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TRATAMENTO DE EFLUENTES,

COLETA E DISPOSIÇÃO
SANITÁRIA DE RESÍDUOS
SÓLIDOS E LÍQUIDOS

Professor: Me. Gustavo Affonso Pisano Mateus


DIREÇÃO

Reitor Wilson de Matos Silva


Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho
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NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação


a Distância; MATEUS, Gustavo Affonso Pisano.

Saneamento Ambiental e Saúde Pública. Gustavo Affonso
Pisano Mateus.
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.
39 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
1. Saneamento. 2. Ambiental. 3. Pública. 4. EaD. I. Título
ISBN: 978-85-459-0929-3
CDD - 22 ed. 628
CIP - NBR 12899 - AACR/2

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sumário
01 |9 HISTÓRICO E LEGISLAÇÃO SOBRE ESGOTAMENTO
SANITÁRIO

02 |15 TRATAMENTO DE EFLUENTES

03 |23 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

04 |30 TRATAMENTO E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA


SAÚDE
TRATAMENTO DE EFLUENTES, COLETA E DISPOSIÇÃO
SANITÁRIA DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LÍQUIDOS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Conhecer os enfoques históricos do esgotamento sanitário e as principais
legislações pertinentes.
•• Compreender os diferentes processos envolvidos no tratamento de efluen-
tes e conhecer os parâmetros que devem ser atendidos para seu descarte.
•• Discorrer sobre a classificação, manejo e disposição dos resíduos sólidos
urbanos, da saúde e industriais.

PLANO DE ESTUDO

A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:


•• Histórico e legislação sobre esgotamento sanitário
•• Tratamento de efluentes
•• Gestão de Resíduos sólidos
INTRODUÇÃO

O tratamento, gestão e manejo de efluentes líquidos e resíduos sólidos compõem os


últimos integrantes do saneamento ambiental. A importância destes temas pode ser
salientada em função dos impactos que uma má gestão dos mesmos exerce sobre a
saúde dos seres humanos. Os avanços acerca da legislação referente ao esgotamen-
to sanitário foram permeados também pelos avanços em saúde e nos direcionaram
a formação de um sistema de administração efetivo quando comparado a outras
nações em termos de legislações ambientais.
Os encontros acerca destas temáticas nos permitirão conhecer o sistema hierár-
quico de legislações voltadas ao meio ambiente que atua em sua proteção, mediante
a fiscalização e elaboração de normas e pareceres técnicos e resoluções de cunho
preservacionista. Como reflexo do desenvolvimento destas normas, o tratamento dos
efluentes gerados em função do atendimento das necessidades humanas deverá
atender uma série de requisitos voltados a qualidade e a preservação dos recursos
hídricos, fundamentais a existência da vida na Terra.
Pós-Universo 7

Neste contexto, iremos explorar os técnicas consolidadas ao longo do avanço


científico e tecnológico em relação ao tratamento de efluentes líquidos e as diver-
sas etapas e nuances envolvidos que objetivam auxiliar na reparação de possíveis
danos ambientais.
E por fim, no que tange aos resíduos sólidos iremos conhecer ações voltadas ao
manejo, gestão e disposição adequadas deste importantes componentes do sanea-
mento ambiental, sejam estes gerados em âmbito urbano, industrial ou oriundos
dos serviços de saúde. Em relação e estas três potenciais fontes de resíduos sólidos
iremos conhecer as legislações específicas que regem e permeiam estas atividades.
Ao fim destes encontros poderemos compreender um pouco mais sobre a gestão
destes resíduos, o que nos aproximará ainda mais de uma compreensão totalitária
do saneamento ambiental.
8 Pós-Universo
Pós-Universo 9

HISTÓRICO E
LEGISLAÇÃO SOBRE
ESGOTAMENTO
SANITÁRIO
O modelo de desenvolvimento econômico atual fomenta a exploração de recursos
naturais e seus processos de beneficiamento, buscando a maximização de lucros.
Porém, como todo processo produtivo, haverá sempre uma porção residuária, que
será depositada, armazenada ou descartada no meio ambiente.
A reforma sanitária e o saneamento ambiental discutidos anteriormente reforçam
a ideia de que mudanças sociais e legislativas podem reverter esse cenário, entre-
tanto, uma gama de variáveis devem ser consideradas. Em perspectivas idealistas,
o advento da tecnologia deveria compensar impactos causados ao meio ambien-
te, porém, fatores influenciam diretamente na efetivação desta premissa, dentre eles
destacam-se os hábitos de consumo populacionais, nível socioeconômico e as po-
líticas voltadas a proteção ambiental.
Apesar de facilmente associamos a geração de resíduos a material sólido, com
os líquidos (recursos hídricos) acontece o mesmo. A utilização que se faz destes re-
cursos é que determina as características finais, nesse caso, das águas residuárias. O
mesmo acontece para o atendimento das necessidades básicas humanas, como no
caso do esgoto sanitário, foco do presente encontro.
Historicamente, o homem viu nos recursos hídricos formas de fomentar seu de-
senvolvimento, além do atendimento voltado a potabilidade, os corpos hídricos
ainda promovem desenvolvimento econômico desde a idade média, quando po-
voados eram formados em regiões próximas à orla marítima ou a planícies de rios,
possibilitando o surgimento das primeiras rotas comerciais. Além do desenvolvi-
mento econômico o homem ao longo de sua evolução concluiu que o consumo
ou a proximidade de águas impróprias, poderia resultar na transmissão de doenças
(RESENDE, HELLER, 2002).
10 Pós-Universo

Na antiguidade, tanto classes nobres quanto classes ricas não possuíam sanitários,
tanto na cidades como nos campos era comum as pessoas evacuarem diretamente
no solo. Os nobres utilizavam recipientes que e os descartavam em locais próximos
às residências, submetendo esses dejetos aos intempéries e especialmente ao es-
coamento até os corpos hídricos próximos, contaminando a água e disseminando
doenças (PINTO-COELHO, HAVENS, 2015). Os romanos ainda em 300 d.C desenvol-
veram sistemas rudimentares para a canalização do esgoto e para o escoamento de
águas da chuva.
Para compreendermos um pouco sobre a evolução histórica do saneamento
no que tange a gestão de efluentes líquidos, façamos uma análise das informações
apresentadas no quadro 1.

