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MOVIMENTOS DE APRENDIZAGEM:
uma sala de aula organizada em grupos
Porto Alegre
2º Semestre
2014
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MOVIMENTOS DE APRENDIZAGEM:
uma sala de aula organizada em grupos
Porto Alegre
2º Semestre
2014
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AGRADECIMENTOS
A minha querida família, meu porto seguro, meu bem mais precioso. Sou
grata pelo imensurável carinho, apoio e paciência. Valmir, Jaine, Nicolas e
Vinícius, a vocês meu eterno amor e gratidão!
A quem me orientou e indicou caminhos, leituras e perspectivas.
Obrigada, Profª Darli!
A meus pequenos, e sábios, alunos. Obrigada pelo ano incrível!
As minhas confidentes, Laura, Stéfani e Paula. Durante quatro anos,
compartilhamos sorrisos, lágrimas, reflexões, desabafos e sonhos. Eu
guardarei, com saudade, todos os nossos momentos juntas.
Por fim, a Deus, meu guia e protetor. Descanso na certeza de Suas
promessas.
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RESUMO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 9
2 VOCÊ, PRA MIM, MOSTROU QUE EU NÃO SOU SOZINHO NESSE
MUNDO .......................................................................................................... 11
2.1 Contextualização da temática .................................................................. 11
2.2 O que são grupos? ................................................................................... 13
3 CAMINHOS METODOLÓGICOS ................................................................ 18
4 MEMÓRIAS SOBRE GRUPOS E SEUS SUJEITOS .................................. 21
4.1 Os grupos na turma 21 ............................................................................. 21
4.2 Embates na escola: uma narrativa de resistências .................................. 29
5 DIÁLOGOS DA PRÁTICA .......................................................................... 31
5.1 O questionário .......................................................................................... 31
5.2 Análise de textos e contextos ................................................................... 32
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 38
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 41
SINOPSES DE LITERATURA INFANTIL ....................................................... 44
APÊNDICE A - Questionário .......................................................................... 45
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1 INTRODUÇÃO
1
Fragmento da música “Autorretrato” da dupla Kleiton e Kledir, disponível em
<http://letras.mus.br/kleiton-e-kledir/1521738/>. Acesso em: 04 de novembro de 2014.
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2 VOCÊ, PRA MIM, MOSTROU QUE NÃO SOU SOZINHO NESSE MUNDO 2
2
Fragmento da música “Cuida de mim” do cantor Fernando Anitelli, disponível em
<http://letras.mus.br/fernando-anitelli/1869336/>. Acesso em: 04 de novembro de 2014.
3
Fragmento da música “Autorretrato” da dupla Kleiton e Kledir, disponível
em<http://letras.mus.br/kleiton-e-kledir/1521738/>. Acesso em: 04 de novembro de 2014.
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4
Grifo do autor.
13
5
As falas dos alunos, ao longo do texto, serão colocadas em destaque através da escrita em itálico.
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3 CAMINHOS METODOLÓGICOS
6
Fragmento da música “Autorretrato” da dupla Kleiton e Kledir, disponível em
<http://letras.mus.br/kleiton-e-kledir/1521738/>. Acesso em: 04 de novembro de 2014.
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acreditava que, uma vez que as crianças estivessem juntas, elas iniciariam a
aprendizagem e o desenvolvimento da autonomia, nas atividades e tomada de
decisões. Imaginava que elas começassem a ensinar e aprender umas com as
outras e não exigiriam mais a minha intervenção em todas as situações. O que
eu desconhecia é que a aquisição dessas habilidades exige um longo trajeto de
construções e aprendizagens que ainda não tinha sido trilhado com a turma.
Inicialmente, os grupos causaram grande desconforto para a turma.
Além de não realizarem as atividades em conjunto, os alunos não permitiam
que ninguém olhasse o que vinham desenvolvendo de maneira individual, não
permitiam de maneira alguma que alguém copiasse ou procurasse ajuda dentro
do grupo. Os grupos passaram a ser um grande desafio. Desafio este que
ganhava voz na hora de emprestar materiais, confeccionar trabalhos e nas
demais questões relacionadas ao convívio diário. Quando alguém não
funcionava de acordo com as expectativas do grupo, eu era chamada para que
o aluno fosse retirado do meio. Nenhuma alternativa que ultrapassasse o
descarte era aceita pela turma. Até mesmo o próprio aluno, que causara
incômodo, solicitava a saída. Percebi, com o tempo, que as crianças apontadas
eram praticamente as mesmas sempre. Em alguns casos, o grupo não as
aceitava porque elas desrespeitavam regras de convívio que já tinham sido
instituídas pelas próprias crianças. Porém, em outros momentos, o grupo as
excluía porque apresentavam diferenças em relação aos colegas. As
reclamações e lamúrias ganharam espaço e eu me desgastava, diariamente,
tentando solucionar os problemas que surgiam a todo instante. As atividades
eram constantemente interrompidas por gritos e brigas. Aparentemente, as
crianças estavam impacientes e perdiam o controle das emoções mesmo com
o menor estímulo.
