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Guia de Servicos Da Pericia Criminal Federal PDF
Guia de Servicos Da Pericia Criminal Federal PDF
Diretoria Técnico-Científica
Instituto Nacional de Criminalística
Presidenta da República Federativa do Brasil
DILMA ROUSSEFF
Coordenação
Carlos Renato Perruso
Daniela Carina Pena Pascual
Hélvio Pereira Peixoto
Marcelo Pereira Mendes
Autores
Adauto Zago Pralon Jesus Antonio Velho
Alexandre Pavan Garieri João Bosco Carvalho de Almeida
André Luiz da Costa Morisson João Paulo Batista Botelho
André Montanini Alves Jurandir Severo da Silva
Bruno Costa Pitanga Maia Laércio de Oliveira e Silva Filho
Carlos André Xavier Villela Leonardo Nóbrega Dantas
Carlos Benigno Vieira de Carvalho Leonardo Vergara
Carlos Eduardo Palhares Machado Luiz Fernando Lima Alves da Cunha
Cristiano Furtado Assis do Carmo Marcelo Garcia de Barros
Daniele Zago Souza Márcio Magalhães Arruda Lira
Eduardo Makoto Sato Marcio Talhavini
Eduardo Siqueira Costa Neto Marcos de Jesus Morais
Emanuel Renan Cunha Coelho Paulo Sérgio de Carvalho Dias
Erick Simões da Camara e Silva Philip Villar McComish
Fernando Fernandes de Lima Rafael Saldanha Campello
Gustavo Ota Ueno Renato Teodoro Ferreira de Paranaíba
Hélvio Pereira Peixoto Rodrigo Gonçalves Teixeira
Jeferson Evangelista Corrêa Sergio Martin Aguiar
Brasília
2011
Copyright © 2011 – Diretoria Técnico-Científica do Departamento de Polícia Federal
Diretoria Técnico-Científica (DITEC)
Instituto Nacional de Criminalística do Departamento de Polícia Federal
SAIS Quadra 7 lote 23/24
CEP: 70.610-200
Brasília-DF
341.434
G943s Guia de serviços da perícia criminal federal: uma visão
panorâmica: a verdade e a justiça pela ciência forense /
coordenadores: Carlos Renato Perruso ...[et al.] ; autores:
Adauto Zago Pralon ... [et al.]. -- Brasília: Departamento de
Polícia Federal, Diretoria Técnico-Científica (DITEC), 2011.
100 p. : il., color.
ISBN 978-85-85820-15-2
Este livro foi produzido com recursos do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) do Ministério da Justiça.
Os conceitos e técnicas abordados neste livro são de responsabilidade dos autores. Proibida a reprodução no todo ou em parte, por
qualquer meio, sem autorização da DITEC.
Ajude a desenvolver a próxima edição deste livro. Para críticas e sugestões, escreva para os editores no endereço ditec@dpf.gov.br .
IMPRESSO NO BRASIL
Agradecimentos
Apresentação 8
Introdução 9
Um breve histórico da Criminalística Federal 11
Locais de Crime 14
Perícias Contábeis e Financeiras 20
Perícias Merceológicas 24
Perícias em Registros de Áudio e Imagens 28
Perícias em Equipamentos e Sistemas Eletrônicos 32
Pericias de Engenharia 36
Perícias de Informática 42
Perícias de Química Forense 48
Perícias de Meio Ambiente 52
Perícias sobre o Patrimônio Cultural 58
Perícias de Veículos 62
Perícias Documentoscópicas 66
Perícias de Biometria Forense 72
Perícias de Balística e de Caracterização de Materiais 76
Perícias de Genética Forense 82
Perícias em Bombas e Explosivos 86
Perícias de Medicina e Odontologia Forense 90
Apresentação
A Diretoria Técnico-Científica (DITEC) é o órgão central responsável pelas atividades de perícia criminal no âmbito da
Polícia Federal. Essas atividades estão previstas no Código de Processo Penal, que as caracteriza como indispensáveis quando
o crime deixar vestígios. Nesse sentido, a DITEC e suas projeções nas unidades descentralizadas desenvolvem suas atribuições
no atendimento das requisições de perícias provenientes de delegados, procuradores e juízes inerentes a inquéritos policiais e
a processos penais.
Entretanto, cabe salientar que as atividades de perícia criminal, ou de criminalística, são baseadas em diversas
ciências forenses, podendo-se citar entre elas a química, biologia, geologia, engenharia, física, medicina, toxicologia,
odontologia, documentoscopia, entre outras, as quais estão em constante evolução. Esse processo de desenvolvimento é
natural em se tratando de ciência, mesmo porque o crime também evolui tornando-se necessária constante atualização
científica. Por sua vez, os operadores do direito e os policiais precisam acompanhar a evolução do crime e da ciência,
especialmente aquela relacionada à elucidação do crime, ou seja, que visa a determinação da materialidade, da autoria
e da dinâmica dos fatos.
O Guia de Serviços da Perícia Criminal Federal tem como objetivo principal apresentar os diversos tipos de exames
realizados pelas unidades técnico-científicas da Polícia Federal, assim como apresentar conceitos, características e detalhes
técnicos. É preciso ressaltar que este Guia não tem a pretensão de esgotar os assuntos aqui abordados, mas apresentar uma
visão panorâmica das áreas da perícia criminal federal.
Nesta primeira edição, merece destaque a participação dos peritos criminais federais que elaboraram o conteúdo de
suas respectivas áreas de atuação. Espera-se que o resultado desta publicação possa trazer maior efetividade nas investigações
criminais, à medida que revelem todo o potencial ao alcance da perícia criminal federal para o combate ao crime e para a mate-
rialização de provas mais robustas, caminhando no sentido de assegurar a aplicação da justiça, convertendo-se em benefício
direto para a sociedade brasileira.
O ser humano é naturalmente inquisitivo. Talvez por isso, desde sempre, as pessoas são fascinadas por histórias e
estórias de detetives desvendando crimes, sejam elas provenientes de casos reais e romances sejam, mais recentemente,
de novelas, filmes e seriados de televisão.
