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RESUMO
Este artigo estabelece os marcos da Educação Ambiental no plano internacional e no Brasil, destacando as
características que delimitam os diferentes modos de fazer educação ambiental voltados à mudança ou à estabilidade
social. Assim como, na valoração da importância deste assunto contemporâneo que adquire desde a década de 60, as
condições apropriadas para servir de agente mediador dos diálogos dentre as complexidades ambientais em relação ao
homem, deixando as posturas ingênuas que não dialogam com as condições sociais nas páginas de outro passado.
Nas décadas de sessenta e setenta a economia global foi desestabilizada pela crise petrolífera,
tal fato, impulsionou os países ricos a construírem uma nova reflexão sobre o uso dos recursos
naturais. Conseqüentemente se estabeleceu uma zona de conflitos ideológicos e políticos entre os
países então considerados de primeiro e terceiro mundo.
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elementos que constituem esta cadeia complexa homem/natureza, revelou as divergências nos
aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais entre os países desenvolvidos e aqueles em
desenvolvimentos ou pobres.
Neste contexto foi realizada em 1972 em Estocolmo a Conferência das Nações Unidas Sobre
o Homem e o Meio Ambiente (www.meioambiente.uerj.br), e tinha como objetivo ampliar e definir
novos rumos para um desenvolvimento que contemplasse a viabilidade do planeta para outras
gerações. No entanto, era um momento mundialmente delicado e conflituoso que inevitavelmente
alcançou a conferência. Os países ricos defendiam um controle rigoroso do crescimento
populacional e aplicavam a idéia de desenvolvimento zero. Efetivamente está proposta era
descartada pelos países em desenvolvimento, uma vez que, segundo os mesmos, isto colocaria em
risco a soberania das nações e impediria o seu próprio desenvolvimento enquanto nação.
O Brasil foi o país que liderou 77 nações a defenderem a idéia de que o crescimento deveria
acontecer a qualquer custo, desconsiderando a problemática ambiental. Para o Brasil, e seus aliados,
o desenvolvimento deveria acontecer e só depois se pensaria sobre o ônus ambiental. Com o
impasse se fez necessário pensar uma forma de compreender o problema, sem excluir as nações
insatisfeitas com a proposta apresentada pelo Clube de Roma; assim, em 1973 foi apresentado o
conceito “desenvolvimento sustentável”, que de fato se notabilizou como sendo a grande
contribuição das discussões da conferencia de Estocolmo. O conceito de desenvolvimento
sustentável2 se fortalece em 1987 com a apresentação do Relatório “Nosso futuro comum”;
resultado de todas as reflexões geradas a partir da Conferência das Nações Unidas Sobre o Homem
e o Meio Ambiente.
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A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CENÁRIO INTERNACIONAL.
Nesta Conferência, também foi enfocada a necessidade da Educação Ambiental fazer análises
contemplando os aspectos interdisciplinares bem como, compreender as necessidades ambientais
considerando as características do espaço local, regional e global; Construir a integração dos povos
sempre embasada no princípio da paz e solidariedade.
Em Tbilisi (1977), a EA passa a ter responsabilidade de instrumento de transformação da
própria educação, dando-lhe um novo sentido e função, o de libertação. Assim, é neste momento
que a discussão e o papel da educação ambiental é percebida como relevante na promoção das
articulações necessárias à construção de novos diálogos em torno das questões ambientais,
valorizando e fortalecendo a democracia e permitindo que novos saberes e atores façam parte desta
construção de mundo. A EA passa a ter a responsabilidade de dar conhecimento que possibilite aos
indivíduos interpretar os fenômenos complexos que constituem o meio ambiente (LEFF – 2003)
gerando nestes indivíduos, valores éticos, econômicos, estéticos, políticos e culturais que favoreçam
a construção de comportamentos balizados com o principio da preservação e melhoria do meio
ambiente.
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Apesar das grandes contribuições da Conferência de Tbilisi há sobre ela uma crítica que deve
ser considerada. Mesmo com evidente contribuição no campo político e macroorientador as suas
contribuições epistemológicas e filosóficas ficaram no campo das idéias; não houve de forma
explícita nesta conferência uma discussão que propusesse a construção de outro modelo econômico
capaz de superar o que está em vigência. Isto para muitos se constitui em uma deficiência resultante
ainda da herança capitalista que centrava a problemática ambiental apenas nas pessoas
(principalmente os pobres) e não no sistema econômico excludente, centralizador de riquezas e
socializador da miséria. Segundo Carlos Frederico B. Loureiro (2004):
O Brasil, em 1992, tornou-se o placo da II Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento Humano, Rio 92 (ou Eco 92), que se notabilizou pela ampla
participação da Sociedade Civil Organizada, tendo como temas centrais o desenvolvimento
sustentável e a preocupação em reverter o processo de degradação ambiental. Um dos resultados da
conferência registrado na Agenda 21 diz respeito à necessidade de adotar métodos de proteção
ambiental, compromisso de justiça social e eficiência econômica. O proposto consistia em criar
possibilidades de compreensão de um mundo livre de antagonismos ideológicos.
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igualdade, justiça social, ética; o que não interessava as potências econômicas e ao sistema
capitalista. A reação das nações ao proposto na Rio 92 parece ratificar que a idéia de “Crescimento
zero” defendida em 1972, na conferencia de Estocolmo, era uma tentativa real das grandes
potências da época de passar o ônus de todo este processo de degradação ambiental para os países
do “Terceiro Mundo”.
