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revisão de literatura

Fisiopatologia e manejo da sepse e síndrome da resposta inflamatória


sistêmica – revisão de literatura
Pathophysiology and m anagement of sepsis and systemic inflamm atory response syndrome -
literature review
Paula Cristina Basso - Médica Veterinária, Mestre em Cirurgia Veterinária. Doutoranda do programa de pós-graduação em Medicina Veterinária pela Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM). E-mail: basso.paula@gmail.com
Daniel Curvello de Mendonça Müller - Médico Veterinário, Mestre, Doutor em Cirurgia Veterinária. Professor Associado I, Departamento de Estudos Agrários,
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ). Email: cmdaniel@terra.com.br
Gabriele Maria Callegarro Serafini - Médica Veterinária, Mestre em Cirurgia Veterinária. Doutoranda do programa de pós-graduação em Medicina Veterinária
pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). E-mail: gabrieleserafini@yahoo.com.br

Basso PC, Müller DCM, Serafini GMC. Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação; 2012; 10(34); 430-436.

Resumo
A sepse é definida como uma síndrome de resposta inflamatória (SIRS), motivada por um agente agres-
sor, associado à infecção sistêmica. É considerada uma alteração complexa, na qual o organismo reage
ativando mecanismos de defesa para proteger o tecido afetado e destruir o agente agressor. Com o obje-
tivo de auxiliar ao clínico frente a essa doença, serão abordadas, nesse artigo, a fisiopatologia da sepse e
SIRS, suas alterações laboratoriais, com consequente diagnóstico e tratamento.
Geral

Palavras-chave: infecção, choque séptico, diagnóstico, tratamento, cão

Abstract
Sepsis is defined as an inflammatory response syndrome (SIRS), driven by offending agent, associated
with systemic infection. It is considered a complex change, in which the body reacts by activating defense
mechanisms to protect the affected tissue and destroy the offending agent. Aiming to assist the clinician
against this disease will be addressed in this paper, the pathophysiology of sepsis and SIRS, their labora-
tory abnormalities, with subsequent diagnosis and treatment.

Keywords: Infection, septic shock, diagnosis, treatment, dog

Introdução têmica à infecção bacteriana, fúngica, viral ou protozo-


ariana. Infecções que podem resultar em sepse incluem
A sepse e a síndrome da resposta inflamatória sistêmica peritonite bacteriana, piometra, piotórax, endocardite,
consistem em um desafio diagnóstico e terapêutico na Medi- abscessos em órgãos, prostatite e pneumonia (2,3). Quan-
cina Veterinária. Atualmente têm sido despendidos esforços do essa resposta inflamatória é desencadeada por insul-
consideráveis para um melhor entendimento da síndrome. tos não necessariamente infecciosos, denomina-se síndro-
Apesar de sua importância, seu reconhecimento muitas ve- me da resposta inflamatória sistêmica (SIRS). Condições
zes ainda não ocorre em tempo hábil, deixando margem para não infecciosas incluem traumatismo, queimaduras, cho-
a ocorrência de disfunção de múltiplos órgãos e sistemas (1). que hemorrágico ou hipovolemico, pancreatite, doenças
Esta revisão tem por objetivo discutir os mecanismos fisiopa- auto-imunes e neoplasias (2).
tológicos, os critérios diagnósticos e o tratamento da sepse e Nguyen et al. (4) define SIRS como a presença de dois
SIRS, fornecendo um suporte ao clínico de pequenos animais. ou mais dos seguintes sinais: taquicardia, taquipnéia, hi-
pertermia ou hipotermia, leucocitose ou leucopenia. Sep-
Definições atuais se grave é definida como a presença de sepse associada
Sepse é definida como uma resposta inflamatória sis- com uma ou mais alterações clínicas ou laboratoriais de