Quadro 1 - Evolução histórica dos aspectos de saúde pública e meio ambiente no setor de sa-
neamento no Brasil, voltados ao esgotamento sanitário

Período Principais características

Meados do século Estruturação das ações de saneamento sob o paradigma do hi-


XIX até início do gienismo, isto é, como uma ação de saúde, contribuindo para a
século XX. redução da morbimortalidade por doenças infecciosas, parasitá-
rias e até mesmo não infecciosas.
Organização dos sistemas de saneamento como resposta a si-
tuações epidêmicas,mesmo antes da identificação dos agentes
causadores das doenças.
Início do século XX Intensa agitação política em torno da questão sanitária, com a
até a década de 30 saúde ocupando lugar central na agenda pública: saúde pública em
bases científicas modernas a partir das pesquisas de Oswaldo Cruz.
Incremento do número de cidades com abastecimento de água e
da mudança na orientação do uso da tecnologia em sistemas de
esgotos, com a opção pelo sistema separador absoluto, em um
processo marcado pelo trabalho de Saturnino de Brito, que defen-
dia planos estreitamente relacionados com as exigências sanitárias
(visão higienista).
Décadas de 30 e Elaboração do Código das Águas (1934), que representou o pri-
40 meiro instrumento de controle do uso de recursos hídricos no
Brasil, estabelecendo o abastecimento público como prioritário.
Coordenação das ações de saneamento (sem prioridade) e assis-
tência médico (predominante) essencialmente pelo setor de saúde.
Pós-Universo 11

Décadas de 50 e Surgimento de iniciativas para estabelecer as primeiras classifica-


60 ções e os primeiros parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos
definidores da qualidade das águas, por meio de legislações es-
taduais e em âmbito federal.
Permanência da dificuldade em relacionar os benefícios do sa-
neamento com a saúde, restando dúvidas inclusive quanto à sua
existência efetiva.
Década de 70 Predomínio da visão de que avanços nas áreas de abastecimento de
água e de esgotamento sanitário nos países em desenvolvimento
resultam na redução das taxas de mortalidade, embora ausentes
dos programas de atenção primária à saúde.
Consolidação do Plano Nacional de Saneamento (PLANASA), com
ênfase no incremento dos índices de atendimento por sistemas
de abastecimento de água.
Inserção da preocupação ambiental na agenda política brasileira,
com a consolidação dos conceitos de ecologia e meio ambiente e
a criação da Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA) em 1973.
Década de 80 Formulação mais rigorosa dos mecanismos responsáveis pelo com-
prometimento das condições de saúde da população, na ausência
de condições adequadas de saneamento (água e esgotos).
Instauração de uma série de instrumentos legais de âmbito nacio-
nal definidores de políticas e ações do governo brasileiro, como a
Política Nacional do Meio Ambiente (1981).
Revisão técnica das legislações pertinentes aos padrões de quali-
dade das águas.
Década de 90 até Ênfase no conceito de desenvolvimento sustentável e de preser-
o século XXI vação e conservação do meio ambiente e particularmente dos
recursos hídricos, refletindo diretamente no planejamento das
ações de saneamento.
Instituição da Política e do Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos
(Lei 9.433/97).
Incremento da avaliação dos efeitos e consequências de ativida-
des de saneamento que importem impacto ao meio ambiente.
Criação da Resolução 357/2005 do CONAMA que dispõe sobre a
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões
de lançamento de efluentes.
Recentemente a resolução nº 430, de 13 de maio de 2011, alterou
parcialmente e complementou a resolução anterior, nº 357.

Fonte: adaptado de Soares et al. (2002).


12 Pós-Universo

Conforme exposto na tabela 1, a saúde e a higiene sempre estiveram atreladas ao


esgotamento sanitário, porém, somente nos últimos anos, a temática foi sendo regu-
lada por legislações específicas. Tal relevância justifica a participação do tratamento
de efluentes no saneamento ambiental.

atenção

O termo esgoto ou esgoto sanitário é uma denominação genérica empre-


gado para referenciar despejos em geral, podendo estes serem de origem
industrial, doméstica, comercial, de áreas agrícolas, ou de outras atividades.
Alguns autores também utilizam também a denominação águas residuá-
rias, tradução literal do termo wastewater em inglês.

Hierarquia em Legislação Ambiental


Assim como no caso do tratamento de água para abastecimento, o tratamento de
efluentes também é permeado por uma série de legislações (portarias e decretos)
elaboradas por diferentes órgãos ambientais acerca de seu manejo, gestão e trata-
mento propriamente dito. Conforme eventos expressos na tabela 1, podemos observar
que alguns órgãos ambientais estão envolvidos, o que pode nos gerar dúvidas no
que tange a qual legislação atender para o descarte/despejo de efluentes, sobretudo,
quando todas as esferas de poder estatal possuem atribuições, conforme da Política
Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938) que busca recuperar e melhorar a qualida-
de ambiental mediante as ações do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA),
que regula os órgãos públicos das três esferas, conforme representado pela figura 1:
Pós-Universo 13

Sistema Nacional de Meio Ambiente


(SISNAMA)

Órgão Central - Ministério do Meio Ambiente (MMA)

Órgão Consultivo e Deliberativo -


Órgão Executor - Instituto Brasileiro do
Conselho Nacional do Meio Ambiente
Meio Ambiente (IBAMA)
(CONAMA)

Órgão Seccional - Estadual -


Secretaria do Meio Ambiente

Órgão Local - Municipal - Secretaria


Municipal do Meio Ambiente

Figura 1 - Fluxograma hierárquico dos órgãos envolvidos na política nacional do Meio Ambiente
Fonte: elaborado pelo autor.

Conforme expresso na figura 1, o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), é


o órgão superior no que tange a legislação em meio ambiente, que para o atender
todas as questões relacionadas a esta temática conta com o auxílio de um órgão con-
sultivo deliberativo, um órgão central, um órgão executor, órgãos seccionais e órgãos
locais (SCARDUA, BURSZTYN, 2003). As atribuições em cada uma destas esferas é pre-
vista pela lei 6938/1981 (BRASIL, 1981), que estabelece:
Já o Ministério do Meio Ambiente é o órgão central responsável pelo efetivo pla-
nejamento, coordenação e supervisão das ações propostas pela Política Nacional de
Meio Ambiente. O MMA promove a adoção de estratégias pautadas nos princípios
do desenvolvimento sustentável para a elaboração e implementação de políticas
públicas de forma transversal, participativa e democrática.
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) é o órgão consultivo e delibera-
tivo do SISNAMA que estabelece parâmetros federais, tais como: normas, resoluções e
padrões. Ao passo que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA) é o órgão executor, responsável pela execução dos assuntos vol-
tados a Política Nacional de Meio Ambiente. É o principal órgão do governo federal
para fiscalização e controle ambiental.
E por fim, os órgãos seccionais correspondem às entidades de cada Estado da
Federação e Municípios responsáveis por executar programas e projetos de contro-
le e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras.
14 Pós-Universo

Nesse sentido, cabe ressaltar que as legislações em todas as suas instâncias devem
ser atendidas, porém no que tange ao tratamento de efluentes, o Estado via órgão sec-
cional pode apresentar padrões de qualidade específicos a serem atendidos durante
o tratamento diferentes dos postulados pelas demais legislações, ficando assim vide
regra o atendimento a legislação mais específica (rigorosa) devendo ser acatada, evi-
tando a aplicação das penalidades administrativas previstas nas legislações específicas,
sem prejuízo do sancionamento penal e da responsabilidade civil objetiva do poluidor.

