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Os estudos geopolíticos no Brasil: uma contribuição para sua avaliação

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Shiguenoli Miyamoto
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Perspectivas, São Paulo
4:75-92, 1981

OS ESTUDOS GEOPOLÍTICOS NO BRASIL:


UMA CONTRIBUIÇÃO PARA SUA A V A L I A Ç Ã O

Shiguenoli M I Y A M O T O *

RESUMO: O texto faz um "balanço" dos estudos geopolíticos realizados no Brasil, mostrando os
principais temas discutidos no período 1920-1980.

UNITERMOS: Geopolítica e relações internacionais; doutrina de segurança nacional e desenvolvi-


mento; poder nacional; política e estratégia.

O objetivo destas notas é tecer rápi- sob ponto de vista histórico, como se po-
das considerações sobre os estudos geo- de ver pelos trabalhos de Vicente Marotta
políticos produzidos no país, ver quais os Rangel (141), Christian G u i Caubet (34) e
temas analisados com maior freqüência e J . C . de Macedo Soares (106), portanto
quem os discutiu. Obviamente n ã o pre- não foram aqui considerados.**
tendemos esgotar o assunto, tampouco
discuti-lo exaustivamente, mas apenas Não apenas esses temas, como a p r ó -
fornecer alguns elementos para aqueles pria política exterior foi relegada a um
que não tiveram oportunidade de se deter plano secundário — embora reconheça-
com mais atenção sobre essa problemáti- mos como sendo fundamental a impor-
ca. tância da geopolítica na formulação da
política internacional do Brasil. C o m rela-
Observar-se-á, também, no decorrer ção a este problema discussões inúmeras
desta leitura, que muitos temas n ã o foram têm sido feitas, e o acesso à bibliografia ê
abordados com mais ênfase, como as relativamente fácil, podendo ser consulta-
fronteiras e o mar territorial. É reconheci- das publicações como a Revista Brasileira
da a importância desses elementos na de Política Internacional (Rio de Janeiro),
política internacional de qualquer país. a Revista Brasileira de Estudos Políticos
Contudo, discuti-los aqui tomaria mais (Minas Gerais) e o Boletim da Sociedade
espaço do que nos é reservado, por isso Brasileira de Direito Internacional (Rio de
apenas uma ou outra obra referente ao as- Janeiro), ricas em conteúdo.***
sunto foi mencionada. O mar tem recebi-
do muito mais tratamento jurídico, en- Feitas estas ressalvas e, em virtude da
quanto as fronteiras têm sido estudadas maior dificuldade no acesso às obras que

* Professor Assistente do Departamento de Ciências Políticas e Econômicas — Faculdade de Educação, Filosofia,


Ciências Sociais e da Documentação — U N E S P — 17500 — Marília — SP — Brasil.

** Contudo há obras como a de Soares (177) que são verdadeiros "tratados" geopolíticos. O papel estratégico desem-
penhado pelo Atlântico Sul tem sido, por outro lado, constantemente enfatizado pelos estrategistas brasileiros em arti-
gos publicados em revistas especializadas.

*** Há inclusive levantamentos bibliográficos sobre a política exterior brasileira. Consultar, por exemplo, G R A D E N -
DORFF & N1TSCH (70). No momento Zaíro Cheibub está desenvolvendo no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio
de Janeiro (IUPERJ), uma pesquisa intitulada "Bibliografia de Artigos de Política Externa Brasileira", visando levantar to-
dos os artigos publicados nas revistas brasileiras desde 1930 sobre política externa e relações internacionais.

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tratam do tema deste pequeno trabalho, forma é inegável que o seu estudo se re-
iniciamos com algumas considerações so- veste de suma importância para a com-
bre o que é geopolítica e geografia políti- preensão da própria política doméstica,
ca, delimitando seus campos de atuação e mormente naqueles países que, em deter-
quais as "escolas geopolíticas"*. minada etapa de seu desenvolvimento, as-
piram atingir a categoria de país-potência.
—I —
Não é necessário concordar-se com
A maior parte dos autores costuma os pressupostos da geopolítica para se
fazer distinção entre geografia política e estudá-la. Torna-se importante, isto sim,
geopolítica. Pela primeira entendem uma constatar sua existência e sua influência
disciplina do ramo da geografia, que na política de vários países, inclusive na
apresenta características estáticas e estuda do Brasil. Isto se verifica, por exemplo,
os aspectos geográficos de um determina- no período pós-64, quando muito da geo-
do território, preocupando-se mais com a política tem servido de pano de fundo —
parte descritiva do que analítica destes fa- às vezes ocupando lugar de realce — na
tores. A geografia política teria a seu car- elaboração e conduta da política nacio-
go descrever as fronteiras, os rios, as ser- nal, sobretudo no campo das relações in-
ras e as planícies, contentando-se em rea- ternacionais.
lizar uma representação meramente estáti-
ca desses elementos. A geopolítica, pelo Se a "Escola de M u n i q u e " atemori-
contrário, n ã o se satisfaz apenas com a zou o mundo em décadas passadas com o
descrião física dos acidentes geográficos. Lebensraum (ou teoria do espaço vital, se-
A geopolítica se preocupa com a aplica- gundo a qual a conquista de territórios é
ção desses fatores na formulação de uma crucial para a sobrevivência do Estado),
política visando principalmente fins estra- hoje este argumento dificilmente resistiria
tégicos. Concebida sob este prisma a geo- como justificativa para que o estudo da
política é uma teoria do poder e visa so- geopolítica seja execrado nos meios aca-
bretudo o preparo para a guerra. Nestas dêmicos. A própria ascensão do estamen-
condições a geopolítica é essencialmente to militar ao poder nestes últimos lustros
dinâmica, fazendo parte não da geogra- justifica a necessidade de se entender a
fia, mas sim da ciência política. geopolítica. Isto porque apenas os estrate-
gistas militares se preocupam com a for-
Muitos autores consideram a geo- m u l a ç ã o do Conceito Estratégico
política a consciência geográfica do Nacional ou grande estratégia, que per-
Estado, identificando-se com a concepção manece obscuro para os cientistas políti-
adotada pela "Escola de Geopolítica de cos***. O preconceito contra o estudo da
Munique"**. Mesmo interpretada dessa geopolítica ocorre mesmo sem que se sai-

