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Universidade de Brası́lia

Departamento de Matemática

Cálculo II
Módulo 1 Lista 4 1.◦ /2020

Atenção: na questão 1, decida se cada item é certo (C) ou errado (E), assinalando sua resposta no espaço
ao lado do item e justificando a sua resposta.

1) Um cubo de lado L e densidade δ, flutuando num lı́quido de densidade δ0 > δ, é mergulhado


ligeiramente e depois solto, de modo a oscilar na vertical. Indique por y(t) o afastamento
da posição de equilı́brio, conforme a figura, por v(t) o volume de lı́quido que o cubo desloca
e por g a aceleração da gravidade. Finalmente, suponha que a resultante das forças sobre
o cubo seja a soma da força peso Fp = L3 δg com a força de empuxo Fe = −v(t)δ0 g. Se
necessário, use que a resultante é igual ao produto da massa pela aceleração.
C E a) No equilı́brio, a parte submersa do cubo tem altura Movimento
L
y0 = Lδ/δ0 .
y0
C E b) O volume de lı́quido deslocado é v(t) = L2 y(t).
y(t)
Equilı́brio
C E c) y(t) é solução de uma equação diferencial homogênea.
p
C E d) O cubo oscila com perı́odo T = gδ0 /Lδ 2π.
C E e) Depoispde solto, o primeiro instante em que o cubo passa pela posição de equilı́brio
é t = Lδ/gδ0 π/2.

2) Para pequenas oscilações, o movimento de um pêndulo pode ser modelado pela equação
L y ′′(t) + g y(t) = 0,
onde L é o comprimento do pêndulo, g é a aceleração da gravidade e y(t) é a medida em
radianos do ângulo que o pêndulo faz com a vertical no tempo t.

a) Verifique que, se yb0 (t) e yb1 (t) são soluções e a e b são números com-
plexos, então yb(t) = a yb0 (t) + b yb1 (t) é também solução da equação.
Resposta:

y(t)
b) Encontre soluções complexas yb0 (t) e yb1 (t) da equação na forma de
uma exponencial er t , com r ∈ C.
Resposta:

c) Use os itens anteriores para obter duas soluções reais y0 (t) e y1 (t) da equação.
Resposta:

d) Supondo L = gπ −2 , determine uma solução que satisfaz y(0) = 10−2 e y ′(0) = 10−2 π.
Resposta:

e) Escreva a solução acima na forma y(t) = A cos(c t − δ), e esboce o gráfico desta função.
Resposta:

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3) Suponha que o sistema massa-mola da figura seja modelado pelo PVI (1)
( ( ′
y ′′ (t) + 4y ′(t) + 3y(t) = F (t) a (t)y1 (t) + b′ (t)y2 (t) = 0
(1) (2)
y(0) = y ′(0) = 0 a′ (t)y1′ (t) + b′ (t)y2′ (t) = F (t)

onde a força externa é F (t) = 2 cos(2t). Por variação dos parâmetros, obtém-se uma so-
lução particular yp (t) = a(t)y1 (t) + b(t)y2 (t) da equação, onde {y1(t), y2 (t)} é um sistema
fundamental de soluções da equação homogênea e a(t) e b(t) são soluções do sistema (2). Se
R kt
necessário, use que ekt cos(ωt) dt = k2e+ω2 (k cos(ωt) + ω sen(ωt)) + c

a) Determine as funções y1 (t) e y2 (t). Equilı́brio Movimento

b) Calcule o wronskiano das funções y1 (t) e y2 (t).

c) Obtenha a função yp (t) e calcule yp (0) e yp′ (0).

d) Use os itens anteriores para obter a solução y(t) do PVI.


y(t)
e) Verifique que, no infinito, y(t) tem o mesmo comporta-
mento de yp (t), isto é, verifique que lim [y(t)−yp (t)] = 0.
t→∞

4) Considere a equação de Bessel de ordem ν, dada por

(NH) x2 y ′′ (x) + xy ′ (x) + (x2 − ν 2 )y(x) = g(x) , x > 0,

Como o coeficiente de y ′′ (x) se anula em x = 0, as soluções podem não estar definidas


nesse ponto, e uma questão importante é obter soluções bem comportadas perto de x = 0,
isto é, soluções para as quais existe limx→0 y(x). Denote por (H) a equação homogênea
correspondente e suponha ν = 1/2. Nesse caso, mostra-se que tanto y1 (x) = x−1/2 cos(x)
como y2 (x) = x−1/2 sen(x) são soluções de (H).

a) Verifique se existem os limites limx→0 y1 (x) e limx→0 y2 (x).

b) Justifique o fato de que a solução geral de (H) é da forma yh (x) =


ay1 (x) + by2 (x). Em seguida, obtenha condições nos coeficientes a
e b para que exista o limite limx→0 yh (x).

y(t) c) Não esquecendo de normalizar, obtenha uma solução particular de


(NH) supondo g(x) = x5/2 e usando o método de variação dos
Bessel (1784-1846) parâmetros.

d) Obtenha a solução geral (NH). Em seguida, obtenha a solução que satisfaz y(π) = c
e y ′(π) = d, onde c e d são constantes quaisquer.

e) Determine condições nas constantes c e d para que exista o limite limt→0 y(x).

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Atenção: Para baixar o Maxima: no Linux, no Windows, no Android. Manuais do Maxima e extra para
o Android. Executar comandos: shift+enter. Comandos uteis: f(x):=sin(x), plot2d(x,[x,0,1]),
limit(exp(-x),x,inf), diff(sin(x),x), integrate(sin(x)^3,x), ode2('diff(y,x)=y,y,x). Constan-
tes: e=%e, π=%pi. Números complexos: a+ib = a+%i*b. Sintaxe: resultado do último comando = %.

