocaria a sua felicidade eterna pelos
pouco s anos de consolo e companhia que
espera cn�ont r.ar no seu
A unidade do matrimônio significa que um homem só pode trimônio" . Mas mesmo esse consolo estana mmado pela
�ecundo '·ma
ter uma esposa, e uma mulher um só marido. A unidade do matri ; se ter afastado de Deus.
�c tc za de
mônio opõe-se à poligamia (várias esposas) e à poliandria (vários
Sentimos uma grande compaixão pelas pessoas que se vêem a
hra\os com essa alternativa, e tenta-nos a revolt,a: "Por q�e �eus
maridos) . Desde a vinda de Cristo, a monogamia (um marido com
uma mulher) tornou-se a regra sem exceção.
tem de ser tão intransigente em não desfazer o vmculo matnmomal?
Por que não prevê alguma saída para casos de injustiça
tão fla
A indissolubilidade do matrimônio significa que é uma união
perrnanente. Uma vez que um homem c urna mulher se tenham grante?".
unido em matrimônio cristão consumado, não há poder na terra, A resposta é que, tendo Deus decidido criar � gênero human.o
nem sequer o -do Papa, que possa dissolver esse vínculo. "O que composto de homem e mulher, e tendo esta ?elecJd� que os do�s
Deus uniu, o homem não separe" (Mt 19, 6) . Sob circunstâncias juntos cooperassem para povoar a terra e tambem o ceu, .vm-se obn
muito especiais, a Igreja tem poder para dissolver um matrimônio eado a fazer do matrimônio uma união permanente, a ftm de asse
que não seja o sacramental (por exemplo, o de duas pessoas não gurar o cumprimento dos seus fins (quando dizemos "decidido" e
batizadas, quando uma das partes recebe o batismo mais tarde), e "obrigado", estamos falando de Deus em termos puramente huma
para dissolver o matrimônio sacramental que nunca foi consumado. nos) . Se os filhos tinham de alcançar a idade adulta na plenitude
Mas mesmo o matrimônio entre dois protestantes validamente bati· da nohreza que Deus quis que tivessem - de filhos de Deus, feitos
z&dos é uma união sacramental e, uma vez consumado, nem a pró à sua imagem e semelhança -, era essencial que tivessem a estabili
pria Igreja pode dissolvê-lo. As leis civis poderão p"rmi!Í!_o divórcio dade emocional, mental e espiritual que só se pode alcançar cres
- -
e um novo casamentQ civi�, mas nem um nenl Outro valemaOsülti--
_
cendo junto dos pais.
�mente nada diante de D�us. A pessoa divorciada que se casa
Mais ainda. Mesmo que não houvesse filhos a levar em conta,
ouffa vez e seu novo companheiro vivem em adultério habitual, se o fim secundário do matrimônio continuaria a exigir uma união per
o matrimônio anterior foi válido; é um adultério legalizado, mas manente. Este fim secundário é a mútua complementação que um
adultério apesar de tudo. homem c uma mulher estão destinados a alcançar um no outro, o
Há ocasiões em que a indissolubilidade do vínculo matrimonial enriquecimento e o amadurecimento que resultam de fundirem suas
parece de uma dureza excessiva. Pensamos em casos como o do vidas numa unidade nova. É um fim que jamais se poderia alcançar
marido cuja esposa perde a razão. É declarada incurável, e nunca se o vínculo matrimonial fosse temporário ou rescindível.
sairá do manicômio em que foi internada. O marido fica com várias Estas razões nos levam a afirmar que a indissolubilidade do
crianças nas mãos e, não obstante, não poderá casar-se outra vez vínculo matrimonial está baseada na lei natural, a qual é obrigatória
enquanto a esposa viver. Ou podemos pensar também na esposa mesmo que não existisse nenhum decreto positivo da parte de Deus..
que, para garantir a segurança dos filhos e a sua própria, é obrigada porque nasce da própria natureza do homem tal como é.
a separar-se de um marido bêbado e brutal. As crianças necessitam Podia-se argumentar: "Sim, tudo isso está muito hem. Mas
de um pai, mas ela não pode contrair novo matrimônio enquanto o não poderia haver uma dispensa para os casos excepcionalmente difí
marido viver. Ou podemos pensar ainda no cônjuge cujo marido ou ceis?" Infelizmente, se os planos de Deus têm que se cumprir, não
mulher é claramente "um mau caráter" e a parte inocente é deixada pode haver exceções. Quando um homem e uma mulher sabem que
sozinha para levar adiante a família ou se vê condenada a viver uma tf!nz que aceitar-se um ao outro "até que a morte os separe'', então,
vida de solidão e frustração. Não pode haver novo matrimônio noventa e nove de cada cem casos conseguirão levar para a trente
enquanto o desertor viver. a sua vida matrimonial. Se o adultério, ou a brutalidade, ou a de-
380
O MATRI MON !O
A PREVISÃO FORJA MATR
scrção. fossem razão IMON!OS FELIZES
suficiente para quebra
de casar-se outra vez r o vínculo e dar o 38!
, como seria fácil arr direito
confirmá-lo, basta obs umar esses mdtivos! Antes de pronunciar
Para
a sua chamada ao
ervar esses países com o seu compromisso
o divórcio, cujos índice grandes facilidades de celibato e de ace
s. juntamente com para sacerdócio, um jovem itar
sobem <.:ontinuament os de novos matrim anos, sob a orientação pen sa e reza durante muito
e de forma alarmant ônios, de um diretor espirit s
sar de o compromisso
em que Deus não e. Não; trata-se de um ual competente. E,
poderá ceder nem caso ma trimonial ser tão ape
se perca a sua causa. um pouco, se não permanente e tão
quiser que luto como o do celiba to, abso
um jovem e uma mo
E um dos casos pronunciá-lo depois
de poucos meses (ou
ça decidem, às vez
es,
em que um indivíd
inocente abandonad uo (por exemplo, um cimento, baseados talv mesmo semanas) de
a) tem que sofrer a mãe ez, como única rec conhe
dizem que os inocen pel o bem comum. Os ção física. Quando est omendação, na mú
tes nunca deveriam que a desaparece, não tua atra
querem dizer é que ;sofrer, o que na rea Para a pessoa pru restam senão cinzas
a virtude deveria ser lida de dente, que sabe qu .
fácil fazê-lo. praticada só quando vocação, quais são e o ma trimônio é
Por esse princípio, fosse os passos prelimina a sua
seria perfeitamente res para a escolha
um católico preso num aceitável que cônjuge? A prime do futuro
país comunista neg ira e a mais eleme
&e livrasse da prisão asse a sua fé, se com namorar alguém que ntar das precauçõe
. Por esse princí isso s há de ser
pio, os mártires ter seja ca,ólico, e cat
uns pobres tontos, iam marido e mulher sab ólico praticante.
e a virtude depend sid o em que não poder Quando
que de nós se exigis eria simplesmente
do pou co para comungar jun ão ajoelhar-se diante
do altar
se. tos, nem viver sob
rai s comum, nem rez um código de princi
E quanto à esposa ar as mesmas oraçõe pias mo
abandonada e ao ma
nhece os seus proble rido solitário, Deus que virão, dãu com s em companhia do
mas melhor que nin co eço à sua vida de s filhos
de que Ele lhes dar guém, e podemos est gem terrível. E a casados com uma
á o valor, a fortale ar certos única maneira de des vanta
deixarem intervir. za e a ajuda necess com um bom católic garantir que alguém
A criança abandon árias, se o o é namorar quem se cas ará
e por essa razão ada necess ita de um consideração o pro o seja. Isto traz
Deus será duplament pai, sim, blema dos matrim à nossa
confiança de saber e Pai para ela. Te este rapaz protestan ônios mistos: "Caso-me com
que Deus se preocu nhamos a te, que é melhor
como nós. pa com elas, pelo nhe-;o". Muito bem que muitos católicos
menos tanto . Mas quem disse que co
Uma conclusão prá casar-se com um que é uma boa idé
tica deriva de tud mau católico? ia querer
lico de reta consci o isto: a de qu e um
ência jamais deverá cató
marido ou uma mu sair frequentemente O princípio moral
lher separados ou com um básico que rege a
divorciados. Norm qua nd o um rapaz situação que se ori
companhia é já de almente, esta e uma moça saem gina
per si um pecado essa assiduidade só frequentemente jun
esteja pensando em grave, mesmo que se justifica quando tos, é que
casamento. A oca ninguém é parte da procur
sião de pecado, o panheiro para o sac a de com
apego, estão sempre per igo de ramento do Matrim
presentes. rdação entre du ônio. A constante
e amistosa
É útil repetir aqui qu as pessoas de sex
o oposto ocasiona
e o casamento de que são muito rea perigos morais,
rante um juiz civil dois não católicos is e que não des
ou um ministro de pe tir-se" e nada ma culpam os namoro
é um matrimônio verdad outra confissão ou is. Isto não quer s "para diver
eiro e válido, uma religião, dizer que um jovem
união permanente. com a primeira deva casar-se
católico divorciado O não moça com quem
pode pensar que é trair matrimôn saia ou que uma
mas os decretos de livr e de contrair novas nú io com o seu pri moça deve con
Deus são diferente pcias, meiro acompanhant
s. pósito do namoro e. Todo o pro
é conhecerem-se um
cada um a da ao outro o suficie
s partes possa res nte para qu e
gu nta : ponder adequadame
A PREVISÃO FORJ "Poderia eu viver nte a est a per
A MATRIMONIOS matrirnúni o feliz e santament
FELIZES é com esta pessoa
cristão, para sempr , em
descarta r m e?" É bem possív
el que seja precis
É triste ver que, às vez uitos candidatos
antes de encontrar o
es, algumas pessoas O que o princ o adequ ado.
na escolha de um carr põem mais cuidado ípio funda ment al
o ou da casa que na moço e uma do namoro aconse
apesar de ser esta um do marido ou da espo moça não saiam lha é que um
sa,
a união por toda a
vida, indissolúvel, par livres c queir juntos a não ser
que ambos sejam
horas boas e as hor a as am e possa m contrai
as más. Mais ainda, Este princíp r matrimônio, se
lhendo é uma voc o que os noivos estão io, evidentemente, assim o decidirem.
ação divina, um esta esco proscreve os encon
a sua própria salv do de vida de que depe a dolescen tros regulares ent
nderá tes. um mal 'Jasta re
ação e, em parte, a se pode nte alastra do na
dos filhos. pretender que jov sociedade de hoje.
ens ain da no ginási Não
de passados o possam casar-se ant
muitos anos. Pôr-s es
e injus tificadame
nte em ocasiã o de
380
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scrção. fossem razão IMON!OS FELIZES
suficiente para quebra
de casar-se outra vez r o vínculo e dar o 38!
, como seria fácil arr direito
confirmá-lo, basta obs umar esses mdtivos! Antes de pronunciar
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a sua chamada ao
ervar esses países com o seu compromisso
o divórcio, cujos índice grandes facilidades de celibato e de ace
s. juntamente com para sacerdócio, um jovem itar
sobem <.:ontinuament os de novos matrim anos, sob a orientação pen sa e reza durante muito
e de forma alarmant ônios, de um diretor espirit s
sar de o compromisso
em que Deus não e. Não; trata-se de um ual competente. E,
poderá ceder nem caso ma trimonial ser tão ape
se perca a sua causa. um pouco, se não permanente e tão
quiser que luto como o do celiba to, abso
um jovem e uma mo
E um dos casos pronunciá-lo depois
de poucos meses (ou
ça decidem, às vez
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em que um indivíd
inocente abandonad uo (por exemplo, um cimento, baseados talv mesmo semanas) de
a) tem que sofrer a mãe ez, como única rec conhe
dizem que os inocen pel o bem comum. Os ção física. Quando est omendação, na mú
tes nunca deveriam que a desaparece, não tua atra
querem dizer é que ;sofrer, o que na rea Para a pessoa pru restam senão cinzas
a virtude deveria ser lida de dente, que sabe qu .
fácil fazê-lo. praticada só quando vocação, quais são e o ma trimônio é
Por esse princípio, fosse os passos prelimina a sua
seria perfeitamente res para a escolha
um católico preso num aceitável que cônjuge? A prime do futuro
país comunista neg ira e a mais eleme
&e livrasse da prisão asse a sua fé, se com namorar alguém que ntar das precauçõe
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pio, os mártires ter seja ca,ólico, e cat
uns pobres tontos, iam marido e mulher sab ólico praticante.
e a virtude depend sid o em que não poder Quando
que de nós se exigis eria simplesmente
do pou co para comungar jun ão ajoelhar-se diante
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se. tos, nem viver sob
rai s comum, nem rez um código de princi
E quanto à esposa ar as mesmas oraçõe pias mo
abandonada e ao ma
nhece os seus proble rido solitário, Deus que virão, dãu com s em companhia do
mas melhor que nin co eço à sua vida de s filhos
de que Ele lhes dar guém, e podemos est gem terrível. E a casados com uma
á o valor, a fortale ar certos única maneira de des vanta
deixarem intervir. za e a ajuda necess com um bom católic garantir que alguém
A criança abandon árias, se o o é namorar quem se cas ará
e por essa razão ada necess ita de um consideração o pro o seja. Isto traz
Deus será duplament pai, sim, blema dos matrim à nossa
confiança de saber e Pai para ela. Te este rapaz protestan ônios mistos: "Caso-me com
que Deus se preocu nhamos a te, que é melhor
como nós. pa com elas, pelo nhe-;o". Muito bem que muitos católicos
menos tanto . Mas quem disse que co
Uma conclusão prá casar-se com um que é uma boa idé
tica deriva de tud mau católico? ia querer
lico de reta consci o isto: a de qu e um
ência jamais deverá cató
marido ou uma mu sair frequentemente O princípio moral
lher separados ou com um básico que rege a
divorciados. Norm qua nd o um rapaz situação que se ori
companhia é já de almente, esta e uma moça saem gina
per si um pecado essa assiduidade só frequentemente jun
esteja pensando em grave, mesmo que se justifica quando tos, é que
casamento. A oca ninguém é parte da procur
sião de pecado, o panheiro para o sac a de com
apego, estão sempre per igo de ramento do Matrim
presentes. rdação entre du ônio. A constante
e amistosa
É útil repetir aqui qu as pessoas de sex
o oposto ocasiona
e o casamento de que são muito rea perigos morais,
rante um juiz civil dois não católicos is e que não des
ou um ministro de pe tir-se" e nada ma culpam os namoro
é um matrimônio verdad outra confissão ou is. Isto não quer s "para diver
eiro e válido, uma religião, dizer que um jovem
união permanente. com a primeira deva casar-se
católico divorciado O não moça com quem
pode pensar que é trair matrimôn saia ou que uma
mas os decretos de livr e de contrair novas nú io com o seu pri moça deve con
Deus são diferente pcias, meiro acompanhant
s. pósito do namoro e. Todo o pro
é conhecerem-se um
cada um a da ao outro o suficie
s partes possa res nte para qu e
gu nta : ponder adequadame
A PREVISÃO FORJ "Poderia eu viver nte a est a per
A MATRIMONIOS matrirnúni o feliz e santament
FELIZES é com esta pessoa
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É triste ver que, às vez uitos candidatos
antes de encontrar o
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apesar de ser esta um do marido ou da espo moça não saiam lha é que um
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muitos anos. Pôr-s es
e injus tificadame
nte em ocasiã o de
\ J'RE\'ISAO FORJA \!ATRI\!0:\IOS FELIZES 383
.'3R:2 O �!ATHI�!OKIO
pecado grave "por saírem juntos" é, com toda a objetividade, um podem enganar-s.;, o diretor espiritual pode enganar-se, mas Deus
pecado grave. Não existe rapaz tão forte nem moça tão boa que nunca se engana. Pedir luzes a Deus para fazer a escolha ade
eliminem o perigo do pecado. quada em matéria tão delicada e ouvir a sua resposta nos momen
Para a maioria das pessoas, a adolescência é um período de tos de íntima oração diante do sacrário, são passos elementares do
conflitos emocionais, porque os adolescentes se encontram em terra tJoivado .
de ninguém: já não são crianças e ainda não chegaram a homens. A confissão e a comunhão frequentes farão parte deste pro-
erama de oração. Tendo por meta um lar feliz e cristão, os noivos
Procurarão fazer o que estiver ao seu alcance para merecer as bên
Estflo divididos entre o desejo de independência pessoal, próprio da
maturidade, e a relutância em abandonar a segurança da meninice.
