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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

MARCELO BRANDÃO JOSÉ

SISTEMAS AGROFLORESTAIS COMO ESTRATÉGIA DE RECUPERAÇÃO DE


ÁREAS DEGRADADAS DE MATA ATLÂNTICA DE PROPRIEDADES RURAIS NO
ESTADO DE SERGIPE

VIÇOSA – MG
2016
MARCELO BRANDÃO JOSÉ

SISTEMAS AGROFLORESTAIS COMO ESTRATÉGIA DE RECUPERAÇÃO DE


ÁREAS DEGRADADAS DE MATA ATLÂNTICA DE PROPRIEDADES RURAIS NO
ESTADO DE SERGIPE

Monografia apresentada a Universidade


Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Curso de Pós-Graduação
Lato Sensu em Recuperação de Áreas
Degradadas, para a obtenção do título de
Especialista em Recuperação de Áreas
Degradadas.

Orientador: Walter A. P. Abrahão

VIÇOSA – MG
2016
Dedico este trabalho à minha esposa
Vera Lúcia e ao meu filho Luís
Guilherme.
RESUMO

O Novo Código Florestal (Decreto nº 12.651/12) reforça o cumprimento da


recuperação de áreas protegidas nas propriedades rurais brasileiras, sendo estas
enquadradas como Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente (APP). No
estado de Sergipe, na região de ocorrência da Mata Atlântica, onde predomina a
Floresta Estacional Semidecidual (FES), dois tipos de áreas degradadas e alteradas
predominam para a recuperação: as áreas tomadas por atividades agropecuárias e as
áreas com cobertura florestal oriunda de regeneração natural, configurando-se como
alteradas. Após caracterizar a degradação no estado, os tipos de áreas para
recuperação e as iniciativas de Sistemas Agroflorestais (SAF) em desenvolvimento no
estado de Sergipe para a FES da Mata Atlântica, o trabalho objetivou avaliar a
viabilidade técnica e legal da adoção dos SAFs na RAD em Sergipe, verificando as
propostas mais promissoras. Pelo levantamento de propostas de RAD apresentadas
no estado para a FES nos últimos 10 anos conclui-se que os Projetos de
Recuperação de áreas Degradadas (PRAD) apresentados no estado deixam a
desejar quanto à sua execução e propõem operações iniciais convencionais, sem
iniciativas de SAF. Algumas iniciativas de SAF no sul do estado demonstram uma
aceitação pelo SAF sucessional e a literatura consultada reforça a viabilidade legal,
técnica e socioeconômica do uso de SAFs. O SAF agrosucessional e o SAF
sucessional podem ser utilizados para RAD, dependendo do caso. O primeiro SAF
para áreas sem cobertura florestal, tendo a mandioca (Manilhot suculenta Crant.)
como principal cultivo consorciado e o segundo para as áreas alteradas, sendo as
frutíferas e outras culturas compatíveis indicadas. O uso de SAFs pode colaborar com
a diminuição dos custos de implantação nos 3 primeiros anos de plantio, garantias de
sobrevivência de mudas nativas no campo, geração de excedente de renda durante a
fase inicial do SAF, bem como no fragmento manejado com maior participação do
agricultor na RAD, maiores incrementos de matéria orgânica e nutrientes no solo. A
escassez de informações mais robustas relacionadas aos SAF deve ser contornada a
partir de políticas governamentais que envolvam ações de modo a abordar o tema dos
SAFs como estratégias de recuperação ambiental para áreas degradadas.

Palavras-chave: Agrosucessional, sucessional, restauração.


ABSTRACT

The New Forest Code (Decree No. 12,651 / 12) reinforces the fulfillment of recovery
of protected areas in brazilian rural properties, which are classified as “Reserva
Legal” and “Áreas de Preservação Permanente” (APP). In the state of Sergipe, in the
region of occurrence of the Atlantic Forest, dominated by semideciduous forest
(FES), two types of degraded areas predominate for recovery: areas taken by
agricultural activities and areas with forest cover originating from natural
regeneration, setting themselves as amended. After characterizing the forest
degradation in the state, the types of areas for recovery and Agroforestry System
initiatives (AFS) in development in the Sergipe state for the FES of the Atlantic, the
study aimed to evaluate the technical and legal feasibility of adopting the AFS in RAD
Sergipe, checking the most promising proposals. The survey RAD tabled in the state
for the FES in the last 10 years have concluded that the Degraded areas recovery
projects (PRAD) presented in the state are lacking regarding its implementation and
propose conventional initial operations without AFS initiatives . Some AFS initiatives
in the southern state demonstrate an acceptance by successional AFS and the
literature reinforces the legal feasibility, technical and socio-economic use of AFS.
The agrossuccessional AFS and successional can be used for RAD depending on
the case. The first AFS for areas without forest cover, and cassava (Manilhot Crant.)
as the main intercropping and the second to the altered areas, and the fruit and other
compatible cultures indicated. The use of agroforestry systems can contribute to the
reduction of implementation costs in the first 3 years of planting, survival guarantees
of native seedlings in the field, generating income surplus during the initial phase of
the AFS, as well as managed fragment with greater participation farmer on the RAD,
larger increments organic matter and nutrients in the soil. The lack of more robust
information related to AFS should be bypassed from government policies involving
actions to address the issue of AFS as environmental restoration strategies for
degraded areas.

Keywords: Agrosuccessional, successional, restauration.


SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................. 05
ABSTRACT ............................................................................................................. 06
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 08
1.1 Objetivo geral .................................................................................................... 10
1.2 Objetivos específicos ......................................................................................... 10
2 METODOLOGIA .................................................................................................. 12
3 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 13
3. 1 Agrossilvicultura e sistema agroflorestal (SAF) ................................................ 13
3.1.1 A Classificação dos SAFs .............................................................................. 14
3.1.2 Os SAFs agrissilviculturais praticados no Brasil ............................................. 16
3.2 Recuperação de áreas degradadas de mata atlântica ...................................... 18
3.2.1 Os conceitos de área degradada e de restauração florestal .......................... 20
3.2.2 Os projetos e as propostas de recuperação de áreas degradadas ................ 21
3.2.3 As estratégias de recuperação de áreas degradadas .................................... 23
3.3 Aspectos legais da recuperação de áreas degradadas ..................................... 24
3.3.1 A viabilidade legal do uso de SAFs em áreas protegidas .............................. 27
3.4. A recuperação de áreas degradadas de mata atlântica em Sergipe ................ 30
3.4.1 A proposta de recuperação com SAFs em áreas degradadas com agropecu-
ária ................................................................................................................ 36
3.4.2. A proposta de recuperação com SAF, de áreas alteradas com regeneração
natural em Sergipe ....................................................................................... 44
4 CONCLUSÕES .................................................................................................... 48
5 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 50
8

1. INTRODUÇÃO

A Mata Atlântica apresenta um grande histórico de degradação em toda sua


área de abrangência, provocada, sobretudo pelas atividades agropecuárias
desenvolvidas nas últimas décadas, gerando um elevado passivo ambiental que
deve ser objeto de recuperação. No estado de Sergipe, as fisionomias de Mata
Atlântica se apresentam em sua maioria isoladas devido a um intenso processo de
fragmentação, principalmente da Floresta Estacional Semidecidual (FES).
O Novo Código Florestal (Decreto Federal nº 12.651/12) reforça a
necessidade de implementação de um conjunto de medidas que orientem as ações
entre o setor público e a sociedade civil no sentido de cumprir com a recuperação de
áreas degradadas nas propriedades rurais brasileiras. De acordo com a legislação
ambiental em vigor, os instrumentos legais da Reserva legal e de Áreas de
Preservação Permanentes devem ser respeitados e as áreas que não apresentam
uma cobertura florestal condizente estão passíveis de revegetação com garantias de
sua regeneração natural.
O Sistema de Cadastro Ambiental Rural (CAR), instituído pelo Decreto nº
7.830/2012, de 17 de dezembro de 2012 espera receber aproximadamente 398
milhões de ha equivalentes às inscrições de propriedades no Brasil. Somente para o
estado de Sergipe, a expectativa é de que 1.482.437 milhões de hectares sejam
cadastrados, a maioria em pequenas propriedades (BRASIL, 2015a).
Os proprietários rurais que regularizarem suas propriedades terão que arcar
com os custos da recuperação das áreas protegidas. A lei em vigor desobriga
apenas os imóveis que detinham até 4 módulos fiscais e que possuam
remanescentes em percentuais inferiores em 22 de julho de 2008 de recompor a
Reserva legal, mas não as Áreas de Preservação Permanente (LEHFELD;
CARVALHO; NASSIF, 2013). Dessa forma, deverão ser apresentados Projetos de
Recuperação de Áreas Degradadas ou Alteradas (PRADAs), de modo a cumprir
com o Programa de Recuperação Ambiental (BRASIL, MMA, 2014).
O PRAD é o documento que reúne todas as informações necessárias para
que a área degradada retorne o mais próximo possível da sua condição original,
antes da degradação. É um documento essencialmente técnico que, além de
caracterizar inicialmente a área degradada e definir a melhor metodologia a ser
9

empregada, propõe uma série de ações que irão possibilitar a recuperação


ambiental. De acordo com o cronograma de recuperação apresentado são
executadas ações de plantio, replantio, controle de invasoras, pragas e outras de
forma a garantir a recuperação da área.
O problema é que as mudas nativas introduzidas parcialmente ou totalmente
nas áreas degradadas necessitam de manutenção pelo menos nos três primeiros
anos, o que exige bastante mão de obra com capinas, roçagens e outros tratos
silviculturais, sem os quais as mudas não se estabelecem por definitivo. Este
monitoramento encarece a recuperação ambiental em curso e leva ao não
cumprimento do PRAD. A realidade dos PRADs em execução no estado de Sergipe
segue esta tendência. Deixam a desejar quanto às estratégias adotadas, pois não
há o acompanhamento pelos responsáveis técnicos e proprietários rurais a frente
das ações de recuperação. Além disso, pelo fato do estado de Sergipe possuir uma
grande maioria de pequenas propriedades rurais, muitas vezes as estratégias
adotadas não se revelam como as mais promissoras para a realidade local.
Os altos custos de implantação poderiam ser amenizados pela utilização de
Sistemas Agroflorestais (SAF) que proporcionariam um maior envolvimento do
proprietário com a recuperação, pois haveria um componente agrícola de seu
interesse envolvido no sistema. A alternativa dos SAFs pode promover a
recuperação mais rápida das áreas, pois durante a fase de manutenção dos
plantios, o componente agrícola poderia ocupar o lugar das invasoras que
prejudicam o desenvolvimento das mudas no campo. Além disso, poderia contribuir
para amenizar os custos de implantação devido às possibilidades de sucessivas
colheitas, revelando-se estratégico para regiões com grande incidência de pequenas
propriedades rurais, como é no estado de Sergipe.
No estado de São Paulo, há registros de que os Sistemas Agroflorestais
(SAFs) vêm dando certo neste tipo de estratégia de recuperação em assentamentos
rurais da reforma agrária, com a utilização de modelos especialmente adaptados
para esta finalidade, como o agrosucessional. Este poderia ser aplicado em Sergipe,
sendo que outro SAF, denominado sucessional também poderia ser incentivado no
estado. Para as áreas desnudas de vegetação florestal, porém agricultáveis, inicia-
se com um modelo agrosucessional que incentivaria o agricultor traria benefícios
para a manutenção das mudas no campo, garantindo o sucesso do plantio. O
modelo sucessional, por sua vez, seria aplicado para as áreas com regeneração
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inicial e a partir do terceiro ano, quando não mais haveria condições de cultivo de
herbáceas. Dessa forma se apresentam como complementares um ao outro, pois
nas áreas alteradas que já possuam uma regeneração natural incidente, o
sucessional entraria de imediato, variando com o estado inicial da área de forma a
melhorar a estratificação da floresta.
O objetivo da revisão bibliográfica é o de verificar a hipótese de que existem
conhecimentos de SAFs que podem ser aplicados nas áreas degradadas de
Floresta Estacional de Mata Atlântica em Sergipe e, dessa forma verificar a
viabilidade técnica e legal de aplicação dos modelos nas condições socioambientais
do estado de Sergipe.

