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Ficha Informativa

Ensino Profissional
2º ano do Curso Técnico de Auxiliar de Saúde
Disciplina: Saúde

Sexualidade
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde):“A sexualidade é uma energia que nos motiva a procurar o
amor, contacto, ternura e intimidade; que se integra no modo como nós nos sentimos, movemos, tocamos e
somos tocados; é ser-se sensual e ao mesmo tempo sexual; ela influencia pensamentos, sentimentos, acções e
interacções e, por isso, influencia também a nossa saúde física e mental.”

Puberdade
A puberdade corresponde ao período de crescimento em que ocorre o desenvolvimento sexual, geralmente
associado a um crescimento repentino. A puberdade acarreta uma série de mudanças físicas e mentais que levam
os jovens, rapazes e raparigas, a desenvolverem características que lhes permitem a reprodução.
As mudanças morfológicas e fisiológicas da puberdade são progressivas, desenvolvendo-se durante três ou
quatro anos. Verificam-se, em geral, entre os 12 e os 15 anos nas raparigas, e entre os 13 e os 16 nos rapazes.
Durante este período, os órgãos genitais e todo o organismo se transformam. A criança torna-se adolescente e
depois adulto com a capacidade de se reproduzir.
É na fase da puberdade que:
- Ocorre um conjunto de transformações no sistema reprodutor (aparecimento da primeira menstruação nas
raparigas e possibilidade da libertação de esperma - ejaculação - nos rapazes);
- Se desenvolvem os caracteres sexuais secundários (traços físicos que distinguem os homens das mulheres,
que não estão directamente envolvidos na reprodução).
Sistema reprodutor masculino

As gónadas ou glândulas sexuais masculinas são os testículos. É também


aqui que é segregada a testosterona (hormona sexual masculina). Os
testículos localizam-se fora da cavidade abdominal, num saco exterior –
o escroto.
As vias genitais masculinas, canais responsáveis pelo armazenamento e
condução das células sexuais masculinas até ao exterior são
os epidídimos, os canais deferentes e a uretra. É nos epidídimos que se
dá a maturação das células sexuais masculinas, os espermatozóides, ou
seja é o local onde eles se tornam férteis e móveis. Os canais deferentes
conduzem os espermatozóides até à uretra, que por sua vez serve para
expulsar a urina e o esperma até ao exterior.
Os órgãos genitais, que se encontram na parte externa do corpo, são
o pénis e o escroto. O pénis é um órgão sexual que conduz os
espermatozóides e a urina até ao exterior. É constituído por tecido
esponjoso e atravessado pela uretra. O escroto é a bolsa que contém os
testículos.
As glândulas anexas masculinas, responsáveis pela produção de secreções indispensáveis há sobrevivência dos
espermatozóides, são as vesículas seminaise a próstata. As vesículas seminais são glândulas que segregam
o líquido seminal, muco rico em substâncias que servem de alimento aos espermatozóides. A próstata é a
glândula que produz o líquido prostático, viscoso e alcalino que garante a sobrevivência e a mobilidade dos
espermatozóides e neutraliza a acidez da vagina.

Sistema reprodutor feminino


As gónadas sexuais femininas são os ovários, que produzem os
gâmetas sexuais femininos – óvulos, e as hormonas sexuais femininas.
As vias genitais femininas, canais responsáveis pela condução dos
óvulos, são constituídos pelas trompas de Falópio, pelo útero e
pela vagina. Os órgãos genitais externos femininos compreendem
os grandes lábios (mais externos) e os pequenos lábios (mais
internos), que são pregas cutâneas, o clítoris(pequeno órgão sensível) e
o orifício genital, por onde abre a vagina. A este conjunto de órgãos
genitais externos chamamos vulva.