Legislação Específica
A legislação que dispõe especificamente sobre os padrões que devem ser atingidos para
o lançamento de efluentes é a Resolução do CONAMA 430/2011. Esta legislação rege pa-
râmetros, diretrizes e padrões para o despejo de efluentes em corpos receptores. O artigo
16º desta legislação preconiza que os efluentes de qualquer fonte poluidora poderão ser
lançados em corpos hídricos, desde que atendam os parâmetros no quadro 2, a seguir:
Quadro 2 - Parâmetros e valores máximo permitido de efluente em corpos hídricos
Parâmetro Valor máximo permitido (VMP)

pH Entre 5 e 9.
Temperatura Inferior a 40ºC.
Sólidos Até 1 mL/L (Teste em cone Inmhoff ), caso a disposição ocorra
Sedimentáveis em lagos/lagoa os sólidos sedimentáveis deverão ser ausentes.
Regime de Vazão máxima de até 1,5 da vazão média do agente poluidor, podendo
lançamento ser superior em casos permitidos por autoridades competentes.
Óleos e Graxas Óleos Minerais até 20mg/L e Óleos Vegetais e Gordura Animal
até 50mg/L.
Materiais Ausentes
Flutuantes
DBO5 Remoção mínima de 60% podendo ser alterado somente me-
diante a estudo de autodepuração.
Fonte: Conama (2011).

Para verificação da remoção destes parâmetros deve ser realizado um cálculo com-
parativo das condições do efluente inicial e final, seguindo formulação abaixo:
Pós-Universo 15

TRATAMENTO DE
EFLUENTES
Os efluentes líquidos apresentaram características em relação a utilização que se faz
dos mesmos. Podendo ser classificados como sanitários/domésticos quando pro-
venientes de serviços voltados ao esgotamento ou ao saneamento básico ou em
industriais, quando provenientes de serviços voltados a produção industrial, como
por exemplo os resíduos líquidos gerados por indústrias alimentícias, têxteis, de gal-
vanoplastia, dentre outras. Devido a essas características específicas destes tipos de
efluentes, torna-se importante diferenciá-los pois suas peculiaridades podem influen-
ciar diretamente na metodologia de tratamento imposto ou selecionado.

atenção

Poluição conceitua-se como alteração nas caracteristicas originais da água,


alterando parâmetros de sua composição. Já a contaminação caracteriza-
-se pela adição de substâncias estranhas à composição no corpo hídrico,
como microrganismos patógenos, agentes químicos ou fontes de energia.
Fonte: o autor.

Efluentes sanitários/domésticos:
A composição destes resíduos de aproximadamente 99,9% água, enquanto a porção
restante corresponde a matéria orgânica e inorgânica presente em forma de sólidos
suspensos e dissolvidos, nos quais podem ser encontrados microrganismos pato-
gênicos como vírus, bactérias, protozoários e helmintos. Essa porção restante é a
responsável pela necessidade do tratamento (VON SPERLING, 2005). Além do odor
característico deste tipo de resíduo.
O quadro 3 apresenta as principais características físicas e químicas dos esgotos
domésticos:
16 Pós-Universo

Quadro 3 - Características dos esgotos sanitário

Parâmetro Descrição
Temperatura Normalmente possuem temperatura superior a da água de abas-
tecimento e está relacionada com a atividade dos microrganismos,
solubilidade de gases, velocidade das reações químicas e viscosida-
de dos líquidos.
Cor A coloração dos efluentes domésticos normalmente é cinza, cinza
escura ou preta, em função do material dissolvido.
Odor O odor dos esgotos domésticos é desagradável em função dos gases
sulfídricos liberados em função do processo de decomposição.

Turbidez Influenciada pelos sólidos em suspensão, faz referência a dificulda-


de de difração da luz na água. Portanto, esgotos mais concentrados
possuem maior turbidez.
Sólidos Totais Referem-se ao balanço de todos os sólidos presentes nos esgotos
domésticos.
Sólidos em Fração dos sólidos orgânicos e inorgânicos suspensos no esgoto que
suspensão possuem dimensões específicas superiores, variando de > 0,45 a >
2,0 μm.
Sólidos fixos Representam os componentes minerais, não incineráveis e inertes dos
sólidos em suspensão.
Sólidos Correspondem aos componentes orgânicos dos sólidos em suspensão.
voláteis
Sólidos Fração dos sólidos orgânicos e inorgânicos suspensos no esgoto que
Dissolvidos possuem dimensões específicas inferiores, variando de < 0,45 a < 2,0
μm.
Sólidos fixos Correspondem aos componentes minerais dos sólidos dissolvidos.
Sólidos Correspondem aos componentes orgânicos dos sólidos dissolvidos.
voláteis
Sólidos Fração de sólidos orgânicos e inorgânicos que possuem peso molecu-
Sedimentáveis lar suficiente para sedimentar em um período de 1 hora. É analisado
em cone Imhoff.
Matéria Refere-se aos compostos orgânicos, sendo os principais componentes:
Orgânica Proteínas, Carboidratos e Lipídios. Para sua determinação normalmen-
te são analisadas as demandas químicas e bioquímicas de oxigênio
ou via carbono orgânico total.
Pós-Universo 17

Nitrogênio Inclui as formas de nitrogênio orgânico, amônia, nitrito e nitrato.


Total Componentes orgânicos da matéria orgânica, sua presença em efluen-
tes está relacionada à decomposição.
Fósforo É um nutriente essencial presente na composição de várias substân-
cias orgânicas e inorgânicas. Sua presença em esgoto doméstico está
relacionada a decomposição destas substâncias e a sua disponibili-
dade no meio é preocupante pois esses nutriente é essencial para o
desenvolvimento de microrganismos, algas e plantas.
pH Indica se a característica do esgoto é ácida ou básica.
Alcalinidade Representa a capacidade de um sistema aquoso de neutralizar ácidos
sem que haja a perturbação de forma extrema das atividades bioló-
gicas que nele decorrem. Está relacionada a presença de carbonatos,
bicarbonatos e hidroxilas.
Cloretos Provenientes da água de abastecimento e dos dejetos humanos.

Óleos e Fração de matéria orgânica solúvel em hexano, no caso dos esgotos


Graxas domésticos estão relacionados aos óleos e gorduras utilizados no
preparo ou na composição de alimentos.

Fonte: elaborado pelo autor.