1.1 Objetivo geral

Avaliar a viabilidade da adoção dos Sistemas Agroflorestais na recuperação


de Áreas Degradadas de APP e Reserva Legal de Mata Atlântica em propriedades
que necessitam recompor áreas de Mata Atlântica no estado de Sergipe.

1.2 Objetivos específicos

a) Caracterizar a situação do estado de Sergipe quanto à degradação da


Mata Atlântica e à necessidade de recuperação de áreas degradadas;
b) Verificar as propostas de recuperação que vêm sendo apresentadas no
estado de Sergipe, se estas incluem estratégias de SAF como metodologia;
c) Caracterizar os principais tipos de áreas degradadas e alteradas que
ocorrem no estado de Sergipe e a possibilidade do uso de SAFs na recuperação;
d) Verificar e localizar as iniciativas de SAFs em andamento no estado, se
estas têm como foco a recuperação de áreas degradadas no estado de Sergipe;
e) Definir os tipos de áreas degradadas que podem ser submetidas à
recuperação através de SAFs, no estado de Sergipe;
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f) Apontar quais os tipos de SAFs que vêm sendo aplicados para


recuperação de áreas degradadas de Mata Atlântica e quais poderiam ser mais
promissores para o estado de Sergipe;
g) Apontar as vantagens de se adotar SAFs na recuperação de áreas
degradadas de Mata Atlântica no estado de Sergipe e os problemas que dificultam
sua adoção, do ponto de vista legal, técnico e socioeconômico.
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2 METODOLOGIA

A metodologia consistiu no levantamento sistemático de propostas de


recuperação ambiental de áreas degradadas de Mata Atlântica no estado de Sergipe
(Floresta Estacional Semidecidual) junto ao banco de dados do Sistema de Gestão
Documental (DOCIBAMA) do Instituto Brasileiro de meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis –Ibama.
Foram reunidas as informações referentes à situação inicial das áreas
degradadas, das metodologias de recuperação propostas e do detalhamento das
operações iniciais a serem executadas. Todos os dados foram decorrentes de
Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRADs) não necessariamente
analisados ou aprovados, mas que foram protocolados na Superintendência do
Ibama em Sergipe (Ibama/SE), entre os anos de 2005 e 2015.
Duas situações de áreas degradadas descritas nos PRADs foram
identificadas: (a) áreas degradadas com atividades agropecuárias e (b) áreas
alteradas com regeneração natural incidente. As propostas que tratavam da
Recuperação de áreas de manguezais, restingas e outras formações pioneiras da
Mata Atlântica não foram consideradas.
Com base nos dois tipos de áreas degradadas encontrados, realizou-se a
Revisão de Literatura com o tema: “Sistemas agroflorestais na recuperação de áreas
degradadas”.
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3 REVISÃO DE LITERATURA

3. 1 Agrossilvicultura e sistema agroflorestal (SAF)

A agrossilvicultura representa um nome genérico utilizado para descrever um


sistema de uso da terra bastante antigo e praticado. Tem como conceito o uso
integrado da terra, utilizando-se de árvores que se combinam de maneira espacial e
temporal com animais e/ou cultivos agrícolas (FARRELL & ALTIERI, 1999).
Desenvolveu-se como ciência a partir da década de 70, acompanhando as
pesquisas que relacionavam os solos tropicais e a influência que as árvores têm
sobre estes, ocasião em que também surgiram instituições internacionais voltadas à
pesquisa agroflorestal e que difundiram o tema por diversos países (ENGEL, 2003).
Uma definição bastante aceita de agrossilvicultura e adotada pelas
instituições pioneiras no tema é reproduzida por Young (1989):

“ (...) nome coletivo de sistemas de uso da terra em que lenhosas


perenes (árvores, arbustos, etc.) são cultivadas em associação com
plantas herbáceas (lavouras, pastagens) e / ou gado em um arranjo
espacial, uma rotação ou ambos, e em que existem ambas as
interações ecológicas e econômicas entre a árvore e componentes
não arbóreos do sistema”.
A agrossilvicultura também é entendida como a ciência que inclui o
conhecimento e o uso de práticas agroflorestais, bem como desenvolvimento dos
sistemas florestais (ENGEL, 2003). Podem ser consideradas como práticas
agroflorestais a “taungya” ou cultivo nas encostas, o sombreamento de culturas
como o cafezal, o cacau ou outras, plantio de árvores com culturas anuais, o cultivo
em aleias ou ruas, árvores associadas com a pecuária, as cercas vivas e os quebra-
ventos, os chamados “quintais florestais” mistos, entre outras (NAIR,1993).
Apesar do número limitado de práticas agroflorestais (aproximadamente 20
delas), podem existir incontáveis SAFs (YOUNG, 1989). Os conceitos de prática
agroflorestal e de sistema agroflorestal se confundem, sendo este último mais
abrangente que o primeiro, pois levam em conta todos os atributos necessários de
qualquer sistema, como limites, componentes, interações, entradas e saídas
(ENGEL, 2003). Na maioria das vezes, as práticas agroflorestais dão nome aos
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SAFs onde estão inseridas, sendo que cada um é inerente a uma localidade
específica ou região, tendo suas próprias características específicas (NAIR, 1991).

3.1.1 A Classificação dos SAFs

A classificação dos SAFs possibilita a sistematização de informações sobre


os modelos já existentes e o desenvolvimento de novos sistemas. Os SAFs podem
ser classificados de acordo com critérios ecológicos, estruturais, funcionais e
socioeconômicos (NAIR, 1993).
Em uma escala global, os sistemas devem ser classificados de acordo com
as condições ecológicas de cada região onde são encontrados, podendo admitir
ainda outras classificações em níveis hierárquicos menores, dependendo dos
critérios estabelecidos (NAIR, 1993). Serão considerados nesta pesquisa os SAFs
descritos para os trópicos úmidos e subúmidos, uma vez que este é o ambiente
onde estão localizadas as florestas tropicais e a fisionomia de Floresta Estacional
Semidecidual (FES) de Mata Atlântica.
Os SAFs também são classificados de acordo com aspectos estruturais e
funcionais, existindo algumas variações quanto à terminologia utilizada na literatura
(DANIEL et. al., 1999). Há consenso entre a maioria dos autores quanto à
classificação que considera como sistema silviagrícola ou agrissilvicultural o
constituído de árvores e/ou arbustos e culturas agrícolas; silvipastoril quando
compreende árvores e/ou arbustos e pastagens e/ou animais e agrissilvipastoril se
este é formado por culturas agrícolas, árvores e/ou arbustos, pastagens e animais
(NAIR, 1993; ABDO; VALERI & MARTINS, 2008).
Ainda quanto aos aspectos estruturais e considerando a biodiversidade do
SAF, Buck et al. (1999) enquadram os sistemas agroflorestais em simples e
complexos. Os SAFs simples, segundo a classificação destes autores, envolvem um
número pequeno de componentes arranjados, em geral uma ou duas espécies de
árvores em consórcio com culturas de elevado valor econômico. Nos SAFs
complexos, o número de espécies aumenta, pois, a concepção é “copiar” ao máximo
a estrutura da floresta natural, associando um grande número de componentes, aos
quais podem incluir arbustos, ervas e cipós.
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Tanto os sistemas agroflorestais classificados como simples ou como


complexos podem ser considerados como “agroflorestas”. Na maior parte dos casos
são encontrados em condições socioeconômicas diferentes nos trópicos úmidos,
tendo relação com o nível tecnológico empregado (BUCK et al., 1999).
Do ponto de vista socioeconômico, os sistemas mais complexos geralmente
são praticados por camponeses, na maioria das vezes em florestas próximas de sua
residência, e em pequena propriedade. Isso facilita o manejo mais intensivo, com
maior agrobiodiversidade. Os sistemas mais simplificados são mais facilmente
encontrados em propriedades maiores com agrobiodiversidade reduzida
(STEENBOCK et. al., 2013), sendo seu potencial para a conservação bastante
limitado, não garantindo o pleno cumprimento das funções quanto à proteção da
biodiversidade, o que sugere criteriosa observação de sua composição (MARTINS;
RANIERI; LIMA, 2014). Os SAFs simples e complexos se relacionam a duas
abordagens diferentes quanto à concepção do uso da terra, embora
complementares: o simples aborda a integração de árvores em terras agrícolas e o
complexo refere-se à gestão de recursos interagindo as florestas e a agricultura
(BUCK et al., 1999).
No Brasil, a classificação dos SAFs também considera a sistematização da
Rede Brasileira Agroflorestal (REBRAF) que os classifica quanto aos aspectos
temporais dos componentes incluídos e a associação entre eles. Nesta
sistematização foram criados os seguintes conceitos: (a) sistemas agroflorestais
sequenciais, onde os cultivos agrícolas anuais e as plantações de árvores se
sucedem no tempo, por exemplo, quando há um intervalo de tempo entre a colheita
da primeira cultura e a semeadura da colheita subsequente; (b) sistemas
agroflorestais simultâneos, em que há a integração simultânea e contínua de cultivos
anuais e perenes, árvores madeiráveis ou de uso múltiplo e/ou pecuária e, (c)
sistemas complementares, considerados complementares às categorias anteriores,
podendo estar associados aos sistemas sequenciais ou simultâneos (ENGEL,
2003; ABDO; VALERI;MARTINS, 2008).
Autores como Abdo; Valeri & Martins (2008) ainda complementam a
classificação dos SAFs simultâneos, considerando-os coincidentes (mesma época
de plantio e colheita para as espécies consorciadas) e concomitantes (quando a
semeadura ou plantio é na mesma época, mas a colheita não), entre outras
subdivisões.
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Desta forma, existem inúmeras classificações e subclassificações possíveis


que podem surgir à medida que os sistemas vão evoluindo e modificando-se para
atender a uma demanda específica. No caso das áreas degradadas, serão
considerados os SAFs do tipo agrissilvicultural, simples e complexos, simultâneos ou
sequenciais, dependendo do tipo de área degradada sujeita à recuperação.