* Alguns "manuais" trazem boas informações a esse respeito. Consultar A T E N C I O (5), H E N N I G & K O R L H O L Z
(88), L E S C A N O (92), VICENS-VIVES (202) e C È L E R I E R (35).
** Este conceito foi utilizado por Karl Haushoffer nos anos 30 tendo ele criado ainda, segundo vários autores o Insti-
tuto de Geopolítica de Munique A existência dessa entidade, contudo, e discutível, e mesmo a sua influência na conduta es-
tratégica alemã e também colocada em duvida por Strausz-Hupé e Troll. Para este ultimo o que houve foi uma supervalori-
zação, no estrangeiro, principalmente pelos estrategistas norte-americanos, da influência política de Haushoffer. Segundo
Troll não havia sequer o " t ã o - f a m o s o " Instituto de Munique a que mesmo Strausz-Hupe faz menção O que aconteceu, de
acordo com Troll, foi uma grande divulgação dos estudos de Haushoffer e seus discípulos, afirmando ainda que esse não ti-
nha sequer uma venia legendi para geopolítica na Universidade (Cf S T R A U S Z - H U P E , 184, T R O L L , 199).
*** Segundo Liddell-Hart, um dos autores mais mencionados pelos estudos da E S G "o Conceito Estrategio Nacional
ou grande estratégia, embora sinônimo da política que orienta a conduta da guerra, que se distingue daquela que deve gover-
nar os seus objetivos, se presta melhor para exprimir a execução de uma política Na realidade a finalidade da grande
estratégia — estratégia superior— e coordenar e dirigir todos os recursos de uma nação, ou grupo de nações, tendo em vista
a conquista do objetivo político da guerra, definido pela política fundamentai do governo" ( L I D D E L L - H A R T , 94 416-
417)

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MIYAMOTO, S. — Os estudos geopolíticos no Brasil: uma contribuição para sua avaliação. Perspectivas, S ã o Paulo,
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ba sequer as teorias que existem a seu res- (1939) com a União Soviética teria obede-
peito. Abramos portanto um parágrafo e cido às concepções estratégicas desenvol-
introduzamo-las sucintamente. vidas por Haushoffer de domínio do
Federico Ratzel (1844-1904) e Rudolf coração do mundo.
Kjellén (1864-1922) são considerados os Com relação ao poder m a r í t i m o , o
fundadores das modernas geografia nome de Alfred Thayer M a h a n (1840-
política e geopolítica. Esses autores "cria- 1914) é o mais conhecido. E m trabalho es-
ram escolas" que vêem o Estado como crito no final do século passado "mos-
um organismo vivo, podendo ampliar ou trou" como os mares tinham sido impor-
reduzir seu território conforme sua Histó- tantes para a grandeza do outrora podero-
ria. Dessa forma o Estado, ao atingir um so Império Britânico (Cf. M A H A N , 110:
alto grau de desenvolvimento, tende a se cap. 1). Mahan teve em Nicholas J .
expandir fisicamente, sucedendo-se o con- Spykman (1893-1943) um adepto do for-
trário em períodos de baixo desenvolvi- talecimento do poder m a r í t i m o . É tam-
mento, podendo mesmo desaparecer ou bém conhecida a teoria das fímbrias
ser absorvido por outro Estado mais for- marítimas desenvolvida por Spykman em
te. Esta postura que considera o Estado plena Segunda Guerra Mundial, segundo
como organismo dotado de características a qual havia necessidade de se enfatizar a
orgânicas ficou conhecida como escola defesa dos Estados Unidos através de bar-
determinista (a geografia é que determina reiras que cobririam o Atlântico desde a
os destinos de uma nação). Groenlândia até o nordeste brasileiro; no
A o lado desses, outros nomes s ã o Pacífico, desde o Alaska até o sul do C h i -
considerados "clássicos" na geopolítica le (Cf. S P Y K M A N , 183: cap. 14 e 15).
mundial. U m deles, Halford Mackinder
(1861-1947), ficou conhecido com a teoria O poder aéreo, por sua vez, teve em
do coração do mundo. Segundo M a c k i n - Alexander P . de Seversky, William M i t -
der quem conquistasse determinada re- chell, J . Douhet e V o n Seecket os defen-
gião designada eixo geográfico da história sores de uma nova estratégia que deveria
(hoje constituída pela China Continental ser adotada pelas nações, ou seja, o con-
e União Soviética) teria o controle do trole dos ares. N a concepção desses auto-
mundo. Sua teoria foi sintetizada no se- res a existência de uma força aérea eficaz
guinte princípio: "Quem domina a Euro- é que seria determinante nos resultados de
pa Oriental controla o coração do mundo. uma guerra. Seversky "demonstrou" em
Quem domina o coração do mundo con- seu trabalho a "decadência do poder na-
trola a Ilha Mundial. Quem domina a Ilha v a l " que deveria, segundo ele, converter-
Mundial controla o m u n d o " ( M A C K I N - se em forças auxiliares da aviação (SE-
DER, 109: 150). VERSKY, 166:277*).

