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Revista Locus Científico

A Revista Locus Científico é uma publicação da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos
Inovadores (ANPROTEC). Seu escopo de ação engloba a divulgação de artigos técnicos inéditos, avaliados por um
renomado Conselho Editorial.

EXPEDIENTE
ESTRUTURA DA PUBLICAÇÃO CONSELHO EDITORIAL
A revista é composta de textos e artigos de divulga- Afrânio Craveiro (PADETEC)
ção da cultura do empreendedorismo inovador e Carlos Eduardo Negrão Bizzotto (FURB)
artigos inéditos referendados por revisores "ad-hoc". Cláudio Furtado Soares (UFV)
Conceição Vedovello (FAPESP)
MISSÃO Desirée M. Zouain (IPEN)
Publicar informações relevantes, artigos técnicos Esteban Cassin (Univ. de San Martín, Argentina)
originais e trabalhos de revisão na área do
Fernando Dolabela (Fundação Dom Cabral)
Empreendedorismo Inovador.
Guilherme Ary Plonski - (ANPROTEC/USP)
Jorge Audy (PUC/RS)
EDITOR
José Carlos Assis Dornelas (EMPREENDE)
Josealdo Tonholo (ANPROTEC/UFAL)
Josemar Xavier de Medeiros (UnB)
DIAGRAMAÇÃO Luís Afonso Bermúdez (UnB)
Consenso Editora Gráfica (48) 3028 2924 Maria Alice Lahorgue (UFRGS)
Maria Celeste Emerick (FIOCRUZ)
TIRAGEM Marli Elizabeth Ritter dos Santos (PUC/RS)
5.000 exemplares Norman de Paula Arruda Filho (FGV/PR)
Paulo Alvim (SEBRAE)
IMPRESSÃO Renato de Aquino Faria Nunes (UNIFEI)
Gráfica Brasil - Uberlândia Roberto Sbragia (USP)

ANPROTEC

DIRETORIA: Locus Científico - Uma revista ANPROTEC


Guilherme Ary Plonski – Presidente - USP
Editor: editor@anprotec.org.br
Gisa Bassalo – UFPA
Francilene Procópio Garcia – UFCG ISSN - 1981-6790 - versão impressa
Josealdo Tonholo – UFAL ISSN - 1981-6804 - versão digital
Paulo Roberto de Castro Gonzalez – CIENTEC
Silvestre Labiak Junior – UFTPR
Sheila Oliveira Pires – Superintendente executiva Associação Nacional de
Entidades Promotoras
CONSELHO CONSULTIVO
de Empreendimentos Inovadores
Fernando Kreutz (Diretor da FK Biotecnologia)
José Eduardo Fiates (ex-presidente da ANPROTEC, Diretor da Fundação Certi) CNPJ: 03.636.750/0001-42
Luís Afonso Bermúdez (ex-presidente da ANPROTEC, Diretor do CDT/UNB)
Marco Antônio Raupp (Presidente da SBPC) Endereço: SCN Quadra 01 - Bloco C
Maurício Pereira Guedes (ex-presidente da ANPROTEC, COPPE/UFRJ)
Newton Lima Neto (Prefeito de São Carlos e ex-reitor da UFSCar) Salas 208 a 211
Rafael Lucchesi (Diretor de Operações da CNI) Edifício Brasília Trade Center
Brasília - Distrito Federal
EQUIPE TÉCNICA ANPROTEC
Cep 70.711-902 / PABX: (0xx61) 3202-1555
Coordenação Unidade Administrativa e Financeira - Francisca Silva Aguiar
Coordenação Unidade Atendimento ao Associado - Kátia Sitta Fortini E-mail: anprotec@anprotec.org.br
fotografias ou desenhos com cor (300 dpi/grayscale) com extensão tif/jpg,
para atender ao padrão da Revista. As fotografias deverão ser preferencial-
MANUSCRITOS REVISADOS
A Editoria reserva-se o direito de efetuar, quando necessário, pequenas
LOCUS
SUMÁRIO
CIENTÍFICO
mente em preto e branco. Os autores devem ponderar sobre a efetiva alterações nos manuscritos, de modo a adequá-los às normas da revista ou EDITORIAL
necessidade de anexar fotografias, considerando a possível sazonalidade das tornar seu estilo mais claro, respeitando, naturalmente, o conteúdo do traba-
Josealdo Tonholo ............................................................................................................................................... 63
imagens e dos casos registrados. lho.
Para figuras, gráficos, esquemas, tabelas, etc idênticos aos já publica- Qualquer que seja a natureza do manuscrito submetido, ele deve ser
dos anteriormente na literatura, os autores devem providenciar a permis- original quanto à metodologia, informação, interpretação ou crítica. ARTIGOS ORIGINAIS
são para publicação junto à empresa/sociedade científica que detenha o A qualificação do trabalho será atestada por no mínimo dois consultores Propriedade intelectual e transferência de tecnologia (PI/TT)
copyright e enviar à editoria do Locus Científico junto com a versão final do “ad hoc”, de reconhecida atuação nas áreas, indicados pela Editoria. Metodologia de Qualificação de Produtos – Caso Embrapa de avaliação e indicação da modalidade de
manuscrito. Manuscritos aprovados e enviados aos autores para revisão devem retor- negócio para transferência de produtos
As TABELAS devem ser enviadas em editor tipo Word® ou equivalente, nar à Editoria dentro de prazo máximo de dois meses ou serão considerados Product Qualification method - Evaluation and definition of business modality for transfer of
inseridas no texto. As tabelas devem ser numeradas em algarismos arábicos retirados da pauta da publicação. products – Embrapa’s Case
(Tabela 1, Tabela 2, etc), com legenda ANTECEDENDO a tabela. Denis Teixeira da Rocha, Thaisy Sluszz, Mariana Magalhães Campos ...................................................................... 64-73
As referências serão citadas no texto entre COLCHETES ( [SOBRENOME, RESENHAS DE LIVROS
ANO] ou [SOBRENOME e OUTRO-SOBRENOME, ANO] ou [SOBRENOME et al., Autores de livros que desejem ver a resenha de seu livro publicada no
ANO] ), com sobrenomes do autores ou de até dois autores em letras Locus Científico, devem enviar uma cópia do livro aos cuidados do Editor, no
MAIÚSCULAS, SEGUIDAS DO ANO. Em caso de três ou mais autores, usar endereço da ANPROTEC. O Editor definirá um relator para providenciar a Uso Intensivo de Tecnologias (PIT)
SOBRENOME do primeiro autor + “ et al.” . A lista de referências será resenha do livro que poderá ser publicado no caso de ser considerado docu- Análise de risco para empreendimentos inovadores
colocada no final do texto, em ordem alfabética por sobrenome de autor. mento relevante ao Movimento de Empreendedorismo Inovador. Somente Risk analysis for innovative enterprises
Todas as referências citadas no texto devem compor a lista de referências. serão considerados livros que tenham responsabilidade editorial e ISBN. Érika Serra, Luany Cardoso, Sérgio Mecena da Silva Filho ....................................................................................... 74-80
Não devem ser relacionadas nas referências itens que não tenham sido
citados no texto. COPYRIGHT Método para promoção de spin off de projeto de pesquisa acadêmica de base tecnológica
A seguir, devem ser colocadas as figuras e tabelas. No texto, apenas Ao submeter o artigo, o autor concorda automaticamente com a cessão Method for spin off research project based in technology from academy
indicar a inserção de cada um(a). dos direitos de publicação em mídia impressa e/ou eletrônica para a ANPRO-
Aline Pereira de Lima , Patrícia Andrade Leite ........................................................................................................ 81-88
TEC sem prejuízo dos direitos de propriedade intelectual dos autores. Ao
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS receber o aceite, o autor de contato providenciará a assinatura do documento
A lista de referências completas, por ordem alfabética de sobrenome do de anuência e autorização de publicação (enviado pelo editor).
autor, com apenas a inicial do nome, deve vir ao final do texto. Sua apresen-
tação deve pautar-se, sempre que possível, pelas normas da ABNT (NBR CUSTOS DE PUBLICAÇÃO
EDITORIAL
6023, ago. 2002, ou mais atuais), como nos modelos apresentados a seguir: Não há encargos de publicação ou impressão para os autores.
SOBRENOME, N.; OUTROSOBRENOME, N2; TERCEIROSOBRENOME, N3; O autor de contato receberá 10 exemplares do número da revista em Amigos inovadores,
Título: subtítulo. Cidade: Editora, ano. (Coleção tal) que publicou. Caso haja interesse de um número maior de exemplares, estes Com felicidade apresentamos algumas modificações para melhor da revista Locus Científico. A partir da cooperação
SOBRENOME, N. Título do capítulo. In: SOBRENOME, N. Título do livro. serão cobrados do solicitante ao custo de R$ 10,00 (dez reais) cada, para técnica firmada entre a ANPROTEC e o Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia – o FORTEC,
Cidade: Editora, ano. p. lotes de 50 revistas. Há possibilidade de preparação de separatas especiais,
SOBRENOME, N. Título da obra. Editora, ano. Título do capítulo. p. estamos abrindo o escopo de atuação da revista. A partir de agora, passamos a trabalhar em 5 áreas temáticas: a)Cultura
com capa idêntica à da revista e o artigo completo, com ônus para o solicitan-
SOBRENOME, N. Título do artigo. Nome do Periódico, , v. (ano), n. , p. te, sob consulta. do Empreendedorismo e Inovação (CEI); b) Promoção de Empreendimentos Orientados para o Uso Intensivo de Tecnologias
SOBRENOME, N.. Título: subtítulo. Cidade, ano. Disponível em: <http:// (PIT); c) Promoção de Empreendimentos Orientados para o Desenvolvimento Local e Setorial (DLS); d) Habitats de Inovação
www.endereco_eletronico_completo.com.br>. Acessado em: Dia Mês Ano. Sustentáveis (HIS); e) Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia (PI/TT). Em apoio à Editoria, nosso Conselho
Recomendamos fortemente que os proponentes:
recebe de braços abertos as colegas Celeste Emerick (FIOCRUZ) e Beth Ritter (PUC-RS), que agregam não só seus esforços,
1- verifiquem exaustivamente a conexão entre a referência citada e o
texto em que é inserida [todas as referências citadas devem estar mas acima de tudo aportam as suas competências em favor de uma revista de melhor qualidade, atendendo a um público
explicitas no texto, entre colchetes]; mais amplo e muito sintonizado com as questões da inovação.
2- avaliem a qualidade da referência e sua efetiva vinculação com o Como não podia deixar de ser, já neste número estamos publicando o primeiro artigo da área de PI/TT. Para nossa
conteúdo a ser referenciado; www.anprotec.org.br
satisfação, o texto vem da Agência de Inovação Tecnológica da Embrapa, de Brasília, onde os autores apresentam uma
3- baseiem-se nos últimos textos publicados pela revista para dirimir
dúvidas quanto às referências bibliográficas. Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos metodologia de avaliação de produtos para apoiar a decisão da transferência da tecnologia. Na sequência temos dois
Inovadores trabalhos da equipe da Universidade Federal Fluminense. Um deles que propõe um método de análise de riscos de negócios
SUBMISSÃO DOS ARTIGOS CGC: 03.636.750/0001-42 nascentes de alto valor agregado. O outro faz a proposição de uma metodologia para promover a criação de negócios de
Os manuscritos devem ser enviados para a Editoria do Locus Científico, Endereço: SCN Quadra 01 - Bloco C - Salas 209 a 211
base tecnológica como spin off de projetos desenvolvidos pelos pesquisadores das academia.
através do email editor@anprotec.org.br, ou em mídia digital para a ANPRO- Edifício Brasília Trade Center
TEC no endereço abaixo. Brasília - Distrito Federal Boa leitura!
Devem ser acompanhados de carta indicando: Cep 70.711-902 Josealdo Tonholo
a) modalidade do artigo (artigo original, revisão ou educação); PABX/fax: (0xx61) 3202-1555 Editor
b) a área de interesse (CEI, PIT, DLS, HIS, PI/TT); E-mail: anprotec@anprotec.org.br
editor@anprotec.org.br
c) o e-mail do autor principal, para correspondência. Editor: editor@anprotec.org.br

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ARTIGO CIENTÍFICO
PROPRIEDADE INTELECTUAL E TRANSFERÊNCIA
DE TECNOLOGIA (PI/TT)
LOCUS
ISSN -1981-6790 - versão impressa
CIENTÍFICO
ISSN -1981-6804 - versão digital

Metodologia de Qualificação de Produtos – Caso Embrapa


de avaliação e indicação da modalidade de negócio para
LOCUS CIENTÍFICO
ISSN -1981-6790 - versão impressa ISSN -1981-6804 - versão digital

transferência de produtos INSTRUÇÕES PARA AUTORES


A Revista Locus Científico é a publicação oficial da Associação Nacional de Local e Setorial (DLS);
Product Qualification method - Evaluation and definition of business
Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores-ANPROTEC. Seu es- d) Habitats de Inovação Sustentáveis (HIS)
modality for transfer of products – Embrapa’s Case copo de ação engloba notícias, atualizações e destaques no setor de negócios e) Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia (PI/TT)
inovadores, incubadoras de empresas, parques tecnológicos, cultura empre- Artigos Originais: referem-se aos trabalhos inéditos de opinião ou pesqui-
Denis Teixeira da Rocha* 1, Thaisy Sluszz1, Mariana Magalhães Campos2 endedora e habitats de inovação, além de uma sessão devotada à divulgação sa (não podem ter sido publicados em revistas nem anais de congressos ou
de artigos técnicos inéditos, avaliados por um renomado Conselho Editorial. similares, exceto quando houver convite do Editor). Devem seguir a forma
1
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa usual de apresentação, contendo introdução, desenvolvimento, considera-
Assessoria de Inovação Tecnológica (AIT) ESTRUTURA DA PUBLICAÇÃO ções, conclusões, referências bibliográficas, etc.
Parque Estação Biológica - PqEB - Av. W3 Norte (final) A revista é composta de textos e artigos de divulgação da cultura do Artigos de Revisão: são destinados à apresentação do progresso, conten-
CEP 70770-901 – Brasília-DF empreendedorismo inovador e artigos inéditos referendados por revisores do uma visão crítica, com o objetivo principal de beneficiar clientela formada
2
“ad-hoc”. por especialistas da área. O Editor do Locus poderá, eventualmente, convidar
Embrapa Suínos e Aves
BR 153 KM 110, Caixa Postal 21 pesquisadores qualificados para submeter artigo de revisão.
CEP 89.700-000 - Concórdia-SC MISSÃO Artigos sobre Educação: refere-se a trabalhos de pesquisas relacionadas
Publicar informações relevantes, artigos técnicos originais e trabalhos de ao ensino de Empreendedorismo e/ou de experiências inovadoras no ensino
E-mails: denis.rocha@embrapa.br | thaisy@cnpsa.embrapa.br | mariana.campos@embrapa.br revisão, na área do Empreendedorismo Inovador. nos níveis infantil, fundamental, médio, graduação e pós-graduação.