3.1.2 Os SAFs agrissilviculturais praticados no Brasil

Entre os SAFs agrissilviculturais simples mais comuns no Brasil estão a


“taungya” ou o consórcio de espécies arbóreas comerciais com cultivos anuais
intercalados (ALTIERI & NICHOLS, 2000) e o Alley cropping ou cultivo em aleias
(ENGEL, 2003). Os SAFs do tipo “multiestratos”, que incluem o modelo “sucessional”
figuram entre os complexos (STEENBOCK, 2013).
O termo “taungya” significa “cultivo de encostas” e consiste em um sistema
agroflorestal, do tipo agrissilvicultural sequencial, uma vez que os cultivos estão
consorciados com as árvores temporariamente nos primeiros anos da implantação
(ENGEL, 2003). Este tipo de SAF vem sendo utilizado como boa estratégia de
produção de madeira na América Latina, revelando-se um dos principais (ALTIERI &
NICHOLS, 2000).
No Brasil, especificamente na região Amazônica, o sistema “taungya”
apresenta, em média, o menor custo líquido por hectare de instalação e condução
se comparado aos plantios monoespecíficos, chegando a uma redução de 7,2 % em
relação ao custo total do monocultivo de espécie florestal. Além disso, culturas
consorciadas, como a de milho proporcionam uma redução de aproximadamente 22
% em média, nos custos totais de condução do plantio comercial (MORETTI, 2013).
Os consórcios com eucaliptos e seringueiras em São Paulo também são
exemplos bem-sucedidos de árvores com cultivos agrícolas de milho, feijão e
mandioca, gerando rendimento considerável para as famílias envolvidas (ABDO;
VALERI & MARTINS. 2008).
Um outro SAF do tipo agrissilvicultural que também é bastante praticado
nos trópicos é o Alley cropping ou cultivo em aleias. Este SAF simples teve origem
na África e tem como principal característica também consorciar árvores com
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cultivos agrícolas anuais, porém mais tolerantes ao sombreamento, o que o


enquadra como simultâneo. A composição de espécies neste SAF envolve
preferencialmente as espécies leguminosas que exercem papel do componente
arbóreo/arbustivo e que mantêm a qualidade do solo, principalmente quanto ao
nitrogênio (ENGEL, 2003). Este tipo de SAF é baseado no manejo de podas
periódicas, que também acabam por garantir o acesso à luminosidade pelas plantas
inseridas nas faixas destinadas à cultura agrícola entre as fileiras de arbóreas
(SANTOS; 2000).
Outra grande vantagem do sistema Alley Cropping é o controle de ervas
daninhas proporcionado pela sombra da cobertura vegetal e da erosão em terrenos
declivosos, pois a presença da espécie arbórea/arbustiva favorece o terraceamento
natural (ENGEL, 2003). Além disso, auxilia na permanência da umidade no solo,
pois todo o material resultante da poda fica diretamente sobre ele exercendo a
função na redução da evaporação da superfície. A consequência para as culturas
consorciadas é a maior retenção de umidade e uma menor variação de temperatura
no solo (MAY & TROVATTO, 2010).
Representando os SAFs complexos estão os “multiestratos”, cujas
características remetem a alta diversidade de espécies e ocupação vertical de
diversos estratos (STEENBOCK et al., 2013). Estes SAFs são necessariamente
simultâneos, pois os componentes agrícola e florestal se encontram ao mesmo
tempo no terreno durante toda a sua duração (ENGEL, 2003).
Os SAF multiestratos, quando implantados e manejados com a tendência
de imitar a dinâmica de sucessão ecológica de restauração natural de uma floresta
nativa, são denominados de “sucessionais”. Ou seja, quando adotam uma forma de
condução cujo fundamento diz respeito à diversidade e densidade das espécies no
sistema, considerando o processo sucessional e a sincronia de crescimento entre as
espécies consorciadas (PENEIREIRO, 2003).
Os SAFs “sucessionais” são uma forma de produção agrícola e florestal que
têm semelhança com as florestas naturais, pois unem a diversidade de espécies
nativas com outras espécies adaptadas viabilizando o cultivo de agrícolas, frutíferas,
madeireiras, palmeiras e espécies que são utilizadas para poda (YANA & WEINERT,
2001). Seguindo um gradiente crescente de complexidade dos SAFs “multiestratos”,
o “sucessional”, desenvolvido por Ernst Götsch no sul da Bahia na década de 80
utiliza-se de espécies análogas a sucessão e por isso também é chamado de
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Sistema Agroflorestal Regenerativo e Análogo (SAFRA) (SILVEIRA et.al., 2007;


SOUZA & PIÑA-RODRIGUES, 2013).
Comparado aos outros SAFs, no SAFRA é dada ênfase à dinâmica da
sucessão natural das espécies e ao seu constante manejo que proporciona a
produção, além da recuperação do solo a partir de altas taxas de crescimento e
saúde das plantas. A tese é de que a complexidade de espécies e o manejo
adequado que o condiciona, torna o solo florestal fértil através da ciclagem de
nutrientes (PENEIREIRO, 1999). Assim, os fatores determinantes para o sucesso do
modelo e para a produtividade, é que o manejo aplicado direciona o sistema todo o
tempo, não se limitando somente às fases iniciais do consórcio que, segundo Götsch
(1996), é dinâmico e deve acontecer também durante as fases mais avançadas.
Por outro lado, SAFs mais complexos e com maiores densidades de plantas
exigem maior conhecimento de cada uma das espécies, de fatores como o clima,
bem como da interação entre os componentes do SAF, justificando a necessidade
de mão de obra maior e mais especializada (VAZ, 2002).

3.2 Recuperação de áreas degradadas de mata atlântica

A Mata Atlântica é delimitada de acordo com o Mapa da Área de Aplicação da


Lei da Mata Atlântica, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), após a edição da Lei 11.428 de 2006, regulamentada pelo Decreto nº 6.660,
de 21 de novembro de 2008 (SOS MATA ATLÂNTICA, 2015). O referido Decreto
estabeleceu no Art. 2º da Lei nº 11.428 a configuração original das seguintes
formações florestais nativas e ecossistemas associados:
“ (...)Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Mista, também
denominada de Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta;
Floresta Estacional Semidecidual; Floresta Estacional Decidual;
campos de altitude; áreas das formações pioneiras, conhecidas
como manguezais, restingas, campos salinos e áreas aluviais;
refúgios vegetacionais; áreas de tensão ecológica; brejos
interioranos e encraves florestais, representados por disjunções de
Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta
Estacional Semidecidual e Floresta Estacional Decidual; áreas de
estepe, savana e savana-estépica; e vegetação nativa das ilhas
costeiras e oceânicas”.
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As inovações tecnológicas permitiram nos últimos anos um acompanhamento


mais detalhado da evolução da cobertura florestal do Bioma, por meio de
sensoriamento remoto. Isto possibilita estimar com mais precisão os remanescentes
florestais de Mata Atlântica, apesar de controvérsias quanto ao percentual restante
na bibliografia. A última publicação do Instituto de pesquisas Espaciais (INPE) em
conjunto com a Organização Não Governamental S.O.S. Mata Atlântica, informa que
os remanescentes florestais de Mata Atlântica representam cerca 12,5% da
vegetação original de mata do Bioma (SOS MATA ATLÂNTICA, 2015).
Do mesmo modo que o Pantanal Mato-grossense e a Amazônia, a Mata
Atlântica recebeu um tratamento especial junto a Constituição da República
Federativa do Brasil, que lhe concedeu o status de "Patrimônio Nacional". Na prática
isto deveria resultar em uma maior proteção dos ecossistemas neles inseridos.
Desde o início da colonização, o processo de destruição foi ocorrendo, sobretudo
pela expansão da fronteira agrícola, baseada na monocultura, primeiro da cana-de-
açúcar e depois do café, quando o aparato legal era menor ou inexistente.
Atualmente a degradação continua restando os maiores remanescentes florestais
nas áreas de maior declividade ou inapropriadas para produção, além das
localizadas em Unidades de Conservação (UC) pelo país (ROSA, 2002).
A Mata Atlântica é o Bioma brasileiro com maior biodiversidade, mas pelo fato
da maior parte de sua cobertura original ter sido devastada pela ocupação do
território e pela exploração desordenada de seus recursos naturais também é dela o
título de bioma brasileiro mais ameaçado (LAGOS & MULLER, 2007). Permanece na
listagem de alta prioridade para conservação no mundo (hotspots), cujos critérios de
escolha levam em conta o endemismo e a ameaça de extinção a que estão sujeitas
as espécies (MYERS et al., 2000).
Apesar do considerável aumento do número de UCs terrestres no país entre
os anos de 2005 e 2006 (IBGE, 2015), o percentual do tipo Proteção integral na
Mata Atlântica, de acordo com a 10º Convenção da Diversidade Biológica ainda é
considerado abaixo do valor recomendado, que é de 17% (SOARES-FILHO et al.,
2014). Os dados do Cadastro nacional de Unidades de Conservação (CNUC)
indicam que este número, atualmente é de aproximadamente 2,5% de sua cobertura
florestal (BRASIL, 2015b).
Não há nenhum critério para a localização das UCs de Mata Atlântica, de
forma a atender a representatividade junto às regiões biogeográficas, sendo que os
20

centros de endemismo localizados mais ao sul e sudeste do País se encontram


contemplados com um número de UCs considerável, em detrimento de regiões
como o nordeste brasileiro (PINTO et al., 2006). Nesta região também se localizam
centros de endemismo reconhecidos, os quais se configuram como as áreas mais
ricas em espécies de toda a Mata Atlântica brasileira (TABARELLI; MELO & LIRA,
2006).
A porção da Mata Atlântica do Nordeste possui 2,21 % de seu território
original e é formada pelos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande
do Norte, Ceará, Piauí, Sergipe e Bahia, sendo que boa parte dos remanescentes
mapeados está localizada neste último. Os demais sete estados contam com
pequenos fragmentos florestais (TABARELLI; MELO & LIRA, 2006).
Através da recuperação de áreas protegidas de propriedades particulares
poderia haver a redução da fragmentação de habitat, aumento do fluxo gênico e
manutenção das populações de espécies ameaçadas de extinção por meio da
conectividade via corredores ecológicos, que incluem áreas particulares protegidas,
sendo esta umas das estratégias vislumbradas pelo Plano Nacional de Recuperação
da Vegetação Nativa (PLANAVEG), que abrange todas as regiões do país, incluindo
o nordeste brasileiro (BRASIL, 2014a).