Mackinder, Ratzel e Kjellén são os Pode-se ver por essas teorias a impor-
representantes maiores da teoria que con- tância que a geopolítica assume no mundo
sidera o território como fonte de poder, moderno. Se não se deve aceitá-la como
tendo exercido marcada influência no es- era formulada por Ratzel, Kjellén ou
trategista Karl Haushoffer, um dos prin- Haushoffer, nada melhor que entendê-la
cipais assessores de A d o l f Hitler. H á mes- bem e preparar-se para combatê-la eficaz-
mo versões segundo as quais a Alemanha mente; ou então utilizá-la para analisar si-
ao fazer o Acordo Ribbentrop-Molotov tuações em que sua influência é acentuada

•Sobre as concepções de Willian Mitchell, J . Douhet e Von Seecket, consultar A T E N C I O (5: cap. X , p. 301-326)

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M I Y A M O T O , S. — Os estudos geopolíticos no Brasil: uma contribuição para sua avaliação. Perspectivas, São Paulo,
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não só na política estratégica como tam- pois do ensaio de Mackinder sobre o eixo
bém econômica de muitos países. geográfico da história, escrito em 1904 —
complementado em 1919 pelo Democratic
— II — Ideais and Reality (109) — tínhamos já no
País um estudo preocupado com o papel
A bibliografia sobre a geopolítica da geografia na formulação da política
brasileira é extremamente fecunda, tanto nacional ( C A R V A L H O , 28).
quantitativa como qualitativamente, ao
contrário do que é corrente pensar-se, e O País sempre se caracterizou por
praticamente desconhecida no meio aca- apresentar, nos quadros da Chancelaria,
dêmico, que nutre, em relação a ela, um diplomatas que entenderam o fator geo-
preconceito que perdura desde a década gráfico como elemento importante para o
de 1940. U m a rápida olhada na literatura fortalecimento do poder nacional t ã o
existente servirá para constatar a pouca apregoado nos últimos anos. A própria
participação de cientistas políticos na Escola Superior de Guerra considera co-
elaboração e análise de estudos geopolí- mo precursores da geopolítica nacional,
ticos.* no campo prático, Alexandre de G u s m ã o
e o Barão do Rio Branco (Cf. E S G , 49:
Isto eventualmente poderia ser expli- 31-32). O primeiro, responsável pelo Tra-
cado pela imediata associação que se faz tado de Madrid (1750), e o segundo, figu-
entre geopolítica e a política do Nacional- ra de primeiro plano na diplomacia inter-
Socialismo vigente na Alemanha do III nacional, responsável pelo traçado e fixa-
Reich. A teoria do espaço vital e o expan- ção das modernas linhas fronteiriças na-
sionismo adotado por Hitler serviram de cionais, estendendo-as adentro do
pretexto para que os cientistas políticos hinterland latino-americano.
nacionais se fechassem em uma redoma,
onde o estudo da geopolítica foi excluído, Quanto à literatura existente,
e seus estudiosos vistos com desconfiança. considera-se unanimemente como figura
de maior importância na geopolítica na-
Salvo poucas exceções o estudo nesta cional, Everardo Backheuser, pioneiro
área tem sido monopolizado por milita- nesses estudos, sistematizando informa-
res, principalmente aqueles ligados à Es- ções até então desordenadas, como disse
cola Superior de Guerra (ESG), bem co- um dos estudiosos das décadas de 1950 e
mo por pessoas vinculadas direta ou indi- 1960 ( T O S T A , 191).
retamente a órgãos que tratam da segu-
rança nacional. Poucos são os outros que Embora um dos primeiros ensaios —
se têm aventurado a perscrutar o caminho considerados por Tambs (187) — seja re-
" t ã o suspeito" dos estudos da geo- ferente ao problema da m u d a n ç a da Capi-
estratégia e geopolítica. tal Federal ( P I M E N T E L , 135), foi só a
partir dos escritos de Everardo Backheu-
O Brasil foi um dos primeiros países ser (6, 7 e 8), que a geopolítica sofreu im-
a produzir estudos sobre geopolítica pulso, tendo sido esse um dos autores
stricto sensu. A s teorias desenvolvidas mais profícuos durante as três décadas
originariamente por Ratzel e Kjellén en- que se seguiram. Suas considerações ver-
contraram caminho fértil deste lado do savam desde uma teoria sobre a possível
Atlântico. Assim é que pouco tempo de- marcha da civilização e discussões teóri-

* Um levantamento mais exaustivo sobre a geopolítica latino-americana pode ser encontrado em T A M B S (187). Po-
dem ser vistos também meus trabalhos (122 e 123). No primeiro arrolamos cerca de 600 títulos que dizem respeito à temática
nacional,enquanto o segundo analisa o pensamento geopolítico brasileiro.