Digite os comandos a seguir no Maxima para obter ajuda na resolução dos itens.
Limpe a memória do programa no inı́cio de cada questão.

1) a) Usando d em lugar de δ
v0 : L ^2 * y0 ;
solve ( L ^3 * d * g = v0 * d0 * g , y0 ) ;
d) Estude o perı́odo da solução abaixo
a s s u m e( L > 0 , d0 > 0 , d > 0 , g > 0 ) ;
eq1 : L ^3 * d * ' diff ( y , t , 2 ) + L ^2 * d0 * g * y = 0 ;
sol1 : ode2 ( eq1 , y , t ) ;
e) ic2 ( sol1 , t = 0 , y = % k , ' diff ( y , t ) = 0 ) ;
solve ( rhs ( % ) = 0 , t ) ;

2) b) Usando Y 0 e Y 1 no lugar de yb0 e yb1


a s s u m e( L > 0 , g > 0 ) ; d e f i n e( y ( t ) , exp( r * t ) ) ;
r a i z e s: solve ( L * diff ( y ( t ) , t , 2 ) + g * y ( t ) = 0 , r ) ;
d e f i n e( Y0 ( t ) , exp ( rhs ( r a i z e s[ 1 ] ) * t ) ) ;
d e f i n e( Y1 ( t ) , exp ( rhs ( r a i z e s[ 2 ] ) * t ) ) ;
c) d e f i n e( y0 ( t ) , d e m o i v r e( ( Y0 ( t ) + Y1 ( t ) ) / 2 ) ) ;
d e f i n e( y1 ( t ) , d e m o i v r e( ( Y1 ( t ) - Y0 ( t ) ) / ( 2 * % i ) ) ) ;
d) L : g / % pi ^2 ;
sol2 : ic2 ( y = % k1 * y0 ( t ) + % k2 * y1 ( t ) , t = 0 , y = 10^ ( - 2 ) , ' diff ( y , t ) = % pi * 10^ ( - 2 ) ) ;
e) d e f i n e( y ( t ) , rhs ( sol2 ) ) ;
w x p l o t 2 d( y ( t ) , [ t , 0 , 3 ] ) ;

3) a) d e f i n e( y ( t ) , exp ( r * t ) ) ;
raiz : solve ( diff ( y ( t ) , t , 2 ) + 4 * diff ( y ( t ) , t ) + 3 * y ( t ) = 0 , r ) ;
d e f i n e( y2 ( t ) , exp ( rhs ( raiz [ 1 ] ) * t ) ) ; d e f i n e( y1 ( t ) , exp ( rhs ( raiz [ 2 ] ) * t ) ) ;
b) load ( " f u n c t s" ) $ d e t e r m i n a n t( w r o n s k i a n( [ y1 ( t ) , y2 ( t ) ] , t ) ) ;
c) Usando da e db para as derivadas de a(t) e b(t)
sol3 : l i n s o l v e( [ da * y1 ( t ) + db * y2 ( t ) = 0 , da * diff ( y1 ( t ) , t ) + db * diff ( y2 ( t ) , t ) =
2 * cos ( 2 * t ) ] , [ da , db ] ) ;
d e f i n e( a ( t ) , i n t e g r a t e( rhs ( sol3 [ 1 ] ) , t ) ) ;
d e f i n e( b ( t ) , i n t e g r a t e( rhs ( sol3 [ 2 ] ) , t ) ) ;
d e f i n e( yp ( t ) , a ( t ) * y1 ( t ) + b ( t ) * y2 ( t ) ) ; yp ( 0 ) ; at ( diff ( yp ( t ) , t ) , t = 0 ) ;
d) d e f i n e( y ( t ) , rhs ( ic2 ( y = % k1 * y1 ( t ) + % k2 * y2 ( t ) + yp ( t ) , t = 0 , y = 0 , ' diff ( y , t ) = 0 )
));
e) limit ( y ( t ) - yp ( t ) , t , inf ) ;
4) a) y1 ( x ) : = x ^ ( - 1 / 2 ) * cos ( x ) ; y2 ( x ) : = x ^ ( - 1 / 2 ) * sin ( x ) ;
limit ( y1 ( x ) , x , 0 , plus ) ; limit ( y2 ( x ) , x , 0 , plus ) ;
b) load ( " f u n c t s" ) $ t r i g s i m p( d e t e r m i n a n t( w r o n s k i a n( [ y1 ( x ) , y2 ( x ) ] , x ) ) ) ;
c) sol3 : l i n s o l v e( [ da * y1 ( x ) + db * y2 ( x ) = 0 , da * diff ( y1 ( x ) , x ) + db * diff ( y2 ( x ) , x ) =
x ^ ( 1 / 2 ) ] , [ da , db ] ) ;
d e f i n e( a ( x ) , i n t e g r a t e( rhs ( sol3 [ 1 ] ) , x ) ) ;
d e f i n e( b ( x ) , i n t e g r a t e( rhs ( sol3 [ 2 ] ) , x ) ) ;
d e f i n e( yp ( x ) , t r i g s i m p( a ( x ) * y1 ( x ) + b ( x ) * y2 ( x ) ) ) ;
d) d e f i n e( y ( x ) , rhs ( ic2 ( y = % k1 * y1 ( x ) + % k2 * y2 ( x ) + yp ( x ) , x = % pi , y = c , ' diff ( y , x ) =
d)));
e) a : args ( args ( args ( y ( x ) ) [ 2 ] ) [ 1 ] ) [ 1 ] ;
b : args ( args ( args ( args ( y ( x ) ) [ 1 ] ) [ 1 ] ) [ 1 ] ) [ 1 ] / ( 2 * % pi ) ;
solve ( a = 0 , [ c , d ] ) ;

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