Ovários – órgãos em forma de amêndoa, localizados na cavidade


abdominal e parcialmente recobertos pelos pavilhões das trompas de
Falópio.
Trompas de Falópio – 2 órgãos em forma de tubo, que estabelecem o
contacto entre os ovários através de uma zona em forma de funil
(pavilhão da trompa) e o útero.
Útero – órgão em forma de pêra invertida, que possui uma espessa
parede muscular, sendo a sua zona inferior cilíndrica e abrindo na
vagina, através do colo do útero. É o local onde se fixa o embrião em caso de gravidez.
Vagina – canal flexível, que se insere no colo uterino e que abre para o exterior através da vulva.
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Regulação hormonal

A testosterona desempenha um papel importante no funcionamento do corpo masculino, a partir da puberdade. A


produção de testosterona é controlada por hormonas hipofisárias – FSH e LH, que são produzidas
pelo complexo hipotálamo-hipófise, sendo depois lançadas no sangue.
Esta produção é controlada através de uma correlação hormonal entre os testículos e o complexo hipotálamo-
hipófise, que é designada por mecanismo de retroação ou de feed-back, o que significa que um aumento de
produção de testosterona vai inibir o complexo hipotálamo-hipófise. Esta inibição baixa a produção de hormonas
hipofisárias, o que por sua vez provoca a inibição dos testículos. Como consequência a produção de testosterona
baixa, o que vai estimular o complexo hipotálamo-hipófise. Quando este é estimulado aumenta a produção das
hormonas hipofisárias, que levam à estimulação dos testículos e a um aumento da produção de testosterona,
iniciando-se um novo ciclo.

Ciclo sexual feminino


Durante o ciclo sexual são criadas as condições para o aparecimento e desenvolvimento de uma nova vida,
nomeadamente:
– É libertado, normalmente, um único óvulo dos ovários em cada mês, de forma a que um único embrião se
desenvolva;
– É produzido um endométrio suficientemente espesso e rico em nutrientes, de forma a proporcionar as condições
adequadas a uma eventual gravidez.
Ciclo Ovárico
Compreende todas as transformações que ocorrem mensalmente no ovário e que levam à formação e libertação
do oócito. A primeira fase, fase folicular, dura cerca de 14 dias e inicia-se com o desenvolvimento de alguns
folículos, dos quais apenas um atinge a maturação, dando origem ao oócito.
A ovulação, segunda fase do ciclo, ocorre ao 14º dia, e consiste na libertação do oócito para as trompas de
Falópio.
A terceira fase, fase luteínica, dura cerca de 14 dias e inicia-se com a formação e desenvolvimento do corpo
amarelo, que resulta do que resta do folículo, que permanece no ovário, após a libertação do oócito. No caso de
não haver fecundação, à regressão do corpo amarelo no fim do ciclo, ocorrendo a menstruação.

Ciclo Uterino

Consiste no conjunto de mudanças que afectam mensalmente o endométrio, parede interna e esponjosa do útero
à qual se fixa o embrião durante a gravidez.
Na ausência de fecundação o ciclo uterino termina com o início da menstruação. A fase menstrual dura cerca de
5 dias e resulta da ruptura dos vasos sanguíneos, descamação do endométrio e expulsão do oócito, que no seu
conjunto constituem o fluxo menstrual.
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À fase menstrual segue-se a fase proliferativa, na qual ocorre a reconstituição do endométrio e dos vasos
sanguíneos. Esta fase dura cerca de 9 dias.
Nos 14 dias seguintes decorre a fase secretora, na qual as glândulas do endométrio produzem secreções,
preparando o útero para a recepção de um possível embrião. É nesta fase que a parede uterina interna atinge o
máximo da espessura.
Caso não haja fecundação segue-se uma nova fase menstrual, iniciando um novo ciclo.

