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Noções Introdutórias:
Para o perfeito entendimento do Direito Processual, como ramo da ciência do Direito,
preliminarmente se faz necessária a apresentação dos seguintes institutos:
Ação é o direito público e subjetivo de provocar a Jurisdição;
Jurisdição é o poder do Estado de dizer o direito (solucionar a lide);
Processo é o meio ou instrumento de composição da lide. (meio pelo qual se faz
atuar a lei ao caso concreto);
Lide é o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida;
A sociedade não vive sem o direito, sem uma NORMATIZAÇÃO DE
COMPORTAMENTO.
Daí surge DIREITO, como conjunto de regras GERAIS e POSITIVAS, disciplinadoras
da VIDA SOCIAL.
Não basta apenas criar normas, mas fazer com que sua observância seja
OBRIGATÓRIA.
Então o Estado não só cria a Lei, mas institui meios de garantir sua realização,
através da imposição COATIVA.
Contudo, mesmo sendo as normas obrigatórias, é impossível evitar CONFLITOS DE
INTERESSES entre os cidadãos, e entre estes e o ESTADO.
Então, para manter o império da ORDEM JURÍDICA e garantir a PAZ SOCIAL, o
estado não tolera a autotutela.
As funções soberanas do Estado, para atender todas estas contingências, se dividem
em ADMINISTRATIVAS, LEGISLATIVAS e JURISDICIONAIS.
ADMINISTRATIVA – gestão dos serviços públicos (poder executivo)
LEGISLATIVA traçar, abstrata e genericamente, as normas de conduta que formam
o direito objetivo (poder legislativo)
JURISDICIONAL missão pacificadora do Estado, exercida diante de situações
litigiosas. Através dela o Estado dá solução aos conflitos de interesses,
caracterizados por pretensões resistidas (Lides).
OS MEIOS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS NO DIREITO MODERNO
1) Autotutela: considerada como crime em nosso atual ordenamento jurídico. Art.
345 do Código Penal (Exercício arbitrário das próprias razões).
“Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima,
salvo quando a lei o permite: Pena – detenção de 15 dias a 1 mês, ou multa, além
da pena correspondente à violência.”
Entretanto, a lei admite em determinadas circunstâncias que o indivíduo se utilize de
seus próprios recursos para alcançar suas pretensões:
art. 23 do CP – legítima defesa; estado de necessidade;
art. 188 CC – legítima defesa e o exercício regular de direito;
São características desse sistema:
ausência de juiz distinto das partes;
imposição da decisão por uma das partes à outra;
Emprego de violência;
2) Autocomposição: é atividade que encontra respaldo no direito, como meio
alternativo de solução dos conflitos, mediante as atividades consistentes na
conciliação. Uma das partes em conflito, ou ambas, abrem mão do interesse ou de
parte dele.
desistência (renúncia à pretensão)
submissão (renúncia à resistência oferecida à pretensão)
transação (concessões recíprocas)
3) Heterocomposição: é a solução da lide através de um terceiro, que se
caracteriza por uma pessoa distinta da pessoa das partes.(terceiro – arbitragem
facultativa).
Em certas matérias, não se admitem exceções à regra da proibição da autotula, nem
é permitida, em princípio, a autocomposição para a imposição da pena, sendo que o
processo é o único meio para se obter a efetivação das situações ditadas pelo
direito material. É o que se passa no campo penal, e no campo do direito de família
(anulação do casamento, suspensão do pátrio poder,...). São os chamados direitos
indisponíveis.
Nenhuma das formas de solução é definitiva, sendo que, nenhuma delas eliminam
totalmente a ameaça à lesão de direitos, buscando a paz social.
Daí vem a ordem jurídica, que estabelece normas para a solução dos conflitos de
interesses.
E essa tutela dáse diante da formulação de regras gerais e abstratas, prescrevendo
a conduta das pessoas diante de um interesse e também prevendo a possibilidade
de ocorrer certas hipóteses de conflito de interesses.