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disfunção orgânica, como injúria pulmonar aguda, anor- histiolinfoplasmocitário deficiente e dessa forma não po-
malidades de coagulação, alteração de estado mental, fa- derá detoxificar as substâncias tóxicas provenientes do
lência renal, cardíaca ou hepática (2). intestino, via veia porta, e estas se acumularão na corren-
Considera-se um paciente em choque séptico quando te sangüínea, aumentando a inflamação (9). A queda na
os sinais clínicos de sepse prevalecem depois de adequada pressão arterial é detectada pelas células da mácula densa
reposição hidroeletrolítica, ou seja, é uma hipotensão re- no aparelho justaglomerular, que ativam o sistema reni-
fratária (5). A adequada reposição pode ser avaliada pela na-angiotensina-aldosterona, reabsorvendo sódio e água
normalização da pressão venosa central (5-10 cmH2O), do e expandindo a volemia (10). No entanto, a hipotensão
débito urinário (1-2 ml/kg/h), da coloração das muco- severa poderá resultar em isquemia renal e insuficiência
sas, do tempo de reperfusão capilar e pela estimativa da renal aguda (8). O intestino isquêmico diminui o peris-
pressão arterial (2). No estágio inicial do choque séptico taltismo favorecendo a necrose e ulceração da mucosa,
a vasodilatação e mecanismos compensatórios resultam facilitando a adesão de bactérias à parede intestinal. Isso
em sinais clínicos de choque hiperdinâmico como: mu- permite a translocação de bactérias, toxinas e citocinas
cosas hipercoradas, hipertermia, pulso femoral hiperdi- para a corrente sangüínea (11,12), potencializando ainda
nâmico, taquipnéia e taquicardia (2,6). Com a progressão mais a SIRS. Enfim, o TNF e outros mediadores causam
do choque, o TNF e outras interleucinas resultam em di- depressão miocárdica e diminuição da performance sistó-
minuição do rendimento cardíaco e sinais de hipoperfu- lica, conduzindo à falência cardíaca (2) (figura 1).
são devido o efeito inotrópico negativo do TNF. Sinais
de choque séptico hipodinâmico incluem presença de
mucosas hipocoradas (pálidas ou cianóticas), hipotermia,
pulso femoral hipodinâmico e embotamento mental (2).

Geral
Fisiopatologia da sepse e SIRS
Normalmente o processo inflamatório local é um
evento em cascata bem controlado, incluindo respostas
celulares, mecanismos neurohumorais e uma resposta
antiinflamatória para o seu controle. No entanto, devido
à injúria, instabilidade cardiovascular ou imunossupres-
são, pode ocorrer desrregulação desta resposta, desenca-
deando a inflamação sistêmica (2).
A patogenia da sepse envolve um processo complexo
que pode ser dividido em três fases: uma fase pró-infla-
matória, uma fase pró-coagulante, e uma fase de supres-
são imunológica.
Figura 1 - Fisiopatologia da síndrome sepse/SIRS: A liberação de
citocinas, óxido nítrico e TNF-α pelas células inflamatórias, desenca-
Fase pró-inflamatória deiam vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular, condu-
zindo a hipotensão relativa e a falência múltipla de órgãos (MODS).
A presença de endotoxinas produzidas por orga-
nismos patogênicos resulta na liberação de mediadores
inflamatórios como fator de necrose tumoral-α (TNF) e
interleucinas 1 e 6. O dano endotelial causado pelas ci- Independentemente do evento inicial, neutrófilos
tocinas resulta em injúria vascular, exposição do coláge- ativados e plaquetas aderem ao endotélio dos capilares
no, o que estimula as vias da coagulação. A IL-1 e TNF pulmonares e liberam várias substâncias tóxicas, que con-
estimulam a liberação de outros mediadores como óxido duzem à injúria endotelial difusa e aumento de permeabi-
nítrico, bradicininas, histaminas, prostaglandinas e leuco- lidade vascular, induzindo edema pulmonar. Injúria de cé-
trienos. Esses mediadores irão resultar em vasodilatação lulas endoteliais alveolares também conduz à hemorragia
e aumento de permeabilidade capilar (2). microvascular, trombose e perda de surfactante alveolar. O
A vasodilatação resulta em aumento da capacitância resultado final é hipoxemia profunda o que é denominada
vascular devido à diminuição na resistência periférica, o Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) (9).
que conduz à hipovolemia relativa, desencadeando hipo-
tensão, hipoperfusão tecidual e danos isquêmicos (7). A Fase pró-coagulante
isquemia resultará em Síndrome da Disfunção Orgânica Devido à liberação de IL-6 e TNF-α, sepse e SIRS po-
Múltipla (MODS) (8). O fígado isquêmico terá o sistema dem estimular a síndrome de coagulação intravascular