A fascinação pelo desvendamento dos mistérios que envolve um crime, geralmente, vem da forma como uma
série de eventos ou fatos, aparentemente desconexos, são progressivamente estruturados numa linha de raciocínio que
revela, ao leitor ou telespectador, um nexo lógico que explica toda a trama. Como foram depositados os vestígios na cena
do crime? Quem são os possíveis suspeitos? Quem é o provável culpado? Como associá-lo à cena e às armas do crime? Qual
a sequência de eventos que descreve o ocorrido? Qual o motivo? As respostas a essas perguntas emergem da trama numa
sucessão de desconstrução de hipóteses que, não muito raramente, contradizem alguns fatos observados inicialmente
nas confissões dos personagens.
Tanto nos casos reais como na ficção, algumas hipóteses são construídas baseadas em observações e fatos rela-
tados por pessoas que, de alguma forma, fazem parte do caso. Conclusões retiradas da correlação de fatos relatados pela
vítima, testemunhas e suspeitos eram, basicamente, os únicos resultados produzidos pelas primeiras ferramentas da
investigação criminal.
A aplicação da ciência, no entanto, tem permitido que outras conclusões sejam consideradas a partir da análise
física de vestígios encontrados na cena do crime. Há registro de que em 700 a.C. os chineses já utilizavam impressões
digitais para identificar documentos importantes. Na Roma antiga, encontramos registro de que Quintilian utilizou, como
evidência de um assassinato, as impressões palmares de sangue de um homem cego. Já no século XIX, os franceses come-
çaram a utilizar medidas físicas e fotografias para reconhecer criminosos reincidentes. Em 1910, o Francês Edmond Locard,
que trabalhava no Laboratoire Intérregional de Police Technique em Lyon, desenvolveu uma teoria que mudaria o curso da
investigação criminal. No cerne de sua teoria estava o princípio de que a existência de um crime pressupõe três elementos
principais: a vítima, o criminoso e o local em que se desenrolaram os acontecimentos (a cena do crime, ou local do crime).
Locard afirmava ainda que o sucesso na resolução de crimes só seria possível após uma meticulosa análise e processa-
mento detalhado da cena do crime. Isso porque na ocorrência de qualquer crime o criminoso deixa na cena do crime
alguns vestígios, adquirindo, por outro lado, quer na sua roupa quer em objetos que utilize, outros vestígios porventura
imperceptíveis, mas, de qualquer forma, característicos da sua presença ou da sua atuação. Ou seja, todo contato deixa
um vestígio, todo criminoso deposita ou leva consigo indícios ou vestígios (Princípio de Locard).
Desde então, a ciência vem sendo progressivamente utilizada na investigação criminal, seja na análise de vestí-
gios, seja no fortalecimento de provas. Evidências físicas são materiais cuja existência na cena do crime ou no suspeito
levam à avaliação da sua culpa em relação a determinado crime. Exemplos tradicionais são manchas de sangue ou armas
encontradas na cena do crime que comprovem sua relação com o fato ocorrido. Por meio da correta documentação, coleta,
transporte, armazenamento e análise de vestígios, o perito criminal busca aplicar os princípios da Ciência Forense para
reconstruir a sequência de eventos que prove a verdade sobre um fato ocorrido. Para o perito criminal não basta descobrir
a verdade, é preciso provar rigorosamente a identidade entre o evento ocorrido no passado (cena do crime) e a respectiva
reconstituição feita no presente (conclusão apresentada no laudo pericial). Cabe ao perito criminal descrever em detalhe
o local do crime, os vestígios encontrados e as inferências que se pode provar sobre a dinâmica do evento, a materialidade
efetiva de um crime e a autoria. Inúmeros são hoje os casos resolvidos por peritos criminais com base na análise científica
de vestígios encontrados em cenas de crime.
Ciência Forense
As palavras CIÊNCIA e FORENSE são, tradicionalmente, associadas ao conceito de verdade. A prática da CIÊNCIA
está relacionada ao conhecimento atento e aprofundado de como a realidade que nos cerca funciona, com base na inves-
tigação racional e metódica da natureza, objetivando a descoberta da verdade. Já a palavra FORENSE, que tem sua origem
no latim forum, é relativa ao fórum, aos tribunais e à justiça, a falar a verdade numa corte de justiça, o que equivale ao
conceito de falar a verdade em praça pública na antiga Roma. A Ciência Forense, portanto, pode ser entendida como a
ciência que auxilia a justiça na definição do que é verdade, envolvendo a aplicação de conhecimento científico, técnico ou
especializado na resolução de questões civis ou criminais.
Na resolução de conflitos na esfera criminal, os peritos criminais buscam e examinam vestígios encontrados na
cena do crime que possam ser úteis no estabelecimento da dinâmica, na materialidade e na identificação (ou exclusão) de
suspeitos ou vítimas. Exemplos de vestígios incluem sangue, sêmen, cabelo, pelos, fibras de tecido, tintas, documentos,
marcas e impressões diversas. Em casos cíveis, a Ciência Forense pode ajudar na resolução de disputas, como no estabele-
cimento das causas de um acidente ou da fonte de um incêndio. Assim como as ciências ditas históricas, como a geologia,
a astronomia e a arqueologia, a Ciência Forense analisa os vestígios de uma ação que ocorreu no passado.
O termo Ciência Forense é mais amplo que a tradicional Criminalística1 por incluir, além das disciplinas da Crimi-
nalística, outras ciências como a medicina, a toxicologia, a antropologia, a entomologia e a odontologia. A Criminalística
pode ser definida como a disciplina que se dedica ao reconhecimento, identificação, individualização e avaliação de vestí-
gios por meio da aplicação das ciências naturais e físicas.