*autor de contato: Denis Teixeira da Rocha


EDITOR PREPARAÇÃO DE MANUSCRITOS
Artigo submetido em 30 abril de 2009, aceito em 30 de junho de 2009 Josealdo Tonholo (ANPROTEC/UFAL) Todos os trabalhos deverão ser enviados pela forma digital, aos cuidados
do Editor do Locus Científico, através do e-mail editor@anprotec.org.br. Reco-
CONSELHO EDITORIAL mendamos que os autores observem atentamente os últimos artigos publica-
RESUMO ABSTRACT • Afrânio Craveiro (PADETEC) dos, para verificar aderência ao conteúdo e formato solicitado. Caso neces-
• Cláudio Furtado Soares (UFV) sário, verifique a formação final na página da revista no Portal da Anprotec ou
O maior desafio encontrado pelas ICTs atualmente é o elo The greatest challenge faced by the STIs (Science and • Carlos Eduardo Negrão Bizzotto (FURB) solicite uma cópia impressa da revista à Secretaria.
entre a P&D e o mercado, ou seja, transformar o conhecimento Technology Institutions) nowadays is the link between the • Conceição Vedovello (FAPESP) O texto deve ser digitado em ARIAL 12 página A4, com espaço duplo,
gerado em tecnologias adotadas pelo sistema produtivo, con- R&D and the market that is, transforming acquired knowled- • Desirée M. Zouain (IPEN) utilizando somente Microsoft Word®. Deverão ter no máximo 25 páginas (no
solidando a inovação. Visando minimizar a distância e o tempo ge in technologies usable by the productive system, consoli- • Esteban Cassin (Univ. de San Martín, Argentina) formato acima), incluindo figuras, tabelas, esquemas, etc. Todas as páginas
para transferência efetiva de uma tecnologia, a Embrapa de- dating innovation. Seeking to minimize the distance and time • Fernando Dolabela (Fundação Dom Cabral) devem ser numeradas, bem como as de figuras, tabelas, gráficos, esque-
senvolveu, com base em outras já existentes, a metodologia de lapse for the effective transfer of technology, Embrapa (Brazi- • Guilherme Ary Plonski - (ANPROTEC/USP) mas, etc.
Qualificação de Produtos. O objetivo deste artigo é apresentar lian Agricultural Research Corporation) has developed, based • Jorge Audy (PUC/RS) A primeira página deverá conter o título do trabalho em português e
esta metodologia, suas características e aplicação associada on existing methodologies, the Product Qualification method. • José Carlos Assis Dornelas (Empreende) inglês, nome, instituição, emails e endereços dos autores. Havendo autores
às principais modalidades de transferência de tecnologia dis- The objective of this paper is to present that method, its • Josemar Xavier de Medeiros (UnB) com diferentes endereços estes deverão se seguir imediatamente ao nome
poníveis para os produtos gerados nos processos de P&D das characteristics and the application associated with the STI’ • Luís Afonso Bermúdez (UnB) de cada autor. Os autores devem ser agrupados por endereço. Indicar com
ICTs. Também se relata como esse processo tem possibilitado R&D process. It also reports how that method has helped the • Maria Celeste Emerick (FIOCRUZ) asterisco(*) o autor para correspondência, responsável pelo artigo, anotando
a transferência destes produtos e sua efetiva introdução no transfer of those products and their effective introduction in • Marli Elizabeth Ritter dos Santos (PUC/RS) seu e-mail no rodapé desta página (um só e-mail). Deve ainda constar o
mercado via incubação de empresas. Como resultado da apli- the market by business incubation. As result of the applicati- • Maria Alice Lahorgue (UFRGS) título em inglês e o resumo do trabalho em inglês e português (Abstract), com
cação do método tem-se mais de 150 produtos qualificados, on of the method there are over 150 qualified products, 35 of • Norman de Paula Arruda Filho (FGV/PR) no máximo 200 palavras cada, além da indicação de três palavras-chave em
sendo 35 destes disponibilizados no Programa de incubação which are available in the Embrapa agribusiness incubation • Paulo Alvim (SEBRAE) português e também em inglês (Keywords).
de agronegócios da Embrapa (PROETA), que já incubou 16 program that has incubated 16 companies to the present • Renato de Aquino Faria Nunes (UNIFEI) Gráficos, quadros esquemas, fotografias, logomarcas, etc serão todos
empresas até o momento. A Qualificação de Produtos é adap- moment. The Product Qualification is adaptable to different • Roberto Sbragia (USP) considerados FIGURAS e deverão ter qualidade gráfica adequada (usar so-
tável para diferentes tecnologias e para outras instituições, technologies and for other institutions, helping and consoli- mente fundo branco). Caso os arquivos de texto e imagens sejam grandes a
auxiliando e consolidando a gestão da inovação nas ICTs. dating the management of innovation in the STIs. OBJETIVO E POLÍTICA EDITORIAL ponto de inviabilizar o envio pela Internet, deve ser enviado um CD, com
Serão considerados para publicação no Locus Científico artigos técnicos conteúdo completo do trabalho (ressaltamos que o tempo de trânsito postal
PALAVRAS-CHAVE: KEYWORDS: ou revisões, preferencialmente escritos em Português, abordando temas pode implicar em maior demora no processo editorial). As figuras devem ser
relacionados ao Empreendedorismo Inovador, dentro de um dos temas: numeradas com algarismos arábicos (Figura 1, Figura 2, etc) e as legendas
a) Cultura do Empreendedorismo e Inovação (CEI); serão postadas IMEDIATAMENTE ABAIXO das mesmas.
• Inovação, • Innovation,
b) Promoção de Empreendimentos Orientados para o Uso Intensivo de As figuras devem ser enviadas em arquivo eletrônico separado do texto
• Transferência de tecnologia em agronegócio, • Technology transfer and agribusiness,
Tecnologias (PIT); (a imagem aplicada no processador de texto não significa que o original está
• Incubação de empresas. • Business incubation.
c) Promoção de Empreendimentos Orientados para o Desenvolvimento copiado) e digitalizadas em alta resolução com extensão tif ou jpg. As figuras,

64 Rocha, D.T., Sluszz, T., Campos, M.M.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 64-73 89
ARTIGO CIENTÍFICO
USO INTENSIVO DE TECNOLOGIAS (PIT)

Para contornar este contratempo a dupla pesquisadora Dentre estas alternativas de transferência de tecnologia I. INTRODUÇÃO REIRA & KRUGLIANSKAS, 2005]. Além desse marco legal, em
embasou as suas conclusões referentes a estas últimas eta- estudadas, o caso de spin offs, muitas vezes desconhecido No mundo atual, uma das características mais impor- 2005 foi publicada a Lei do Bem (Lei Federal nº11.196, de
pas na literatura existente. por parte dos pesquisadores, mostra-se como uma oportu- tantes do novo padrão da economia é a absoluta relevância 21/11/2005), alterada posteriormente (Lei Federal nº11.487,
A aplicação destas etapas segundo a metodologia da nidade de potencializar o sucesso de tecnologias inovado- dos conhecimentos científicos e tecnológicos desenvolvidos de 15/07/2007), para ampliar os incentivos à inovação. Em
Pesquisa Ação fica como sugestão para projetos futuros, para ras, visto que a maioria estrutura um mercado até então e utilizados. Os acessos a tais conhecimentos, assim como a ambas legislações são estabelecidos incentivos fiscais para
que o impacto gerado nas demais etapas possa ser analisa- inexplorado. capacidade de apreendê-los, acumulá-los e usá-los, são vis- inovação tecnológica, através da concessão de créditos fis-
do e melhorias propostas. O projeto final de Engenharia de Produção da UFF que tos como definidores do grau de competitividade e de de- cais, deduções e procedimentos de amortização especial para
deu origem a este artigo pretende contribuir com este fe- senvolvimento de nações, regiões, setores, empresas e indi- equipamentos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
7. CONCLUSÕES nômeno de formação de spin offs acadêmicos, através do víduos [WILLCOX, 2004]. (PD&I), para serem aplicados por empresas privadas que
Através do presente artigo percebe-se que as universi- método apresentado no decorrer desta defesa, que tem Nesse sentido, a literatura especializada e as políticas participem ou financiem projetos de PD&I desenvolvidos por
dades são grandes agentes de transformação e produção como objetivo facilitar e orientar a gestão de todo o pro- de ciência e tecnologia (C&T) têm enfatizado a necessidade ICTs.
de conhecimento, que possuem destacado potencial de ge- cesso de criação de um spin off, alinhando a tecnologia de que as instituições de pesquisa não fiquem isoladas e Nesse contexto, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-
ração de benefícios para a sociedade, produzindo soluções derivada da pesquisa básica acadêmica às opções de atua- tratem de se vincular mais fortemente ao setor produtivo. pecuária (Embrapa), que ocupa posição de destaque no ce-
inovadoras, bem como movimentando a economia com a ção no mercado, através de produto inovador com poten- Hoje já não se fala tanto em sistemas de C&T ou pesquisa e nário de PD&I em agricultura tropical, possui um portfólio
possível comercialização destas. cial de sucesso. desenvolvimento (P&D), mas sim em sistemas de inovação de tecnologias, produtos e serviços com grande potencial
[SCHAWRTZMAN, 2002]. gerador de novos negócios tecnológicos, com vistas ao cum-
Sistema de inovação refere-se ao conjunto de organiza- primento de sua missão de “viabilizar soluções de PD&I para
ções que contribuem para o desenvolvimento da capacida- a sustentabilidade da agricultura, em benefício da socieda-
de de inovação de um país, setor ou localidade. A idéia bá- de brasileira”.
sica do conceito é que o desempenho inovativo depende Nos seus 36 anos de existência, a Empresa gerou novos
não apenas do desempenho de empresas e organizações de conhecimentos, tecnologias e serviços sendo capaz de ofer-
ensino e pesquisa, mas também de como elas interagem tar para a sociedade brasileira e mundial, soluções tecnoló-
entre si e com vários outros atores. gicas promotoras do desenvolvimento sustentável.
No Brasil, a transferência, para o setor produtivo de Como instrumento para promover, orientar e viabilizar
conhecimento e de tecnologias gerados em centros de pes- as atividades de inovação no âmbito da Embrapa, esta criou
quisas e universidades assume papel fundamental dentro em agosto de 2007, a Assessoria de Inovação Tecnológica
da estratégia de aumento da competitividade da indústria (AIT), considerado o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT)
em busca de novos mercados e da própria sobrevivência no da empresa. O NIT, como determinado na Lei de Inovação,
mercado nacional e internacional. Assim, a interação de es- tem o dever de zelar pela manutenção da política institucio-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS forços entre o setor produtivo e as Instituições de Ciência e nal de estímulo à proteção das criações, licenciamento, ino-
Tecnologia (ICTs1) têm sido reiteradamente apontada como vação e outras formas de transferência de tecnologia. Nesse
CHENG, L.C. et al.; Plano tecnológico: um processo para auxiliar o desenvolvimento de produtos de empresas de base tecnológica
a mola mestra para a promoção do desenvolvimento cientí- sentido, esse núcleo deve avaliar o potencial de inovação
de origem acadêmica. Locus Científico, Vol. 1, n. 2 (2007), p. 32-40.
fico, tecnológico e sócio-econômico do país. dos conhecimentos gerados na instituição, com vistas a sua
COSTA, L. B., TORKOMIAN, A.LV..; Um estudo exploratório sobre um novo tipo de empreendimento: os spin-offs acadêmicos.
Entretanto, o maior gargalo enfrentado no processo de proteção e posterior disponibilização/transferência ao mer-
Revista de Administração Contemporânea, vol. 12, no. 2, Curitiba, Abr./Junho 2008.
P&D é justamente transformar conhecimentos em tecnolo- cado, objetivando maximizar seus resultados para a socie-
CRUZ, C.H.B.; Versão Atualizada do Artigo A Universidade, a Empresa e a Pesquisa que o país precisa. Revista Humanidades, n.
gias, produtos e serviços que, incorporados ao processo pro- dade e para sua instituição geradora.
45 (2000), p. 15-29,.
dutivo, gerem benefícios para o público envolvido e se cons- Dessa forma, entre as atribuições da AIT estão as relaci-
ETZKOWITZ,H.; Research groups as ‘quasi-firms’: the invention of the entrepreneurial university. Research Policy, New York, v.
tituam em inovações. Em muitos casos, os conhecimentos e onadas com a prospecção, proteção, qualificação e promo-
32 (2003), 109-121.
tecnologias gerados nas ICTs não chegam à sociedade ou ção de tecnologias, processos e outros intangíveis de titula-
HALMAN, J.I M.; HOFER, A.P., van VUUREN, W.. Platform-Driven Development of Product Families: Linking Theory with Practic.
quando são disponibilizados/transferidos, em muitos casos, ridade da empresa, inclusive com vistas à respectiva inser-
The Journal of Product Innovation Management, v. 20(2003) p. 149-162.
isso se dá por meio de mecanismos inadequadas que redu- ção no mercado e o estabelecimento de parcerias de desen-
KOSTOFF, R.N.; BOYLAN, R.S., GENE R.; Disruptive technology roadmaps. Technological Forecasting & Social Change, v. 71
zem o potencial de obtenção de resultados para a socieda- volvimento técnico-científico e para transferência de tecno-
(2004) p. 141–159.
de e para a instituição geradora. logias.
LEONEL, S. G. Um Estudo do Processo de Planejamento Tecnológico de Uma Empresa Nascente: Alinhando Tecnologia, Produto
Atento a essa situação, o Brasil promulgou a Lei de Ino- Considerando o contexto apresentado, a AIT, baseada
E Mercado Com Foco Na Necessidade Do Cliente. 2007. 150 p. Tese (Pós-Graduação em Engenharia de Produção) –
vação - Lei Federal nº10.973, de 2/12/2004 [BRASIL, 2004], em estudos e experiências de sucesso de outras instituições,
Departamento de Engenharia de Produção. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007.
que estabelece medidas de incentivos à inovação e à pes- desenvolveu uma metodologia de fácil aplicação e dissemi-
LUIZ, S.L.., PULLIG, T.F.. Metodologia de Análise Quantitativa de Inovações: Ferramenta de Mensuração da Probabilidade de
quisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, tanto nação, adaptada à Empresa, que permite a análise dos pro-
Sucesso. – Departamento de engenharia de Produção. Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2008.
no âmbito das empresas privadas, como principalmente em dutos gerados nos seus processos de P&D e, a partir dessa
MACEDO, P.B.R.; ALBUQUERQUE. E.M.;. P&D e Tamanho da Empresa: Evidência Empírica sobra a Indústria Brasileira. Est. Econ.,
relação às ICTs e aos seus empregados, com vistas à capaci- análise, a determinação da modalidade de disponibilização/
São Paulo, v. 29, n. 3, p. 343-365, jul.-set. 1999.
tação e ao alcance da autonomia tecnológica e ao desenvol- transferência de tecnologia mais adequada para cada caso.
Semana Global de Empreendedorismo. Disponível em <http://www.semanaglobal.com.br/EmpreendedorismoOQueE.aspx>.
vimento industrial do país, promovendo, assim, maior inte- Nesse sentido, o objetivo desse artigo é apresentar a
Acesso em 30 de Nov. de 2008.
gração entre os setores científico e produtivo [MATIAS-PE- Metodologia de Qualificação de Produtos2 e as principais
ULRICH, K.T, EPPINGER, S. D. Product design and development, New York: McGraw-Hill, 1995, 289 p.
VERYZER Jr, R.W.. Discontinuous Innovation and the New Product Development Process. J Prod Innov Management. NY, New
1 ICT: órgão ou entidade da administração pública que tenha por missão insti- 2 Produto: todo conhecimento, tecnologia e serviço gerados pela Embrapa e parcei-
York, v. 15 (1998) p. 304-321. tucional, dentre outras, executar atividades de pesquisa básica ou aplicada de ros, com valor para o cliente, disponibilizado em forma de cultivares, raças, estir-
caráter científico ou tecnológico. pes, linhagens, equipamentos, softwares, publicações, processos, entre outros.