Falase em Direito Objetivo, que é o sistema de normas destinados a disciplinar a
conduta dos indivíduos na sociedade, as quais se revelam como ordens ou
mandamentos imperativos ou proibitivos ou como diretrizes ou preceitos
dispositivos, mas que também se fazem obrigatórios quando as partes não hajam
convencionado ou tenham agido de modo diverso. A lei cabe regular o conflito de
interesses.
O Direito exerce na sociedade uma função de coordenação dos interesses que se
manifestam na vida social, de modo a organizar a cooperação entre pessoas e
compor os conflitos que se verificam entre os seus membros.(ubi societats ibi jus –
não há sociedade sem direito; ubi jus ibi societas – não há direito sem sociedade).
Sanção: Meios adotados para a imposição dos imperativos ou preceitos contidos na
norma jurídica. Visando solucionar o conflito de interesses, o direito objetivo ameaça
o titular do interesse subordinado e que não obedece ao imperativo contido na
norma, com a sujeição à certas medidas jurídicas.
Sanção: civil (reparatória) e penal (punitiva)
Lide: Os conflitos de interesses, de maneira geral, se resolvem pela subordinação
dos sujeitos aos comandos emanados da lei; forma normal de solução dos conflitos,
resultado da geral e espontânea submissão dos interesses à ordem jurídica.
Mas às vezes o conflito não se resolve pela submissão, mas sim pela tentativa de
imposição da subordinação de um interesse ao outro.
Pretensão: exigência de subordinação de um interesse de outrem ao seu próprio
interesse (sentimento de propriedade que alguém tem sobre um determinado bem e
a disposição de retirálo do interesse alheio).
Quando existe a resistência de subordinação de um interesse ao outro, temos a lide
ou litígio.
Lide é o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida.
Processo: A lide perturba a paz social que deve ser restabelecida segundo a ordem
jurídica.
É o direito objetivo, através de seu conjunto de normas, aplicandose a lei ao caso
concreto, que irá compor a lide.
O meio pelo qual se faz atuar a lei ao caso concreto é o Processo.
Processo é o meio ou instrumento de composição da lide.
Ação Jurisdição e Processo.
Direito Processual e Direito Material
O Estado regula as relações intersubjetivas através de duas ordens de atividades,
distintas, mas intimamente relacionadas: A atividade legislativa estabelece normas
que segundo a consciência dominante, deve reger as mais variadas relações,
dizendo o que é lícito e o que é ilícito, atribuindo poderes, faculdades e obrigações;
A atividade jurisdicional busca a realização prática daquelas normas em caso de
conflitos de pessoas, declarando qual é o preceito pertinente ao caso concreto e
desenvolvendo medidas para que esse preceito seja efetivado.
Caracterizada a insatisfação de alguma pessoa em razão de uma pretensão que não
pôde ser, ou de qualquer modo não foi satisfeita, O Estado poderá ser chamado a
desempenhar a sua função jurisdicional. O processo é um instrumento a serviço
da paz social.
Direito Material: é o estabelecimento de normas de conduta, com as quais o
Estado proporciona o controle do comportamento social; conjunto de normas que
disciplinam as relações jurídicas referentes aos bens e utilidades da vida.
Direito Processual: sistema de princípios e normas legais que regulam o processo,
disciplinando a atividade dos sujeitos interessados, dos órgãos jurisdicionais e de
seus auxiliares.
O direito processual é assim, do ponto de vista de sua função puramente jurídica,
um instrumento a serviço do direito material: todos os seus institutos básicos são
concebidos e justificamse no quadro do ordenamento jurídico.
Assim, nosso ordenamento jurídico está dividido nitidamente em direito material e
direito processual (teoria dualista): o primeiro dita as regras abstratas e estas
se tornam concretas no exato momento em que ocorre o fato enquadrando em suas
provisões, automaticamente, sem participação do juiz. O processo visa apenas a
atuação da vontade do direito, não contribuindo para a formação de normas
concretas.