O termo Criminalística foi cunhado pelo Austríaco Hans Gross (1847-1915) e deriva da palavra alemã Kriminalistik,
publicada por ele em seu livro Handbuch fur Untersuchungsrichter ais System der Kriminalistik, em 1899. Em termos de
percepção pública, alguns atribuem ao Sir Arthur Conan Doyle, o autor de Sherlock Holmes, o título de fundador da crimi-
nalística. Ainda, no ramo da ficção, mais de um século depois de Sherlock Holmes, é possível afirmar que a Ciência Forense
é atualmente uma das áreas que mais fascinam o público televisivo. Seriados de TV como “CSI”, “Law and Order”, “Bones”,
“Forensic Files”, “NCIS”, “Cold Case”, e “Without a Trace” são exemplos modernos e atuais que destacam a importância da
Ciência Forense, mesmo que de forma fantasiosa, para a resolução de crimes e, ao mesmo tempo, revelam o interesse da
sociedade na compreensão dos aspectos científicos envolvidos nesse processo.
1 Definição do Dicionário Houaiss – disciplina que reune os conhecimentos e técnicas necessários à elucidação dos crimes e à descoberta de seus
autores, mediante a coleta e interpretação dos vestígios, fatos e consequências supervenientes; conjunto de conhecimentos de que deve dispor o magistrado que
examina ou julga processos criminais.
Um breve histórico da Criminalística
Federal
Leonardo Vergara
Carlos André Xavier Villela
A Criminalística é uma disciplina técnico-científica por natureza e jurídico-penal por destinação, a qual concorre
para a elucidação das infrações penais e da identidade dos respectivos autores, por meio da pesquisa, do adequado exame
pericial e da interpretação correta dos vestígios materiais encontrados. Tem-se, no âmbito da Justiça Federal, o perito
criminal federal como o responsável pela materialização da prova criminal.
A Criminalística federal teve seu marco regulatório com a edição da Lei nº 4.483, de 19/11/1964, com a criação
do Instituto Nacional de Criminalística. A partir disso, a Perícia Criminal Federal estruturou e consolidou a sua atuação na
persecução penal em várias capitais dos estados da Federação.
Com a realização de concursos públicos, a Criminalística se estabeleceu em todas as capitais e no Distrito Federal,
bem como firmou presença em Santos (SP) e em Foz do Iguaçu (PR). Assim, com uma rede de unidades estruturada e
voltada para a produção de provas, materializou-se o Sistema Nacional de Criminalística1 da Polícia Federal.
O sistema vem sendo estruturado com o objetivo de priorizar a produção de prova pericial com celeridade a partir
de procedimentos padronizados. Destaca-se que esse objetivo estratégico está em consonância com as diretrizes estipu-
ladas pelo Programa Nacional de Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
O Sistema Nacional de Criminalística é gerido pela Diretoria Técnico-Científica (DITEC) da Polícia Federal e tem
como órgão central o Instituto Nacional de Criminalística (INC), com atribuições técnico-científicas e normativas sobre a
atividade pericial realizada em suas dependências e nas unidades descentralizadas. O INC, além da execução de perícias,
também tem atribuições de instituto de pesquisa, desenvolvendo metodologias de trabalho e agregando conhecimento
técnico-científico para difusão a todo o sistema, valendo-se de extenso intercâmbio com outras instituições.
Com o objetivo de consolidar sua cobertura nacional e alinhando-se ao processo de interiorização então em curso
no âmbito da Justiça Federal e do Ministério Público Federal, a partir de 2007 foi iniciado o programa de interiorização da
Criminalística, por meio da criação de Unidades Técnico-Científicas (UTEC) junto a delegacias do interior do País.
As delegacias da Polícia Federal, localizadas nas cidades interioranas, respondem por significativa parcela dos
inquéritos policiais que tramitam na Instituição, sendo que isso também ocorre com a demanda por exames periciais.
1 No âmbito da Polícia Federal, a utilização da expressão “Sistema Nacional de Criminalística” foi estabelecida pela Portaria nº 015/2006 - GAB/INC, de
30 de junho de 2006.
Assim, a lotação de peritos criminais em proximidade às principais delegacias do interior proporciona maior agilidade nos
deslocamentos, qualidade essencial para determinados tipos de exames e de serviços sob atribuição da Criminalística, tais
como exames preliminares de drogas, exames de local, dentre outros.
No decorrer desse processo, foram criadas mais 24 unidades, distribuídas no interior de vários estados da Federa-
ção2 . A Figura 1 apresenta o território nacional e evidencia o quantitativo e a distribuição das unidades de Criminalística
da Polícia Federal, cujo efetivo total de peritos criminais é hoje de 1.0893.
Com essa estrutura, além do atendimento das demandas das delegacias, o programa visa à melhoria qualitativa
das atividades da Criminalística em toda a persecução penal. Portanto, além de se preocupar com a lotação de um efetivo
adequado, a DITEC tem direcionado recursos à instalação de laboratórios e à aquisição de modernos equipamentos para
todo o país, a fim de permitir a realização dos trabalhos com a qualidade requerida para os laudos periciais criminais.
Concomitantemente ao esforço de melhoria do atendimento e da qualidade do trabalho, a DITEC vem se empe-
nhando cada vez mais na busca pelo aperfeiçoamento de ferramentas de gestão para o Sistema Nacional de Criminalís-
tica. Busca, com isso, alinhar-se à política de modernização empreendida pelo Governo Federal nos últimos anos, com a
implantação de programas, como o Programa da Qualidade no Serviço Público (PQSP) e o Programa Nacional de Gestão
Pública e Desburocratização (GESPÚBLICA).
2 Araçatuba-SP; Campinas-SP; Dourados-MS; Guaíra-PR; Imperatriz-MA; Juiz de Fora-MG; Juazeiro do Norte-CE; Juazeiro-BA; Londrina-PR; Marabá-
-PA; Marília -SP; Presidente Prudente- SP; Passo Fundo-RS; Pelotas-RS; Rondonópolis-MT; Ribeirão Preto-SP; Salgueiro-PE; Sinop - MT; São José dos Campos-SP;
Santa Maria-RS; Santarém-PA; Sorocaba-SP; Uberlândia-MG; Vilhena - RO.
3 Fonte: Instituto Nacional de Criminalística-Divisão de Pesquisa Padrões e Dados Criminalísticos.
Focada em fortalecer a gestão das atividades, a DITEC tem investido também em tecnologia da informação, permi-
tindo a integração de todas as unidades da Criminalística. Em consequência disso, foi implantado o Sistema Nacional de
Gestão de Atividades de Criminalística (SISCRIM), sistema informatizado destinado a controlar, em âmbito nacional, o
trâmite de expedientes e de materiais de exame, bem como as demais atividades afetas à Criminalística.