Mesmo com as dificuldades inerentes à II Conferência das Nações Unidas, a sua realização
representa um essencial avanço nas discussões quanto a temática no âmbito local, regional e global,
e a consolidação de pressupostos epistemológicos consistentes para fundamentar a ação
transformadora da Educação Ambiental.
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não sendo possível alcançar estes resultados sem atuação consistente da Educação. Destaca-se aqui
na segunda conclusão que a conferencia de Thessaloniki (1997) gerou (www.hri.org): A
Reorientação da educação formal para a sustentabilidade;
Educação Ambiental é um termo que há pouco tempo vêm sendo usado e empregado em
escolas, universidades, empresas e comunidades para destacar a importância da educação dentro do
processo de formação permanente dos atores envolvidos direta e indiretamente com a problemática
ambiental. A educação pressupõe não só a conscientização e o exame crítico da realidade, mas visa
o desenvolvimento da cidadania. É sabido, no entanto, que a Educação Ambiental no Brasil não foi
assunto que obteve prioridade pelos governantes ou órgãos públicos.
A qualidade de vida da humanidade vem sofrendo constantes transformações, sendo o
desequilíbrio ambiental um dos elementos que contribuem para esse fato. Porém, como os governos
não tomavam atitudes em relação a esse problema, a sociedade civil passou a se mobiliar na procura
de soluções que pudessem compatibilizar desenvolvimento sócio-ambiental com. Foi então que em
março de 1965 na Conferência de Keele, na Grã-Bretanha, educadores concluíram que a educação
I Congresso Brasileiro de Educação Ambiental Aplicada e Gestão Territorial
22 a 24 de abril de 2010
Fortaleza – Ceará
ISSN: 2178-6151
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ambiental deveria ser trabalhada na escola, estando presente na vida dos cidadãos. No mesmo ano,
fundou-se, naquele país, a Sociedade de Educação Ambiental, iniciando um movimento direcionado
à Ecologia. Assim, elaborou-se um manual para professores, Um lugar para viver, sendo
considerado um clássico da literatura internacional sobre Educação Ambiental.
Porém no Brasil, nenhuma medida oficial sobre Educação Ambiental havia sido tomada até
então. A Fundação Educacional do Distrito Federal e a Fundação da Universidade de Brasília, em
convênio com Secretaria de Especial de Meio Ambiente do Distrito Federal (SEMA), no ano de
1978, realizaram um curso de extensão para profissionais de ensino de primeiro e segundo grau,
envolvendo quarenta e quatro instituições escolares, com o treinamento de quatro mil pessoas.
Estava previsto para os próximos anos um projeto centrado num currículo interdisciplinar. No
entanto, por falta de recursos financeiros e uma política direcionada para a execução da Educação
Ambiental, essa proposta não foi efetivada.
No ano de 1981, foi publicada a Lei 6.938, que estava voltada para a política nacional do
meio ambiente. Foi a primeira conquista de grupos ambientalistas, porém a educação ambiental
continuou restrita a questões ligadas à natureza (extinção de animais, poluição dos rios, devastação
da natureza, etc.). Não se pode negar que esses temas são importantes, mas é preciso que se
discutam, também, as questões sociais, econômicas e políticas do país. Apesar desse descaso para
com os problemas ambientais, a partir do ano de 1998 foi apresentado às escolas publicas brasileira
os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) do Governo Federal, através do Ministério da
Educação, que enfoca temas transversais como o Meio Ambiente, a ser discutido pelas escolas. Essa
foi a primeira ação do governo para a implantação da Educação Ambiental na rede pública de
ensino, como explicitado no volume IX dos PCNs.
Surgiram outros marcos importantes relacionados com a temática Educação Ambiental no
Brasil. Um dos destaques, é a sua inclusão na Constituição Federal de 1988, a qual define
competências ao Poder Público, sendo uma delas promover a EA em todos níveis de ensino, bem
como impulsionar a conscientização pública para a preservação. Essa Lei traça os princípios
elementares da educação ambiental, como também fornece seus objetivos fundamentais, vejamos: o
desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas
relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos,
científicos, éticos e culturais; o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática
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ambiental e social; o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na
preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como
um valor inseparável do exercício da cidadania.
Outro marco importante que relaciona a questão ambiental com a educação foi a realização de
cursos de ecologia para profissionais do ensino fundamental, entre os períodos de 1986 e 1990,
patrocinados pela extinta SEMA. Em 1987 foi publicado o Parecer 226, através do Conselho
Federal de Educação, referendando que a Educação Ambiental tem caráter interdisciplinar.
Até a promulgação da Constituição de 1988, a política ambiental foi gerida de forma
centralizada, sem a participação popular nas decisões de suas diretrizes e estratégias. É nesse
momento que o Movimento Ambientalista torna a participação popular efetiva nos anos 80.
Nesse mesmo período a Educação Ambiental foi utilizada apenas como um instrumento a ser
usado na estrutura administrativa dos órgãos públicos de meio ambiente, perdendo o sentido de
educação como vetor da transmissão social e civilizacional. A educação ambiental, portanto, se
constitui numa forma abrangente de educação, que se propõe atingir todos os cidadãos, através de
um processo pedagógico participativo permanente que procura incutir no educando uma
consciência crítica sobre a problemática ambiental, compreendendo-se como crítica a capacidade de
captar a gênese e a evolução de problemas ambientais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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naturais, melhorando a qualidade de vida da população. Portanto, a Educação Ambiental,
remetendo ao sentido maior da educação, estimula a percepção do aluno exercer a cidadania e
responsabilidade social, incentivando a investigação dos problemas socioambientais, além de levar
o educando a busca autêntica de valores sociais e pessoais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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