Efluentes industriais:
São provenientes das atividades industriais diversas, e além de representarem um
reflexo de sua utilização industrial (processos de beneficiamento) compreendem
ainda esgotos sanitários, como dejetos humanos sólidos e líquidos, agentes sanean-
tes como produtos de limpeza dentre outros. A fração de esgoto sanitário gerado
nas indústrias pode ser tratada juntamente com os resíduos industriais ou de forma
segregada.
As características são variadas em efluentes industriais e estão relacionadas aos
processo produtivo realizado, a matéria prima e aos insumos durante o processo, a
intensidade das operações realizadas ou períodos de operação e por fim ao consumo
e reutilização de água.
Alguns efluentes industriais podem apresentar características tóxicas, podendo
causar efeitos danosos aos organismos que tiverem contato ou mesmo ao corpo
receptor. Alguns ramos industriais ainda devem controlar as emissões em corpos
18 Pós-Universo

receptores em função do potencial toxicológico, como indústrias químicas, petrolífe-


ras, de galvanoplastia, dentre outras (DEZZOTI, 2008). Alguns exemplos de efluentes
industriais das mais variadas atividades estão expressos no quadro 4:
Quadro 4 - Composição de alguns efluentes industriais

Atividade Composição do efluente


Agropecuária Oriundos da bovinocultura, suinocultura estão relacionados a quantida-
intensiva de de água utilizado nos processos, como limpeza de estabelecimentos
ou equipamentos. Apresentam elevados índices de matéria orgânica,
nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, sódio, magnésio, ferro, zinco, sobre,
dentre outros elementos incluídos na dieta (SILVA, 2007).
Provenientes Podem ser classificados em duas categorias, uma relacionada aos usos
dos Serviços rotineiros, de higiene e sanitários, enquanto a outra classificação refe-
de Saúde re-se a pesquisas e utilização de formulações química e de fármacos.
Normalmente possuem pH diferentes em relação aos esgotos sani-
tários comuns, devido a presença de excretas contaminadas, líquidos
biológicos, resíduos de medicamentos, solventes, corantes, dentre
outros (BOILLOT et al., 2008) O tratamento dos efluentes dos serviços
de saúde estão sujeitos a exigências especiais previstas por legislação.
Lixiviado Em geral em sua composição encontram-se matéria orgânica dissol-
(Chorume) vida e solubilizada, produtos intermediários da digestão anaeróbia de
microrganismos, substâncias químicas persistentes oriundas dos agro-
tóxicos ou demais xenobióticos (BASSANI, 2010). A concentração dos
metais nos lixiviados está relacionada a composição dos materiais des-
tinados aos aterros ou aos lixões.
Indústria têxtil Grandes consumidores de água e de corantes sintéticos, geradores de
efluentes volumosos e complexos com elevada carga orgânica, aliada
ao elevado teor de sais inorgânicos (KAMIDA et al., 2005).

Fonte: elaborado pelo autor.

Tratamento propriamente dito:


O tratamento de efluente destina-se a aplicação de tecnologias e procedimentos ne-
cessários para adequar as águas residuárias a legislação pertinente. A eficiência do
tratamento está associada ao nível do tratamento aos quais os efluentes estão sub-
metidos. As etapas do tratamento de efluentes pode ser classificada em:
Pós-Universo 19

•• Tratamento Preliminar.

•• Tratamento Primário.

•• Tratamento Secundário.

•• Tratamento Terciário.

Cada uma destas etapas será especificada a seguir.

Tratamento Preliminar
O tratamento preliminar tem por objetivo a remoção de sólidos e materiais que são
descartados nas vias fluviais como por exemplo, plástico, madeiras, ou qualquer outro
tipo de resíduos sólido estranho ao esgotamento sanitário. O princípio do aplicado na
remoção destes materiais é física e pode ser realizado via gradeamento ou penei-
ramento. Ambas essas metodologias consistem em barreiras físicas com grandes ou
peneiras com espessuras variadas que retém materiais inapropriados e que devem
ser retirados manualmente.
Nesta etapa do tratamento ainda ocorre a separação de materiais flutuantes como
espumas com densidade menor que a da água nas chamas caixas de gordura e
também a equalização que visa minimizar o fluxo impossibilitando o aporte exces-
sivo no sistema de tratamento e por fim, a correção do pH ou neutralização pela
adição de ácido ou base ao volume armazenado objetivando potencializar as etapas
sequenciais.

Tratamento Primário
Após o tratamento preliminar o efluente ainda apresenta grande parte de sólidos
em suspensão e elevada carga de matéria orgânica que podem ser separados do
efluente pelo processo de separação de sólido-líquido baseado na diferença de densi-
dade das substâncias presentes na água que sofrem influência da força gravitacional,
denominado sedimentação/decantação. Essa etapa ocorre em decantadores ou
sedimentadores que são reservatórios circulares ou retangulares.
O processo mais comum e mais utilizado é o de coagulação/floculação/sedi-
mentação, nesta etapa reagentes químicos coagulantes adicionados possibilitam
20 Pós-Universo

a formação de flocos de carga positiva e com alto peso molecular. Desta forma os
flocos formas ficam sujeitos à ação gravitacional durante a sedimentação. Este pro-
cesso é comumente aplicado no tratamento de água e os coagulantes mais utilizados
são os sais férricos e o policloreto de alumínio.

Tratamento Secundário

O tratamento secundário possui como essência a atividade biológica, visando a


remoção de matéria orgânica. Nesta etapa em reservatórios destinados exclusiva-
mente a esse tratamento microrganismos como bactérias e fungos consomem/
degradam a matéria orgânica gerando subprodutos não tóxicos, água e gás carbôni-
co. Entretanto, para o sucesso deste tratamento, alguns fatores devem ser controlados
para otimizar a ação dos microrganismos, como temperatura, pH, presença ou ausên-
cia de oxigênio. Os tratamentos mais comuns são: lagoas de estabilização, reatores
anaeróbios, biofilmes e lodo ativado.
Para estes processo, dependendo da aplicação, tratamentos preliminares são dis-
pensados, pois os sólidos são necessários para o acúmulo e a manutenção do sistema
biológico. Tratamentos secundários são constituídos por uma gama de metodolo-
gias que apresentam vantagens específicas relacionadas aplicação e aos resultados
desejados e para auxiliar na comparação dos diversos tratamentos secundários exis-
tentes, o quadro 5 expressa algumas informações sobre os mesmos:
Quadro 5 - Vantagens e desvantagens associados aos tratamentos secundários

Tratamento Vantagens Desvantagens

Lagoas Facultativas e - Remoção da demanda - Necessita de grandes ex-


Anaeróbias-Facultativas bioquímica de oxigênio. tensões territoriais.
- Fácil construção e - Dificuldade em atender os
Manutenção. padrões de lançamento.
- Proliferação de insetos.
- Sujeito a interferência
climática.
Pós-Universo 21