Divisões do Direito Processual
Não obstante o direito processual seja UNO, como sistema de normas e princípios
para o exercício da jurisdição, existe a variedade de ramos determinada pela
peculiaridade da relação jurídicomaterial ou quanto à natureza da lide ou matéria:
Direito Processual Penal: regulamenta o exercício da jurisdição penal, frente às
lides de natureza penal, que se caracterizam pelas pretensões punitivas ou medidas
preventivas de ordem penal;
Direito Processual Civil: regulamenta o exercício da jurisdição não penal, frente
as lides de natureza civil, comercial, tributária, administrativa, constitucional, etc....
Assim, podemos definir o Direito Processual Civil:
Direito processual Civil: é um conjunto de normas e princípios que regem as
atividades dos órgãos jurisdicionais e seus auxiliares, bem como das partes e
terceiros, tendentes à administração da Justiça.
Regulamentação da atividade dos órgãos jurisdicionais: regulamentar a atividade
dos órgãos do Estado, encarregados de administrar a Justiça. É o Poder Judiciário
cujo órgão é o Juiz.
Atividades das partes: O Estado não pode atuar, exercer a jurisdição sem a
provocação dos interessados. É necessário que a parte provoque o Estado (ação)
deduzindo a sua pretensão, que quer seja imposta à pretensão de outrem, que
resiste à do primeiro.
Atividades dos auxiliares e terceiros: escrivão, oficial de justiça, M.P, testemunhas,
peritos, intérpretes, etc...
Posição Enciclopédica
Ramo autônomo da ciência do direito, pois têm princípios próprios decorrentes da
função do processo e tendo este por objeto específico.
Diante da clássica dicotomia que divide o direito em público e privado, o direito
processual civil enquadrase como ramo do direito público, pois regula a atividade
dos órgãos jurisdicionais, que são órgãos do Estado, cuja função é administrar a
justiça, aplicando a lei ao caso concreto. Tanto a função jurisdicional, como a
administrativa e legislativa disciplinamse por normas de direito público.
Não se constitui em ramo estanque, separado dos demais, possuindo relações com
os demais ramos do direito:
Constitucional: é na Constituição que encontramos as diretrizes, atributos e limites
da função jurisdicional.
Na C.F temos: Princípios fundamentais do Processo: igualdade das partes (art 5,I);
não exclusão de ameaça ou lesão à direito da apreciação do P.J. (XXXV);
contraditório e ampla defesa (LV); devido processo legal (LIV).
Administrativo: órgãos judiciários praticam atos de natureza administrativa no que
se refere a organização dos serviços da justiça e auxiliares do juiz. Ex: depositário,
administrador, serventuários que pratiquem conduta irregula passível de sanção
funcional.
Processual Trabalhista: variações de um mesmo ramo, com princípios comuns.
Aplicado subsidiariamente ao processo do trabalho.
Penal: várias ilicitudes praticadas no curso do processo configuram delitos punidos
pelo C. Penal: falso testemunho; falsa perícia, coação no curso do processo, etc...
Lei Processual
Costumase classificar as leis, segundo a natureza de suas disposições:
1) Leis Materiais: ou Substanciais são aquelas que definem e regulam as
relações, a cooperação entre as pessoas e os conflitos de interesse ocorrentes na
sociedade; A esta categoria pertencem as normas de direito civil, penal, comercial,
etc...
2) Leis Instrumentais ou Formais: são aquelas que existem para servir as leis
substanciais, regulando a sua formação ou criação e atuação das regras jurídicas; A
esta categoria pertencem as normas que regulam o processo de elaboração das leis;
as normas processuais...
Definição: São aquelas que regulam o exercício da função jurisdicional; É todo
preceito jurídico regulador do exercício da jurisdição pelo Estado, da ação pelo
demandante e da defesa pelo demandado, três atividades que se desenvolvem num
só ambiente comum, que é o processo.