Até então, eu respondia sempre da mesma maneira, explicava que
ninguém trocaria de grupo, pois precisávamos aprender a conviver de maneira
harmoniosa sem excluir ninguém. Imaginei que essas falas afirmativas
alcançariam aqueles alunos e que, com o tempo, os grupos se encaixariam de
maneira satisfatória para todos os seus envolvidos. Por isso, fui surpreendida
quando um dos grupos solicitou uma reunião para conversar comigo sem a
presença do restante da turma. Mais uma vez, o grupo pediu que um dos
colegas fosse realocado. Eu respondi com a frase que já vinha se tornando
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jargão entre nós, quando fui surpreendida pela fala de um deles: “Nós sabemos
que ele não pode trocar de grupo, então se ele não vai, nós queremos sair!” Foi
assim que percebi, perplexa, que precisava modificar meus objetivos, meus
planejamentos e minhas práticas docentes. Minha fala automática já não era
suficiente para convencer nem a meus alunos, nem a mim.
Surgiu, então, meu Projeto Didático-Pedagógico Semestral, requisito
obrigatório da disciplina do estágio curricular. Durante seus desdobramentos, o
projeto foi nomeado com inspiração em um dos títulos literários utilizados. O
livro de Todd Parr (2002), “Tudo bem ser diferente”, foi adaptado e se
transformou no projeto “Turma 21, tudo bem ser diferente!”. Na época, escrevi
os princípios orientadores que melhor ilustram o momento e as angústias que
estavam sendo vividas:
todas as atividades desta forma. Além disso, da turma analisada, uma minoria
possuía irmãos, o que pode ser levado em consideração, já que tinham pouco
convívio com outras crianças em seus ambientes familiares.
A proposta deste projeto objetivou incentivar as crianças a encontrarem
caminhos para a solução de seus conflitos, estimular a cooperação durante a
resolução das atividades e valorizar as diferenças existentes em si e no outro.
No desenvolvimento do projeto, foram utilizados livros infantis que
introduziram ou motivaram a reflexão sobre a temática. Utilizar a literatura
como recurso principal no desenvolvimento do projeto não foi uma escolha
vazia de significado. Valorizar o universo literário é ampliar o repertório que as
crianças possuem, é ler o mundo juntamente com a leitura das palavras.
Sandroni e Machado (1987, p. 10-11) afirmam que:
Figura 1 - Capa do livro Figura 2 - Capa do livro Figura 3 - Capa do livro "Por
"O que livro da família". "Tudo bem ser diferente". favor, obrigado, desculpe".
Figura 6–“Lá no grupo todos são legais Figura 7–“Eu gosto porque é bom
comigo. Isso é bom, porque eles brincam sentar perto dos amigos.”
comigo e quando eu estou triste me
animam.”
Figura 8–“Eu gosto muito do meu Figura 9–“O grupo é legal porque a gente
grupo porque eles me ajudam nas se ajuda e empresta o material também.”
atividades.”
Figura 10–“Adorei esse negócio de Figura 11–“Eu acho que o grupo é bem
grupo! A gente se diverte e conta legal porque a gente pode jogar
piada...” cartinha juntos.”
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Vivenciar a sala de aula através dos grupos é uma prática que exige
diálogo e reflexão constantes. Entretanto, quando bem planejada e
desenvolvida, agrega incalculável valor aos momentos cotidianos e estimula
uma série de discussões que ultrapassam o currículo escolar.
7
(Ivete M. Keil e Maria de Fátima M. C. Monteiro, 1992, p. 261).
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5 DIÁLOGOS DA PRÁTICA
5.1 O questionário
8
Fragmento da música “Autorretrato” da dupla Kleiton e Kledir, disponível em
<http://letras.mus.br/kleiton-e-kledir/1521738/>. Acesso em: 04 de novembro de 2014.
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As falas das entrevistadas estarão em destaque, através da escrita em itálico, mesmo quando criam um
parágrafo recuado, por constituírem três ou mais linhas.
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uma fala de caráter positivo da professora regente. Será que se a mesma aluna
tivesse instituído os grupos, de maneira constante, a percepção da professora
seria a mesma?
Em geral, as participantes da pesquisa elencam diversos aspectos
relevantes da utilização de grupos na sala de aula. Os grupos foram descritos
como:
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
10
Fragmento da música “Autorretrato” da dupla Kleiton e Kledir, disponível
em<http://letras.mus.br/kleiton-e-kledir/1521738/>. Acesso em: 04 de novembro de 2014.
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perspectivas infantis sobre uma sala de aula que utiliza grupos. Este é um
parêntese que continua aberto para mim.
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REFERÊNCIAS
ANITELLI, Fernando. O anjo mais velho. Álbum: “Entrada para raros”, 2003.
Disponível em <http://letras.mus.br/o-teatro-magico/361396/>. Acesso em: 19
de novembro de 2014.
BIET, Pascal; BLOOM, Becky. Por favor, obrigado, desculpe. Brinque Book,
2003.
SANDRONI, Laura C.; MACHADO, Luiz Raul. A criança e o livro. São Paulo:
Ática, 1987.
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APÊNDICE A – Questionário
Querida colega,
Este questionário tem como objetivo coletar dados para meu Trabalho
de Conclusão de Curso (TCC). Minha pesquisa está centralizada na
temática da utilização de grupos na sala de aula, e suas respostas me
auxiliarão no processo de investigação e reflexão acerca deste tema.
Sua participação na pesquisa é totalmente voluntária, na certeza de que
seu nome não será mencionado em nenhuma das etapas deste
trabalho. Sinta-se livre para responder as indagações, sem a
obrigatoriedade de preencher todas as questões.
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA