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Apesar de serem diferentes, o autor deixa claro que quem faz uma tese de
compilação pode também utilizar a pesquisa, podendo ser uma complemento da outra.
Nesta passagem, Eco esclarece que a obra não é direcionada aos estudantes
que querem aprender a fazer uma tese em um mês, obrigados a prepara uma tese para
formar-se logo.
a) investir uma quantia razoável para que outros façam a tese por eles;
A tese pode ser útil também após a formatura nos seguintes casos:
a) Quando se faz dela o início de uma pesquisa mais ampla, que prosseguirá
nos anos seguintes, desde que haja oportunidade e interesse.
b) ...
Neste ponto, o autor cita as quatro regras básicas para a escolha do tema, são
elas:
em resumo, "quem quer fazer uma tese deve fazer uma tese que esteja à
altura de fazer".
2. A escolha do tema
Porém, deve-se ter em mente que fazer uma tese rigorosamente monográfica
não significa perder de vista o panorama, pois só é possível explicar ou entender algo
quando inserido em um panorama.
Dessa forma, uma tese monográfica é preferível a uma tese panorâmica, pois
quando se restringe o campo, trabalha-se melhor e com mais segurança.
Para o autor uma tese teórica é uma tese que se propõe a encarar um
problema abstrato que pode já ter sido ou não objeto de outras reflexões. Quando um
estudante opta por esta tese, pode acabar fazendo uma tese panorâmica, ou uma tese
muito curta e sem organização interna, que mais se aproxima de um poema lírico que de
um estudo científico.
Por fim, o autor acaba desbocando em uma tese historiográfica, que parte de
um outro autor, para assim ter um ponto de apoio.
Eco também trata da tese experimental, que segundo ele não pode ser feita
em casa, o autor não pode inventar um método e na qual o paciente deve ser estudado de
maneira panorâmica.
"digamo-lo desde já: não mais de três anos e não menos de seis
meses."
Caso não consiga elaborar a tese em três anos, uma dessas três coisas terá
acontecido:
1) escolha errada da tese, superior às forças do estudante;
2) Tentar dizer tudo e cabar martelando a tese por 20 anos (um estudioso
hábil deve ser capaz de atentar-se a certos limites)
Também não dura menos de seis meses, pois entre o plano de trabalho, a
pesquisa bibliográfica, a coleta de documentos e a execução do texto passam facilmente
seis meses.
Com essas ressalvas, o autor revela que é possível elaborar uma boa tese de
seis meses, desde que apresente estes requisitos:
1) tema circunscrito
Inicialmente Eco ressalta que não se pode fazer uma tese sobre um autor
estrangeiro se este não for lido no original, isso porque nem sempre se traduziram todas
as obras daquele autor, nã podendo obras menores serem descartadas pois pode
comprometer a compreensão de seu pensamento. Além disso, nem semrpe as traduções
fazem justiça ao pensamento do autor.
Ainda, também não se pode fazer uma tese sobre determinado assunto se as
obras mais importantes a seu respeito foram escritas numa língua que ignoramos.
Por fim, uma tese não pode ser feita, sobre um autor ou sobre um tema, lendo
apenas as obras nas línguas que conhecemos, pois é impossível ter segurança em qual
língua está a obra decisiva.
Dessa forma, antes de estabelecer o tema de uma tese, é preciso dar uma
olhada na bibliografia existente e avaliar se não existem dificuldades linguísticas
significativas
Pensando nos estudantes que não sabem outras línguas e não podem
aproveitar a ocasião para aprendê-las, seja por falta de tempo ou de recursos, o autor
aconselha trabalhar sobre um tema especificamente pátrio, que não remeta a literaturas
estrangeiras, bastando o recurso a uns poucos textos já traduzidos.
Em segundo lugar, o estudo deve dizer do objeto algo que ainda não foi dito,
ou rever de uma ótica distinta algo que já foi dito, devendo, portanto, acrescentar
informações ao que já se sabe.
O autor conclui então que não existe oposição entre tese científica e tese
política, pois, pode-se dizer que todo trabalho científico, na medida que contribui para o
desenvolvimento do conhecimento geral, tem sempre um valor político positivo. E, por
outro lado, toda empresa política com possibilidade de êxito deve possuir uma base de
seriedade científica.
Para Umberto, cada um deve fazer o que lhe agrada. Porém, em se tratando
de um estudante em crise "pode-se cultivar interesses políticos (sindicais, por exemplo)
mesmo fazendo uma boa tese histórica sobre os movimentos operários do século passado.
Pode-se entender as exigências contemporâneas de contra-informação junto às classes
inferiores estudando o estilo, a difusão, as modalidades produtivas das xilografias
populares no período renascentista".
3. A Pesquisa do Material