Vêem-se perturbados por sentimentos recém-despertados e por ânsias çJos divinas para a sua futura m.ião. Mesmo com a melhor das
prementes do seu desenvolvimento glandular. Os pais que acrescen intenções, a constante companhia que os noivos fazem um ao outro
tam a essas tensões uma nova pressfto, animando ou aceitando com 3prcscnta certo perigo para a virtude da castidade. Com jsto, não
placentemente os namoros de seus filhos, estão-lhes causando um estamos querendo semear a sombra da dúvida sobre a virtude dos
verdadeiro mal. João e Maria podem formar um lindo par, viver jovens. Simplesmente, dizemos que a natureza decaída é a natu·
um romance �nocente, encantador, angelical, mas, se continuam sain reza decaída e que é um insensato todo aquele que se vangloria de
do juntos, em breve isso deixará de ser assim. que a sua virtude não tem ponto de ruptura. Para duas pessoas
que estG.o noivas, a confissão frequente e a Sagrada Comunhão são
Quando chega a idade de casar-se, papal c mamãe não têm que a melhor garant�a de que não começarão a burlar os preceitos divi
fazer a escolha em lugar do filho ou da filha. É o filho ou filha nos, a melhor garantia de que não empanarão a beleza e a santidade
quem terá de viver com o cônjuge escolhido, e devem ser eles a do matrimônio, tomando liberdades prematrimonais a que não têm
tomar a decisão. direito. Os noivos que realmente queiram que seu matrimônio seja
Não obstante, a não ser que sejam uns tolos integrais, papai fclic, irão ao altar com a segurança de saber que foram felizes em
e mamãe terão aprendido bastante da natureza humana com o trans guardar-se um para o outro sob o controle da razão e da graça.
correr dos anos, e aos quarenta nu cinquenta saberão atravessar a Só depois que a sua união se tiver realizado com a participação de
máscara do encanto superficial de uma pessoa e chegar ao seu ser Deus, ao contraírem o Matrimônio, é que buscarão essa unidade de
real muito mais facilmente que u m jovem de vinte. c{1rpos mediante o ato nobre e santo que é parte do plano criador
Jovem sensato é aquele que fala destas coisas com o pai ou de Deus, e que se converte num desafio irreverente a Deus quando
a mãe antes de contrair um compromisso sério de casar-se. Insensato se realiza à margem da sua vontade.
é o filho ou filha que acolhe qualquer manifestação de reserva dos Aconselhar-se pmdcntemente, orar, guardar a pureza prematri
pais com um magoado: "Bom, a mim agrada-me, e o que conta monial e procurar um cônjuge catóiico: estes são os alicerces sobre
é isso". É verdade que os pais podem ter preconceitos: é difícil os Q U!1is se constrói um matrimôrHo feliz, seguro e fecundo.
que um pai admita que fulaninho é suficientemente bom para lhe
levar a filha; é difícil que uma mãe admita que essa moça cuidará Se possível, celebrar-se-á dentro da Missa. Esta Missa nupcial
não é essencial para que se celebre o sacramento do Matrimônio, que
0. recebido quando os noivos prestam mútuo consentimento diante
tão bem do seu filho como ela o faz. Mas, em geral, os pais conhe
cem os seus próprios preconceitos e esforçam-se por ser objetivos
em suas apreciações. E muito mais quando o filho ou a filha pa do sacerdote e de outras testemunhas. Por isso, o sacramento do
recem estar sinceramente apaixonados. Matrimônio pode ser celebrado sem Missa.
Se a atitude paterna parece totalmente irrazoável, há um terceiro Mas não há noivos que, desejando conseguir toda a graça que
lhes seja possível para cumprir a sua vocação, não solicitem que se
árbitro objetivo a quem o jovem pode recorrer para obter um bom
conselho: o diretor espiritual. Tendo em conta que o matrimônio celebre a Missa de casamento. Tanto mais que a Igreja recomenda
L· uma vocaçüo para toda a vida, com tão importantes e duradouras
a celebração do matrimônio dentro da Missa. Há n a liturgia uma
conscquências, parece de elementar senso comum consultar sobre esta Missa especi(ll de Ordenação para quando alguém se oferece a Deus no
clccisão quem possa aconselhar-nos bem: o nosso diretor espiritual. 'acerdócio. Há uma Missa especial de Consagração quando se ofe-
1 cce a Deus uma igreja nova, um novo edifício. Não é de surpreen
Além de pedir conselho e de refletir, o jovem sinceramente cató
de r. pois. que haja uma Missa para os nubentes que se vão dedicar
lico deve impregnar a sua decisão de uma contínua oração. Os pais
\ J'RE\'ISAO FORJA \!ATRI\!0:\IOS FELIZES 383
.'3R:2 O �!ATHI�!OKIO
pecado grave "por saírem juntos" é, com toda a objetividade, um podem enganar-s.;, o diretor espiritual pode enganar-se, mas Deus
pecado grave. Não existe rapaz tão forte nem moça tão boa que nunca se engana. Pedir luzes a Deus para fazer a escolha ade
eliminem o perigo do pecado. quada em matéria tão delicada e ouvir a sua resposta nos momen
Para a maioria das pessoas, a adolescência é um período de tos de íntima oração diante do sacrário, são passos elementares do
conflitos emocionais, porque os adolescentes se encontram em terra tJoivado .
de ninguém: já não são crianças e ainda não chegaram a homens. A confissão e a comunhão frequentes farão parte deste pro-
erama de oração. Tendo por meta um lar feliz e cristão, os noivos
Procurarão fazer o que estiver ao seu alcance para merecer as bên
Estflo divididos entre o desejo de independência pessoal, próprio da
maturidade, e a relutância em abandonar a segurança da meninice.
Vêem-se perturbados por sentimentos recém-despertados e por ânsias çJos divinas para a sua futura m.ião. Mesmo com a melhor das
prementes do seu desenvolvimento glandular. Os pais que acrescen intenções, a constante companhia que os noivos fazem um ao outro
tam a essas tensões uma nova pressfto, animando ou aceitando com 3prcscnta certo perigo para a virtude da castidade. Com jsto, não
placentemente os namoros de seus filhos, estão-lhes causando um estamos querendo semear a sombra da dúvida sobre a virtude dos
verdadeiro mal. João e Maria podem formar um lindo par, viver jovens. Simplesmente, dizemos que a natureza decaída é a natu·
um romance �nocente, encantador, angelical, mas, se continuam sain reza decaída e que é um insensato todo aquele que se vangloria de
do juntos, em breve isso deixará de ser assim. que a sua virtude não tem ponto de ruptura. Para duas pessoas
que estG.o noivas, a confissão frequente e a Sagrada Comunhão são
Quando chega a idade de casar-se, papal c mamãe não têm que a melhor garant�a de que não começarão a burlar os preceitos divi
fazer a escolha em lugar do filho ou da filha. É o filho ou filha nos, a melhor garantia de que não empanarão a beleza e a santidade
quem terá de viver com o cônjuge escolhido, e devem ser eles a do matrimônio, tomando liberdades prematrimonais a que não têm
tomar a decisão. direito. Os noivos que realmente queiram que seu matrimônio seja
Não obstante, a não ser que sejam uns tolos integrais, papai fclic, irão ao altar com a segurança de saber que foram felizes em
e mamãe terão aprendido bastante da natureza humana com o trans guardar-se um para o outro sob o controle da razão e da graça.
correr dos anos, e aos quarenta nu cinquenta saberão atravessar a Só depois que a sua união se tiver realizado com a participação de
máscara do encanto superficial de uma pessoa e chegar ao seu ser Deus, ao contraírem o Matrimônio, é que buscarão essa unidade de
real muito mais facilmente que u m jovem de vinte. c{1rpos mediante o ato nobre e santo que é parte do plano criador
Jovem sensato é aquele que fala destas coisas com o pai ou de Deus, e que se converte num desafio irreverente a Deus quando
a mãe antes de contrair um compromisso sério de casar-se. Insensato se realiza à margem da sua vontade.
é o filho ou filha que acolhe qualquer manifestação de reserva dos Aconselhar-se pmdcntemente, orar, guardar a pureza prematri
pais com um magoado: "Bom, a mim agrada-me, e o que conta monial e procurar um cônjuge catóiico: estes são os alicerces sobre
é isso". É verdade que os pais podem ter preconceitos: é difícil os Q U!1is se constrói um matrimôrHo feliz, seguro e fecundo.
que um pai admita que fulaninho é suficientemente bom para lhe
levar a filha; é difícil que uma mãe admita que essa moça cuidará Se possível, celebrar-se-á dentro da Missa. Esta Missa nupcial
não é essencial para que se celebre o sacramento do Matrimônio, que
0. recebido quando os noivos prestam mútuo consentimento diante
tão bem do seu filho como ela o faz. Mas, em geral, os pais conhe
cem os seus próprios preconceitos e esforçam-se por ser objetivos
em suas apreciações. E muito mais quando o filho ou a filha pa do sacerdote e de outras testemunhas. Por isso, o sacramento do
recem estar sinceramente apaixonados. Matrimônio pode ser celebrado sem Missa.
Se a atitude paterna parece totalmente irrazoável, há um terceiro Mas não há noivos que, desejando conseguir toda a graça que
lhes seja possível para cumprir a sua vocação, não solicitem que se
árbitro objetivo a quem o jovem pode recorrer para obter um bom
conselho: o diretor espiritual. Tendo em conta que o matrimônio celebre a Missa de casamento. Tanto mais que a Igreja recomenda
L· uma vocaçüo para toda a vida, com tão importantes e duradouras
a celebração do matrimônio dentro da Missa. Há n a liturgia uma
conscquências, parece de elementar senso comum consultar sobre esta Missa especi(ll de Ordenação para quando alguém se oferece a Deus no
clccisão quem possa aconselhar-nos bem: o nosso diretor espiritual. 'acerdócio. Há uma Missa especial de Consagração quando se ofe-
1 cce a Deus uma igreja nova, um novo edifício. Não é de surpreen
Além de pedir conselho e de refletir, o jovem sinceramente cató
de r. pois. que haja uma Missa para os nubentes que se vão dedicar
lico deve impregnar a sua decisão de uma contínua oração. Os pais
384 O MATRIMôNIO 1':\TER:\'IDADE HESPO:\SAYEL 3fl5
a Deus como cooperadores da sua obra de criação e redenção, como nados", �·graves razões pessoais", · · nintivos morais suficientes e se
uma pequena igreja dentro da sua Igreja. Esta é a importância que gu ros" . "justas causas" . . . ) : se não fosse assim, "só o fato de os
a Igreja concede ao sacramento do Matrimônio. 1...' ,-mjugcs não ata c a rem a natureza do ato e estarem também dispos
Os esposos católicos que encarem a sua união como uma voca� tns a aceitar o filho que. 1ün ohstante a s suas preca w ;õcs, viesse à
�ão divina receberão o sacramento do Matrimônio depois de um luz. n:LO bastaria p o r si só para garantir a retidão da intenção c a
noivado casto, em que se conservaram perto de Deus pela oração e nwralidade i r rcpn:cn�ível dos pn1prios motivos'' (Pio XII, Alocu ção,
pelos sacramentos, e ajoelhando-se juntos para receber a Sagrada 2iJ - l 0- 1 9 5 1 ) . Portantn. trata -se de Ycr em c a da caso se concorrem
Comunhão durante a Missa de casamento: aqui está um matrimônio as c i rcunstâncias que permitem seguir esse caminho. É uma situa
em que tanto os noivos como as pessoas que os amam poderão L'ÜO delicada. que nfto se deve re sol v er sem recorrer à oração e aos
apoiar-se. inteiramente certos de que não lhe faltará solidez. �a cramento �. c à or ienta çã o de um confessor de reto critério.
PATERNIDADE RESPONSAVEL
a Deus como cooperadores da sua obra de criação e redenção, como nados", �·graves razões pessoais", · · nintivos morais suficientes e se
uma pequena igreja dentro da sua Igreja. Esta é a importância que gu ros" . "justas causas" . . . ) : se não fosse assim, "só o fato de os
a Igreja concede ao sacramento do Matrimônio. 1...' ,-mjugcs não ata c a rem a natureza do ato e estarem também dispos
Os esposos católicos que encarem a sua união como uma voca� tns a aceitar o filho que. 1ün ohstante a s suas preca w ;õcs, viesse à
�ão divina receberão o sacramento do Matrimônio depois de um luz. n:LO bastaria p o r si só para garantir a retidão da intenção c a
noivado casto, em que se conservaram perto de Deus pela oração e nwralidade i r rcpn:cn�ível dos pn1prios motivos'' (Pio XII, Alocu ção,
pelos sacramentos, e ajoelhando-se juntos para receber a Sagrada 2iJ - l 0- 1 9 5 1 ) . Portantn. trata -se de Ycr em c a da caso se concorrem
Comunhão durante a Missa de casamento: aqui está um matrimônio as c i rcunstâncias que permitem seguir esse caminho. É uma situa
em que tanto os noivos como as pessoas que os amam poderão L'ÜO delicada. que nfto se deve re sol v er sem recorrer à oração e aos
apoiar-se. inteiramente certos de que não lhe faltará solidez. �a cramento �. c à or ienta çã o de um confessor de reto critério.
PATERNIDADE RESPONSAVEL
é também um sinal externo, mas os sacramentais foram instituídos Outras destinam-se simplesmente a invocar a misericórdia e a pro
pela Igreja e não dão a graça por si. antes nos preparam para ::t teção de Deus sobre a coisa ou pessoa que se benze. como um lar.
graça, despertando em nós scn timentos de fé e de amor; intercedem um automóvel. campos e colheitas. crianças ou doentes. Pouca gente
diante de Deus para que nos conceda a sua graça. Qualquer graça conhece a grande ahundància de hênçãos com que a Igreja proveu
que possamos obter pelo uso dos sacramentais vem das nossas dis o seu depósito de sacramentais. Há uma hênçüo, quer dizer. uma
posições interiores e do poder da oração da Igreja, que garante os oração oficial, com todo o poder de Cristo a poian do a sua Igreja.
sacramentais. para praticamente cada necessidade ou instrumento de importância
Veremos tudo isto mais claramente se examinarmos um dos sa na vida humana.
cramentais que nos é mais familiar: a água benta. A água benta
é pura água da torneira, que a Igreja, por meio do sacerdote, abençoa. Um sacramental de um gênero muito especial é o exorcismo,
pelo qual a Igreja. em nome de Cristo. manda ao demtmio que aban
Ao abençoá-la, o sacerdote dirige-se a Deus com a seguinte done o corpo de uma pessoa de quem se tenha apossado. Antes
oração: "Deus eterno c todo-poderoso, quisestes que pela água, fonte da morte de Jesus na cruz. o pod e r de Satanás sobre o homem e
de vida e princípio de purificação, as nossas almas fossem purifi a natureza era muito maior que agora. Por isso a possessão dia
cadas e recebessem o prêmio da vida eterna. Abençoai esta água hólica era muito mais frequente antes do Calvário do que a.gora.
para que nos proteja neste día que vos é consagrado, e renovai em Por sua morte. Jesus rcdimiu o homem e anulou o domínio de Sata
nós a fonte viva da vossa grac;a, a fim de que nos livre de todos nàs. Raras vezes agora - e para alcançar um hem que só Ele
os males e possamos aproximar-nos de Vós com o coração puro e conhece - Deus permite a possessüo diabólica.
receber a vossa salvação". Por esta razão, antes de permitir um exorcismo oficial, a I::rreja
Isto é a água benta. A Igreja tomou um elemento comum da é muito cuidadosa em verificar se se trata de um caso de possessão
vida cotidiana e o converteu em instrumento da graça, embora não real ou de um simples desequilíbrio mental. Só o sacerdote nomea
dispensador da graça, não portador direto da graça, como são os do pelo hispo pode realizar um exorcismo solenemente. Quando
CAPÍTL'LO X X X V I sacramentos. pois só o po de r pessoal de J e su s pode faze-to. Cnm
todo 0 poder que, como Corpo !v1ístico de Cristo. lhe é próprio, a
O S SAClL\ j J E � T A l S
igreja dirige a ?eus uma sú p li ca que se estende a todos os que
. , .
devotamente utilizem essa agua benta em nome de Cnsto.
Quando Usamos a água benta com devoç�tO. refugiamo-nos sob
a ampla oraçào da [greja. como as crianças procuram proteger-se
da chuva refugiando-se debaixo do guarda-chuva aberto pela mãe.
Uma fé inte rio r na amorosa pwvidência di v in a c a consciência da
nossa total dc p end l:I11.:ia de Deus, sElo as disposições pessoais que
tornarão a oraçfw d a Igreja eficaz em nós. Esta é a dupla raiz
da eficácia dos sacramentais: a oraçã<J d a Igreja e as disposições
interiores de quem os usa.
Alguns sacramentais süo coisas, outros aç·úes. Além da água
benta, há muitas coisas que a Igreja abençoa e que. com essa bênção.
AGENTES DA GRAÇA destina a usos religiosos. Entre elas estüo os que chamamos artigos
de devoçüo: velas. cinzas. palm3s. crucifixos, medalhas, terços. esca·
A palavra "sacramental" assemelha-se muito à palavra "sacra pulários. imagens do Senhor. da Virgem e dos santos.
mento", e com motivo, pois "sacramental" significa: "algo seme Os sacramentais que süo açtws co m r rccn d cm diferentes bênçüo�
lhante a um sacramento", embora haja uma grande diferença entre e exorcismos que a Igreja concede por meio dos seus bispos e sac�r
um e outro. Um sacramento é um sinal externo instituído por Jesus dotes. Algumas, destas bl:nçãos têm por fim dedicar alguma coisa
Cristo com o fim de dar a graça às nossas almas. Um sacramental ao culto d ivi no como um cálice, um altar, pa ra men tos litúrgicos, etc.
.