Com o objetivo de definir e organizar os diversos normativos vigentes no âmbito do Sistema Nacional de Crimi-
nalística, a DITEC definiu e consolidou a Estrutura Normativa da Criminalística (ENCRIM). Além disso, destaca-se a criação
de dois instrumentos focados na padronização detalhada de procedimentos e na melhoria da qualidade dos exames
periciais, que são os Manuais de Procedimentos Periciais e os Procedimentos Operacionais Padrão.
A fim de permitir a validação e o compartilhamento das melhores práticas gerenciais e operacionais, foram cria-
dos comitês de avaliação dos processos administrativos e técnicos no Sistema Nacional de Criminalística. Um deles tem a
função de realizar auditorias focadas na gestão das unidades, por meio de comissões temporárias e itinerantes, e o outro
tem por objetivo avaliar a qualidade dos documentos técnico-científicos produzidos por meio de Câmaras Especializadas
de Criminalística.
Esses instrumentos, focados na padronização detalhada de procedimentos e na melhoria da qualidade dos
exames periciais, visam consolidar uma filosofia de qualidade total e de melhoria contínua, permitindo que a administra-
ção central possua um sistema de informações confiável, base de um Sistema de Gestão da Qualidade capaz de controlar
de forma mais eficiente a qualidade dos produtos e serviços entregues aos clientes.
Além desses comitês, destaca-se o desenvolvimento de outros dois processos de controle dentro do Sistema de
Gestão da Qualidade que são os Indicadores de Desempenho e a Pesquisa de Satisfação do Cliente. Esses processos encer-
ram o grande ciclo de coleta e tratamento de informações no âmbito do Sistema Nacional de Criminalística.
Nesse contexto, este guia apresenta os exames disponíveis na atualidade, para que o leitor tenha uma visão pano-
râmica do campo de atuação da Perícia Criminal da Polícia Federal no processamento de vestígios materiais.
Foto: Alexandre Magno
Locais de Crime
Adauto Zago Pralon
Cristiano Furtado Assis do Carmo
Jesus Antonio Velho
Jurandir Severo da Silva
Leonardo Nóbrega Dantas
científicos das mais diversas áreas e o emprego Em um local de crime o perito criminal
de técnicas específicas de coleta, identificação, deve levantar a maior quantidade possível de
embalagem, preservação, transporte, análise e informações para tentar responder às questões
interpretação de vestígios. clássicas: o que, quem, quando, por que, onde,
como, com que meios. A resposta à expres-
Cada local de crime é único e exige do são o que identifica a materialidade do crime;
perito criminal uma série de cuidados no plane- quem, a autoria; quando, o tempo em que o
jamento e na organização de suas funções fato criminoso ocorreu; onde, o local do crime;
visando alcançar a verdade dos fatos. Durante e, como e com que meios, as circunstâncias. O
o transcorrer do exame pericial, os requisitos porquê, mais difícil de ser respondido somen-
podem mudar à medida que novos elemen- te por intermédio de exames periciais, pode
tos sejam reconhecidos, e o perito criminal necessitar de complementação de informa-
terá que se adaptar ao novo cenário. Por isso, ções da investigação para esclarecer a motiva-
profissionais sem o devido preparo não estão ção do criminoso. As respostas a essas indaga-
aptos a localizar, coletar e manusear os vestí- ções levam à caracterização precisa dos fatos,
gios de modo a garantir seu valor probatório. possibilitando a efetiva aplicação da lei penal.
O reconhecimento legal da importância Para o devido levantamento de vestí-
do exame de locais de crime está patente no gios, procedimentos e equipamentos apro-
Código de Processo Penal em seu art. 158, que priados devem ser empregados, tais como o
estabelece: “quando a infração deixar vestígios, emprego de marcadores para posicionamento
será indispensável o exame de corpo de deli- e identificação de vestígios, técnicas especiais
to, direto ou indireto, não podendo supri-lo a de fotografia, elaboração de croquis, levanta-
confissão do acusado”. Essa determinação legal mento e coleta de vestígios químicos, biológi-
evidencia, de forma direta, a importância e a cos e de impressões digitais. Pode-se utilizar
relevância que a perícia representa no contex- ainda o scanner 3D, capaz de produzir modelos
to probatório, referindo-se, taxativamente, em três dimensões, possibilitando a elabora-
sobre sua indispensabilidade, sob pena, inclu- ção de um esquema virtual do ambiente, por
sive, de nulidade do processo. meio da projeção de coordenadas espaciais,
A partir do momento que os vestígios favorecendo a visualização da cena, bem como
tenham sido coletados em um local de crime, do posicionamento dos vestígios, facilitando
devem seguir uma cadeia de custódia que lhes também a reconstituição e a interpretação dos
assegure identidade, integridade e rastreabi- eventos transcorridos.
lidade, até o momento em que integrarão o
Em casos específicos, os peritos crimi-
processo judicial. Portanto, a cadeia de custó-
nais podem elaborar o laudo de reprodução
dia é o processo usado para documentar e
simulada do crime. Essa é uma ferramenta
manter a história cronológica dos vestígios. É
de extrema importância que toda e qualquer muito importante nas investigações criminais
pessoa que tenha algum contato com as provas que visam ao esclarecimento de determinados
materiais o faça de maneira clara e documenta- fatos ou dúvidas em função, por exemplo, de
da, não deixando quaisquer dúvidas acerca da conflitos de versões sobre a dinâmica de um
credibilidade no seu manuseio. delito. No exame de reprodução simulada, as
18 | Guia de Serviços da Perícia Criminal Federal
Perícias Contábeis e
Financeiras
Eduardo Siqueira Costa Neto
Emanuel Renan Cunha Coelho
João Bosco Carvalho de Almeida
Atualmente, o encaminhamento em
meio eletrônico das informações a serem anali-
sadas pode dar celeridade aos exames, pois
permite que elas sejam submetidas a sistemas
informatizados de tratamento de dados.