Costumase falar em três classes de normas processuais:
a) Normas de Organização Judiciária (criação e estrutura dos órgãos judiciários e
auxiliares);
b) Normas processuais em sentido estrito (são aquelas que atribuem poderes,
faculdades, ônus deveres e sujeição dos sujeitos processuais);
c) Normas procedimentais (estrutura e coordenação dos atos que compõe o
processo, p.ex., o modo e o lugar de realização dos atos; a seqüência dos atos
processuais, os tipos de procedimento, etc...);
Natureza das Leis Processuais
Embora o Direito Processual pertence ao ramo do direito público, pois se estabelece
uma relação de poder e sujeição, predominando o interesse público em relação aos
interesses particulares das partes, a norma processual nem sempre têm caráter
cogente (imperatividade absoluta e nenhuma liberdade deixada às partes para
disporem de modo diferente, ainda que de acordo), existindo normas dispositivas
(dotadas de imperatividade relativa e portanto, portadora de preceitos suscetíveis
de serem alterados pelos litigantes).
Ex: competência relativa e competência absoluta.
Lei Processual no tempo e no espaço
Toda norma, inclusive a processual, aplicase num determinado território (espaço) e
num determinado período de tempo.
Espaço: Princípio da territorialidade: aplicase a lei do lugar onde o processo estiver
em curso, ou seja, onde o juiz exerce a jurisdição, não só aos nacionais, mas
também aos estrangeiros (Lex fori). Art. 1. do CPC e CPP; art. 12 da LINDB; art. 88
do CPC.
A extensão da autoridade do juiz brasileiro sobre estrangeiros, mesmo quando
residente no exterior, é mais ampla quando tratarse bens imóveis situados no
Brasil. Art. 12 LINDB e 89 CPC.
Tempo:
Início – Art. 1o. da LICC “Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em
todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.”
Muito se discute a questão da sucessão de leis no tempo, ou seja, quando há a
revogação de uma lei antiga através de uma nova legislação processual.
Será a nova lei aplicada aos processos já findos?
Encerrado o processo, sob a égide da lei antiga, nenhuma influência sobre ele tem a
lei nova. (art. 5o. XXXVI da CF – princípio da irretroatividade das leis).
E no caso dos processos em curso?
A doutrina defende a tese do Sistema do isolamento dos atos processuais, no qual a
lei nova não atinge os atos processuais já praticados, nem seus efeitos, mas se
aplica aos atos processuais a praticar. (Tempus regit actum).Art. 2o. do CPP e 1.211
do CPC.
Existem outros dois sistemas a respeito da aplicação da lei processual no tempo, já
superados atualmente:
a) Sistema da unidade processual – o processo é considerado uma unidade,
apesar de desdobrarse numa série de atos, somente podendo ser regulado por uma
lei, a nova ou a velha; neste caso, aplicariase a lei velha para não ocorrer a
retroação dos efeitos na lei nova;
b) Sistema das fases processuais – o processo está divido em fases autônomas
(postulatória, ordinatória, instrutória, decisória e recursal) cada uma suscetível de
ser disciplinada por uma lei diferente, ou seja, a lei nova não afetaria a fase em
curso, somente atingindo as fases posteriores.
Evolução Histórica do Direito Processual
PERÍODO ROMANO
A História do DP como a do direito em geral, naquilo que interessa ao direito pátrio
nasce e começa em Roma.
Podemos dividir em 03 períodos a história do Processo Romano:
754 AC/149 AC Processo das ações da lei ou legis actionis
149 AC/209 DC Processo Formular ou per formula
209DC/ Fim império Romano Processo Extraordinária ou cognitio extraordinária.