é também um sinal externo, mas os sacramentais foram instituídos Outras destinam-se simplesmente a invocar a misericórdia e a pro
pela Igreja e não dão a graça por si. antes nos preparam para ::t teção de Deus sobre a coisa ou pessoa que se benze. como um lar.
graça, despertando em nós scn timentos de fé e de amor; intercedem um automóvel. campos e colheitas. crianças ou doentes. Pouca gente
diante de Deus para que nos conceda a sua graça. Qualquer graça conhece a grande ahundància de hênçãos com que a Igreja proveu
que possamos obter pelo uso dos sacramentais vem das nossas dis o seu depósito de sacramentais. Há uma hênçüo, quer dizer. uma
posições interiores e do poder da oração da Igreja, que garante os oração oficial, com todo o poder de Cristo a poian do a sua Igreja.
sacramentais. para praticamente cada necessidade ou instrumento de importância
Veremos tudo isto mais claramente se examinarmos um dos sa na vida humana.
cramentais que nos é mais familiar: a água benta. A água benta
é pura água da torneira, que a Igreja, por meio do sacerdote, abençoa. Um sacramental de um gênero muito especial é o exorcismo,
pelo qual a Igreja. em nome de Cristo. manda ao demtmio que aban
Ao abençoá-la, o sacerdote dirige-se a Deus com a seguinte done o corpo de uma pessoa de quem se tenha apossado. Antes
oração: "Deus eterno c todo-poderoso, quisestes que pela água, fonte da morte de Jesus na cruz. o pod e r de Satanás sobre o homem e
de vida e princípio de purificação, as nossas almas fossem purifi a natureza era muito maior que agora. Por isso a possessão dia
cadas e recebessem o prêmio da vida eterna. Abençoai esta água hólica era muito mais frequente antes do Calvário do que a.gora.
para que nos proteja neste día que vos é consagrado, e renovai em Por sua morte. Jesus rcdimiu o homem e anulou o domínio de Sata
nós a fonte viva da vossa grac;a, a fim de que nos livre de todos nàs. Raras vezes agora - e para alcançar um hem que só Ele
os males e possamos aproximar-nos de Vós com o coração puro e conhece - Deus permite a possessüo diabólica.
receber a vossa salvação". Por esta razão, antes de permitir um exorcismo oficial, a I::rreja
Isto é a água benta. A Igreja tomou um elemento comum da é muito cuidadosa em verificar se se trata de um caso de possessão
vida cotidiana e o converteu em instrumento da graça, embora não real ou de um simples desequilíbrio mental. Só o sacerdote nomea
dispensador da graça, não portador direto da graça, como são os do pelo hispo pode realizar um exorcismo solenemente. Quando
JHS OS SACRAMEr-;TAIS
têm lugar, é muito · difkil ter notícia desses exorcismos. pois a Igreja dote h:;\ a a Sagrada Comunhüo a um enfermo, as velas ardem também
estabelece com muito rigor que se guarde segredo total por parte na mesinha onde se colL)C3 a Hóstia. Nalguns países, acendem ve·
de todos os que neles participam. las hcnws dos dois lados de um �:rucifixn enquanto os membros
Alguns dos sacramentais mais usados num lar católico são o da família se ajot:'!ham para rezar juntos a::; oraçôes diárias ou o terço.
crucifixo, a água benta e os círios ou velas bentas. O mais usado
pelas pessoas é o escapulário do Carmo ou, em sua substi tuiç ão a . A exceçfto das conta� bentas do rosário, o sacramental mais usado
meda 1 ha -escapulário. pelas pessoas é possivelmente o escapulário do Canno. Consiste em
duas peças retangulares de lã marrom (as estampas que trazem não
Nos la res dos católicos que procuram ter na fé o motor da �ua
süo essenciais) , unidas por duas fitas ou cordões levados sobre os
vida, o crucifixo ocupa um lugar proeminente. É colocado numa
ombros. A maioria de nós recebeu o escapulário quando se prepa·
rava para a primeira comunhão, provavelmente sem perceber bem
parede ou sobre um móvel ou peanha da sala mais digna da casa,
e também nos quartos de dormir. O valor de um crucifixo como
do que se tratava.
ajuda para a oraçftn e para a vida cristã é evidente: não há símbolo
O costume de usar o escapulário data da Idade Média. Na
que nos lembre tão vivamente o infinito amor de Deus pelo homem
quela época, era fr.equente permiti r -se aos leigos ingressarem nas or·
como esta imagem do prúprio Filho de Deus pregado na cruz por
dens religiosas como "oblatos" ou membros associados. Estes oblatos
amor de nós, para que possamos alcançar a vida eterna. Nada pode participavam das orações e boas obras dos monges, e era-lhes per·
incitar·nos mais ao arrependimento dos nussos pecados do que essa mitido usar o escapulário monástico. Esse escapulário (da palavra
rcprescntaçüo de Jesus crucificado por nossas culpas. Nada pode latina "scapula", que significa ombro ) é uma longa peça de pano
" "
como símbolo do poder pu i-ificador da graça de Deus. Jú se expôs Nos nossos dias, há um total de dezoito tipos de escapulários
atrás o valor da água benta como sacramental. E su rpreendente difundidos entre os católicos, cada um origi nado numa ordem reli
que não se vejam �ais católicos encherem seus fra squinhos com a giosa diferente. Mas o mais usado é o escapulário marrom da Or·
águ a benta que lhes podem facilitar em todas as jgrejas. dem Carmelita, cuja especial patrona é a Virgem do Carmo. A po
pularidade do escapulário marrom é devida, em parte. a uma visão
Em muitos lares catôlicos há também alguns círios ou velas atribuída a São Simão Stock, um dos carmelitas do século XIII. Afir
hcntas. guardados num lugar de fácil acesso ou colocados eln dois ma·se que a Santíssima Virgem Maria prometeu a São Simão que
candelabros ao lado da imagem do Crucificado. O uso de lampa· ninguém morreria em pecado mortal se usasse o seu escapulário.
rinas ou velas como elemento acessório do culto religioso parece ter A visão de São Simão Stock é uma tradição piedosa e não ma·
sido uma prática universal na história do homem. Mesmo entre os téria de fé, nüo é algo em que devamos crer neçessari amente. Mas,
pagãos e, evidentemente. entre os antigos judeus, as velas tinham quer creiamos ou nào na autenticidade da visão. devemos ter pre
por expresso desígnio de Deus um papel importante nas cerimônias sente que muitos Papas fomentaram o uso do escapulário do Carmo
religiosas. Na primitiva Igreja. as vdas e outras luzes eram neces· e lhe concederam indulgências, como uma devoção grata a Santa
sárias porque o Santo Sacrifício se oferecia na escuridão da madn1· Maria: ao usá-k>. ficamos sob o seu amparo maternal; e aq ueles a
gada ou nas trevas das cat:Jcumhas. Aliás. nfto é de estranhar que quem foi colocado pelo sacerdote participam das Missas , orações e
o uso das velas tenha acudido à imap_inacfto dos primeiros cristüos co· boas obras da Ordem Carmelita.
mo símbolo de Cristo, Luz do mundo (Lc L 78-79) . Uma vez colocado, pode-se substituí-lo por uma medalha-esca
A Igreja apressou·se a santificar este simbolismo ao prescrever puláno que se traz constantemente sobre o corpo. como uma etiqueta
e:xprcssamente o uso de velas no culto divino: devem arder duas ou ou selo que nos lemhra a cada momento a nossa dedicação à Mãe
mais velas na Santa Missa e na administração da maioria dos sa de Deus e M�1L' nos:--.a .
cramentos e em muitas outras cerimônias religiosas. Se um sacer-
JHS OS SACRAMEr-;TAIS
têm lugar, é muito · difkil ter notícia desses exorcismos. pois a Igreja dote h:;\ a a Sagrada Comunhüo a um enfermo, as velas ardem também
estabelece com muito rigor que se guarde segredo total por parte na mesinha onde se colL)C3 a Hóstia. Nalguns países, acendem ve·
de todos os que neles participam. las hcnws dos dois lados de um �:rucifixn enquanto os membros
Alguns dos sacramentais mais usados num lar católico são o da família se ajot:'!ham para rezar juntos a::; oraçôes diárias ou o terço.
crucifixo, a água benta e os círios ou velas bentas. O mais usado
pelas pessoas é o escapulário do Carmo ou, em sua substi tuiç ão a . A exceçfto das conta� bentas do rosário, o sacramental mais usado
meda 1 ha -escapulário. pelas pessoas é possivelmente o escapulário do Canno. Consiste em
duas peças retangulares de lã marrom (as estampas que trazem não
Nos la res dos católicos que procuram ter na fé o motor da �ua
süo essenciais) , unidas por duas fitas ou cordões levados sobre os
vida, o crucifixo ocupa um lugar proeminente. É colocado numa
ombros. A maioria de nós recebeu o escapulário quando se prepa·
rava para a primeira comunhão, provavelmente sem perceber bem
parede ou sobre um móvel ou peanha da sala mais digna da casa,
e também nos quartos de dormir. O valor de um crucifixo como
do que se tratava.
ajuda para a oraçftn e para a vida cristã é evidente: não há símbolo
O costume de usar o escapulário data da Idade Média. Na
que nos lembre tão vivamente o infinito amor de Deus pelo homem
quela época, era fr.equente permiti r -se aos leigos ingressarem nas or·
como esta imagem do prúprio Filho de Deus pregado na cruz por
dens religiosas como "oblatos" ou membros associados. Estes oblatos
amor de nós, para que possamos alcançar a vida eterna. Nada pode participavam das orações e boas obras dos monges, e era-lhes per·
incitar·nos mais ao arrependimento dos nussos pecados do que essa mitido usar o escapulário monástico. Esse escapulário (da palavra
rcprescntaçüo de Jesus crucificado por nossas culpas. Nada pode latina "scapula", que significa ombro ) é uma longa peça de pano
" "
como símbolo do poder pu i-ificador da graça de Deus. Jú se expôs Nos nossos dias, há um total de dezoito tipos de escapulários
atrás o valor da água benta como sacramental. E su rpreendente difundidos entre os católicos, cada um origi nado numa ordem reli
que não se vejam �ais católicos encherem seus fra squinhos com a giosa diferente. Mas o mais usado é o escapulário marrom da Or·
águ a benta que lhes podem facilitar em todas as jgrejas. dem Carmelita, cuja especial patrona é a Virgem do Carmo. A po
pularidade do escapulário marrom é devida, em parte. a uma visão
Em muitos lares catôlicos há também alguns círios ou velas atribuída a São Simão Stock, um dos carmelitas do século XIII. Afir
hcntas. guardados num lugar de fácil acesso ou colocados eln dois ma·se que a Santíssima Virgem Maria prometeu a São Simão que
candelabros ao lado da imagem do Crucificado. O uso de lampa· ninguém morreria em pecado mortal se usasse o seu escapulário.
rinas ou velas como elemento acessório do culto religioso parece ter A visão de São Simão Stock é uma tradição piedosa e não ma·
sido uma prática universal na história do homem. Mesmo entre os téria de fé, nüo é algo em que devamos crer neçessari amente. Mas,
pagãos e, evidentemente. entre os antigos judeus, as velas tinham quer creiamos ou nào na autenticidade da visão. devemos ter pre
por expresso desígnio de Deus um papel importante nas cerimônias sente que muitos Papas fomentaram o uso do escapulário do Carmo
religiosas. Na primitiva Igreja. as vdas e outras luzes eram neces· e lhe concederam indulgências, como uma devoção grata a Santa
sárias porque o Santo Sacrifício se oferecia na escuridão da madn1· Maria: ao usá-k>. ficamos sob o seu amparo maternal; e aq ueles a
gada ou nas trevas das cat:Jcumhas. Aliás. nfto é de estranhar que quem foi colocado pelo sacerdote participam das Missas , orações e
o uso das velas tenha acudido à imap_inacfto dos primeiros cristüos co· boas obras da Ordem Carmelita.
mo símbolo de Cristo, Luz do mundo (Lc L 78-79) . Uma vez colocado, pode-se substituí-lo por uma medalha-esca
A Igreja apressou·se a santificar este simbolismo ao prescrever puláno que se traz constantemente sobre o corpo. como uma etiqueta
e:xprcssamente o uso de velas no culto divino: devem arder duas ou ou selo que nos lemhra a cada momento a nossa dedicação à Mãe
mais velas na Santa Missa e na administração da maioria dos sa de Deus e M�1L' nos:--.a .
cramentos e em muitas outras cerimônias religiosas. Se um sacer-
(,JUE E A ORAÇÃO E POR (,JUE ORARr 391
do ter�o. rezada com devoção, vale mais que um terço completo re·
a nó�. dç um modo prático, a verdade ou o episódio que conside�
O Evangdho é a ajuda ideal para a nossa meditação, ainda zado à velocidade de metralhadora, sem parar para pensar no que
ra nw s .
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O Evangdho é a ajuda ideal para a nossa meditação, ainda zado à velocidade de metralhadora, sem parar para pensar no que
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podem etlt.: Xl�llr. A nra,ÜP lilrHa- :--c muito difícil para <1 ?
sobcr o. pks não. As vezes, responde: "Não. não tt: darei isso que me pedes,
que se julga <llltP-Sit fll.:h�llll' n1ng � c: � .
.
rara n r.: n; to qut.:r d�vcr nada a
- porqu e. em vez de ajudar-te no teu caminho para o céu, seria para
f\haixar a ca b:.: � a t' dnhrar n jl1elho para reCllllh�..:er o pmpn0 ti um obstáculo. Em vez disso. dar-te-ei uma coisa muito melhor".
nada diantr.: dto:: De u � .: um gesto muito dolnrnso para u m a pessoa A cnmum sabedoria dos homens segue também essa linha. Quando
assim. I stfl explica pClr que a soherha leva tantas vezes à pada 0 Carlinhos. que tem três anos. se cmbeiça de repente pela faca
da f�. bri\h.:wte que mam:íe tem na mão, esta não lha dará, por muito que
ele a peça. Mas, se for uma mãe prudente, dar-lhe-á em troca uma
Um terc..;iro requisito da nossa oração 0 que. quando pedimos, cnlhcr. para 4ue hrinquc com ela. Talvez o Carlinhos se sinta "leva
dr.:,·cmos ter um profundo c sincero desejo de conseguir as graças do n a conversa", mas. se pud.:: sse entender as razões. bendiria a
que pedimos. É de temer que, algumas vezes. peçamos essas graças �ua mãe.
levados simplesmente pelo sentido do dever, mas sem querê-las real Às vez.:s. nós, os homens. pedimos coisas que achamos que se
mente. Nestes casos, a nossa oração pretende amordaçar-nos a cons riam boas para nós; um trabalho melhor remunerado. mais saúde,
ciencia; não é oração mental de maneira nenhuma. Assim, um bê a bênção de um filho num lar estéril. Mas Deus pode pensar de
bado pode esfar pedindo a graça da temperança, mas sem querer maneira diferente. Na sua infinita sabedoria, Ele vê até o último
de coração deixar de beber. O jovem impuro pode rezar pedmdo detalhe as consequências da menor mudança em nossas circunstân
a castidade, mas sem querer realmente deixar o seu vício ou, o que cias. tanto no que diz respeito a nós como aos outros. Um trabalho
vem a ser o mesmo, sem lançar mão dos meios necessanos para melhor remunerado pode causar-nos mais tarde um abrandamentn
evitar as ocasiões de pecado. Não temos o direito de pedir a Deus na virtude. Uma saúde mais robusta pode privar-nos dessa carga
as suas graças se não estamos decididos a fazer o que estiver a o •
de gloriosos méritos que os outros e nós estamos ganhando com a
nosso alcance para. ao menos. tirar o s obstáculos que possam estor· no�sa doença. Um filho nesse lar estéril talvez possa ocasionar um
var a ação da graça. dia a perda de uma alma. Seja o que for que peçamos, Deus não
Como exemplo final. citaremos o da pessoa que pede a Deus no-lo darú se não contribuir de algum modo para o nosso verda
que lhe aumente a caridade, sem querer de verdade abandonar c deiro bem, se não nos levar ao fim para que Deus nos criou: a eterna
prazer da murmuração maliciosa, sem querer realmente fazer as pazes
·.
felicidade com Ele no céu.
"com essa pessoa impossível" do escritório ou da oficina, sem que
rer ver no próximo menos educado ou de diferente classe social uni E isto estende-se também ao& favores esp1ntuais que pedimos:
irmão igual a ele perante Deus. podemos ver-nos assaltados por ferozes tentações de um tipo ou de
Juntamente com a soherha (da qual é aliada), a falta de cari f'Utro. tentações que parecem pôr-nos em perigo imediato de pecar
dade é u m obstáculo terrível para obtermos fruto d a nossa oração. c estão minando as nossas energias espirituais. Pensamos: "Se con
Não podemos esperar que Deus acolha a nossa oração se olhamos seguisse livrar-me delas, se achasse paz interior, como rezaria melhor,
com desdém ou rancor para alguma alma que Ele criou e pela qual como viveria melhor a minha fé!" E assim, pedimos a Deus a gra
.