Considerações Finais
Os exames contábeis e financeiros
buscam comprovar fatos que caracterizam
crimes com grande impacto sobre a socieda-
de, na medida em que podem evidenciar o
desvio de recursos que deveriam ser destina-
dos à execução de políticas públicas, tais como
os investimentos em educação, pesquisa e
desenvolvimento, saúde pública, saneamento
básico, programas de geração de emprego e
renda, dentre outros.
Foto: Alexandre Magno
Perícias Merceológicas
Eduardo Siqueira Costa Neto
Emanuel Renan Cunha Coelho
João Bosco Carvalho de Almeida
doria pode ser uma peça importante para a laudo merceológico. De acordo com Santos, “A
elucidação de outros crimes, como a lavagem perícia merceológica é que separará o ‘gato da
de dinheiro. lebre’, a fim de não ser cometido erro material
de tipo”2.
Tipos de Exames
O exame merceológico pode ser direto
ou indireto. É denominado direto quando a
mercadoria ou o bem é examinado fisicamente
pelo perito criminal. Na forma indireta, o perito
faz a avaliação sem acesso ao bem, com base
nos documentos relacionados às mercado-
rias, podendo incluir especificações técnicas,
como modelo, ano de fabricação, entre outros.
Logicamente, o exame indireto apresenta limi-
tação de escopo, uma vez que sem o exame
físico não é possível verificar, por exemplo, se a
mercadoria é falsificada.
Considerações Finais
A Perícia Merceológica é peça funda-
mental na materialização, em especial, dos
crimes de contrabando e descaminho. A juris- 2 SANTOS, Luiz Carlos dos. Contrabando e Descaminho: dois crimes
prudência aponta no sentido de que, para essencialmente tributários. Disponível em http://www.lcsantos.pro.br/
arquivos/16_CONTRABANDO_DESCAMINHO29032010-122854.pdf. Acesso
caracterização desses crimes, é indispensável o em: 04/07/2011.
Foto: Alexandre Magno
Perícias em Registros de
Áudio e Imagens
João Paulo Batista Botelho
André Luiz da Costa Morisson
Considerações Finais
Dependendo da forma como é requisita-
da, a análise de registros de áudio ou imagens
pode se tornar muito demorada, inviabilizan-
Foto: Alexandre Magno
Perícias em Equipamentos e
Sistemas Eletroeletrônicos
João Paulo Batista Botelho
André Luiz da Costa Morisson
Instalações elétricas
Perícias de Engenharia
Laércio de Oliveira e Silva Filho
Fernando Fernandes de Lima
casas não atendem a padrões mínimos de Esses padrões são agrupados em quatro
habitabilidade para seus moradores; equipa- categorias: padrões de projeto, de mercado, de
mentos de infraestrutura urbana construídos contrato e normativos. Os exames associados a
com preços muito acima dos preços de merca- eles são, principalmente, exames de projeto, de
do; ou ainda aquele revestimento asfáltico execução, de preços, de licitação e de qualida-
recém-construído que é parcialmente arranca- de. A seguir, encontram-se detalhados os tipos
do para colocação da rede de esgoto. de padrões usados nessas perícias, informando
como são processados os respectivos tipos de
Fatos como os aqui exemplificados cons- exames, que visam estabelecer a materialida-
tituem agressões às mesmas vítimas, quais de das relações entre os vértices vítima, cena e
sejam a sociedade, as comunidades, o Erário e criminoso. Mais adiante, seguindo esse esque-
toda a Nação. ma lógico, é possível traçar os objetivos dos
exames das perícias de engenharia.
Perícias de Informática
Luiz Fernando Lima Alves da Cunha
Rafael Saldanha Campello
(DVD), que segue anexa ao laudo pericial, onde Exame de Sistema Computacional
se encontra registrado um código de integri- Embarcado
dade único associado à mídia, que assegura a
autenticidade da mesma. Sistemas computacionais embarcados
são aqueles designados para um conjunto
Exame de Equipamento Computacional pequeno de funções dedicadas; tais sistemas
são componentes (módulos) de um sistema
Equipamentos computacionais são maior cuja natureza não é necessariamente
todos aqueles com capacidade de proces- computacional. Como exemplo, pode-se citar
samento computacional: computadores de os computadores de bordo de aeronaves.
todos os tipos (desktops, notebooks, servido- Nesse tipo de exame pericial, faz-se a análise
res, etc.), telefones celulares, agendas eletrôni- dos dados e das características físicas e funcio-
cas, tablets, dentre outros, além dos dispositi- nais do sistema.
vos de armazenamento de dados.
Considerações Finais
Os exames laboratoriais realizados pela
área de Química Forense empregam técnicas
clássicas e tecnologia de ponta, e são capa-
zes de caracterizar uma substância de forma
inequívoca, com limites de incerteza desprezí-
veis.
Avaliação de Danos
Perícias de Veículos
Erick Simões da Camara e Silva
Rodrigo Gonçalves Teixeira
Perícias Documentoscópicas
Gustavo Ota Ueno
Marcos de Jesus Morais
deverá representar essa mesma assinatura. existe a suspeita de que a pessoa esteja tentan-
Caso se questione a autoria do preenchimento do disfarçar sua escrita.
de um formulário, o padrão deverá reproduzir
Por fim, não se pode deixar de verificar
o mesmo formulário, com os mesmos campos
e espaçamentos. a autenticidade do material que está sendo
obtido. A pessoa que está fornecendo o mate-
Além dessas características, a adequabi- rial gráfico deve ser corretamente identificada
lidade inclui também a utilização do mesmo para que se garanta que ela é a pessoa qualifi-
tipo de suporte (por exemplo, papel de textura cada a produzi-lo. Isso deve ser feito perante a
similar) e do mesmo tipo de instrumento escri- autoridade competente, com o devido registro
tor (caneta esferográfica, caneta com ponta no Auto de Colheita de Material Gráfico.
porosa, lápis, entre outros) para a colheita dos
grafismos. Para um melhor entendimento acer-
ca dos resultados, cumpre esclarecer que a
A contemporaneidade dos padrões em conclusão do exame grafoscópico é elaborada
relação ao questionado também se relaciona dentro de uma escala de possibilidades, em
com sua adequabilidade. Portanto, esses mate- conformidade com as observações e vestígios
riais devem ter datas próximas. Isso é impor-
constatados durante os exames.
tante porque a escrita, como um comporta-
mento neurofisiológico, muda gradualmente
e lançamentos gráficos feitos em momentos
Verificação de autenticidade docu-
muito distantes no tempo podem apresentar mental
diferenças significativas entre si.
