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1.

Histórico
A Contabilidade de Custos surgiu da necessidade de avaliação dos estoques das
empresas industriais por volta do século XVIII no contexto da Revolução Industrial.
Com o crescimento econômico e o desenvolvimento de novos modelos de negócios, as
técnicas antes utilizadas para a avaliação desse tipo de ativo passaram a não ser mais
satisfatórias.

Para a apuração do resultado de cada período, bem como o levantamento do Balanço


em seu final, bastava o levantamento dos estoques em termos físicos, já que sua medida
em valores monetários era extremamente simples.

A crescente complexidade das atividades econômicas, o aumento da produção nas


empresas, a diversificação nos produtos e a automatização da manufatura mostraram a
ineficiência dos métodos até então utilizados, principalmente no caso das grandes
empresas que produziam grandes variedades de bens e serviços e contavam com
processos produtivos altamente industrializados.

A partir dessa nova realidade, então, os métodos de custeio foram evoluindo conforme a
demanda do mercado, nunca atingindo uma forma definitiva. As organizações, por sua
vez, não só precisavam buscar uma flexibilização nas suas estruturas organizacionais
como também responder de forma personalizada às necessidades dos seus
consumidores.

Quando se passou a adaptar a empresa industrial aos critérios utilizados nas empresas
comerciais, todos os gastos relativos ao setor produtivo passaram a ser encarado como
custo e foram desenvolvidos critérios de avaliação de estoques no caso industrial.

Custos, então, passou a designar a soma dos gastos incorridos e necessários para a
aquisição, conversão e outros procedimentos necessários para trazer os estoques à sua
condição e localização atuais, e compreende todos os gastos incorridos na sua aquisição
ou produção, de modo a colocá-los em condições de serem vendidos, transformados,
utilizados na elaboração de produtos ou na prestação de serviços que façam parte do
objeto social da entidade, ou realizados de qualquer outra forma.

As terminologias usadas na disciplina são extensas, mas alguns conceitos são


essenciais, como:

Custo Fixo – É aquele de natureza constante, que não mantém proporcionalidade para a
produção, ou seja, independe do aumento da mesma.

Custo Variável – É o custo que varia do total proporcionalmente às mudanças no nível


de atividade.

Custo de Reposição – Valor pago por um bem que irá substituir um outro que saiu, por
venda, consumo ou obsolescência.

Custo de Vida – Montante dos gastos realizados pelos membros da sociedade, relativo à
alimentação, vestuário, moradia, transporte e outros.

Custo Direto – É aquele que consiste nas aplicações diretas à produção, como a clássica
dupla: Matéria prima e mão de obra.
Custo Indireto – É aquele que representa as despesas que se incorporam indiretamente à
produção, por meio de rateios percentuais, baseados nos centros de carga.

Custo Global – O mesmo que custo final ou custo geral.


Custo Industrial – É aquele que representa os gastos diretos e despesas indiretas da
produção.

Custo Marginal – Representa a carga que se faz à produção, visando o aumento


quantitativo da mesma, com consequente diminuição de custo, da unidade produzida.

Custo Médio – Sistema prático na determinação dos custos nas empresas de produção
contínua e homogênea.

Custo Unitário – Representa as despesas e gastos integrantes de uma unidade de


produção.

Dos métodos de custeio utilizados (ABC, Absorção e Custeio Variável), dois serão
abordados: o método ABC – Activity Based Costing (Custeio Baseado em Atividades) -
e o Método de Custeio Variável.

1.1 Método ABC

O Método de Custeio Baseado em Atividades (ABC) é uma ferramenta metodológica


que visa otimizar dados relativos a custos de serviços ou de fabricação de produtos e se
estabeleceu com o desenvolvimento da automatização industrial, o que elevou custos
indiretos, por exemplo os ligados à eletricidade.

Surgiu como uma importante ferramenta gerencial e de suporte às decisões gerenciais e


que com o passar dos anos não tem se caracterizado de uma maneira rígida, muito antes
pelo contrário, tem sofrido modificações, na qual vem aparecendo diferentes
ramificações e assim tem evoluído.

Há indícios de que o Custeio ABC tenha origem em trabalhos desenvolvidos na General


Electric, na década de 1960 nos Estados Unidos. Porém, somente com a intensificação
da competição global, por volta da década de 1980, quando as empresas despertaram
para a nova realidade (satisfação dos clientes, treinamento, qualidade etc.) e as novas
tecnologias avançadas de produção e filosofia de gestão empresarial, o ABC, cujo
propósito é de suprir essas necessidades sobre esses processos. Em outras palavras o
objetivo do Custeio ABC é suprir a necessidade de informações precisas sobre o custo
da necessidade de recursos de produtos, serviços, e canais específicos.

O Custeio ABC, possibilita um cálculo mais acurado do custo dos produtos individuais.
Sua principal vantagem é o fato que pode ser usado como uma ferramenta gerencial que
estimula e suporta a melhoria contínua dos processos, da qualidade, dos parâmetros de
desempenho da empresa e das próprias pessoas, pois focaliza os possíveis problemas ou
oportunidades de melhora.