Cristo morreu na cruz. Uma oração que carrega o lastro das faltas ça da castidade, da temperança ou da paciência. Mas, nos planos
habituais de. caridade tem pouca oportunidade de chegar até Deus. de Deus. o meu caminho para a santidade e para o céu deve passar
por uma senda empinada. cheia de lutas e vitórias enfrentadas dia
Numa aula de catecismo, um sacerdote perguntou certa vez a a dia. Peço a Deus que me livre da tentação. e a sua resposta é
um menino: "Deus sempre responde às nossas orações?" meni
O dar-me a graça de que necessito para vencê-la no momento em que
no respondeu: "Sim, padre". O sacerdote insistiu: "Então, por <!pa rece r.
que não conseguimos sempre o que pedimos?''. Após um instante Esta foi a experiência de São Paulo. e não nos devemos sur·
. rrecnda se for também a nossa. São Paulo diz-nos (2 Cor 12.
de perplexidade, o menino respondeu: "Deus sempre responde as
nossas orações; o que acontece 6 que umas vezes responde sim, e 7-(J) : "foi-me dado um espinho na carne. um anjo de Satanás, para
outras vezes responde não". me esbofe tear c impedir que eu me orgulhe. Três vezes roguei ao
O jovem teólogo merecia nota máxima pelo seu esforço, em Senho r que o apartasse de mim. Mas Ele
me disse: Basta-te a
bora a sua resposta não tenha sido completa. Deus nunca respo�de mmh a g:ra�a. porque é na fraqueza que se revela por completo o
a uma oração - isto é, a uma oração �·erdadeira - com um stm- meu poder. Portanto, de boa vontade me gloriarei nas minhas fra-
OH:\Ç ·\< l 1 OHAÇAO Ql'E C:HEC.\ A DECS 397
podem etlt.: Xl�llr. A nra,ÜP lilrHa- :--c muito difícil para <1 ?
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nada diantr.: dto:: De u � .: um gesto muito dolnrnso para u m a pessoa A cnmum sabedoria dos homens segue também essa linha. Quando
assim. I stfl explica pClr que a soherha leva tantas vezes à pada 0 Carlinhos. que tem três anos. se cmbeiça de repente pela faca
da f�. bri\h.:wte que mam:íe tem na mão, esta não lha dará, por muito que
ele a peça. Mas, se for uma mãe prudente, dar-lhe-á em troca uma
Um terc..;iro requisito da nossa oração 0 que. quando pedimos, cnlhcr. para 4ue hrinquc com ela. Talvez o Carlinhos se sinta "leva
dr.:,·cmos ter um profundo c sincero desejo de conseguir as graças do n a conversa", mas. se pud.:: sse entender as razões. bendiria a
que pedimos. É de temer que, algumas vezes. peçamos essas graças �ua mãe.
levados simplesmente pelo sentido do dever, mas sem querê-las real Às vez.:s. nós, os homens. pedimos coisas que achamos que se
mente. Nestes casos, a nossa oração pretende amordaçar-nos a cons riam boas para nós; um trabalho melhor remunerado. mais saúde,
ciencia; não é oração mental de maneira nenhuma. Assim, um bê a bênção de um filho num lar estéril. Mas Deus pode pensar de
bado pode esfar pedindo a graça da temperança, mas sem querer maneira diferente. Na sua infinita sabedoria, Ele vê até o último
de coração deixar de beber. O jovem impuro pode rezar pedmdo detalhe as consequências da menor mudança em nossas circunstân
a castidade, mas sem querer realmente deixar o seu vício ou, o que cias. tanto no que diz respeito a nós como aos outros. Um trabalho
vem a ser o mesmo, sem lançar mão dos meios necessanos para melhor remunerado pode causar-nos mais tarde um abrandamentn
evitar as ocasiões de pecado. Não temos o direito de pedir a Deus na virtude. Uma saúde mais robusta pode privar-nos dessa carga
as suas graças se não estamos decididos a fazer o que estiver a o •
de gloriosos méritos que os outros e nós estamos ganhando com a
nosso alcance para. ao menos. tirar o s obstáculos que possam estor· no�sa doença. Um filho nesse lar estéril talvez possa ocasionar um
var a ação da graça. dia a perda de uma alma. Seja o que for que peçamos, Deus não
Como exemplo final. citaremos o da pessoa que pede a Deus no-lo darú se não contribuir de algum modo para o nosso verda
que lhe aumente a caridade, sem querer de verdade abandonar c deiro bem, se não nos levar ao fim para que Deus nos criou: a eterna
prazer da murmuração maliciosa, sem querer realmente fazer as pazes
·.
felicidade com Ele no céu.
"com essa pessoa impossível" do escritório ou da oficina, sem que
rer ver no próximo menos educado ou de diferente classe social uni E isto estende-se também ao& favores esp1ntuais que pedimos:
irmão igual a ele perante Deus. podemos ver-nos assaltados por ferozes tentações de um tipo ou de
Juntamente com a soherha (da qual é aliada), a falta de cari f'Utro. tentações que parecem pôr-nos em perigo imediato de pecar
dade é u m obstáculo terrível para obtermos fruto d a nossa oração. c estão minando as nossas energias espirituais. Pensamos: "Se con
Não podemos esperar que Deus acolha a nossa oração se olhamos seguisse livrar-me delas, se achasse paz interior, como rezaria melhor,
com desdém ou rancor para alguma alma que Ele criou e pela qual como viveria melhor a minha fé!" E assim, pedimos a Deus a gra
.
Cristo morreu na cruz. Uma oração que carrega o lastro das faltas ça da castidade, da temperança ou da paciência. Mas, nos planos
habituais de. caridade tem pouca oportunidade de chegar até Deus. de Deus. o meu caminho para a santidade e para o céu deve passar
por uma senda empinada. cheia de lutas e vitórias enfrentadas dia
Numa aula de catecismo, um sacerdote perguntou certa vez a a dia. Peço a Deus que me livre da tentação. e a sua resposta é
um menino: "Deus sempre responde às nossas orações?" meni
O dar-me a graça de que necessito para vencê-la no momento em que
no respondeu: "Sim, padre". O sacerdote insistiu: "Então, por <!pa rece r.
que não conseguimos sempre o que pedimos?''. Após um instante Esta foi a experiência de São Paulo. e não nos devemos sur·
. rrecnda se for também a nossa. São Paulo diz-nos (2 Cor 12.
de perplexidade, o menino respondeu: "Deus sempre responde as
nossas orações; o que acontece 6 que umas vezes responde sim, e 7-(J) : "foi-me dado um espinho na carne. um anjo de Satanás, para
outras vezes responde não". me esbofe tear c impedir que eu me orgulhe. Três vezes roguei ao
O jovem teólogo merecia nota máxima pelo seu esforço, em Senho r que o apartasse de mim. Mas Ele
me disse: Basta-te a
bora a sua resposta não tenha sido completa. Deus nunca respo�de mmh a g:ra�a. porque é na fraqueza que se revela por completo o
a uma oração - isto é, a uma oração �·erdadeira - com um stm- meu poder. Portanto, de boa vontade me gloriarei nas minhas fra-
A ORAÇAO POR QUE�! DEVEMOS ORAR? 399
quezas, para que habite em mim a força de Cristo". Se nós não ÀS vezes, podemos ver aqui e agora a resposta que substitui a nossa
nos podemos gloriar de boa vontade em nossas fraquezas, ao mcno� petição, mas, frequentemente, não é assim.
st.::rá vontade de Deus que as aceitemos com paciência até o fim.
Chegamos, pois, à quarta condição que deve caracterizar a nossa POR QUEM DEVEMOS ORAR?
oração. Devemos rezar não somente com recolhimento, com a cons
ciência da nossa pobreza interior e da nossa total dependência de Em primeiro lugar e antes de tudo, cada um deve rezar por si
Deus, com o desejo sincero de conseguir dEle o que pedimos; como mesmo, para alcançar a graça de viver e morrer em estado de graça.
devemos orar também com uma confiança cheia de amor n a bon Parece uma atitude egoísta? Não o é. É o reto amor de si mesmo,
dade de Deus. Isto requer que oremos com a confiança de uma (1 tipo de amor próprio que Deus quer que tenhamos. Subordinado
·
criança, absolutamente certos de que Deus ouvirá as nossas petições a Deus, cada um é o guardião da sua própria alma, com a primor·
c lhes dará uma resposta. A essa confiança estará ligado o senti d ial responsabilidade de alcançar a união eterna com Ele. Se fa
mento de total submissüo à superior sabedoria de Deus. Ele nos lhannos nesta responsabilidade, teremos falhado em tudo. Todas as
Jma e quer para nós o melhor. Se o que lhe pedimos é inconve demais petições se perdem na insignificância quando as comparamos
niente, deix<1 nws em suas müos a decisão de substituir essa graça com a importância de pedir uma morte feliz, de pedir a graça "da
que pedim•'s por outra que Ele queira. Mas cremos firmemente que perseverança final", como é denominada. Não deveríamos começar
Deus semprf! nos escuta e nos responde. Se não cremos nisto de nenhuma jornada sem esta súplica: "Dai-me, Senhor, as graças de
todo o nosso coração, a nossa oração não é oração de maneira ne que necessito para cumprir a vossa vontade aqui e ser feliz em união
nhuma. convosco na eternidade... ·
Há uma petição que sempre podemos fazer sem reservas: a das O amor próprio verdadeiro - o desejo de viver e morrer na
graças necessárias para alcançarmos o céu. Quando o conteúdo da graça de Deus - é também a medida do nosso amor ao próximo:
nossa oração é esse, sabemos que o que queremos coincide absoluta "Ama o próximo cortlo a ti mesmo". Em consequência, as orações
mente com o que Deus quer. A sua vontade e a nossa identifi pelo bem espiritual do próximo têm preferência sobre os pedidos de
cam-se. Uma oração assim é sempre atend.ida, desde que se faça favores temporais para nós mesmos. A pergunta: " E quem é o meu
acompanhar pela quinta e última condição: a perseverança. O ho próximo?", o próprio Jesus respondeu claramente. Meu próximo é
mem que nunca cessa de pedir a graça da sua salvação, tem a cer qualquer pessoa que sofra uma necessidade que eu possa remediar.
teza de que irá para o céu. Em assuntos espirituais, esta resposta deve abranger o mundo inteiro
c as almas do purgatório.
A perseverança é essencial a toda a oração. Nunca desanima Deve-se levar em conta, não obstante, que existem diferentes
remos· se recordarmos que Deus faz tudo à sua maneira e a seu graus de obrigação nas orações que devemos ao próximo. A nossa
tempo. Podemos estar pedindo o arrependimento ou a conversão primeira obrigação estende-se às pessoas que estão mais perto de
de um ser querido, e sentir-nos tentados a desanimar por não vermos nós: os esposos devem rezar um pelo outro: os pais pelos filhos,
mudança nenhuma nessa pessoa. Devemos então lembrar-nos de que <lS filhos por seus pais e irmãos. Num grau mais abaixo, também
o que realmente importa é a sua salvação, não necessariamente um devemos rezar pelos nossos parentes e amigos, e muito especialmente
sinal externo de conversão que nos sirva de consolo. Se Deus re pelos nossos inimigos, se tivermos algum. A gratidão obriga-nos a
solve responder à nossa oração dando a essa pessoa a graça para rezar pelos nossos benfeitores, especialmente pelos benfeitores espiri
fazer um ato de contriçüo perfeita no último segundo da sua vida. tuais : o Papa, o nosso bispo, o pároco e demais sacerdotes da pa
muito bem, faça-se, Deus meu, a vossa vontade. Embora Deus não <
róquia .
,, nos tenha dado a mesma certeza de atender às orações pdos outros No nosso esforço por orar segundo a mente de Cristo. devemos
' t�r muito presente a sua Igreja, todos os hispos, sacerdotes e reli
como atenderá àquelas em que pedimos por nós mesmos, a nossa
confiança deve permanecer inalterável. gJOsos, que devem dar um testemunho especial da presença de Cristo
Enquanto não chegarmos ao céu, não conheceremos, certamente, na t.erra.
tudo o que Deus fez, todos os dons e graças que nos concedeu eii1 Devemos rezar pelo nosso país e pelas autoridades que o gover
nam . para que dirijam seus destinos co
resposta às orações que. no momento, nos parecia que não escutava. m prudência e segundo a
A ORAÇAO POR QUE�! DEVEMOS ORAR? 399
quezas, para que habite em mim a força de Cristo". Se nós não ÀS vezes, podemos ver aqui e agora a resposta que substitui a nossa
nos podemos gloriar de boa vontade em nossas fraquezas, ao mcno� petição, mas, frequentemente, não é assim.
st.::rá vontade de Deus que as aceitemos com paciência até o fim.
Chegamos, pois, à quarta condição que deve caracterizar a nossa POR QUEM DEVEMOS ORAR?
oração. Devemos rezar não somente com recolhimento, com a cons
ciência da nossa pobreza interior e da nossa total dependência de Em primeiro lugar e antes de tudo, cada um deve rezar por si
Deus, com o desejo sincero de conseguir dEle o que pedimos; como mesmo, para alcançar a graça de viver e morrer em estado de graça.
devemos orar também com uma confiança cheia de amor n a bon Parece uma atitude egoísta? Não o é. É o reto amor de si mesmo,
dade de Deus. Isto requer que oremos com a confiança de uma (1 tipo de amor próprio que Deus quer que tenhamos. Subordinado
·
criança, absolutamente certos de que Deus ouvirá as nossas petições a Deus, cada um é o guardião da sua própria alma, com a primor·
c lhes dará uma resposta. A essa confiança estará ligado o senti d ial responsabilidade de alcançar a união eterna com Ele. Se fa
mento de total submissüo à superior sabedoria de Deus. Ele nos lhannos nesta responsabilidade, teremos falhado em tudo. Todas as
Jma e quer para nós o melhor. Se o que lhe pedimos é inconve demais petições se perdem na insignificância quando as comparamos
niente, deix<1 nws em suas müos a decisão de substituir essa graça com a importância de pedir uma morte feliz, de pedir a graça "da
que pedim•'s por outra que Ele queira. Mas cremos firmemente que perseverança final", como é denominada. Não deveríamos começar
Deus semprf! nos escuta e nos responde. Se não cremos nisto de nenhuma jornada sem esta súplica: "Dai-me, Senhor, as graças de
todo o nosso coração, a nossa oração não é oração de maneira ne que necessito para cumprir a vossa vontade aqui e ser feliz em união
nhuma. convosco na eternidade... ·
Há uma petição que sempre podemos fazer sem reservas: a das O amor próprio verdadeiro - o desejo de viver e morrer na
graças necessárias para alcançarmos o céu. Quando o conteúdo da graça de Deus - é também a medida do nosso amor ao próximo:
nossa oração é esse, sabemos que o que queremos coincide absoluta "Ama o próximo cortlo a ti mesmo". Em consequência, as orações
mente com o que Deus quer. A sua vontade e a nossa identifi pelo bem espiritual do próximo têm preferência sobre os pedidos de
cam-se. Uma oração assim é sempre atend.ida, desde que se faça favores temporais para nós mesmos. A pergunta: " E quem é o meu
acompanhar pela quinta e última condição: a perseverança. O ho próximo?", o próprio Jesus respondeu claramente. Meu próximo é
mem que nunca cessa de pedir a graça da sua salvação, tem a cer qualquer pessoa que sofra uma necessidade que eu possa remediar.
teza de que irá para o céu. Em assuntos espirituais, esta resposta deve abranger o mundo inteiro
c as almas do purgatório.
A perseverança é essencial a toda a oração. Nunca desanima Deve-se levar em conta, não obstante, que existem diferentes
remos· se recordarmos que Deus faz tudo à sua maneira e a seu graus de obrigação nas orações que devemos ao próximo. A nossa
tempo. Podemos estar pedindo o arrependimento ou a conversão primeira obrigação estende-se às pessoas que estão mais perto de
de um ser querido, e sentir-nos tentados a desanimar por não vermos nós: os esposos devem rezar um pelo outro: os pais pelos filhos,
mudança nenhuma nessa pessoa. Devemos então lembrar-nos de que <lS filhos por seus pais e irmãos. Num grau mais abaixo, também
o que realmente importa é a sua salvação, não necessariamente um devemos rezar pelos nossos parentes e amigos, e muito especialmente
sinal externo de conversão que nos sirva de consolo. Se Deus re pelos nossos inimigos, se tivermos algum. A gratidão obriga-nos a
solve responder à nossa oração dando a essa pessoa a graça para rezar pelos nossos benfeitores, especialmente pelos benfeitores espiri
fazer um ato de contriçüo perfeita no último segundo da sua vida. tuais : o Papa, o nosso bispo, o pároco e demais sacerdotes da pa
muito bem, faça-se, Deus meu, a vossa vontade. Embora Deus não <
róquia .