Compreende exames em documentos
Como regra geral, materiais escritos dois diversos, principalmente nos chamados docu-
anos antes ou depois dos grafismos questiona- mentos de segurança, como cédulas de moeda
dos são considerados contemporâneos. Porém, nacional ou estrangeira, passaportes, vistos,
diversos fatores podem afetar este intervalo de carteiras de identidade e de motorista, selos
tempo reduzindo-o de forma acentuada, como cartorários e de controle fiscal, que se encon-
uma doença que prejudique o controle motor tram sob suspeita de contrafação.
do indivíduo. Por outro lado, existem pesso-
as cuja escrita se mantém estável por muitos
Verificação de alteração documental
anos e, nesses casos, o intervalo considerado
adequado pode ser muito maior.
Compreende exames para verificar a
Outro requisito fundamental a ser obser- existência de alguma alteração física no docu-
vado na colheita dos padrões é a quantidade. mento que lhe modifique a essência ou o teor
Nesse caso, quanto mais material, melhor, pois original. Essas alterações podem envolver
assim haverá maior possibilidade de se obter rasuras, obliterações, acréscimos, montagens,
manuscritos que representem todas as variá- substituição de folhas ou de fotografias, entre
veis gráficas daquele escritor. Especialmente se outros tipos de fraudes.
70 | Guia de Serviços da Perícia Criminal Federal
Considerações Finais
Os procedimentos adotados antes do
envio de materiais questionados como o
processo de obtenção de padrões gráficos e os
cuidados com a manipulação de documentos,
podem interferir de maneira significativa nos
resultados dos exames.
Perícias de Balística e de
Caracterização de Materiais
Eduardo Makoto Sato
André Montanini Alves
Os procedimentos normalmente se
iniciam com a extração do DNA das amostras,
amplificação2 das regiões que serão compara-
das, leitura do produto de amplificação em um
analisador genético e, finalmente, as compara-
ções entre as diferentes amostras examinadas.
nacional tem importância elevada por congre- específica do DNA mitocondrial, sequencia-
gar dados enviados de bancos pertencentes mento do produto amplificado e, finalmente,
a vários laboratórios estaduais que compõem comparação da sequência obtida com outras
a RIBPG. Dessa forma, é possível comparar armazenadas em bancos de dados genéticos
vestígios coletados em diferentes localida- internacionais. Após essa comparação são
des em busca da resolução de casos criminais feitas análises evolutivas e estatísticas para a
interestaduais e para identificação de restos determinação, com alto grau de segurança,
mortais de pessoas desaparecidas. Utilizando da espécie ou outro grupo taxonômico a que
o programa CODIS5 cedido pelo FBI6, o banco pertence o material questionado.
de dados possibilita a inclusão e comparação
de perfis genéticos obtidos de vestígios encon-
trados em locais de crime em todo o território Considerações Finais
nacional, perfis genéticos de suspeitos, de
restos mortais de pessoas desaparecidas e de O uso de exames baseados no DNA vem
familiares de pessoas desaparecidas. Com essa se tornando cada vez mais comum na área
nova e poderosa ferramenta, casos que seriam forense. Se antes os exames se restringiam a
arquivados inconclusos, tais como homicídios, casos específicos envolvendo crimes sexuais e
estupros e desaparecimentos poderão ter contra a vida, hoje em dia vem sendo empre-
suspeitos apontados e pessoas desaparecidas gados de forma cada vez mais frequente para
já falecidas identificadas, auxiliando, sobrema- auxiliar o combate aos crimes contra o patri-
neira, a aplicação da justiça. mônio, às infrações penais contra a fauna e até
mesmo no tráfico de drogas, na medida em que
Identificação de Espécies Animais possibilita vincular suspeitos às drogas apreen-
didas. Além dessas situações, outra aplicação
O combate aos crimes contra a fauna de grande importância está na identificação de
passa necessariamente pela correta identifica- pessoas desaparecidas e de vítimas de desastres
ção dos espécimes apreendidos. Em casos que de massa, onde a precisão e a confiabilidade das
envolvem ovos e indivíduos imaturos, carne de técnicas baseadas em DNA são essenciais para
caça ou alguns subprodutos de origem animal, uma maior segurança na conclusão dos traba-
a identificação baseada na morfologia pode lhos. Dentro dessa nova realidade, a implan-
ficar comprometida. Nessas situações, o uso de tação de bancos de dados de perfis genéticos
ferramentas genéticas representa uma alterna- representa uma grande evolução, uma vez que
tiva segura e eficiente para a identificação de estes permitem o armazenamento e confronto
espécies animais. de informações de origem genética de forma
muito mais eficiente.
A metodologia para a identificação
genética de espécies animais também envolve
diferentes etapas, iniciando-se com a extração
do DNA de amostras do material apreendido,
passando pela amplificação de uma sequência
5 Abreviatura do termo em inglês de Combined DNA Index System.
6 Abreviatura do termo em inglês Federal Bureau of Investigation.
Foto: Alexandre Magno
Perícias em Bombas e
Explosivos
Adauto Zago Pralon
Bruno Costa Pitanga Maia
Philip Villar McComish
Perícias de Medicina e
Odontologia Forense
Alexandre Pavan Garieri
Carlos Eduardo Palhares Machado
Jeferson Evangelista Corrêa
Márcio Magalhães Arruda Lira
A odontologia forense é uma área que do a vítima não tenha sido submetida ao devi-
aplica o conhecimento técnico-científico da do exame pericial direto na época do dano;
estrutura dos dentes de indivíduos com fins
• Realização de exame do documento
de identificação, a partir das características
visando avaliar a qualidade do atendimento
morfológicas que conferem unicidade a cada
médico, odontológico e/ou hospitalar presta-
arcada dentária, e de sua resistência à putre-
do a alguém, em especial por profissionais de
fação, calor, traumatismos e ação de determi-
saúde do serviço público federal ou nos casos
nados agentes químicos. Também envolve a
em que servidores federais ou a população
realização de exames de corpo de delito de
indígena tenham seu atendimento de saúde
lesão corporal, quando houver comprometi-
colocado em dúvida quanto à qualidade. Pode
mento da cavidade bucal, e/ou do complexo
envolver situações de investigação de erro
maxilo-mandibular.