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disseminada (CID). A IL-6 estimula a formação de trombi- tirem outros mecanismos envolvidos nesse processo (15).
na, ao passo que o TNF-α inibe a anti-trombina III, a pro- Estudos recentes sugerem que a morte de células imu-
teína C, a proteína S e o inibidor da via do fator tecidual nes apoptóticas pode contribuir para a disfunção imune e
(TFPI) que são anticoagulantes naturais, e conseqüente- falência múltipla orgânica durante a sepse. As células do
mente, se inibidos, desencadeiam coagulação desenfrea- sistema imune mais freqüentemente documentadas exibin-
da, característica marcante da primeira fase da síndrome do morte celular apoptótica na SIRS são os linfócitos (16,15).
CID (13,14). Além disso, o TNF-α estimula o aumento nos Outros tipos de células do sistema imune com aumento da
níveis de inibidores dos ativadores do plasminogênio do incidência de apoptose na sepse são as células dendríticas,
tipo I (PAI-I). O plasminogênio tem a função de degradar que se constituem em uma das mais importantes células
a fibrina em plasmina, dessa forma, na sua ausência, ocor- apresentadoras de antígenos, desempenhando funções tan-
rerá remoção inadequada de fibrina, contribuindo para to na resposta imune inata quanto adquirida (17).
a trombose da microvasculatura. Assim, ocorre ativação No entanto é importante ressaltar que diferentemente
sistêmica da coagulação. A fibrina e os microtrombos for- dos linfócitos, os neutrófilos reagem a um processo séptico
mados podem causar oclusão dos ramos e comprometi- com diminuição de apoptose (17). Esta diminuição na apop-
mento da irrigação sanguínea em diversos órgãos, que em tose de neutrófilos aumenta a injúria tecidual na SIRS, haja
conjunto com alterações metabólicas e hemodinâmicas, vista que a permanência prolongada de neutrófilos promo-
contribui para MODS e morte na SIRS (13) (figura 2). verá descontrolada liberação de metabólitos tóxicos por es-
sas células, que são injuriosos para as células epiteliais (18).

Alterações laboratoriais encontradas na sepse e SIRS


O hemograma consiste em um exame rotineiro que
muitas vezes conduz ao diagnóstico de septicemia. A
Geral