Processo das ações da lei
Assim era chamado porque se relacionava com a lei mais importante da época Lei
das XII Tábuas;
Características:
a) o processo era inteiramente oral e dotado de formalismo rígido. Os litigantes não
poderiam expor suas pretensões, empregando palavras próprias, mas deveriam
empregar as palavras certas, pronunciando fórmulas orais prescritas (VERBA
CERTA). Uma troca de palavras poderia acarretar a perda do processo.
b) procedimento oral se dividia em duas fases: IN IURE e IN IUDICIO
IN IURE fase desenvolvida diante de um magistrado, para a concessão ou não da
ação. Em caso positivo, designavase um árbitro. Fixavase o objeto do litígio
IN IUDICIO produção de provas e sentença.
c) partes deveriam estar presentes pessoalmente, não podendo ser representadas
por outra pessoa ou advogado.
d) citação cabia ao autor, que encontrando o réu, convocavao; se este se
recusasse ou ameaçava fugir, o autor poderia empregar a força. (torcia e prendia o
pescoço).
Espécies de Ações :
ações que reconheciam direitos (função cognitiva): LEGIS ACTIO PER
SACRAMENTUM Processo Comum. Utilizada para todas as causas, quando não
havia tipo especial de ação;
JUS POSTULATIO: pediase ao árbitro para reconhecer a existência de uma relação
jurídica entre duas pessoas (ação declaratória); CONDICTIO: meio de ação que
visava citar, intimar, avisar o demandado para que comparecesse perante o
magistrado para tomar conhecimento da ação proposta.
ação que era meio de execução (função executiva): MANUS INJECTIO: ou seja,
apoderamento. Era utilizada para executar as sentenças. Era uma autorização para
o credor aprisionar o devedor e leválo caso não houvesse pagamento da dívida,
podendo até ser vendido como escravo; PIGNORIS CAPIO: com emprego da força e
sem autorização do Magistrado, faziase a apreensão do objeto pertencente ao
devedor e o conservava como garantia até que a dívida seja paga.
Processo muito arcaico, e com muito formalismo, inclusive com várias ações sem a
participação do Estado.
Processo Formular
Deuse no período republicano, com a Expansão do Império Romano, visando
atender a necessidade de julgamentos mais rápidos.
Características:
a) A citação ainda competia ao demandante, mas o emprego da força fora
substituído por uma ordem do pretor. No caso de recusa, o réu era punido.
b) as partes poderiam ser orientadas por juristas ou advogados;
c) duas fases: IN IURE e IN IUDICIO
IN IURE desenvolviase perante o magistrado, que, caso concedesse a ação,
elaborava fórmula escrita, que é a indicação da questão que o juiz deve resolver
(quase contrato) LITIS CONTESTATIO as partes concordavam em submeter a
controvérsia, nos termos da fórmula, ao julgamento de um terceiro.
IN IUDICIO desenvolviase perante o juiz, com a produção de provas e a prolação
de sentença.
d) procedimento ainda era oral, salvo a fórmula que era escrita;
e) presença de princípios inovadores no processo: “onus da prova”, contraditório,
livre convicção do juiz.
f) sentença: condenava o réu em soma de dinheiro ainda que recaísse a causa sobre
coisas;
g) execução em princípio sobre a pessoa mas introduziase a execução sobre
bens;
h) aparecimento de recursos
Processo Extraordinário
Características:
a) desenvolviase todo perante o juiz, que era funcionário do estado, suprimindo a
divisão do procedimento em duas fases;
b) substituise a forma oral pela escrita: Libelo Citação sentença que eram
redigidas pelos auxiliares da justiça e pelos advogados;
c) fim da gratiuidade do processo, com o aparecimento das custas processuais;
d) processo poderia correr à revelia do réu; uma vez citado e não comparecesse à
convocação, não impede o desenvolvimento e instauração do processo;
e) litiscontestatio: deixa de ser representada pela FORMULA; passa a ser o
momento em que se encerra a fase postulatória: pedido do autor e defesas do réu.
f) sentença já é dotada de força executiva
g) aperfeiçoamento dos recursos e juízes de instância superior
h) execução: recaía somente sobre bens através de medidas do Estado: Penhora
PERÍODO ROMANO BARBÁRICO (Germânico)
Iniciase com a queda de Roma ( 476 DC) e se dá com a fusão do sistema jurídico
elevado dos Romanos com o sistema rudimentar dos povos bárbaros.