médico e/ou odontológico, em casos nos quais
Na Polícia Federal, as perícias médicas são averiguadas situações de negligência,
e odontológicas são empregadas sobre um imperícia, imprudência ou omissão de socorro;
largo espectro de casos criminais, geralmen-
• Realização de exame para comprovar
te relacionados com eventos cuja apuração
a existência de eventual fraude na prestação
seja de competência da polícia judiciária da
de um serviço de saúde ou em sua cobrança,
União, ou demandada pela Justiça Federal. O
como em casos de faturamento fraudulen-
corpo de peritos médicos e dentistas realiza
to contra verbas do Sistema Único de Saúde
perícias em todo o território nacional e atua
(SUS);
também em âmbito internacional, interagin-
do com peritos de outros países, em coopera- • Investigação da ocorrência de frau-
ção técnica com a Interpol ou mediante deter- des contra a Previdência Social (concessão de
minação do Ministro da Justiça. benefícios irregulares).
Necropsia forense
Tipos de Exames
É o exame médico-pericial realizado
Exames em documentos médicos e sobre o indivíduo morto, particularmente
odontológicos nos casos de morte violenta ou suspeita, cuja
apuração seja de competência da Polícia Fede-
Os exames em documentos médicos e ral ou demandada pela Justiça Federal. Objeti-
odontológicos são aqueles focados nos regis- va confirmar a identidade da vítima, esclarecer
tros técnicos desses documentos, inclusive a causa mortis e identificar as lesões e carac-
prontuários hospitalares. Podem ser elencados terísticas do cadáver que guardem relação
os seguintes objetivos para esses exames: à ocorrência criminosa. Adicionalmente, se
• Realização de perícia indireta com base presta à arrecadação de vestígios importantes,
na informação técnica contida nos documen- como projéteis de armas de fogo, drogas no
tos, como em casos de lesões corporais quan- interior do corpo, entre outros.
Medicina e Odontologia Forense | 93
Considerações Finais
Apesar de terem sido implantadas recen-
temente no âmbito da Criminalística Fede-
ral, as especialidades periciais de Medicina e
Odontologia Forense vêm se desenvolvendo
no sentido de consolidar um trabalho pericial
de qualidade, cuja demanda cresce vertigino-
samente. Essa grande demanda vem sendo
atendida com eficiência, por meio de técnicas
modernas que auxiliam os peritos criminais
que atuam nessas áreas, visando à busca da
verdade e da justiça.
Sobre os autores
Adauto Zago Pralon. Perito Criminal Federal desde 2003. Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Estadual do Norte Flumi-
nense (UENF-2003). Mestre em Produção Vegetal pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF-1999). Graduado em
Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Viçosa (UFV-1996).
Alexandre Pavan Garieri. Perito Criminal Federal desde 2007. Mestre em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo (FMRP/USP-2008). Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira de Gine-
cologia e Obstetrícia (FEBRASGO-2004). Especialista em Mastologia e Oncologia Ginecológica pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão
Preto (HCRP-2005). Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP/USP
2001).
André Luiz da Costa Morisson. Perito Criminal Federal desde 1996. Mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de
Uberlândia (UFU-1995). Graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU-1992).
André Montanini Alves. Perito Criminal da Seção de Balística Forense do Instituto de Criminalística Leonardo Rodrigues (Secretaria
de Segurança Pública de Goiás) desde 1998. Especialista em Perícia Criminal pela Universidade Paulista (UNIP-2010). Especialista em
Ortodontia e Ortopedia Facial pela Associação Brasileira de Odontologia (ABO-2004). Graduado em Odontologia pela Universidade
Federal de Goiás (UFG-1993).
Bruno Costa Pitanga Maia. Perito Criminal Federal desde 1998. Graduado em Ciências da Computação pela Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG-1996).
Carlos André Xavier Villela. Perito Criminal Federal desde 1995. Mestre em Engenharia pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de
Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ-1993). Especialista em Gestão
de Políticas de Segurança Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-2005). Engenheiro de Fortificação e Construção pelo Instituto
Militar de Engenharia (IME-1994). Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ-1990).
Carlos Benigno Vieira de Carvalho. Perito Criminal Federal desde 2007. Doutor em Biologia Animal pela Universidade de Brasília
(UnB-2002). Mestre em Ecologia pela Universidade de Brasília (UnB-1999). Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade de
Brasília (UnB-1997).
Carlos Eduardo Palhares Machado. Perito Criminal Federal desde 2007. Doutorando em Ciências Médicas pela Universidade de
São Paulo (USP/RP) e em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (UnB). Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade de
Brasília (UnB-2007). Especialista em Odontologia Legal pela Associação Brasileira de Odontologia (ABO/MG-2006). Graduado em
Odontologia (UnB-2000).
Cristiano Furtado Assis do Carmo. Perito Criminal Federal desde 2008. Graduado em Medicina Veterinária pela Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG-1996).
Daniele Zago Souza. Perita Criminal Federal desde 2002. Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS-2010). Graduada em Farmácia Bioquímica em Análises Clínicas pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS-2000).
Eduardo Makoto Sato. Perito Criminal Federal desde 1996. Mestre em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo (EPUSP-1994). Bacharel em Física pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP-1990).
Eduardo Siqueira Costa Neto. Perito Criminal Federal desde 2002. Mestre em Contabilidade pela Universidade de Brasília (UnB -
2003). Especialista em Auditoria pela Universidade de Brasília (UnB-2000). Especialista em Contabilidade pela Universidade de Fortaleza
(Unifor-1994). Graduado em Contabilidade pela Faculdade de Ciência Contábeis e Administrativas Moraes Júnior (FMJ-1985).