presença de leucocitose por neutrofilia acompanhada de


desvio à esquerda, confirmado pela presença de neutró-
filos bastonados, representa uma resposta neutrofílica à
severa inflamação com alta taxa de liberação pela medu-
la óssea (19). Nos casos graves, o número de bastonetes
poderá superar o número de neutrófilos segmentados, o
que caracteriza o desvio à esquerda degenerativo indi-
cando pior prognóstico. Isso acontece nas situações em
que ocorre demanda excessiva e prolongada da medula
óssea, que pode exaurir o reservatório de estoque, resul-
tando em liberação excessiva de células imaturas (19).
Figura 2 - Mecanismo da Coagulação Intravascular Disseminada
No entanto, cães sépticos também poderão desenvol-
(CID) na síndrome sepse/SIRS: a liberação de Interleucina 6 du- ver leucopenia, ocasionada pela redução na sobrevida
rante a inflamação estimula a geração de trombina, ao passo que dos neutrófilos por uma demanda aguda e maciça, le-
a liberação de TNF-α desencadeia a diminuição de proteínas anti-
coagulantes e aumento do Inibidor do ativador do plasminogênio. vando a depleção dos estoques de reserva rapidamente.
Tais mecanismos ocasionam coagulação desenfreada e consequen- Além disso, tal situação também pode ser justificada pelo
temente em consumo exagerado de plaquetas e fatores de coagula-
ção, desencadeando hemorragias incoercíveis. fato da endotoxemia resultar em agregação e sequestro
de neutrófilos nos capilares pulmonares (19).
Outros exames que auxiliam o diagnóstico de sepse e
Fase de supressão imunológica SIRS são as dosagens séricas de proteínas da fase aguda
Embora o conceito prevalente de que a mortalidade de inflamação. A resposta a uma lesão tecidual desenca-
na sepse resulta da crescente resposta inflamatória, nu- deia uma série de modificações que promovem elimina-
merosas observações clínicas utilizando agentes antiinfla- ção de patógenos, limitação do dano tecidual e restaura-
matórios específicos ou anti-citocinas, como, por exem- ção da estrutura lesada. Essas modificações dependem
plo, terapias específicas anti-fator de necrose tumoral do aumento ou da diminuição da concentração sérica de
(TNF) e anti-interleucina 1 (IL-1), falharam em aumentar proteínas, conhecidas como biomarcadores inflamató-
a sobrevida de pacientes com sepse ou, em alguns casos, rios, que atuam na resposta inflamatória. A análise labo-
exacerbaram a condição. Estas falhas conduzem à revisão ratorial desses marcadores permite, juntamente com os
do conceito de que a morte nessa síndrome seja apenas dados clínicos e outros exames complementares, acessar
devido à resposta hiperinflamatória, acreditando-se exis- a atividade de algumas doenças e monitorar a resposta

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terapêutica, assim como pode sugerir presença de infec- neira, é possível identificar aumento das enzimas hepá-
ção (20). Os principais biomarcadores inflamatórios são: ticas, hiperbilirrubinemia e hipoalbuminemia (24). A hi-
Proteína C reativa, Fibrinogênio, Proteína sérica amilóide poalbuminemia também poderá acontecer na sepse por
A e a Eletroforese de proteínas (20). aumento da permeabilidade vascular, principalmente
A Proteína C reativa (PCR) é o biomarcador mais nas vasculites e peritonites, levando a perda de líquido
estudado na síndrome sepse. É produzida pelo fígado e para o interstício (6). Aliado a isso, nas situações de fa-
sua função é ligar-se à patógenos e células lesadas e/ou lência múltipla de órgãos, poderão ser encontradas alte-
apoptóticas e iniciar sua eliminação por meio da ativação rações nas provas bioquímicas renais, como aumento de
do sistema complemento e de fagócitos. A determinação ureia e creatinina sérica, confirmando o estabelecimento
da PCR é mais sensível, avaliando uma resposta rápida de insuficiência renal (25).
por uma medida direta. Reflete, também, a extensão do Pacientes sépticos frequentemente desenvolvem aci-
processo inflamatório, principalmente em infecções bac- dose metabólica e elevação significativa de lactato sérico.
terianas, reações de hipersensibilidade, isquemia e necro- A vasodilatação decorrente da liberação de citocinas infla-
se tecidual (20). A Proteína C reativa e a Proteína sérica matórias promove uma situação de hipotensão e hipovo-
amilóide A (SAA) são utilizadas como marcadores pre- lemia relativa. Isso promoverá alterações na microcircu-
coce da inflamação, pois são detectadas a partir de quatro lação, ou seja, o sangue que passaria das arteríolas para
horas do insulto e apresentam pico de 24 a 72 horas, po- os capilares, passa diretamente por comunicações arte-
dendo chegar a mil vezes o valor normal. Em contrapar- riovenosas, das arteríolas para as vênulas, não circulan-
tida, o fibrinogênio tem pico em sete a dez dias e se eleva do pelos capilares. Esses capilares tornam-se isquêmicos,
apenas duas a três vezes o normal (20). ocasionando estimulação de metabolismo anaeróbio, com
O controle da glicemia também é um importante fa- produção de inúmeros catabólitos locais, como bradicini-
tor a ser avaliado em um paciente séptico. No início da nas, prostaglandinas e ácido lático. Esses catabólitos por