Lagoa Aerada Facultativa - Fácil construção, opera- - Elevado consumo


ção e manutenção. energético.
- Não requer tanta exten- - Necessidade de equipa-
são de território. mento e maquinário.
- Eficiente da remoção da - Baixa remoção de
demanda bioquímica de coliformes.
oxigênio. - Manutenção para
remoção de lodo
periódica.
Tanque Séptico - Resistência à variação de - Baixa eficiência aos nu-
carga. trientes relacionados à
- Não requer extensão ter- eutrofização.
ritorial elevada. - Gera odores fortes e
- Eficiente remoção da desagradáveis.
demanda bioquímica de - Necessita de pós
oxigênio. tratamento.
Reator UASB - Baixos requisitos de área - Necessita de pós
e energia. tratamento.
- Eficiente para a remoção - Baixa eficiência aos nu-
da demanda bioquímica trientes relacionados à
de oxigênio. eutrofização.
- Possibilita reuso do
Biogás.
Lodos Ativados - Baixos requisitos de área. - Elevados consumos de
- Eficiente para remoção energia para operação.
de fósforo, nitrogênio e - Problemática com ruídos.
demanda bioquímica de - Pouca eficiência para
oxigênio. remoção de coliformes.

Fonte: adaptado de Andreoli et al., (2001).

Tratamento Terciário
A última etapa do tratamento de efluentes consiste na última tentativa de adequar
os parâmetros que ainda não se enquadraram nos valores estabelecidos pela legis-
lação. Dentre as opções anteriores, o tratamento terciário se torna o mais variável de
acordo com a necessidade, logo, podemos relacionar esta etapa com a composição
inicial do efluente e suas necessidades específicas.
Alguns exemplos destes tratamento são a desinfecção, adsorção em carvão, pro-
cessos oxidativos avançados, dentre outros processos. A desinfecção é realizada pela
22 Pós-Universo

ação de agentes saneantes ou energia na forma de radiação ultravioleta com o intuito


de eliminar microrganismos característicos do tratamento de esgotos e estranhos ao
meio ambiente. Estes microrganismos normalmente estão atrelados a doenças de
veiculação hídrica e serão abordadas em um encontro específico.
A adsorção consiste em um processo físico que induz aglomeração das substân-
cias de interesse em uma superfície, como exemplo é possível citar o carvão ativado
que apresenta sua superfície modificada para atrair substâncias específicas.
Já os processos oxidativos avançados (POA) consistem em processos que visam
a eliminação de substâncias mediante a quantidade de radicais hidroxilos (OH) dis-
poníveis para oxidação da substância de interesse. Alguns exemplos de POA são à
fotocatálise, ozonização e fotólise
Pós-Universo 23

GESTÃO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS
A última das questões que compõem o saneamento ambiental é voltada ao manejo
dos resíduos sólidos. Tal problemática está pautada a disposição final e no aumento
efetivo na geração destes resíduos. O gerenciamento ineficiente de resíduos, com
ênfase nos urbanos resulta em problemáticas relevantes em termos de impactos am-
bientais e saúde da população. Considerando o aumento populacional expressivo,
os resíduos sólidos podem ser diretamente associados aos problemas enfrentados
pela sociedade moderna.
A problemática acerca dos resíduos sólidos não é apenas atrelada a parcela popu-
lacional. Os resíduos industrias, da construção civil e dos serviços de saúde também
contribuem efetivamente para as questões associadas ao seu manejo. Como conse-
quência histórica e do modelo de crescimento expansionista adotado, atualmente
enfrentamos consequências associadas a má gestão dos resíduos sólidos. Com ênfase
nesta premissa, este encontro destina-se aos resíduos sólidos e tem por objetivo
apresentar informações relevantes sobre legislações, manejo apropriado e impac-
tos potenciais dos resíduos sólidos: urbanos, industriais e da saúde.
Inicialmente é preciso estabelecer uma classificação para esses resíduos. No Brasil
utiliza-se a definição de resíduo sólidos proposta pela Associação Brasileira de Normas
e Técnicas (ABNT), em sua NBR 10004/2004, na qual, resíduos sólidos correspondem
a: “Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comu-
nidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços
e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de
tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de
poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável
seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isso so-
luções técnica e economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível”.
Para esta resolução são considerados a identificação do processo que origina os
resíduos sólidos, sendo estes então classificados em conformidade com os insumos e
o processo que lhe deram origem e de acordo com sua periculosidade para a saúde
pública e para o meio ambiente. Como critério para a elaboração da referida norma,
24 Pós-Universo

legislações e metodologias validadas internacionalmente foram adotadas, tais normas


consideram como fator relevante para a classificação dos resíduos sólidos, a presen-
ça de substâncias conhecidas listadas (A, B, D, E, F e H) expressos em seu anexo.
Desta forma, os resíduos podem ser classificados em:

•• Resíduos de classe I: Resíduos perigosos. Estes resíduos apresentam risco


à saúde pública e ao meio ambiente e podem conter propriedade tóxicas,
elevada toxicidade e potencial mutagênico, teratogênico e carcinogênico.

•• Resíduos de classe II: Resíduos não perigosos (materiais plásticos, papel,


tijolos, alumínio, etc). Sendo a classe II subdividida em A e B, inertes (vidros,
tijolos, etc) e não inertes (resíduos com biodegradabilidade, combustibili-
dade e solúveis em água), respectivamente.

A figura 2 representa um fluxograma utilizado para classificação dos resíduos, pro-


posto pela própria NBR 10004/2004:

Resíduo

Não Apresenta características de Não


O resíduo possui inflamabilidade, corrosividade, Resíduo não
origem desconhecida? reatividade, toxidade ou perigoso
patogenicidade? classe II

Sim Sim
Sim
Consta nos anexos Resíduo perigoso
A ou B classe I

Não

Apresenta características de Sim


inflamabilidade, corrosividade, Resíduo perigoso
reatividade, toxidade ou classe I
patogenicidade?

Não
Possui constituintes que Sim
Resíduo perigoso são solubilziados em Resíduo inerte
classe II concentração superiores classe II A
ao anexo G?

Não

Resíduo inerte
classe II B

Figura 2: Esquema para classificação de resíduos sólidos


Fonte: ABNT - NBR 10004/2004.
Pós-Universo 25

atenção

A NBR 10004 não foi a primeira norma a tratar de classificação de resíduos


sólidos. A referida norma substitui a norma 10004 de 1987. Todo o progresso
acerca dos resíduos sólidos também acompanha o progresso de legislação
em saúde apresentada nos encontros anteriores.
Fonte: o autor.