Hormonas sexuais ováricas

As hormonas sexuais produzidas nos ovários, a progesterona e os estrogénios, são responsáveis pelo
crescimento dos órgãos sexuais, pelo aparecimento e desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, pela
produção de oócitos e pelas transformações que o endométrio sofre no útero da mulher.
As hormonas ováricas, em conjunto com as hormonas hipofisárias, LH e FSH, que são produzidas pelo
complexo hipotálamo-hipófise, regulam o ciclo sexual feminino através de um mecanismo de retroacção. Neste
mecanismo, o aumento da produção de estrogénios e progesterona actua sobre o útero induzindo as fases
proliferativa e secretora do ciclo uterino e provocando a inibição do complexo hipotálamo-hipófise.
A inibição do complexo, provoca uma diminuição da produção de hormonas hipofisárias, o que inibe os ovários,
levando a que baixe a produção de progesteronas e estrogénios. Como resultado o útero deixa de ser estimulado
e ocorre a fase menstrual. A diminuição da produção de progesterona e estrogénio estimula o complexo
hipotálamo-hipófise, provocando um aumento da produção de hormonas hipofisárias. Este aumento leva à
estimulação dos ovários que aumentam a produção de progesterona e estrogénios.

Formação dos espermatozóides


Os espermatozóides são os gâmetas masculinos e são produzidos de forma contínua ao durante toda a vida do
homem. A partir da puberdade, o homem começa a produzir milhões de espermatozóides por dia, contudo esta
produção vai diminuindo com a idade.
Os espermatozóides são células de pequenas dimensões, com cerca de 0,6 mm de comprimento, e são formados
pela cabeça(onde está alojado o material genético), pela peça intermédia(constituída pelo colo e pelo corpo) e
pela cauda (flagelo de cerca de 0,5 mm de comprimento, que lhes permite moverem-se).Os testículos são
constituídos por inúmeros tubos seminíferos, canais muito finos e compridos, nos quais se localizam células
específicas, designadas células germinativas, que se modificam e transformam em espermatozóides. Depois de
formados, os espermatozóides passam para os epidídimos e em seguida para os canais deferentes, onde se
juntam ao líquido seminal, produzido pelas vesículas seminais e ao líquido prostático, produzido pela
próstata. Ao conjunto dos líquidos prostático e seminal e dos espermatozóides, chama-mos de esperma (líquido
esbranquiçado libertado durante a ejaculação pela uretra).

Produção de óvulos

No interior dos ovários existem numerosos folículos ováricos, que estão já presentes na criança recém-nascida e
que permanecem em repouso até à puberdade, altura em que iniciam o seu desenvolvimento. Nessa fase,
existem no seu interior um máximo de 400 mil folículos, contendo cada um no seu interior uma célula, que
originará o óvulo, também chamado oócito.
Depois de atingida a puberdade, mensalmente, apenas um folículo de um dos ovários amadurece, dando origem a
um óvulo. Neste processo o tamanho do óvulo aumenta e este é rodeado por uma camada de células foliculares.
Finalmente a parede folicular externa e a parede do ovário rebentam e libertam o oócito – ovulação.
O óvulo libertado entra na trompa e segue em direcção ao útero.
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Fecundação
Durante uma relação sexual cerca de 350 a 400 milhões de espermatozóides são depositados na vagina. Apenas
cerca de 1% desses espermatozóides consegue penetrar no útero e alcançar as trompas de Falópio, por onde irão
ascender. Se tiver havido ovulação, centenas de espermatozóides rodeiam o útero, mas apenas um consegue
penetrar.
A este processo de fusão das duas células, o óvulo e o espermatozóide, dá-se o nome de fecundação.

Gestação
1º Mês - O embrião, que se encontra ligado à placenta por uma
haste muito pequena inicia o seu desenvolvimento. Ao fim de um
mês de gestação tem aproximadamente 0,6 cm de comprimento e
pesa cerca de 1g.
2º Mês - A face começa a apresentar traços humanos mais
definidos. Inicia-se a ossificação, bem como a definição anatómica
do sexo. O embrião mede agora cerca de 2,5 cm e pesa
aproximadamente 10g.
3º Mês – O embrião passa a ser feto. Os principais órgãos estão
formados e já se consegue ouvir o bater do coração. Abre a boca,
pestaneja e já dá cambalhotas, embora os movimentos ainda não
sejam perceptíveis à mãe. Mede cerca de 5 cm e pesa
aproximadamente 35g.
4º Mês – A mãe começa a sentir os movimentos fetais, embora muito ténues. O feto consegue a abrir e fechar as
mãos e franzir as sobrancelhas. Já mede 16 cm e pesa cerca de 360 g.
5º Mês – Os seus movimentos sentem-se mais nitidamente. Começa a acumular gordura debaixo da pele,
aparecem as unhas e chupa no polegar simulando os movimentos de amamentação. Mede cerca de 25 cm e
desenvolve-se rapidamente, pesando cerca de 500 g.
6º Mês – Ouve agora com mais nitidez, quer os sons do organismo da mãe, quer os do exterior. A pele está
formada, apresentando inclusive impressões digitais e já se vêem os primeiros pêlos. Mede cerca de 30cm e pesa
aproximadamente 1 kg.
7º Mês – Nesta altura normalmente vira-se de cabeça para baixo, mantendo-se assim até ao parto. Mexe-se e
cresce muito. Os sistemas respiratório e digestivo estão quase totalmente funcionais. Mede à volta de 35 cm e
pesa cerca de 1,5 kg.
8º Mês – Cresce muito e continua a engordar – condição essencial para que o seu sistema de regulação de
frio/calor, fique totalmente funcional. A cabeça vai forçando o colo do útero. Já mede cerca de 45 cm e pesa 2,5
kg.
9º Mês – A camada de gordura acumulada na pele é suficiente para regular a temperatura do corpo após o
nascimento. Dada a falta de espaço no útero mexe-se menos. Pesando entre 3 a 4 kg, e medindo cerca de 50 cm,
está pronto para nascer.

Métodos contraceptivos
A partir da adolescência, o corpo humano está pronto para se reproduzir e, por essa razão, as relações sexuais
desprotegidas podem provocar uma gravidez indesejada.
Para ser evitada essa gravidez, devem ser tomadas as devidas precauções e recorrer-se à contracepção.

Tipos de métodos contraceptivos

Naturais – consistem em calcular o período fértil, durante o qual se evitam as


relações sexuais para que não haja fecundação.
Método do calendário – consiste em calcular os dias férteis (entre o 10º e 16º dia,
desde o início da menstruação para ciclos sexuais de 28 dias) e inférteis da mulher
através do cálculo da ovulação.
Método da temperatura – consiste em avaliar a temperatura do corpo da mulher,
que sofre, após uma descida, uma subida desde a ovulação até ao início da próxima
menstruação.
Método do muco cervical – baseia-se na análise das propriedades de um muco
produzido pelo útero que escorre na vagina, que é transparente, elástico e escorregadio durante o período fértil.

Não naturais – impedem a gravidez através de dispositivos locais ou de substâncias, podem


ser mecânicos e químicos.

Métodos não naturais/ mecânicos


Preservativo masculino – saco de borracha, muito fino, descartável, que é desenrolado sobre o pénis erecto,
antes da relação sexual. Não tem nenhum efeito colateral e apenas pode ser usado uma única vez. Extremamente
importante na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
Preservativo feminino – invólucro de borracha que se coloca no interior da vagina, impedindo que os
espermatozóides cheguem Às trompas de Falópio.
Diafragma – cúpula de borracha fina, montada sobre um anel de metal flexível recoberto de borracha. É
introduzido na vagina, sobre o colo do útero pela mulher, antes da relação sexual.
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Dispositivo intra-uterino – dispositivo colocado no interior do útero, pelo médico especialista, impedindo a
nidação. É desaconselhado às adolescentes devido ao risco de infecções que podem provocar esterilidade.

Métodos não naturais/químicos


Pílula – comprimidos constituídos por hormonas sintéticas (estrogénios e progesterona), que alteram o ciclo
sexual normal e, desta forma, impedem a ovulação.
Pílula do dia seguinte – tipo de pílula de utilização excepcional, que deve ser tomada pela mulher nas 72 horas
seguintes a uma relação sexual.
Espermicidas – cremes que são usados antes das relações sexuais para destruir os espermatozóides.

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