Geral
sepse, a tendência é que ocorra hiperglicemia, em virtu- fim, estimulam a abertura dos esfíncteres pré-capilares, e
de de o processo inflamatório desencadear aumento de o sangue passa a circular em todos os capilares simulta-
epinefrina, cortisol e hormônio do crescimento, os quais neamente (7), aumentando a hipotensão. Sendo assim, o
são hormônios hiperglicemiantes. Com a progressão lactato é indicador de mau prognóstico em pacientes cho-
da sepse, ocorre hipoglicemia por consumo de glicose cados sendo indicada sua dosagem para a detecção pre-
pelos microorganismos patogênicos (21). Brandão et al. coce da hipóxia tecidual, evitando a disfunção orgânica
(22) relataram que a hipoglicemia e a hipocalemia são os progressiva e morte (26).
principais fatores responsáveis pelo óbito de cães por- Distúrbios de coagulação sanguínea são frequente-
tadores de SIRS, indicando a correção dos valores gli- mente observados nos choques graves, pelo fato da síndro-
cêmicos e do potássio como prognóstico favorável para me sepse desenvolver um estado de hipercoagulabilidade.
o paciente. No entanto cabe ressaltar que, esse trabalho Nessas situações, é comum a ocorrência de trombocitope-
foi realizado em pacientes portadores de gastroenterite nias, aumento nas provas de coagulação, como tempo de
hemorrágica, mais especificamente parvovirose, doen- protrombina e tempo de tromboplastina parcial ativada,
ça esta que cursa com hipocalemia profunda, devido a bem como níveis elevados de produtos de degradação
acentuada perda gastrointestinal de potássio gastroin- da fibrina (PDFs e dímeros D), que refletem fibrinólise e
testinal. Ao contrário, Zavariz et al. (23) defendem que a associam-se com péssimos prognósticos. Além disso, o fi-
acidose metabólica, presente no choque séptico, desen- brinogênio pode estar diminuído nos casos de coagulação
cadeia aumento nas concentrações séricas de potássio, intravascular disseminada ou aumentado, por tratar-se de
resultante da movimentação do potássio intracelular uma proteína de fase aguda da inflamação (27).
para o extracelular, em troca de íons hidrogênios que Naqueles pacientes com efusão abdominal poderá
são movidos para o meio intracelular, na tentativa de realizar-se a colheita e análise do fluído cavitário. Os
reduzir a acidemia. Assim, a hipercalemia é uma con- líquidos cavitários podem ser classificados em transu-
dição muito mais freqüente nesses pacientes sépticos e dato puro (baixa celularidade e baixa concentração de
torna-se emergência médica quando os níveis séricos de proteínas plasmáticas), transudato modificado (baixa
potássio são superiores a 6,5mmol/L, devido ao alto po- celularidade e alta concentração de proteínas) e esxuda-
tencial arritmogênico (23). to (alta celularidade e alta concentração de proteínas).
Em relação à função hepática, ela é deteriorada com As pleurites e peritonites formam na maioria das vezes
o aumento do metabolismo energético dos pacientes exsudatos, que podem ser classificados em sépticos e as-
sépticos susceptíveis a MODS, levando a insuficiência sépticos. Os sépticos se caracterizam pela presença de
hepática secundária a hipóxia tissular (24). Dessa ma- bactérias e neutrófilos degenerados na análise citológica

