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COLETA E DISPOSIÇÃO
SANITÁRIA DE RESÍDUOS
SÓLIDOS E LÍQUIDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Conhecer os enfoques históricos do esgotamento sanitário e as principais
legislações pertinentes.
•• Compreender os diferentes processos envolvidos no tratamento de efluen-
tes e conhecer os parâmetros que devem ser atendidos para seu descarte.
•• Discorrer sobre a classificação, manejo e disposição dos resíduos sólidos
urbanos, da saúde e industriais.
PLANO DE ESTUDO
HISTÓRICO E
LEGISLAÇÃO SOBRE
ESGOTAMENTO
SANITÁRIO
O modelo de desenvolvimento econômico atual fomenta a exploração de recursos
naturais e seus processos de beneficiamento, buscando a maximização de lucros.
Porém, como todo processo produtivo, haverá sempre uma porção residuária, que
será depositada, armazenada ou descartada no meio ambiente.
A reforma sanitária e o saneamento ambiental discutidos anteriormente reforçam
a ideia de que mudanças sociais e legislativas podem reverter esse cenário, entre-
tanto, uma gama de variáveis devem ser consideradas. Em perspectivas idealistas,
o advento da tecnologia deveria compensar impactos causados ao meio ambien-
te, porém, fatores influenciam diretamente na efetivação desta premissa, dentre eles
destacam-se os hábitos de consumo populacionais, nível socioeconômico e as po-
líticas voltadas a proteção ambiental.
Apesar de facilmente associamos a geração de resíduos a material sólido, com
os líquidos (recursos hídricos) acontece o mesmo. A utilização que se faz destes re-
cursos é que determina as características finais, nesse caso, das águas residuárias. O
mesmo acontece para o atendimento das necessidades básicas humanas, como no
caso do esgoto sanitário, foco do presente encontro.
Historicamente, o homem viu nos recursos hídricos formas de fomentar seu de-
senvolvimento, além do atendimento voltado a potabilidade, os corpos hídricos
ainda promovem desenvolvimento econômico desde a idade média, quando po-
voados eram formados em regiões próximas à orla marítima ou a planícies de rios,
possibilitando o surgimento das primeiras rotas comerciais. Além do desenvolvi-
mento econômico o homem ao longo de sua evolução concluiu que o consumo
ou a proximidade de águas impróprias, poderia resultar na transmissão de doenças
(RESENDE, HELLER, 2002).
10 Pós-Universo
Na antiguidade, tanto classes nobres quanto classes ricas não possuíam sanitários,
tanto na cidades como nos campos era comum as pessoas evacuarem diretamente
no solo. Os nobres utilizavam recipientes que e os descartavam em locais próximos
às residências, submetendo esses dejetos aos intempéries e especialmente ao es-
coamento até os corpos hídricos próximos, contaminando a água e disseminando
doenças (PINTO-COELHO, HAVENS, 2015). Os romanos ainda em 300 d.C desenvol-
veram sistemas rudimentares para a canalização do esgoto e para o escoamento de
águas da chuva.
Para compreendermos um pouco sobre a evolução histórica do saneamento
no que tange a gestão de efluentes líquidos, façamos uma análise das informações
apresentadas no quadro 1.
Quadro 1 - Evolução histórica dos aspectos de saúde pública e meio ambiente no setor de sa-
neamento no Brasil, voltados ao esgotamento sanitário
atenção
Figura 1 - Fluxograma hierárquico dos órgãos envolvidos na política nacional do Meio Ambiente
Fonte: elaborado pelo autor.
Nesse sentido, cabe ressaltar que as legislações em todas as suas instâncias devem
ser atendidas, porém no que tange ao tratamento de efluentes, o Estado via órgão sec-
cional pode apresentar padrões de qualidade específicos a serem atendidos durante
o tratamento diferentes dos postulados pelas demais legislações, ficando assim vide
regra o atendimento a legislação mais específica (rigorosa) devendo ser acatada, evi-
tando a aplicação das penalidades administrativas previstas nas legislações específicas,
sem prejuízo do sancionamento penal e da responsabilidade civil objetiva do poluidor.