,, nos tenha dado a mesma certeza de atender às orações pdos outros No nosso esforço por orar segundo a mente de Cristo. devemos
' t�r muito presente a sua Igreja, todos os hispos, sacerdotes e reli
como atenderá àquelas em que pedimos por nós mesmos, a nossa
confiança deve permanecer inalterável. gJOsos, que devem dar um testemunho especial da presença de Cristo
Enquanto não chegarmos ao céu, não conheceremos, certamente, na t.erra.
tudo o que Deus fez, todos os dons e graças que nos concedeu eii1 Devemos rezar pelo nosso país e pelas autoridades que o gover
nam . para que dirijam seus destinos co
resposta às orações que. no momento, nos parecia que não escutava. m prudência e segundo a
A ORAÇÃO POR QUDI DEVE�IOS ORAR? 401
400
vontade de Deus. Se a nossa consciência tiver um pouco de sensi mos os nossos órgãos vocais no serviço de Deus, e, para fazermos
bilidade, rezaremos também por aqueles a quem tenhamos feito sofrer, uma boa oração, é suficiente que a nossa mente consciente se dirija
em especial por aqueles a quem tenhamos feito sofrer espiritualmente a Deus simplesmente, com sentimentos de fé, confiança e amor.
com o nosso mau exemplo, com a nossa negligência ou as nossas As orações básicas que todo católico deve conhecer são o Pai
faltas de caridade: '·Deus meu, que ninguém sofra ou se perca por -Nosso, a Ave-Maria, o Credo dos Apóstolos, o Confesso a Deus
minha culpa", é uma súplica que deveríamos colocar entre as mais rodo-Poderoso, o Glória ao Pai, os atos de Fé, Esperança, Caridade
apreciadas que digamos. E, evidentemente, devemos rezar pelas almas e de Contrição. O Pai-Nosso é a oração perfeitamente formulada
do purgatório, esse próximo que sofre e que depende de nós tão que o próprio Jesus Cristo nos deu quando os discípulos lhe pediram:
completamente. "Senhor, ensina-nos a orar". A maior parte da Ave�Maria vem
Há tantas pessoas por quem rezar! Os missionários, os pecado t<tmbém das páginas inspiradas dos Evangelhos; não há melhor ma
res, os descrentes, além daqueles que já menctonamos. Uma suges neira de podermos saudar Maria do que empregando as palavras
tão prática é fazer uma lista de todas as pessoas que queiramos que o próprio Deus escolheu para fazê-lo, por meio do Arcanjo São
recomendar a Deus, e dar-lhe uma rápida vista de olhos cada dia, Gabriel e de Santa Isabel.
ao fazermos as nossas orações da manhã. Se não tivermos tempo, O Credo ou Símbolo dos Apóstolos, pelo qual renovamos a
um "pela minha lista" bastará. nossa adesão aos principais mistérios da fé cristã, remonta aos co
Certa ocasião, contaram-me o que se passou com 1 oão e sua meços da Igreja, e é uma das nossás orações mais antigas. O Con
mulher. Voltavam para casa depois de terem ido de compras. Ao fíteor, ou Confesso a Deus Todo-Poderoso, é uma oração com a
passarem diante de um igreja, a esposH sugeriu: "João, entremos um qual, ao mesmo tempo que confessamos nossas culpas, pedimos a
momento para fazer uma visita". João respondeu: "Agora? Im intercessão dos anjos e dos santos; a Igreja usa-a fréquentemente na
possível! Não trouxemos os devocionários". Esta história não deve �ua liturgia. em especial como preparação para a Santa Missa e para
ser verdadeira. Parece impossível que um católico adulto possa ser a Sagr::da Crtmunhão. e é uma boa oração para qualquer ocasião.
tão ingênuo que Pense que não pode dirigir-se a Deus com palavras O valor do Glória ao Pai, uma singela oração de adoração e louvm
próprias. Algumas das nossas melhores orações têm sido aquelas ü Santíssima Trindade, é evidente. Evidente é também a necessi
que nos saíram do coração espontaneamente, indo diretas a Deus, dade de fazermos atos de fé, esperança e caridade. as três virtudes
sem pensar um só segundo nas esquisitices da retórica. Mais ainda, leologais que nos infundiram no Batismo. O ato de contrição -
que pode expressar-se em muitas fórmulas diferentes - é necessário
algumas das nossas melhores orações são essas em que não utiliza
para tornarmos explícita a nossa compunção pelos pecados e o pt>·
mos palavras, em que fixamos a nossa atenção cheia de amor em
dido do perdão divino.
Deus e lhe pedimos que nos fale.
Como no.da do que fazemos tem qualquer \'alor eterno. a J1ã()
ser que Deus atue conosco, é costume começar e acabar todas as
Mas há algumas orações básicas que deveríamos saber de cor.
nossas orações com o sinal da Cruz. O sinal da Cruz é como uma
Quando nos ajoelhamos pela manhã, ainda com os olhos pesados de
chamada a Deus para que faça valer as nossas ora-;ües como um ato
sono, é bom recitar umas palavras que nos sejam familiares, que
de fé em duas das verdades mais importantes da religião: a Santís
nos subam com facilidade aos lábios. Também à noite são ótimas
sima Trindade e a Redenção. Quando dizemos '\�m nome" (no sin
essas orações que sabemos de cor e que não exigem nenhum esforço
gular, não no plural ) , expressamus a nossa fé na unidade de Deus.
do nosso cérebro cansado.
Quando dizemos "do Pai, do Filho e do Espirito Santo", declara
Da mesma maneira, quando andamos pela rua ou dirigimos o
n,los a nossa fé no fato de em Deus Uno h a � t: t .res Pessoas Divinas .
L·arro. quando executamos uma tarefa monótona, podemos recitar
Enquanto traçamos uma cruz da fronte ao pdto e de ombro a om
frequentemente al�umas orações aprendidas de cor. sem por isso disp bro, conflossa mos a nossa convicção de que. pela sua morte na Cruz.
trair a nossa atenção do trabalho que tenhamos entre mãos. Jesu s Cristo redimiu a Humanidade.
Nesses casos, livres do esforço de ter que pensar como dizer as
palavras. poderemos dirigir a nossa atenção para o significado do Apren demos em crianças, nas nossas aulas de catecismo, que
que dizemos. Mas deve�se notar que, mesmo quando fazemos uso �:, ve':Ios rezar rel� man � ã, ao acordar, e à noite, ao deitar-nos, antes c
de orações aprendidas de cor, não é essencial fixar a atenção no
.
P01S das refc1çoes, e a hora da tentação. A manhã. a noite e a"
significado de todas e cada urna das palavras que usamos. Ocupa -
A ORAÇÃO POR QUDI DEVE�IOS ORAR? 401
400
vontade de Deus. Se a nossa consciência tiver um pouco de sensi mos os nossos órgãos vocais no serviço de Deus, e, para fazermos
bilidade, rezaremos também por aqueles a quem tenhamos feito sofrer, uma boa oração, é suficiente que a nossa mente consciente se dirija
em especial por aqueles a quem tenhamos feito sofrer espiritualmente a Deus simplesmente, com sentimentos de fé, confiança e amor.
com o nosso mau exemplo, com a nossa negligência ou as nossas As orações básicas que todo católico deve conhecer são o Pai
faltas de caridade: '·Deus meu, que ninguém sofra ou se perca por -Nosso, a Ave-Maria, o Credo dos Apóstolos, o Confesso a Deus
minha culpa", é uma súplica que deveríamos colocar entre as mais rodo-Poderoso, o Glória ao Pai, os atos de Fé, Esperança, Caridade
apreciadas que digamos. E, evidentemente, devemos rezar pelas almas e de Contrição. O Pai-Nosso é a oração perfeitamente formulada
do purgatório, esse próximo que sofre e que depende de nós tão que o próprio Jesus Cristo nos deu quando os discípulos lhe pediram:
completamente. "Senhor, ensina-nos a orar". A maior parte da Ave�Maria vem
Há tantas pessoas por quem rezar! Os missionários, os pecado t<tmbém das páginas inspiradas dos Evangelhos; não há melhor ma
res, os descrentes, além daqueles que já menctonamos. Uma suges neira de podermos saudar Maria do que empregando as palavras
tão prática é fazer uma lista de todas as pessoas que queiramos que o próprio Deus escolheu para fazê-lo, por meio do Arcanjo São
recomendar a Deus, e dar-lhe uma rápida vista de olhos cada dia, Gabriel e de Santa Isabel.
ao fazermos as nossas orações da manhã. Se não tivermos tempo, O Credo ou Símbolo dos Apóstolos, pelo qual renovamos a
um "pela minha lista" bastará. nossa adesão aos principais mistérios da fé cristã, remonta aos co
Certa ocasião, contaram-me o que se passou com 1 oão e sua meços da Igreja, e é uma das nossás orações mais antigas. O Con
mulher. Voltavam para casa depois de terem ido de compras. Ao fíteor, ou Confesso a Deus Todo-Poderoso, é uma oração com a
passarem diante de um igreja, a esposH sugeriu: "João, entremos um qual, ao mesmo tempo que confessamos nossas culpas, pedimos a
momento para fazer uma visita". João respondeu: "Agora? Im intercessão dos anjos e dos santos; a Igreja usa-a fréquentemente na
possível! Não trouxemos os devocionários". Esta história não deve �ua liturgia. em especial como preparação para a Santa Missa e para
ser verdadeira. Parece impossível que um católico adulto possa ser a Sagr::da Crtmunhão. e é uma boa oração para qualquer ocasião.
tão ingênuo que Pense que não pode dirigir-se a Deus com palavras O valor do Glória ao Pai, uma singela oração de adoração e louvm
próprias. Algumas das nossas melhores orações têm sido aquelas ü Santíssima Trindade, é evidente. Evidente é também a necessi
que nos saíram do coração espontaneamente, indo diretas a Deus, dade de fazermos atos de fé, esperança e caridade. as três virtudes
sem pensar um só segundo nas esquisitices da retórica. Mais ainda, leologais que nos infundiram no Batismo. O ato de contrição -
que pode expressar-se em muitas fórmulas diferentes - é necessário
algumas das nossas melhores orações são essas em que não utiliza
para tornarmos explícita a nossa compunção pelos pecados e o pt>·
mos palavras, em que fixamos a nossa atenção cheia de amor em
dido do perdão divino.
Deus e lhe pedimos que nos fale.
Como no.da do que fazemos tem qualquer \'alor eterno. a J1ã()
ser que Deus atue conosco, é costume começar e acabar todas as
Mas há algumas orações básicas que deveríamos saber de cor.
nossas orações com o sinal da Cruz. O sinal da Cruz é como uma
Quando nos ajoelhamos pela manhã, ainda com os olhos pesados de
chamada a Deus para que faça valer as nossas ora-;ües como um ato
sono, é bom recitar umas palavras que nos sejam familiares, que
de fé em duas das verdades mais importantes da religião: a Santís
nos subam com facilidade aos lábios. Também à noite são ótimas
sima Trindade e a Redenção. Quando dizemos '\�m nome" (no sin
essas orações que sabemos de cor e que não exigem nenhum esforço
gular, não no plural ) , expressamus a nossa fé na unidade de Deus.
do nosso cérebro cansado.
Quando dizemos "do Pai, do Filho e do Espirito Santo", declara
Da mesma maneira, quando andamos pela rua ou dirigimos o
n,los a nossa fé no fato de em Deus Uno h a � t: t .res Pessoas Divinas .
L·arro. quando executamos uma tarefa monótona, podemos recitar
Enquanto traçamos uma cruz da fronte ao pdto e de ombro a om
frequentemente al�umas orações aprendidas de cor. sem por isso disp bro, conflossa mos a nossa convicção de que. pela sua morte na Cruz.
trair a nossa atenção do trabalho que tenhamos entre mãos. Jesu s Cristo redimiu a Humanidade.
Nesses casos, livres do esforço de ter que pensar como dizer as
palavras. poderemos dirigir a nossa atenção para o significado do Apren demos em crianças, nas nossas aulas de catecismo, que
que dizemos. Mas deve�se notar que, mesmo quando fazemos uso �:, ve':Ios rezar rel� man � ã, ao acordar, e à noite, ao deitar-nos, antes c
de orações aprendidas de cor, não é essencial fixar a atenção no
.
P01S das refc1çoes, e a hora da tentação. A manhã. a noite e a"
significado de todas e cada urna das palavras que usamos. Ocupa -
A ORAÇÃO
�essas pa la Ha :-. :-.c C1..1ntém ess�.: amor por mim que o leva a glória . Os corações e as mãos dos mtsstonanos, espalhados pelo
�uardar-me continuamente. pnx:edcndo-mc �.: seguindo-me com a sua mundo inteiro, sentem-se fortalecidos quando milhões de pessoas re
� aça .
r cuidando po r lodos os meios possíveis � cxceto o de ti� ar-mc zam todos os dias: "Venha a nós o vosso reino".
''� liberdade - dt: levar-me com segurança ate Ele no ceu. , As ve
zes, te n dem os a es qu ec e r quüo pessoal é o interessç que Deus tem
por nós. Sem nos darmos conta, caímos em maneiras humanas de ) "Seja feita a vossa vontade assjm n a terra como no céu": que
todo o mundo sobre a terra lhe obedeça com a prontidão e a alegria
imaginar Deus. Há mais de 3.500 milhões de homens sobre a terra, com que o fazem os anjos e os santos do céu. São palavras muito
c p �demos sentir-nos inclinados a pensar que a atenção que Deus fáçeis de pronunciar, principalmente quando pensamos na obediência
me dedica tem que se dividir de algum modo e que, com tanta total dos outros. Mas quando se trata da pessoa que mais direta
gente, tem que ser muito superficial. Ao pensarmos assim, esque mente podemos controlar - isto é, de nós mesmos -, vemos que
cemos que Deus é infinito, e que os números nada significam para exigem mais esforço para pôr em prática. Evidentemente, as pala
Ele. Mesmo que eu fosse 6 único homem sobre a terra, Deus não vras "seja feita a vossa vontade" seriam vazias se não contivessem
poderia amar-me e interessar-se por mim mais do que o faz agora. um propósito: cumpri-las efetivamente na nossa vida pessoal, pôr
É isto o que recordt) quando digo: ''Pai Nosso que estais no céu''. ponto final às nossas queixas, lamentos e auto-compaixões. Exigem
1:
rI';
A palavra "'nosso" também é importante. A oração dominical que enchamos o peito e levantemos o queixo para enfrentar com
�..� uma oração de perfeita caridade: de amor a Deus, a quem nos generosidade as incontáveis contrariedades e aborrecimentos de cada
oferecemos sem. reserva�: de amor ao nosso próximo, aos homens, jornada, que tantas vezes nos têm feito vacilar. "Seja feita a vossa
para quem pedimos as gra<;as e favores que pedimos para nós mes vontade" quer dizer: "Tudo o que Vós quiserdes, meu Deus, eu
' mos. É uma oraçüo de unidade cristã, de unidade sob Deus, uma também o quero, ainda que me custe. Confio na vossa graça para
! t)raçüo cujo tema repetido - o "nosso" o· "nós" - nos recorda aceitar bem a vossa vontade até o fim".
�em cessar qul! C uma oração que nüo podemos recitar com o cora Como qualquer boa oração, o Pai Nosso começa pondo em pri
l/lo centrado em nós mesmos. meiro lugar o que é devido a Deus: a sua glória e louvor, essa glória
que os homens lhe tributam especialmente quando cumprem a sua
1- "Santificado seJa l) vosso nome", prosseguimos, cumprindo o vontade em tudo. Depois, e só depois, é que podemos pensar nas
dcvt.:r primáno de qualquer oraçao: a adoraçfto t o louvor a Deus. nossas neCessidades.
A nossa existência tem por único motivo darmos glória a Deus como
obra de suas mãos e testemunhas vivas da sua bondade, misericór Os bons pais conhecem as necessidades que seus filhos têm de
dia e poder. A voz muda das criaturas inanimadas e irracionais. alimento, roupa, casa, brinquedos, livros, férias, etc . Mas agrada
que d�o glória a Deus só com a sua existência, acrescentamos o aos pais que os filhos conheçam a origem de todas essas coisas que
mais nobre louvor de línguas e corações. Há aqui alguma coisa lhes chegam com tanta facilidade. Agrada aos pais que os filhos
mais que um simples eco do cântico dos anjos na noite de Natal: lhes peçam essas coisas, mesmo que sejam algo já decidido de ante
·'Glória a Deus nas alturas". mão. Com esses sentimentos, os pais refletem o amor paternal de
Deus, de que são exemplo e agentes humanos.