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MIYAMOTCf, S. — Os estudos geopolíticos no Brasil:uma contribuição para sua avaliação. Perspectivas, S ã o Paulo,
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cas sobre geopolítica e geografia política, Delgado de Carvalho (21 e 22), Cidade
até a mudança da Capital Federal, pas- (36), Silva (173), embora ocupem posições
sando pelos problemas da d i v i s ã o territo- exponenciais as obras de Backheuser (6, 7
rial e das fronteiras, detendo-se constan- e 8) e Travassos (192), n ã o só pelo seu
temente no tema da organização nacional, pioneirismo, mas também pela soldez
nisto extrapolando o campo específico da com que seus argumentos form defendi-
geopolítica. dos em prol da aplicação de uma política
M a l Backheuser havia iniciado sua que devia considerar em sua formulação
atividade nesta área e j á nos inícios de os fatores geográficos.
1930, um trabalho considerado de funda- A década de 1940 apresentou-se fértil
mental importância para a compreensão e a que mais produziu estudos sobre geo-
da geopolítica brasileira foi produzido, e política, antes do advento da Escola Supe-
se revestiu de tal significado que ainda ho- rior de Guerra. Embora numericamente a
je é considerado uma das obras mais sóli- produção tenha sido das maiores, a quali-
das no assunto. T ã o importante que mere- dade dos trabalhos não chegou a superar
ceu várias edições nacionais, sendo tam- as obras de Travassos e de Backheuser.
bém vertida para o espanhol em 1941.* Este último continuou produzindo en-
Trata-se dos Aspectos geográficos saios publicados principalmente na
sul-americanos (192), de autoria de Mário Revista Brasileira de Geografia (fundada
Travassos, reeditado alguns anos depois em 1939) e no Boletim Geográfico (funda-
com o título de Projeção Continental do do em 1943).
Brasil.
Nesta obra Travassos, ao mesmo São desse período as obras de Figuei-
tempo que analisou os antagonismos geo- redo (57), Fonseca (62), Lysias Rodrigues
gráficos regionais, contrapondo Atlântico (150), além de ensaios de Coelho (37 e
ao Pacífico e a Bacia do Prata à Bacia 38), Delgado de Carvalho (23 e 24), Raja
Amazônica, reviveu em plano continental Gabaglia (138 e 139). Gikovate (65) elabo-
a teoria de Mackinder, fazendo do triân- rou também um ensaio realçando a im-
gulo Sucre-Cochabamba-Santa Cruz de portância cada vez maior que a geopolíti-
La Sierra o pivot da política latino- ca deveria assumir no estudo da geografia
americana. Tal semelhança com a teoria e da história, enquanto Travassos produ-
do coração do mundo de Halford Mac- ziu três importantes trabalhos (193, 194 e
kinder é patente pela própria localização 195), tratando problemas de geografia mi-
geográfica do eixo boliviano. Esta obra é litar e os meios de transporte viários. R i -
freqüentemente mencionada (não muito beiro (147) abordou o problema da trans-
por nacionais, pois poucos destes a le- ferência da Capital Federal. Este tema pa-
ram), sobretudo nos países vizinhos, que rece ter sido uma preocupação constante
a utilizam para denunciar a tentativa do de todos os que se dedicaram à geopolíti-
papel hegemônico que o Brasil procura ca, não só nos seus inícios como até h á
assumir na região, apoiado nessa teoria. pouco tempo, pois mereceu a atenção de
Alencar (1) sobre o seu sentido militar,
Nas décadas de 1920 e 1930, entre a como por parte de Backheuser (9, 10, 11 e
literatura considerada de maior importân- 12), Christovam de Castro (30 e 31), P o l i
cia, e que merece destaque, encontramos Coelho (37 e 39), Freitas (64), Guimarães
os trabalhos de Orlando de Carvalho (29), (84 e 85), Lucas Lopes (102), Lysias R o -

* A mais recente edição do livro de Travassos deu-se em 1978 pela editora El Cid, de Buenos Aires, ao lado do livro de
Golbery do Couto e Silva (172), embora neste último caso este fato ocorresse à revelia do autor. No Brasil a última edição de
Travassos data de 1947.

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drigues (148) e J . Vasconcelos (201), per- O final do conflito mundial e o ad-


meando todas as últimas décadas. vento da Escola Superior de Guerra brasi-
Foi também na década de 1940 que leira marcaram nova etapa nos estudos
inúmeros ensaios relativos aos transportes geopolíticos. De um lado surgiu toda uma
foram realizados. Figueiredo (58, 59 e 60) nova geração de estudiosos (Therezinha
estudou o problema ferroviário em dire- de Castro, Meira Mattos, Golbery do
ção ao centro do continente, dando conti- Couto e Silva, J o ã o B . Magalhães,
nuidade ao pensamento de Travassos, cu- Waldyr Godolphim e Lyra Tavares); e ou-
jo objetivo talvez fosse, em suma, atingir tro, a guerra fria fez com que os estudos
o Pacífico através do pivot. Moacir Silva da recém-criada Escola Superior de Guer-
(174, 175, 176 e 177) produziu grande ra assumissem caráter doutrinário. Justa-
quantidade de trabalhos relativos à geo- mente nesse período a produção de estu-
política dos transportes, sobre as rodovias dos geopolíticos tornou-se rica em termos
e o seu papel na Segurança Nacional, bem numéricos e adquiriu bom teor qualitati-
como sobre a sua expansão interior consi- vo. A Escola Superior de Guerra
derando sempre a geografia como elemen- converteu-se, a partir desse momento, no
to principal na formulação desses estu- laboratório de idéias do seio militar. E de
dos. maneira tão eficaz que quinze anos depois
as Forças Armadas assumiram o poder.
Imediatamente após o término da Se-
Evidentemente muitos aspectos contri-
gunda Guerra Mundial, Reichardt (143)
buíram para que a ascensão do estamento
publicou estimulante ensaio sobre A geo-
militar fosse possível, no entanto não é in-
política e a consciência geográfica da
tuito nosso aqui discuti-los, mas pura e
Nação, onde considerou imprescindível a
simplesmente constatar a eficácia e perse-
necessidade de se criar uma mentalidade
verança de uma doutrina pacientemente
de grandes espaços e o hábito de pensar-se
geopoliticamente em idéias e planificações formulada, e que só aguardava uma chan-
grandiosas. Nesses mesmos anos foram ce de ser colocada em prática.
também criados os primeiros cursos de
O período de guerra fria fez com que
geopolítica no Brasil. O Instituto R i o
os estudos realizados nesse momento se
Branco os iniciou em 1944 e 1945, em ple-
vissem influenciados pelo clima do "ine-
na guerra, enquanto o Instituto Cultural
vitável confronto" ocidente versus orien-
Brasileiro fez o mesmo em 1947 e 1948.
te. Nesta linha de reflexão encontramos
Nesse último ano o Instituto de Direito
os ensaios de Golbery do Couto e Silva:
Comparado da Pontifícia Universidade
Geopolítica e geoestratégia (169), O Bra-
Católica do Rio de Janeiro também i n -
sil e a defesa do Ocidente (170) e O pro-
cluiu essa disciplina em seu currículo,
blema vital da segurança nacional (171).
ressaltando-se que todos esses cursos esti-
Outros ensaios de sua autoria, dos inícios
veram sob responsabilidade de Backheu-
da década, tinham sido aglutinados nos
ser.
Aspectos geopolíticos do Brasil (168) que
Em 1949 foi criado, ainda no Rio de mereceu reedição ampliada (rapidamente
Janeiro, o Instituto Brasileiro de Geo- esgotada) dez anos depois, quando o esta-
política que durante doze anos serviu de mento militar já assumira o poder. O mes-
centro aglutinador dos estudiosos nacio- mo Golbery do Couto e Silva havia lan-
nais até 1961, quando realizou sua última çado também alguns anos antes Pla-
sessão. E m 1974 esse mesmo Instituto ten- nejamento estratégico (167), obra de
tou reativar suas atividades, sem obter fundamental importância para a com-
êxito, por ocorrerem conflitos entre os preensão do pensamento estratégico na-
seus próprios integrantes. cional, constituindo-se talvez na publica-