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e são causados por peritonite bacteriana e piotórax. Os com a necessidade do paciente. Expansores de baixo peso
assépticos se caracterizam pela ausência de bactérias e molecular (gelatina, dextrano 40), tem alto poder de ex-
neutrófilos degenerados e podem ser ocasionados, na pansão plasmática, mas são de curta duração (2-6hs), ao
medicina veterinária, por pancreatite, uroabdomen, pe- passo que os de alto peso molecular (dextrano 70, hidro-
ritonite biliar e Peritonite infecciosa felina (6). xietilamino), são de menor expansão e de longa duração
As provas bioquímicas dosadas do líquido abdomi- (até 24hs). Em situações de intensa hipovolemia pode-se
nal são fundamentais para o diagnóstico, como observa- associar aos colóides, solução salina hipertônica 7,5%, na
do abaixo (6): dose de 1-4ml/kg no gato e 4ml/kg no cão, administrada
- creatinina duas vezes maior no fluido que no soro, é na dose de 1ml/kg/min. Essa solução tem a capacidade
diagnóstico de uroabdomen; de retirar liquido do interstício por osmose, aumentando
- amilase e lipase maior no fluido que no soro, é diag- a volemia. Se aplicada sozinha tem curta duração (60min),
nóstico de pancreatite; por isso deve ser utilizada com soluções coloidais (7).
- bilirrubina maior no liquido que no soro, é diagnós- Mais recentemente, tem sido testada em humanos a
tico de ruptura de vesícula biliar; oxihemoglobina, que consiste em soluções de hemoglobi-
- triglicerídeos e colesterol maior no fluido que no na concentrada, as quais aumentam a capacidade de car-
soro, diagnóstico de efusão quilosa; rear oxigênio e facilitam o transporte de oxigênio dos eri-
- glicose sérica – glicose do fluído >20mg/dl, confirma trócitos ao tecido. As soluções de hemoglobina podem ser
derrame séptico com 100% de especificidade e sensibilidade. úteis no tratamento da hipotensão séptica. O óxido nítrico
Mesmo que não sejam detectados neutrófilos dege- é produzido por células do endotélio vascular e é causa-
nerados na análise citológica, todo líquido cavitário deve dor de vasodilatação. Essas soluções reduzem a atividade
ser submetido à cultura bacteriana, visto que as bactérias do óxido nítrico, promovendo vasoconstrição (28).
podem estar em quantidades pequenas ou ainda não pro- Se mesmo após a adequada reposição de volume vascu-
Geral