3.2.1 Os conceitos de área degradada e de restauração florestal

Uma área é considerada degradada quando a sua capacidade de retornar ao


estado original ou atingir seu ponto de equilíbrio por meios naturais foi impedida ou
restringida (DUARTE & BUENO, 2006). O termo “recuperação de área degradada”
tem sido utilizado no Brasil de maneira geral (ARONSON; DURIGAN &
BRANCALION, 2011). Este termo é utilizado na descrição do artigo 225 da
Constituição do Brasil de 1988 (WILLIAMS; BUGIN & REIS, 1990).
Existem áreas degradadas que podem recuperar-se apenas por uma
inicialização do processo de sucessão e esta pode ser chamada de área perturbada
(DUARTE & BUENO, 2006). A Instrução Normativa nº 4, de 13 de abril de 2011, do
Instituto Brasileiro de meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis também
utiliza o termo “alterada” para uma área que após o impacto ou distúrbio, ainda
21

mantém os meios de regeneração biótica, ou seja, a quando área ainda possui


capacidade de regeneração, sem necessitar de uma intervenção humana (BRASIL,
2011).
No entanto, a recuperação de uma área degradada vai se dar dependendo da
finalidade. Quando o objetivo é chegar o mais próximo da condição original da área,
há de se cogitar uma restauração. A legislação brasileira define restauração como
sendo a “(...) restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre
degradada o mais próximo possível da sua condição original”, enquanto que
recuperar uma área degradada consiste na “(...) restituição de um ecossistema ou
de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode
ser diferente de sua condição original” (BRASIL, 2000).
Rodrigues e Gandolfi (2000) propõem uma sistematização quanto às
situações que envolvem a restauração florestal: (i) restauração stricto sensu significa
a volta completa de ambientes pouquíssimo perturbados às condições originais, com
remota possibilidade de ser alcançada; (ii) restauração lato sensu que seria usada
para ambientes com baixa intensidade de perturbação (boa resiliência), mas que
não retornariam à condição original; (iii) reabilitação que seria aplicada para
perturbações irreversíveis se não houver intervenção antrópica efetiva; e (iv)
redefinição ou redestinação, que estaria relacionada ao uso distinto da área, sem
vínculo com o ecossistema original.

3.2.2 Os projetos e as propostas de recuperação de áreas degradadas

A recuperação de uma área degradada passou a ser exigência no Brasil por


meio do Decreto 97.632, de 9 de abril de 1989. O Plano de Recuperação de Áreas
Degradadas (PRAD) surgiu da necessidade de cumprir com a recuperação do meio
ambiente degradado pelas atividades de exploração de recursos minerais e o
referido decreto regulamentou definitivamente a lei nº 6.938 de 31 de agosto de
1981 (WILLIAMS; BUGIN & REIS, 1990).
O PRAD é um documento que orienta a execução e o acompanhamento da
recuperação ambiental de uma determinada área degradada, não necessariamente
objeto de licenciamento ambiental. Deve contemplar ações básicas como: a)
22

Caracterização da área degradada e entorno demonstrando a causa da degradação;


b) Escolha de uma proposta de recuperação; c) Definição dos parâmetros a serem
recuperados com base em uma área adotada como referência ou controle; d)
Adoção de um modelo de recuperação; e) Detalhamento das técnicas e ações; f)
Inclusão de proposta de monitoramento e avaliação; e g) previsão dos insumos,
custos e cronograma referente à execução e consolidação da recuperação (ICMBIO,
2013).
A política ambiental brasileira vem criando mecanismos para a recuperação
de áreas degradadas e um extenso conjunto normativo determina a realização de
PRADs (ANDRADE; SANCHEZ & ALMEIDA, 2014).
A Lei 12.651/12 institui um programa de apoio e incentivo a preservação e
recuperação do meio ambiente, que tem como foco principal as áreas protegidas
das propriedades, cumprindo com as determinações da Lei nº 12.651/12. O Plano
Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (PLANAVEG) prevê, em um prazo
de 20 anos, programas que contemplarão a sustentabilidade agropecuária
incentivando o aumento da produtividade de pastagens e áreas de cultivo (áreas não
protegidas) e a regularização fundiária das propriedades. O objetivo é garantir a
preservação e a conservação das áreas protegidas das propriedades, isentando-as
de utilização agropecuária. O novo ordenamento sugere um aumento no número de
PRADs com a finalidade de cobrir o abrangente passivo ambiental existente
proveniente destas áreas (BRASIL, 2014a).
Para regulamentar a apresentação das propostas de recuperação de áreas
degradadas torna-se necessária a implementação de programas pelos estados,
Distrito Federal e municípios que devem tornar a legislação estadual, distrital e
municipal adaptadas às novas disposições estabelecidas pela norma geral da União
providenciando uma legislação própria sobre a matéria (FONSECA e FERREIRA,
2014).
23

3.2.3 As estratégias de recuperação de áreas degradadas

As áreas degradadas podem estar sujeitas a impactos de várias ordens e por


isso são diversas as estratégias para a recuperação. Primeiramente se deve
identificar o fator degradante a ser eliminado (DUARTE & BUENO,2006), para em
seguida, optar pelo método a ser empregado sendo importante atentar-se para a
escolha das espécies nativas que serão plantadas (FERREIRA et al., 2007). Não se
deve deixar de contemplar um arranjo de espécies que levem em conta a
biodiversidade e os mecanismos da sucessão natural. Isto garantirá a
sustentabilidade do sistema (RODRIGUES & GANDOLFI, 2000).
O levantamento fitossociológico de florestas remanescentes da região onde a
área degradada se encontra pode servir de modelo para recomposição, além de
base para avaliação dos resultados da implementação do projeto e para escolha do
plantel de espécies que poderão fazer parte da restauração (SER, 2004).
Entre os métodos tradicionais de recuperação florestal mais utilizados
destacam-se: (i) a indução do banco de sementes; (ii) a condução da regeneração
natural; (iii) o adensamento e enriquecimento da mata em regeneração e (iv) o
plantio de espécies nativas (PIOLLI; CELESTINI & MAGON, 2004).
Do ponto de vista funcional, a recuperação ou restauração envolve a
reposição do componente florístico da área degradada, sendo uma das etapas
essenciais para se atingir os objetivos finais. Exige integração com outros usos da
terra e por isso a introdução da vegetação na área degradada deve estar dentro dos
objetivos da recuperação e contemplar os materiais e métodos adequados para
alterar a composição, a estrutura e os processos, de modo a reverter o quadro de
degradação (STANTURF; PALIK; DUMROESE, 2014).
Nos projetos de recuperação convencionais comumente são utilizados para
introdução das mudas nativas, diversos espaçamentos como os apresentados na
Tabela 1.
24

Tabela 1 - Espaçamentos mais utilizados em plantios mistos de espécies arbóreas nativas

Espaçamento (linha x na linha) Densidade (nº. de mudas/ha)

2,5 m x 2,5 m 1600

3,0 m x 2,0 m 1670

2,5 m x 2,0 m 2000

3,0 m x 1,5 m 2225

2,0 m x 2,0 m 2500


Fonte: MORAES; ASSUMPÇÃO & LUCHIARI (2006).

O espaçamento é muito importante pois é ele que vai promover o


adensamento das mudas no campo e assim reduzir os custos de manutenção
durante o desenvolvimento inicial das mudas, mas, por outro lado, pode encarecer
bastante os custos de implantação do plantio pelo aumento do número de mudas
necessárias. A escolha do espaçamento irá variar de acordo com a condição inicial
da área (grau de degradação) e recursos disponíveis (MORAES; ASSUMPÇÃO &
LUCHIARI, 2006). Em termos práticos, em uma área isolada, de difícil acesso e que
não receberá os cuidados de manutenção periódicos como capinas e roçagens, é
sugestivo que se escolha um espaçamento menor entre as mudas, dificultando a
incidência de gramíneas ou invasoras nas entre linhas do plantio.

3.3 Aspectos legais da recuperação de áreas degradadas

No Brasil, a legislação florestal sempre foi o principal instrumento legal que


incide sobre a proteção e a restauração da vegetação natural (SPAROVEK et. al.,
2011). Atualmente, o Novo Código Florestal (Lei 12.651/12) prevê a implantação de
programas de Regularização Ambiental (PRAs) que, em resumo, irão promover a
adequação das áreas protegidas particulares (BRASIL, 2012). Estas áreas deverão
ser recuperadas, após a inclusão e adesão dos proprietários ao Cadastro Ambiental
Rural (CAR) estabelecido pelo art. 29 da Lei 12.651/12 e regulamentado pelo
Decreto 7.830/12, que tem o objetivo de:
25

“Integrar as informações ambientais das propriedades e posses


rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento,
planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento”
(BRASIL, 2012a).
As áreas degradadas que integram os assentamentos de reforma agrária
também devem ser submetidas ao CAR (BARROSO & ALENCAR, 2014).
A maioria das áreas degradadas e que serão objeto de restauração florestal
figuram-se como Áreas de Preservação Permanente (APP) ou Reserva Legal, porém
áreas consideradas livres também poderão ser recuperadas no Domínio da Mata
Atlântica (LEHFELD; CARVALHO; NASSIF, 2013). De acordo com o Novo Código
Florestal Brasileiro, a definição de Área de Preservação Permanente é:

“Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função


ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a
estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de
fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas”
Ainda segundo a legislação florestal, também constitui Área de Preservação
Permanente, entre outras:

I - As faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e


intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito
regular, em largura mínima de:
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez)
metros de largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10
(dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50
(cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200
(duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham
largura superior a 600 (seiscentos) metros;
IV - As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes,
qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50
(cinquenta) metros.
Além das faixas marginais de qualquer curso d'água natural, também são
incluídas como Áreas de Preservação Permanente, aquelas localizadas: no entorno
das nascentes e dos olhos d’água perenes, dos lagos e lagoas naturais, dos
reservatórios d’água artificiais, nas encostas ou em partes destas com declividade
superior a 45° e no topo de morros, montes, montanhas (LEHFELD; CARVALHO &
NASSIF, 2013).
A Reserva Legal, por sua vez, é definida como sendo uma parte de cada
imóvel (propriedade ou posse) rural, imposta pela legislação, expressa em
26

percentuais e que deve permanecer com a cobertura vegetal, para servir de reserva
de mata. É um dos institutos jurídicos mais importantes da política de preservação
florestal no Brasil (LEHFELD; CARVALHO & NASSIF, 2013).
A Reserva Legal deve ser delimitada para todo e qualquer imóvel rural, sem
exceção, de forma que, onde não sejam alcançados os percentuais mínimos legais
ou não haja resquícios de vegetação nativa, as medidas de recomposição,
regeneração ou compensação impostas na mesma lei florestal deverão ser tomadas.
(LEHFELD; CARVALHO & NASSIF, 2013).
O tamanho da área de Reserva Legal é definido na lei nº 12.651/12 de
acordo com a região do país:

I - Localizado na Amazônia Legal:


a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas;
b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de
cerrado;
c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos
gerais;
II - Localizado nas demais regiões do país: 20% (vinte por cento).
Somente não haverá necessidade de recomposição da reserva legal
àquelas pequenas propriedades que detinham em 22 de julho de 2008,
remanescentes florestais, porém as supressões após esta data deverão ser objeto
de recomposição
O CAR é obrigatório para todos os imóveis agrários e com isso todas as
propriedades e posses agrárias, devem ser incluídas. O passivo ambiental referente
a uma área degradada continua mesmo que a propriedade seja transmitida ao
sucessor ou negociada com terceiros, pois a obrigação é considerada “propter rem”,
ou seja, é obrigatória mas continua a incidir sobre a propriedade mesmo que esta
não esteja mais sobre a responsabilidade do proprietário à época da degradação
das terras (LEHFELD; CARVALHO; NASSIF, 2013).
A definição de modelos e diretrizes para os Programas de Regularização
Ambiental (PRAs) fica a cargo dos estados, que deverão legislar sobre a mecânica
de apresentação das propostas de recuperação, que neste caso em específico são
denominados de Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas ou Alteradas
(PRADAs) (BRASIL, 2014b).
27