Tratamento e Gerenciamento de
Resíduos Sólidos Urbanos
A gestão dos resíduos, a partir de 1990 foi designada ao governo municipal, sendo
portanto, responsabilidade das prefeituras. Para que tal fato se concretiza-se algumas
ações integradas foram desenvolvidas entre prefeituras, cooperativas e Organizações
não governamentais (ONG’s) visando a otimização do processo.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) aprovada em 2010 (Lei nº.
12.305/2010) dispõe sobre os princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes relativas
à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às
responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos
aplicáveis. A referida legislação estipulava que os municípios possuíam até 2014 para
se adequar às normas propostas de disposição dos resíduos, ou seja extinguissem os
lixões e os substituíssem por aterros sanitários. Além disso o PNRS ainda estipulava a
implantação da reciclagem, reuso, compostagem, tratamento do lixo e da coleta se-
letiva nos municípios, entretanto, poucos municípios conseguiram cumprir o prazo
de adequação, o que levou o Senado a prorrogar este prazo considerando algumas
especificidades, dentre elas o número de habitantes embasados nos censos popula-
cionais de 2010. As capitais e regiões metropolitanas deverão atender às exigências
da lei até 2018, ao passo que municípios menores possuem até 2021.
Portanto, mesmo sendo considerados potencialmente prejudiciais ao meio am-
biente os lixões ainda são considerados uma destinação “válida” dos resíduos sólidos
urbanos.
26 Pós-Universo

Ainda sobre as ações desenvolvidas entre as prefeituras e outros órgãos, uma


grande conquista em termos de geração de empregos está atrelada a coleta seletiva
e ao advento das cooperativas de catadores, que realizam a triagem inicial dos resí-
duos, separando estes em plástico, papelão, alumínio e vidro. Tal ação além de gerar
renda, empregos reconhecidos pelo ministério do trabalho e registrado no código
brasileiro de ocupações CBO (Jacob, 2006), conquistou a inclusão social dos traba-
lhadores deste segmento.
Dados recentes indicam que diariamente em nosso país são coletadas mais de
250 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos (GOLVEIA, 2012). Tal fato é relevante
pois apesar da disparidade regional, é possível observar agravo na geração de resí-
duos por todo o território nacional. A geração média de resíduos sólidos urbanos no
Brasil é de quase 1 Kg por habitante/dia, padrão semelhante a alguns países da União
Europeia e Norte Americanos, reconhecidamente maiores produtores de resíduos
sólidos urbanos, segundo a European Environment Agency (2008). Nesse contexto,
se faz válido o argumento ambiental que explicita a necessidade de conscientização
proveniente da educação ambiental, promovendo e disseminando conhecimentos
sobre redução de consumo, reutilização. reciclagem, logística reversa, dentre outras
medidas de proteção ambiental relevantes.
No que tange a disposição destes resíduos, os materiais que não são reaprovei-
tados ou comercializados pela reciclagem são destinados são destinados aos lixões,
aterros controlados ou aterros sanitários. Vejamos algumas diferenças entre os mesmos.

Lixões
Os lixões estão envoltos em problemáticas ambientais e sociais. Para Pereira e Curi
(2003), a problemática social destaca-se a inserção de uma parcela da população, que:

““
sem outras perspectivas, busca nos resíduos seu alimento e sua fonte de
renda, esta proveniente da venda dos materiais recicláveis lá encontrados.
Nesse sentido, a coleta seletiva na fonte deve ser incentivada, e o máximo
aproveitamento dos resíduos sólidos deve ser feito antes deles chegarem
aos “lixões” ou aterros sanitários, de forma que a aberração em que se cons-
titui a permissão de que famílias inteiras, incluindo crianças, usem de coleta
de resíduos em “lixões” como meio de vida seja extinta de forma permanen-
te (PEREIRA; CURI, 2003, p. 151).
Pós-Universo 27

Outra definição coerente acerca dos lixões é pautada em seu modelo operacional
constituído pela simples descarga de lixo sem qualquer tratamento sobre o solo,
sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública, sendo utilizada na
maioria dos municípios (FERNANDES, 2001). De acordo IBGE (2002) as consequên-
cias da disposição dos resíduos em lixões estendem-se desde poluição do ar, do solo
e das águas superficiais e subterrâneas, até agravos causados a saúde pública, como
a proliferação dos vetores de doenças.

atenção

Existem classificações acerca dos vetores de doenças relevantes à saúde


pública associados a classificação do agente, sendo estes portanto classifi-
cados como macrovetores (cachorros, gatos, urubus e outras aves, roedores
e outro) e microvetores (mosquitos e outros insetos, bactérias, fungos e
outros microrganismos).

Fonte: o autor.

A principal característica lesiva ao meio ambiente relacionada aos lixões é a formação


do chorume, líquido resultante da decomposição da matéria orgânica (oriunda dos
intemperismos físicos, químicos e biológicos) ali existente e das secreções do material
inorgânico (líquidos percolantes) que por ventura estiver presente. Caso o solo sob
o lixão seja permeável (ausência de manta geotérmica), o chorume poderá atingir o
lençol freático, poluindo esse importante recurso hídrico, além disso, a geração de
chorume pode alongar-se além de quinze anos após o final da deposição de lixo, ou
da inativação do lixão (PACHECO, ZAMORA-PERALTA, 2004).
Para Possamai et al., (2007) para minimizar impactos ambientais provenientes
do fechamento dos lixões inativos uma seqüência de providências podem ser rea-
lizadas, como: a) eliminar fogo e fumaça; b) limpar a área; c) providenciar cobertura
final; d) drenar águas superficiais; e) drenar o biogás e o percolado do lixo; f ) coletar
e tratar o biogás e o percolado; g) efetuar monitoramento geotécnico e ambiental;
h) efetuar manutenção das estruturas do aterro; i) elaborar projeto paisagístico e de
uso futuro da área.
28 Pós-Universo

Como visto caro(a) aluno(a), as problemáticas acerca da existência dos lixões são
inúmeras, entretanto, infelizmente, até 2021 esse sistema de deposição dos resíduos
ainda serão encontrados em nosso país, isso em uma perspectiva relevante na qual
o prazo para adequação seja atendido por todos os municípios/estados brasileiros.

Aterros Controlados
O aterro controlado, pode ser considerado uma estrutura transitória do lixão para o
aterro sanitário. Entretanto, apesar de parecerem promissores, os aterros controlados
também são inadequados para a disposição final de qualquer resíduo. Nestes locais,
o lixo é compactado e coberto com terra ou material inerte, porém não há imper-
meabilização do solo, escoamento de águas pluviais e tratamento do chorume. Os
lixões e aterros controlados são também responsáveis pela poluição do solo, do ar e
visual (CINQUETTI, 2004).