Mas não nos satisfaz o louvor que Deus recebe: nosso amor por Não é de estranhar, pois, que a segunda parte da Oração do
Ele não ficará satisfeito enquanto todos os homens de toda a terra Senhor se ocupe das necessida. des de quem ora. E com que mara
não forem seus fiéis servidores e juntarem suas vozes num contínuo vilhosa simplicidade Jesus as menciona! Abandonados a nós mes
hino de louvor a Deus. Assim rezamos quando dizemos: "Venha mos, teríamos caído facilmente num palavreado interminável. "Rogo
.,
a nós o vosso reino . Rezamos para que a graça de Deus encontre -vos, meu Deus, que nos deis bastante alimento e roupa decente,
morada em todos os corações e estabeleça neles o domínio do seu uma casa acolhedora e u m carro razoável, e boa saúde, e êxito no
amor. Rezamos para que se realizem as palavras de Cristo: que "haja novo trabalho, e umas férias agradáveis, e . ah, sim!, as graças para
um só rebanho c um só pastor": que o reino visível de Cristo na levarmos uma vida honesta e, em especial, para vencer este meu
terra, a sua Igreja. seja porto de salvação para todos os homens . temperamento endiabrado . . . e . "
Rezamos também pelo advento do seu reino celestial: para que to Poderíamos compor uma ladainha muito longa. Mas Jesus cor
dos aqueles por quem Jesus morreu reinem com Ek na sua eterna ta caminh o tranqui1arnente e concentra tudo em oito palavras: "O
o P.\I �osso .-\ �IELHOH ORAÇÃO �05
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por nós. Sem nos darmos conta, caímos em maneiras humanas de ) "Seja feita a vossa vontade assjm n a terra como no céu": que
todo o mundo sobre a terra lhe obedeça com a prontidão e a alegria
imaginar Deus. Há mais de 3.500 milhões de homens sobre a terra, com que o fazem os anjos e os santos do céu. São palavras muito
c p �demos sentir-nos inclinados a pensar que a atenção que Deus fáçeis de pronunciar, principalmente quando pensamos na obediência
me dedica tem que se dividir de algum modo e que, com tanta total dos outros. Mas quando se trata da pessoa que mais direta
gente, tem que ser muito superficial. Ao pensarmos assim, esque mente podemos controlar - isto é, de nós mesmos -, vemos que
cemos que Deus é infinito, e que os números nada significam para exigem mais esforço para pôr em prática. Evidentemente, as pala
Ele. Mesmo que eu fosse 6 único homem sobre a terra, Deus não vras "seja feita a vossa vontade" seriam vazias se não contivessem
poderia amar-me e interessar-se por mim mais do que o faz agora. um propósito: cumpri-las efetivamente na nossa vida pessoal, pôr
É isto o que recordt) quando digo: ''Pai Nosso que estais no céu''. ponto final às nossas queixas, lamentos e auto-compaixões. Exigem
1:
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A palavra "'nosso" também é importante. A oração dominical que enchamos o peito e levantemos o queixo para enfrentar com
�..� uma oração de perfeita caridade: de amor a Deus, a quem nos generosidade as incontáveis contrariedades e aborrecimentos de cada
oferecemos sem. reserva�: de amor ao nosso próximo, aos homens, jornada, que tantas vezes nos têm feito vacilar. "Seja feita a vossa
para quem pedimos as gra<;as e favores que pedimos para nós mes vontade" quer dizer: "Tudo o que Vós quiserdes, meu Deus, eu
' mos. É uma oraçüo de unidade cristã, de unidade sob Deus, uma também o quero, ainda que me custe. Confio na vossa graça para
! t)raçüo cujo tema repetido - o "nosso" o· "nós" - nos recorda aceitar bem a vossa vontade até o fim".
�em cessar qul! C uma oração que nüo podemos recitar com o cora Como qualquer boa oração, o Pai Nosso começa pondo em pri
l/lo centrado em nós mesmos. meiro lugar o que é devido a Deus: a sua glória e louvor, essa glória
que os homens lhe tributam especialmente quando cumprem a sua
1- "Santificado seJa l) vosso nome", prosseguimos, cumprindo o vontade em tudo. Depois, e só depois, é que podemos pensar nas
dcvt.:r primáno de qualquer oraçao: a adoraçfto t o louvor a Deus. nossas neCessidades.
A nossa existência tem por único motivo darmos glória a Deus como
obra de suas mãos e testemunhas vivas da sua bondade, misericór Os bons pais conhecem as necessidades que seus filhos têm de
dia e poder. A voz muda das criaturas inanimadas e irracionais. alimento, roupa, casa, brinquedos, livros, férias, etc . Mas agrada
que d�o glória a Deus só com a sua existência, acrescentamos o aos pais que os filhos conheçam a origem de todas essas coisas que
mais nobre louvor de línguas e corações. Há aqui alguma coisa lhes chegam com tanta facilidade. Agrada aos pais que os filhos
mais que um simples eco do cântico dos anjos na noite de Natal: lhes peçam essas coisas, mesmo que sejam algo já decidido de ante
·'Glória a Deus nas alturas". mão. Com esses sentimentos, os pais refletem o amor paternal de
Deus, de que são exemplo e agentes humanos.
Mas não nos satisfaz o louvor que Deus recebe: nosso amor por Não é de estranhar, pois, que a segunda parte da Oração do
Ele não ficará satisfeito enquanto todos os homens de toda a terra Senhor se ocupe das necessida. des de quem ora. E com que mara
não forem seus fiéis servidores e juntarem suas vozes num contínuo vilhosa simplicidade Jesus as menciona! Abandonados a nós mes
hino de louvor a Deus. Assim rezamos quando dizemos: "Venha mos, teríamos caído facilmente num palavreado interminável. "Rogo
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a nós o vosso reino . Rezamos para que a graça de Deus encontre -vos, meu Deus, que nos deis bastante alimento e roupa decente,
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amor. Rezamos para que se realizem as palavras de Cristo: que "haja novo trabalho, e umas férias agradáveis, e . ah, sim!, as graças para
um só rebanho c um só pastor": que o reino visível de Cristo na levarmos uma vida honesta e, em especial, para vencer este meu
terra, a sua Igreja. seja porto de salvação para todos os homens . temperamento endiabrado . . . e . "
Rezamos também pelo advento do seu reino celestial: para que to Poderíamos compor uma ladainha muito longa. Mas Jesus cor
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\ \IELHOH OHA(,:.-\.0
p�to nosso dt.: cada dia nos da L hoje''. A pala v � a ·'püL1 sii�1?oli:a
.,
. . lestial vos perdoará. Mas se não perdoanks aos hm1lt.:ns, tílmb�m
vosso Pai não perdoará as vossas falta�" (Mt G. 1-t- 1 5) . Estamos
3qui todas as nossas necessidades, tanto matcna1s (omo csptntuais.
Pütkmos a(rescentar a nos�a ladainha particular, se o dcsejarnws. tocando o centro nevrálgico da vida e da prática crist3.s quando so
A nossa lista detalhada nüo será sen�to um cnntinuarnws rl..' conhe
mos capazes de amar o pecador e. ao mesmo tempo, detestar o
ccndo a nossa total dependência de Deus, coisa que, portanto, lhe pecado. Cristo disse noutro lugar: "Mas eu vos digo: a J? � i os vossos
será grata. !\1as quando dizemos ··o püo nos5.o de cada dia'', na _
inimigos c orai pelos qw: vos perseguem, para que seJ<.HS filhLlS do
realidade já dissemos tudo. vosso Pai que está no céu, que faz nascer o sol sobre bons e maus
As palavras ''de cada dia" s�to aqui a chave. c tl:m por contra e chover sobre justos e injustos" (Mt 5, 44-45 ) . Este é o sinal de
ponto a palavra ''hoje". É como se Jesus quisesse lembrar-nos, sem que pertencemos a Cristo. Isto é o que na vida interior distingue
pre que recitamos o Pai Nosso, aquela bela passagem do seu Sermão os homens das crianças.
da .Montanha: "Não vos inquiett.:: i s com a vossa vida, com o que
haveis de comer ou de beber, nem com o vosso corpo, com o que A dificuldade de praticar esta caridade total para com todos.
tereis para vestir. Não vale mais a vida que o alimento. e o corpo também para com os inimigos. deve convencer-nos de como é ne
mais que o vestido? Olhai as aves do céu. que nfto semeiam, nem cessário apoiar-nos na graça de Deus. se quisermos vencer as nossas
ceifam, nem fazem provisão nos celeiros, c contudo vosso Pai celes tentações. E assim Jesus põe em nossos lábios a petiçüo final da
tial as alimenta. Não valcis vôs mais do que das? Qual de vós, sua oração: ''Não nos deixeis cair em tentaçào, mas livrai-nos do
com todas as suas preocupações, pode acrescentar um ctwado � sua mal".
estatura? E por que vos preocupais com o que haveis de vestir? "Nào nos deixeis cair em tentaçüo'' é uma forma de dizer to-
Vede como crescem os lírios do campo: 1üo trahalham nem fiam. rnada da antiga língua hebraica, que poderíamos parafrasear assim:
E, no entanto, eu vos digo que nem Salomão em toda a sua glória "Livrai-nos de toda tentação que seja demasiado forte para as nossas
se vestiu como um deles. Se, pois. Deus assim veste uma erva do forças, e dai-nos a vossa fortaleza para vencer qualquer tentação
campo, que hoje existe e amanhà é 1ançada ao fogo. quanto mais que nos assalte". Porque Deus, é claro, não induz ninguém à ten
não fará convosco, homens de pouca fé!" (Mt 6, 25-30) . tação. As vezes, diz-se que Deus tentou uma pessoa, como a Abraão
"Não vos preocupeis", � a mensagem que Jesus encerra n a frase ao mandar-lhe que sacrificasse seu filho Isaac: mas nestes casos a
"o pão nosso de cada dia". "Não te preocupes cismando se a chu palavra "tentaçüo" significa prova, não uma indução ao pecado.
va estragará a tua festa da semana que vem. se pcrderús o teu tra São Tiago adverte-nos: "Ninguém diga n a tentaçào: 'Sou tentado
balho no fim do mês, se essa dorzinha pode ser um cfmcer. Não por Deus', porque Deus n5.o pode ser tentado ao mal nem tenta
compreendes que Deus conhece todo esse assunto, que se interessa ninguém" ( 1 , 1 3 ) .
por ele, que estará a teu lado, aconteça o que acontecer. e que. com "Livrai-nos do mal". Pai. protegei-nos d e todo mal; do mal
Ele, as coisas nunca serão tão duras como tu as imaginas? Bastam-te fisico, na medida em que estiver de acordo com a vossa vontade,
os trabalhos de hoje: pede só o que precisas hoje; do amanlü, haveis mas especialmente do mal espiritual que possa roçar a nossa alma.
E com esta conclusão. recitamos uma oraç5.o perfeita.
de ocupar-vos, tu e Deus, qu:mdo chegar".
p�to nosso dt.: cada dia nos da L hoje''. A pala v � a ·'püL1 sii�1?oli:a
.,
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vosso Pai não perdoará as vossas falta�" (Mt G. 1-t- 1 5) . Estamos
3qui todas as nossas necessidades, tanto matcna1s (omo csptntuais.
Pütkmos a(rescentar a nos�a ladainha particular, se o dcsejarnws. tocando o centro nevrálgico da vida e da prática crist3.s quando so
A nossa lista detalhada nüo será sen�to um cnntinuarnws rl..' conhe
mos capazes de amar o pecador e. ao mesmo tempo, detestar o
ccndo a nossa total dependência de Deus, coisa que, portanto, lhe pecado. Cristo disse noutro lugar: "Mas eu vos digo: a J? � i os vossos
será grata. !\1as quando dizemos ··o püo nos5.o de cada dia'', na _
inimigos c orai pelos qw: vos perseguem, para que seJ<.HS filhLlS do
realidade já dissemos tudo. vosso Pai que está no céu, que faz nascer o sol sobre bons e maus
As palavras ''de cada dia" s�to aqui a chave. c tl:m por contra e chover sobre justos e injustos" (Mt 5, 44-45 ) . Este é o sinal de
ponto a palavra ''hoje". É como se Jesus quisesse lembrar-nos, sem que pertencemos a Cristo. Isto é o que na vida interior distingue
pre que recitamos o Pai Nosso, aquela bela passagem do seu Sermão os homens das crianças.
da .Montanha: "Não vos inquiett.:: i s com a vossa vida, com o que
haveis de comer ou de beber, nem com o vosso corpo, com o que A dificuldade de praticar esta caridade total para com todos.
tereis para vestir. Não vale mais a vida que o alimento. e o corpo também para com os inimigos. deve convencer-nos de como é ne
mais que o vestido? Olhai as aves do céu. que nfto semeiam, nem cessário apoiar-nos na graça de Deus. se quisermos vencer as nossas
ceifam, nem fazem provisão nos celeiros, c contudo vosso Pai celes tentações. E assim Jesus põe em nossos lábios a petiçüo final da
tial as alimenta. Não valcis vôs mais do que das? Qual de vós, sua oração: ''Não nos deixeis cair em tentaçào, mas livrai-nos do
com todas as suas preocupações, pode acrescentar um ctwado � sua mal".
estatura? E por que vos preocupais com o que haveis de vestir? "Nào nos deixeis cair em tentaçüo'' é uma forma de dizer to-
Vede como crescem os lírios do campo: 1üo trahalham nem fiam. rnada da antiga língua hebraica, que poderíamos parafrasear assim:
E, no entanto, eu vos digo que nem Salomão em toda a sua glória "Livrai-nos de toda tentação que seja demasiado forte para as nossas
se vestiu como um deles. Se, pois. Deus assim veste uma erva do forças, e dai-nos a vossa fortaleza para vencer qualquer tentação
campo, que hoje existe e amanhà é 1ançada ao fogo. quanto mais que nos assalte". Porque Deus, é claro, não induz ninguém à ten
não fará convosco, homens de pouca fé!" (Mt 6, 25-30) . tação. As vezes, diz-se que Deus tentou uma pessoa, como a Abraão
"Não vos preocupeis", � a mensagem que Jesus encerra n a frase ao mandar-lhe que sacrificasse seu filho Isaac: mas nestes casos a
"o pão nosso de cada dia". "Não te preocupes cismando se a chu palavra "tentaçüo" significa prova, não uma indução ao pecado.
va estragará a tua festa da semana que vem. se pcrderús o teu tra São Tiago adverte-nos: "Ninguém diga n a tentaçào: 'Sou tentado
balho no fim do mês, se essa dorzinha pode ser um cfmcer. Não por Deus', porque Deus n5.o pode ser tentado ao mal nem tenta
compreendes que Deus conhece todo esse assunto, que se interessa ninguém" ( 1 , 1 3 ) .
por ele, que estará a teu lado, aconteça o que acontecer. e que. com "Livrai-nos do mal". Pai. protegei-nos d e todo mal; do mal
Ele, as coisas nunca serão tão duras como tu as imaginas? Bastam-te fisico, na medida em que estiver de acordo com a vossa vontade,
os trabalhos de hoje: pede só o que precisas hoje; do amanlü, haveis mas especialmente do mal espiritual que possa roçar a nossa alma.
E com esta conclusão. recitamos uma oraç5.o perfeita.
de ocupar-vos, tu e Deus, qu:mdo chegar".
A Bí BL IA
solenes
separar o grün da
palha. e izer �quai � as verd ades que silo parte da
�c ocor ria, Deus inspirou os autores dos livros bíblico s para que escrc
s ade qu
a Bíb lia.
ck igua l categoria que me nt e , naü
ves�em o que escreveram. E, ao escrevê-lo, Deus preservou-os
ada
de sCfl'tn ent end ida do
:-,�,. ri<.�m mu itl� dif íce is .
CIJO por um ato especial da sua providência.
inte rpr eta ção
par a gui ar a nossa Depo is, por um novo
t"'..,ll'h)s foram em
1 1 \ �ssemos a Tra di\ :tn gm ndc par te re
dP.., Ap �Hu da sua providência, fez que os livros escritos soh a sua
inspi-
tn s ch�-; prim t":irn-;
nra is
el o s L'scrittwcs cr i slf
Os cn..,ilw me llto s 1cmpos.
�i..,t rad o.., pll r cs,: ntn p
40Y
\ o( E t . R \ B i B I .I . V
A Bí BL IA
solenes
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s ade qu
a Bíb lia.
ck igua l categoria que me nt e , naü
ves�em o que escreveram. E, ao escrevê-lo, Deus preservou-os
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de sCfl'tn ent end ida do
:-,�,. ri<.�m mu itl� dif íce is .
CIJO por um ato especial da sua providência.
inte rpr eta ção
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dP.., Ap �Hu da sua providência, fez que os livros escritos soh a sua
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Os cn..,ilw me llto s 1cmpos.
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4 l0 A JliBLIA 411
\'OCE LE A BIBLIA!
ra\ão se <.:l'nservasscrn através de milhmes de anos e de gerações Cnsto pensa, julgar como Cristo julga, falar e agir como Cristo fala
sucessivas. Finalmente, pela infalível autoridade da sua Igreja, indi ría e agiria. Esta semelhança com Cnsto preencherá o nosso molde
cou quais, de entre todos os livros aparentemente sagrados, foram pessoal e se modificará de acordo com as nossas características indi·
os únicos realmente inspirados por Ele. viduais, numa gloriosa diversidade de formas; mas o princípio fun
Esta é a Bíblia (da palavra grega "biblion". que significa "o damental e unificador será sempre a semelhança com Cristo, que
livro'') . Contém setenta e três divisões ou "livros", conforme são jamais se poderá deixar de notar.
chamados, alguns dos quais são omitidos em certas edições protes Não podemos moldar-nos segundo a imagem de Cristo se não
t&ntes da Bíblia. Escrita por autorcs diferentes (todos inspirados 0 conhecemos bem. Para conhecê-lo, o melhor caminho é o Evange
por Deus) , a Biblia come<sa pdo livro do Gênesis. atribuído ao pa lho. Melhor que a imagem de segunda mão que possamos extrair de
triarca Moisés. e termina com o l ivro do Apocalipse, escrito pelo sermões e livros de espiritualidade, é a imagem sem aditivos que
Apóstolo São João. Poderíamos dizer que Deus teve muito traba dEle nos dão os quatro evangelistas. Depois; nas epístolas de Paulo,
lho para nos dar a Bíblia e. naturalmente, espera que a leiamos. Pedro, Judas Tadeu, Tiago e João encontraremos os ensinamentos
Se alguma organizaç:to, dessas que existem para pesquisar a opi de Cristo desenvolvidos, especialmente a doutrina sobre a lei da ca
nião pública. fizesse um levantamento entre as famílias católicas para ridade.
saber quantas têm e quantas usam a Bíblia, os resultados poderiam Voltando ao Antigo Testamento, encontraremos nos seus livros
ser surpreendentes. Já que não se fez tal pesquisa (pelo menos que históricos o grandioso plano de Deus para a salvação do homem,
eu sabia) , só podemos fazer conjeturas: eu penso que são bem que veremos manifestar-se lentamente ao longo de muitos séculos.
poucos os lrrres católicos em que há uma Bíblia, e que são menos Nos livros proféticos, veremos Cristo vir até nós como urna sombra
ainda aqueles em que a lêem. qw.: se projeta sohre a parede de uma casa. Nos livros sapicnciais,
A Igreja faz um uso muito amplo da Bíblia na sua liturgia. acharemos os princípios de uma conduta c uma vida virtuosas que
Muitas partes da Santa Missa e do ritual dos sacramentos, grande Deus incutiu na humanidade através de longos períodos de expe
parte da Liturgia das Horas e de outros ritos oficiais foram tirados riência humana. Tudo isto e mais encontraremos na Bíblia, se a
da Bíblia. A Bíblia é também um livro precioso para a pregação lermos regularmente. na atitude de reverência e oração que a pala
sacerdotal: a maioria dos sermões ou homilias não são senão co vra de Deus exige.
mentários a alguma verdade básica contida na Sagrada Escritura.