Legislação Específica
A legislação que dispõe especificamente sobre os padrões que devem ser atingidos para
o lançamento de efluentes é a Resolução do CONAMA 430/2011. Esta legislação rege pa-
râmetros, diretrizes e padrões para o despejo de efluentes em corpos receptores. O artigo
16º desta legislação preconiza que os efluentes de qualquer fonte poluidora poderão ser
lançados em corpos hídricos, desde que atendam os parâmetros no quadro 2, a seguir:
Quadro 2 - Parâmetros e valores máximo permitido de efluente em corpos hídricos
Parâmetro Valor máximo permitido (VMP)
pH Entre 5 e 9.
Temperatura Inferior a 40ºC.
Sólidos Até 1 mL/L (Teste em cone Inmhoff ), caso a disposição ocorra
Sedimentáveis em lagos/lagoa os sólidos sedimentáveis deverão ser ausentes.
Regime de Vazão máxima de até 1,5 da vazão média do agente poluidor, podendo
lançamento ser superior em casos permitidos por autoridades competentes.
Óleos e Graxas Óleos Minerais até 20mg/L e Óleos Vegetais e Gordura Animal
até 50mg/L.
Materiais Ausentes
Flutuantes
DBO5 Remoção mínima de 60% podendo ser alterado somente me-
diante a estudo de autodepuração.
Fonte: Conama (2011).
Para verificação da remoção destes parâmetros deve ser realizado um cálculo com-
parativo das condições do efluente inicial e final, seguindo formulação abaixo:
Pós-Universo 15
TRATAMENTO DE
EFLUENTES
Os efluentes líquidos apresentaram características em relação a utilização que se faz
dos mesmos. Podendo ser classificados como sanitários/domésticos quando pro-
venientes de serviços voltados ao esgotamento ou ao saneamento básico ou em
industriais, quando provenientes de serviços voltados a produção industrial, como
por exemplo os resíduos líquidos gerados por indústrias alimentícias, têxteis, de gal-
vanoplastia, dentre outras. Devido a essas características específicas destes tipos de
efluentes, torna-se importante diferenciá-los pois suas peculiaridades podem influen-
ciar diretamente na metodologia de tratamento imposto ou selecionado.
atenção
Efluentes sanitários/domésticos:
A composição destes resíduos de aproximadamente 99,9% água, enquanto a porção
restante corresponde a matéria orgânica e inorgânica presente em forma de sólidos
suspensos e dissolvidos, nos quais podem ser encontrados microrganismos pato-
gênicos como vírus, bactérias, protozoários e helmintos. Essa porção restante é a
responsável pela necessidade do tratamento (VON SPERLING, 2005). Além do odor
característico deste tipo de resíduo.
O quadro 3 apresenta as principais características físicas e químicas dos esgotos
domésticos:
16 Pós-Universo
Parâmetro Descrição
Temperatura Normalmente possuem temperatura superior a da água de abas-
tecimento e está relacionada com a atividade dos microrganismos,
solubilidade de gases, velocidade das reações químicas e viscosida-
de dos líquidos.
Cor A coloração dos efluentes domésticos normalmente é cinza, cinza
escura ou preta, em função do material dissolvido.
Odor O odor dos esgotos domésticos é desagradável em função dos gases
sulfídricos liberados em função do processo de decomposição.
Efluentes industriais:
São provenientes das atividades industriais diversas, e além de representarem um
reflexo de sua utilização industrial (processos de beneficiamento) compreendem
ainda esgotos sanitários, como dejetos humanos sólidos e líquidos, agentes sanean-
tes como produtos de limpeza dentre outros. A fração de esgoto sanitário gerado
nas indústrias pode ser tratada juntamente com os resíduos industriais ou de forma
segregada.
As características são variadas em efluentes industriais e estão relacionadas aos
processo produtivo realizado, a matéria prima e aos insumos durante o processo, a
intensidade das operações realizadas ou períodos de operação e por fim ao consumo
e reutilização de água.
Alguns efluentes industriais podem apresentar características tóxicas, podendo
causar efeitos danosos aos organismos que tiverem contato ou mesmo ao corpo
receptor. Alguns ramos industriais ainda devem controlar as emissões em corpos
18 Pós-Universo
•• Tratamento Preliminar.
•• Tratamento Primário.
•• Tratamento Secundário.
•• Tratamento Terciário.
Tratamento Preliminar
O tratamento preliminar tem por objetivo a remoção de sólidos e materiais que são
descartados nas vias fluviais como por exemplo, plástico, madeiras, ou qualquer outro
tipo de resíduos sólido estranho ao esgotamento sanitário. O princípio do aplicado na
remoção destes materiais é física e pode ser realizado via gradeamento ou penei-
ramento. Ambas essas metodologias consistem em barreiras físicas com grandes ou
peneiras com espessuras variadas que retém materiais inapropriados e que devem
ser retirados manualmente.