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ção mais importante conhecida até o pre- (155) . Os anos 50 constituíram a década
sente momento. da construção da nova Capital Federal,
que finalmente se trasladou para o Planal-
Outros elementos vinculados à E S G
to Central, e Peixoto (131) abordou o as-
deram a sua parcela de colaboração, emi-
sunto, tecendo igualmente considerações
tindo opiniões em ensaios onde a ênfase
sobre a redivisão territorial do país; para
foi dada sempre ao fortalecimento do po-
Sobral (181) a nova capital constituiu-se
der nacional. São exemplos, Guimarães
em um novel eixo de gravitação nacional,
(86 e 87), Lyra Tavares (98 e 99) realçando
enquanto Reis (144) analisou o assunto
a questão da segurança nacional, enquan-
através da imprensa. A região amazônica
to Souza Jr. (182) teorizou a possibilidade
assumiu importância: a partir de então
de um novo conflito mundial onde o Bra-
inúmeras foram as análises realçando o
sil deveria desempenhar sua "indeclinável
seu valor econômico, político e estratégi-
responsabilidade". Miguel L i m a (95, 96 e
co, tanto por parte de autores nacionais,
97) e Travassos (196) estudaram os funda-
como pelas traduções inseridas em revis-
mentos geográficos do poder nacional.
tas como A Defesa Nacional, casos de
A partir dessa década duas publica- Aquino (3), Higbee (89), Lescano (91),
ções assumem importância na divulgação Moscosos (125 e 126), seguidos de outros
de assuntos militares e geopolíticos, ao la- sobretudo em épocas recentes quando se
do das anteriormente mencionadas: começou a discutir a internacionalização
Segurança & Desenvolvimento e A Defesa da região. São desta última fase, entre ou-
Nacional, além das revistas Cultura Mili- tros, os trabalhos de Becker (18), Meira
tar, Revista Militar Brasileira e a Revista Mattos (118 e 119), Muller (127), Ramos
do Instituto de Geografia e História Mili- (140), Rebelo (142), Reis (145), Sanches
tar do Brasil. A Defesa Nacional (funda- (156) , Schilling (159), Soares (179 e 180),
da em 1913), órgão da Cooperativa M i l i - Tambs (188) e Wagley (204).
tar das Forças Armadas, é a que apresenta
maior quantidade de estudos desde então; Em 1954 o Boletim Geográfico publi-
Segurança & Desenvolvimento, órgão de cou pela primeira vez uma obra de M a c -
divulgação dos ex-estagiários da Escola kinder: O mundo redondo e a conquista
Superior de Guerra, passou a publicar, da paz (108). Nos anos 50 Carlos de Meira
desde os inícios da década de 1950, estu- Mattos iniciou sistematicamente suas con-
dos de conteúdo essencialmente doutriná- tribuições, publicando Aspectos geo-
rio, aglutinando em sua volta toda a políticos de nosso território (114) e en-
intelligentzia civil e militar egressa de seus saios que, durante as décadas seguintes,
cursos. abrangerão desde as conceituações teóri-
cas até os problemas estratégicos da Áfri-
Fialho escreveu Problemas do Brasil ca, passando pelo Caribe e Oriente Mé-
(55) e Backheuser deu continuidade a seus dio. Mendonça (120) utilizou como tema
trabalhos publicando Geopolítica Geral e a história das fronteiras nacionais na Ba-
do Brasil (13). O mar parece ter sido des- cja do Prata, desde o período colonial, en-
coberto e, além de traduções publicadas quanto Menezes (121), no mesmo ano,
em A Defesa Nacional (Atencio, 4 e Def- pensou o problema do Brasil e a comuni-
fontaines, (47), Backheuser contribuiu dade afro-asiática. O relacionamento da
com Aspectos geopolíticos do mar (14). A diplomacia versus geografia fez-se presen-
Antártica assumiu importância nos estu- te em Delgado de Carvalho que publicou
dos de Delgado de Carvalho & Therezinha a História diplomática do Brasil (25),
de Castro (26 e 27) e Therezinha de Castro Graça (71) e Lousada (103). Cortesão
(32 e 33); as plataformas continentais me- (44), por sua vez, iniciou em 1950 a publi-
receram transcrição de texto de Rubio cação de uma coleção composta de nove