Devemos, evidentemente, ler uma versão autorizada da Bíblia.
À vista de todos estes fatos - mas especialmente tendo em conta Não é que haja duas Bíblias, a "católica" e a "protestante", a "boa"
que a Bíblia é a palavra inspirada por Deus -, é de estranhar que e a "má". Há uma só Bíhlia, a que Deus inspirou e foi escrita
não haja mais católicos que leiam a Bíblia regularmente, para seu livro após livro, século após século, em hebreu antigo e em grego.
enriquecimento pessoal e para seu progresso espiritual. Os frágeis manuscritos originais pereceram há muito, mas ainda se
Não nos admira muito que os protestantes nos superem na pro conservam cópias. manuscritas que remontam aos primeiros tempos
pagação e no uso da Bíblia: para o protestante. a Bíblia é tudo; do Cristianismo. D!.!stes manuscritos, ou da famosa tradução para
para nós, é apenas uma parte do nosso ambiente religioso, mas é o latim de São Jerônimo ( a chamada 'Vulgata" ) , derivam as tra
uma parte muitíssimo importante, de modo que, se a descuramos, duções modernas para as línguas da atualidade. São as versôes em
perdemos uma grande riqueza espiritual. língua vernácula da Bíblia.
Dizemos - e assim cremos - que a essência da vida cristã Se for traduzida para uma língua moderna por um perito ou
está no esforço em reproduzirmos em nós a imagem de Cristo. O peritos bíblicos, e depois aprovada pelo Papa ou pelos bispos de
nosso fim é fazermo-nos semelhantes a Cristo. Queremos aprender um país como tradução adequada, então essa tradução chama-se
a ver a vida como Ele a vê, e não viver os nossos dias de um modo versão aprorada ou autorizada. Isto significa que essa versão está
fragmentário, com a vida de família, o trabalho que nos obtém o .
hvre de erros na medida em que as coisas humanas o podem estar.
pão, o descanso, as responsabilidades sociais e as relações pessoais �·1m_ catúlico sá pode ler essas versães aprovadas. Mesmo uma tra
frequenteme!lte em conflito entre si. A nossa semelhança com Cristo etuçao da Bíblia feita por um escriturista católico só pode ser utili
nos dará a chave para alcançarmos essa unidade de vida, para viver zada pelos católicos depois de uma aprovação oficial da Igreja.
mos uma vida coerente, que faça sentido. Isto significa pensar como .
Vemos, pms, que, à hora de escolhermos uma Bíblia, nüo se trata
4 l0 A JliBLIA 411
\'OCE LE A BIBLIA!
ra\ão se <.:l'nservasscrn através de milhmes de anos e de gerações Cnsto pensa, julgar como Cristo julga, falar e agir como Cristo fala
sucessivas. Finalmente, pela infalível autoridade da sua Igreja, indi ría e agiria. Esta semelhança com Cnsto preencherá o nosso molde
cou quais, de entre todos os livros aparentemente sagrados, foram pessoal e se modificará de acordo com as nossas características indi·
os únicos realmente inspirados por Ele. viduais, numa gloriosa diversidade de formas; mas o princípio fun
Esta é a Bíblia (da palavra grega "biblion". que significa "o damental e unificador será sempre a semelhança com Cristo, que
livro'') . Contém setenta e três divisões ou "livros", conforme são jamais se poderá deixar de notar.
chamados, alguns dos quais são omitidos em certas edições protes Não podemos moldar-nos segundo a imagem de Cristo se não
t&ntes da Bíblia. Escrita por autorcs diferentes (todos inspirados 0 conhecemos bem. Para conhecê-lo, o melhor caminho é o Evange
por Deus) , a Biblia come<sa pdo livro do Gênesis. atribuído ao pa lho. Melhor que a imagem de segunda mão que possamos extrair de
triarca Moisés. e termina com o l ivro do Apocalipse, escrito pelo sermões e livros de espiritualidade, é a imagem sem aditivos que
Apóstolo São João. Poderíamos dizer que Deus teve muito traba dEle nos dão os quatro evangelistas. Depois; nas epístolas de Paulo,
lho para nos dar a Bíblia e. naturalmente, espera que a leiamos. Pedro, Judas Tadeu, Tiago e João encontraremos os ensinamentos
Se alguma organizaç:to, dessas que existem para pesquisar a opi de Cristo desenvolvidos, especialmente a doutrina sobre a lei da ca
nião pública. fizesse um levantamento entre as famílias católicas para ridade.
saber quantas têm e quantas usam a Bíblia, os resultados poderiam Voltando ao Antigo Testamento, encontraremos nos seus livros
ser surpreendentes. Já que não se fez tal pesquisa (pelo menos que históricos o grandioso plano de Deus para a salvação do homem,
eu sabia) , só podemos fazer conjeturas: eu penso que são bem que veremos manifestar-se lentamente ao longo de muitos séculos.
poucos os lrrres católicos em que há uma Bíblia, e que são menos Nos livros proféticos, veremos Cristo vir até nós como urna sombra
ainda aqueles em que a lêem. qw.: se projeta sohre a parede de uma casa. Nos livros sapicnciais,
A Igreja faz um uso muito amplo da Bíblia na sua liturgia. acharemos os princípios de uma conduta c uma vida virtuosas que
Muitas partes da Santa Missa e do ritual dos sacramentos, grande Deus incutiu na humanidade através de longos períodos de expe
parte da Liturgia das Horas e de outros ritos oficiais foram tirados riência humana. Tudo isto e mais encontraremos na Bíblia, se a
da Bíblia. A Bíblia é também um livro precioso para a pregação lermos regularmente. na atitude de reverência e oração que a pala
sacerdotal: a maioria dos sermões ou homilias não são senão co vra de Deus exige.
mentários a alguma verdade básica contida na Sagrada Escritura.
Devemos, evidentemente, ler uma versão autorizada da Bíblia.
À vista de todos estes fatos - mas especialmente tendo em conta Não é que haja duas Bíblias, a "católica" e a "protestante", a "boa"
que a Bíblia é a palavra inspirada por Deus -, é de estranhar que e a "má". Há uma só Bíhlia, a que Deus inspirou e foi escrita
não haja mais católicos que leiam a Bíblia regularmente, para seu livro após livro, século após século, em hebreu antigo e em grego.
enriquecimento pessoal e para seu progresso espiritual. Os frágeis manuscritos originais pereceram há muito, mas ainda se
Não nos admira muito que os protestantes nos superem na pro conservam cópias. manuscritas que remontam aos primeiros tempos
pagação e no uso da Bíblia: para o protestante. a Bíblia é tudo; do Cristianismo. D!.!stes manuscritos, ou da famosa tradução para
para nós, é apenas uma parte do nosso ambiente religioso, mas é o latim de São Jerônimo ( a chamada 'Vulgata" ) , derivam as tra
uma parte muitíssimo importante, de modo que, se a descuramos, duções modernas para as línguas da atualidade. São as versôes em
perdemos uma grande riqueza espiritual. língua vernácula da Bíblia.
Dizemos - e assim cremos - que a essência da vida cristã Se for traduzida para uma língua moderna por um perito ou
está no esforço em reproduzirmos em nós a imagem de Cristo. O peritos bíblicos, e depois aprovada pelo Papa ou pelos bispos de
nosso fim é fazermo-nos semelhantes a Cristo. Queremos aprender um país como tradução adequada, então essa tradução chama-se
a ver a vida como Ele a vê, e não viver os nossos dias de um modo versão aprorada ou autorizada. Isto significa que essa versão está
fragmentário, com a vida de família, o trabalho que nos obtém o .
hvre de erros na medida em que as coisas humanas o podem estar.
pão, o descanso, as responsabilidades sociais e as relações pessoais �·1m_ catúlico sá pode ler essas versães aprovadas. Mesmo uma tra
frequenteme!lte em conflito entre si. A nossa semelhança com Cristo etuçao da Bíblia feita por um escriturista católico só pode ser utili
nos dará a chave para alcançarmos essa unidade de vida, para viver zada pelos católicos depois de uma aprovação oficial da Igreja.
mos uma vida coerente, que faça sentido. Isto significa pensar como .
Vemos, pms, que, à hora de escolhermos uma Bíblia, nüo se trata
412 A H!HLIA
de optar por uma católica contra outra protestante, mas por uma
'
versão aprovada contra outra que não tem aprovação. Convém, por '
isso, certificar�se de que se trata de um versão aprovada, antes de
comprá-la.
Mas interessa muito que a tenhamos e leiamos. Se ainda não íKJ JICE AKALíTICO
o fizemos, comecemos hoje.
A Apóstolos
missiio : 1 1 4
Aborto: 1 9 6 urdt>naram bispos; 1 15
Absolvição: 339 orclPnaram sacerdotes: 1 1 5
todos chamados a sê-lo: 120
Abstinência: 2 1 7
Apostolicidade da Igrej a : 1 22
Adão: 45, 47
Apropriação: 78
Acedia, pecado contra a carida
Arcebispos : 3 70
de: 173
Ascensão: 73
Ação de graças
fim da Missa: 281 Assunção: 64, 143
oração de: 391 Automóvel
Adoração imprudência na condução de:
fim da Missa: 280 197
oração de: 391 Autoridade
Adultério: 202, 3 78 da Igreja: 130
Ágape: 275 dos pais: 191
de optar por uma católica contra outra protestante, mas por uma
'
versão aprovada contra outra que não tem aprovação. Convém, por '
isso, certificar�se de que se trata de um versão aprovada, antes de
comprá-la.
Mas interessa muito que a tenhamos e leiamos. Se ainda não íKJ JICE AKALíTICO
o fizemos, comecemos hoje.
A Apóstolos
missiio : 1 1 4
Aborto: 1 9 6 urdt>naram bispos; 1 15
Absolvição: 339 orclPnaram sacerdotes: 1 1 5
todos chamados a sê-lo: 120
Abstinência: 2 1 7
Apostolicidade da Igrej a : 1 22
Adão: 45, 47
Apropriação: 78
Acedia, pecado contra a carida
Arcebispos : 3 70
de: 173
Ascensão: 73
Ação de graças
fim da Missa: 281 Assunção: 64, 143
oração de: 391 Automóvel
Adoração imprudência na condução de:
fim da Missa: 280 197
oração de: 391 Autoridade
Adultério: 202, 3 78 da Igreja: 130
Ágape: 275 dos pais: 191
Bcm-aventuran�as: 1 I 0-1 1 1 Comunhão dos Santos: 1 34 - 1 3 6 ,1utor da Bíblia: 21 �dma da Igrej,t: 114
Benignidade Concomitância: 268 bondade, razão da <.:rÍ<IÇào: 11 J.::ms : 10-t�
conheCimento: 16 frntrJ,<;: 105
criou por livre nmLlde:
228, 250-257
o Filho C<lJ1�'cbido por obra d o :
fruto do Espírito Santo: 10.5 Confirmação:
33
R7. 408-4 1 2 336-344 exi�têi1lÜ de: 20
Bíblia: Confissão :
() 3
r!· · : 79
fonte d a Revelação, com a Tra- antes de comungar: 308 �r.H;a, dom �antifit'�lrlor: 78
Lon'".lr df : 1-1/ Esleriliz�tçtio : 1 9 8
dição: 21 freqüente: 59 itllli'C
inspirada por Deus: 21 penitência: 343 I ::reJ 1, lJ,d�t\Ll Yl'- a de: 56 Eucaristia: 22R. 258-273
ki dl·: 1--t -;'
interprl'ta<,·ão prh·ada: 1 23 preparação: 322
(
vers )es da: 4 1 1 sacrílega: 337 naturPza d e : 22-26
ef1·itos sobre a ('(JI1CnpiscencLl :
Bispos: 367 sigilo da: 337-338 307
perfeiç;ôes: 22
fim: 303
Blasfêmi a : 1 84 Conhecimento posse; 13
fonte de vida: 89
Bondade baseado na fé: 98 reino de: 69
tres Pessoas: 27
obrigação de receber: 215
fruto do Espírito Santo: 105 tipo possuído por Jesus Cristo :
vontade de :
recebida sacrilegamente: 175
perfeição de Deus: 24 67
sacramento de cre,cirnento pi es
ritu:d: 30.5
Conselho dc>terrnina a moralidade: 56
identifica(:ão com: 59
c
dom do Espírito Santo: 104
Eutanúsia: 1 9 8
Conselhos evangélicos: 1 56-1 59 Diácono: 365
Eva :42
Contemplação: 88, 394 Dias santos: 2 1 6
Calendário da Igrej a : 216 Evolução: 42-44
ContinênC ia Diocese: 3 70
295
Cálic e : Exame de consciênci a : 323
105 \ Divórcio: 378
I
fruto do Espírito Santo:
Calúnia: 210 Contracepção : 384 Dngm J : 2 1 4
Excomunhã o : 114
Cardeal : 369 Exemplo: 199
Contriçã o : 325, 327-335 defini<;ão: 20
Caridade: 96 imperfeita : 325 Domingos Existência. fim d a : 11
fruto do Espírito Santo: 105
perfeita: 325 obrignção de ir à J\-1i.�sa: 186, 216 Exorcismo: 37
organizada: 151 propósito de emenda: 329 r
t abalho servil: 189 ato sacramental: 387
pecados contra : 172
Crucifixão: 72 Dons do Espírito Santo: 1 04 Extrema-unção: 226, 352-359
virtude infusa: 96, 101
Crucifixo : 388 Dons pretern aturais: 45 . 49
Cartas de p a z : 346
Culto Duelo: 196
Castidade: 202
ação de graças: 281 F
conselho evangélico : 1.51, 157,
dever natural: 162
159 E
expressão de Esperança: 169-170
fruto do Espírito Santo: 105 Fé
fim principal: 282
pccndos contra: 60 Embnagués: 197
não católico : 168 atos de: 162
voto perpétuo de Maria: 63
por ato de amor: 170 Emoção: 171 completa : 98
Castigo : 3 4 1 -355 reparação : 281 Encarnação: 62-69 cultivar a: 223
eterno: 341 divina: 98
unidade do: 124 Entendimento
temporal: 341, 345-352 doutrinai: 163
dom do Espírito S;mto: 104
Céu fruto do Espírito Santo: 105
o
graus de felicidade: 83
Epifan ia : 67 humana: 98
natureza do: 13 Escândalo: 1 99 natureza: 97
295 por irrcvert!nd a : 179 pecado contra a: 164
Cibóri o : Defeitos:59
Esca pulário: 389 profissão de: 163
Ciênci8.. comp8.tível com a reli 34
Demôn i o :
Escri tura: 408-4 1 2 relação com a razão: 129-133
gião : 43 Desespero: 170 virtude teologal: 96
Espe rança : 99- 1 0 3
Circuminccssão, 77 Desobediência: 51 Felicidade
atos de: 168-173
Cisma : 1 1 3 Detração : 211 essenc ial ao culto dt· capacidade para: 1 7
Comunhão : 303-3 1 7 Deus V! u
r� de teologal:
96
Dcm: 162
d o céu: 1 3
ato de rPcf'pção da Eucaristia: adoração: 280 Esp mtismo : 1 76 graus de, n o c éu : 83
2.39, .'3 03 amor de: 171-173 Espírito crist ã o : por obediencia à lei de Deus:
confissão <tntcs da: 308 base da esperança: 1 0 1
1 09 148