Nesta etapa do tratamento ainda ocorre a separação de materiais flutuantes como
espumas com densidade menor que a da água nas chamas caixas de gordura e
também a equalização que visa minimizar o fluxo impossibilitando o aporte exces-
sivo no sistema de tratamento e por fim, a correção do pH ou neutralização pela
adição de ácido ou base ao volume armazenado objetivando potencializar as etapas
sequenciais.
Tratamento Primário
Após o tratamento preliminar o efluente ainda apresenta grande parte de sólidos
em suspensão e elevada carga de matéria orgânica que podem ser separados do
efluente pelo processo de separação de sólido-líquido baseado na diferença de densi-
dade das substâncias presentes na água que sofrem influência da força gravitacional,
denominado sedimentação/decantação. Essa etapa ocorre em decantadores ou
sedimentadores que são reservatórios circulares ou retangulares.
O processo mais comum e mais utilizado é o de coagulação/floculação/sedi-
mentação, nesta etapa reagentes químicos coagulantes adicionados possibilitam
20 Pós-Universo
a formação de flocos de carga positiva e com alto peso molecular. Desta forma os
flocos formas ficam sujeitos à ação gravitacional durante a sedimentação. Este pro-
cesso é comumente aplicado no tratamento de água e os coagulantes mais utilizados
são os sais férricos e o policloreto de alumínio.
Tratamento Secundário
Tratamento Terciário
A última etapa do tratamento de efluentes consiste na última tentativa de adequar
os parâmetros que ainda não se enquadraram nos valores estabelecidos pela legis-
lação. Dentre as opções anteriores, o tratamento terciário se torna o mais variável de
acordo com a necessidade, logo, podemos relacionar esta etapa com a composição
inicial do efluente e suas necessidades específicas.
Alguns exemplos destes tratamento são a desinfecção, adsorção em carvão, pro-
cessos oxidativos avançados, dentre outros processos. A desinfecção é realizada pela
22 Pós-Universo
GESTÃO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS
A última das questões que compõem o saneamento ambiental é voltada ao manejo
dos resíduos sólidos. Tal problemática está pautada a disposição final e no aumento
efetivo na geração destes resíduos. O gerenciamento ineficiente de resíduos, com
ênfase nos urbanos resulta em problemáticas relevantes em termos de impactos am-
bientais e saúde da população. Considerando o aumento populacional expressivo,
os resíduos sólidos podem ser diretamente associados aos problemas enfrentados
pela sociedade moderna.
A problemática acerca dos resíduos sólidos não é apenas atrelada a parcela popu-
lacional. Os resíduos industrias, da construção civil e dos serviços de saúde também
contribuem efetivamente para as questões associadas ao seu manejo. Como conse-
quência histórica e do modelo de crescimento expansionista adotado, atualmente
enfrentamos consequências associadas a má gestão dos resíduos sólidos. Com ênfase
nesta premissa, este encontro destina-se aos resíduos sólidos e tem por objetivo
apresentar informações relevantes sobre legislações, manejo apropriado e impac-
tos potenciais dos resíduos sólidos: urbanos, industriais e da saúde.
Inicialmente é preciso estabelecer uma classificação para esses resíduos. No Brasil
utiliza-se a definição de resíduo sólidos proposta pela Associação Brasileira de Normas
e Técnicas (ABNT), em sua NBR 10004/2004, na qual, resíduos sólidos correspondem
a: “Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comu-
nidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços
e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de
tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de
poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável
seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isso so-
luções técnica e economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível”.
Para esta resolução são considerados a identificação do processo que origina os
resíduos sólidos, sendo estes então classificados em conformidade com os insumos e
o processo que lhe deram origem e de acordo com sua periculosidade para a saúde
pública e para o meio ambiente. Como critério para a elaboração da referida norma,
24 Pós-Universo
Resíduo
Sim Sim
Sim
Consta nos anexos Resíduo perigoso
A ou B classe I
Não
Não
Possui constituintes que Sim
Resíduo perigoso são solubilziados em Resíduo inerte
classe II concentração superiores classe II A
ao anexo G?