duzir endotoxinas as quais causam a degeneração neutro- lar, evidenciada pela pressão venosa central (-2-4cmH2O)
fílica (6). Além da cultura bacteriana de líquido cavitário e débito urinário (1-2ml/kg/h) dentro dos limites fisiológi-
também recomenda-se cultura de sangue, de fluido tra- cos, a pressão sanguínea permanecer baixa, a administração
queobrônquico e de urina, na tentativa de identificar o de inotrópicos positivos e vasopressores pode ser necessária
local do foco infeccioso. (2). Recomenda-se a dopamina, na dose de 5-10ug/kg/min
em gotejamento contínuo, que resulta em vasoconstrição
Estratégias de tratamento periférica e aumento na contratilidade do miocárdio (7). A
O tratamento de pacientes sépticos é direcionado norepinefrina está indicada e é reservada para hipotensão
à estabilização cardiovascular. A volemia pode ser res- severa e não responsiva (0,5-1ug/kg/min) (29).
taurada inicialmente com soluções cristalóides (na ve- A terapia antibiótica é componente essencial para o
locidade de 30ml/kg/h), de preferência o ringer lactato tratamento da sepse e a escolha deve ser baseada nos
que além de propiciar adequada perfusão tecidual, tem resultados de cultura e antibiograma. Um estudo reali-
propriedades alcalinizantes, promovendo também a cor- zado em 20 cães sépticos indicou que 35% das infecções
reção da acidose metabólica presentes nos pacientes em são causadas unicamente por microorganismos Gran
choque (7). Entretanto, os cristalóides por sua vez, não negativo, 20% por Gran positivo e 35% devido a infec-
possuem propriedades coloidosmóticas, podendo passar ções mistas (3). Dessa forma recomenda-se antibioticote-
rapidamente para o interstício, resultando em edema pul- rapia de amplo espectro, sendo boa escolha a associação
monar. Assim, torna-se importante associar os cristalói- de penicilinas e cefalosporinas (para microorganismos
de com uma solução de propriedade coloidosmótica, ou gran positivo) e aminoglicosídeos ou quinolonas (para
seja, sangue ou expansor palsmático, na proporção de 4:1 gran negativos). Se houver suspeita de infecção anaeró-
(6). A decisão entre sangue ou expansores dependerá do bica, o metronidazol ou clindamicina podem ser adap-
resultado do hematócrito e proteínas plasmáticas totais tados ao protocolo antibiótico (30). Antibióticos desen-
(PPT). De maneira geral, hematócrito menor que 25% o volvidos na última década, dos grupos do carbapenem
paciente deverá receber sangue total, de 25-40% também (imipenem e meropenem) e das cefalosporinas de 3 e 4
sangue total. Hematócrito acima de 45% e PPT menor que gerações, têm sido propostos como monoterapia substi-
5, utilizar soluções coloidais. E nas situações em que o he- tutiva da associação de aminoglicosídeos para a sepse
matócrito estiver acima de 45% e PPT maior que 5, repor severa e choque séptico (31).
apenas soluções cristalóides (7). Além da terapia antibiótica, a remoção ou drenagem
Os expansores plasmáticos devem ser administrado na do foco infecioso como lavagem da cavidade abdominal
dose de 20ml/kg/dia e devem ser escolhidos de acordo e correção dos defeitos no caso de peritonite, ovariohiste-

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rectomia no caso de piometra, desbridamento de feridas mostrou-se benéfica (29,1). Naquelas situações mais gra-
e remoção dos abscessos orgânicos, são de grande impor- ves, onde o paciente evolui para hipoglicemia, a adminis-
tância para interromper o estímulo infeccioso (29). tração de glicose 50% venosa esta indicada.
A utilização de glicocorticóides na sepse é contro- Referente às alterações gástricas, os bloqueadores H2
vérsia. Estudos recentes em pacientes humanos têm (ranitidina e cimetidina) são as drogas de escolhas, de-
demonstrado que o estado séptico induz a insuficiência vido os mesmos não inibirem a bomba de prótons gás-
adrenocortical (hipoadrenocorticismo) o que tornaria o trica, mas bloquearem a acidez. Além disso, a utilização
uso dos glicocorticóides de extrema importância no cho- do sucralfato como citoprotetor é indicado, juntamente
que séptico. Entretanto, em outra pesquisa, não se veri- com metoclopramida a cada 8 ou 12 horas, nos casos de
ficou aumento na sobrevida nos pacientes tratados com íleo paralítico devido à má nutrição, hipocalemia ou do-
corticóides. Aliado a isso, outra linha de pesquisadores, ença gastrointestinal evidente (24).
recriminam o uso dos glicocorticóides na sepse, pelo fato Nutrição adequada é vital para a sobrevida de pacien-
de muitos pacientes morrerem por supressão imunoló- tes com sepse e SIRS. Sabe-se que o dano a mucosa intes-
gica, secundária a apoptose dos linfócitos (29). Diante tinal, relativo à isquemia e déficit de perfusão, associado
do exposto, Henkin et al. (1) afirmam que o emprego de à diminuição do peristaltismo, favorece a translocação de
corticosteróides está justificado somente nos pacientes bactérias, endotoxinas e citocinas do trato gastrintestinal
que já foram ressuscitados com fluídos e apresentaram para o sistema circulatório (34). A nutrição enteral tem
pobre resposta ao uso de vasopressor, permanecendo demonstrado resultados superiores à nutrição parenteral,
em choque. Nessas situações utiliza-se a hidrocortisona. pois impede a atrofia intestinal e estimula o peristaltismo.
Salienta-se que pacientes com sepse, mas sem choque, Além disso, a nutrição parenteral é composta por lipídios
não devem receber corticóides (1). com ácidos graxos ômega 6, que são precursores de prosta-
Terapias avançadas para o tratamento da sepse têm sido glandinas e leucotrienos, potencializando a inflamação (3).

