Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTERNACIONAL DE BRASÍLIA
ESCOLA BÍBLICA
A TRANSMISSÃO DO TEXTO
Os livros do Novo Testamento foram reproduzidos, inicialmente, para fins
particulares, por indivíduos, ou para uso nas igrejas e monastérios, por
escribas profissionais.
Geralmente, cada cópia era feita por vez, mas, à medida que a demanda pelos
textos aumentou, é provável que escravos treinados tenham transcrito várias
cópias simultaneamente, com alguém ditando o texto.
No processo de transcrição, erros se infiltraram nos manuscritos. Esses erros
eram passados adiante por outros copistas, de tal modo que um grande
número de variações dos manuscritos existe.
À medida que as cópias se multiplicavam, as variantes tendiam a crescer, mas
a própria multiplicidade dos documentos aumentou a probabilidade do texto
original ter se perpetuado.
Do começo do segundo século até o final do terceiro, a igreja sofreu
perseguição intermitente do governo romano.
Cristãos foram presos, julgados diante de juízes locais e condenados à
morte.
Frequentemente suas escrituras eram confiscadas, o que fez com que
vários manuscritos fossem destruídos, e tantos outros danificados.
Esses períodos de perseguição contribuíram para que a preservação e
transmissão do texto se tornassem ainda mais difícil.
Quando Constantino se tornou o imperador de Roma, em 313 d.C., o
Cristianismo se tornou a religião oficial do império e a perseguição à igreja
terminou.
Os cristãos começaram a preparar o texto das escrituras para uso em público.
O próprio Constantino ordenou que fossem feitas cinqüenta cópias da Bíblia,
para que fossem distribuídas às maiores igrejas da época.
Essas cópias serviram como base para produção de vários outros manuscritos
de qualidade inferior, enquanto que outros, mais antigos, eram reproduzidos
em monastérios e comunidades menores.
Do quarto século ao décimo segundo, o Novo Testamento era publicado em
partes (Evangelhos ou Epístolas Paulinas) ou em edições completas.
Nesse processo, novos materiais foram usados para a escrita. O papiro era
frágil demais para que fosse usado em cultos públicos ou em bibliotecas dos
monastérios.
Os escribas geralmente usavam o velino, que consistia em finas folhas de
pele de boi, ou pergaminho, produzido a partir da pele de cabritos.
Esses materiais prevaleceram desde a época de Constantino até a época da
invenção da imprensa; o papel era desconhecido até uma data muito
posterior.
Apesar da habilidade mediana e do conhecimento limitado dos escribas, o
texto que eles produziram produz acurácia impressionante.
Havia muitos fatores adversos no processo de cópia:
Os manuscritos a partir dos quais cópias eram feitas geralmente possuíam
imprecisões;
Falta de cuidado e preconceito por parte do escriba ocasionalmente o
levava a alterar e “corrigir” o original.
Por exemplo, o versículo de Marcos 3:21 parece ter causado
constrangimento a alguns escribas que, por não acharem que seria
correto mostrar que os familiares do Senhor Jesus achavam que ele
estava maluco, modificaram o texto para dizer que a multidão ficou
muito empolgada com Jesus e os seus familiares ficaram preocupados
com a agitação da multidão.
Por outro lado, alguns escribas foram fenomenalmente precisos.
A vasta maioria das variâncias encontradas nos textos consiste de pequenas
omissões de palavras ou erros de ortografia.
AS FONTES DO TEXTO
Para que o texto original do Novo Testamento seja reconstruído, há três fontes
de texto importantes disponíveis.
A primeira e mais importante é o manuscrito em si, que são textos em
grego remanescentes da antiguidade.
Os manuscritos extensos mais antigos atualmente disponíveis são o
Codex Sinaiticus (localizado no Museu Britânico) e o Codex Vaticanus
(localizado na Biblioteca do Vaticano). Codex é o nome dado para uma
forma antiga de um livro, que consistia de folhas do texto costuradas
juntas.
Ilustração 3 - Papiro John Rylands, o mais antigo conhecido, data de 130 d.C. e
contém o versículo João 8:31