88 Lima, A.P. e Leite, P.A.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 81-88 Rocha, D.T., Sluszz, T., Campos, M.M.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 64-73 65
ARTIGO CIENTÍFICO
PROPRIEDADE INTELECTUAL E TRANSFERÊNCIA
DE TECNOLOGIA (PI/TT)

modalidades de transferência de tecnologia disponíveis para natureza destes, pois dispõe de perguntas gerais que po- 5.6 Etapa 6: Formação do Plano de Negócios e indutivas. Como resultado final teve-se 4 oportunidades e 6
os produtos gerados nos processos de P&D das ICTs e como dem ser adequadas de acordo com as características especí- Tecnológico áreas de aplicação.
esse processo tem possibilitado a transferência destes pro- ficas de cada um. Essa Qualificação é instrumentada por um O principal objetivo da etapa seis é promover a interio-
dutos e sua efetiva introdução no mercado via incubação formulário para preenchimento pelos analistas da área de rização de toda informação obtida com as etapas de um a 6.3 Etapa 3: Priorização de Oportunidades e Áreas de
de empresas, consolidando a inovação tecnológica. negócios/propriedade intelectual/transferência de tecnolo- quatro, de maneira a organizar as atividades da empresa, Aplicação
gia das ICTs, juntamente com os pesquisadores responsá- tanto administrativas, como para produção do primeiro lote Nesta etapa foi realizada a priorização das oportunida-
II. METODOLOGIA: QUALIFICAÇÃO DE PRODUTOS veis pelos produtos. A participação efetiva dos pesquisado- de produtos a serem comercializados. Para isso, são seqüen- des e áreas de aplicação levantadas anteriormente, para tal
A Embrapa possui 39 Centros de Pesquisa e três de Ser- res nesse processo é fundamental, visto que são eles os que ciadas tarefas para formação do Plano de Negócios e do foi utilizada como ferramenta a Matriz VAV (Viabilidade,
viços3 presentes em 23 Estados da Federação. A partir das mais entendem dos produtos desenvolvidos, os aspectos Plano Tecnológico. Aplicabilidade e Vulnerabilidade).
pesquisas desenvolvidas nesses centros, grande número de técnicos, área de aplicação e o estado da técnica a eles rela- Inicialmente de elabora-se uma descrição geral da em- Os critérios e a escala de pontuação foram ajustados de
produtos, passíveis ou não de proteção sob a forma de pa- cionados. Já o analista tem a função de introduzir a visão de presa e deve-se realizar também, uma análise mercadológi- acordo com a necessidade do caso, ajustando os conceitos
tente, modelo de utilidade, desenho industrial, direitos au- negócios e mercado à análise do produto desenvolvido, par- ca, com o intuito de quantificar a demanda pelo novo pro- de viabilidade, aplicabilidade e vulnerabilidade à realidade
torais, registro de marca, cultivar e software, indicação geo- tindo dos aspectos técnicos para então avaliar os mercados duto, uma vez que isto é difícil de ser quantificado na etapa de um spin off. Como resultado foram obtidas 3 áreas de
gráfica e segredo industrial, são gerados para serem dispo- potenciais, concorrentes, possíveis interessados e o valor do 4. A seguir elabora-se a estrutura organizacional da empre- aplicação relacionadas a uma mesma oportunidade.
nibilizados/transferidos para a sociedade. produto para o mercado. Dessa forma, a atuação em con- sa e o plano de marketing para penetração no mercado. A pós a definição das áreas de aplicação foi possível
Para análise desses produtos gerados, a Embrapa utili- junto é fundamental, visto que normalmente as ICTs geram Neste momento deve ser elaborado o plano operacio- esboçar uma primeira versão do TRM para orientar os tra-
za-se da metodologia de Qualificação de Produtos, desen- tecnologias nas mais diversas áreas do conhecimento, en- nal que define como deve ser a fabricação dos produtos, balhos de forma estratégica.
volvida em 2008 e internalizada em suas Unidades, junto às quanto que suas áreas de negócios/transferência têm nú- política de estoques o planejamento e controle da produ-
áreas de Negócios para Transferência de Tecnologia. mero restrito de funcionários com formação acadêmica que ção e controle da qualidade. 6.4 Etapa 4: Mapeamento das Expectativas dos
Diante da dificuldade e da inviabilidade de utilização não permite ou, no mínimo, dificulta a análise criteriosa de Finalizando esta etapa tem-se o plano financeiro que Potenciais Clientes
prática e efetiva de modelos de análise conhecidos, de am- todas as tecnologias e, consequentemente, de suas possibi- consiste na definição das despesas e receitas, com posterior Conhecendo as possíveis áreas de aplicação da tecnolo-
pla utilização em outros setores da economia (planos de lidades de mercado, caso não haja a participação efetiva das análise de viabilidade, payback e outros indicadores finan- gia foi possível determinar quem seriam seus potenciais cli-
marketing, de negócios e estudos de viabilidade técnica-eco- pessoas que participaram da pesquisa e desenvolvimento. ceiros. entes e estruturar a abordagem com o objetivo de mapear a
nômica-comercial e de impacto ambiental e social - EVTECI- De uma forma geral, a metodologia de Qualificação de Para avaliação do progresso gerado recomenda-se a abertura destes à utilização da nova tecnologia, detalhar suas
AS), para os diversos produtos da Embrapa, buscou-se um Produtos visa: reaplicação da ferramenta de avaliação do potencial de su- necessidades não atendidas pelos produtos existentes e iden-
modelo de fácil aplicação e disseminação entre as Unidades • avaliar, analisar e determinar os pontos importantes cesso elaborada por Pullig [2008]. tificar fatores críticos para o sucesso da nova tecnologia.
da Empresa, que permitisse uma análise criteriosa desses para introdução de um produto no mercado; Esta abordagem foi realizada com a utilização de uma
produtos. • identificar pontos fortes e pontos fracos do produto 6. APLICAÇÃO DO MÉTODO ferramenta on-line para facilitar o preenchimento da pes-
Nesse contexto, a partir de estudos realizados pelo Ins- qualificado; Seguindo a metodologia de pesquisa-ação as macro- quisa estendendo a sua abrangência. Entretanto, devido ao
tituto Inovação, Universidade de Brasília (UnB) e Universida- • mostrar claramente o diferencial do produto, desta- etapas elaboradas foram aplicadas em um caso e a partir curto espaço de tempo existente para a conclusão deste es-
des Federais de Minas Gerias (UFMG) e do Paraná (UFPR), cando o respectivo valor para o cliente; desta experiência refinadas. O caso utilizado neste estudo tudo a amostra obtida não se configura como estatistica-
desenvolveu-se a metodologia de Qualificação de Produtos • definir os mercados potenciais, a necessidade de in- foi de um laboratório de engenharia química da Universida- mente relevante, sendo aconselhável ao grupo de pesquisa
adaptada às particularidades da Embrapa. Tal adaptação le- vestimento para acabamento/desenvolvimento final, de Federal Fluminense que desenvolve pesquisas voltadas do laboratório que desse prosseguimento às abordagens
vou em consideração o processo técnico-operacional inter- ou validação/certificação, ou para comercialização do para o mercado de energia, que no momento deste estudo antes da aplicação das etapas 5 e 6.
no, desde a geração de conhecimento/tecnologia, a análise produto; encontrava-se em fase de pré-incubação na INITIA. Para análise dos dados obtidos foram utilizadas ferra-
técnica e mercadológica e os mecanismos adotados para • identificar barreiras, dificuldades e oportunidades mentas como o diagrama de competências que permite a
disponibilização/transferência ao mercado e à sociedade, para negociação; 6.1 Etapa 1: Sensibilização e Diagnóstico Inicial visualização da distância do que é oferecido pela empresa
além de estrutura organizacional e a ampla gama de produ- • determinar o possível retorno esperado da comerci- Neste momento foi feita uma apresentação aos pesqui- com a expectativa do cliente face a fatores que compõe os
tos gerados nas mais diversas áreas do conhecimento. Da alização. sadores sobre o objetivo e a metodologia do estudo e uma objetivos de desempenho, além de uma visão acerca da con-
mesma forma, tal metodologia pode ser adaptada para uso análise do material de registro da pesquisa existente para a corrência. Cada organização conjuga diferentes atributos que
em qualquer ICTs, a partir de pequenos ajustes, que levem Além disso, a partir dessa metodologia, associada a avaliação dos sete pontos citados no item 5.1, assim como traduzem o objetivo. Os fatores devem atender os interes-
em consideração o respectivo processo organizacional. conhecimentos sobre as diversas modalidades de transfe- aplicada a ferramenta de mensuração de probabilidade de ses da empresa e do mercado. No caso de um spin off aca-
A metodologia auxilia quanto à avaliação técnica dos rência disponíveis para as tecnologias geradas pelas ICTs, é sucesso. dêmico é possível fazer uma análise comparativa dos ansei-
produtos desenvolvidos, ao respectivo potencial de merca- possível identificar a melhor modalidade para sua introdu- os do mercado com o que é atendido por produtos simila-
do e introdução no mercado via modalidade de transferên- ção no mercado. 6.2 Etapa 2: Identificação de Oportunidades e Áreas res existentes no mercado já que o produto em desenvolvi-
cia mais adequada, visando maximizar a agregação de valor No formulário de Qualificação de Produtos (Anexo), que de Aplicação mento ainda não é conhecido do público.
aos produtos e a amplitude do acesso ao mercado, otimi- consiste de um documento com diversas perguntas claras e A dupla pesquisadora realizou uma pesquisa explora- Os dados obtidos possibilitaram um maior detalhamen-
zando os resultados para sociedade e para a instituição ge- objetivas, são coletados dados relacionadas a três grupos tória acerca dos possíveis mercados, gerando um dossiê para to do TRM esboçado anteriormente.
radora. Além disso, a análise das informações levantadas de informações: embasamento de toda a equipe pesquisadora. Foi realizada
permite uma avaliação preliminar sobre o potencial de pro- • Propriedade Intelectual: proteção; tratamento como uma abordagem individual dos pesquisadores, orientada por 6.5 Etapas 5 e 6: Formação do Conceito do Produto
tegibilidade do produto. segredo; parcerias de P&D; um questionário com um objetivo de levantar as oportuni- e Formação do Plano de Negócios e Tecnológico
A metodologia de Qualificação pode ser utilizada para • Produto: descrição detalhada; área de aplicação; di- dades e áreas de aplicação para a tecnologia em pesquisa. Devido ao extenso tempo necessário para desenvolver
todos os produtos gerados na Embrapa, independente da ferencial, pontos fortes e fracos com relação a ou- Estas informações foram consolidadas em uma reunião as atividades da 5ª etapa e ao prazo existente para a finali-
tros produtos, processos ou tecnologias existentes; e caracterizadas através da utilização da ferramenta de aná- zação do projeto de fim de curso as etapas restantes (5 e 6)
3 Até o final de 2010, dois novos Centros de Pesquisa da Embrapa devem ser não foram aplicadas no caso pesquisado.
criados.
e estágio de desenvolvimento; lise de campo de força que explicita as forças restritivas e

66 Rocha, D.T., Sluszz, T., Campos, M.M.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 64-73 Lima, A.P. e Leite, P.A.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 81-88 87
ARTIGO CIENTÍFICO
USO INTENSIVO DE TECNOLOGIAS (PIT)

