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Referências

SOUZA, Eduardo. Narrativas pessoais na internet: seriam os YouTubers um novo


modelo de narrador? In: XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação,
2016. São Paulo. Anais... São Paulo: Intercom, 2016, pp. 1-12.

KIELING, Alexandre S. Narrativas digitais interativas e o uso da tecnologia como


narrador implícito. Revista FAMECOS (Online), v.19, n. 3. Porto Alegre, RS: Revista
Famecos, 2012, p. 739-758.

MOTTA, Luiz Gonzaga. Análise Crítica da Narrativa. Brasília, DF: Editora


Universidade de Brasília, 2013.

Resumo e Citações

“Com isso, as narrativas não mais se restringem à lógica de produção e recepção do


conteúdo e podem incorporar novas perspectivas de construção de sentido, como a
participação da audiência e a própria incorporação da tecnologia na produção das
histórias e roteiros, conferindo “um novo estatuto classificatório à narratologia,
particularmente aquela audiovisual, introduzindo uma noção de narrativa digital”
(KIELING, 2012, p. 741)” (SOUZA, 2016, p. 2)

“Lançado em junho de 2005 por Chad Hurley, Steven Chen e Jawed Karim, ex-
funcionários do site de comércio on-line Paypal, o YouTube tinha como vantagem a
outros serviços de upload de vídeos a facilidade para que o usuário comum pudesse
produzir e publicar seu próprio material na plataforma, além de oferecer a geração de
códigos que faziam com que o conteúdo pudesse ser facilmente compartilhado em redes
sociais” (BURGESS; GREEN, 2009, p.17).

“Além disso, a partir do desenvolvimento dos recursos tecnológicos e da consolidação


da internet como plataforma de consumo e produção de informação e dados, além da
incorporação dos processos de produção pela mídia, fica mais fácil para que o público
passe a dominar tais técnicas, fazendo com que ele também se sinta capaz de produzir
suas próprias construções e divulgá-las na rede mundial de computadores;
principalmente em sites dedicados à disseminação de vídeos como o YouTube, que, em
pouco mais de dez anos de existência, saltou da condição de um repositório de material
audiovisual para uma das maiores plataformas — senão a maior — de divulgação de
vídeos do mundo, com uma média de 100 horas de vídeos sendo enviados a cada minuto
e público formado por mais de 1 bilhão de usuários” (SOUZA, 2016, p. 2)

“Esses números só corroboram a ideia defendida por alguns autores de que o homem é
um ser narrativo e necessita dessas histórias para construir sua própria existência e dar
sentido à vida. Motta (2013, p.17) estabelece que, independentemente de fatores como
cultura ou civilização, essas histórias serão encontradas e se desenrolam por meio de
uma relação que envolve tempo e eventos sucessivos, influenciando não só nossa
existência como também a de outros com os quais convivemos” (MOTTA, 2013, p. 17)

“Talvez esse seja um dos fatores que fazem do YouTube essa grande plataforma
narrativa e levam tantos usuários a compartilharem materiais nos quais eles mesmo
desempenham o papel de protagonistas, contando relatos pessoais e levanto outras
pessoas a interagir e participar de suas produções — seja os usuários comuns, por meio
de comentários nessas publicações ou utilizando o recurso de vídeos resposta, como
também aqueles que já atingiram certa fama alçada pela plataforma e são usuários
engajados na produção de conteúdo, os chamados YouTubers, que convidam seus pares
a produzirem vídeos em conjunto e, dessa forma, estabelecem uma troca de experiências
no momento da fala que resulta na construção de uma nova narrativa.” (SOUZA, 2016,
p. 2)

“Nossas vidas são nossas narrativas. Melhor dizendo, nossas narrativas tecem nossas
vidas. [...] Narrar é uma forma de dar sentido à vida. Na verdade, as narrativas são mais
que representações: são estruturas que preenchem de sentido a experiência e instituem
significado à vida humana. Narrando, construímos nosso passado, nosso presente e
nosso futuro. [...] Quando narramos algo, estamos nos produzindo e nos construindo,
construindo nossa moral, nossas leis, nossos costumes, nossos valores morais e
políticos, nossas crenças e religiões, nossos mitos pessoais e coletivos, nossas
instituições. Estamos dando sentido à vida” (MOTTA, 2013, p. 18).
“Embora o site se mostrasse de fácil navegação e usabilidade, seus vídeos ainda não
haviam atingido um grande número de visualizações e extrapolado a esfera do ambiente
digital; até que em dezembro de 2005 um vídeo intitulado “Lazy Sunday” — uma
paródia produzida pelo humorístico americano Saturday Night Live — foi visto, em
seus dez primeiros dias, mais de 1 milhão de vezes, podendo ser considerado o primeiro
hit da plataforma (BURGESS; GREEN, 2009, p.19). O sucesso fez com que no ano
seguinte o site fosse assunto de diversas atrações na TV e ganhasse cada vez mais
acessos, levando o Google, dono do buscador mais acessado do planeta, anunciasse em
outubro de 2006 a compra do YouTube por 1,6 bilhão de dólares, evidenciando o poder
que a plataforma ganhou em pouco tempo.” (SOUZA, 2016, p. 5)

“Como empresa de mídia, o YouTube é uma plataforma e um agregador de conteúdo,


embora não seja uma produtora do conteúdo em si. É um exemplo do que David
Weinberger (2007) chama de “metanegócio” — uma “nova categoria de negócio que
aumenta o valor da informação desenvolvida em outro lugar e posteriormente beneficia
os criadores originais dessa informação” (BURGESS; GREEN, 2009, p.21).

“Embora a maioria de seus usuários seja formada por pessoas que assistem ao material
divulgado na plataforma, há uma boa parcela delas que se empenham em produzir
conteúdo para o YouTube, fazendo dele uma rede social — diferentemente de outras em
que o vínculo se estabelece por meio de círculos de amizade, no YouTube é o próprio
teor dos vídeos que atrai as pessoas e que estabelecem as interações sociais. A partir do
momento em que houve a possibilidade da criação dos canais, funcionando como
espaços reservados aos usuários para montarem ali uma área personalizada para a
postagem de seus vídeos, essa ideia de rede social tornou-se mais forte.” (SOUZA,
2016, p. 5-6)

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