Características:
a) Titularidade da Jurisdição: Assembléias Populares dos homens livres sob a
presidência dos condes feudais
b) forma oral;
c) sistema de provas primitivo JURAMENTO DA PARTE; JUÍZOS OU ORDÁLIAS DE
DEUS (experimentos cruéis como prova de fogo, prova pela serpente a que se
submetia o réu no pressuposto que Deus virá em socorro daquele que dissesse a
verdade) DUELOS JUDICIAIS
d) sentenças irrecorríveis; não havia recurso.
PERÍODO ROMANOCANÔNICO
Surgiu no séc. XI. Reação ao direito romanobarbárico, pois era muito rudimentar;
aplicação do direito canônico; criação das Universidades (Bolonha 1.088)
Com o surgimento do direito canônico, houve a sistematização do direito processual
civil pelos Glossadores e PósGlossadores, que nas Universidades, realizavam os
estudos.
Da fusão dos trabalhos dos Glossadores e dos pósglossadores e a cooperação dos
canonistas, surgiu o cahmado Processo Comum ( aplicável onde não havia lei local
ou especial). Características:
Muito formalista escrito excessivamente demorado
Diante dessas características surgiram dois tipos de procedimento: Ordinário e o
Sumário (simplificação dos atos processuais).
Expansão desse modelo para toda a Europa.
PROCESSO NA FRANÇA
Recebeu forte influência do direito romanocanônico e, a partir daí, instituiu um
processo próprio, dando origem as Ordenanças Régias, a partir do Séc. XIV, sendo
que a mais importante era: Ordenança Civil, de Luís XIV, que deu origem ao CPC
Francês de 1.807, ainda vigente.
Características:
a) oralidade
b) publicidade
c) simplicidade dos atos
d) princípio do dispositivo: liberdade ao juiz para produção de provas e admissão
das provas.
e) CPC Francês serviu de modelo para vários países da Europa, inclusive a
Alemanha.
PROCESSO NA ALEMANHA
Prendese fortemente ao direito processual francês;
Sua origem é do direito germânico, formalista, costumeiro e com procedimento oral;
Da influência francesa ocorreu a elaboração do Regulamento Processual Alemão em
1.877, que ainda está em vigor.
Do Regulamento Processual Alemão derivouse o Regulamento processual Austríaco,
que influenciou fortemente o Código Português e o Brasileiro.
PROCESSO CIVIL PORTUGUÊS
Forte influência do Direito Romano (os romanos permaneciam em Portugal)
Surgiu com o Rei Afonso III, no séc. XIII, com a organização da Justiça e disciplina
do processo;
Criação da Universidade de Lisboa, em 1.308, onde ensinavase direito romano
Legislação: 1446 Cógido Português representado pelas Ordenações Afonsinas
promulgado por Afonso IV. Composto de 05 livros, sendo que o terceiro era dedicado
ao direito processual civil;
Ano de 1.521 Ordenações Manuelinas D. Manuel compilou o Código Anterior
Ano de 1.603 Ordenações Filipinas ou do reino promulgada por Felipe III
(Portugal) e II (Espanha). Composta de 05 livros, sendo o terceiro dedicado ao
direito processual.
esse ordenamento permaneceu também no Brasil, por Decreto Imperial até 1.876,
com o advento da Consolidação das Leis de Processo Civil.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL NO BRASIL
Até o período da Independência do Brasil, as leis processuais vigentes eram as
constantes das Ordenações Filipinas, período este que compreende o Brasil Colônia
e Brasil Reinado.