tunidades e áreas de aplicação para a tecnologia em pesqui- 5.4 Etapa 4: Mapeamento das Expectativas dos • Mercado: mercado consumidor; concorrentes; pos- e, que por suas características, necessitem de uma análise
sa. Entende-se como oportunidade como “forma pela qual Potenciais Clientes síveis empresas interessadas; barreiras à colocação mais criteriosa e embasada, enquanto acelera a disponibili-
a tecnologia resultante das pesquisas será explorada de acor- Nesta etapa é feito um mapeamento das expectativas no mercado. zação/transferência dos demais produtos, sem comprome-
do com suas potencialidades” e como áreas de aplicação dos potenciais clientes das oportunidades e áreas de aplica- ter os resultados passíveis de serem alcançados nas duas
“forma de atuação da tecnologia dentro da atividade eco- ção levantadas com a intenção de identificar a abertura do A partir da análise das informações coletadas, é possí- situações.
nômica do mercado relacionado”. Ex.: Uma oportunidade mercado à nova tecnologia em questão. vel definir a modalidade de disponibilização/transferência
de exploração da tecnologia da programação em linguagens De acordo com as oportunidades e áreas de aplicação mais adequada, considerando as diferentes opções normal- III. MODALIDADES DE TRANSFERÊNCIA DE
são os simuladores e duas possíveis áreas de aplicação para definidas na etapa anterior é possível identificar quais seri- mente utilizadas pelas ICTs, entre elas: licenciamento, trans- TECNOLOGIA
estes são treinamentos (em vôo, por exemplo) e entreteni- am os potencias clientes da nova tecnologia. Conhecendo ferência de know how, incubação de empresas, empresa de Nessa seção serão as principais modalidades de negóci-
mento com os vídeos-game. as características básicas destes clientes e do acesso possí- propósito específico (EPE) e parceria para PD&I. os para transferência de tecnologia para os produtos gera-
Neste momento deve ser feita uma pesquisa explorató- vel defini-se qual a técnica de abordagem mais apropriada No caso específico da Embrapa, a partir do uso dessa dos nos processos de P&D das ICTs, focando o tipo de pro-
ria acerca dos possíveis mercados da tecnologia e um brains- para o caso e elabora-se a abordagem a estes. Devem ser metodologia objetiva-se desenvolver portfólios de produ- duto adequado a cada uma, suas características, vantagens
torm, estruturado ou não, para levantamento das oportuni- feitas perguntas relacionadas a necessidades não atendidas tos destinados a cada modalidade, criando a base para ge- e desvantagens. Tais modalidades estão fundamentadas nas
dades e áreas de aplicação disponíveis. Estas devem ser rela- pelos produtos existentes hoje no mercado, estas represen- ração de novos negócios que se traduzam em benefícios possibilitadas elencadas pela Lei de Inovação, com vistas a
cionadas, uma vez que uma área de aplicação pode estar tam lacunas a serem preenchidas pela nova tecnologia. So- para a sociedade e para a Empresa. estimular o processo de inovação nas ICTs e promover mai-
associada a mais de uma oportunidade. bre a satisfação dos usuários de produtos similares, anseios Importante destacar que a metodologia de qualifica- or aproximação destas com o setor privado.
Com as informações levantadas na pesquisa explorató- dos consumidores, abertura ao uso de novos produtos e ção de produtos se adequa a análises de produtos finaliza- De modo geral, a definição da modalidade mais ade-
ria é possível uma caracterização das oportunidades e áreas quanto estariam dispostos a investir para mudar de produ- dos ou mesmo em fase de P&D. Essa característica reforça a quada e, posteriormente, os meios para transferência efeti-
de aplicação para embasar e facilitar a etapa seguinte que to/tecnologia aplicabilidade dessa metodologia, visto que em muitos ca- va dependem de inúmeros fatores, entre eles: estágio de
se refere a priorização destas. Esta caracterização pode ser Após a aplicação da abordagem é feita a compilação e sos, particularmente pelos processos de P&D das ICTs, têm- desenvolvimento do produto (estágio de bancada/laborató-
realizada através da utilização da Matriz SWOT que analisa análise dos dados. As respostas obtidas possibilitam um se a geração de resultados intermediários (tecnologias), que rio, protótipo, validação, etc.); existência de proteção e sua
as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças do mercado. complemento ao preenchimento do TRM realizado na ter- ainda não se traduzem em produtos prontos para disponi- natureza (patente, modelo de utilidade, registro, marca, se-
Ou através da ferramenta campo de forças que identifica as ceira etapa. bilização ao consumidor final. Dessa forma, tais tecnologias gredo de negócio, etc.); demanda e tipo de mercado; tipo
forças promotoras e restritivas do negócio. Atuam também, como orientação às etapas seguintes, necessitam de desenvolvimento final, validação, inserção em da inovação (radical ou incremental); tipo de contrato de
uma vez sendo afirmadas como verdadeiras, de preferência produtos ou mesmo ampliação da escala de bancada/labo- transferência (com ou sem exclusividade); facilidade de có-
5.3 Etapa 3: Priorização de Oportunidades e Áreas estatisticamente, para estruturação interna e desenvolvimen- ratório para escala industrial (scale-up), podendo ser mais pia por terceiros; legislação aplicável ao produto; e investi-
de Aplicação to do protótipo laboratorial e comercial. estratégico para a ICT formatar uma parceria de P&D para mentos para finalização ou colocação do produto no mer-
Como objetivo da terceira etapa tem-se a ordenação, fins de sua disponibilização ao mercado. cado.
de acordo com critérios pré-determinados, e priorização 5.5 Etapa 5: Formação do Conceito do Produto Nos casos em que o produto demonstre, por essa aná- Entre as modalidades possíveis segundo a Lei de Inova-
das oportunidades e áreas de aplicação levantadas para A 5ª etapa consiste na compilação e análise das infor- lise preliminar, potencial de protegibilidade, a avaliação de- ção estão: licenciamento/transferência de know how, incu-
exploração da tecnologia em questão na 2ª etapa, apre- mações obtidas anteriormente de modo a construir o con- finitiva para proteção deverá envolver uma análise detalha- bação de empresas, EPE e parcerias de P&D.
sentada anteriormente. ceito do produto, considerando o conceito de família de da do produto associada ao levantamento do estado da téc-
Esta etapa é importante uma vez que tendo recursos produtos e plataforma tecnológica e o grau de inovação da nica relacionado, em bancos de patentes e literatura técni- • Licenciamento/transferência de know how
limitados os pesquisadores não têm como desenvolver to- tecnologia, gerando o projeto industrial e o protótipo labo- ca. Tal análise deve ser feita por pessoal especializado em Conforme o Art. 6o da Lei de Inovação , “é facultado à
das as áreas de aplicação e oportunidades levantadas. Desta ratorial (caso ainda não tenha sido desenvolvido) e merca- propriedade intelectual, sempre com o auxílio do pesquisa- ICT celebrar contratos de transferência de tecnologia e de
forma, para possibilitar um foco inicial ao novo spin off, dológico contemplando ainda o registro da patente. dor envolvido no desenvolvimento do produto. Importante licenciamento para outorga de direito de uso ou de explo-
potencializando as suas expectativas de sucesso, faz-se a A metodologia utilizada para a construção do conceito destacar que deve-se sempre respeitar as restrições de di- ração de criação por ela desenvolvida”. Esta modalidade visa
priorização para guiar o desenvolvimento inicial. Posteri- do produto baseia-se na metodologia de Ulrich e Eppin- vulgação/disponibilização do produto até que a análise de a transferência de tecnologias para exploração pelo setor
ormente, com a tecnologia mais desenvolvida e o spin off ger[1995], somada a conhecimentos específicos a respeito protegibilidade ou pedido de proteção, quando possível, produtivo, assegurando uma compensação adequada à ICT,
ganhado mercado é possível a expansão do negócio e o de spin off. esteja concluída. mediante participação percentual no resultado da comerci-
desenvolvimento de outras áreas de aplicação. Através das informações obtidas anteriormente são iden- Ademais, a metodologia de Qualificação serve como alização. Dependendo do interesse, capacidade de explora-
O primeiro passo é definir a ferramenta de priorização tificados os problemas motivadores do desenvolvimento do base para desenvolvimento de outros modelos de análise ção das tecnologias e das estratégias de mercado, estes con-
mais adequada ao caso e adaptá-la para potencializar sua produto, definidos função, benefícios e objetivos deste e é mais elaborados, como planos de negócios e EVTECIAS, que tratos podem outorgar a exclusividade de transferência, e
utilização. Após este momento é feita a priorização das feito um alinhamento destes objetivos com o negócio defi- podem ser realizados conforme necessidade. Isso porque, neste caso é necessária a publicação de edital.
oportunidades e áreas de aplicação, chegando-se à defini- nido para a empresa que irá surgir com a nova tecnologia. A em muitos casos, a análise por meio da metodologia de No caso da Embrapa, enquadram-se nesta modalidade
ção destas. seguir, com as definições da terceira etapa são explicitadas Qualificação mostra-se suficiente para definir a modalidade tecnologias protegidas sob patente, modelo de utilidade,
De posse destas informações já é possível fazer um pre- as partes interessadas e com os resultados da quarta etapa de disponibilização/transferência e dá os subsídios necessá- registros de software, cultivar e marcas, ou ainda àquelas
enchimento primário do TRM de forma a orientar as próxi- são definidas as necessidades dos usuários. rios para as negociações. Dessa forma, economiza-se tem- que possuam know how específico, inclusive linhagens, es-
mas etapas da pesquisa. Esta ferramenta atua como um Esta etapa engloba ainda, a análise de produtos simila- po e recursos na análise dos produtos e na definição da es- tirpes, genética animal, segredo industrial, cuja proteção se
mapa estratégico do desenvolvimento do spin off. res e, formulação e seleção do conceito do produto, com a tratégia para transferência. dá por meio de termos de sigilo.
A aplicação do TRM permite um registro do roteiro de posterior construção da arquitetura modular e construção Já nos casos de produtos, em que a qualificação de- O mercado potencial das tecnologias para esta modali-
desenvolvimento decidido ao longo da aplicação do méto- do protótipo até a fase de proteção intelectual. monstre elevado potencial de mercado ou importância es- dade deve ser amplo, com demanda iminente, geralmente
do. Esta deverá ser seguida posteriormente para a promo- A 5ª etapa somada ao plano operacional da 6ª etapa tratégica para a ICT, os modelos de análise mais elaborados muito competitivo, sendo o produto transferido viável téc-
ção do spin off, guiando os esforços da equipe desenvol- pode ser considerada análoga ao plano tecnológico citado são recomendados. Desta forma, a ICT pode concentrar nica e comercialmente, visando a satisfação dos clientes fi-
vedora. por Cheng [2007]. maiores esforços nos produtos que considere estratégicos nais.

86 Lima, A.P. e Leite, P.A.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 81-88 Rocha, D.T., Sluszz, T., Campos, M.M.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 64-73 67
ARTIGO CIENTÍFICO
PROPRIEDADE INTELECTUAL E TRANSFERÊNCIA
DE TECNOLOGIA (PI/TT)

A fabricação do produto final bem como sua comercia- se dá por meio de incubadoras parceiras, com a Embrapa • O tema central desta pesquisa focaliza em aconteci- ceituais acerca de cada tarefa sugerida na EAP. Junto com o
lização são realizadas pela empresa que licencia a tecnolo- prestando o suporte na transferência e utilização da tecno- mentos contemporâneos o que dificulta a formula- “Dicionário EAP” o método também contém uma sessão
gia, e a Embrapa presta acompanhamento técnico quanto à logia, promovendo a capacitação dos empreendedores e ção de proposições e hipóteses. de “Como fazer”, onde são sugeridos passos e ferramentas
produção do produto, sendo um percentual dos resultados fornecendo a assistência técnica necessária. • Há escassez de um modelo teórico para o desenho necessários para a concretização das etapas.
da venda ou prestação de serviços com o produto objeto do Entre os benefícios de se iniciar uma nova empresa uti- da solução a que se propõe este trabalho, de manei- É importante ressaltar que este método faz alusão ao
contrato, repassado à Embrapa a título de royalties por esta lizando tecnologias da Embrapa, tem-se o fato do produto ra que impede uma generalização analítica entre a esquema de Gênese de um Empreendimento Tecnológico
negociação para remuneração dos investimentos realizados. ter sido qualificado previamente para tal modalidade, per- os resultados empíricos e o modelo. proposto por Cheng et al. [2007]. Este esquema propõe a
Um benefício desta modalidade é a flexibilidade da ne- mitindo ao empreendedor a exploração de produto viável, • A pesquisa ação possibilita o desenvolvimento da pes- análise do processo de formação de spin off no momento
gociação. As cláusulas contratuais são negociadas direta- além de levar consigo a credibilidade da marca Embrapa no quisa concomitantemente à ação empreendedora. em que se inicia a pesquisa acadêmica. Para ele a gênese de
mente entre as partes e não dependem de qualquer outra agronegócio, o que facilita a entrada e o desenvolvimento um empreendimento tecnológico contempla 2 fases.
instituição para sua assinatura como nos casos da incuba- da empresa nascente. Além destes, o auxílio técnico da Em- De maneira breve, a pesquisa-ação significa que à medi- A primeira fase inicia-se com a pesquisa acadêmica, com
ção ou na formação das empresas de propósito específico brapa e da gestão/administração da empresa por parte das da que ocorre a pesquisa teórica, o processo de mudança a revisão da literatura e desenvolvimento do conceito da
(EPEs). Além disso, a gestão é simples e de baixo custo para incubadoras parcerias são fundamentais para que a nova também acontece no caso estudado e este, por sua vez, pro- tecnologia. No decorrer desta etapa as incertezas associa-
as instituições envolvidas. empresa ganhe experiência e se consolide para ser sustentá- move contribuições teóricas. das a tecnologia vão diminuindo. Neste momento, quase
Uma das desvantagens desta modalidade é a dificulda- vel a longo prazo no mercado. Para cumprir com este objetivo, à metodologia da pes- toda a atenção é dispensada a vertente tecnológica, não
de de fiscalização e controle de qualidade dos produtos fi- Por outro lado, um dos entraves nesta modalidade é o quisa atribuiu-se a seguinte forma, dividida em dois blocos. sendo mercado e produto alvo de dedicação por parte da
nais vendidos pela empresa licenciada, com o risco da Em- alto risco da abertura de uma empresa para exploração de No primeiro bloco, inicialmente definiu-se a temática da pes- equipe.
brapa seja arguida por falha tecnológica atribuível a aspec- um único produto. Desta forma, este deve ser condizente quisa, com a respectiva definição de seu escopo, configura- Como produtos da primeira fase são apresentados a
tos inerentes ao produto licenciado. Há também risco de com a escala de uma empresa de pequeno ou médio porte, do na construção de um método para promoção de spin offs construção do protótipo laboratorial, as possibilidades de
imagem da ICT, pois, no caso da Embrapa, os produtos li- e o mercado ter demanda crescente ou constituir-se de ni- acadêmicos. Ainda nesta primeira fase, houve toda coleta de aplicação e o resultado da pesquisa expresso sob a forma
cenciados levam a marca “Tecnologia Embrapa” no produto chos específicos de alto valor agregado. fundamentação teórica de maneira que a dupla pesquisado- de artigos, teses ou relatórios. E é este o ponto de partida
final. ra pudesse estar de posse do arcabouço teórico relativo ao para a aplicação do método proposto neste artigo.
Outro risco identificado é frente aos royalties a serem • Empresa de Propósito Específico (EPE) tema. Fechando este bloco, houve a especificação do méto- Na segunda fase proposta por Cheng, produto e mer-
pagos à ICT, seja por dificuldades controle das vendas totais A modalidade de transferência de tecnologia por meio do do projeto (pesquisa-ação) e o convite ao laboratório, cado são trabalhados de acordo com as possibilidades da
ou prestações de serviços para cálculo dos royalties devido de EPE é mais complexa que as demais por se tratar da cria- participante como “estudo de caso”. tecnologia para que uma aplicação desta, aplicável ao mer-
à ICT, ou mesmo quanto a não comercialização do produto ção de uma nova empresa, que organiza uma parceria pú- No segundo bloco, elaborou-se de fato o método pro- cado e viável economicamente, seja produzida.
pela licenciada. Isso reforça a importância da escolha de li- blico-privada. Essa nova empresa tem o objetivo de desen- posto com sua aplicação no caso do laboratório em conco- Neste momento a equipe pesquisadora deve optar pela
cenciados capazes de controlar a qualidade e certificação volver projetos científicos ou tecnológicos, para obtenção mitância, visto que a estratégia de pesquisa eleita foi a pes- área de aplicação da tecnologia e mercado consumidor de-
do processo de produção e do produto final e que a confi- de produtos ou processos inovadores, cujo sócio minoritá- quisa-ação. senvolvendo então o protótipo mercadológico. Como re-
ança entre as partes seja mútua e constante para evitar pro- rio é a iniciativa pública. Por este caráter da metodologia científica em uso, fo- sultado desta fase tem-se o plano financeiro, o plano de
blemas no decorrer do licenciamento/transferência de know A União autoriza a criação através do Art 5º da Lei de ram definidas macro-etapas para o método de promoção de negócios e o plano tecnológico para o desenvolvimento do
how. Inovação, porém não define, nem determina suas condições spin offs proposto ao estudo. Na iminência de aplicação de produto em escala industrial. Desta maneira, conclui-se que
de operacionalização4. A única informação neste sentido é uma macro-etapa, suas atividades, ferramentas e técnicas, o presente método está alinhado ao 2° funil do esquema
• Incubação de Empresas a do Parágrafo Único do Artigo 5º, que diz que a proprieda- resultados esperados e formatos de registro foram mais bem proposto por Cheng. [CHENG et. al., 2007]
Incentivo à incubação é dado pelo Art. 4o da Lei de Ino- de intelectual sobre os produtos e processos obtidos a par- detalhados e definidos. E seguidamente a ocorrência de cada
vação, que estabelece que as ICTs poderão compartilhar seus tir da EPE pertencerá às instituições detentoras do capital macro-etapa, o seu resultado é avaliado de acordo com uma 5.1 Etapa 1: Sensibilização e Diagnóstico Inicial
laboratórios, equipamentos e demais instalações com mi- social, na proporção da respectiva participação, ou seja, a lista de verificação definida antecipadamente ao início do O objetivo da primeira etapa é a análise do estágio da
croempresas e empresas de pequeno porte em atividades iniciativa pública será sempre minoritária. processo de intervenção e a etapa compilada em sua versão pesquisa para avaliar se esta se configura como um poten-
voltadas à inovação tecnológica, para a consecução de ati- Para que instituições públicas possam ter capital social final, com ajustes observados durante a aplicação. Uma vez cial spin off e divulgar aos pesquisadores os conceitos de
vidades de incubação, desde que não seja prejudicada a ati- em uma EPE, o Presidente da República deve autorizar sua atendida esta lista de verificação, passa-se a próxima etapa, spin off e transferência tecnológica, incentivando-os a par-
vidade principal da ICT. Esse artigo 4o prevê ainda que a participação através de Decreto específico. reiniciando este mesmo ciclo até a última macro-etapa. ticipar ativamente da aplicação do método.
empresa pague para ICT pelo uso das instalações. A condição minoritária da iniciativa pública numa soci- A avaliação do ponto de maturidade da pesquisa deve
A modalidade de incubação de empresas, que se desti- edade é uma das desvantagens dessa modalidade. Outra é a 5. MÉTODO PROPOSTO ser feita analisando os seguintes pontos: registros dos re-
na ao desenvolvimento final de um produto, é similar a de necessidade de formação de uma nova estrutura jurídica e Tendo identificado uma tecnologia com potencial de ex- sultados da pesquisa, possibilidades de aplicação destas,
licenciamento, porém se diferencia pela realização inicial de operacional para nova empresa, cujos custos devem ser jus- ploração advinda da pesquisa básica acadêmica inicia-se o protótipo laboratorial, definições de spin off, tomadores
um contrato de intenção de transferência com um empre- tificados pela característica da tecnologia a ser desenvolvi- processo de formação de um spin off. Espera-se ao final da de decisão, expectativas das partes e dificuldades iniciais
endedor (pessoa física) e este cria uma empresa para explo- da, que necessita ser de grande potencial econômico de aplicação do método um plano de estruturação da empresa do spin off. Estes pontos foram definidos com base no es-
rar comercialmente o produto, sendo celebrado, posterior- mercado, envolva grandes investimentos, possua muitos ris- considerando os elementos tecnologia, produto e mercado, tudo de Leonel [2007] e adaptados pelas autoras.
mente, um contrato de transferência com a empresa recém cos ou os resultados gerem benefícios econômicos e sociais que uma vez executado dá origem ao spin off. Para complementar esta avaliação pode-se utilizar a fer-
criada. expressivas à sociedade. O método proposto para promoção de spin offs acadê- ramenta de avaliação do potencial de sucesso elaborada
A Embrapa dispõe de um programa de incubação de A grande vantagem é a independência da burocracia micos de base tecnológica é estruturado em 6 etapas, sendo por Pulig [2008]
empresas, o PROETA - Programa de Apoio ao Desenvolvi- cada uma delas, quando necessário, dividida em sub-etapas.
mento de Novas Empresas de Base Tecnológica Agropecuá- Cada uma destas tem a Estrutura Analítica de Projeto (EAP) 5.2 Etapa 2: Identificação de Oportunidades e Áreas de
4 Até o momento, nenhuma EPE foi criado nos moldes da Lei de Inovação, de-
ria e à Transferência de Tecnologia. Nesse Programa, a incu- vido a entraves legais. Para concretização dessa modalidade, encontra-se em detalhada e para facilitar a compreensão do método foi ela- Aplicação
tramitação no Senado Federal, um projeto de Lei que visa regulamentar o Art.
bação, que tem como foco empresas de base tecnológica, 5º da referida Lei.
borado um “Dicionário EAP” que fornece explicações con- A segunda etapa visa à identificação de possíveis opor-