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volumes sobre Alexandre de Gusmão e o sua inportância considerada porque a


Tratado de Madrid. A geografia foi defi- geopolítica nacional tem se preocupado
nitivamente incorporada e teve sua impor- quase sempre com problemas fronteiri-
tância reconhecida na análise da política ços, ocupação dos espaços vazios e inte-
externa. Criou-se ainda em 1958, com Oc- gração nacional, enquanto no período
távio Tosta em A Defesa Nacional, uma mais recente a atenção esteve voltada para
seção com a finalidade de tratar especifi- os temas da segurança nacional e do po-
camente de assuntos geopolíticos. der nacional; secundariamente a questão
As décadas de 1960 e 1970 assinala- marítima foi levantada por Flores (61),
ram um período em que as preocupações Fichas Latino-americanas (56), entre ou-
estiveram voltadas freqüentemente para tros, e só em último lugar a geopolítica aé-
segurança nacional e o fortalecimento do rea. Nesta última linha apenas alguns tra-
poder nacional. Enquanto isso no exte- balhos mais restritos tinham sido produzi-
dos por Graça (72) e Lysias Rodrigues
rior, principalmente na América Latina,
(151).
inúmeras foram as análises contestando a
pretensão hegemônica e imperialista bra- A F I E S P / C I E S P realizou em 1962
sileira a nível regional, conforme veremos um Fórum sobre Segurança Nacional, do
no item seguinte. N o entanto, a nível in- qual participaram, entre outros, Lyra Ta-
terno ao contrário do que se poderia espe- vares e Castelo Branco, sendo que o pri-
rar, a produção em termos quantitativos meiro havia publicado alguns anos antes
não chegou a superar a das décadas ante- (99) trabalho abordando esse tema,
riores: manteve-se em um plano mais dis- aprofundando-o nessa década (100 e 101),
creto. Talvez o fato de um grupo autoritá- enquanto o segundo se converteu no pri-
rio ter assumido o comando do aparelho meiro presidente do movimento de março
de Estado, tenha feito com que os pró- de 1964.
prios elementos responsáveis pela formu-
No período pós-64 inúmeros foram
lação da política estratégica nacional se
os ciclos sobre segurança nacional, tendo
reservassem a produzir estudos destinados
a Revista Brasileira de Estudos Políticos
a atenção apenas à elite fardada.
(146), dedicado edição especial sobre o as-
Meira Mattos lançou Projeção mun- sunto, enquanto Fragoso (63) transcreveu
dial do Brasil(115) e de início, na apresen- toda a legislação a respeito. Aliás, esse foi
tação do livro, fazendo alusão ao traba- um dos temas mais explorados depois de
lho de Travassos (192), pediu licença para 1964. Mereceu atenção não só de estudio-
sonhar não com um país de projeção con- sos nacionais como Amaral Gurgel (2),
tinental, mas sim com um de projeção in- Barros (17), Oliveira (129), mas também
ternacional, tentando mostrar porque o de vários estrangeiros como Comblin (40
país deveria assumir um papel de relevo e 41), Durandin (48), Schooyans (163),
no concerto mundial das nações. Será esta Selcher(164)e Valdés (200).
tônica que orientará praticamente todos Cartaxo (19) publicou obra onde, ao
os seus ensaios posteriores. Barreto (16) abordar o problema geopolítico nacional,
apareceu em cena com uma obra publica- procurou justificar a teoria e a prática de
da pela B i b l i o t e c a do E x é r c i t o , uma revolução, segundo suas palavras,
População, riqueza e segurança, e pela nacionalista. Correia (42 e 43) pregou a
primeira vez um autor nacional produziu anexação de territórios limítrofes ao Bra-
um texto exaustivo sobre a geopolítica aé- sil, mormente na região setentrional. Suas
rea (Arp de Carvalho, 20), porque até en- preocupações identificaram-se com as de
tão apenas uma tradução de Seversky Lysias Rodrigues (149) embora este se re-
(166), tinha sido realizada. Isto deve ter a ferisse mais à criação de outros territórios