Características:
a) Procedimento: 05 fases Postulatória (Libelo, Contrariedade,Réplica e Tréplica),
Instrutória, Decisória, Executória e Processos Especiais;
b) forma escrita, sendo que o juiz só considerava aquilo que estava escrito nos
autos;
c) havia atos praticados em segredo de justiça;
d) princípio do dispositivo: cabe às partes a movimentação do processo
e) dividido em várias fases: realizavase 01 audiência após a citação, onde era
oferecida a acusação e o libelo do autor. Iniciavase o prazo para a defesa. Caso
houvesse revelia, outra audiência era designada. Provas ficavam à cargo das partes;
recuros tinham efeito suspensivo.
Período do Reino Independente
Decreto n. 20 de outubro de 1.823 da Assembléia Geral Constituinte ratificou todas
as leis até então vigentes, desde que não contrariassem a soberania nacional e o
regime instaurado.
Após o Código Comercial de 1850, foi editado o Regulamento n. 737, considerado o
primeiro CPC Nacional, mas somente destinavase a regular o processamento de
causas comerciais.
Características: Forte influência do direito Filipino; linguagem mais clara e precisa;
simplificação dos atos processuais; redução dos prazos; melhor disciplina dos
recursos.
Lei n. 2.033 de 20/09/1871 Consolidação das Leis do Processo Civil, com a reunião
de todas as leis complementares e modificativas referente ao processo civil. Então,
até o momento, para as causas Comerciais, aplicavase o Regulamento 737 e para
as causas cíveis, a Consolidação das Leis do Processo Civil.
Processo Civil na República até 1.934
Advento do Decreto 763 de 19.09.1890 Causas Cíveis passaram a ser reguladas
pelo Regulamento 737, com exceção de alguns processos (especiais e jurisdição
voluntária continuavam pelas Ordenações)
CF de 1.891 Autorizou os Estados a organizarem suas Justiças e processos.
Acarretou a dualidade de processos. No âmbito Estadual, existiam os Códigos
Estaduais e no âmbito Federal, existia a Consolidação das leis da Justiça Federal
(decreto 3.084/1898);
A maioria dos Estados adotou o Regulamento 737, exceto Bahia, que promulgou seu
Código em 1915, Minas Gerais, 1916 e São Paulo, em 1930, considerados códigos
inovadores.
Processo Civil de 1934 até os dias de hoje
A Constituição Federal de 1934 reestabeleceu o sistema de unidade processual
competia à União legislar sobre normas processuais;
Nomeada nova comissão para elaboração de um novo CPC;
Golpe de 1937 (Estado Novo) destituída comissão antiga e elaborada nova
comissão
em 01.03.1940 foi promulgado o CPC Decreto Lei 18.09.39 Autor: Pedro Batista
Martins
Em virtude de inúmeras leis que vieram alterar o CPC de 39, fora nomeada nova
comissão para analisar o anteprojeto elaborado por Alfredo Buzaid, sendo que em
1972, a comissão contou com a presença de José Frederico Marques e José Carlos
Moreira Alves;
Remetido ao Congresso Nacional, recebeu inúmeras emendas, sendo ainda aditado o
Livro IV e V relativo aos procedimentos especiais e as disposições finais e
transitórias;
Promulgado o CPC em 11.01.1973, através da Lei 5.869.
Modificações: Leis 9.079/95 (Ação Monitória); 9.139/95 (Agravo); 9.245/95
(Procedimento Sumário); 9.307/96 (Arbitragem); Processo de Execução (Leis
11.232/2005; 11.382/2006); Leis 12.112/2009; 12.125/21009; 12.126/2009;
12.137/2009; 12.153/2009; 12.195/2010
CPC Divisão em 05 livros: Livro I Processo de Conhecimento (Parte Geral); Livro II
Processo de Execução; Livro III Processo Cautelar; Livro IV Procedimentos Especiais
e Livro V Disposições Finais e Transitórias.