68 Rocha, D.T., Sluszz, T., Campos, M.M.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 64-73 Lima, A.P. e Leite, P.A.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 81-88 85
ARTIGO CIENTÍFICO
USO INTENSIVO DE TECNOLOGIAS (PIT)

a maioria das empresas de fabricação depende de suas ca- o resultado deste desenvolvimento seriam produtos contí- pública, pois a estrutura da empresa é de caráter privado, se de mercado da parceira privada.
pacidades em desenvolvimento de produto. Novos produ- nuos ou descontínuos. não necessitando de licitações para compra de equipamen- Pela característica dos resultados serem alcançados no
tos radicais, ou descontínuos, têm um papel importante Ademais à classificação dos produtos e seu processo tos, insumos, etc, segundo a Lei nº 8.666 de 21/06/1993, longo prazo, o risco do retorno financeiro estar aquém do
na construção da vantagem competitiva e podem contri- de desenvolvimento, o tipo de nível da inovação envolvida nem a submissão das finanças ao Tribunal de Contas da esperado e a falta de cultura e recursos das empresas brasi-
buir para o crescimento e rentabilidade de uma empresa. também pode ser classificado em Contínua; Comercialmen- União (TCU). Outra vantagem é a captação de recursos para leiras em financiar P&D, ainda é difícil captar parceiros para
A maioria dos esforços e processos de desenvolvimen- te Descontínua; Tecnologicamente Descontínua e; Tecno- o desenvolvimento de tecnologias estratégicas que apresen- explorar tecnologias inacabadas.
to de produto está focada em inovações incrementais, ao logicamente e Comercialmente Descontínua. tam grande potencial inovativo, gerando valor à sociedade. Independente da modalidade de disponibilização/trans-
passo que a maioria da pesquisas sobre o processo de de- Para elaborar as etapas de organização interna do spin A Embrapa possui seis propostas para participação em ferência do produto, a parceria entre iniciativa pública e pri-
senvolvimento de um novo produto foca em produtos re- off os tópicos de Plano de Negócios e Tecnológico são EPEs, que estão sendo analisadas e em fase de elaboração vada é essencial para o desenvolvimento de inovações. Iden-
volucionários. [Veryzer, 1998] abordados. A metodologia para elaboração de um Plano de planos de negócio ou de negociação. tificando a modalidade mais adequada para cada tecnolo-
Tendo em vista este ponto de divergência, pode-se clas- de Negócios, bastante disseminada e utilizada nos centros gia, há o aumento do potencial de retorno e de abrangên-
sificar o processo de desenvolvimento de produtos em con- de empreendedorismo e incubadoras, segue apresentada • Parceria para Pesquisa e Desenvolvimento cia dos produtos, bem como a valorização das instituições
tínuo, ou incremental, e descontínuo. Conseqüentemente, com a descrição das etapas, na tabela a seguir. As parcerias de P&D são amplamente conhecidas nas envolvidas, por meio de maior credibilidade e visibilidade
ICTs, pois vários projetos para obtenção de inovações con- para todos os públicos envolvidos.
Tabela 1: Etapas de Elaboração do Plano de Negócios tam com a participação da iniciativa privada. Houve a regu- Para essa definição da modalidade mais adequada e que
lamentação desta modalidade pelo Art. 9o da Lei da Inova- amplie o valor da tecnologia, é elaborado um parecer, onde
Descrição da Empresa Definição da natureza e das premissas do negócio, como missão, visão e valores. Além disso, análise ção, que faculta à ICT celebrar acordos de parceria para re- o analista de negócios faz considerações baseadas no for-
SWOT, definição dos objetivos estratégicos e outras definições de atuação, como abrangência, localização alização de atividades conjuntas de pesquisa científica e tec- mulário de Qualificação sobre as características da tecnolo-
geográfica, atendimento a exigências legais e definição de alianças estratégicas. nológica e desenvolvimento de tecnologia, produto ou pro- gia, do mercado e do potencial de inovação. Além disso,
cesso, com instituições públicas e privadas. são determinadas algumas estratégias para efetiva transfe-
Estrutura Organizacional Definição da estrutura legal do negócio e desenho da estrutura organizacional do negócio, com o As empresas que participam destas parcerias se benefi- rência, identificando ações e responsáveis.
organograma e a descrição de cargos. ciam pela Lei do Bem, e também pelo que discorre o Art. 19 A aplicação da metodologia resultou em mais de 150
da Lei de Inovação, onde cita que a União irá promover e produtos qualificados, sendo que 35 deles foram considera-
Produtos e Serviços Descrição dos produtos e/ou serviços a serem comercializados, bem como de suas especificações e
incentivar o desenvolvimento de inovações, mediante a con- dos aptos para incubação de empresas e estão disponibiliza-
requisitos técnicos. Identificação de potencial e vantagens competitivas. Busca por propriedade intelectual
cessão de recursos financeiros, humanos, materiais ou de dos no portfólio do PROETA, que é constantemente atualiza-
da tecnologia e técnica a ser explorada.
infra-estrutura, a serem ajustados em convênios ou contra- do, a medida que mais produtos gerados pelos processos de
Plano de Marketing Descrição do estágio do setor da economia, com suas características, limites e tendências. Cálculo do tos específicos, destinados a apoiar atividades de P&D, para P&D da Embrapa são qualificados e indicados para esta mo-
tamanho e taxa de crescimento do setor. Identificação das principais características do mercado-alvo e atender às prioridades da política industrial e tecnológica dalidade.
da concorrência. Definição das estratégias de marketing e de comercialização. nacional. Uma das ações posteriores à definição da modalidade é
As tecnologias alvo desta modalidade são aquelas em a elaboração de portfólios de produtos, que são elaborados
Plano Operacional Descrição do Fluxo Operacional, planejamento da Capacidade de Produção, definição de fornecedores e fase de desenvolvimento ou que necessitam de testes apu- por modalidade de transferência, com informações essenci-
terceirizados, elaboração de sistemas de gestão de estoque e inventário, qualidade, saúde e segurança, rados para adequação ao mercado, validação ou scale-up e ais para empresas e empreendedores interessados nos pro-
ambiental e de informação e automação. que apenas a iniciativa privada consegue realizar por estar dutos desenvolvidos pela Embrapa.
mais próxima do cliente final do produto e possuir experi-
Plano Financeiro Cálculo do investimento inicial. Projeção de vendas, despesas, custos fixos e variáveis. Elaboração do
ência em fabricação em escala industrial e comercialização. IV. PORTFÓLIO: TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS PARA
Fluxo de Caixa, cálculo do capital de giro necessário e análise dos indicadores financeiros.
Quando as tecnologias envolvem soluções para uma INCUBAÇÃO DE EMPRESAS
cadeia produtiva em geral ou para problemas técnicos es- Um exemplo prático de aplicação da metodologia de
Para Cheng et al. [2007] durante o planejamento inici- satisfazerem um determinado conjunto de necessidades ou pecíficos de difícil solução, é facultada a formação de con- Qualificação na Embrapa é o portfólio de produtos destina-
al de um spin off, ou empresa nascente de base tecnológi- de produtos já definidos. Este é o processo mais comum sórcio ou a contratação de empresas especializadas, con- dos à incubação de empresas, através do PROETA, que é
ca, é necessário investigar profundamente as diversas pos- em que o TRM é aplicado, quando é impulsionado pelo forme o Art. 20 da Lei de Inovação, que integra conheci- fruto de uma parceria da Embrapa com o Banco Interameri-
sibilidades de exploração industrial da tecnologia. Com isso, mercado (market pull), isto é, pelas inovações tecnológi- mentos e recursos, visando inovações em todos os elos da cano de Desenvolvimento (BID), através do Fundo Multila-
verifica-se que o plano de negócios tradicional não con- cas necessárias para as empresas atenderem a mercados cadeia em questão. teral de Investimento (FUMIN). O PROETA visa à promoção
templa a avaliação detalhada da tecnologia a ser explora- futuros, e não pela tecnologia em si mesma (technology Para formalização desta parceria é firmado um contra- do agronegócio, mediante a transferência de tecnologias
da. Como preenchimento a esta lacuna, surge o Plano tec- push), sendo este último a situação mais comum dos spin to de Cooperação Técnico-Financeira, cujas cláusulas prevê- por meio da incubação de empresas. Nesse sentido, o Pro-
nológico, resultante do Planejamento Tecnológico do spin offs acadêmicos. em propriedade intelectual, ações a serem realizadas por grama tem como objetivos principais: transferir tecnologi-
off, cuja função é identificar as opções de produtos a se- cada uma das partes, seus responsáveis e orçamentos rela- as, produtos e serviços gerados pela Embrapa para a inicia-
rem lançados no mercado com o uso da tecnologia. A prin- 4. METODOLOGIA DE PESQUISA cionados. Quando da geração de produto passível de ex- tiva privada; contribuir para a criação de empresas de base
cipal função deste modelo de planejamento é o alinhamen- Como o estudo se propõe a realizar o aprimoramento ploração comercial é feito um novo contrato que define as tecnológica agropecuária; apoiar a disseminação de uma
to entre as questões de tecnologia, produto e mercado às propostas de outros trabalhos para metodologia do pro- condições de tal exploração e a remuneração devida aos cultura de inovação e empreendedorismo; e contribuir para
(TPM) no momento de planejamento do negócio. cesso de criação de spin offs e é de interesse proporcionar parceiros. a geração de emprego e renda.
E por fim, para auxiliar nos registros das definições a ação de criação de um spin off a partir dos resultados da Nesta modalidade há o compartilhamento de estrutu- A transferência se dá por meio de parcerias com incuba-
para o surgimento do spin off, foi estudado o Technology pesquisa acadêmica de um caso real, a estratégia de pes- ra, expertise e riscos entre as instituições envolvidas, sendo doras que irão auxiliar os empreendedores a estruturar seus
Road Map (TRM). O TRM é considerado como uma ferra- quisa adotada é a pesquisa-ação. adequada para desenvolvimento e finalização de produtos negócios. Dessa forma, os produtos gerados pela Embrapa
menta do processo de planejamento, que ajuda a identifi- Questões favoreceram a escolha desta metodologia de a serem explorados comercialmente, por permitir a conju- que são qualificados e indicados para incubação são incluí-
car, selecionar e desenvolver tecnologias alternativas para pesquisa e estão apresentadas a seguir. gação da capacidade técnica em P&D da ICT com a experti- dos no portfólio do PROETA e disponibilizados para que os

84 Lima, A.P. e Leite, P.A.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 81-88 Rocha, D.T., Sluszz, T., Campos, M.M.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 64-73 69
ARTIGO CIENTÍFICO
PROPRIEDADE INTELECTUAL E TRANSFERÊNCIA
DE TECNOLOGIA (PI/TT)

