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Animação: origem e história

Tatalina Oliveira
O que é cinema de animação?
A palavra animação tem origem do latim, “animatio”, que significa, ser animado.

Deriva da palavra “anima”, traduzido como espírito ou alma.

Assim, o processo de animar é dar alma a algo sem vida ou sem movimento.
Quem nunca desenhou uma sequência de desenhos no canto do caderno e não
ficou instigado como o fato de que uma série de desenhos estáticos nos dão a
impressão de movimento?
Com sua origem no teatro de sombras chinesas, o cinema de animação
passou por importantes transformações, notadamente naquilo que se refere
a seu aparato técnico.
https://www.youtube.com/watch?v=jSuZ8k52JNk
Seu desenvolvimento, também esteve ligado aos efeitos especiais de
diferentes cinematografias.

Modelo tradicional (produção totalmente manual) + Tecnologia digital

>>>> 2D (duas dimensões) e 3D (três dimensões).


Perspectiva histórica
Público infantil >>>> [público heterogêneo] >>>> crianças, jovens e adultos

Maior referência técnica, estética e de sensibilidade ainda hoje: Walt


Disney (morte em 1966).

Animação sustenta-se nas leis do metamorfismo universal - tudo pode ser


criado e transformado independente das normativas físicas.

Ex. A Viagem de Chihiro.


Na introdução do livro “Le dessin animé: Histoire, esthétique, technique”, de
Duca (1948), Disney refere-se ao desenho animado como pertencente ao
mundo feérico, de fantasia e magia, um universo que convida insistentemente
à poesia.
O cerne da animação
● Interdependência entre um desenho
e outro, bem como a sua reprodução
seqüencial,

● Apropriação sucessiva dos


fotogramas, capaz de proporcionar a
impressão de movimento, é
percebida por Solomon (1987) como o
cerne da animação.
Efeito PHI
promove a impressão de movimento

Wertheimer conseguiu provar o Fenômeno Phi por meio do


seguinte experimento: ele direcionou um feixe de luz para uma
tela, onde formou-se um ponto, então apagou essa luz e acendeu
outra ao lado, formando outro ponto, que depois também se
apagara, e repetiu o procedimento cada vez com intervalos
menores entre um feixe de luz e outro. Ao diminuir o intervalo de
tempo, Wertheimer percebeu que havia uma característica de
movimento na percepção, a qual o cérebro produzia uma ponte
entre uma imagem e outra – o Fenômeno Phi.
Lanterna Mágica
Athanasius Kircher,1645.
Consistia em uma caixa portadora de uma fonte
de luz e de um espelho curvo, através do qual se
projetavam imagens derivadas de slides pintados
em lâminas de vidro.

Posteriormente, no século XVIII, Pieter Van


Musschenbroek dava continuidade aos estudos de
Kircher, conseguindo produzir a ilusão de movimento,
em 1736, ano da primeira exibição animada.
Fantasmagorie
Etienne Gaspard Robert, 1794.
https://www.youtube.com/watch?v=AQbFKIfTpms

Phantasmagoria was a form of audiovisual show


which used a modified magic lantern to project
frightening images such as skeletons, demons, and
ghosts onto walls, smoke, or semi-transparent
screens, frequently using rear projection. The
projector was mobile, allowing the projected image to
move and change size on the screen, and multiple
projecting devices allowed for quick switching of
different images. Invented in France in the late 18th
century, it gained popularity through most of Europe
throughout the 19th century.
https://www.youtube.com/watch?v=S9hVVLOHdTI
Taumatroscópio (1825)
Composto de um disco suspenso por cordões munidos de
imagens na parte frontal e no verso, permitia, quando girados, a
fusão das imagens, dando a
impressão de mobilidade.
Fenaquistoscópio
Joseph Plateau, 1828-32.

Consistia em dois discos com seqüências de


imagens pintadas que, quando simultaneamente
girados, sugeriam movimento.

Similar a este, mas dotado de um único disco,


Simon von Stampfer trouxe a
público o estroboscópio.
Flipbook (1868)
Século XX
● O início demarcou o surgimento das salas de cinema;
● A animação passou por um intenso processo de industrialização, com
boom entre 1910 e 1940.
● Limitações técnicas possibilitavam a exploração de artefatos,
mesclando-os às correntes artísticas do período, a exemplo do
surrealismo, ou ao uso de dois projetores.
● Celulóide, areia, óleo em vidro, pincel
Walt Disney
● Paralelamente, já começava a se destacar, tornando-se fenômeno
mundial e determinando o caminho para o qual a animação dirigir-se-ia,
estabelecendo importantes conceitos para o gênero imaginação, fantasia-
ainda hoje observados.

Independente da técnica de animação, tradicional ou digital, os paradigmas


de Disney preservam-se como importantes referenciais das produções atuais.
Seu projeto de perfeição e expressividade requereu dedicação e envolvimento
com novas descobertas, cuidados estes exigidos de sua equipe de
animadores.
1º projeto: Oswald – The lucky rabbit (direitos
perdidos para a Universal Studios). Foram 28 curtas.

Mickey Mouse como projeto seguinte, mas que não


teve tanta popularidade quanto o primeiro. Em 1928,
“Mickey, o Navegador” atinge notoriedade, sendo a
precursora da animação sonora.
Incansável, Walt Disney acupava-se com novos estudos, sempre com a
intenção de aperfeiçoar sua meta, envolver com vida aquilo que produzia,
aplicando novas técnicas de sincronização sonora na sua série “Silly
symphonies”.

A partir de “Três porquinhos”, os animadores do estúdio começaram a


valer-se da ferramenta storyboard, caracterizada por uma série de desenhos
que tornavam visíveis as seqüências fílmicas. Através deste recurso, ainda
hoje utilizado, as seqüências das ações-chave do filme e suas legendas eram
fixadas a um quadro, permitindo uma antecipação do resultado final ao
animador.
“Branca de Neve e os sete anões” ficou consolidada como uma
referência para além da arte, através de seus conceitos de animação
e estética, capazes de ultrapassar gerações, participando do
imaginário e de brincadeiras infantis (LUCENA, 2001).

Em “Fantasia” (1940), trouxe ao público, novamente, o personagem


Mickey, com “Aprendiz de feiticeiro”. Esta cinematografia combinava,
pela primeira vez, música erudita com desenhos animados, numa
sinfonia de cores, formas e sons. Em 1941, com “Dumbo”, valeu-se de
alguns princípios surrealistas. Marcado por absurdos ilógicos, aplicou
uma combinação estética capaz de comunicar diferentes estilos,
influenciados pelo humor surrealista dos irmãos Fleischer e pelo
estilo UPA (United Productions of America).
“Toy Story” (1995), uniu a precisão técnica aos paradigmas estéticos Disney,
valendo-se para tanto, da tecnologia de animação desenvolvida pela Pixar.
Esta produção representou um marco na animação mundial, sendo a primeira
produção do gênero totalmente digitalizada (GUILLÉN, 1997).

Paralelamente a “Toy Story”, no Brasil finalizava-se a produção de


“Cassiopéia” (NDR), também totalmente digitalizada. Sem recursos para
distribuição, coube a esta animação o segundo lugar no ranking de
pioneirismo das produções
digitalizadas.
Indicações
Cinema de Animação

https://youtu.be/WqklB6oln7k

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