3.3.1 A viabilidade legal do uso de SAFs em áreas protegidas

A viabilidade legal dos SAFs como alternativas para a recuperação de áreas


protegidas sempre caminhou junto com a necessidade de diminuição dos conflitos
entre as normas legais e a viabilidade socioeconômica da pequena agricultura
familiar, porém esta abertura não estava tão clara como parece aos dias de hoje
com as novas regras editadas.
No ano de 2001, houve a edição da Medida Provisória nº 2166-67, de 24 de
agosto que alterou alguns artigos do Código Florestal de 1965 e que já definia como
atividade de interesse social: “atividades de manejo agroflorestal sustentável
praticadas na pequena propriedade ou posse rural familiar, que não descaracterizem
a cobertura vegetal e não prejudiquem a função ambiental da área” (RAMOS FILHO,
2005).
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo editou a Resolução
SMA nº 47/03, de 26 de novembro 2003. Esta legislação local estimulou a
recomposição das áreas de reserva legal e áreas de preservação permanente, pelo
fortalecimento de diretrizes com maior embasamento técnico-científico, apesar
destes dispositivos legais não tratarem diretamente do tema de recuperação de
áreas degradadas de espaços protegidos com SAF. Seu objetivo principal era
normatizar através de critérios técnicos a recuperação de áreas degradadas por
meios convencionais, os reflorestamentos heterogêneos, citando o plantio nas entre
linhas e a agroecologia.
Com base neste aparato legal o estado de São Paulo tornou-se pioneiro nas
iniciativas deste tipo. Os PRADs com SAF foram colocados em campo, a princípio
nas reservas legais de assentamentos de reforma agrária dentro do estado, mais
especificamente na região Pontal do Paranapanema. O Instituto de Terras do Estado
de São Paulo (ITESP) recebeu a primeira autorização para recuperação ambiental
por meio de SAFs no Estado de São Paulo com o Programa Pontal Verde (PILLA et.
al., 2013).
As iniciativas com SAFs no estado de São Paulo incentivaram novos
modelos de SAFs e proporcionaram discussões socioeconômicas, técnicas,
ambientais e legais que influenciaram positivamente a efetivação da estratégia para
recuperação de áreas protegidas, pelo menos para a reserva legal, no âmbito do
28

pequeno produtor rural (RAMOS FILHO et. al., 2005; RODRIGUES et. al., 2008;
RODRIGUES et. al., 2007).
Em 2006, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), publicou a
resolução n° 369, de 28 de março de 2006 e que dispõe sobre os casos
excepcionais para a intervenção ou supressão de vegetação em APP (atividades de
utilidade pública, interesse social e de baixo impacto ambiental em pequenas
propriedades rurais ou posse rural familiar). Com base nesta resolução do
CONAMA, em 2008, o estado de São Paulo publicou a Resolução nº 44/08 da
Secretaria do Meio Ambiente, regulamentando definitivamente a utilização de SAFs
em alguns espaços protegidos, entre eles, as áreas localizadas nas Reservas
Legais. Pelos critérios e procedimentos descritos nesta resolução, o proprietário
rural poderia utilizar os SAFs para recompor sua Reserva Legal ou áreas cobertas
por vegetação secundária de Mata Atlântica em estágio inicial, mediante uma
aprovação por escrito do órgão ambiental competente (CALDEIRA & CHAVES,
2011).
Com relação a APPs, a resolução do CONAMA, de n° 429 de 28 de
fevereiro de 2011 dispõe sobre a metodologia de recuperação e determina em seu
artigo 6º que as atividades de manejo agroflorestal sustentável poderão ser
aplicadas na recuperação desde que praticadas na pequena propriedade ou posse
rural familiar e respeitados e cumpridos os critérios técnicos. Esta resolução
demonstrou a preocupação com a qualidade dos consórcios e consequentemente a
maneira como estava sendo promovida a recuperação com base nos dispositivos
que permitem o uso de SAFs. Em seu Capítulo III, artigo 3º, regulamentou as
metodologias que podem ser utilizadas na recuperação de APP, a saber:

“I - Condução da regeneração natural de espécies nativas;


II - plantio de espécies nativas; e
III - plantio de espécies nativas conjugado com a condução da regeneração
natural de espécies nativas”.
Ainda no Capítulo IV desta resolução:

“Art. 6º As atividades de manejo agroflorestal sustentável praticadas


na pequena propriedade ou posse rural familiar, conforme previsto no
Código Florestal, poderão ser aplicadas na recuperação de APPs,
desde que observados:
I – o preparo do solo e controle da erosão quando necessário;
II – a recomposição e manutenção da fisionomia vegetal nativa,
mantendo permanentemente a cobertura do solo;
III – a limitação do uso de insumos agroquímicos, priorizando-se o
uso de adubação verde;
29

IV – a não utilização e controle de espécies ruderais e exóticas


invasoras;
V – a restrição do uso da área para pastejo de animais domésticos,
ressalvado o disposto no art. 11 da Resolução CONAMA Nº 369/06;
VI – a consorciação com espécies agrícolas de cultivos anuais;
VII – a consorciação de espécies perenes, nativas ou exóticas não
invasoras, destinadas à produção e coleta de produtos não
madeireiros, como por exemplo fibras, folhas, frutos ou sementes;
VIII – a manutenção das mudas estabelecidas, plantadas e/ou
germinadas, mediante coroamento, controle de fatores de
perturbação como espécies competidoras, insetos, fogo ou outros e
cercamento ou isolamento da área, quando necessário”.
Com a resolução do CONAMA n° 429 de 28 de fevereiro de 2011 a
intervenção em APP é finalmente regulamentada, permitindo as atividades de
plantios com espécies nativas, de acordo com o estabelecido pelo órgão ambiental
competente. A norma também deixou clara a incompatibilidade dos SAFs
silvipastoris e agrossilvipastoris que cogitam as atividades de pecuária nas áreas
protegidas devido à restrição do uso da área para pastejo de animais domésticos
(LEITE, 2014).
O novo Código Florestal (Lei 12.651/12) acompanhou o entendimento da
exploração agroflorestal sustentável e do manejo florestal sustentável. Reconhece
algumas metodologias e estratégias que podem ser mais facilmente adequadas para
a recuperação de APPs da pequena propriedade ou posse rural familiar. Entre estas
estratégias estão o plantio de espécies nativas e/ou a condução de regeneração
natural de espécies nativas e o plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou
de ciclo longo, exóticas com nativas de ocorrência regional, em até 50 % da área
total a ser recomposta (LEITE, 2014).
O novo contexto legal permite a utilização de SAFs na pequena
propriedade, mesmo em áreas não degradadas, mediante uma autorização prévia
do órgão estadual competente. Apesar disto, alguns autores discordam da
necessidade de liberação das APPs para os SAFs. Karsten e Silva (2012) entendem
que é desnecessário a legislação permitir utilizar áreas tão pequenas para cultivo
através de SAF, pois se a intervenção com finalidade puramente comercial ou de
subsistência não for conduzida corretamente pode transformar estas áreas passíveis
de uso para agricultura, perdendo sua função original.
Martins; Ranieri & Lima (2014) também são críticos quanto à abertura da
legislação sobre o assunto e demonstram a mesma preocupação para as ARLs,
apesar da flexibilidade maior que estas sempre tiveram na legislação em relação às
30

APPs. Vicente et. al. (2009), por outro lado, defendem o uso dos SAFs em APP,
após estudar o contexto de agroflorestas sucessionais com agricultores de Santa
Catarina, concluindo que as mesmas estariam mais protegidas e conservadas com o
os SAFs, do que desprovidas de manejo agroflorestal.
Leite (2014), ao pesquisar sobre o assunto mais profundamente e
utilizando-se de um caso que envolve a utilização de SAF em uma área de APP no
Distrito Federal, desenvolveu uma matriz de conformidade para avaliar o sistema do
tipo agrisilvicultural. A matriz teve como objetivo avaliar se o sistema desenvolvido
atendia a uma série de requisitos legais para a recuperação de espaços protegidos
por lei. Na confecção da referida matriz utilizou como base os seguintes
instrumentos legais: a Constituição Federal de 1988, a Resolução CONAMA n°
429/2011 e a Lei 12.651 de 2012. O pesquisador analisou a situação esgotando
todas as variáveis legais que pudessem inviabilizar a aplicação do SAF na área de
APP estudada e concluiu que o SAF implantado foi viável legalmente na ocasião
sendo, portanto favorável à continuidade de execução do mesmo na APP (LEITE,
2014).
No caso da Reserva Legal, apesar da função de conservação e permissão
quanto ao manejo florestal, há também a preocupação quanto ao uso dos SAFs
quando estes estão adequados para uma plena recuperação. Apesar de ressalvas,
todos os autores citados anteriormente concordam que os SAFs constituem
alternativas adequadas para recuperação de áreas degradadas, tanto de APP como
de Reserva legal.

3.4. A recuperação de áreas degradadas de mata atlântica em Sergipe

O Domínio da Mata Atlântica (DMA) em Sergipe abrange aproximadamente


uma faixa de até 40 km de largura, estendendo-se de sul para o norte, cruzando o
estado e penetrando para o interior onde a vegetação arbórea da restinga é
totalmente substituída pela de mata (SANTOS & SANTOS; 2006). A Floresta
Estacional Semidecidual (FES) corresponde a cerca de 7,1% do total de área
referente à lei de Mata Atlântica para o estado de Sergipe, já descontado o
percentual de vegetação de mangue e restingas (SOS MATA ATLÂNTICA, 2015).
31

A Figura 1 mostra a vegetação primitiva do estado de Sergipe, conforme o


Zoneamento ecológico-florestal do Estado de Sergipe. Os maiores remanescentes
de FES localizam-se no sul do estado conforme representado na figura, que a
denomina como “floresta mesófila semidecídua” (GOVERNO DE SERGIPE, 1976).

Figura 1 - Vegetação Primitiva do Estado de Sergipe, conforme o Zoneamento Ecológico –


Florestal do Estado de Sergipe.
Fonte: GOVERNO DE SERGIPE (1976).