Atualmente está tramitando em nossa Casa Legislativa projeto para criação de um
novo código de Processo Civil.
Exercício 1:
No que pertine à eficácia das leis processuais no tempo e no espaço, examine as seguintes
proposições:
I.O Código de Processo Civil, em tema de direito intertemporal, adotou o princípio “tempus
regit actum”.
II.O princípio que regula as leis processuais no tempo é o da irretroatividade, ou seja, a lei
nova, ao entrar em vigor, disciplina os processos em curso, respeitados o ato jurídico
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
III.O princípio que define a eficácia espacial das normas processuais é o da territorialidade
(lex fori).
IV. Pelo nosso sistema processual permitese a aplicação direta pelo juiz da norma
processual estrangeira.
V.Pelo nosso sistema processual só indiretamente se permite ao juiz examinar norma
processual estrangeira, quando verificar se um ato processual realizado em outro território
pode ser considerado válido e eficaz.
Assinale a alternativa correta:
A Apenas as alternativas I, II, III e V estão corretas.
B Todas as alternativas estão incorretas.
C Apenas as alternativas I, II e V estão corretas.
D Apenas as alternativas II e IV estão incorretas.
E Todas as alternativas estão corretas.
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não fez comentários
Exercício 2:
Leia o texto abaixo com atenção e responda a questões a seguir:
Em seu sentido próprio, a jurisdição compete apenas aos órgãos do Poder Judiciário,
embora em direito administrativo também se fale em "jurisdição administrativa", bem
como em "jurisdição" simplesmente como o limite da competência administrativa de
um órgão público.
Do ponto de vista da teoria da separação dos poderes, a jurisdição é a função
precípua do Poder Judiciário, sendolhe acrescida, em alguns sistemas jurídicos
nacionais, a função do controle de constitucionalidade.
Como regra, a função jurisdicional é exercida somente diante de casos concretos de
conflitos de interesses, quando provocada pelos interessados.
No sentido coloquial, a palavra jurisdição designa o território (estado ou província,
município, região, país, paísesmembros etc.) sobre o qual este poder é exercido por
determinada autoridade ou Juízo.
O tema da jurisdição é objeto de estudo das disciplinas de direito constitucional,
direito internacional privado, direito processual e direito administrativo, dentre outras.
Sobre jurisdição, assinale a resposta incorreta:
A A jurisdição é monopólio estatal. Entretanto, podem os interessados optar por meio não estatal de
exercício da jurisdição, capaz de por fim à lide.
B A arbitragem, nos conflitos a ela submetidos por deliberação dos interessados, constitui exercício
delegado da jurisdição, por isso se insere no conjunto dos meios para a solução da lide.
C A arbitragem, expressamente prevista em lei, não implica violação ao princípio da inafastabilidade do
controle jurisdicional (CF, art. 5°, inc. XXXV).
D A jurisdição é exercida pelos juízes, não sendo atividade exclusiva do Poder Judiciário.
E A jurisdição é exercida somente pelo Poder Judiciário.
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não fez comentários
Exercício 3:
A jurisdição caracterizase por:
A agir sempre segundo os critérios de oportunidade e conveniência.
B fazer a aplicação substitutiva da lei aos casos concretos.
C c) não exigir controvérsias e, de regra, atuar ex officio.
D estar organizada conforme padrões de hierarquia e subordinação.
E ser plenamente delegável da segunda para a primeira instancia.
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não fez comentários
Exercício 4:
Diz‐se como sendo o meio pelo qual os órgãos jurisdicionais atuam para pacificar as
pessoas conflitantes, eliminando as discórdias e fazendo cumprir o preceito jurídico
pertinente a cada caso que lhes é apresentado em busca de solução. Tal assertiva
define:
A jurisdição.
B processo.
C conflito de interesses
D lide
E poder do juiz.
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