Não
Resíduo inerte
classe II B
atenção
Tratamento e Gerenciamento de
Resíduos Sólidos Urbanos
A gestão dos resíduos, a partir de 1990 foi designada ao governo municipal, sendo
portanto, responsabilidade das prefeituras. Para que tal fato se concretiza-se algumas
ações integradas foram desenvolvidas entre prefeituras, cooperativas e Organizações
não governamentais (ONG’s) visando a otimização do processo.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) aprovada em 2010 (Lei nº.
12.305/2010) dispõe sobre os princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes relativas
à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às
responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos
aplicáveis. A referida legislação estipulava que os municípios possuíam até 2014 para
se adequar às normas propostas de disposição dos resíduos, ou seja extinguissem os
lixões e os substituíssem por aterros sanitários. Além disso o PNRS ainda estipulava a
implantação da reciclagem, reuso, compostagem, tratamento do lixo e da coleta se-
letiva nos municípios, entretanto, poucos municípios conseguiram cumprir o prazo
de adequação, o que levou o Senado a prorrogar este prazo considerando algumas
especificidades, dentre elas o número de habitantes embasados nos censos popula-
cionais de 2010. As capitais e regiões metropolitanas deverão atender às exigências
da lei até 2018, ao passo que municípios menores possuem até 2021.
Portanto, mesmo sendo considerados potencialmente prejudiciais ao meio am-
biente os lixões ainda são considerados uma destinação “válida” dos resíduos sólidos
urbanos.
26 Pós-Universo
Lixões
Os lixões estão envoltos em problemáticas ambientais e sociais. Para Pereira e Curi
(2003), a problemática social destaca-se a inserção de uma parcela da população, que:
““
sem outras perspectivas, busca nos resíduos seu alimento e sua fonte de
renda, esta proveniente da venda dos materiais recicláveis lá encontrados.
Nesse sentido, a coleta seletiva na fonte deve ser incentivada, e o máximo
aproveitamento dos resíduos sólidos deve ser feito antes deles chegarem
aos “lixões” ou aterros sanitários, de forma que a aberração em que se cons-
titui a permissão de que famílias inteiras, incluindo crianças, usem de coleta
de resíduos em “lixões” como meio de vida seja extinta de forma permanen-
te (PEREIRA; CURI, 2003, p. 151).
Pós-Universo 27
Outra definição coerente acerca dos lixões é pautada em seu modelo operacional
constituído pela simples descarga de lixo sem qualquer tratamento sobre o solo,
sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública, sendo utilizada na
maioria dos municípios (FERNANDES, 2001). De acordo IBGE (2002) as consequên-
cias da disposição dos resíduos em lixões estendem-se desde poluição do ar, do solo
e das águas superficiais e subterrâneas, até agravos causados a saúde pública, como
a proliferação dos vetores de doenças.
atenção
Fonte: o autor.
Como visto caro(a) aluno(a), as problemáticas acerca da existência dos lixões são
inúmeras, entretanto, infelizmente, até 2021 esse sistema de deposição dos resíduos
ainda serão encontrados em nosso país, isso em uma perspectiva relevante na qual
o prazo para adequação seja atendido por todos os municípios/estados brasileiros.
Aterros Controlados
O aterro controlado, pode ser considerado uma estrutura transitória do lixão para o
aterro sanitário. Entretanto, apesar de parecerem promissores, os aterros controlados
também são inadequados para a disposição final de qualquer resíduo. Nestes locais,
o lixo é compactado e coberto com terra ou material inerte, porém não há imper-
meabilização do solo, escoamento de águas pluviais e tratamento do chorume. Os
lixões e aterros controlados são também responsáveis pela poluição do solo, do ar e
visual (CINQUETTI, 2004).
Aterros Sanitários
Por fim, os aterros sanitários são destinos adequados para a disposição dos resíduos
sólidos urbanos, nos quais serão considerados e mitigados os possíveis impactos
gerados pela destinação dos resíduos. Planejamento se torna uma palavra chave
na concepção destes espaços fundamentais ao manejo de resíduos urbanos, uma
vez que para a construção dos mesmo é necessário atender a requisitos que versam
sobre a distâncias das instalações de recursos hídricos.
Para a construção de um aterro sanitário, o solo escavado é impermeabilizado
com uma manta geotérmica constituída de polietileno material sintético espesso,
seguida por camadas de argila. A impermeabilização tem por finalidade a proteção
dos lençóis freáticos. Após a disposição do lixo, o solo é compactado via maquiná-
rio em um sistema de camadas e recoberto com terra ou outro material. Os aterros
contam com sistema de escoamento das águas pluviais e do chorume gerado que
destinam estes líquidos ao tratamento adequado. Os gases oriundos do processo
de decomposição (metano) são captados e podem ser destinados a produção de
energia (POSSAMAI et al., 2007).