Geral
descritas na medicina humana incluindo anticorpos anti-en-
dotoxinas, anticorpos anti-TNF e anticorpos anti-interleuci- Prognóstico
nas, no entanto os resultados foram desapontadores (32). O prognóstico do paciente com SIRS é sempre reser-
Recentemente, o uso de Proteína C ativada recombi- vado, devido o óbito agudo estar associado principal-
nante humana, têm demonstrado resultados promisso- mente à gravidade da resposta inflamatória ou ás caracte-
res, com aumento significativo na sobrevida de pacientes rísticas clínicas da patologia primária (24). Em pacientes
sépticos. Essa proteína está deficiente na sepse, sendo humanos, estudos demonstram mortalidade de 7% para
responsável pelo processo de hipercoagulabilidade e de- SIRS, 16% para sepse, 20% para sepse severa e 46% para
senvolvimento de CID nos pacientes sépticos. Ela é su- choque séptico (35).
plementada em pacientes humanos por infusão contínua Na Medicina Veterinária sabe-se que, pacientes
(9,4). No entanto, estudos em veterinária ainda não foram sépticos com altos valores de lactato sérico persistente-
desenvolvidos e o alto custo parece ser fator limitante. mente durante horas são considerados mais graves. Mas
O uso de antitrombina III tem sido pesquisado no quando esses valores são identificados no início do aten-
tratamento da sepse, pois combinaria dois efeitos: anti- dimento clínico, com posterior normalização, o prognós-
coagulante e antiinflamatório. Entretanto o uso dessa tico é favorável. Com isso é de extrema importância sua
substância não proporcionou diminuição significativa na avaliação nas primeiras 48 horas como fator prognóstico
mortalidade de pacientes humanos sépticos. Ademais, o da evolução clínica do paciente (24).
uso concomitante de heparina e antitrombina estaria con-
tra-indicado por produzir mais hemorragia e diminuir o
efeito antiinflamatório da antitrombina (31).
Em virtude da grande contribuição da morte celular Conclusão
na fisiopatologia da sepse, o bloqueio da apoptose mos-
tra-se interessante no sentido de minimizar a sua progres- A sepse e a SIRS consistem em uma síndrome asso-
são, oferecendo novas abordagem terapêuticas. Dentre ciada a fatores que alteram os mecanismos de defesa
elas incluem-se a inibição das caspases, a supressão dos do indivíduo. A fisiopatologia é complexa e envolve a
genes Bcl-2 e a inibição do CD95 (33). imunidade, mecanismos inflamatórios e a cascata de
Foi observado que muitos pacientes sépticos, mesmo coagulação, culminando muitas vezes, em disfunção
não diabéticos, fazem hiperglicemia e tem diminuição orgânica múltipla. A detecção baseia-se em achados de
da resposta a insulina endógena. Assim o uso de insuli- exames laboratoriais e o tratamento deve ser dirigido
na exógena para manter a glicemia inferior à 150mg/dl à restauração da perfusão tecidual, com medidas que

Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais


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