Os trabalhos de campo realizados para elaboração do Diagnóstico Florestal


do Estado de Sergipe confirmaram a grave condição de fragmentação da vegetação
de Mata Atlântica no estado. A maioria dos remanescentes florestais é menor que 50
ha e se encontra bastante alterada, ocasionando vários prejuízos à biodiversidade e
demais recursos ambientais associados (GOVERNO DE SERGIPE, 2012).
O número de averbações de Reservas Legais das propriedades no estado é
baixo, considerando que todo o estado possuía até o ano de 2011 apenas 11 % do
que estabelecia a legislação ambiental à época. Isso prejudicou a conservação da
vegetação nativa de Mata Atlântica remanescente que está presente em 21
municípios do estado (VEIRA et. al., 2013).
32

Pelos dados divulgados do CAR, até o mês de julho de 2015, o percentual de


Reserva Legal declarado para o estado de Sergipe foi de aproximadamente 14 % do
total esperado e dos 42.373 ha computados até a emissão do respectivo relatório
situacional, aproximadamente 16 % das RLs cadastradas possuía vegetação nativa.
Em relação às APPs os dados mostram que do total de propriedades cadastradas
até julho de 2015, apenas 23,9 % possuem vegetação nativa e a área cadastrada
equivalia a 2,63 %do total. Pelo declarado de vegetação nativa, tanto na RL como
na APP, ainda não quer dizer que esta vegetação satisfaça a condição de área
conservada ou preservada, pois o CAR em um primeiro momento é apenas
declaratório e não leva em consideração o estado de conservação das áreas. Assim,
o cenário de degradação no estado pode ser bem maior do que o esperado
(BRASIL, 2014).
Ainda segundo os dados do CAR para julho de 2015, há o predomínio de
pequenas propriedades rurais no estado de Sergipe, pois aproximadamente 91,6%
de propriedades estão entre 0 a 4 módulos fiscais. O restante constitui propriedades
de 4 a 15 módulos fiscais (6, 37 %) e acima de 15 módulos fiscais (2,03 %).
Pela pesquisa de PRADs de Mata Atlântica (FES) que foram apresentados ao
IBAMA para o estado de Sergipe, nos últimos 10 anos, cujas informações estão
resumidas no Quadro 1, pode ter uma ideia do universo de áreas sujeitas a
recuperação no estado. Os dados mostram que as áreas degradadas de FES
submetidas aos PRADs em Sergipe podem ser divididas em dois grupos. Um grupo
de áreas desmatadas e que continuam sendo utilizadas com agropecuária e outro
composto de áreas que, após o desmate, apresentam cobertura florestal incipiente,
decorrente do abandono e da falta de condução da regeneração natural inicial.
Para apresentação dos PRADs ao Ibama, existe uma norma específica, a
Instrução Normativa n° 04, de 13 de abril de 2011. Esta norma trata dos
procedimentos relativos à reparação de danos ambientais e o estabelecimento de
exigências mínimas para nortear a elaboração de PRADs ou áreas Alteradas
(BRASIL, 2011).
33

Quadro 1 - Relação de propostas de recuperação de áreas degradadas e alteradas


apresentadas ao Ibama do Estado de Sergipe

PRAD Condição atual da área Método proposto Detalhamento das operações iniciais

Desmatada, uso Arborização de toda a Plantio de mudas em espaçamento 3 x


A
agropecuário. área. 1,5 m de, 8 espécies nativas.

Desmatada, com
Condução da Isolamento da área, controle semestral
B regeneração natural
regeneração natural. com roçagem manual.
inicial.

Plantio de mudas em espaçamento 3 x


Arborização de toda a
C Desmatada para pecuária. 2m controle de formigas, 14 espécies
área.
nativas.

APP desmatada,
Arborização de parte Enriquecimento de mudas nativas e
D regeneração em parte da
da área. condução de regeneração natural.
área.

Plantio de mudas em espaçamento


APP com uso Arborização de toda a
E 4x4m, 11 espécies nativas, controle de
agropecuário. área.
formigas, adubação e cercamento.

Plantio de mudas, espécies nativas (18)


APP desmatada, em Arborização de parte
F e exóticas (3), Controle de formigas,
regeneração inicial. da área.
cercamento.

Enriquecimento com 10 espécies


Desmatada para fins Arborização de parte
G nativas, condução da regeneração
agropecuários. da área.
natural, adubação inicial, cercamento.

Plantio de mudas nativas 3 x 2 m, 15


Desmatada para uso Arborização de toda a
H espécies, combate a formigas, roçagem
agropecuário. área.
e adubação inicial.

Enriquecimento com mudas nativas, 10


Arborização de parte espécies, adubação inicial e de
I APP desmatada.
da área. cobertura, cercamento e condução da
regeneração natural.

Plantio de mudas nativas em


Desmatada, uso Arborização de toda a espaçamento 4x4, 11 espécies.
J
agropecuário. área. Adubação, calagem, controle de
formigas e cercamento.

Corte seletivo das plantas invasoras,


APP desmatada, com Rearborização de
controle de formigas, cercamento da
K presença de espécies toda a área, após
área, plantio de mudas nativas, 21
exóticas. retirada de exóticas.
espécies.

Plantio de mudas, 10 espécies nativas,


APP desmatada, uso Arborização de toda a isolamento, adubação de cobertura,
L
agropecuário. área. aceiros e controle de formigas, capinas
manuais.
Fonte: DOCIBAMA (2015).
34

Geralmente os PRADs apresentados e que reúnem o arcabouço


metodológico da recuperação ambiental necessitam de melhorias em relação ao
embasamento técnico. A simples proposição de plantio de mudas nativas, por
exemplo, não garantirá a reconstrução da Mata Atlântica, pois deve haver a
continuidade e o desenvolvimento da floresta no espaço e no tempo (RODRIGUES
& GANDOLFI, 2000).
No entanto, os PRADs são elaborados sem a preocupação de que irão atingir
os seus objetivos e a sua execução é precária. Na maioria das vezes, as mudas são
introduzidas no campo, mas por falta de manutenção e cuidados não se
desenvolvem e morrem, pois não conseguem competir com as invasoras ou com as
gramíneas já existentes na área.
Dificilmente, os proponentes dos PRADs indicam mais do que 15 espécies
para plantio e no caso das áreas onde a regeneração natural tem início, as
propostas de enriquecimento com nativas muitas vezes não são colocadas em
prática, apesar de embasadas na literatura. Também não se acusa a menção da
estratégia de SAFs na recuperação das áreas submetidas aos PRAD no estado de
Sergipe.
Siqueira et. al. (2004) mapearam as áreas degradadas do estado e realizaram
alguns experimentos com consórcios de milho, feijão e mandioca com espécies
leguminosas. Os resultados foram comparados com o plantio de milho em
monocultura (controle) no sul do estado de Sergipe. De acordo com o estudo
realizado, foram encontrados resultados bastante favoráveis com relação amandioca
e atribuiu ao consorciamento realizado.
O estudo demonstra que as culturas no SAF apresentaram resultados
favoráveis à produção, que no caso do milho e do feijão, praticamente não tiveram
resultados favoráveis de produção para a monocultura instalada nas condições
relatadas, provavelmente por limitações quanto aos teores de matéria orgânica
desejáveis no solo (SIQUEIRA et. al.,2004). Aliás, este é um dos problemas graves
que ocorrem nos solos do sul do Estado de Sergipe, que apesar de serem
classificados como argilosos, estão sem aptidão agrícola ou bastante restritos em
sua maioria. A causa da degradação está no desmatamento para obtenção de lenha
e madeira para uso doméstico e comercial, a formação de pastagens e as práticas
de cultivos inadequados, fazendo com que os solos se tornem erodidos, onde antes
35

eram cobertos por farta cobertura vegetal de Mata Atlântica (SANTOS & SANTOS;
2006).
Fontes et. al. (2013) também pesquisaram sobre SAFs no estado de Sergipe.
Acusam a falta de conhecimento do emprego das práticas agroflorestais e relatam
que pode ser amenizada, sobretudo nos tipos de sistemas já concebidos, pelo fato
dos agricultores já terem a compreensão de que cada espécie utilizada no sistema
tem seu tempo e seu espaço, podendo sim serem cultivadas em consórcios visando
à recuperação ambiental de áreas degradadas e dessa maneira contribuir para as
questões ambientais e econômicas.
Em seus estudos ambos os autores concordam, seja pelo enfoque
socioeconômico (FONTES et. al., 2013), ou pelo técnico (SIQUEIRA et. al.,2004) de
que é viável fomentar os sistemas agroflorestais em Sergipe, pelo menos na região
sul do estado.
O Plano Nacional de Recuperação da vegetação Nativa (PLANAVEG) prevê a
realização de um levantamento de terras adequadas ao uso agroflorestal, o que
incluiria o estado de Sergipe. Nele, a agrossilvicultura é cogitada como potencial
para a segurança alimentar e para o surgimento de novos mercados oriundos da
implantação dos SAFs. Mas isto não parece ter relação direta com as áreas
protegidas, apesar do plano também reconhecer, de forma modesta, o potencial dos
SAFs para recuperação de áreas degradadas a partir de exemplos bem-sucedidos
na África (BRASIL, 2014a).
Para que a conservação e a produção ocorram simultaneamente, podem ser
adotados os SAFs, como forma de viabilizar os trabalhos de recuperação. Estes
apesar de originalmente serem sistemas de produção, podem adquirir tecnicamente
uma função conservacionista nas áreas protegidas (MORAES et. al., 2006). Para
isso devem ser considerados alguns critérios presentes na restauração convencional
como escolha adequada das espécies a serem plantadas, a diversidade de plantio,
as práticas típicas de manejo (variam entre sítios dependendo dos fatores
limitantes), o período de manejo e as mudanças ambientais previstas ao longo do
tempo (VIEIRA, HOLL & PENEIREIRO, 2009).
Os SAFs são utilizados mesmo que temporariamente em áreas em processo
de restauração, levando-se em conta que constituem sistemas produtivos
diversificados e com estrutura semelhante àquela da vegetação original e que
36

promovem melhorias relacionadas ás condições do solo e às interações positivas


entre seus componentes (FÁVERO; LOVO & MENDONÇA, 2008).

3.4.1 A proposta de recuperação com SAFs em áreas degradadas com


agropecuária

O levantamento de PRAD de FES apresentado ao Ibama de Sergipe nos


últimos 10 anos mostra que os SAFs não vêm sendo recomendados em Sergipe.
Pela descrição da situação inicial das áreas degradadas, dois tipos de áreas são
observados para a recuperação no estado: as áreas degradadas com agropecuária
e as áreas com regeneração natural incidente.
Nos casos em que a Floresta Estacional Semidecidual foi substituída por
agricultura ou pastagem e deram origem a degradação ambiental (Figura 2), os
SAFs podem desempenhar uma função importante na restauração florestal
viabilizando as operações iniciais (STANTURF; PALIK & DUMROESE, 2014). As
operações iniciais incluem o preparo do terreno, o plantio das mudas, a adubação, o
controle de formigas, os tratos silviculturais necessários para o controle de
invasoras, por exemplo.
Pouco se discute na literatura sobre o fato de que sistemas agroflorestais
simples podem ser utilizados como base para constituir uma fase intermediária entre
o estado degradado de uma área e a sua restauração, considerando que neste
intervalo de tempo ainda pode haver geração de renda, diminuição de custos iniciais
de restauração e adiamento do período de tempo do manejo necessário à
restauração da floresta (VIEIRA, HOLL & PENEIREIRO, 2009).
Para que haja a garantia de atendimento dos critérios relacionados à
restauração, várias adaptações foram providenciadas junto aos SAFs
agrissilviculturais simples para que estes atendam plenamente às questões
protetivas. Os SAFs originais contêm geralmente poucas espécies, duas ou três, e
apesar se serem como agroflorestas, em muitos casos não incorporam as
características desejáveis, pois apresentam biodiversidade muito baixa e reduzida
complexidade na composição de espécies (ROCHA, 2006).
37

Para contornar o problema de baixa diversidade de espécies e garantir a


biodiversidade, é mencionado na literatura o modelo denominado agrosucessional.
Este SAF consorcia culturas agrícolas com o componente arbóreo, que por sua vez
é composto por uma diversidade de árvores nativas. É na verdade uma junção entre
o SAF simples tipo “taungya” e o SAF complexo denominado “sucessional” (VIEIRA,
HOLL & PENEIREIRO, 2009).
No Quadro 2, encontram-se descritas as diferenças entre a restauração
convencional, os SAFs “taungya”, sucessional e agrosucessional, sendo este último
o indicado para recuperação das áreas de FES como as da Figura 2, na Mata
Atlântica de Sergipe.
O SAF agrosucessional já vem sendo aplicado com sucesso em
assentamentos rurais do Pontal do Paranapanema no estado de São Paulo. Foi
concebido a partir de parcerias com o poder público, Organizações Não
Governamentais (ONGs) e empresas privadas junto à participação de agricultores
de assentamentos de reforma agrária. O objetivo principal é o de recuperação de
áreas degradadas utilizando SAFs com espécies nativas (PILLA et al., 2013). Outro
objetivo é o aproveitamento das áreas de produção, gerando receitas em curto,
médio e longo prazo (CULLEN et al., 2006, RODRIGUES et al., 2008).