empreendedores interessados possam se inscrever nos editais de glúten e possui demanda de pessoas celíacas. Outro exem-
abertos pelas incubadoras parceiras em conjunto com a Em- plo de tecnologia disponível para incubação é a produção
brapa para participação no Programa. Após processo seletivo de mudas vegetais por micropropagação. Esta tecnologia
conjunto entre Embrapa e incubadora, os selecionados têm foi incubada pela empresa Panflora Multiplicação de Plan-
suporte na transferência e utilização da tecnologia para abri- tas Ltda, que já se encontra graduada, e pela empresa Bio-
rem novas empresas de base tecnológica. clone Produção de Mudas Ltda, ainda incubada.
Um diferencial desse Programa é que todas as tecnolo-
gias disponíveis foram previamente qualificadas, sendo sua V. CONCLUSÃO Figura 1: Agentes Envolvidos no Estudo
indicação para essa modalidade de transferência baseada A metodologia de Qualificação de Produtos tem-se
numa análise criteriosa. Dessa forma, o empreendedor tem mostrado uma ferramenta simples, de fácil disseminação e
3. REFERENCIAL TEÓRICO está associado a um conjunto de atividades desenvolvidas
informações consistentes sobre a tecnologia, além do apoio aplicação pelos profissionais das áreas de negócios da Em-
O arcabouço teórico desta pesquisa aborda seis gran- para comercialização do resultado de pesquisa e promo-
da Embrapa e da incubadora, aumentando as chances de brapa, com resultados consistentes para análise dos produ-
des áreas do conhecimento, divididas em dois blocos, de ção da cooperação universidade-empresa.
sucesso no desenvolvimento do negócio baseado na tecno- tos gerados nos projetos de P&D.
maneira a permear todo embasamento necessário ao en- As maneiras de TT são: (a) Desenvolvimento do produ-
logia qualificada. A partir das informações levantadas por meio dessa
tendimento do contexto e para a construção do método. to na universidade por uma empresa já existente no mer-
As tecnologias qualificadas e inseridas no Portfólio do metodologia é possível determinar o diferencial do produ-
O primeiro bloco aborda o Empreendedorismo Acadêmico cado, (b) melhoria de um produto já lançado no mercado
PROETA apresentam as seguintes informações: nome da tec- to, destacando seu valor para o público de interesse e per-
e a Transferência Tecnológica e o segundo, Plataforma Tec- através da pesquisa acadêmica e (c) a criação de uma em-
nologia; Unidade da Embrapa responsável pelo desenvolvi- mitindo à Embrapa, traçar a melhor estratégia de ação para
nológica, Gestão de Desenvolvimento de Produto, Planos presa pela equipe pesquisadora para comercializar os re-
mento; proteção intelectual (caso haja); descrição; pontos transferência do produto. Dessa forma, ampliam-se as pos-
de Negócios e Tecnológico e o Technology Road Map. sultados obtidos; sendo este o objeto desta pesquisa.
fortes; oportunidades; e, contato para informações. Visan- sibilidades de retorno desses produtos, tanto para a Embra-
Segundo Etzkowitz [2003], como empresas procura-
do dar maior divulgação a essas tecnologias e ao Programa, pa quanto para seus parceiros e, até mesmo, para a socie-
3.1 Bloco I: Entendendo o cenário ram fontes externas de P&D em resposta a crescente con-
o portfólio encontra-se disponível também na internet, no dade em geral.
Para entender o cenário pano de fundo deste estudo, corrência internacional, as universidades se tornaram, re-
site http://www.embrapa.br/proeta. Importante destacar também a possibilidade de adap-
deve-se entender o que é empreendedorismo, e mais espe- conhecidamente, fornecedoras de P&D para a indústria. E
O portfólio é dividido por produtos, processos, equipa- tação de tal metodologia para uso em outras ICTs, por meio
cificamente no caso acadêmico. Empreendedorismo é a bus- como tradicionais fontes de financiamento da investiga-
mentos e serviços, facilitando a consulta dos empreendedo- de alguns simples ajustes, considerando os tipos de produ-
ca incansável por oportunidades, independente dos recur- ção não foram capazes de satisfazer as crescentes necessi-
res. Algumas tecnologias podem ser complementares, ge- tos e as respectivas estruturas técnicas e organizacionais.
sos disponíveis. dades, a universidade adotou a indústria como patrocina-
rando diversificação de produtos na mesma empresa incu- Cabe ressaltar que a metodologia de Qualificação de
Já o empreendedorismo acadêmico consiste na inser- dora.
bada. Um dos exemplos é o ‘Aproveitamento agroindustrial Produtos é uma ferramenta para a gestão da inovação nas
ção deste comportamento no meio universitário, fato que Para Shane [apud LEONEL 2007] um spin off acadêmi-
de espécies nativas do Cerrado’, e as cultivares de amaranto instituições. Assim, para que um produto obtenha sucesso
ocorre de diversas formas, côo incubadoras de empresas, co é uma nova empresa criada para explorar comercialmen-
e quinoa. Estas três tecnologias podem ser utilizadas por no mercado, a transferência deve ser monitorada até a ado-
spin offs, ensino de disciplinas voltadas para o tema. te um pedaço da propriedade intelectual gerada a partir
uma única empresa, ampliando sua gama de atuação e o ção efetiva pelo sistema produtivo, e posteriormente de
A inserção do empreendedorismo no meio acadêmico das pesquisas desenvolvidas na universidade.
atendimento a diferentes consumidores. forma continua, visando o feedback para a instituição, que
se deu através da chamada 2ª Revolução Acadêmica, que
Já outras tecnologias possuem nicho de mercado para irá retroalimentar a pesquisa e gerar novos produtos ino-
inseriu no meio universitário a terceira missão, como men- 3.2 Bloco II: Conceitos Ferramentais
públicos específicos, como a farinha de berinjela, que é isenta vadores.
cionado anteriormente. Como dito, este bloco tem como objetivo abordar os
Etzkowitz [2003] afirma ainda, que uma universidade conceitos principais necessários à construção das etapas o
que possui uma cultura empreendedora olha para seus re- método proposto para promoção de spin offs.
sultados de investigação acadêmica sob duas perspectivas: Iniciando pelos conceitos de Plataforma Tecnológi-
contribuições para a literatura através de publicações e uma ca. Para McGrath [apud HALMAN, HOFER & VUUREN, 2003]
ótica empreendedora, segundo a qual estes resultados po- a plataforma tecnológica é definida como “um conjunto
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS dem se traduzir em desenvolvimento social e econômico de subsistemas e interfaces comuns, que formam uma es-
para o meio no qual está inserido. trutura a partir da qual uma série de produtos relaciona-
BRASIL, Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n° 10.973 de 02 de dezembro de 2004. Com implicações deste novo cenário, alguns críticos dos podem ser desenvolvidos e produzidos de forma efici-
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.973.htm>. argumentam que interesses financeiros na pesquisa podem ente”, ou seja, a plataforma tecnológica seria um conjun-
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, Programa de apoio ao desenvolvimento de novas empresas de base distorcer as decisões e ações de professores com relação to de conhecimentos/ aplicativos que gerariam produtos
tecnológica agropecuária e à transferência de tecnologia. Tecnologias disponíveis para incubação. Disponível em: <http:/ ao problema de investigação e escolha do direcionamento relacionados, como em uma estrutura modular, podendo
/www.sct.embrapa.br/proeta>. Acesso em: 19 jun. 2009. da pesquisa. ser lançados separadamente ou não.
MATIAS-PEREIRA, J.; KRUGLIANSKAS, I. Gestão de Inovação: a Lei de Inovação Tecnológica como ferramenta de apoio às Políticas Sendo assim torna-se de fundamental importância uma Diante do contexto atual que apresenta um mercado
Industrial e Tecnológica do Brasil. RAE - eletrônica, v. 4, nº. 2, jul./dez. Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2005, p. 1- postura ética das instituições universitárias acompanhan- extremamente competitivo, ávido por novidades e exigen-
21.2005 do o processo de pesquisa e a geração de conhecimento e te, diversas empresas têm adotado o modelo de desenvol-
SCHWARTZMAN, S. A pesquisa científica e o interesse público. Revista Brasileira de Inovação, n.2, 2002. p. 361-390. a transferência destes, de modo que a missão da institui- vimento de produtos através de plataformas tecnológicas
WILLCOX, L. C. B. Avaliação do desenvolvimento tecnológico e transferência de tecnologia: o caso Instituto Oswaldo Cruz – ção e da pesquisa básica acadêmica sejam respeitadas. como intuito de atenderem as expectativas dos clientes lan-
Fundação Oswaldo Cr.uz. Ciência & Saúde Coletiva, v. 9, n. 2, 2004. p. 389-398. Seguindo a linha de entendimento sobre o cenário, a çando diversos produtos competitivos em um curto espa-
transferência tecnológica (TT) é o processo de migração ço de tempo.
do conhecimento gerado em uma pesquisa para o merca- Seguindo a abordagem teórica para o ferramental do
do com o objetivo de suprir uma necessidade / deficiência método, abordaram-se métodos de Gestão de Desenvolvi-
identificada ou criada. O termo transferência tecnológica mento de Produto. A competitividade de longo prazo para

70 Rocha, D.T., Sluszz, T., Campos, M.M.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 64-73 Lima, A.P. e Leite, P.A.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 81-88 83
ARTIGO CIENTÍFICO
USO INTENSIVO DE TECNOLOGIAS (PIT)

converter conhecimento em riqueza e desenvolvimento so- do de um protótipo laboratorial resultante da pesquisa aca-
VII. ANEXO: FORMULÁRIO DE QUALIFICAÇÃO DE PRODUTOS
cial depende da ação de alguns agentes institucionais gera- dêmica básica. O resultado deste último fenômeno denomi-
dores e aplicadores de conhecimento. Os principais agentes na-se, atualmente, spin off e configura-se no objeto de es- * As instruções para preenchimento de cada campo do formulário estão em itálico.
que compõem um sistema nacional de geração e apropria- tudo desta pesquisa.
ção de conhecimento são empresas, universidades e o go- I. DADOS DA TECNOLOGIA
verno. [CRUZ, 2000] 2. OBJETIVOS DO ESTUDO E QUESTÃO-ORIENTADORA
Título:
As firmas envolvidas com Pesquisa & Desenvolvimento O processo de transferência tecnológica pelas universi-
Título geral da tecnologia
(P&D) formam um subconjunto muito restrito em países em dades ao mercado através da geração de spin offs acadêmi-
desenvolvimento comparativamente aos países desenvolvidos. cos, ou seja, com o surgimento de uma empresa para co-
[ALBUQUERQUE et al. apud Macedo & ALBUQUERQUE, 1999] mercializar o resultado de uma pesquisa básica não é, en- POSSÍVEIS PRODUTOS
E boa parte das atividades inovativas desenvolvidas em paí- tretanto, significativo no Brasil. 1.
ses em desenvolvimento se relaciona a reproduções e adap- Segundo COSTA & TORKOMIAN [2008], que apresen- 2.
tações de tecnologia estrangeira, sem investimentos em P&D. tam os seguintes dados, em seu trabalho para analisar como Determinar os prováveis produtos que podem ser originados da tecnologia.
As universidades são potenciais agentes de transforma- se caracterizam as empresas criadas a partir de resultados
ção de conhecimento, de caráter tecnológico, em riqueza. de pesquisas geradas em universidades: dos 33 casos de spin DADOS DO PRODUTO 1
Este potencial foi favorecido com a Primeira Revolução Aca- offs avaliados no Brasil, pouco mais de 60% se localiza na Título:
dêmica ocorrida nas universidades com a incorporação da região sudeste do país; e também cerca de 60% possui como Nome do provável produto a ser comercializado.
pesquisa científica ao ensino, no final do século XIX nos ano de fundação entre 2001 e 2005, mostrando que é real-
países desenvolvidos. mente um fenômeno recente no Brasil. E de acordo com
1. Dados do responsável pela P&D do produto
As características do momento anterior a esta revolu- LEONEL [2007], existe um reduzido número de iniciativas
Nome: ________________________________________ E-mail: ___________________________________________________
ção pressupunham um espírito de pesquisa educacional e a institucionais dedicadas à orientação de pesquisadores que
preservação e disseminação do conhecimento. Nesta épo- desejam se tornarem empreendedores, sobretudo no Brasil. Telefone: _____________________________________ Unidade da Embrapa: _____________________________________
ca, novas missões impostas à universidade gerariam confli- Entendendo o empreendedorismo tecnológico como um Nome do contato principal da tecnologia
to de interesses controversos. processo de transferência tecnológica e um importante agen-
Para [SLAUGHTER & LESLIE apud ETZKOWITZ, 2001], o te de desenvolvimento social através da geração de empre- 2. Descrição resumida do produto
empreendedorismo acadêmico ultrapassa e estende a pes- gos, fortalecimento da indústria nacional, movimentação da Descrever de forma resumida, no máximo 20 linhas, as principais características do produto (indicar as principais
quisa acadêmica. No entanto, alguns pesquisadores vêem o economia entre outros fatores, evidencia-se o fato de que características do produto)
empreendedorismo acadêmico como uma deformação do seria interessante para as universidades e para o país se este
propósito da Pesquisa Acadêmica.Etzkowitz [2001] argumen- processo ocorresse com uma maior freqüência. 3. Palavras-chave
ta que isso era uma concomitante característica de sua ori- Com o objetivo de contribuir com este processo, este Informar as palavras-chaves em português e inglês, relacionadas ao presente produto.
gem e crescimento. estudo tem por objetivo a construção de uma metodologia
Atualmente, ocorre mais uma modificação no cenário, de trabalho que facilite a geração de spin offs nas universi-
II. DADOS PROPRIEDADE INTELECTUAL
tida como a Segunda Revolução Acadêmica, que segue a dades brasileiras, partindo da seguinte questão orientado-
nova tendência das universidades para o Empreendedoris- ra: Como se deve gerir o processo de transferência tec-
mo Acadêmico e o Capitalismo do Conhecimento, incorpo- nológica de um protótipo resultante de uma pesquisa 4. O produto envolve alguma proteção
rando às atribuições tradicionais a “Terceira Missão”, de básica acadêmica para o mercado através da formação Patente. nº ____________________________________ Certificado de Adição. nº _______________________
desenvolvimento econômico e social. Dessa maneira, resul- de um spin off? Modelo de utilidade. nº _________________________ Registro cultivar. nº ____________________________
tam-se como as atuais atribuições destas instituições: (1) Por esta transferência tecnológica para o mercado, en- Registro de cultivar. nº __________________________ Registro de software. nº ________________________
Produção de Conhecimento; (2) Formação de Capital Hu- tende-se que o resultado da pesquisa, vingando em um pro- Registro de marca. nº ___________________________ Outro. ________________________________________
mano Qualificado e (3) Transformação de conhecimento em tótipo, pode satisfazer uma necessidade determinada em
riqueza para a economia e sociedade. um público-alvo. 4.1. Data de depósito do pedido: 00/00/0000
Este novo contexto impõe uma nova mentalidade e ca- Para responder a este questionamento este estudo irá Indicar as proteções relativas ao produto.
racterística aos pesquisadores acadêmicos. Isso desperta o se basear no caso de um Laboratório do Departamento de
empreendedorismo e o interesse por pesquisas acadêmicas Engenharia Química da Escola de Engenharia da Universi-
5. Estágio atual de desenvolvimento do produto
com aplicações práticas e que gerem riqueza a partir de uma dade Federal Fluminense (UFF). Logo, a questão orientado-
tecnologia ou conhecimento derivados de pesquisa básica. ra deste projeto se resume a: Como este grupo de pesqui- Projeto de Pesquisa: Em concepção Em andamento Finalizado
[ETZKOWITZ, 2001] sadores-empreendedores deve gerir o processo de cria- Protótipo Produção em escala laboratorial Planta Piloto
Dentre as maneiras de transferência de tecnologia (TT) ção do spin off para comercialização da tecnologia ge- Testes in vivo Testes in vitro Testes pré-clínicos Testes clínicos
da universidade para os segmentos da atividade econômica rada pelas suas pesquisas? Outros. Especifique:_______________________________________________
estão: (a) desenvolvimento de um produto concebido na Sendo assim, neste estudo a universidade é representa- Indicar qual estágio a pesquisa está.
universidade por uma empresa externa já existente no mer- da pelo grupo de pesquisadores-empreendedores, a tecno-
cado; (b) melhoria, por intermédio do conhecimento acadê- logia voltada para o mercado de energia e o mercado con- 6. Segredo de propriedade intelectual
mico, de produtos desenvolvidos fora da universidade e; (c) sumidor pela área da atividade econômica identificada para
Sim Não (Publicado no INPI) Publicado sob a forma de artigo, resumo, congressos, etc
criação de uma nova empresa nascente de base tecnológica a exploração da tecnologia como pode ser visualizado na
Indicar se a proteção está publicada ou ainda em sigilo.
(ENBT), cujo produto principal de comercialização é deriva- Figura 1.