Aterros Sanitários
Por fim, os aterros sanitários são destinos adequados para a disposição dos resíduos
sólidos urbanos, nos quais serão considerados e mitigados os possíveis impactos
gerados pela destinação dos resíduos. Planejamento se torna uma palavra chave
na concepção destes espaços fundamentais ao manejo de resíduos urbanos, uma
vez que para a construção dos mesmo é necessário atender a requisitos que versam
sobre a distâncias das instalações de recursos hídricos.
Para a construção de um aterro sanitário, o solo escavado é impermeabilizado
com uma manta geotérmica constituída de polietileno material sintético espesso,
seguida por camadas de argila. A impermeabilização tem por finalidade a proteção
dos lençóis freáticos. Após a disposição do lixo, o solo é compactado via maquiná-
rio em um sistema de camadas e recoberto com terra ou outro material. Os aterros
contam com sistema de escoamento das águas pluviais e do chorume gerado que
destinam estes líquidos ao tratamento adequado. Os gases oriundos do processo
de decomposição (metano) são captados e podem ser destinados a produção de
energia (POSSAMAI et al., 2007).
Pós-Universo 29

Tratamento e Gerenciamento de
Resíduos Industriais
As empresas possuem responsabilidade legal em relação a coleta, destinação interna
e externa dos resíduos gerados ao longo do seu processo produtivo. Algumas ações
podem ser aplicadas visando minimizar os impactos gerados por estes resíduos, como
a reciclagem, reutilização, incineração, coprocessamento e destinação final terceiri-
zada. Todas essas destinações possuem normas regulamentadoras expressas pela
ABNT mediante NBR, alguns exemplos são a NBR 10005/04 e NBR 10006/4.
Conforme Barbieri (2012), uma empresa deve decidir estrategicamente sobre a
utilização de insumos e destinação dos resíduos gerados. O autor ainda sugere que
seja estabelecida uma segregação dos resíduos gerados conforme importância am-
biental, para que posteriormente possam ser estabelecidas metas relacionadas a
investimentos no tratamento, acondicionamento ou ainda destinação terceirizada.
O quadro 6 expressa orientações presentes na NBR 10004 acerca do acondicio-
namento e do tratamento de resíduos gerados por empresas:
Quadro 6 - Tratamento e Acondicionamento de Resíduos Industriais

Alta Periculosidade Acondicionamento Tratamento

Resíduos de Pós Químicos Containers Aterro Sanitário, Reuso


e Lodos de Efluentes em outro processo ou
terceirização*
Perigosos
Lâmpadas, Baterias e Containers específicos Logística Reversa e
Materiais Eletrônicos (de coloração laranja) em Reciclagem do Material
locais destinados a essa Eletrônico
disposição
Não Perigosos
Plásticos, Tecidos, Papelão, Containers e Depósitos Reciclagem, Destinação
Alumínio, Vidros e materiais cobertos ao Cooperativas ou
relacionados terceirização*
Fonte: ABNT NBR 10044.
*A terceirização pode ser realizada desde que devidamente comprovada e registrada em
documentação.

Outras forma de tratamento também podem ser citadas como a incineração, secagem
30 Pós-Universo

ou mescla, encapsulamento ou destinação em aterros industriais. Cabe ressaltar


que a incineração, secagem ou mescla e encapsulamento possuem legislações es-
pecíficas que devem ser respeitadas, ainda é necessário realizar um estudo sobre a
viabilidade econômica para a indústria realizar tais procedimentos. Já a destinação
em aterros consiste em compactar os resíduos gerados em áreas específicas desti-
nadas a estas atividades e recobri-los com areia ou materiais inertes evitando danos
a saúde pública, entretanto, cabe destacar que existem normativas que devem ser
consideradas para a construção e destinação dos resíduos em aterros industriais.

Tratamento e Gerenciamento de
Resíduos da Saúde
Os resíduos provenientes dos serviços de saúde apresentam-se potencialmente pe-
rigosos em função da presença de virulências ou microrganismos potencialmente
danosos à saúde humana. Os resíduos infecciosos devem ser tratados com a finali-
dade de reduzir ou eliminar os riscos para a saúde, mediante a metodologias usuais
como a incineração, a esterilização ou a antissepsia química e a esterilização em au-
toclaves ou com micro-ondas. A seleção de uma dessas opções requer um estudo
prévio das condições econômico-ambientais do local. As operações de tratamen-
to devem ser vigiadas constantemente de modo a evitar a possível contaminação
do ambiente e os riscos para a saúde. Tais procedimentos deverão ser efetuadas por
profissionais ou empresas especializadas.
Legislações específicas versam sobre a classificam destes resíduos. Algumas delas
são explicitadas pela Resolução CONAMA nº 358/2008, ANVISA nº 306/2004, NBR
12808/93, 12809/93 e 12810/93. A resolução 358/2008 determina que toda unidade
na qual são prestados serviços voltados à saúde deverá apresentar um Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços da Saúde ou PGRSS. Este documen-
to é necessário para o licenciamento ambiental e descreve as ações a serem seguidas
pela unidade no que tange a acondicionamento, segregação, coleta, armazenamen-
to, transporte e reciclagem e disposição final dos resíduos gerados (ZAMONER, 2008).
atividades de estudo

1. Em relação aos órgãos ambientais assinale a alternativa correta:

a) O ministério do Meio Ambiente é responsável por executar programas e projetos


de controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras.
b) O CONAMA é o órgão consultivo e deliberativo do SISNAMA que estabelece pa-
râmetros federais, como normas, resoluções e padrões.
c) O SISNAMA é o órgão executor, responsável pela execução dos assuntos volta-
dos a Política Nacional de Meio Ambiente.
d) Os órgãos seccionais correspondem aos órgãos superiores em relação à legisla-
ção ambiental.

2. Os processos oxidativos avançados têm obtido grande atenção em função do aumento


da complexidade e dificuldade no tratamento de águas residuárias. Tal fato resultou
na intensificação da busca por novas metodologias visando a remediação desses re-
jeitos. Em relação aos processos oxidativos avançados, assinale a alternativa correta:

a) Os processos oxidativos avançados são componentes do tratamento primário.


b) Possuem como principal objetivo a eliminação de sólidos dissolvidos e em
suspensão.
c) São exemplos de processos oxidativos avançados o gradeamento e a coagulação.
d) Processos oxidativos avançados são componentes do tratamento preliminar.
e) Visam eliminação de substâncias mediante a quantidade de radicais hidroxilos
(OH) disponíveis para oxidação.
atividades de estudo

3. Com base no exposto acerca dos resíduos sólidos e sua classificação, avalie o exposto
e classifique os resíduos:
Resíduo 1 - Resíduo de origem conhecida, presente nos anexos A e B da NBR
10004/2004.
Resíduo 2 - Resíduo de origem desconhecida que não apresenta características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade.
Os resíduos apresentados podem ser classificados respectivamente como:
a) Resíduo perigoso classe I e Resíduo perigoso classe I.
b) Resíduo perigoso classe II e Resíduo perigoso classe II.
c) Resíduo perigoso classe II e Resíduo perigoso classe I.
d) Resíduo perigoso classe I e Resíduo perigoso classe II.
resumo

Bom caro(a) aluno(a), com o fim dos encontros voltados saneamento ambiental é esperado uma
compreensão acerca da amplitude do processo e especialmente da complexidade dos proces-
so unitários envolvidos ao longo de cada um dos procedimentos apresentados. Cada face do
saneamento ambiental representa uma importante ferramenta para a manutenção da saúde am-
biental e consequentemente da qualidade de vida.

