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ILUSTRAÇÃO: BARBIERI&GORSKI
Autores
Arqª. Maria Cecília Barbieri Gorski
Arqº. Michel Todel Gorski
Co-Autora
Arqª. Patrícia Akinaga
Sócio diretor da B&G Arquitetos Associados O parque é muito bem localizado: estação da CPTM, um
Arquiteto e urbanista formado pela FAU terminal de ônibus, FATEC, SESI e uma escola estadual
Mackenzie com especialização em
Planejamento Urbano. garantem um fluxo de usuários no local.
Co-editor, com Abílio Guerra, do website
www.arquiteturismo.com.br
FAU/MACKENZIE – ARQUITETURA DA PAISAGEM/2018 – PROF. CASSIA MARIANO JÉSSICA DORTA JUHAS - 31504868
A relação entre o Parque e o rio Tietê vai O eixo central também
além da histórica no projeto conceitual. O
parque contém elementos estruturais,
corresponde ao sistema de
arquitetônicos, percursos e equipamentos drenagem.
que remetem ao rio. Os ambientes
desenvolvidos no projeto revelam histórias 6 PRIMEIROS MESES DE OBRA: CAMADA DE
e curiosidades sobre o Tietê. ARGILA
COMPACTAÇÃO DO SOLO
SELAMENTO DO ATERRO
O eixo principal do parque – Leste-Oeste – Sistema de reuso de água pluvial: coleta em dois dos
inicia nos pórticos de acesso até a Praça da EM SEGUIDA, ADICIONADA UMA CAMADA DE pavilhões em um reservatório enterrado – Água
Proa, onde há uma grande pérgola em FONTE: B&G
TERRA DE PROCEDÊNCIA.
forma de asa delta, com a ponta utilizada nos sanitários e nas torneiras de rega do
direcionada à cidade de Salesópolis, SELADO COM ARGILA, O TERRENO TEM
jardim.
nascente do rio Tietê, a leste. O eixo se PROBLEMA COM DRENAGEM. TODO O SOLO
compõe num percurso sinuoso que faz IMPERMEÁVEL, SÓ É POSSÍVEL UMA
DRENAGEM SUPERFICIAL. Circuito de Pneus: espaço lúdico com pneus
alusão às curvas do rio.
reciclados.
CONEXÃO COM A REDE PLUVIAL ONDE FOI
POSSÍVEL.
28 espécies diferentes que totalizam 600 árvores,
PLANO DE DRENAGEM: incluindo espécies nativas.
USO DE PEÇA ÚNICA E CONTÍNUA DE GRELHA
NO ENTORNO DAS EDIFICAÇÕES PARA A +4.000 arbustos e 40.000m² de gramado.
ENTRADA DE ÁGUA PLUVIAL NAS GALERIAS.
Educação e conscientização ambiental nos
CANALETAS GRAMADAS QUE CONDUZEM A pavilhões
ÁGUA ATÉ O SISTEMA NAS ÁREAS VERDES DO
PARQUE.
FAU/MACKENZIE – ARQUITETURA DA PAISAGEM/2018 – PROF. CASSIA MARIANO JÉSSICA DORTA JUHAS - 31504868
Antes de considerar o projeto em si, acho importante levar em consideração que a situação
ambiental da cava/lagoa já não era favorável antes da implementação do parque. Este estudo levou
à compilação de inúmeras reportagens sobre as condições insalubres e grotescas que a região se
encontrava por anos. As polêmicas só aumentaram com o descarte dos resíduos do Tietê na área.
Então, até que ponto seria saudável para a população que usufrui do parque e mora em seu entorno
um contato tão próximo com possíveis materiais nocivos? Aqui, falta aprofundamento técnico para
conseguir entender essa questão e a efetividade das medidas adotadas para isolar o perigo. Mesmo
porque, como disse a própria arquiteta, para que seja possível uma interação entre o público e a
água da Lagoa, seriam necessários muitos órgãos envolvidos e políticas a longo prazo.
FOTO: PEDRO VANNUCCHI Deixando de lado essa questão, o Parque Gabriel Chucre é um belo exemplo de espaço ao ar livre
que contribui muito mais do que um simples descanso ao sol. As analogias com o rio através de
materiais, percursos e estruturas e a preocupação com a educação e conscientização dos usuários
sobre história e meio ambiente trouxeram uma riqueza singular ao projeto. A requalificação e
revitalização da área, que conta com muito potencial, foram as principais consequências de anos de
planejamento.
"Se o Parque não é uma resposta ambiental, até pela sua escala, tem seu valor principalmente por ser um espaço
para sociabilização, cidadania e qualificação do esporte, por exemplo. Tem a capacidade de melhorar a qualidade de
vida da população à qual atende. E isso desencadeia outros processos.”
Maria Cecília Barbieri Gorski
O projeto do Parque Gabriel Chucre é um exemplo de como integrar história, contexto e entorno do
FOTO: PEDRO VANNUCCHI local na concepção do projeto, valorizando a cultura e os moradores locais. O repertório de
materiais e usos diversificados e inesperados, a simplicidade das estruturas que se aproxima do
público, a determinação de um eixo central vertebral que organiza os ambientes, assim como o
planejamento levando em consideração a multiplicidade dos usuários e suas diferentes
necessidades dentro do parque são ótimas referências para qualquer projeto que tenha intenção de
promover um espaço externo de qualidade.
BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS
FAU/MACKENZIE – ARQUITETURA DA PAISAGEM/2018 – PROF. CASSIA MARIANO JÉSSICA DORTA JUHAS - 31504868