Pós-Universo 29
Tratamento e Gerenciamento de
Resíduos Industriais
As empresas possuem responsabilidade legal em relação a coleta, destinação interna
e externa dos resíduos gerados ao longo do seu processo produtivo. Algumas ações
podem ser aplicadas visando minimizar os impactos gerados por estes resíduos, como
a reciclagem, reutilização, incineração, coprocessamento e destinação final terceiri-
zada. Todas essas destinações possuem normas regulamentadoras expressas pela
ABNT mediante NBR, alguns exemplos são a NBR 10005/04 e NBR 10006/4.
Conforme Barbieri (2012), uma empresa deve decidir estrategicamente sobre a
utilização de insumos e destinação dos resíduos gerados. O autor ainda sugere que
seja estabelecida uma segregação dos resíduos gerados conforme importância am-
biental, para que posteriormente possam ser estabelecidas metas relacionadas a
investimentos no tratamento, acondicionamento ou ainda destinação terceirizada.
O quadro 6 expressa orientações presentes na NBR 10004 acerca do acondicio-
namento e do tratamento de resíduos gerados por empresas:
Quadro 6 - Tratamento e Acondicionamento de Resíduos Industriais
Outras forma de tratamento também podem ser citadas como a incineração, secagem
30 Pós-Universo
Tratamento e Gerenciamento de
Resíduos da Saúde
Os resíduos provenientes dos serviços de saúde apresentam-se potencialmente pe-
rigosos em função da presença de virulências ou microrganismos potencialmente
danosos à saúde humana. Os resíduos infecciosos devem ser tratados com a finali-
dade de reduzir ou eliminar os riscos para a saúde, mediante a metodologias usuais
como a incineração, a esterilização ou a antissepsia química e a esterilização em au-
toclaves ou com micro-ondas. A seleção de uma dessas opções requer um estudo
prévio das condições econômico-ambientais do local. As operações de tratamen-
to devem ser vigiadas constantemente de modo a evitar a possível contaminação
do ambiente e os riscos para a saúde. Tais procedimentos deverão ser efetuadas por
profissionais ou empresas especializadas.
Legislações específicas versam sobre a classificam destes resíduos. Algumas delas
são explicitadas pela Resolução CONAMA nº 358/2008, ANVISA nº 306/2004, NBR
12808/93, 12809/93 e 12810/93. A resolução 358/2008 determina que toda unidade
na qual são prestados serviços voltados à saúde deverá apresentar um Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços da Saúde ou PGRSS. Este documen-
to é necessário para o licenciamento ambiental e descreve as ações a serem seguidas
pela unidade no que tange a acondicionamento, segregação, coleta, armazenamen-
to, transporte e reciclagem e disposição final dos resíduos gerados (ZAMONER, 2008).
atividades de estudo
3. Com base no exposto acerca dos resíduos sólidos e sua classificação, avalie o exposto
e classifique os resíduos:
Resíduo 1 - Resíduo de origem conhecida, presente nos anexos A e B da NBR
10004/2004.
Resíduo 2 - Resíduo de origem desconhecida que não apresenta características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade.
Os resíduos apresentados podem ser classificados respectivamente como:
a) Resíduo perigoso classe I e Resíduo perigoso classe I.
b) Resíduo perigoso classe II e Resíduo perigoso classe II.
c) Resíduo perigoso classe II e Resíduo perigoso classe I.
d) Resíduo perigoso classe I e Resíduo perigoso classe II.
resumo
Bom caro(a) aluno(a), com o fim dos encontros voltados saneamento ambiental é esperado uma
compreensão acerca da amplitude do processo e especialmente da complexidade dos proces-
so unitários envolvidos ao longo de cada um dos procedimentos apresentados. Cada face do
saneamento ambiental representa uma importante ferramenta para a manutenção da saúde am-
biental e consequentemente da qualidade de vida.
Autor: Arlindo Philippi Jr., Marcelo de Andrade Roméro, Gilda Collet Bruna (editores).
Editora: Manole.
Ano: 1989
NA WEB
A Finep é uma empresa associada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que disponibi-
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podem complementar os assuntos aqui abordados. Confira!
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produtos>.
referências
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