prova-se pela obediência· 47
Espírito Santo :
requisitos : 307 27. 7 5 - 1 1 1 Fim dos tempos : 1 37-144
11 1 J);I)JCE A);ALlTlCO J \ J JJU \ \_\1.1 1 1�-(J -1 1 .5
Bcm-aventuran�as: 1 I 0-1 1 1 Comunhão dos Santos: 1 34 - 1 3 6 ,1utor da Bíblia: 21 �dma da Igrej,t: 114
Benignidade Concomitância: 268 bondade, razão da <.:rÍ<IÇào: 11 J.::ms : 10-t�
conheCimento: 16 frntrJ,<;: 105
criou por livre nmLlde:
228, 250-257
o Filho C<lJ1�'cbido por obra d o :
fruto do Espírito Santo: 10.5 Confirmação:
33
R7. 408-4 1 2 336-344 exi�têi1lÜ de: 20
Bíblia: Confissão :
() 3
r!· · : 79
fonte d a Revelação, com a Tra- antes de comungar: 308 �r.H;a, dom �antifit'�lrlor: 78
Lon'".lr df : 1-1/ Esleriliz�tçtio : 1 9 8
dição: 21 freqüente: 59 itllli'C
inspirada por Deus: 21 penitência: 343 I ::reJ 1, lJ,d�t\Ll Yl'- a de: 56 Eucaristia: 22R. 258-273
ki dl·: 1--t -;'
interprl'ta<,·ão prh·ada: 1 23 preparação: 322
(
vers )es da: 4 1 1 sacrílega: 337 naturPza d e : 22-26
ef1·itos sobre a ('(JI1CnpiscencLl :
Bispos: 367 sigilo da: 337-338 307
perfeiç;ôes: 22
fim: 303
Blasfêmi a : 1 84 Conhecimento posse; 13
fonte de vida: 89
Bondade baseado na fé: 98 reino de: 69
tres Pessoas: 27
obrigação de receber: 215
fruto do Espírito Santo: 105 tipo possuído por Jesus Cristo :
vontade de :
recebida sacrilegamente: 175
perfeição de Deus: 24 67
sacramento de cre,cirnento pi es
ritu:d: 30.5
Conselho dc>terrnina a moralidade: 56
identifica(:ão com: 59
c
dom do Espírito Santo: 104
Eutanúsia: 1 9 8
Conselhos evangélicos: 1 56-1 59 Diácono: 365
Eva :42
Contemplação: 88, 394 Dias santos: 2 1 6
Calendário da Igrej a : 216 Evolução: 42-44
ContinênC ia Diocese: 3 70
295
Cálic e : Exame de consciênci a : 323
105 \ Divórcio: 378
I
fruto do Espírito Santo:
Calúnia: 210 Contracepção : 384 Dngm J : 2 1 4
Excomunhã o : 114
Cardeal : 369 Exemplo: 199
Contriçã o : 325, 327-335 defini<;ão: 20
Caridade: 96 imperfeita : 325 Domingos Existência. fim d a : 11
fruto do Espírito Santo: 105
perfeita: 325 obrignção de ir à J\-1i.�sa: 186, 216 Exorcismo: 37
organizada: 151 propósito de emenda: 329 r
t abalho servil: 189 ato sacramental: 387
pecados contra : 172
Crucifixão: 72 Dons do Espírito Santo: 1 04 Extrema-unção: 226, 352-359
virtude infusa: 96, 101
Crucifixo : 388 Dons pretern aturais: 45 . 49
Cartas de p a z : 346
Culto Duelo: 196
Castidade: 202
ação de graças: 281 F
conselho evangélico : 1.51, 157,
dever natural: 162
159 E
expressão de Esperança: 169-170
fruto do Espírito Santo: 105 Fé
fim principal: 282
pccndos contra: 60 Embnagués: 197
não católico : 168 atos de: 162
voto perpétuo de Maria: 63
por ato de amor: 170 Emoção: 171 completa : 98
Castigo : 3 4 1 -355 reparação : 281 Encarnação: 62-69 cultivar a: 223
eterno: 341 divina: 98
unidade do: 124 Entendimento
temporal: 341, 345-352 doutrinai: 163
dom do Espírito S;mto: 104
Céu fruto do Espírito Santo: 105
o
graus de felicidade: 83
Epifan ia : 67 humana: 98
natureza do: 13 Escândalo: 1 99 natureza: 97
295 por irrcvert!nd a : 179 pecado contra a: 164
Cibóri o : Defeitos:59
Esca pulário: 389 profissão de: 163
Ciênci8.. comp8.tível com a reli 34
Demôn i o :
Escri tura: 408-4 1 2 relação com a razão: 129-133
gião : 43 Desespero: 170 virtude teologal: 96
Espe rança : 99- 1 0 3
Circuminccssão, 77 Desobediência: 51 Felicidade
atos de: 168-173
Cisma : 1 1 3 Detração : 211 essenc ial ao culto dt· capacidade para: 1 7
Comunhão : 303-3 1 7 Deus V! u
r� de teologal:
96
Dcm: 162
d o céu: 1 3
ato de rPcf'pção da Eucaristia: adoração: 280 Esp mtismo : 1 76 graus de, n o c éu : 83
2.39, .'3 03 amor de: 171-173 Espírito crist ã o : por obediencia à lei de Deus:
confissão <tntcs da: 308 base da esperança: 1 0 1
1 09 148
prova-se pela obediência· 47
Espírito Santo :
requisitos : 307 27. 7 5 - 1 1 1 Fim dos tempos : 1 37-144
1 '\ l l l C :E \'\ \L!IICO r�OICE A �ALITICO 417
J l fi
1I
Adão e Eva livres de sofrimen
Fortaleza : 109 união hipostáti ca : 64
vida oculta: 67
militante:13.5 to: 45
flom do Espírito Santo: 10.5 organi�mo: 1 1 4 compatibilidade com a bondade
sobrenatural: 96 p:�decente: 13.5 vida pública: 69
de Deus: 24
Fraude : 206 Hei no de Deus na terra: 64 José: 63 Maldição : 1 82
Frutos do Espírito Santo: I 05 salva(,:ão fora da: 132 Judas Iscariotes : 7 1
sociedade hierárquica: 1 L5 Mandamentos : 147-220
Frutos da Missa : 282 Juízo da Lei de Deus: 147-209
sociedade jurídica: 1 16
Furto: 206-208 sociedade vi síve l: 1 16
final: 120 da lg<eja ' 150, 215-220
triunfante: 135
particular: 138
Mansidão : I 05
temerário: 211
G uniYersal em extensf.o: 128
universal: 143
Matrimônio : 2 0 1 , 2 1 9, 228,
Igrejas ortodoxas: 297, 368 372-385
Juramento : 1 79 - 1 8 1
Gabriel : 32 I maculada Conceição: 49 indissolubilidade: 378
Justiça : 1 08, 206
anunciação a �Jaria: 62 Imagen s : 1 76 pecados contra : 205
instituição : 372
Gctsêmani: 7 1 Indefectihilidade da Igreja : 1 3 1 perft>ição de Deus: 26
leis que o regulam : 219
Graça : 75-94 misto: 220
índice de livros proibidos : 174 social: 111
unidade e permanência : 373, 378
ajuda para a felicidade: 18 Indiferentismo, tipo de heresia : virtude cardeal : 96
atual: 84 Meditação : &7, 393
aumenta pela penitencia: 320
1 67 Mentira : 2 1 0
Indulgências : 345-351 L
cooperação com: 169 I) Mérito: 90-94
eficaz: 8S Infalibilidade: 1 3 1 Laicato : 1 20 Milagres: 69
habitual: 82 Inferno
sacramental: 227, 354·
Latria : 272 Milenarismo, 142
começou com a queda dos an
santificante: 82 Laxismo : 1 64 Ministros: 366
jos: 33
Guerra: 1 96 natureza: 138 Legítima defesa : 196 Missa: 87, 89, 274-302
Gula : 60 Lei aos domingos: 281
Infinito, perfeição de Deu s : 24
oferece Jesus Cristo : 187
r nsultos : 2 1 2 de Deus, expressão de Amor: 147
oração litúrgica: 393
·.�-
de :\foisés, completada por Jesus
H Intenção Cristo: 149 Missal : 296
determina a malícia do pecado: moral: 148 Mistérios
58
Heresia : 1 44, 1 66 natural: 148 Santíssima Tri ndade : 62
efeito meri tório : 93
Homem Leis da Igreja: 2 1 5 Encarnação: 62
Inveja
criação: 39-53 Leituras Modéstia : 203
pecado capital: 60
natural: 92 para cultivar a fé: 163 fruto do Espírito Santo: 105
contra a caridade': 1 7 3
razão de sua existência: 11 precauções: 173 Monogamia : 378
sobrenatural: 94 Liturgia Morte: 1 37
Hr'JStia, composiÇão da : 269 J significado: 301 Adão e Eva livres da: 46
participação: 301
Mutilação. 198
I Jansenismo : 309 Longanimidade: 105
Jesus Cristo: 66-69 Lú cife r: 33 N
Idolatria : 1 6 1 adquiriu conhf'cimento experi Lwnen Gloriae : 82 Nome
Igreja : 1 1 2 - 1 3 3 mental: 67 Lutero de batismo: 239
apostolicidade: 122 Cabeça do Corpo \1ístico: 19, igreja lutcrana: 126-127 dever de honrar o nome de
atributos da: 1 2 1 - 1 .13 1 lG nega a PresPm;a Real ua E uc<t Deus: 178-186
autoridade: 1.'30 Calwça da Igreja: 1 1 ·1 ristia: 2(i ] , 263 importància: 17H
duas naturezas : 64 ,
uumcro dos mandamt'nto
concílios: 409 s: 160
continnidadc: 127 nwrt>ee a graça: 8 1 re \·olta de: 1 27 o
Luxúr i a : 60
Ohcdiência : I 09
Corpo �Iistico: 19, 1 1 6 prt'S{'nte na Eucaristia: 2.'59-270
ressnrrt>it,·ão: 72 Lu7 da Glóri a : � 2
df' Je�m Cristo: HH
Cristo, cabet,:a da: 1 1 4
Espírito Santo, alma cb: 1 14 rcvclat,·()cs d e : 20-21
1 '\ l l l C :E \'\ \L!IICO r�OICE A �ALITICO 417
J l fi
1I
Adão e Eva livres de sofrimen
Fortaleza : 109 união hipostáti ca : 64
vida oculta: 67
militante:13.5 to: 45
flom do Espírito Santo: 10.5 organi�mo: 1 1 4 compatibilidade com a bondade
sobrenatural: 96 p:�decente: 13.5 vida pública: 69
de Deus: 24
Fraude : 206 Hei no de Deus na terra: 64 José: 63 Maldição : 1 82
Frutos do Espírito Santo: I 05 salva(,:ão fora da: 132 Judas Iscariotes : 7 1
sociedade hierárquica: 1 L5 Mandamentos : 147-220
Frutos da Missa : 282 Juízo da Lei de Deus: 147-209
sociedade jurídica: 1 16
Furto: 206-208 sociedade vi síve l: 1 16
final: 120 da lg<eja ' 150, 215-220
triunfante: 135
particular: 138
Mansidão : I 05
temerário: 211
G uniYersal em extensf.o: 128
universal: 143
Matrimônio : 2 0 1 , 2 1 9, 228,
Igrejas ortodoxas: 297, 368 372-385
Juramento : 1 79 - 1 8 1
Gabriel : 32 I maculada Conceição: 49 indissolubilidade: 378
Justiça : 1 08, 206
anunciação a �Jaria: 62 Imagen s : 1 76 pecados contra : 205
instituição : 372
Gctsêmani: 7 1 Indefectihilidade da Igreja : 1 3 1 perft>ição de Deus: 26
leis que o regulam : 219
Graça : 75-94 misto: 220
índice de livros proibidos : 174 social: 111
unidade e permanência : 373, 378
ajuda para a felicidade: 18 Indiferentismo, tipo de heresia : virtude cardeal : 96
atual: 84 Meditação : &7, 393
aumenta pela penitencia: 320
1 67 Mentira : 2 1 0
Indulgências : 345-351 L
cooperação com: 169 I) Mérito: 90-94
eficaz: 8S Infalibilidade: 1 3 1 Laicato : 1 20 Milagres: 69
habitual: 82 Inferno
sacramental: 227, 354·
Latria : 272 Milenarismo, 142
começou com a queda dos an
santificante: 82 Laxismo : 1 64 Ministros: 366
jos: 33
Guerra: 1 96 natureza: 138 Legítima defesa : 196 Missa: 87, 89, 274-302
Gula : 60 Lei aos domingos: 281
Infinito, perfeição de Deu s : 24
oferece Jesus Cristo : 187
r nsultos : 2 1 2 de Deus, expressão de Amor: 147
oração litúrgica: 393
·.�-
de :\foisés, completada por Jesus
H Intenção Cristo: 149 Missal : 296
determina a malícia do pecado: moral: 148 Mistérios
58
Heresia : 1 44, 1 66 natural: 148 Santíssima Tri ndade : 62
efeito meri tório : 93
Homem Leis da Igreja: 2 1 5 Encarnação: 62
Inveja
criação: 39-53 Leituras Modéstia : 203
pecado capital: 60
natural: 92 para cultivar a fé: 163 fruto do Espírito Santo: 105
contra a caridade': 1 7 3
razão de sua existência: 11 precauções: 173 Monogamia : 378
sobrenatural: 94 Liturgia Morte: 1 37
Hr'JStia, composiÇão da : 269 J significado: 301 Adão e Eva livres da: 46
participação: 301
Mutilação. 198
I Jansenismo : 309 Longanimidade: 105
Jesus Cristo: 66-69 Lú cife r: 33 N
Idolatria : 1 6 1 adquiriu conhf'cimento experi Lwnen Gloriae : 82 Nome
Igreja : 1 1 2 - 1 3 3 mental: 67 Lutero de batismo: 239
apostolicidade: 122 Cabeça do Corpo \1ístico: 19, igreja lutcrana: 126-127 dever de honrar o nome de
atributos da: 1 2 1 - 1 .13 1 lG nega a PresPm;a Real ua E uc<t Deus: 178-186
autoridade: 1.'30 Calwça da Igreja: 1 1 ·1 ristia: 2(i ] , 263 importància: 17H
duas naturezas : 64 ,
uumcro dos mandamt'nto
concílios: 409 s: 160
continnidadc: 127 nwrt>ee a graça: 8 1 re \·olta de: 1 27 o
Luxúr i a : 60
Ohcdiência : I 09
Corpo �Iistico: 19, 1 1 6 prt'S{'nte na Eucaristia: 2.'59-270
ressnrrt>it,·ão: 72 Lu7 da Glóri a : � 2
df' Je�m Cristo: HH
Cristo, cabet,:a da: 1 1 4
Espírito Santo, alma cb: 1 14 rcvclat,·()cs d e : 20-21
1:-.JDICE ANALITICO 1:\DICE Ai\AL!T1CO 4 19
418
Suicídio : 195 v
Sucessão apostólica: 1 29
Verdade: 2 1 0
Superstição: 1 73-1 77
Via Sacra: 350
Viático: 359
T Vitico: 359
Vício: 60-61
Temor de Deus: 1 05
Vitima sacrificia1: 278
Temperança : 96, 109
Virgem Maria: 62-66
Tempo, natureza do: 1 4
anunciação : 62
Tentações : 35 corredentora: 63
Terço, indulgências concedidas: devoção à : 65
350 honrá-la : 176
isenta da morte: 143
Tibieza : 1 73
isenta do pecado original : 49
Tolerância: 1 68 Mãe de Deus: 65
Tradição: 2 1 , 408 sem pecado: 339
Transubstanciação: 267 Virtudes: 95-1 1 1
cardeais: 96, 108
definição: 95
u esperança: 168-170
justiça: 206
Unção dos enfermos : 226, 352- modéstia: 203 :-.IIHIL OHS'L\T
359 morais : 96, 107- 1 1 1 Silo Paulo, 25 de junho de 1 HC [
União com Deus: 1 39 naturais: 95 P. Frei Amflldo Vicenh' BC'Jii, Ofmc<�p.
União hipostática: 62-64 sobrenaturais: 96
IMPRntATL!R
S:lo Paulo, 25 de junho de 1U81
teologais: 96
Unidade
Visão beatífica: 82, 1 39
dos cristãos: 304 • f José Thurler
Bispo A uxiliar c Vigáriu Gcor,ll
de fé; prova da verdadeira Igre Vocação: 1 58, 363
ja: 123 Vontade
das três divinas Pessoas: 27 base do amor: 171
nota da Igreja: 121 Votos religiosos: 180- 1 82
-t20 lt\!)]CE At\ ALlTICO
Suicídio : 195 v
Sucessão apostólica: 1 29
Verdade: 2 1 0
Superstição: 1 73-1 77
Via Sacra: 350
Viático: 359
T Vitico: 359
Vício: 60-61
Temor de Deus: 1 05
Vitima sacrificia1: 278
Temperança : 96, 109
Virgem Maria: 62-66
Tempo, natureza do: 1 4
anunciação : 62
Tentações : 35 corredentora: 63
Terço, indulgências concedidas: devoção à : 65
350 honrá-la : 176
isenta da morte: 143
Tibieza : 1 73
isenta do pecado original : 49
Tolerância: 1 68 Mãe de Deus: 65
Tradição: 2 1 , 408 sem pecado: 339
Transubstanciação: 267 Virtudes: 95-1 1 1
cardeais: 96, 108
definição: 95
u esperança: 168-170
justiça: 206
Unção dos enfermos : 226, 352- modéstia: 203 :-.IIHIL OHS'L\T
359 morais : 96, 107- 1 1 1 Silo Paulo, 25 de junho de 1 HC [
União com Deus: 1 39 naturais: 95 P. Frei Amflldo Vicenh' BC'Jii, Ofmc<�p.
União hipostática: 62-64 sobrenaturais: 96
IMPRntATL!R
S:lo Paulo, 25 de junho de 1U81
teologais: 96
Unidade
Visão beatífica: 82, 1 39
dos cristãos: 304 • f José Thurler
Bispo A uxiliar c Vigáriu Gcor,ll
de fé; prova da verdadeira Igre Vocação: 1 58, 363
ja: 123 Vontade
das três divinas Pessoas: 27 base do amor: 171
nota da Igreja: 121 Votos religiosos: 180- 1 82