Mediante as informações apresentadas podemos conhecer um pouco sobre a hierarquia envol-


vida no atendimento das normas e lei ambientais, e como a Política Nacional de Meio Ambiente
se articula com seus órgãos, consultivos, deliberativos e de execução para assegurar-se que as
demandas ambientais vêm sendo atendidas, subsidiada pelos valores do desenvolvimento sus-
tentável. Para explicitar a integração destes assuntos podemos destacar a influência exercida pelos
órgão consultivos e deliberativos na elaboração de normativas e padrões voltada ao tratamento
de efluentes líquidos e de resíduos sólidos.

Em relação ao efluentes líquidos oriundos do desenvolvimento urbano e industrial, nota-se que


vários processos atuam em conjunto para o atendimento das normas ambientais e principal-
mente dos objetivos primários: a eficiência de tratamento e a preservação ambiental. No tocante
aos resíduos sólidos, o desenvolvimento não planejado de grandes centros urbanos tem resul-
tado em consequências preocupantes em relação a disposição destes resíduos, mesmo com o
advento de legislações recentes acerca da destinação adequada, podemos concluir que fatores
econômicos estão associados ao desenvolvimento e adequação de tecnologias que objetivam
o conforto ambiental, como exemplo, podemos destacar o não atendimento dos prazos estipu-
lados por legislações para inativação dos lixões e viabilização de aterros sanitários que possuem
como objetivo sanar várias problemáticas voltadas a destinação dos resíduos sólidos.
material complementar

Título: Curso de gestão ambiental (2ª edição atualizada e ampliada).

Autor: Arlindo Philippi Jr., Marcelo de Andrade Roméro, Gilda Collet Bruna (editores).

Editora: Manole.

Sinopse: A Coleção Ambiental, coordenada por Arlindo Philippi


Jr, tornou-se referência na área de meio ambiente na última
década. Reúne os resultados de estudos, pesquisas e experiên-
cias de professores, pesquisadores e profissionais com atuação
significativa na área ambiental, oriundos de conceituadas insti-
tuições de ensino e pesquisa, e caracteriza-se pelo tratamento
multi e interdisciplinar que esta área do conhecimento requer. As
obras contribuem tanto para a disseminação do conhecimento
em bases cientificamente sólidas e conectadas às intervenções
reais da sociedade quanto para a ampliação das reflexões e dos
debates sobre questões sociais, econômicas, políticas e ambien-
tais fundamentais para a formação, qualificação e capacitação de
profissionais. Este livro, Curso de Gestão Ambiental – 2ª edição
atualizada e ampliada, incorpora novos capítulos que contribuem para ampliar a visão de con-
junto daqueles que têm responsabilidades e interesse na melhoria das condições ambientais e
de vida das nossas cidades e da sociedade em geral. Incluindo novos temas de grande relevân-
cia na atualidade, a obra está estruturada em 5 partes: Introdução, Fundamentação do Controle
Ambiental, Fundamentação Sociopolítica e Cultural, Planejamento e Gestão Ambiental e Estudos
Aplicados à Gestão Ambiental. Contando com especialistas de diversas áreas, os temas são abor-
dados em bases multi e interdisciplinares, caracterizando os esforços colocados para adequar
possibilidades da natureza ao atendimento de necessidades e conveniências da sociedade. Ao
priorizar o conhecimento e a compreensão dos problemas e de suas possíveis soluções no intuito
de melhorar o meio ambiente e, consequentemente, a qualidade de vida da sociedade, esta obra
se torna de relevância não somente para especialistas, mas também para estudantes e profis-
sionais (administradores, economistas, engenheiros, arquitetos, advogados, biólogos, geólogos,
geógrafos, educadores, pedagogos, sociólogos, entre outros), além do público interessado nessa
temática, em virtude de sua importância e atualidade.
material complementar

Título: Ilha das Flores

Ano: 1989

Sinopse: Este filme retrata a sociedade atual, tendo como


enfoque seus problemas de ordem sociais, econômicas e
culturais, na medida em que contrasta a força do apelo con-
sumista, os desvios culturais retratados no desperdício, e
o preço da liberdade do homem, enquanto um ser indivi-
dual e responsável pela própria sobrevivência. Através da
demonstração do consumo e desperdício diários de ma-
teriais (lixo), o autor aborda toda a questão da evolução
social de indivíduo, em todos os sentidos. Torna eviden-
te ainda todos os excessos decorrentes do poder exercido
pelo dinheiro, numa sociedade onde a relação opressão e
oprimido é alimentada pela falsa idéia de liberdade de uns,
em contraposição à sobrevivência monitorada de outros.

NA WEB

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referências

ABNT - Associação Brasileira de Normas e Técnicas. NBR 10004: resíduos sólidos: classificação. Rio
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BASSANI, F. Monitoramento do lixiviado do aterro controlado de Maringá, Paraná, e avaliação


da tratabilidade com coagulantes naturais, radiação ultravioleta (UV) e ozônio. Maringá, 2010.
127p. Dissertação (Mestrado). Programa de pós graduação em Engenharia Urbana, Universidade
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BRASIL, 1981. Lei nº 6938/1981 - Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e
mecanismos de formulação, e dá outras providências.

BRASIL, Lei Nº. 12.305: estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos, 2010.

BRASIL, Resolução CONAMA nº 430/2011. Dispõe sobre condições e padrões de lançamento


de efluentes e altera a Resolução 357, de 17 de Março de 2005, do Conselho Nacional do Meio
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resolução de exercícios

1. b) O CONAMA é o órgão consultivo e deliberativo do SISNAMA que estabelece pa-


râmetros federais, como normas, resoluções e padrões.

2. e) Visam eliminação de substâncias mediante a quantidade de radicais hidroxilos


(OH) disponíveis para oxidação.

3. d) Resíduo perigoso classe I e Resíduo perigoso classe II .

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