82 Lima, A.P. e Leite, P.A.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 81-88 Rocha D.T., Sluszz, T., Campos, M.M.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 64-73 71
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7. Desenvolvimento em parceria (incluir também parceria interna)

7.1. Nome parceiro: Método para promoção de spin off de projeto de pesquisa
7.2. N° contrato:
acadêmica de base tecnológica
As instituições relacionadas devem ter contribuído efetivamente para o desenvolvimento do produto. Indique, se Method for spin off research project based in technology from academy
houver, o número de identificação do contrato que regula a parceria na Embrapa (idealmente, anexar uma cópia
deste contrato).
Aline Pereira de Lima1 e Patrícia Andrade Leite2,*
8. Campo de aplicação do produto
Indicar quais os possíveis campos de aplicação/utilização do produto. Departamento de Engenharia de Produção da Escola de Engenharia
Universidade Federal Fluminense
Campus da Praia Vermelha, Rua Passo da Pátria, 156 - São Domingos
9. Problema que o produto resolve
Niterói, RJ CEP: 24210-240
Apresentar os problemas do estado da técnica que o produto se propõe a resolver.
E-mails: alinepdelima@gmail.com | patricia.andrade.leite@gmail.com
10. Estado atual da técnica
*autor de contato: Patrícia Andrade Leite
Descrever de forma resumida, o atual estado da técnica.
Artigo submetido em 30 abril de 2009, aceito em 30 de agosto de 2009
11. Diferencial do produto
Descrever de forma completa o diferencial do produto em relação aos seus similares/existentes/concorrentes.
RESUMO ABSTRACT
12. Pontos fortes do produto
Determinar, de forma clara e objetiva, quais os pontos fortes do produto em relação a concorrência. Com a Revolução da Informação, o elemento conheci- In the Information Revolution, the knowledge element
mento tornou-se o fator de definição da posição que um has become the defining factor of the position that a coun-
13. Pontos fracos do produto país, ou nação, ocupa na organização mundial do trabalho. try or nation is the worldwide organization of work. Mo-
Ademais, passou a ser o input principal para a geração de reover, it has been the main in put for the generation of
Determinar, de forma clara e objetiva, quais os pontos fracos do produto em relação a concorrência, a propriedade
riqueza para a economia de um país, com alto valor agrega- wealth for the economy of a country with high added va-
intelectual, a técnica, ao funcionamento, etc.
do. Todavia, não é o bastante possuir criadores deste co- lue. However, it is not quite have the creators of this know-
nhecimento, se o mesmo não for transferido para um seg- ledge, if it is not transferred to a segment of economic acti-
14. Estimativa do custo de produção do produto mento da atividade econômica em forma de produtos, ser- vity in the form of products, services or processes. It is in
Apresentar uma estimativa do custo de produção na indústria deste produto, sendo média ou limites de custos. viços ou mesmo processos. É neste contexto que o presente this context that this study supports their goals, with study
estudo apóia seus objetivos, com estudo sobre o fenômeno on the phenomenon of the formation of academic spin offs,
III. DADOS DO MERCADO de formação de spin offs acadêmicos, que são empresas which are emerging technology-based companies from te-
nascentes de base tecnológica (ENBT) a partir de tecnologi- chnologies arising from research projects conducted at uni-
15. Mercado consumidor/indústria-alvo do produto as resultantes de projetos de pesquisa realizados em cen- versities and research centers. In order to contribute to the
Indicar os mercados ou indústrias/setores que poderiam ter interesse em utilizar este produto. tros universitários e de pesquisa. De forma a contribuir com discussion of technology transfer from academia to the
a discussão de transferência tecnológica do meio acadêmi- market, this paper proposes a method for the formation of
16. Competidores e tecnologias concorrentes/similares – descrição resumida co para o mercado, este trabalho propõe um método para a spin offs that enables the complete guide to the creation of
promoção de spin offs que possibilita o direcionamento a new company.
Verificar se há produtos similares no mercado e descrevê-los, apresentando também as principais vantagens desses,
completo para a criação de uma nova empresa.
se houve, em relação do produto da Embrapa – Tabela comparativa.

17. Empresas que poderiam se interessar pelo produto – listar nomes PALAVRAS-CHAVE: KEYWORDS:
Listar o nome de todas as empresas, por mercado, que possam se interessar em negociar o produto em questão.
(incluir concorrentes da Embrapa). • Pesquisa, • Research,
• Tecnologia, • Technology,
• Spin Off, • Spin Off,
18. A tecnologia já foi apresentada a alguma empresa/empreendedor?
• Método. • Method.
Sim Não

18.1. Em caso positivo: Qual (is)? 1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA tal. A necessidade de ter criadores de conhecimento é regra
Como resultado da Revolução da Informação, após o fundamental para uma nação se desenvolver. [LANDES apud
Descrever o nome da empresa ou empreendedor.
surgimento da Internet, o elemento conhecimento passou CRUZ, 2000]
de insumo para a geração de riqueza a reconhecido como A capacidade de uma nação de gerar conhecimento e

72 Rocha D.T., Sluszz, T., Campos, M.M.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 64-73 Lima, A.P. e Leite, P.A.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 81-88 81
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5. CONCLUSÃO mentos na área relativa aos cenários econômico-financeiros.


18.2. Houve interesse por parte de alguma delas? Se sim, qual:
A criação de um empreendimento inovador hoje em dia De fato, a maior dificuldade, principalmente quando se trata
Determinar o interesse: em licenciar, em incubar, em formar nova empresa, em comprar, etc.
no Brasil e no mundo requer a necessidade de ponderação e de inovação está na existência de capital suficiente para lan-
análise de vários critérios tangíveis e intangíveis dos riscos çamento de desenvolvimento de novos empreendimentos. Já
envolvidos no processo. Atualmente, o cenário vem se tor- para as empresas já incubadas a deficiência maior está na 18.3. Se não houve interesse, qual o empecilho/problema citado/encontrado?
nando cada vez mais favorável as idéias inovadoras porém capacitação necessária para melhor identificação e estrutura- Descrever o porquê da empresa/empreendedor não se interessar pelo produto: problemas na negociação, tempo,
percebe-se a necessidade de uma maior capacitação dos ção dos riscos envolvidos, sendo necessário realizar um mai- técnica, custo, etc
empreendedores na elaboração de seu Plano de Negócio. or investimento nesses quesitos apontados.
Nesse momento surge a importância das Incubadoras Para tal finalidade, a Incubadora de Empresas da UFF 19. Barreiras para entrada do produto no mercado
de Empresas nesse processo. Além de toda a capacitação deverá estabelecer um vínculo maior entre a equipe de Cap- Descrever as barreiras existentes para entrada do produto no mercado potencial: fitossanitária, tributária,
necessária para um melhor desenvolvimento de seu proje- tação de Recursos e a equipe de Seleção e Acompanhamen- concorrentes, legais, etc.
to, o empreendedor obtém todo o respaudo necessário para to de empresas a fim de orientar e direcionar os investimen-
o início de suas atividades como empresas. tos necessários para tal empreendimento. A partir dos re-
20. Próximas etapas para que o produto chegue ao mercado
Na Incubadora de Empresas da Universidade Federal Flu- sultados observados na ferramenta de avaliação será neces-
Descrever o que deverá ser feito para completar o desenvolvimento do produto para ser comercializado no mercado
minense, o processo de seleção de empreendimentos preo- sário traçar uma estratégia específica referente a este fator
potencial.
cupa-se principalmente com os fatores intangíveis em rela- a fim de minimizar os resultados negativos nas futuras rea-
ção a análise da probabilidade de sucesso do negócio pro- valiações das empresas. A existência de relatórios específi-
posto pelo empreendedor. Assim sendo, a ferramenta de cos e atualizados de cada empresa também será útil para a
avaliação Pullig-Simone é fundamental nesse processo. identificação de necessidades específicas das empresas já
Desde o início da utilização da ferramenta, em julho de aprovadas no processo seletivo.
2009, pode-se observar uma facilidade na orientação tanto Além disso, o processo de seleção deverá abranger mais
dos empreendimentos aptos para serem incubados quanto detalhadamente os riscos envolvidos no empreendimento.
dos que necessitavam de uma atenção maior e se enqua- Para tal, se faz necessária uma maior capacitação dos em-
dravam no período de pré-incubação. preendedores, seja durante o processo de desenvolvimento
Conforme o estudo de todas as empresas que foram ava- do plano de ação ou mesmo durante o processo de incuba-
liadas, pode-se observar uma necessidade de maiores investi- ção.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Blucher

80 Serra, E., Cardoso, L., Silva Filho, S.M.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 74-80 Rocha D.T., Sluszz, T., Campos, M.M.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 64-73 73
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LOCUS
ISSN -1981-6790 - versão impressa
CIENTÍFICO
ISSN -1981-6804 - versão digital
Assim como nas empresas pré-incubadas, a área mais ção de uma inovação devem ser respaldadas por fon-
deficiente deste grupo de empresas é a relacionada ao Ce- tes fidedignas para que seja possível controlar a maior
Análise de risco para empreendimentos inovadores nário Econômico-Financeiro.
Após toda essa análise, pode-se estudar e enteder as
parte das variáveis envolvidas no processo e, conse-
qüentemente, diminuir os riscos a este inerentes.
Risk analysis for innovative enterprises áreas problemáticas. Porém, como o objetivo do estudo é
traçar estratégias de acompanhamento das empresas, des- A partir da discriminação dos fatores analisados dentro
cartou-se o resultado das empresas não aprovadas no pro- deste cenário, analisou-se a deficiência das empresas em cada
Érika Serra*, Luany Cardoso, Sérgio Mecena da Silva Filho cesso. grupo e foi obtido o seguinte resultado (Figuras 6 a 8).
Logo, avaliando-se o Cenário Econômico-Financeiro com
as características já citadas anteriormente neste artigo, sub-
Universidade Federal Fluminense divide-se o critério nos seguintes itens:
Laboratório INITIA de Inovação e Empreendedorismo
• Acesso a Capital para Financiamento: analisa-se se
Outeiro de São João Batista S/N – Centro
Campus do Valonguinho. os investimentos necessários para iniciar as ativida-
CEP: 24020-141 – Niterói – RJ – Brasil des do projeto de inovação e posicioná-la no merca-
do são de posse da organização ou são de fácil aces-
E-mails: erikacserra@gmail.com | luanycardoso@gmail.com | smecena@gmail.com so. Para que a inovação tenha alta probabilidade de
sucesso, deve-se possuir o capital semente para co-
*autor de contato: Érika Serra
brir os custos iniciais e ter disponível um capital de
Artigo submetido em 30 abril de 2009, aceito em 30 de agosto de 2009 risco para o seu desenvolvimento, sendo estes pro-
venientes de diversificadas fontes de capital.
• Cenário Econômico: observa-se se as variáveis eco- Figura 6: Análise dos subfatores das empresas não aprovadas
RESUMO ABSTRACT nômicas é fator fundamental para o sucesso de qual-
quer empreendimento. Sendo assim, o empreende-
Este artigo apresenta a consolidação do processo sele- ABSTRACT: This article presents the consolidation of the dor deve conhecer tais informações para que possa
tivo da Incubadora de Empresas da UFF cujo processo seleti- selection process Incubator Company of the UFF. This selecti- traçar estratégias de modo a potencializar os dados
vo se dá através da avaliação da probabilidade de risco de on process is done by assessing the probability of risk of suc- favoráveis e minimizar os obstáculos. De qualquer
sucesso da inovação por meio uma ferramenta, que se utili- cessful innovation. The method used for implementation of modo, a probabilidade de sucesso será maior quan-
za do Método de Análise Hierárquica (Analytic Hierarchy Pro- this assessment is based on a tool which uses the multicrite- to melhor forem as condições de compra dos consu-
cess – AHP). O conjunto de avaliações foi consolidado com ria method with the choice Hierarchical Analysis Method midores, influenciadas principalmente por baixas ta-
o intuito de identificar os pontos críticos apresentados por (Analytic Hierarchy Process - AHP). The set of ratings was con- xas de juros, inflação e desemprego. Além disso, um
empresas candidatas a incubação, a posteriori foi feita uma solidated in order to identify the critical points made by bi- mercado com fácil acesso ao crédito fica mais aque-
análise identificando quais seriam os processos de incuba- dding the incubation, the post was an analysis identifying cido e mais propenso ao posicionamento da inova-
ção críticos para dar suporte às empresas que iniciam seus what the critical processes of incubation to support the com- ção.
processos de incubação. panies that start their process of incubation. • Viabilidade Financeira: A constatação da viabilida-
de financeira é fator fundamental para o sucesso de Figura 7: Análise dos subfatores das empresas pré-incubadas.
qualquer projeto, seja ele de inovação ou não. Os
PALAVRAS-CHAVE: KEYWORDS:
indicadores como o Valor Presente Líquido(VPL), Pay-
back e Ponto de Equilíbrio devem indicar que o em-
• Inovação, • Innovation, preendimento será financeiramente saudável, aumen-
• Probabilidade de sucesso, • Likelihood of success, tando assim a probabilidade de seu sucesso.
• Avaliação. • Evaluation. • Riscos Envolvidos: Os riscos são inerentes a qual-
quer empreendimento, seja ele inovador ou não. To-
davia, cabe ao empreendedor identificá-los e mini-
1. INTRODUÇÃO Na definição do Manual de Oslo, uma inovação é “a mizá-los ao máximo, a fim de que os impactos gera-
Com o aumento da competitividade entre as empresas implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou dos, caso ocorram, sejam os menores possíveis. Para
dos mais diversos setores da economia, torna-se cada vez significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo as inovações, que na maioria dos casos exigem gran-
mais necessária a existência de um pilar fundamental para a método de marketing, ou um novo método organizacional des investimentos, os riscos são ainda mais críticos,
sobrevivência da organização: a inovação. Pela teoria eco- nas práticas de negócios, na organização do local de traba- exigindo um tratamento ainda mais detalhado. Des-
nômica, a inovação diferencia-se da invenção pela sua apli- lho ou nas relações externas”. ta forma, quanto mais incertas forem as informa- Figura 8: Análise dos subfatores das empresas incubadas.
cação comercial. Quando uma invenção ocorre, resultado É importante salientar que uma empresa pode realizar ções a respeito da inovação e sua visão de futuro,
de uma atividade de pesquisa ou mesmo da experiência de diversos tipos de mudanças entre os diferentes tipos de ino- menores serão as chances de que esta seja bem su- Assim sendo, o acesso a capital para financiamento
um indivíduo, ela às vezes não entra no processo produtivo, vação que existem: de produto, de processo, de marketing cedida. Por outro lado, os projetos inovadores ten- é o principal problema enfrentado tanto pelas candidatas
mas quando uma invenção ultrapassa diversos estágios e e organizacionais. dem a gerar altos benefícios, o que justifica os gran- não aprovadas quanto para as pré-incubadas. Já para as in-
atinge o processo produtivo a fim de ser comercializada Diversos estudos indicam que uma grande dificuldade des investimentos, mesmo que os riscos sejam altos. cubadas o maior problema identificado está na identifica-
ocorre a inovação. [Teixeira, 1983]. do empreendedor no Brasil, aliada a falta de formação e as Sendo assim, as informações utilizadas para avalia- ção dos riscos envolvidos no empreendimento.