Sua mais séria restrição é a dificuldade imposta à sua implantação pela carência e pelo
custo das informações necessárias para o ABC. Porém com as novas tecnologias como
os coletores eletrônicos de dados e os Sistemas Integrados de Administração
Empresarial (ERP) e uma série de inovações a perspectiva é que o uso do ABC se
amplie, principalmente nos mercados competitivos onde o conhecimento dos custos e
de onde eles ocorrem é uma questão de sobrevivência.

1.2 Método de Custeio Variável

2. Descrição dos Métodos ABC e Custeio Variável

2.1 Método ABC

O ABC é uma ferramenta que possibilita uma melhor visualização dos custos através da
análise das atividades executadas dentro da empresa e suas respectivas relações com os
objetos e objetivos de custo. Esta percepção nasceu do novo enfoque que se passou a
adotar, segundo o qual são as atividades de todas as áreas funcionais de manufatura que
consomem recursos. Os produtos, por sua vez, exigem as atividades. No sistema de
custo baseado na atividade, os custos tornam-se visíveis passando a ser alvos de
programas de redução e de aperfeiçoamento de processos, auxiliando assim as
organizações a tornarem-se mais lucrativas e eficientes.

O custeio baseado em atividades também pode ser entendido como uma técnica para se
calcular custos de objetos. Esses objetos podem ser produtos, linhas de produtos,
serviços, clientes, segmentos de clientes, canais de distribuição ou qualquer outra coisa
do interesse da gerência. O sistema de custo baseado na atividade oferece às empresas
um mapa econômico de suas operações, revelando o custo existente e projetando
atividades e processos de negócios que, em contrapartida, esclarecem o custo e a
lucratividade de cada produto, serviço, cliente e unidade operacional. Os objetivos
principais do sistema de custeio ABC são o de obter informações mais apuradas dos
custos dos produtos e/ou serviços prestados e o de identificar os custos relativos às
atividades e as razões de essas atividades serem empreendidas.

A idéia do ABC é bastante simples e parte do pressuposto de que os recursos são


consumidos pelas atividades e estas, por sua vez, são consumidas pelos objetos de
custos.
A importância que se dá à utilização do sistema de custeio ABC é em virtude do mesmo
não ser apenas um sistema que dá valor aos estoques, mas também proporciona
informações gerenciais que auxiliam os tomadores de decisão, como por exemplo, os
custos das atividades, que proporcionam aos gestores atribuírem responsabilidades. Um
diferencial do sistema de custeio ABC, é que a sua utilização, por exigir controles
pormenorizados, proporciona o acompanhamento e correções devidas nos processos
internos da empresa, ao mesmo tempo em que possibilita a implantação e/ou
aperfeiçoamento dos controles internos da entidade.

2.2 Método de Custeio Variável


O que integra o custo variável de uma empresa variará de acordo com a sua atividade-
fim, serviço ou produto. Ou seja, ele está diretamente atrelado à produção. Então, para
pensar em exemplos de custeio variável é preciso considerar o produto desenvolvido
por tal empresa.

Logo, considerando uma empresa de sapatos, o seu custo variável pode ser o cadarço de
couro, que só será necessário se determinado modelo for produzido. Uma empresa de
laticínios pode considerar o corante rosa um custo variável, porque só será utilizado na
fabricação de determinados sabores de iogurte.

Os valores pagos com comissões aos vendedores dos produtos também são despesas
variáveis. As despesas fixas são os salários em si, que são os mesmos todos os meses,
de modo geral.

3. Vantagens e desvantagens de cada método

3.1 Método de custeio ABC.

Vantagens
 Informações gerenciais relativamente mais fidedignas por meio da redução do
rateio;
 Adequar-se mais facilmente às empresas de serviços, pela dificuldade de definição
do que seja custos, gastos e despesas nessas entidades;
 Menor necessidade de rateios arbitrários;
 Atende aos Princípios Fundamentais de Contabilidade (similar ao custeio por
absorção);
 Obriga a implantação, permanência e revisão de controles internos;
 Proporciona melhor visualização dos fluxos dos processos;
 Identifica, de forma mais transparente, onde os itens em estudo estão consumindo
mais recursos;
 Identifica o custo de cada atividade em relação aos custos totais da entidade;
 Pode ser empregado em diversos tipos de empresas (industriais, comerciais e
serviços, com ou sem fins lucrativos);
 Pode, ou não, ser um sistema paralelo ao sistema de contabilidade financeira;
 Pode fornecer subsídios para gestão econômica, custo de oportunidade e custo de
reposição;
 Possibilita a eliminação ou redução das atividades que não agregam valor ao
produto.

Desvantagens
 Alto nível de controles internos a serem implantados e avaliados;
 Necessidade de revisão constante;
 Leva em consideração muitos dados;
 Informações de difícil extração;
 Dificuldade de envolvimento e comprometimento dos empregados da empresa;
 Necessidade de reorganização da empresa antes de sua implantação;
 Dificuldade na integração das informações entre departamentos;
 Falta de pessoal competente, qualificado e experiente para implantação e
acompanhamento;
 Necessidade de formulação de procedimentos padrões;
 Maior preocupação em gerar informações estratégicas do que em usá-las.

4. Bibliografia
IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1997
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9. ed. São Paulo, Atlas, 2003

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