Você está na página 1de 3

LICENCIATURA PLENA

EM
CIÊNCIAS DA RELIGIÃO

Matéria: HISTÓRIA GERAL

Aluna: Verônica da Costa Coelho de Melo

Professora: Ana Carolina

Deus seja louvado. 1


TRABALHO

CIADADES ANTIGAS
PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS CIDADES

Quanto mais se recua na história da humanidade, mais se constata a relação de


dependência humana das condições naturais. O homem primitivo era
essencialmente coletor e retirava da natureza o básico para sua sobrevivência,
seja através do cultivo rudimentar ou da domesticação de animais. Essas
atividades desenvolvidas tinham relação direta com as condições do clima, cuja
variação obrigava os homens a buscarem locais adequados à sua sobrevivência.
As regiões ribeirinhas ofereciam tudo que era necessário: água abundante, pastos
mais ou menos perenes e pesca fácil. Segundo Coulanges, as rotas das tribos
nômades não eram determinadas pelos hábitos dos animais de caça, e sim por
locais adequados ao pastoreio. Nessa fase do desenvolvimento da humanidade, a
família era a única forma de sociedade existente e podia contar em seus quadros
com milhares de pessoas. A agregação entre os membros dessa família era a
religião. Cada família cultuava seus deuses e o homem só adorava as divindades
domesticas

A associação de duas famílias dava origem a um grupo.

Não é claro a existência de consangüinidade entre os membros de uma família,


pois irmãos eram os que partilhavam crenças semelhantes. A união de famílias
obrigava à criação de uma divindade comum às duas famílias envolvidas e
superior ao credo doméstico. Na Frátria havia uma organização incipiente
(deuses, cultos, justiça e governo) calcada no modelo anterior, familiar:
sociedades análogas e nascidas umas das outras por um modelo de federação. O
autor insiste na tese de que essas associações sociais não impediam a
individualidade e a independência de cada família. Assim nota-se que a cidade
não era um mero agregado de pessoas, mas uma confederação de diversos
grupos. Coulanges lembra que os atenienses faziam parte de várias sociedades
simultaneamente: família, Frátria, tribo e cidade. O processo associativo
continuou a crescer e o agrupamento de fratrias gerou a tribo e a união de tribos
deu origem à cidade, com seu deus comunitário e superior às divindades das
tribos, fratrias e famílias. A fixação do homem à terra pressupõe a criação da
propriedade e a necessidade de defendê-la dos nômades e dos que não tinham
terra. A saída foi a associação de famílias e tribos. Do acampamento de barracos,
surgiu a aldeia. Por volta de 5.000 a.C. , na Mesopotâmia (entre os rios Tigre e
Eufrates) surgiram povoações as quais se pôde denominar de cidade. Os seus
habitantes migraram de duma região hoje conhecida como Turquestão e eram
conhecidos como sumerianos. A grande fertilidade da área possibilitou o
surgimento de um número expressivo de pequenas aldeias agropecuárias o que,
na medida em que a agricultura gerava um excedente, desencadeou a

Deus seja louvado. 2


necessidade de maior controle sobre a utilização dos rios. No século seguinte,
essas aldeias se desenvolveram numa complexa sociedade mercante constituída
por cidades-estados, com autonomia religiosa, política e econômica.

A importância dos sumerianos é que eles formaram a primeira sociedade


organizada da história. Eles inventaram o vidro e foram os primeiros a utilizar a
roda. Inventaram a escrita cuneiforme, tendo domínio sobre a literatura,
astronomia, canais de irrigação, sistema de medidas (longitude, massa, área e
volume), geometria e aritmética.

Motivados pelas guerras freqüentes entre as cidades-estados, eles inventaram as


cidades fortificadas aprimorando a tecnologia militar. O período de maior
prosperidade na região mesopotamica foi o do império acadiano, quando ocorreu
a formação de grande exército e a construção de palácios, fixando assim a
concepção do modelo de cidades

Os gregos denominavam essa associação de Frátria e os romanos de Cúria.


Discordamos do autor nesse sentido. Cremos que foi preservada só uma parte da
identidade do agrupamento anterior às associações. A independência e a
individualidade passam a ser valores relativos, pois o sentido comunitário é
superior.

Já na idade média, depois das invasões dos bárbaros e a conseqüente queda do


império romano, as cidades e o comércio perdem a importância anterior por falta
de segurança. Começou um processo crescente de ruralização em que grande
parte da população urbana foi viver nos campos, prevalecendo agora uma
agricultura de subsistência. A dispersão para o campo não deixa de ser uma
tática de guerra na luta pela sobrevivência. A terra, que antes era de interesse
coletivo, passa a pertencer aos mais fortes, aos que tinham condições de guerra e
de defesa. Estava criado o Burgo. As pessoas passam a viver e produzir para
quem lhes protegesse, se transformando em burgueses. Em torno do ano 1000
d.C. os burgos tornam-se auto-suficientes. A agricultura prospera, com
excedentes, permitindo agora a transformação dos burgos em aglomerados
urbanos onde o comércio teve destaque. Para se defenderem, criaram um notável
sistema de muralhas permanentemente vigiado. As ruas eram estreitas e
tortuosas, que além de serem um recurso defensivo, serviam como proteção
contra os rigores climáticos.

Deus seja louvado. 3

Você também pode gostar