Emanuel Renan Cunha Coelho. Perito Criminal Federal desde 1999. Mestre em Controladoria pela Universidade Federal do Ceará
(UFC-2006). Especialista em Gestão de Segurança Pública pela Academia Nacional de Polícia da Polícia Federal (ANP/PF-2008).
Especialista em Contabilidade pela Fundação Getúlio Vargas de Brasília (FGV-1995). Graduado em Contabilidade pela Associação de
Ensino Unificado do Distrito Federal (AEUDF-1985).
Erick Simões da Camara e Silva. Perito Criminal Federal desde 2003. Mestre em Química pelo Instituto Militar de Engenharia
(IME-2001). Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL-2007). Bacharel em Ciências
Jurídicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO 2003). Graduado em Engenharia Química pelo Instituto
Militar de Engenharia (IME-1995).
Fernando Fernandes de Lima. Perito Criminal Federal desde 2002. Mestre em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Ceará
(UFC-2007). Especialista em Docência do Ensino Superior pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ - 2000). Graduado em
Engenharia Civil pela Universidade Federal do Ceará (UFC-1997).
Gustavo Ota Ueno. Perito Criminal Federal desde 2003. Graduado em Farmácia-Bioquímica pela Universidade de São Paulo (USP-
2001).
Hélvio Pereira Peixoto. Perito Criminal Federal desde 2006, Doutor em Engenharia Elétrica e Computação pela Universidade do
Texas (Austin, TX, USA – 1999). Mestre em Ciência da Computação pela Universidade de Campinas (Unicamp-1995). Bacharel em
Ciência da Computação pela Universidade de Uberlândia (UFU-1993).
Jeferson Evangelista Corrêa. Perito Criminal Federal desde 2007. Especialista em Medicina Legal pela Associação Médica Brasilei-
ra e Associação Brasileira de Medicina Legal (AMB/ABML-2006). Especialista em Cirurgia Geral pela Secretaria Estadual de Saúde do
Rio de Janeiro (SES/RJ-1991). Especialista em Administração Hospitalar pela Faculdade São Camilo (FSC/CEDAS-1989). Graduado em
Medicina pela Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP1987).
Jesus Antonio Velho. Perito Criminal Federal desde 2007. Doutor em Fisiopatologia Médica pela Universidade Estadual de Campi-
nas (UNICAMP-2007). Graduado em Farmácia-Bioquímica pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-2002).
João Bosco Carvalho de Almeida. Perito Criminal Federal desde 2004. Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual
do Ceará (UECE-2000).
João Paulo Batista Botelho. Perito Criminal Federal desde 2006. Mestre em Engenharia Elétrica pelo Instituto Alberto Luiz Coim-
bra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ-2004). Bacharel em Direito
pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB-2010). Graduado em Engenharia de Comunicações pelo Instituto Militar de
Engenharia (IME-1998).
Jurandir Severo da Silva. Perito Criminal Federal desde 2002. Bacharel em Ciências Contábeis pela Associação de Ensino Unificado
do Distrito Federal (AEUDF-1990).
Laércio de Oliveira e Silva Filho. Perito Criminal Federal desde 2006. Engenheiro Civil pela Universidade de Brasília (UnB-2001).
Leonardo Nóbrega Dantas. Perito Criminal Federal desde 2002. Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade de Brasília
(UnB-1998).
Leonardo Vergara. Perito Criminal Federal desde 2002. Mestre em Sistemas de Informações Contábeis pela Università degli Studi
di Torino – Itália (UNITO-2000). Especialista em Ciências Contábeis pela Universidade de Brasília (UnB-1998). Graduado em Ciências
Contábeis pela Universidade de Brasília (UnB-1994).
Luiz Fernando Lima Alves da Cunha. Perito Criminal Federal desde 2002. Bacharel em Ciências da Computação pela Universidade
de Brasília (UnB-1995).
Marcelo Garcia de Barros. Perito Criminal Federal desde 2003. Mestre em Ciências Florestais pela Universidade de Brasília (UnB -
2007). Graduado em Engenharia Florestal pela Universidade de Brasília (UnB - 1999).
Márcio Magalhães Arruda Lira. Perito Criminal Federal desde 2007. Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Ceará
(UFC-2002).
Marcio Talhavini. Perito Criminal Federal desde 1999. Doutor em Físico-Química pela Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP-2002). Mestre em Físico-Química pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP-1995). Bacharel em Química pela
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP-1992).
Marcos de Jesus Morais. Perito Criminal Federal desde 1995. Especialista em Gestão de Políticas de Segurança Pública pela Funda-
ção Getúlio Vargas (FGV-2005). Graduado em Farmácia pela Universidade Federal de Goiás (UFG-1989) e em Farmácia Industrial pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ 1991).
Paulo Sérgio de Carvalho Dias. Perito Criminal Federal desde 2006. Graduado em Engenharia Florestal pela Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-1993).
Philip Villar McComish. Perito Criminal Federal desde 2006. Bacharel em Sistemas de Informação pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ-1993).
Rafael Saldanha Campello. Perito Criminal Federal desde 2002. Mestre em Ciência da Computação pela Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS-1998). Bacharel em Informática pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM-1995).
Renato Teodoro Ferreira de Paranaíba. Perito Criminal Federal desde 2003. Especialista em Genética Forense pela Universidade
Federal do Pará (UFPA-2005). Graduado em Farmácia Clínica e Industrial pela Universidade de Brasília (UnB-2002).
Rodrigo Gonçalves Teixeira. Perito Criminal Federal desde 2006. Especialista em Controladoria e Finanças pela Universidade
Federal Fluminense (UFF-2002). Especialista em Marketing pela Universidade Candido Mendes (UCAM-2000). Bacharel em Ciências
Contábeis pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ-1999).
Sérgio Martin Aguiar. Perito Criminal Federal desde 2008. Mestre em Biologia Molecular pela Universidade de Brasília (UnB-
2006). Especialista em Genética Humana pela Universidade de Brasília (UnB - 2004). Graduado em Ciências Biológicas pela Univer-
sidade de Brasília (UnB-2003).
1ª Edição