Figura 2 - Áreas com atividades agropecuárias típicas de recuperação e submetidas a


PRAD no estado de Sergipe.
Fonte: Acervo fotográfico próprio (2012).
38

Quadro 2 - Comparação da restauração convencional com os sistemas agroflorestais


incluindo as principais características de cada um, e a proposta do modelo
Agrosucessional

Características Restauração Taungya Sucessional Agrosucessional

Simultaneamente
Acelerar a sucessão
produzir uma escala
secundária e criar
de culturas anuais e
uma floresta
perenes além de
Simultaneamente estratificada
Acelerar a sucessão árvores que
produzir culturas e verticalmente,
secundária e criar oferecerão madeira e
madeira, mantendo produzir culturas no
Objetivos uma floresta alimento ao longo do
os proprietários de estágio inicial para
estratificada tempo; criar um
terras com alimento minimizar os custos
verticalmente. sistema de agricultura
ao longo do tempo. de restauração e
estratificado
envolver os
verticalmente que
fazendeiros na
imite a sucessão
restauração.
natural.

Mudas de árvores
nativas, sementes de
Mudas de árvores e Sementes e mudas
Espécies Mudas de árvores árvores (em alguns
culturas anuais ou de árvores, culturas
plantadas nativas. casos, Culturas
bianuais. anuais e bianuais
anuais, bianuais e/ou
perenes.
Algumas a muitas
Muitas espécies de Grande número de
espécies de árvores, Algumas espécies
Diversidade de árvores e culturas nativas com alta
grande número de de cultivo a muitas
plantio com alta diversidade diversidade funcional
espécies nativas espécies de árvores
de funções. recomendada.
recomendadas
Controle de ervas Controle de ervas
daninhas, podas de daninhas, Poda de
árvores e arbustos árvores e arbustos
Práticas típicas
para manejo da para manejo da
de manejo
Controle de ervas sucessão, uso de sucessão, uso de
(variam entre Controle de ervas
daninhas, cortes de poda para cortes de poda para
sítios, daninhas, fertilização
fertilização e adubação verde e adubação verde e
dependendo dos e irrigação.
irrigação. substituição de substituição de
fatores
espécies de culturas espécies de cultivo
limitantes)
anuais por espécies por árvores de
cultivadas em longo espécies de estágios
prazo (ex. frutíferas). de sucessão tardios.
Período de Poucos anos a Poucos anos a
Geralmente 1-3 anos Poucos anos
manejo décadas décadas
Melhorar o
microclima e a Melhorar o microclima
Melhorar o Melhorar o microclima
fertilidade do solo, e a fertilidade do solo,
microclima e a e a fertilidade do solo,
aumentar a aumentar a dispersão
Mudanças fertilidade do solo e aumentar a dispersão
dispersão de de sementes pela
ambientais ao eliminar com de sementes, eliminar
sementes pela fauna, eliminar com
longo do tempo sombreamento com sombreamento
fauna, eliminar com sombreamento
gramas e espécies gramas e espécies
sombreamento gramas e espécies
indesejáveis. indesejáveis.
gramas e espécies indesejáveis.
indesejáveis.
Fonte: Adaptado de Vieira, Holl; Peneireiro, (2009).
39

Quanto ao arranjo e às espécies agrícolas, várias culturas vêm sendo


implantadas em consórcios com espécies arbóreas, mas para a pequena
propriedade, o consórcio agroflorestal com mandioca (Manilhot suculenta Crant.)
merece destaque. Por ser a mandioca uma espécie que tolera mais a sombra do
que outras e ser viável em áreas menores onde o cultivo de grão não é rentável
(CULLEN et al., 2006). Pode ser uma grande alternativa para as áreas degradadas
no estado de Sergipe.
Em propriedades menores como é o caso da maioria das propriedades no
estado de Sergipe, poderia se admitir, além do milho (Figura 3) como cultura
agrícola consorciada, o feijão, o amendoim, a mandioca, o maxixe, o quiabo, a
abóbora, e até a mamona, conforme os exemplos bem-sucedidos do Pontal do
Paranapanema, SP. (CULLEN et al., 2006; RODRIGUES et al., 2008; RODRIGUES
et al., 2007).

Figura 3 – Modelo agrosucessional com cultura de milho no Pontal do Paranapanema, SP.


Fonte: Acervo fotográfico próprio (2003).

O consorciamento da mandioca é estratégico, sobretudo na agricultura


familiar do nordeste brasileiro. É que a agricultura de subsistência contempla
geralmente o cultivo destas variedades, pois revelam-se como adaptação cultural
dos agricultores dos trópicos, em resposta aos problemas de armazenamento
inerentes ao clima quente e úmido, pois o cultivo de raízes não necessita de colheita
40

imediata (STEENBOCK et.al.,2013). Além disso, o plantio de mandioca com


arbóreas nativas não causaria problemas de erosão devido ao manuseio do solo na
colheita ou danos relacionados às raízes das árvores desde que se respeite um
distanciamento apropriado entre os componentes do SAF (SCHLÖNVOIGT, 1998).
Um espaçamento apropriado (3,0 por 1,5 m), como o da Figura 4, por
exemplo, não trouxe prejuízo às árvores pela presença da cultura de mandioca nas
entre linhas de árvores nativas, sendo verificada uma redução de até 19 % no custo
de implantação do plantio em alguns casos estudados (DARONCO; MELO &
MACHADO, 2012). Neste modelo as mudas de árvores nativas são plantadas em
linha como em um plantio convencional onde as mudas ficam 1, 5 m entre si. A
diferença é que dividem o espaço entre as fileiras plantadas com a mandioca.

Figura 4 - Sugestão de espaçamento para consorciamento de cultura da mandioca com


nativas.
Fonte: (DARONCO; MELO; MACHADO, 2012, p.293).

Na Figura 5 pode se ter ideia do arranjo do SAF em campo. Para áreas fora
de APP em que a declividade é baixa há ainda a possibilidade de operações com
máquinas e implementos agrícolas motorizados. O preparo do solo é estratégico
pois viabiliza um controle inicial das invasoras, facilitando o plantio. A maioria das
propriedades no estado de Sergipe oferece condições para esta estratégia.
41

Figura 5 - Modelo agrosucessional no Pontal do Paranapanema (SP), com mandioca nas


entre linhas.
Fonte: Acervo fotográfico próprio (2003).

Há também os arranjos onde outras espécies podem ser contempladas com


as árvores nativas, sobretudo as leguminosas, pelos benefícios que estas trazem ao
solo. Beltrame & Rodrigues (2007) avaliaram a recuperação de uma área degradada
na região do Pontal do Paranapanema (SP) com sistemas agroflorestais e chegaram
à conclusão de que o plantio da leguminosa conhecida como feijão guandu (Cajanus
cajam) auxiliou no desenvolvimento das mudas de árvores nativas, reduzindo a
mortalidade, aumentando a área basal e a altura dos indivíduos (Figura 6).
A utilização de leguminosas revela-se bastante promissora para o aumento
dos teores de carbono orgânico total do solo (COT) e da capacidade de troca
catiônica (CTC), indicando serem viáveis na recuperação de solos degradados
característicos de áreas que sofreram desmates ao longo dos anos (SANTOS et. al.,
2001).
42

Figura 6 - Modelo contemplando leguminosas como o feijão guandu, no estado de São


Paulo, região do Pontal do Paranapanema.
Fonte: BELTRAME & RODRIGUES (2007).

Em relação aos plantios convencionais, considerando os atributos físicos e


químicos do solo, o ganho é constatado pelas melhorias nos teores de matéria
orgânica do solo (MOS), densidade, porosidade, estados de agregação e
compactação (SILVA et.al., 2011; CARVALHO; GOEDERT & ARMANDO, 2004). O
manejo da MOS é essencial dentro da área a ser restaurada, considerando que ela
responde por grande parte da capacidade de troca catiônica (CTC) e o seu aumento
contribui para a retenção de cátions (SILVA et al., 2011) e que preserva e, ou
contribui para melhoras das propriedades químicas do solo dentro do sistema , similar
ao que ocorre na floresta natural (MENEZES et. al. 2008). Em outras palavras, na
pior das hipóteses as perdas serão menores do que nos sistemas convencionais.
Também há a alternativa de utilização de árvores leguminosas fixadoras de
nitrogênio que formam associações com as micorrizas, como as espécies do gênero
Acacia, Sesbania, Leucaena, Gliricidia, Calliandra, Prosopis (ENGEL, 2003). Em
consórcios agroflorestais implantados na Zona da Mata Mineira, com plantios de
café e com espécies arbóreas de leguminosas, em que os resíduos foram
incorporados ao solo também foi constatada uma liberação mais eficiente e rápida
de fósforo (P) sob a forma disponível para as plantas. Isto sugere que os SAFs são
estratégicos também na recuperação dos solos degradados (MATOS et. al. 2011).
43