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federais que funcionariam, ao longo das estudos analíticos foram realizados sobre
fronteiras, como territórios tampões, ou a problemática da geopolítica nacional.
seja, o mesmo papel exercido pelo U r u - Entre esses pode-se ressaltar os de Olivei-
guai em outro nível na região meridional ros S. Ferreira (53 e 54), Roett (153) e o de
do país. Morador Wettstein (124).
Cunha (45), Faissol (50) e Guerra Os anos 70 presenciaram também a
(74, 75 e 76) trilharam os mesmos cami- inclusão da disciplina Geopolítica no
nhos, e a relação da geografia e história currículo do recém-criado curso de
com o poder nacional e a segurança nacio- Estudos Sociais, que objetivava substituir
nal constituiu-se em objeto de suas análi- as licenciaturas plenas de Ciências So-
ses. Gomes (66 e 67) perguntou: por que o ciais, História e Geografia. Nessa última
Brasil não é uma grande potência? E ten- década foram ainda realizadas várias con-
tou responder ele mesmo pelas potenciali- ferências abordando aspectos geopolíticos
dades geoeconômicas como o país pode nos "cursos de liderança política" pro-
converter-se em uma das cinco maiores movidos pelo ex-partido governista,
potências mundiais. O problema de po- Aliança Renovadora Nacional ( A R E N A ) .
tência passou a ser uma constante n ã o só
nas elucubrações realizadas pela E S G , co- — III —
mo por todos que, de uma forma ou de
outra, achavam-se identificados com o No período mais recente (aliás desde
movimento de 1964. o início da História do Brasil) a atenção
da política exterior brasileira se achou
Uma obra clássica da geopolítica voltada com intensidade para a Bacia do
mundial mereceu duas edições (Liddell-
Prata (vide discurso de Castelo Branco em
Hart, 93 e 94). A Geopolítica do Brasil,
31 de julho de 1964). Isto trouxe preocu-
do general Golbery (172), foi reeditada
pações aos países vizinhos com relação à
em 1967, enquanto Penna (132), no mes-
mo ano, analisou a política externa sob o política implementada pela Chancelaria
prisma da segurança e desenvolvimento. nacional, multiplicando-se estudos onde
Oliveiros S. Ferreira (53) examinou aten- as críticas à posição brasileira — identifi-
tamente a influência de Hobbes no pensa- cada como imperialista e tentacular — são
mento do general Golbery, mostrando os uma constante.
elementos que deram forma à sua visão Por isso a política internacional bra-
do processo brasileiro. sileira foi extensamente analisada e, na
América Latina — principalmente na A r -
O general Meira Mattos, que se reve-
gentina — vista com reserva. As críticas
lou como um dos mais produtivos en-
provenientes desses países passaram a
saístas da geopolítica nacional, além de
identificar invariavelmente qualquer ati-
ter sido o Comandante da Brigada
tude assumida pelo governo brasileiro co-
Latino-Americana da Força Interamerica-
mo forma de expansionismo e imperialis-
na de Paz que invadiu a República D o m i -
mo regional. Essas preocupações fizeram
nicana (1965), deu, no período pós-64, as
inclusive com que a geopolítica n ã o ficas-
suas maiores contribuições publicando
se relegada apenas ao plano retórico. E m
Brasil geopolítica e destino (116), A geo-
Buenos Aires criou-se o Instituto de Estu-
política e as projeções do poder (117) e
dos Estratégicos e Relações Internacionais
Uma geopolítica pan-amazônica (119).
que, sob a batuta do general Juan G u -
Embora quase todos os trabalhos glialmelli, passou a editar a revista
desse período tenham tido conteúdo dou- Estratégia, e as análises então publicadas
trinário, em maior ou menor grau, bons — onde a geopolítica é levada às últimas

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conseqüências — procuram mostrar o Enquanto isto na Venezuela está sen-


Brasil como o grande inimigo do conti- do desenvolvido, com apoio da Chancela-
nente. O próprio Guglialmelli (77, 78, 79, ria, projeto de pesquisa na Universidade
80, 81, 82 e 83) converteu-se em autor de de Los Andes, com o objetivo de analisar
inúmeros ensaios sobre a problemática do as mudanças políticas e sócio-econômicas
Cone Sul. do regime brasileiro a partir de 1964, e
suas possíveis conseqüências para aquele
Além desse instituto uma outra enti- país. O próprio trabalho de Morador
dade foi também criada em Buenos Aires, Wettstein (124), El militarismo brasileño
e que trata especificamente de assuntos y su proyección geopolítica é produto des-
geopolíticos. O mesmo ocorreu no U r u - se projeto e procura demonstrar a hipóte-
guai e na Bolívia nos últimos anos, com a se de "como o Brasil tem sabido dese-
criação de entidades voltadas igualmente nhar, exercitar e difundir em seu território
para o estudo de problemas estratégicos. e além-fronteiras uma geopolítica coeren-
Na Bolívia, inclusive, o ex-chanceler Raul te e projetiva com os países limítrofes,
Botelho Gonzalvez (68 e 69) fez um longo baseando-se em três fontes (energia, terra
estudo sobre as relações brasileiras no e recursos humanos)", mostrando "como
continente, estabelecendo analogia da ex- a transcendência alcança toda a América
pansão nacional com o papel imperialista do Sul e indiretamente a América Lati-
que o país estaria desempenhando desde na".
os inícios de sua história.
Outros projetos estão igualmente
Trias (197 e 198) criticou a posição
sendo desenvolvidos por Dieter Nohlen
imperialista assumida pelo Brasil e Nunez
(Universidade de Heidelberg) e Gertrud
(128) ressaltou o papel do Brasil como sa-
Krause-Traudes, ambos da República Fe-
télite e gendarme regional. Wettstein &
deral da Alemanha; Christian Guy Cau-
Campal (205) denunciaram a política ex-
bet (Universidade Federal de Santa Cata-
pansionista brasileira pela aquisição de
rina), Moniz Bandeira (Rio de Janero) e
terras em faixas fronteiriças no Paraguai,
Leonel Itaussu Almeida Mello (São Pau-
onde o cultivo da soja foi incentivado, e
lo), cuja preocupação é a presença brasi-
Schilling (157, 158, 160 e 161) — este bra-
leira na Bacia do Prata; Gerson Guima-
sileiro — procurou explicar a política ex-
rães (São Paulo) estuda a segurança na-
pansionista na Bacia do Prata através dos
cional e o pensamento do general G o l -
projetos hidrelétricos e das " i n v a s õ e s " no
bery, enquanto Sônia de Camargo (Rio de
Uruguai.
Janeiro) desenvolve um trabalho sobre a
Na mesma linha de crítica à hegemo- geopolítica dos generais Meira Mattos e
nia brasileira encontram-se inúmeros tra- Golbery do Couto e Silva.
balhos como os de Machicote (107) Mas- Numa prova de que não só na Améri-
trorilli (111, 112 e 113), enquanto Ferre ca Latina o crescimento econômico expe-
(51 e 52), Gualco (73), Lucchini (104), L u - rimentado pelo Brasil tem chamado aten-
des (105) e Quagliotti de Bellis (136 e 137) ção, nos Estados Unidos inúmeros têm si-
abordaram o problema a nível continental do os trabalhos focalizando o novo papel
situando o Brasil no contexto do Atlânti- desempenhado pelo país. Dans (46), Perry
co Sul. Perez Liana (133) focalizou a sua (134), Roett (152 e 153), Schneider (162),
análise na política exterior da Argentina, Selcher (165) e Theberg (190) analisaram
México e Brasil, tentando determinar se o Brasil e o seu papel no cenário interna-
esses países são considerados potências de cional, enquanto Tambs (186) elaborou
nível médio ou de primeira grandeza na uma tese explicando a expansão nacional
constelação internacional. até 1808 em direção a oeste. Aliás, é esta a