74 Serra, E., Cardoso, L., Silva Filho, S.M.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 74-80 Serra, E., Cardoso, L., Silva Filho, S.M.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 74-80 79
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Tabela 2: Resultados referentes às empresas não selecionadas. incertezas econômicas, é a dificuldade de alavancar capital, jamento. Planejar pode ser definido de forma ampla como
principalmente na fase inicial dos projetos, quando a idéia “decidir previamente o que deve ser feito”, ou mais restriti-
Público- Alvo 48,33%
Recursos Tecnológico 40,00%
ainda não saiu do papel ou se saiu, ainda não começou a vamente, como processo contínuo e sistemático da análise
Cenário Econômico-Financeiro 41,67% produzir resultado expressivo, em outras palavras, ainda não de oportunidades e ameaças (relativas ao ambiente exter-
Legislação/ Regulamentação 53,33% analisou a viabilidade de sua idéia. no) e pontos fracos e fortes (relativos ao ambiente interno),
Organização Interna 33,33% Segundo a Nbia- National Bussiness Incubator Associa- visando à determinação e consecução dos objetivos do em-
Parceiros e Fornecedores 30,00% tion [Apud Bermudez e Morais: 1955], diz que dentre as 12 preendimento.
Ambiente Competitivo 53,33% razões-chaves para o insucesso dos empreendimentos são: De acordo com o SEBRAE, a inovação é uma atividade
Percepção de Valor da Inovação 50,00% 1- Inadequado plano de negócios! de risco! Sempre há uma possibilidade de insucesso, pois a
Probabilidade de Sucesso 38,35% 2- Inadequado plano de negócios! empresa está trabalhando com novidades, ou seja, méto-
3- Inadequado plano de negócios! dos ainda desconhecidos e incertos para o negócio.
4- Insuficiente capital inicial stat-up do desenvolvimen- No entanto é possível reduzir os riscos na execução de
to do empreendimento devido ao inadequado pla- qualquer inovação.
Figura 4: Análise em aranha das empresas pré-incubadas. no de negócios; I. Conhecer o mercado: realizar levantamento de de-
5- Erro quanto à estimativa de demanda do mercado mandas dos consumidores;
Neste grupo de empresas a área mais crítica identificada de produtos e serviços; II. Constante confirmação da inovação: Acompanhar e
foi o Cenário Econômico-Financeiro. Finalizando a análise, ini- 6- Ausência de gerentes habilitados; compreender os seus concorrentes, mas de forma
ciou-se a avaliação das empresas que hoje estão incubadas. 7- Falha na seleção de consultores externos; correta, a fim de não deixar para tomar iniciativas
As empresas que se encontram nesse estágio, atualmen- 8- Inabilidade de ter produtos ou serviços notáveis no tardiamente;
te estão em fase de elaboração do Plano de Ação específico mercado; III. Exploração de sua capacidade existente: pensar no
para cada resultado gerado pela empresa. Nesse momento, 9- Excessiva dependência a um único mercado; impensável, romper barreiras, ir além;
a empresa é acompanhada por uma equipe onde de acordo 10- Subestimação do capital necessário para o cresci- IV. Ampliar consciência: ter visão das conseqüências;
com o Plano de Ação gerado são realizadas reavaliações mento do empreendimento; V. Ter uma equipe qualificada ou de conhecimentos;
periodicas através da ferramenta de avaliação. A partir des- 11- Planejamento otimista para a consolidação do em- VI. Estar legalizado como as regulações e as regras tri-
tas avaliações são geradas estratégias de acompanhamento preendimento; butárias.
Figura 3: Análise em aranha das empresas não aprovadas. específicas para cada empresa com o objetivo de suprir as 12- Incapacidade de tomar decisões de bom senso na
necessidades de cada uma delas, aumentando sua probabi- hora certa. A figura 1 apresenta os fatores que obstruem as ativi-
De acordo com a observação do gráfico e da tabela a
lidade de sucesso. Para este grupo resultado geral apresen- dades de inovação.
área mais deficitária das empresas não aprovadas está rela-
tado foi de 75,56% (Tabela 4 e figura 5). No entanto, muitos questionamentos são feitos acerca
cionada aos Parceiros e aos Fornecedores.
do tema: Qual impacto que determinado negócio causará 3. FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO
Numa terceira etapa, foi avaliado o resultado das em-
Tabela 4: Resustados obtidos para as três empresas na sociedade em que se situa? Qual o grau de novidade do Para se criar uma inovação, é necessário analisar a pro-
presas que atualmente se encontram em estágio de pré-in-
incubadas. empreendimento? Será que a novidade é viável economica- babilidade de sucesso deste produto ou serviço. Dessa for-
cubação. As empresas que se encontram nesse estágio na
mente? Uma série de perguntas passa pela cabeça de quem ma, em busca desse resultado dois alunos da Universidade
incubadora estão em fase de adaptação de seus Planos de Público- Alvo 66,67% tem uma idéia em mente. Perguntas essas, que são bastan- Federal Fluminense em parceria com a Incubadora de Em-
Negócios a fim de suprir as necessidades identificadas pela Recursos Tecnológico 71,67%
te difíceis de serem respondidas, uma vez que em se tratan- presas da UFF, desenvolveram uma ferramenta de avaliação
ferramenta em cada caso. A partir do resultado gerado pela Cenário Econômico-Financeiro 50,00%
do de inovação as variáveis são muito intangíveis e de difícil que hoje é utilizada pela incubadora no processo de seleção
ferramenta, a Incubadora gera um relatório para a empresa Legislação/ Regulamentação 53,33%
Organização Interna 76,67% mensuração. de seus candidatos.
para que possam ser traçadas estratégias a fim de aumentar
Parceiros e Fornecedores 66,67% Por este motivo, a Incubadora de Empresas da Universi- O processo de seleção de empresas tem como objetivos
a probabilidade de sucesso do empreendimento e minimi-
Ambiente Competitivo 83,33% dade Federal Fluminense (UFF) desenvolveu em parceria com escolher, dentre as candidatas, aquelas de maior potencial
zar o fator de risco identificado. Além disso, são realizadas
Percepção de Valor da Inovação 75,56% alunos da própria universidade uma ferramenta capaz de de sucesso. Apesar de aparentemente simples, exige um
reuniões de instrução para elaboração do Plano de Ação da
Probabilidade de Sucesso 68,45% analisar a probabilidade de sucesso de empreendimentos conhecimento por parte do empreendedor de todo o seu
empresa. Neste caso, obteve-se o seguinte resultado geral,
inovadores. Dessa forma, diversos fatores qualitativos e in- negócio. Alguns fatores são variáveis fundamentais para
56,38% (tabela 3 e figura 4)
tangíveis são traduzidos em variáveis quantitativas. influência no sucesso do candidato, são eles: público-alvo,
Estudos realizados entre incubadoras indicam que um recursos tecnológicos, cenário econômico-financeiro, legis-
Tabela 3: Resultados obtidos para os três projetos pré-
processo de incubação bem estruturado e gerenciado é o lação/regulamentação, organização interna, parceiros e for-
incubados.
primeiro passo para alcançar altas taxas de sucesso e de so- necedores, ambiente competitivo e percepção de valor da
brevivência das empresas que passam por programas de in- inovação.
Público- Alvo 71,67%
cubação. É essencial ter um diferencial competitivo, utilizar A análise de inovação envolve fatores qualitativos e in-
Recursos Tecnológico 60,00%
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC´s) permite tangíveis que são traduzidos em variáveis quantitativas. Para
Cenário Econômico-Financeiro 38,33%
Legislação/ Regulamentação 73,33%
interatividade, rapidez, acesso e intercâmbio, aspectos fun- tanto, foi necessário o uso da metodologia de multicritério
Organização Interna 53,33%
damentais em um ambiente cada vez mais globalizado e como ferramenta para a tomada de decisão e dentre as inú-
Parceiros e Fornecedores 53,33% competitivo. meras, foi escolhida o Método de Análise Hierárquica (Analy-
Ambiente Competitivo 56,67% tic Hierarchy Process – AHP). O método baseia-se nas se-
Percepção de Valor da Inovação 68,89% 2. IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS E QUANTIFICAÇÃO
Probabilidade de Sucesso 56,38% A etapa inicial de qualquer empreendimento é o plane- 1 Newman, 1951, p.15, citado por Ednalva F.C. de Morais, 1997, p.38
Figura 5: Análise em aranha das três empresas incubadas.

78 Serra, E., Cardoso, L., Silva Filho, S.M.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 74-80 Serra, E., Cardoso, L., Silva Filho, S.M.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 74-80 75
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Inovações de Inovações de Inovações Inovações de


a velocidade das transformações tecnológicas e a capacida- Tabela 1: Resultados obtidos para as nove empresas que
Relevante para: de de proteger a inovação de cópias externas, o que se rela-
produto processo organizacionais Marketing participarão da seleção
Fatores relativos ao custo: ciona com a complexidade tecnológica da inovação ou seu
conhecimento agregado, podendo ser protegida também Público- Alvo 62,22%
Riscos percebidos como excessivos * * * *
por meio de registro de patentes e marcas.
Custo muito elevado * * * * Recursos Tecnológico 54,22%
Cenário Econômico-Financeiro: Analisa se existem re-
Carência de financiamento interno * * * * Cenário Econômico-Financeiro 43,33%
cursos suficientes e/ou fontes seguras de financiamento para
Carência de financiamento de outras fontes fora da empresa: * * * * desenvolvimento e posicionamento da inovação no merca- Legislação/ Regulamentação 60,00%
Capital de Risco * * * * do, além de considerar o cenário econômico do ambiente Organização Interna 54,44%
Fontes públicas de finaciamento * * * * onde se pretende inserir o novo produto (contemplando nível
Parceiros e Fornecedores 50,00%
Fatores relativos ao Conhecimento: de inflação, desemprego, renda disponível, existência de
agências de fomento, estruturas de apoio ao crédito e ou- Ambiente Competitivo 64,44%
Potencial Inovador (P&D , desingner etc.) Insuficientes * * *
tros) e a viabilidade financeira ou o tempo de retorno gera- Percepção de Valor da Inovação 64,82%
Carência pessoal qualificado:
do pela inovação. Probabilidade de Sucesso 54,40%
No interior da empresa * * *
Legislação/Regulamento: Análise da legislação vigen-
No mercado de trabalho * * * te que deve contemplar a política fiscal, legislação sobre o
Carência de informação sobre tecnologia * * comércio nacional, leis trabalhistas, política cambial, nor-
Carência de informação sobre os mercados * * mas de regulamentação, proteção de mercado, restrições
Deficiências na disponibilização de serviços externos * * * * alfandegárias, entre outros fatores relacionados diretamen-
Dificuldades de encontrar parceiros para cooperação em: te ao arcabouço legal vigente no local onde a inovação será
Desenvolvimento de produto ou processo * *
introduzida.
Organização interna: Este fator verifica o nivel de de-
Parceria em marketing *
senvolvimento interno da empresa responsável pela inova-
Inflexibilidades organizacionais no interior da empresa:
ção. A existência de uma estrutura de gestão voltada ao novo
Atitude do pessoal com relação a mudança * * * * produto e de um modelo de negócio simplificado e coeren-
Atitude da gerência com relação as mudanças * * * * te com as estratégias da empresa, bem como ações de ma-
Estrutura gerencial da empresa * * * * rketing bem definidas, é capaz de impulsionar a empresa a
Incapacidade de direcionar os funcionários para as atividades de um rápido avanço, conquistando cada vez mais espaço no
* * mercado.
inovação em virtude de requisitos da produção
Fatores de mercado:
Parceiros e Fornecedores: O fator avalia a sinergia en-
tre o empreendedor, seus fornecedores e parceiros para o
Demanda Incerta para bens ou serviços inovadores * *
lançamento da inovação.
Mercado potencial dominado pelas empresas estabelecidas * *
Ambiente Competitivo: Entender o ambiente compe-
Fatores institucionais: Figura 2: Análise aranha das nove empresas que participaram da selação.
tetitivo, no que diz respeito ao posicionamento dos concor-
Carência de Infraestrutura * * * rentes e à existência de produtos substitutos , é de extrema Conforme a tabela anterior de um modo geral a parte
Fragilidade dos direios de propriedade * * importância para rápida conquista de mercado. crítica das empresas avaliadas encontram-se no Cenário Eco-
Legislação, regulações, padrões, tributação * * * Percepção de valor da inovação: O fator de configura nômico-Financeiro.
Outras razões para não inovar: em avaliar o valor que o novo produto representa para o A partir deste levantamento inicial, as empresas foram
seu mercado-alvo, ou seja, seu sigificado para a sociedade separadas de acordo com a situação atual e seu vínculo com
Não necessidade de inovar decorrentes de inovações antigas * * * *
como valor de consumo entregue. a incubadora. Da amostra de nove empresas avaliadas, 3
Não necessidade decorrente da falta de demanda por inovações * *
empresas foram incubadas, 3 pré incubadas e 3 não apro-
Figura 1: Fatores que obstruem as atividades de inovação, segundo o Manual de Oslo. 4. APLICABILIDADE DA FERRAMENTA vadas. Assim sendo, pode-se distinguir em Incubadas, Pré-
Como forma de ilustrar a aplicabilidade do instrumento Incubadas e as Não aprovadas no processo de seleção. As
guintes etapas: Construção de hierarquia, Aquisição de da- Ferramenta inovadora que busca agregar ao modelo antigo de avaliação desenvolvido, gerou-se um resultado com a con- empresas incubadas totalizam 3, assim como as outras ca-
dos ou Coleta de julgamentos de valor emitidos por especia- de edital numa ferramenta onde os fatores pertinentes pos- solidação de todas as avaliações realizadas na ferramenta pela tegorias acima citadas.
listas, Síntese dos dados obtidos dos julgamentos, calculan- sam ser analisados de forma consistente e fidedigna. Incubadora de Empresas no período de julho de 2008 a julho Após essa divisão, o objetivo foi traçar as áreas mais
do-se a prioridade de cada alternativa em relação ao foco A ferramenta analisa oito fatores descritos a seguir: de 2009, perfazendo um número de nove avaliações. deficientes em cada grupo de empresas e a partir daí gerar
principal; e a Análise da consistência do julgamento, identi- Público Alvo: Abrange o conhecimento do mercado a Para consolidação dos dados foi realizada um levanta- possíveis estratégias para minimizar esses resultados nos
ficando o quanto o sistema de classificação utilizado é con- ser atingido, bem como as características dos potenciais cli- mento de quais empresas participaram do processo de sele- próximos processos seletivos.
sistente na classificação das alternativas viáveis. Tudo isso, entes; ção da Incubadora no período avaliado. Ao todo fizeram par- Para iniciar a análise, foi estudado o grupo de empresas
será representada por um número percentual propiciando a Recursos Tecnológicos: Este fator contempla o nível te desta seleção as seguintes empresas: Bbágua, ISG, Hidro- que não foi aprovado pelo processo de seleção. A metodo-
tomada de decisão. de tecnologia interno à empresa e/ou equipe desenvolvedo- gen, TradeClick, Peta5, Stairway, UraBrasil, Tuvalu e EloTech- logia de estudo foi a mesma utilizada para balizar o processo
Baseada nessa metolodogia houve a construção de ra da inovação, a capacidade de investimento e realização nologies. A partir destas nove empresas gerou-se uma média com todas as empresas. Fez-se uma média e a partir daí
uma ferramenta que atendeu basicamente a necessidade da de Pesquisa & Desenvolvimento para concretização da ino- simples de todos os quesitos que são avaliados pela ferra- identificada a área problemática. Com isso, foi obtido o re-
incubadora de empresas da UFF, chamada Pullig-Simone. vação, o grau de avanço tecnológico no mercado externo e menta e foi obtido o resultado de 54,40% (tabela e figura 1). sultado de 38,35% (tabela e figura 3).

76 Serra, E., Cardoso, L., Silva Filho, S.M.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 74-80 Serra, E., Cardoso, L., Silva Filho, S.M.; Locus Científico, Vol. 03, n.03 (2009), pp 74-80 77

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