A grande vantagem da utilização de SAFs na recuperação de áreas


degradadas como as encontradas no estado de Sergipe é que, além da melhoria
das condições do solo, ocorre a diminuição dos custos de manutenção e um maior
envolvimento do proprietário na recuperação ambiental, sobretudo do pequeno
agricultor (VIEIRA, HOLL & PENEIREIRO, 2009). O agricultor cultiva entre as fileiras
de árvores nativas, cuida destas controlando as invasoras, as pragas e fornecendo a
adubação necessária até que estas cresçam a ponto de a sombra dificultar ou até
mesmo impedir o cultivo das variedades agrícolas. Daí em diante, outras variedades
tolerantes ao sombreamento entrarão no SAF. O manejo segue até que o SAF atinja
maior complexidade, sendo por isso considerado complementar ao mais simples,
quando ainda não havia o dossel da floresta (BUCK et. al. 1999).
A ciclagem de nutrientes acontece a partir da deposição de serapilheira no
solo da área em recuperação e as perdas também podem ser representadas
principalmente pelos processos erosivos que podem acontecer além da lixiviação e
outros fatores em menor escala. Principalmente nos trópicos, onde os solos
caracterizam-se por apresentar restrições quanto aos atributos químicos (baixo
conteúdo de bases trocáveis, reservas baixas de nutrientes e elevados teores de
alumínio) e consequente indisponibilidade de fósforo, este detalhe pode fazer a
grande diferença e deve ser considerado no manejo (SZOTT; FERNANDES &
SANCHEZ, 1991). Dessa forma, a estratégia deverá considerar as adubações
previstas na restauração convencional e avaliar a necessidade nutricional das
mudas no campo.
Espera-se que mais adiante, com a formação do dossel, o manejo deva
prosseguir colocando-se em prática novas adequações que garantam a
sustentabilidade do SAF, pois estes só serão sustentáveis se as entradas forem
maiores que as saídas (SZOTT; FERNANDES & SANCHEZ, 1991). É neste
momento que os conceitos de SAF complexos entrariam em cena, igualando-se a
estratégia de recuperação das áreas que já apresentam uma fisionomia florestal.
44

3.4.2. A proposta de recuperação com SAF, de áreas alteradas com


regeneração natural em Sergipe

Outro tipo de área degradada observado na pesquisa de PRADs


apresentados ao Ibama no estado de Sergipe, refere-se àquelas com fragmentos
florestais alterados (Figura 7). Alguns possuem fontes de propágulo próximas, o que
os tornam mais facilmente suscetíveis à condução do processo de regeneração
natural, a exemplo do conduzido por Götsch (1996). Também estão sujeitas a este
tipo de SAF, as áreas degradadas recuperadas a partir do modelo agrosucessional e
que já possuem cobertura florestal formada a partir do terceiro ano, em decorrência
do sucesso da estratégia inicial.

Figura 7 (A e B). Áreas alteradas com regeneração natural incipiente no Estado de Sergipe.
Fonte: Arquivo fotográfico próprio (2012).

Convencionalmente, o enriquecimento da área com a introdução de


espécies arbóreas nativas adaptadas ao sombreamento geralmente é proposto. A
estratégia para o manejo de áreas de capoeiras onde o processo de sucessão está
estático ou onde existe a necessidade de indução da regeneração natural, deve
promover a estratificação horizontal e vertical da floresta, desejáveis à recuperação
(SOUZA & PIÑA-RODRIGUES, 2013).
No modelo em uso, não se leva em consideração as potencialidades do
SAF, dispensando-o como estratégia de recuperação. Apesar da introdução de
espécies agrícolas mais tradicionais ficar prejudicada, pois muitas espécies não são
tolerantes ao sombreamento, os arranjos devem ser testados para atender as
45

demandas ecológicas locais e as socioculturais, caso não se deseje os modelos já


aprovados e consagrados com espécies frutíferas (AMADOR & VIANA, 1998).
Na região do Sul do estado de Sergipe são encontradas algumas iniciativas
de SAFs. Fontes et. al. (2013) estudando a questão socioeconômica que envolve
modelos alternativos de agricultura, identificaram um grupo de agricultores de 4
comunidades que discutem, praticam e experimentam alternativas ligadas às
práticas agrícolas de base ecológica. Os autores informam que o SAF adotado
pelos agricultores foi classificado como sucessional, pois segundo eles o estilo
produtivo se adequa à realidade de agricultura familiar local. A maioria dos
agricultores que optou por instalar SAFs em suas propriedades não fez para
recuperação de área degradada. Apenas um caso foi associado a esta finalidade,
mas não mencionam detalhes da estratégia.
É conveniente que se proceda a uma avaliação prévia nas áreas a serem
submetidas aos SAFs e verificar as espécies potenciais a serem introduzidas. Para
isto, Amador & Viana (1998), recomendam critérios que podem auxiliar na tomada
de decisão e que determinam a categoria da área. A Tabela 2 resume com base
nesses autores, o manejo inicialmente indicado para as áreas.

Tabela 2 – Fluxo de tomada de decisões para indicativo de manejo com base nos critérios
de avaliação.

Classe Média INTERVENÇÃO MANEJO

Manejo da vegetação nativa; enriquecimento


X 3 Opcional
com espécies arbóreas

Controle seletivo do cipó; enriquecimento


Y 2 Necessária com espécies tolerantes e plantio de
frutíferas nativas

Corte de cipós; plantio de espécies agrícolas


Z 1 Urgente e arbóreas pioneiras e oportunistas (agrícolas
e nativas)
Fonte: Adaptado de AMADOR & VIANA, (1998).

Alguns parâmetros como o nível de luminosidade, que tem relação com a


cobertura foliar em quantidade e qualidade; a densidade da regeneração natural, e a
dominância de espécies com comportamento agressivo, atribuindo pesos a estas
46

observações: (i) Nível de luminosidade: Alto=1; médio=2; Baixo=3; · (ii) Densidade


de regeneração: Alta=3; Média=2; Baixa=1 e (iii) Dominância de espécie com
comportamento agressivo: Alta=1; Média=2; Baixa=3, são úteis para uma correta
avaliação.
A matéria orgânica é outra variável bastante comentada na literatura,
quando se busca informações sobre estes tipos de SAF. Como ela é introduzida da
vegetação para o solo através da serapilheira, que por sua vez é definida pelas
espécies que compõem o dossel da floresta, a composição das espécies na floresta
é um fator que merece bastante atenção e cuidados (PENEIREIRO, 1999).
Em fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual próximos a
remanescentes de região da Mata Atlântica em Viçosa MG foram encontrados altos
valores de produção e de decomposição de serapilheira em SAF multiestratos. Os
autores atribuíram os resultados à regeneração de espécies nativas dentro da área,
uma vez que foi incentivada a chegada de propágulos de espécies nativas no SAF,
sendo que a produção anual de serapilheira apresentou valores equivalentes à de
uma floresta nativa (ARATO; MARTINS & FERRARI, 2003).
Silveira et.al. (2007) também encontraram elevados valores de produção de
serapilheira em um SAF Sucessional quando experimentalmente comparam além de
modelos de SAF que empregam a bananeira, também a cultura plantada sozinha e
uma capoeira. Segundo os autores, o aporte de serapilheira promovido pelos SAFs
e a consequente disponibilidade de nutrientes envolvidos neste tipo de sistema os
configuram como promissores na recomposição de formações vegetais de Mata
Atlântica.
O aporte de serapilheira, assim como no caso de incorporação de material
procedente de leguminosas consorciadas aos sistemas mais simples, influencia na
física e fertilidade do solo devido ao aporte de matéria orgânica e consequentemente
de carbono orgânico, o que colabora para diminuição da acidez trocável (FÁVERO;
LOVO & MENDONÇA). Também a MOS colabora elevando o pH do solo e
reduzindo a saturação por alumínio (Al), devido à complexação do Al livre em
solução aumentando os teores de nutrientes ao longo do perfil do solo (IWATA et.
al., 2012). Tudo isso levando a uma melhoria do solo e ao sucesso da recuperação.
Apesar da fertilidade em um solo submetido a um sistema agroflorestal mais
complexo como o sucessional aparentemente ser melhor, da mesma forma que no
outro mais simples, também pode haver necessidade de insumos externos para
47

correções de limitações. Não só início do manejo, mas também durante todo o ciclo
quando se considera a exportação de nutrientes por meio da retirada de produtos
para comercialização, esgotando reservas naturais de nutrientes do solo (SILVA
et.al., 2011). Dessa forma, o que se propõe não é dispensar a necessidade de
adubações que o plantio de mudas nativas ou as culturas consorciadas necessitarão
no início, mas garantir o manejo de forma constante.
Em sistemas baseados na sucessão nutrientes permanecem no sistema
pela ciclagem biogeoquímica intensa proporcionada pela prática de manejo e podem
contribuir para a elevação do pH e o aumento da fertilidade do solo. Um exemplo
refere-se à maior disponibilidade de P. Estes resultados estão diretamente
condicionados pela prática da poda e do manejo e que comprovadamente aceleram
o processo de recuperação da fertilidade do solo auxiliando no processo de
recuperação (PENEIREIRO, 1999).
48

4 CONCLUSÕES

Diante do constatado na revisão de literatura pode-se concluir que:


a) O montante de áreas degradadas e alteradas de APPs e Reserva legal de
Floresta Estacional Semidecidual a serem recuperadas e que abrangem as
propriedades rurais, por força da lei 12.651/12 é bastante considerável diante do
nível de degradação da Mata Atlântica do estado de Sergipe;
b) Os Projetos de Recuperação que vêm sendo apresentados para
cumprimento da obrigação de reparar as áreas degradadas e alteradas em Sergipe
sugerem a necessidade de estratégias inovadoras, como a utilização de SAFs na
restauração;
c) Foram identificados dois tipos principais de áreas degradadas e alteradas
da Floresta Estacional Semidecidual de Mata Atlântica, os quais podem ser
submetidos à recuperação através de SAFs: áreas desmatadas, com atividades
agropecuárias e áreas que possuem regeneração natural incipiente;
a) A pesquisa bibliográfica realizada aponta algumas iniciativas de SAFs
sucessionais no Sul do estado de Sergipe, onde a FES possui maior ocorrência,
porém não há registros do uso de SAFs para a recuperação de áreas degradadas
com os modelos agrosucessionais;
b) O plantio de mudas nativas e o enriquecimento de fragmentos florestais
nas áreas degradadas com espécies nativas, podem ser realizados a partir de
estratégias que utilizem o conceito de Sistemas Agroflorestais e podem ser adotadas
para propriedades em Sergipe, principalmente no sul do Estado;
c) O SAF agrosucessional, utilizando-se culturas agrícolas em consórcio é
uma boa alternativa para as áreas degradadas, cuja a situação atual remete às
atividades agropecuárias, sendo a mandioca uma boa alternativa para
consorciamento nas pequenas propriedades;
d) O SAF sucessional para as áreas de remanescentes florestais com
estrutura alterada, podem ser recomendados, devendo haver previamente uma
avaliação técnica do tipo de cultura que poderia ser introduzida;
e) O uso de SAFs na recuperação de áreas degradadas em Sergipe pode
colaborar com a diminuição dos custos de implantação, pelo menos, nos 3 primeiros
anos de plantio;
49

f) Entre as principais contribuições dos SAFs na recuperação de áreas


degradadas de Mata Atlântica estão: a sobrevivência de mudas nativas no campo, a
geração de excedente de renda durante a fase inicial do SAF, bem como no
fragmento manejado, uma maior participação do agricultor quanto à obrigação de
recuperação das áreas protegidas e maiores incrementos de matéria orgânica e
nutrientes no solo;
g) A escassez de informações mais robustas relacionadas aos SAF deve ser
contornada a partir de políticas governamentais que envolvam ações de modo a
abordar o tema dos SAFs como estratégias de recuperação ambiental para áreas
degradadas;
h) Os SAFs para recuperação de áreas degradadas de APP e Reserva
Legal podem ser considerados viáveis do ponto de vista social, técnico e legal em
propriedades rurais no estado de Sergipe.
50

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