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tradição verificada nos estudos realizados quantos estudos doutrinários foram pu-
pelos "brazilianistas" que identificam na blicados no país, constatar-se-á com faci-
política brasileira a tendência contínua da lidade, que grande parte dos que versam
marcha para oeste. O próprio Tambs é sobre geopolítica e geoestratégia foram-
um dos autores que mais se tem preocupa- no justamente patrocinados por essa edi-
do com problemas latinoamericanos, rea- tora, daí que seus autores sejam t a m b é m ,
lizando trabalhos que focalizam n ã o só a em sua maioria, pertencentes aos quadros
problemática brasileira, mas principal- militares. Os próprios assinantes eram
mente a continental (185, 188 e 189). constituídos exclusivamente por militares,
e apenas em período recente a Bibliex pas-
Peixoto (130) — este brasileiro — sou a aceitar assinaturas civis (ou se as
igualmente analisou o crescimento do po- aceitava pelo menos nunca o divulgou co-
der do Brasil, enquanto Bailey (15) publi- mo vem fazendo agora). É o mesmo caso
cou uma coletânea sobre o papel da A m é - de A Defesa Nacional e Segurança &
rica Latina na segurança do hemisfério Desenvolvimento, que só a partir dos últi-
Este último tema mereceu a realização de mos anos, incluíram em suas listas assina-
um Seminário Internacional sobre turas civis (ressalvando para a segunda, os
"Política e E s t r a t é g i a " (São Paulo, elementos civis que haviam freqüentado
1979), organizado pelo Convivium — So- os cursos da E S G ) , enquanto a Revista
ciedade Brasileira de Cultura e coordena- Militar Brasileira permanece ainda desti-
do pelo general Meira Mattos e pelo prof. nada apenas aos oriundos dos quadros
Oliveiros S. Ferreira*. militares.

Observa-se ainda que desde Backheu-


— IV —
ser até Meira Mattos, os estudos realiza-
Vimos nos parágrafos anteriores a dos nem sempre corresponderam a pontos
existência de um grande n ú m e r o de estu- de vista que pudessem ser comprovados,
dos, desde a década de 1920, abrangendo oficiamente, como representativos do go-
uma gama variada de assuntos, de acordo verno. As. obras aparecem sempre com a
com o momento em que foram produzi- responsabilidade individual do autor. So-
dos. Nas décadas de 1940 e 1950, por mente no período pós-64 é que se deu,
exemplo, os textos foram influenciados também, com a criação da Escola Supe-
pelo conflito mundial, ao passo que nas rior de Guerra, maior importância aos es-
de 1960 e 1970, com a ascensão do esta- tudos geopolíticos, face ao clima de guer-
ra fria reinante. Mesmo assim a E S G nun-
mento militar, a doutrina de segurança e
ca se converteu em porta-voz oficial de
desenvolvimento permeou quase todos os
qualquer governo, sendo os seus cursos
estudos produzidos até o presente mo-
realizados e a doutrina transmitida basi-
mento.
camente às pessoas que os freqüentaram.
Por isso não é de se estranhar tam- Com o movimento de 1964 a influência
bém a grande quantidade de obras publi- dos estudos esguianos certamente adqui-
cadas pela Biblioteca do Exército Editora riu importância, porque muitos de seus
que tratam do assunto. Se um levanta- ex-estagiários assumiram cargos impor-
mento rápido for feito para descobrir tantes na administração nacional, e pude-

* Nesse seminário compareceram, além de outros, Therezinha de Castro, Alfredo Souto Malan, Ibsen de G u s m ã o Câ-
mara, Ivan Zanoni Hausen, José Alfredo Amaral Gurgel, Mário César Flores, Lauro Ney Menezes, Neslon Freire Lavènere
Wanderley, Octávio Tosta, Vicente Marotta Rangel, Ronaldo Sardenberg, além de especialistas estrangeiros como Roger
Fontaine, Ray S. Cline, Ronald Schneider, Juan Carlos Puig, Lewis Tambs, Álvaro Valência Tovar, William Perry, Wayne
Selcher e Bernardo Quagliotti de Bellis.

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ram, através do regime autoritário, colo- Guerra e as instituições militares fazem de


car em prática muitos de seus conheci- seus estudos, circulando-os de maneira
mentos. restrita, e aos quais, na maior parte das
Finalmente resta dizer que este " b a - vezes, não é possível termos acesso, prin-
l a n ç o " apresenta lacunas, sobretudo pela cipalmente quando se trata de trabalhos
própria reserva que a Escola Superior de por elas considerados "sigilosos".

M I Y A M O T O , Shiguenoli. The geopolitical studies in Brazil: a contribution to their evaluation.


Perspectivas, São Paulo, 4:75-92, 1981.

ABSTRACT: This paper discusses the brazilian geopolitical studies, origins to 1980.

KEY-WORDS: Geopolitics and International affairs; national security doctrine and development;
nacional power; politics and strategy.

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